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CADEIA PRODUTIVA DA 
SILVICULTURA
PROF. ME. TIAGO RIBEIRO DA COSTA
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-Reitoria Acadêmica
Maria Albertina Ferreira do 
Nascimento
Diretoria EAD:
Prof.a Dra. Gisele Caroline
Novakowski
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Fernando Sachetti Bomfim
Marta Yumi Ando
Produção Audiovisual:
Adriano Vieira Marques
Márcio Alexandre Júnior Lara
Osmar da Conceição Calisto
Gestão de Produção: 
Aliana de Araújo Camolez
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de 
Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios 
não vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande 
responsabilidade sobre as escolhas que 
fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida 
acadêmica e profissional, refletindo diretamente 
em nossa vida pessoal e em nossas relações 
com a sociedade. Hoje em dia, essa sociedade 
é exigente e busca por tecnologia, informação 
e conhecimento advindos de profissionais que 
possuam novas habilidades para liderança e 
sobrevivência no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a 
Distância, a proporcionar um ensino de qualidade, 
capaz de formar cidadãos integrantes de uma 
sociedade justa, preparados para o mercado de 
trabalho, como planejadores e líderes atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
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01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................... 4
1. CONCEITOS LIGADOS À SILVICULTURA ................................................................................................................ 5
2. A ORGANIZAÇÃO DAS CADEIAS PRODUTIVAS DA SILVICULTURA NO BRASIL ................................................ 6
2.1. REVISITANDO OS CONCEITOS DE AGRONEGÓCIO E DE CADEIAS PRODUTIVAS ......................................... 6
2.2. O SETOR FLORESTAL BRASILEIRO .................................................................................................................... 8
3. SILVICULTURA: UM BREVE HISTÓRICO ...............................................................................................................13
3.1. SILVICULTURA DE EXPLORAÇÃO DE ESPÉCIES NATIVAS ................................................................................13
3.2. SILVICULTURA DE EXPLORAÇÃO DE ESPÉCIES EXÓTICAS ............................................................................17
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................................................................19
INTRODUÇÃO À SILVICULTURA
PROF. ME. TIAGO RIBEIRO DA COSTA 
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
CADEIA PRODUTIVA DA SILVICULTURA
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INTRODUÇÃO
Olá, meu caro aluno, tudo bem com você? Eu me chamo Tiago Ribeiro da Costa e 
acompanharei os seus estudos enquanto professor da disciplina “Cadeia Produtiva da Silvicultura”.
Nesta primeira unidade, teceremos nossas discussões acerca dos principais conceitos 
ligados à Silvicultura. No desenvolvimento de nosso texto, você perceberá que a silvicultura está 
intimamente ligada à exploração econômica de espécies florestais, de modo que, por meio dessa 
ciência chamada silvicultura, podemos explorar a madeira e todos os subprodutos oriundos das 
espécies florestais, como óleos essenciais, resinas, produtos químicos advindos do metabolismo 
das espécies, folhas, frutos e sementes.
Ainda, nesta primeira unidade, conheceremos alguns detalhes sobre as cadeias produtivas 
da silvicultura no Brasil, por meio de nossas exposições sobre o Sistema Florestal Brasileiro (SFB). 
Em princípio, discutiremos sobre os principais produtos oriundos das cadeias produtivas para 
que, na sequência, possamos discutir sobre a importância econômica de tais cadeias.
Após compreendermos os detalhes das cadeias produtivas da silvicultura, faremos uma 
breve abordagem sobre características históricas da silvicultura de exploração de espécies nativas 
e da silvicultura de exploração de espécies exóticas. Pontuaremos as contribuições de cada uma 
no sentido de expor a tendência atual de se manejar as áreas de produção de espécies florestais de 
modo sustentável, permitindo a regeneração, evolução e coevolução das espécies mais utilizadas 
em tais cadeias.
Logicamente que nossos estudos não se limitam somente aos conteúdos aqui expostos. 
Apresentaremos uma diversidade de elementos textuais para lhe auxiliar na assimilação do 
conhecimento, a exemplo das seções “Saiba mais” e “Reflita”, além de nossas sugestões de leitura 
e de vídeos.
Assim, convido-o a participar ativamente deste processo de ensino-aprendizagem, 
desejando-lhe uma excelente leitura desta primeira unidade.
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1. CONCEITOS LIGADOS À SILVICULTURA
Figura 1 – Produção de eucalipto. Fonte: LoboStudio Hamburg (2016).
Olá, meu caro aluno, tudo bem com você? Será um grande prazer discutir acerca de uma 
das mais importantes cadeias produtivas existentes no Brasil, aliás, uma cadeia que movimenta 
milhões de dólares, não somente no Brasil, mas também no mundo, tendo em vista que a produção 
de madeira é uma das produções mais relevantes para uma diversidade de segmentos industriais 
e mesmo comerciais.
Antes de continuarmos, gostaria de lhe fazer uma pergunta: Você sabe o que significa o 
termo silvicultura? Provavelmente você já deve ter ouvido falar sobre esse termo. 
Segundo Ramos et al. (2006), a silvicultura é compreendida como o cultivo de árvores 
para a produção de madeira. Ademais, essa produção de madeira é aproveitada para a indústria 
de papel e celulose.
Por sua vez, Ribeiro et al. (2006) apresentam uma série de termos que tentam definir 
o conceito de silvicultura, fazendo um apanhado das definições mais famosas sobre o assunto. 
Segundo esses autores, a silvicultura pode ser compreendida como a ciência e arte de manipular 
um sistema dominado por árvores e seus produtos com base no conhecimento da história de vida 
e as características gerais das árvores que se encontram no local.
Ribeiro et al. (2006) ainda explanam que a silvicultura apresenta, como característica 
principal, a arte de se planejar a implantação das lavouras e planejar o seu manejo para a obtenção, 
no prazo mais curto possível e de maneira sustentável, de troncos que tenham aproveitamento 
agroindustrial satisfatório. 
Contudo, os conceitos sobre silvicultura se modificam de acordo com o tempo, agregando 
mais elementos que os tornam ainda mais completos e mais abrangentes em seu próprio 
entendimento. Considerando o conceito exposto por Valverde et al. (2012), podemos inferir que 
a silvicultura é uma ciência dedicada ao estudo dos métodos hábeis para promover a implantação 
e regeneração dos povoamentos florestais em função não apenas de interesses econômicos, mas 
também sociais, culturais e ecológicos.
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Vale salientar que o conceito de Valverde et al. (2012) foi desenvolvido em um ano 
bastante importante para as discussões sobre sustentabilidade e desenvolvimento sustentável, 
qual seja, o ano de 2012. Neste ano, ocorreu no Brasil a Conferência das Nações Unidas para o 
Desenvolvimento Sustentável,também conhecida como Rio +20.
Perceba, meu caro aluno, que os conceitos mais recentes acerca da silvicultura abrigaram 
os valores de desenvolvimento sustentável, uma vez que a silvicultura, quando praticada de modo 
inadequado, pode causar prejuízos irreversíveis aos agroecossistemas.
Atualmente, o Brasil possui mais de 500.000.000 de hectares de florestas nativas e 
aproximadamente 7,83 milhões de florestas plantadas, sendo 6,3 milhões de hectares certificados 
em modalidades de manejo florestal sustentável (IBA, 2019). Segundo Valverde et al. (2012), 
praticamente toda a riqueza socioeconômica do setor florestal brasileiro vem da silvicultura com 
suas florestas plantadas. 
Assim, além do exposto, podemos dizer que a silvicultura se aproxima também do 
conceito de exploração florestal, uma vez que está ligada à exploração de sementes, flores, folhas 
e outros elementos florestais advindos das árvores, que possam servir para as cadeias industriais.
Por exemplo, as indústrias de cosméticos se utilizam das essências florestais para 
a composição de sabonetes, xampus e perfumes. Todavia, esse tipo de silvicultura explora as 
florestas nativas e essa silvicultura pode ser considerada como silvicultura convencional ou 
silvicultura tradicional (RIBEIRO et al., 2006).
Ainda segundo Ribeiro et al. (2006), existe uma segunda subdivisão ligada à silvicultura 
chamada de silvicultura moderna. Essa silvicultura se diferencia da silvicultura tradicional, pois, 
além do objetivo de produzir madeira, assume os objetivos de sustentabilidade e de promover a 
execução de serviços ligados à proteção de ambientes (isolamento de fazendas, por exemplo), 
lazer, bem-estar e, da mesma maneira, a produção de outros produtos que não somente a madeira 
em troncos, a exemplo de resinas e da cortiça.
2. A ORGANIZAÇÃO DAS CADEIAS PRODUTIVAS DA 
SILVICULTURA NO BRASIL
 
Ao longo das disciplinas do curso, você percebeu que o agronegócio se organiza por meio 
de cadeias produtivas. Neste momento, vale a pena fazer um breve resumo sobre os conceitos de 
agronegócio e de cadeias produtivas.
2.1. Revisitando os conceitos de Agronegócio e de Cadeias 
Produtivas
O Agronegócio envolve a produção de gêneros alimentícios e de matérias-primas que 
podem ser utilizadas em outros processos industriais. Ademais, quando se trata de gêneros 
alimentícios, tais produtos podem ser comercializados diretamente ao consumidor final, a 
exemplo de um Agricultor Familiar que vende, em uma feira, suas hortaliças.
Aparentemente, existe uma lógica nesse processo, um fluxo claramente definido, onde 
produtores fornecem a processadores e estes, por sua vez, fornecem ao consumidor final. Esse 
fluxo está esquematizado por meio da Figura 2.
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Figura 2 – Fluxo produtivo no Agronegócio. Fonte: O autor.
Além de compreendermos tal fluxo, devemos inserir mais alguns elementos lógicos. Por 
exemplo, para que um produtor rural possa produzir, haverá a necessidade de adquirir sementes, 
fertilizantes, corretivos de solo (calcário ou gesso agrícola), agrotóxicos e até mesmo máquinas e 
implementos agrícolas. 
Além disso, dificilmente um consumidor final irá comprar um produto processado direto 
da indústria. Neste caso, serão necessários distribuidores (atacadistas e varejistas) para que o 
produto possa transitar de seu processamento para seu uso. Assim, o fluxo demonstrado por 
meio da Figura 2 pode ganhar complexidade, conforme ilustrado por meio da Figura 3.
Figura 3 – Fluxo produtivo no Agronegócio, agregando novos players. Fonte: O autor.
Veja que nos utilizamos do termo player no título de nossa Figura 3 para ilustrar a presença 
de novos componentes nesse fluxo. O termo player é bastante utilizado para definir um elemento 
de uma cadeia de produção ou mesmo para definir um participante na comercialização mundial 
de uma cultura produzida em larga escala, como a soja ou o milho. Em nosso atual caso, cada 
elemento desse fluxo pode ser considerado como um player.
É importante salientar que esse fluxo somente existe por uma condição de dependência 
entre os players. Sem o consumidor final, por exemplo, não há motivos para que o produtor 
produza. Sem a indústria, não há como processar as matérias-primas e não há como atender 
as necessidades e expectativas do consumidor. Assim, podemos afirmar que as relações desse 
fluxo são encadeadas, formam uma cadeia de produção, a qual torna possível o atendimento das 
expectativas dos clientes.
Levando-se o exposto em consideração, podemos empiricamente estabelecer que o 
Agronegócio trata das relações de produção de alimentos de origem vegetal e animal, e ainda da 
produção de matérias-primas (para nosso caso em tela, matérias-primas ligadas à silvicultura), 
com íntima ligação com os fornecedores de insumos, com processadores, distribuidores e com 
o cliente final. Trata-se de relações de interdependência, sendo caracterizadas por um fluxo 
bem definido, formando uma cadeia de produção, em que o consumidor final estabelece o seu 
direcionamento.
Em parte, esta foi a visão percebida pelos professores da Universidade de Arizona, nos 
Estados Unidos, John Davis e Ray Goldberg que, em 1957, estabeleceram a seguinte definição 
sobre o agronegócio:
O agronegócio pode ser compreendido como a soma total das operações de 
produção e distribuição de suprimentos agrícolas, das operações de produção na 
unidade de produção, do armazenamento, do processamento e da distribuição 
dos produtos agrícolas e dos itens produzidos por meio deles (DAVIS; 
GOLDBERG, 1957).
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2.2. O Setor Florestal Brasileiro
Uma vez que relembramos o conceito de Agronegócio e de Cadeias Produtivas, podemos 
nos inserir nos estudos dos arranjos das Cadeias Produtivas da Silvicultura e, quando falamos 
sobre cadeias produtivas da silvicultura, no plural, queremos salientar a existência de três cadeias 
distintas, as quais formam o Setor Florestal Brasileiro. 
Valverde et al. (2012) apresentam as três cadeias produtivas da seguinte maneira: Cadeia 
Produtiva de Madeira Industrial; Cadeia Produtiva do Processamento Mecânico de Madeira; e 
Cadeia Produtiva de Madeira para Energia. Estas são cadeias produtivas de Produção Florestal 
de Madeira.
Todavia, segundo apontamentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura 
e Abastecimento (FAO, 1994), também existem cadeias produtivas ligadas à produção de 
produtos florestais não madeireiros. Como exemplo, temos as cadeias produtivas alimentícias 
e as indústrias de resinas, taninos, extratos industriais, plantas ornamentais e óleos essenciais, 
conforme já destacamos.
Figura 4 – Produto oriundo da Cadeia Produtiva da Madeira Industrial. Fonte: Melnyczuk (2019).
Dentro do setor florestal brasileiro, destaca-se a cadeia produtiva de madeira industrial, 
sendo a atividade de produção de papel e celulose a mais expressiva e que contribui, de maneira 
mais assertiva, para o desenvolvimento brasileiro. Segundo dados da IBA (2019), esse segmento 
representa 36% de participação dentro da silvicultura brasileira.
Vale dizer que esse setor é o responsável pela produção de artefatos de papel, papelão, 
reciclagem de papel, produção gráfica e editorial, além das atividades de comércio, distribuição 
e transporte, extrapolando, portanto, a produção de madeira em nível de campo (VALVERDE et 
al., 2012).
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Outro importante segmento dentro do Setor Florestal Brasileiro é representado pela 
cadeia produtiva do processamento mecânico de madeira, que se responsabiliza pela fabricação de 
serrados e compensados, além de produzir lâminas decorativas, blocks, blanks, molduras, fences, 
pisos, janelas e componentes estruturais de móveis, os quais são conhecidoscomo Produtos de 
Maior Valor Agregado (PMVA) e, majoritariamente, são exportados. Assim como para as cadeias 
de papel e celulose, o destino mais usual das exportações brasileiras é a China e os países da 
União Europeia (VALVERDE et al., 2012; IBA, 2019).
O cenário de produção de florestas madeireiras tem se mostrado 
dinâmico e rentável, sendo que, em 2018, houve um superávit 
de US$ 11,4 bilhões, perante os dados de 2017. Por sua vez, os 
dados de 2019 mostram um cenário de estabilidade na oferta e 
na demanda.
Conheça com mais profundidade os dados estatísticos da IBA 
(2019) no seguinte link: https://bit.ly/2UrhDfF
Algumas das maiores empresas brasileiras são ligadas às cadeias produtivas de 
madeira industrial, a exemplo da Eldorado Brasil, Klabin, Cenibra, Suzano, Fíbria, Mili 
S/A, Santher, CMPC, Westrock Kraft e International Paper, segundo levantamento 
realizado pelo Grupo Estado de São Paulo (ESTADÃO BROADCAST, 2018). 
Tais empresas são responsáveis não somente pela fabricação de papel, mas 
também se inserem na fabricação de madeira reconstituída, a exemplo das 
chapas de MDF (Medium Density Fibreboard), chapas de fibras, aglomerados, 
OSB (Oriented Strand Board) e outros produtos que são destinados às indústrias 
moveleiras e à construção civil (VALVERDE et al., 2012).
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Figura 5 - Representação do uso de matérias-primas florestais para a construção de moradias. Fonte: Renaudineau 
(2019).
Por fim, a cadeia produtiva menos representativa do Setor Florestal Brasileiro é a cadeia 
de madeiras para energia, que é composta basicamente pela extração e uso da madeira como 
lenha, carvão vegetal e, mais recentemente, cavaco. Notadamente se observa que o uso de tais 
fontes de energia se intensifica quando outras fontes de uso mais fácil tem seu preço encarecido, 
dadas as crises econômicas.
Na atualidade, o carvão vegetal é mais utilizado em indústrias de metalurgia e siderurgia, 
especialmente no estado de Minas Gerais e um ponto positivo quanto a essa cadeia produtiva é 
o fato de estar se utilizando cada vez mais de madeira de reflorestamento, assim como as demais 
cadeias produtivas da silvicultura (VALVERDE et al., 2012).
Contudo, essa cadeia produtiva de produção de energia, por meio da madeira, parece 
estar com os dias contados, pois não se nota uma evolução tecnológica que amplie a eficiência 
do uso dessa matéria-prima para essa finalidade, e ainda há uma rica disponibilidade de outras 
fontes energéticas, a exemplo dos briquetes de cavacos da indústria moveleira, ou mesmo, 
briquetes vindos de espécies gramíneas, como é o caso da cana-de-açúcar, braquiárias, milheto, 
sorgo, entre outras (Figura 6).
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Figura 6 – Briquetes (lenha ecológica). Fonte: PIXABAY (2020).
Quantas informações, não é mesmo? Mesmo com este grande conjunto de informações, 
não podemos perder de vista a organização das cadeias produtivas da silvicultura no Brasil. Para 
sintetizar as informações sobre tais cadeias produtivas e lhe apresentar o atual fluxo dos produtos 
da silvicultura, dos produtores ao consumidor final, veja a Figura 7.
Figura 7 – Cadeias Produtivas da Silvicultura. Fonte: Valverde et al. (2012).
 
A Figura 7 não apresenta o segmento de fornecedores de insumos para a formação de 
florestas e não apresenta, com detalhes, toda a rede de distribuidores dos produtos processados. 
Ademais, também não há uma demonstração do fluxo dos produtos vindos da silvicultura, em 
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termos de exportação. Todavia, é importante salientar a importância de tais elementos nessas 
cadeias produtivas e, ainda, é de se citar o protagonismo do Brasil no mercado mundial de tais 
produtos.
O Brasil ocupa a segunda posição em termos de exportação de celulose e reúne 
importantes atributos para se tornar, provavelmente na próxima década, o país que possui a 
maior representatividade na produção e exportação de madeira e seus produtos. Fearnside 
(1998), Valverde et al. (2012), Mendes (2016) e IBA (2019) são unânimes em relação aos seguintes 
atributos da Silvicultura Brasileira:
• O Brasil ainda possui ampla disponibilidade de terras com baixo custo de oportunidade, 
estando ociosas e aptas a assumirem a produção das espécies mais comuns, como 
eucalipto, pinus e ipê.
• A ocupação das terras com a silvicultura pode ser realizada como uma monocultura ou 
ainda em sistemas integrados com lavouras e com a pecuária, dado o modelo tecnológico 
inovador da Integração Agro-silvo-pastoril ou da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta.
• A pesquisa agropecuária brasileira é uma das mais promissoras do mundo, tanto a 
pesquisa pública, conduzida majoritariamente pela Empresa Brasileira de Pesquisa 
Agropecuária (Embrapa) e seus parceiros, como também a pesquisa corporativa ligada 
especialmente aos grupos produtores de papel e celulose. Atualmente, a produtividade 
madeireira do Brasil ultrapassa os 45 m³.ha-1.ano-1, em face da média aproximada de 25 
m³.ha-1.ano-1, considerando players tradicionais de mercado, como o Canadá, Rússia, 
Chile, Indonésia e África do Sul. Ademais, estive na África do Sul em 2017, na região 
de Addo e Port Elizabeth, duas das maiores regiões produtoras de eucalipto no mundo 
e, por curiosidade, conheci o programa nacional (sul-africano) de desinvestimento na 
silvicultura, uma vez que a implantação de plantios de eucalipto dizimou áreas de savana, 
prejudicando a sobrevivência de animais nativos, a exemplo dos leões, girafas, zebras e 
rinocerontes.
• A silvicultura em florestas naturais ainda conta com vasto território a ser explorado. 
62% de nossa cobertura florestal nativa estão preservados e o Brasil, dadas as suas 
dimensões continentais e grande variabilidade de solos e climas, apresenta uma grande 
biodiversidade a ser explorada. Logicamente, essa exploração deve ser realizada de modo 
sustentável, aliando-se a obtenção de ganhos econômicos com a preservação, não somente 
das espécies florestais, mas também dos solos e das fontes hídricas, elementos essenciais 
na produção de espécies florestais.
• O Brasil ainda possui uma elevada capacidade gerencial e plantas produtivas modernas 
(tanto dentro da porteira como depois da porteira) com grande capacidade de elevação 
da oferta de produtos, de modo competitivo, para uma diversidade de mercados no Brasil 
e no mundo.
Desse modo, a silvicultura brasileira é uma das atividades econômicas que tem se 
consolidado como uma das mais dinâmicas em nosso país, sendo representativa no contexto de 
produção, produtividade e sustentabilidade.
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3. SILVICULTURA: UM BREVE HISTÓRICO
Prezado estudante, quantas informações, não é mesmo? Agora que já compreendemos 
alguns dos aspectos mais relevantes sobre as cadeias de produção da silvicultura no Brasil, 
precisamos conhecer um pouco sobre a história da silvicultura não somente no Brasil, mas 
também no mundo.
Porém, conhecer o histórico da silvicultura não é uma tarefa tão simples. Lembre-se 
de que, quando falamos sobre silvicultura, podemos falar sobre as florestas nativas e também 
podemos falar sobre as florestas plantadas, exploradas do ponto de vista comercial, conforme já 
abordado nesta unidade. Desse modo, faremos uma abordagem sobre o histórico da silvicultura, 
considerando as vertentes da silvicultura com espécies nativas e com espécies exóticas.
3.1. Silvicultura de Exploração de Espécies Nativas
Em termos de florestas nativas, o mundo possui uma diversidade de biomas e de espécies 
que são capazes de produzir madeira e outros produtos do interesse da silvicultura. Infelizmente, 
não somos capazes de determinar emque momento histórico essas florestas surgiram. Ademais, 
segundo a teoria evolucionista de Darwin, somada à teoria da deriva continental de Wegener, 
devemos supor que tais florestas se formaram em momentos históricos distintos e em locais 
diversos daqueles em que tais florestas se encontram nos dias atuais. Assim, é impreciso afirmar 
datas ou momentos históricos nos quais os atuais biomas se formaram.
Mesmo assim, torna-se interessante apresentar a distribuição dos biomas em nosso planeta 
e, com base nessa distribuição, realizar algumas asserções acerca do potencial de exploração da 
silvicultura.
Para tanto, vamos observar o Quadro 1:
NOME LOCALIZAÇÃO CLIMA VEGETAÇÃO FAUNA
Tundra
Localiza-se logo 
abaixo do Polo Norte, 
abrangendo partes da 
América do Norte, 
Europa e Ásia.
Clima muito frio quase o 
ano inteiro, de modo que 
a água presente no solo 
permanece congelada na 
maior parte do tempo. É 
uma região que recebe 
pouca luz, pouca chuva e 
muito vento.
Quando o gelo derrete 
o solo, expõe uma 
vegetação rala, formada 
por musgos, liquens e 
algumas gramíneas.
Dentre os animais 
mais adaptados estão 
alces, ursos-polares, 
caribus, lobos árticos, 
bois-almiscarados, 
lebres árticas e corujas 
das neves.
Taiga (ou 
Floresta de 
Coníferas)
É comum em grandes 
altitudes da América 
do Norte, da Europa 
e da Ásia, ao sul da 
Tundra.
O clima é caracterizado 
por frio intenso, pouca 
umidade e precipitações 
em forma de neve. 
Inverno e Verão bem 
equilibrados (6 meses 
cada).
A vegetação 
predominante é 
formada por coníferas 
(pinheiros), além de 
musgos e liquens.
Possui maior 
diversidade de 
animais que a Tundra, 
sendo comuns nesse 
bioma linces, ursos-
pardos, raposas, alces, 
falcões e águias.
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Floresta 
Temperada
Localiza-se 
principalmente em 
partes da América do 
Norte, da Europa, da 
Ásia e da Oceania.
Clima temperado com 
quatro estações bem 
definidas (3 meses cada) e 
temperaturas que podem 
variar bastante entre as 
estações.
Sua vegetação 
predominante é 
composta de árvores 
de grande porte, 
como carvalhos e 
bordos, com folhas 
que ficam amareladas 
ou avermelhadas no 
outono e caem antes do 
inverno.
Trata-se de um 
bioma com maior 
diversidade que a 
Tundra e a Taiga e 
onde são comumente 
encontrados esquilos, 
veados, ursos, raposas, 
roedores, águias e 
corujas.
Floresta 
Tropical
Está localizada entre 
os trópicos, em 
regiões próximas à 
linha do equador, 
principalmente na 
África, na Ásia, em 
parte da Austrália e 
na América do Sul. 
No Brasil, a Amazônia 
e a Mata Atlântica 
são exemplos desse 
bioma.
Caracteriza-se por 
temperaturas anuais 
elevadas e muita chuva e 
umidade.
Possui grande 
diversidade de 
árvores, variando 
desde as muito altas, 
como o jequitibá e a 
sumaúma, até arbustos, 
cipós e gramíneas. 
Caracteristicamente, 
sobre os troncos e 
galhos das árvores se 
desenvolvem muitas 
plantas epífitas, como 
orquídeas e bromélias.
Compõem o 
bioma com maior 
diversidade do 
planeta, abrigando 
várias espécies de 
animais de todos 
os grupos (insetos, 
anfíbios, répteis, aves 
e mamíferos), como 
macacos, roedores, 
serpentes, tucanos, 
araras, beija-flores, 
onças, antas.
Savana
Bioma seco de regiões 
tropicais que ocorre 
predominantemente 
na África, na Austrália 
e na América do Sul. 
No Brasil, o Cerrado 
é um exemplo desse 
bioma.
Apresentam clima com 
temperaturas anuais 
elevadas e alternância de 
estações secas e úmidas, 
com muitas chuvas.
A vegetação 
predominante é 
formada por gramíneas, 
herbáceas e árvores 
de pequeno porte 
espalhadas pelo 
ecossistema.
São animais típicos 
da savana africana 
os rinocerontes, 
girafas, antílopes, órix, 
búfalos, zebras, leões, 
guepardos, leopardos, 
hienas e avestruzes.
Campo 
(também 
chamado de 
Pradarias, na 
América, ou 
Estepes, na 
Europa e na 
Ásia)
Localizado na 
América, Europa e 
Ásia. No Brasil, o 
Pampa é um exemplo 
desse bioma.
Clima com verões 
curtos e secos e invernos 
longos, frios e úmidos, 
com chuvas escassas e 
irregulares.
Vegetação constituída 
predominantemente por 
gramíneas, com poucas 
árvores, geralmente 
distribuídas às margens 
de rios.
São animais típicos 
desse bioma os 
antílopes, veados, 
marmotas, lobos, 
coiotes, cães-da-
pradaria e roedores.
NOME LOCALIZAÇÃO CLIMA VEGETAÇÃO FAUNA
Deserto
Presente em partes da 
África, Oceania, Ásia 
e Américas.
Clima muito seco 
em razão da pouca 
quantidade de chuva na 
região. Os desertos podem 
ser frios ou quentes, sendo 
que, nos desertos quentes, 
há grandes variações de 
temperatura, que são 
elevadas durante o dia e 
baixas durante a noite.
Não há muita vegetação, 
mas as poucas plantas 
que sobrevivem a esse 
ambiente extremo são 
cactos.
Alguns exemplos de 
animais que habitam 
os desertos são 
insetos, escorpiões, 
serpentes, lagartos, 
dromedários e 
camelos.
Quadro 1 – Definições sobre os biomas mundiais. Fonte: Stahnke (2014).
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Em complementação aos dados expostos no Quadro 1, a Figura 8 apresenta a distribuição 
espacial dos biomas no mundo:
Figura 8 – Distribuição espacial dos biomas mundiais. Fonte: Stahnke (2014).
Os dados dispostos no Quadro 1 nos permitem verificar que, dos biomas mundiais, 
aqueles que são capazes de fornecer produtos para a silvicultura são Taiga, Florestas Temperadas, 
Florestas Tropicais e Savanas. Em termos de produtos madeiráveis, os três primeiros são os mais 
indicados, enquanto o último é mais utilizado somente para o aproveitamento de madeiras para 
lenha, carvão vegetal ou outras finalidades, como obtenção de sementes, frutos, essências e 
produtos químicos para a indústria de cosméticos e farmacêutica. É importante frisar que os três 
primeiros biomas também são capazes de fornecer matérias-primas não madeiráveis, a exemplo 
das expostas no trecho anterior.
As madeiras obtidas dos três primeiros biomas são densamente utilizadas nas indústrias 
madeireiras, tanto para a produção de móveis como também na indústria de papel e celulose. 
Contudo, dadas as pressões ambientais sofridas pelos biomas, os manejos de tais áreas tendem 
a caminhar da simples extração para o manejo de áreas florestais, legalizado e normatizado, de 
acordo com as regras ambientais de cada país.
Quando falamos sobre “manejo florestal”, devemos considerar o seguinte conceito:
Manejo Florestal Sustentável é a administração da floresta para obtenção de 
benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de 
sustentação do ecossistema objeto do manejo e considerando-se, cumulativa ou 
alternativamente, a utilização de múltiplas espécies madeireiras, de múltiplos 
produtos e subprodutos não-madeireiros, bem como a utilização de outros bens 
e serviços florestais (BRASIL, 2019a).
Desse modo, observa-se que a silvicultura ainda tem explorado as áreas nativas para a 
extração de suas matérias-primas. Porém, dada a imperativa necessidade de manejar uma floresta 
de modo sustentável e ainda cumprir com todos os requisitos legais para se cumprir este objetivo, 
a ciência agronômica desenvolveu a Silvicultura focada na exploração de áreas de replantio. Para 
tanto, essa silvicultura se utiliza de algumas espécies exóticas, com características agronômicas de 
interesse, para abastecer as necessidades das cadeias produtivas da silvicultura, sem comprometer 
demasiadamente os recursos naturais.
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A seguir, vamos desenvolver uma análise sobre o histórico da silvicultura ligada à 
exploração de espécies exóticas.
3.2. Silvicultura de Exploração de Espécies Exóticas
 
Figura 9 – Ilustração de uma floresta exótica. Fonte: Kazuend (2015).
Langanke (2019)expõe que uma espécie exótica é uma espécie, animal ou vegetal, que 
se instala em um local onde não é encontrada naturalmente. Tal conceito é válido entre biomas, 
ou seja, podemos considerar, por exemplo, como exótica uma árvore de Araucária (Araucaria 
angustifolia, também conhecida como pinheiro do paraná) instalada em pleno Cerrado.
A ciência agronômica evidenciou o grande potencial madeireiro de uma diversidade de 
espécies, contudo as que mais se adaptaram fora de seus biomas naturais foram as espécies do 
gênero Pinus (Pinaceae) e Eucalyptus (Myrtaceae), respectivamente conhecidas como pinheiro e 
eucalipto.
O cenário de produção de florestas madeireiras tem se mostrado 
dinâmico e rentável, sendo que, em 2018, houve um superávit 
de US$ 11,4 bilhões, perante os dados de 2017. Por sua vez, os 
dados de 2019 mostram um cenário de estabilidade na oferta 
e na demanda.
Conheça com mais profundidade os dados estatísticos da IBA 
(2019) no seguinte link: https://cutt.ly/6tTwUwk
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Tais espécies tiveram grande impulso a partir das navegações oriundas de países europeus, 
os quais retiraram alguns exemplares desses gêneros e os introduziram em suas colônias e mesmo 
em seus próprios países, em Jardins Botânicos.
O início da exploração dessas espécies fora de sua origem remete à segunda metade do 
século XX. No caso específico do Brasil, embora as pesquisas agronômicas para a adaptação 
dessas espécies tenham se iniciado em 1904 e 1936 (respectivamente para Eucalipto e Pinus), 
segundo dados do Instituto Florestal de São Paulo (2015) e Embrapa (2019), os primeiros plantios 
comerciais dessas espécies se concentram a partir da década de 1950, ampliando sua relevância 
no cenário econômico nacional. 
Ambas as espécies se revelam aptas às cadeias produtivas da silvicultura em termos 
industriais, pois são capazes de produzir madeira em um curto espaço de tempo (cerca de 
seis anos por ciclo, nas cultivares mais modernas), possuem troncos homogêneos, sem grande 
número de ramificações, e ainda possuem grande adaptação a solos e climas diferenciados, 
estando plenamente adaptadas aos territórios do Centro-Sul brasileiro.
Logicamente, a silvicultura de espécies exóticas não se embasa somente nesses dois 
gêneros, contudo certamente são os gêneros mais trabalhados, do ponto de vista do melhoramento 
genético, e ainda são os que apresentam maior polivalência, inclusive para serem inseridos em 
sistemas produtivos integrados, como o sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). 
Tal fato é capaz de ampliar a presença de tais espécies e, por conseguinte, a relevância da silvicultura 
em si, sem prejudicar ou interferir demasiadamente na evolução das demais cadeias produtivas.
O melhoramento genético das espécies florestais tem sido um dos 
caminhos para proporcionar uma melhor adaptação das espécies 
em diferentes climas e solos, oportunizando seu cultivo e reduzindo 
seus custos de produção. Uma das estratégias tecnológicas que 
correspondem a esse objetivo é o uso da biotecnologia florestal 
aplicada ao melhoramento das espécies florestais. Sobre este 
assunto, veja o vídeo a seguir, intitulado Biotecnologia Florestal:
BIOTECNOLOGIA florestal. 2017. 1 vídeo. Publicado no canal Conexão Ciência. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=E_gbjdJP2tc . 
Acesso em: 19 out. 2019.
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Considerando a grande importância do tema Silvicultura e a relevância dos 
processos de melhoramento genético das espécies de Eucalipto e Pinus, seria 
possível considerar que existem somente benefícios na instalação de tais espécies 
nos espaços produtivos brasileiros?
Apesar dos benefícios aparentes e da ampla dependência das cadeias produtivas 
da silvicultura sobre esses dois gêneros, devemos salientar que se trata de 
espécies exóticas que, se não controladas, podem gerar efeitos nocivos por sua 
“invasão”, tal como ocorreu na África do Sul, comprometendo as savanas e sua 
biodiversidade.
Para que você possa compreender, de modo mais aprofundado, 
a importância e o desenvolvimento das cadeias produtivas da 
silvicultura no Brasil, acesse o seguinte material:
VALVERDE, S. R. et al. Silvicultura brasileira: oportunidades e 
desafios da economia verde. [S. l.]: FBDS, 2012. Disponível em: 
https://www.fbds.org.br/IMG/pdf/doc-29.pdf . 
Acesso em: 10 out. 2019.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado estudante, chegamos ao final de nossa primeira unidade com uma diversidade de 
temas discutidos, os quais nos elucidaram os aspectos gerais das cadeias produtivas da silvicultura.
O primeiro aspecto avaliado, logicamente, foi o conceito de silvicultura. Por meio de 
nossa análise, podemos concluir que a silvicultura é um dos ramos da Agronomia que permite a 
exploração econômica de espécies florestais nativas e exóticas. Dessas espécies, podemos extrair 
a madeira e outras matérias-primas que são aproveitadas por três cadeias produtivas distintas.
Na primeira e mais representativa (Cadeia Produtiva de Madeira Industrial), o enfoque é 
dado à produção de matéria-prima para a fabricação de papel e celulose e madeiras brutas para a 
indústria moveleira. Já a segunda (Cadeia Produtiva do Processamento Mecânico de Madeira), o 
enfoque principal é na indústria moveleira, com a produção de móveis em MDF e outras estruturas 
compostas. Por fim, a terceira cadeia (Cadeia Produtiva de Madeira para Energia) possui baixa 
representatividade em relação às demais, todavia não deixa de ser importante, especialmente no 
que tange à produção de lenha e de carvão vegetal.
Não podemos nos esquecer de que existem outras cadeias produtivas ligadas à silvicultura, 
destacando-se especialmente as cadeias de produção de sementes e mudas e de extração de 
subprodutos florestais, destinados à fabricação de essências, resinas, alimentos, bebidas e produtos 
químicos diversos.
Além de termos visualizado a distribuição das cadeias produtivas, pudemos aferir sua 
representatividade econômica e social e também pudemos conferir o histórico da silvicultura no 
mundo e no Brasil. Verificamos que a silvicultura, associada ao manejo sustentável de florestas, tem 
ganhado destaque diante das pressões ambientais que ela pode gerar em seus respectivos biomas; 
além disso, conferimos as grandes contribuições das espécies exóticas para o desenvolvimento 
das cadeias produtivas agroindustriais da silvicultura.
Espero que tenha gostado de nossa primeira unidade e lhe desejo bons estudos! Nós nos 
encontramos na próxima unidade.
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U N I D A D E
02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................... 21
1 A PROBLEMÁTICA DOMESTICAÇÃO DE ESPÉCIES NATIVAS ..............................................................................22
2. PRINCIPAIS ESPÉCIES SILVÍCOLAS CULTIVADAS NO BRASIL ..........................................................................24
2.1. CULTURA DO EUCALIPTO.....................................................................................................................................24
2.2. CULTIVO DE PINUS ..............................................................................................................................................26
2.3. CULTIVO DE ACÁCIA ............................................................................................................................................29
2.4. CULTIVO DE TECA ................................................................................................................................................30
2.5. ESPÉCIES NATIVAS MAIS PRODUZIDAS ..........................................................................................................32CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................................................................35
PRINCIPAIS ESPÉCIES FLORESTAIS 
PLANTADAS NO BRASIL
PROF. ME. TIAGO RIBEIRO DA COSTA 
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
CADEIA PRODUTIVA DA SILVICULTURA
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INTRODUÇÃO
Seja bem-vindo à nossa segunda unidade da apostila “Cadeia Produtiva da Silvicultura”. 
Espero que você tenha compreendido a contento os conteúdos até aqui desenvolvidos.
Nesta segunda unidade, apresentaremos uma análise acerca das principais espécies 
florestais utilizadas pela silvicultura no Brasil. Nosso objetivo é discutir sobre as características 
e atributos que fazem com que as espécies destacadas nesta unidade sejam as preferidas pelos 
silvicultores.
Vou me utilizar da seguinte lógica para lhe explicar sobre as espécies: a princípio, 
demonstraremos o centro de origem dessa cultura, compreendido como o ambiente que 
apresenta a máxima variabilidade genética da espécie, ou o ambiente onde a espécie em questão 
foi identificada pela primeira vez; discutiremos sobre seu processo de domesticação; a seguir, 
abordaremos alguns aspectos silvícolas de interesse em cada espécie e suas respectivas formas de 
condução e manejo em campo.
Quando nos referimos aos aspectos silvícolas, estamos nos reportando, basicamente, 
aos aspectos botânicos que tornam a cultura em si atrativa. Por sua vez, quando nos referimos 
aos aspectos de condução e manejo em campo, estamos nos referindo aos principais aspectos 
agronômicos da espécie.
Não é nossa intenção exaurir todos os detalhes de cada espécie. Outrossim, não temos o 
objetivo de esgotar a discussão sobre todas as espécies que são cultivadas ou utilizadas no âmbito 
da silvicultura. Queremos capacitá-lo a identificar estas espécies e a compreender sua condução 
em nível de campo. Em um futuro próximo, com estas informações, você poderá prestar seu 
auxílio a um empreendedor rural que deseja implementar tais espécies em sua área, com a 
máxima eficiência e eficácia.
Por fim, para que você compreenda que ainda existem “horizontes” a serem explorados, 
abordaremos outras espécies florestais que possuem potencial para fazer parte das cadeias 
produtivas da silvicultura.
Vamos explorar os conteúdos desta nova unidade? Desejo-lhe uma boa leitura!
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1 A PROBLEMÁTICA DOMESTICAÇÃO DE ESPÉCIES 
NATIVAS
Figura 1 – Floresta nativa. Fonte: Clode (2017).
O Brasil é um dos países que mais possui biodiversidade no planeta. Aproximadamente, 
62% de nossa cobertura vegetal original permanece em pé, com grande contribuição da Floresta 
Amazônica, que ainda possui a maior área preservada.
 Somente a Floresta Amazônica em si detém 50% da biodiversidade do planeta, estando 
devastada na ordem de 12,97% por ação antrópica (BRASIL, 2019b). Nesta e nas demais formações 
florestais do Brasil, apresentam-se dezenas de espécies que possuem o potencial madeireiro, mas 
que não são utilizadas ou são utilizadas de acordo com um plano de manejo que prevê a retirada 
seletiva de um número determinado de exemplares por espécie. 
Considerando as informações até aqui discutidas, parece existir um certo paradoxo, não 
acha? Sendo um país de ampla biodiversidade, esperar-se-ia que produzir as espécies madeireiras, 
mesmo em campos externos às florestas naturais, portanto, florestas plantadas fosse relativamente 
fácil. Dependendo do ponto de vista, esta asserção está correta, pois, em seu centro de origem, 
qualquer espécie encontra condições ambientais ideais para sua evolução.
Contudo, a evolução de uma espécie perene, sem nenhum grau de melhoramento, é 
bastante lenta. Para se ter uma ideia, no que tange à obtenção de madeiras “leves”, que podem 
ser utilizadas para a produção de lenha ou mourões de cerca, Campos Filho e Sartorelli (2017) 
apontam a necessidade de, pelo menos, 10 anos para se obter o primeiro corte. Isso é válido para 
as espécies frutíferas. 
Campos Filho e Sartorelli (2017) ainda apontam que as árvores de ciclo médio podem ser 
aproveitadas somente de 11 a 20 anos após o plantio e as de ciclo longo podem ser aproveitadas 
de 21 a 55 anos após o plantio. Todos os aproveitamentos podem ser únicos ou múltiplos, a 
depender da capacidade de rebrote da espécie.
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Desse modo, o produtor que deseja investir nesse tipo de silvicultura, ao plantar, deverá 
ter a consciência de que se trata de um investimento oneroso, uma vez que existem custos 
de implantação e formação da floresta plantada, havendo retorno tão somente a partir da 
comercialização, que se dará em um tempo deveras distante do plantio.
O mogno (Macrophyla sweden) e o cedro (Cedrela brasiliensis) são exemplos de duas 
espécies nativas brasileiras que iniciaram seu processo de domesticação, no entanto, sem sucesso, 
devido ao tempo necessário para formação de suas madeiras. Também entram nesta realidade 
o Jequitibá (Cariniana estrellensis) e o Paricá (Schizolobium amazonicum), embora, nestes dois 
últimos casos, a seleção de indivíduos já tenha trazido uma sensível redução nos tempos de 
obtenção de madeiras (VALVERDE et al., 2012).
A exploração de espécies florestais nativas no Brasil e sua produção sustentável é uma 
atividade relativamente recente em relação aos demais players de mercado. Do mesmo modo, o 
interesse da pesquisa científica sobre as espécies também segue a mesma linha. 
Todavia, o quadro exposto não se manterá por muito mais tempo, uma vez que a 
silvicultura vem apresentando bons resultados econômicos. Ademais, técnicas ligadas à biologia 
molecular e mesmo à biotecnologia podem ser soluções que reduzam o tempo de obtenção de 
mudas e, por conseguinte, reduzam o ciclo de obtenção de produtos assimiláveis pelas cadeias 
produtivas da silvicultura.
Também é de se destacar que as plantas nativas brasileiras, enquanto são consideradas 
exóticas em outros ambientes, têm trazido resultados interessantes às pesquisas agronômicas. 
Um claro exemplo é o da Seringueira (Hevea brasiliensis), que encontrou na Malásia um ambiente 
profícuo o bastante para tornar aquele país o maior produtor de látex no mundo (VALVERDE et 
al., 2012).
Em alguns ambientes, as plantas exóticas encontram condições melhores para seu 
desenvolvimento. As condições de clima e solo podem ser semelhantes às do centro de origem, 
porém, a reduzida fitocompetição propicia condições melhores para o desenvolvimento mais 
precoce das espécies. Desse modo, compreender estes casos de sucesso municia a pesquisa 
científica de dados que podem ser testados, no intuito de selecionar indivíduos em função do 
ambiente.
Isso também é válido para espécies exóticas no Brasil. O exemplo mais claro é ligado 
ao Eucalipto (Eucalyptus sp.), advindo da Austrália, encontrando condições mais profícuas em 
nosso território. É mérito do Brasil e de sua pesquisa agropecuária a obtenção de híbridos de 
eucalipto capazes de produzir produtos madeiráveis com apenas cinco anos.
Assim, embora ainda tenhamos dificuldades no processo de domesticação das espécies 
nativas, devemos destacar possibilidades e exemplos de sucesso para reforçar a tese de que os 
problemas relatados sejam superados com o passar dos anos e com o investimento em pesquisas 
ligadas à área.
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2. PRINCIPAIS ESPÉCIES SILVÍCOLAS CULTIVADAS NO 
BRASIL
A partir deste tópico, analisaremos os principais aspectos de espécies silvícolas 
selecionadas. Essas espécies foram selecionadas de acordo com sua representatividade econômica. 
Vamos explorá-las?
2.1. Cultura do Eucalipto
 Fi-
gura 2 – Culturado Eucalipto. Fonte: PIXABAY (2020).
De acordo com sua leitura até este momento, você já é capaz de definir qual é a origem da 
cultura do Eucalipto. O eucalipto é originário da Austrália. O nome “eucalipto” é uma designação 
genérica que compreende mais de uma centena de espécies do gênero Eucalyptus. 
Trata-se de uma planta da família Myrtaceae, de ciclo curto, com possibilidade de produção 
de troncos para a indústria de papel e celulose em até sete anos. A planta possui capacidade de 
rebrota com a produção de novos troncos em igual tempo, por até duas vezes. Embora sua altura 
possa ultrapassar os 10 metros, usualmente se permite que o tronco alcance cerca de 7 metros, 
sendo esta altura viável do ponto de vista econômico, considerando os custos operacionais de 
manejo da cultura, ligados à sua implantação, formação, desbaste e desrama (EMBRAPA, 2014).
Em termos de qualidade de madeira, trata-se de uma madeira “leve”, ou seja, voltada 
para a indústria mencionada, ou para a fabricação de lenha, carvão vegetal ou mourões de 
cerca. Todavia, a depender do híbrido selecionado, admite-se o uso de suas toras para serrarias 
e laminação (EMBRAPA, 2014). Ademais, o eucalipto apresenta boas possibilidades de usos na 
indústria farmacêutica e de produtos de limpeza, uma vez que o extrato de suas folhas contém 
eucaliptol, um monoterpenoide muito utilizado como antisséptico.
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Falando-se em hibridação, muitas espécies utilizadas para a produção de madeira para 
serraria e laminados são híbridas, frutos do cruzamento entre duas variedades puras. Segundo 
Embrapa (2014), o híbrido mais utilizado é o Eucalyptus urograndis, derivado do cruzamento do 
Eucalyptus grandis com o Eucalyptus urophylla. Esse híbrido reúne características de resistência 
varietal, ou seja, resistência aos estresses ambientais (estresse hídrico e com relação a pragas e 
doenças), além de possuir uniformidade na produção das toras. Ademais, tal híbrido, uma vez 
obtido, pode ser produzido pela técnica de estaquia, produzindo-se mudas clonais. Esta é mais 
uma garantia de uniformidade do plantio. 
Em termos agronômicos, possui uma arquitetura favorável ao adensamento, levando-se 
em conta seu tronco com poucos galhos ou ramificações superiores. Embrapa (2014) destaca que, 
normalmente, os plantios são feitos sob espaçamentos variando entre 3x1,5m, 3x2m, 3x2,5m, 
2,5x2,5m e 3x3m, os quais favorecem os tratos culturais mecânicos. Essas densidades podem 
gerar 2.222 plantas por hectare (na menor densidade) ou 1.333 plantas por hectare (na maior 
densidade).
Considerando que os troncos, em média, possuem 0,4 m de diâmetro à altura do peito 
(DAP), temos, por árvore, um volume aproximado de 0,88 m³ de madeira. Lembre-se de que, para 
calcular o volume de um tronco, nos utilizamos de um cálculo geométrico simples, que relaciona 
a área da base (área de um círculo) e sua altura, multiplicando esses elementos entre si (π.r².h, 
onde r representa o raio do tronco e h representa sua altura). Em um hectare, considerando o 
menor espaçamento, podemos chegar a um volume madeirável de, aproximadamente, 1.956 m³. 
Este é apenas um cálculo genérico, que corresponde parcialmente à realidade. Para se 
comercializar madeiras, devemos observar que o diâmetro dos troncos não é homogêneo, sendo 
maior em sua base e se afilando à medida que nos aproximamos de seu ápice. Assim, a formação 
dos preços se dá com a visualização do lote na propriedade rural, o que se chama de “avaliação 
de árvore em pé”. 
Nesta avaliação, o comprador avalia todos os produtos aproveitáveis, formando o preço 
total do lote. Esse preço total é composto pelo “preço de tora para serraria”, quando o produto 
pode ser destinado para serrarias, e pelo “preço de lenha em pé”, quando se destina o restante 
aproveitável da árvore para a produção de lenha.
Ademais, a formação de preços com base em metros cúbicos pode se dar de duas maneiras: 
1) Podemos considerar o preço de pilhas de toras ou de lenha, chamado de preço de 
metro cúbico estéreo (que considera o espaço preenchido pela madeira, mais os espaços vazios); 
2) Podemos considerar o preço de metro cúbico sólido, quando se descontam os espaços 
vazios entre as toras ou lenhas, ou quando estamos comercializando ripas ou tábuas. A relação 
entre metro cúbico estéreo e metro cúbico sólido é de 0,70, podendo chegar a 0,75 (quando o lote 
de madeiras é mais homogêneo). Tal fato significa que 1,0 m³ estéreo de madeira equivale a 0,70 
m³ sólidos de madeira.
Pela análise dos valores históricos, advindos dos indicadores CEPEA/ESALQ, conforme 
Bacha (2017), podemos inferir que o metro cúbico estéreo do eucalipto está próximo de R$ 
32,00. Assim, para nosso exemplo, podemos chegar a um lucro bruto de, aproximadamente, R$ 
62.572,00, o que representaria algo em torno de R$ 8.939,00 por ano, ao longo de sete anos de 
cultivo.
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Pela leitura do conteúdo exposto, além de nossa indicação, em termos de saiba mais, 
você estará capacitado para compreender todos os detalhes e peculiaridades sobre a cultura do 
eucalipto no Brasil. Vamos para nossa próxima espécie?
2.2. Cultivo de Pinus
 
Figura 3 – Cultura do Pinus. Fonte: Lakaniemi (2019).
O eucalipto certamente é a planta florestal de maior cultivo e de 
maior desenvolvimento científico e tecnológico. Amplamente 
empregada em uma diversidade de agroecossistemas e 
com uma grande variabilidade genética, pode-se dizer que 
o cultivo do eucalipto se aproxima de um sistema de cultivo 
agrícola. Inclusive, a própria Empresa Brasileira de Pesquisa 
Agropecuária (Embrapa) desenvolveu o que se chama de 
Sistema de Cultivo de Eucalipto, base de dados essenciais 
para que qualquer produtor de eucalipto possa se atualizar e obter melhores 
resultados em sua produção.
Conheça mais a respeito do Sistema de Produção de Eucalipto da Embrapa no 
seguinte link: https://www.spo.cnptia.embrapa.br/conteudo?p_p_lifecycle=0&p_p_
id=conteudoportlet_WAR_sistemasdeproducaolf6_1ga1ceportlet&p_p_
col_count=1&p_p_col_id=column-2&p_p_state=normal&p_r_p_-76293187_
sistemaProducaoId=7811&p_r_p_-996514994_topicoId=8509&p_p_mode=view.
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A cultura de pinus ou pinheiro (nome popular) foi introduzida no Brasil em meados da 
década de 1930, no estado de São Paulo, por meio de seu Instituto Florestal. A princípio, o cultivo 
das espécies de pinheiros tinha apenas a finalidade ornamental, porém, após a década de 1960, 
com os devidos incentivos fiscais, a cultura de pinus ganhou relevância, de modo a se alastrar, 
principalmente na região subtropical brasileira (AGUIAR; SOUZA; SHIMIZU, 2011). 
Quando nos referimos ao nome “pinus”, nos reportamos a um gênero vegetal que possui 
mais de 100 espécies, todas classificadas como gimnospermas, ou seja, produtoras de sementes 
nuas. Ademais, sua madeira é classificada como de densidade leve à moderada, clara, muito 
apreciada em serrarias, além de apresentar fibras longas, bastante utilizadas na produção de 
papel e celulose. Na atualidade, aproximadamente 30% da matéria-prima destinada para papel e 
celulose advêm do cultivo de pinus (AGUIAR; SOUZA; SHIMIZU, 2011).
Sobre o plantio de pinus, Oliveira e Oliveira (2017, p. 63) destacam:
Algumas espécies subtropicais do gênero Pinus (P. elliottii e P. taeda) são bastante 
comuns na paisagem rural da Região Sul brasileira. A maior concentração de 
plantios de Pinus (88,4%) encontra-se nos três estados do Sul do Brasil, sendo 
que no Paraná e Santa Catarina a área plantada supera a de Eucalyptus e, no Rio 
Grande do Sul, há uma proporção aproximada de 63% e 37% para Eucalyptus e 
Pinus, respectivamente (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2017, p. 63).
 O fato destacado por Oliveira e Oliveira (2017)é concorrente ao fato de as espécies de 
pinus serem de climas subtropicais a temperados, de modo que somente a Região Sul apresentaria, 
naturalmente, condições de cultivar tais espécies. 
Contudo, são espécies exóticas e dado o fato de serem pouco exigentes em termos de solos 
e nutrientes, em um clima favorável, seu cultivo tem grande capacidade de alastramento, mas não 
se compondo como um cultivo de plantas invasoras. Todavia, há um potencial de miscigenações 
genéticas entre os cultivos de pinus e os remanescentes florestais da região, promovendo erosão 
genética de germoplasmas nativos de outras coníferas compatíveis.
Ainda, Oliveira e Oliveira (2017, p. 64) destacam: 
“No Brasil, são produzidas cerca de 100 mil toneladas/ano de resina extraída em 
mais de 45 milhões de árvores, gerando emprego direto para 12 a 15 mil pessoas, 
reforçando o benefício social dos plantios”. 
Os benefícios sociais do cultivo de pinus são evidentes, dado o número de empregos 
gerados ao longo das cadeias produtivas onde suas matérias-primas são empregadas. 
Além das espécies destacadas (Pinus elliottii e Pinus taeda), o Brasil conduz outras 
espécies interessantes, a exemplo da P. caribaea, com suas três subespécies (caribaeae, hondurensis 
e bahamensis), que são variedades que se adaptam bem aos climas tropicais, com faixas de 
temperatura que beiram os 25 ⁰C. Trata-se de uma espécie com variedades voltadas à produção 
de resina e de madeira de boa qualidade.
Além dessa espécie, observam-se: a P. chiapensis, que possui uma madeira de baixa 
densidade, ótima para acabamentos em marcenarias e produtos que exijam uma madeira mais 
maleável; a P. greggii, com madeiramento claro, sendo voltada para a produção de peças sólidas 
de madeira (esta espécie ainda está em introdução no Brasil); P. kesiya, espécie asiática de maior 
porte, com alta densidade e madeiramento escuro, tendo grande potencial de produção no 
cerrado brasileiro; e P. maximinoi, adaptada a solos arenosos e temperaturas tropicais, sendo 
outra aposta para o plantio nos trópicos brasileiros (AGUIAR; SOUZA; SHIMIZU, 2011).
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O cultivo de pinus possui relativo sucesso, se conduzido com a produção de mudas 
por estacas, ou pelas demais técnicas de propagação e micropropagação (microenxertia e 
embriogênese somática). Contudo, a alternativa mais viável é o uso do processo reprodutivo, com 
a produção de mudas por sementes. Tais sementes podem ser coletadas em campos de extração, 
ou em campos de matrizes de sementes, especialmente quando o produtor dispõe de tecnologia 
e pretende fornecer ao processador uma matéria-prima de alto valor agregado. Vale salientar 
que as técnicas destacadas no princípio deste parágrafo são mais utilizadas para a produção de 
campos clonais de matrizes para a produção de sementes (AGUIAR; SOUZA; SHIMIZU, 2011).
Uma das vantagens do cultivo de pinus é em relação à uniformidade de seu tronco, com 
poucos galhos e, em casos muito específicos, tortuosos, mas que não inviabilizam o aproveitamento 
da madeira.
O espaçamento de plantio é de 3,0 x 2,0 m ou 3,0 x 3,0 m para os plantios mecanizados 
e em áreas mais declivosas. Com o manejo manual da cultura, admite-se o espaçamento de 2,5 x 
2,0 m.
No geral, o pinus pode atingir de 16 a 20 m de altura, com DAPs de 1,10 a 1,30 m. Com 
a estratégia de desbaste das árvores (retirando-se seletivamente as árvores mais aptas) aos 8, 14 e 
22 anos, tem-se uma estimativa de produção de, respectivamente, 43,7, 144,6 e 456,5 m³.ha-1, com 
método de avaliação de preços semelhante ao utilizado para o eucalipto.
 
Até este momento, falamos sobre as duas maiores culturas empregadas na silvicultura 
brasileira. Mas ainda existem outras culturas de destaque. Vamos observar seus detalhes?
Os aspectos agronômicos para o cultivo de pinus são muito 
diversificados e, a exemplo da cultura do eucalipto, já se 
encontram sistematizados no que se chama de “Sistema de 
Produção de Pinus”, desenvolvido pela Embrapa. Por meio 
deste sistema, você será capaz de compreender sobre o 
manejo da cultura em campo, reconhecer as principais pragas, 
doenças e anomalias fisiológicas e ainda conhecerá detalhes 
que o ajudarão em sua tomada de decisão.
Conheça mais a respeito do Sistema de Produção de Pinus da Embrapa no seguinte link: 
https://www.spo.cnptia.embrapa.br/conteudo?p_p_id=conteudoportlet_WAR_
sistemasdeproducaolf6_1ga1ceportlet&p_p_lifecycle=0&p_p_state=normal&p_p_
mode=view&p_p_col_id=column-3&p_p_col_count=1&p_r_p_-76293187_
sistemaProducaoId=3715&p_r_p_-996514994_topicoId=3228 .
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2.3. Cultivo de Acácia
Figura 4 – Cultura da Acácia. Fonte: Farah (2019).
A acácia negra (Acacia mearnsii) e a acácia australiana (Acacia mangium) são originárias 
da Austrália, Indonésia e Nova Guiné. Oliveira e Oliveira (2017) classificam as acácias, com base 
nas literaturas por eles consultadas, como uma das 100 espécies de maior potencial invasor.
Segundo Oliveira e Oliveira (2017), as acácias, em especial, a acácia negra, representam 
uma cultura de caráter mais marginal se comparada à de pinus e eucalipto, sendo cultivada 
principalmente por Agricultores Familiares em áreas reduzidas.
Uma das relevantes características das acácias é o seu potencial de enriquecimento do 
solo com nitrogênio, uma vez que é uma espécie arbórea da família Fabaceae, ou seja, trata-se de 
uma leguminosa. Por ser uma leguminosa, apresenta grande potencial de simbiose com bactérias 
fixadoras de nitrogênio, o que eleva seu desempenho produtivo e enriquece sua matéria orgânica 
com esse nutriente.
No geral, sua madeira é aproveitada para indústrias de papel e celulose, dada a sua qualidade 
de fibra. Ainda, sua madeira possui densidade mediana, o que permite o seu direcionamento para 
a produção de painéis de madeira ou mesmo utensílios para a agricultura. Ademais, seus cavacos 
são bastante utilizados na produção de energia e na extração de taninos para uso em curtumes. 
Outrossim, indicam-se as acácias para a produção melífera (ROSSI; AZEVEDO; SOUZA, 2003; 
VALVERDE et al., 2012; OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2017).
A rusticidade das acácias é notável nos climas tropicais, podendo ser cultivadas como 
monocultura sem maiores problemas com pragas ou doenças. A planta resiste a situações de 
solos degradados, com elevada acidez, e apresenta grande plasticidade, no sentido de se adaptar 
a diferentes condições de solos e pluviosidade. Além disso, trata-se de uma espécie de ciclo 
curto a médio (cortes realizados até 20 anos após o plantio), com alturas se aproximando dos 30 
metros, em condições ideais de solo e clima, e com DAP de 0,9 m, tendo fuste (trecho do tronco 
entre o colo da planta e sua primeira ramificação) reto (ROSSI; AZEVEDO; SOUZA, 2003). 
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Dadas as suas características, as acácias são plantas que se adaptam adequadamente ao 
bioma amazônico, sendo mais cultivadas na Região Norte do Brasil, embora existam cultivos na 
Região Nordeste, notadamente na Bahia e no Centro-Sul.
A reprodução da espécie é feita geralmente por meio de sementes, todavia, para cultivos 
comerciais, a técnica da estaquia tem demonstrado bons resultados, ampliando a viabilidade 
econômica da produção e diminuindo o tempo para a obtenção das mudas (ROSSI; AZEVEDO; 
SOUZA, 2003). 
Além da produção da acácia negra e da acácia australiana, enquanto espécies simples, 
também há a possibilidade de hibridar espécies. O caso de maior sucesso é o da formação do 
híbrido de A. mangium x A. auriculiformis. Segundo Rossi, Azevedo e Souza (2003), o potencial 
desse híbrido é notável pela associação da produção de troncos retilíneos de A. mangium com a 
capacidade de se autodebastar de A. auriculiformis, o que garanteuma produção mais homogênea 
de matérias-primas.
Os espaçamentos para esse cultivo são parecidos com os de eucaliptos e pinus, sendo 
3,0 x 2,0 m, para a obtenção de troncos mais grossos, ou 2,0 x 2,0 ou 2,5 x 2,0 m, para plantas 
com maior altura de tronco. Com sete anos de idade, a planta atinge, em média, 14 m de altura 
e possui cerca de 151 m³.ha-1 de madeira, com método de avaliação de preços semelhante ao 
utilizado para o eucalipto e para o pinus.
2.4. Cultivo de Teca
A espécie Tecnona grandis, popularmente conhecida por Teca, é uma árvore dos trópicos, 
adaptada especialmente à região amazônica. Ao contrário das espécies anteriores, a Teca tem 
uma vocação bastante específica: serrarias e indústrias moveleiras, dado o fato de sua madeira 
ter o dobro de densidade das demais espécies.
Trata-se de uma espécie da família Verbenaceae com hábito caducifólio (ou seja, 
com capacidade de perder suas folhas de tempos em tempos) e com crescimento sazonal. 
Caracteristicamente possui maiores dimensões que as espécies aqui apresentadas, sendo de ciclo 
médio a tardio, de acordo com a classificação exposta por Campos Filho e Sartorelli (2017). Seu 
tronco é retilíneo e com diâmetros que podem variar de 0,9 a 2,4 m (FIGUEIREDO; SÁ, 2015). 
As acácias não possuem o mesmo status científico ligado a 
pinus e eucalipto; assim, não é possível falar sobre um sistema 
de produção. Todavia, a literatura a respeito dessa cultura já está 
consolidada e apresenta informações agronômicas preciosas 
para que os profissionais da área possam tomar as decisões mais 
adequadas quanto ao manejo cultural.
Conheça mais a respeito do manejo cultural das acácias no 
seguinte link: 
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/46463/1/Doc-28.pdf.
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Figura 5 – Cultura da Teca. Fonte: CIFLORESTAS (2020).
A teca é originária do sudeste asiático e os primeiros plantios ocorreram no Sri-
Lanka, por volta de 1680. Naquela ocasião, as madeiras eram utilizadas para a construção de 
embarcações. Esta espécie surgiu em um ambiente tropical úmido, especialmente sob o efeito 
das chuvas de monções. Atualmente, a teca é conduzida na macrorregião sul da Ásia e na região 
amazônica, notadamente concentrada em Rondônia, Amazonas e Acre (VALVERDE et al., 2012; 
FIGUEIREDO; SÁ, 2015). 
Também são notados plantios em toda a dominialidade do bioma Amazonas e nas ilhas 
caribenhas. Contudo, são escassas as estatísticas acerca de áreas plantadas para a finalidade 
industrial no Brasil. Figueiredo e Sá (2015), ao analisarem os dados de produção de alguns estados 
produtores, trazem a estimativa de aproximadamente 70 mil hectares de plantação de teca, com 
um ritmo de crescimento de 2 a 3.000 hectares por ano, considerando o intervalo de 2003 a 2016.
Os dados sobre o manejo da cultura também são escassos, pois, das espécies exóticas, 
a teca é aquela que se encontra com um dos menores níveis de desenvolvimento de pesquisas 
científicas que elucidem o seu manejo. Basicamente sua produção de mudas se dá por sementeiras 
e repicagem, uma vez que o uso de técnicas de micropropagação e de cultura de tecidos ainda está 
em desenvolvimento (FIGUEIREDO; SÁ, 2015).
Os plantios comerciais da teca possuem espaçamentos de 3,0 x 2,0 m ou 3,0 x 3,0 m. 
Todavia são bastante verificados os plantios mistos em pequenas áreas, com espaçamentos 
maiores e com consórcios com outras espécies de porte menor, uma vez que a teca não tolera 
sombreamentos.
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Desbastes, podas, adubação de manutenção e corte são práticas comuns na condução das 
áreas com tecas. Embora seja possível se obter árvores com boa conformação antes de 25 anos, 
não se pode afirmar que seus parâmetros técnicos sejam os mais adequados. Antes de 25 anos, 
sua madeira tende a ser menos densa e há um afilamento demasiado ao final do tronco. Assim, os 
cortes finais são recomendados somente a partir de 25 anos após o plantio.
 
2.5. Espécies nativas mais produzidas
Conforme já explanado, as espécies nativas brasileiras, apesar de encontrarem campo 
fértil para seu desenvolvimento, ficam em segundo plano no aproveitamento de suas respectivas 
matérias-primas nas cadeias produtivas da silvicultura, devido aos atributos mais competitivos 
demonstrados pelas espécies exóticas.
As três espécies mais cultivadas, segundo Valverde et al. (2012), são a Seringueira (Hevea 
brasiliensis), o Paricá (Schizolobium amazonicum) e a Araucária (Araucaria angustifolia). Destas 
três, a que tem ganhado maior destaque é o Paricá, dado o seu ciclo mais curto e seu potencial de 
produção madeireira, sendo uma madeira de densidade leve, útil para a produção de laminados 
e compensados.
Já a seringueira é bastante explorada no contexto da produção de látex para a indústria de 
pneumáticos. Trata-se de uma árvore de porte elevado, podendo alcançar aproximadamente 30 
metros, sendo plantada em espaçamentos mais elevados (8,0 x 2,5 m). A partir de sua implantação, 
temos uma demora de quatro anos para se iniciar a produção de sementes e de 6 a 7 anos para o 
início da produção de látex, nas variedades enxertadas (IAPAR, 2019).
Ainda segundo Iapar (2019), o ciclo de produção da cultura é de aproximadamente 30 
anos, depois dos quais as árvores podem ser aproveitadas para a produção de energia ou para 
outras finalidades, tendo em vista a coloração clara de sua madeira.
Porém, o cultivo da seringueira encontra grandes dificuldades, dada a ação do fungo 
Mycrocyclus ulei, que promove o “mal das folhas”, doença de difícil controle, capaz de reduzir a 
produtividade do látex de modo dramático. Na atualidade, a pesquisa agropecuária já encontrou 
soluções para o controle dessa doença, basicamente ligadas ao melhoramento genético da cultura, 
porém são soluções relativamente eficazes, onerosas e que fazem o produtor tomar a decisão de 
abandonar o cultivo, dada a redução de sua viabilidade econômica.
A teca é uma espécie que ainda carece de pesquisas agronômicas 
mais aprofundadas, embora sua qualidade seja bastante 
reconhecida. Os dados técnicos existentes permitem conhecer o 
manejo da cultura, do plantio à colheita, mas não se configuram 
como um sistema de produção, tal como pinus e eucalipto.
Conheça mais a respeito do manejo cultural das tecas no 
seguinte link: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/
item/142552/1/25987.pdf .
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Por fim, a Araucária é uma das culturas que mais teve supressão de cultivo em relação 
ao Pinus. Com características bastante parecidas em termos botânicos e de aproveitamento para 
silvicultura, a Araucária não apresenta a mesma competitividade que o pinus, este último capaz de 
ser conduzido em climas sensivelmente mais quentes que os da Araucária. Desse modo, o cultivo 
de araucária fica destinado somente a nichos específicos de mercado, a exemplo da silvicultura, 
para a produção de alimentos (coleta do pinhão) e usos mais restritos para a produção de madeira 
e celulose.
Por mais vantagens que essas espécies tragam aos seus sistemas produtivos, devemos 
refletir sobre as possibilidades de garantir uma produção sustentável ao longo do tempo. No 
geral, monoculturas promovem um desgaste excessivo de solo, aclimatação de doenças e pragas e 
erosão genética intraespecífica, dada a larga preferência do produtor pelos espécimes melhorados. 
Ademais, as monoculturas não são integrativas, não se aproveitando das vantagens da integração 
entre cadeias produtivas, tal como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, a qual demonstra 
uma grande potencialidade de agregação de renda às propriedades rurais.
Desse modo, seria importante que os Tecnólogos em Agronegócios, que são profissionais 
tomadores de decisão, saibam dos benefíciosdas espécies já comentadas, mas também tenham 
em mente as possibilidades de diversificação produtiva que a silvicultura oferece. 
Apresentamos, nesta unidade, sete espécies florestais bastante frequentes nas 
áreas de produção brasileiras, porém, com nossa ampla biodiversidade, não seria 
possível elencar outras espécies para diversificar a produção?
A produção da silvicultura, extremamente concentrada em poucas espécies, reflete 
o modelo produtivo das commodities na agricultura, como as culturas da soja e 
do milho, as quais se apresentam insustentáveis do ponto de vista ambiental, 
econômico e social. Será que a silvicultura está se direcionando a este mesmo 
destino?
Este é um questionamento bastante interessante, não acha? Seria possível que 
o uso de poucas espécies, apresentando a tendência de serem conduzidas 
como monoculturas, dependendo de poucos fornecedores de insumos, seria um 
modelo adequado a uma exploração econômica conduzida majoritariamente por 
agricultores familiares?
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A silvicultura deve cumprir não somente com o papel de geradora 
de renda em suas cadeias produtivas, mas deve contribuir para a 
geração de um novo modelo de economia ecoeficiente e sustentável. 
Assim, a economia verde deve ser um dos novos paradigmas a 
serem alcançados por esta atividade.
Conheça mais sobre a relação da silvicultura com o conceito de 
Economia Verde, assistindo ao vídeo Silvicultura e indústria florestal para uma 
Economia Verde, disponível no seguinte link: https://youtu.be/qMhI4I_VwuY .
Campos Filho e Sartorelli (2017) apresentam, por meio do livro 
Guia de árvores com valor econômico, um compêndio com dezenas 
de espécies nativas que possuem aproveitamentos econômicos 
diversificados. Tais espécies se encontram separadas por tipos 
de ciclos (ciclo curto, médio e longo), além de trazer, de modo 
lúdico, informações sobre a condução da cultura.
Para ter acesso à obra, siga o link disponibilizado nesta referência: 
CAMPOS FILHO, E. M.; SARTORELLI, P. A. R. Guia de árvores com valor econômico. 
São Paulo: Agroicone, 2015. 141 p. Disponível em: 
https://cutt.ly/8tTt5DG. Acesso em: 20 out. 2019.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado estudante, nossa segunda unidade foi bastante produtiva no sentido de nos 
aprofundarmos um pouco mais na dinâmica da silvicultura brasileira.
Por meio desta unidade, conhecemos as dificuldades enfrentadas no cultivo de espécies 
nativas. Embora estejam plenamente adaptadas ao contexto edáfico e climático, doenças e pragas 
podem ser mais severas, uma vez que a convivência entre estes entes biológicos se deu em maior 
escala de tempo, em comparação a uma espécie exótica. Ademais, as espécies nativas apresentam 
uma demora demasiada em seu desenvolvimento e nem sempre atendem as necessidades das 
cadeias produtivas de modo tão eficiente quanto uma espécie exótica. Desse modo, são poucas as 
espécies nas quais as cadeias produtivas da silvicultura possuem interesse e, por conseguinte, são 
poucas as espécies sobre as quais há estatísticas de cultivo bem desenvolvidas e conhecimentos 
botânicos e agronômicos consolidados.
Neste sentido, a silvicultura brasileira se embasa preponderantemente nas espécies exóticas, 
a exemplo do Eucalipto, Pinus, Acácia e Teca. Para cada uma destas espécies, desenvolvemos uma 
breve análise quanto aos seus aspectos botânicos e econômicos, apresentando dados que nos 
levam a compreender a produtividade e a destinação de cada espécie. Ademais, também demos 
o devido direcionamento literário para que você possa conhecer, de modo mais aprofundado, as 
características agronômicas de cada espécie.
Também apresentamos, de modo mais sucinto, as características de três espécies nativas 
de destaque no Brasil: Seringueira, Paricá e Araucária, dando especial destaque aos seus produtos 
e à sua potencialidade.
Ainda, apresentamos uma reflexão sobre a necessidade de decisões assertivas por parte 
dos Tecnólogos em Agronegócio. Para que tais decisões assumam esta característica, se torna 
necessário diversificar a produção e conhecer as potencialidades das espécies nativas e também 
das exóticas, em uma tentativa de agregar renda aos sistemas produtivos.
Espero que você tenha gostado de nossa segunda unidade e de nossas reflexões. Espero 
por você em nossa terceira unidade, para continuarmos nesta trilha do conhecimento sobre a 
Silvicultura.
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U N I D A D E
03
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................................................37
1 CONCEITO SOBRE MANEJO AGRÍCOLA E FLORESTAL .........................................................................................38
2 ELEMENTOS COMPONENTES DO MANEJO FLORESTAL ..................................................................................... 41
2.1 ANÁLISE DE VIABILIDADE DA IMPLANTAÇÃO DA SILVICULTURA EM UMA PROPRIEDADE RURAL ........... 41
2.2 PREPARO DE SOLOS ............................................................................................................................................45
2.3 CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS, PRAGAS E DOENÇAS ............................................................................47
2.4 PLANTIO .................................................................................................................................................................49
2.5 MANEJO PÓS-PLANTIO .......................................................................................................................................50
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................................................................52
MANEJO FLORESTAL
PROF. ME. TIAGO RIBEIRO DA COSTA 
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
CADEIA PRODUTIVA DA SILVICULTURA
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Meu caro estudante, bem-vindo à nossa terceira unidade!
Como estamos avançando, não é mesmo? Mal começamos nossos estudos e já estamos na 
metade de nosso material sobre Cadeias Produtivas da Silvicultura.
Espero que todos os conteúdos estejam claros e que você esteja assimilando as informações 
de modo adequado. Lembre-se de que as informações que estamos fornecendo neste material 
são importantes, porém básicas, o que exige uma busca ativa de sua parte para que você possa 
aprender sobre o universo da silvicultura de modo mais detalhado.
Em nossas duas primeiras unidades, buscamos caracterizar a parte econômica das cadeias 
produtivas da silvicultura, descrevendo-as e apresentando as principais espécies cultivadas. 
Chegamos à conclusão de que tais cadeias apresentam dinamismo ímpar e, embora estejam 
densamente embasadas em espécies exóticas, há uma tendência de se inserir também algumas 
espécies nativas, especialmente em pequenas áreas.
A partir deste momento, nesta terceira unidade, tentaremos caracterizar o manejo de 
campo das espécies florestais, todavia, você já deve ter percebido um aspecto de manejo, quando 
falamos das espécies, em nossa unidade anterior: todas as espécies exigem uma sequência de etapas 
de campo para que sejam implantadas e conduzidas, a exemplo do preparo de solo, adubação, 
coveamento, sulcamento, coroamento, adubação de formação, adubação de manutenção, 
desbastes e podas, além, é claro, do controle de pragas e doenças.
Apresentaremos uma síntese da significância desses passos e, quando necessário, faremos 
uma abordagem mais direcionada às espécies que apresentam estes passos de modo mais intenso. 
Assim, esperamos que você, ao final desta unidade, consiga compreender como é o manejo de 
campo da silvicultura, de modogeral, aplicando seus conhecimentos em sua futura atuação 
profissional.
Boa leitura e continue tendo uma excelente caminhada nesta jornada do conhecimento!
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1 CONCEITO SOBRE MANEJO AGRÍCOLA E FLORESTAL
 
Figura 1 – Floresta de Pinus. Fonte: Klerk (2016).
Antes de adentrarmos especificamente nas estratégias de manejo ligadas à silvicultura, 
devemos fazer uma breve reflexão sobre o que vem a ser o termo “manejo”.
O termo “manejo” é comum em uma diversidade de áreas da ciência, todavia, nas ciências 
agrárias, o termo em questão se repete em uma diversidade de cenários. Podemos manejar o solo, 
microrganismos, pequenos e grandes animais e também as culturas agrícolas, de modo geral.
Em um sentido amplo, manejar significa produzir matérias-primas com a otimização de 
recursos, ou seja, produzir o máximo possível, considerando o uso coordenado de recursos, o 
qual permita a economicidade, ao mesmo tempo em que garanta uma produção em qualidade e 
quantidade satisfatórias.
Por conta do manejo é que falamos, por exemplo, em sistemas de produção. Em tais 
sistemas, buscamos caracterizar a fundo a espécie de trabalho para que possamos conhecer os 
recursos necessários à sua produção. Em seguida, alinhamos tais recursos em ordem de uso 
e expomos alternativas para que a produção ocorra de modo mais fácil ou econômico. Por 
fim, definimos estratégias para serem utilizadas quando alguns “escapes” ocorrem, como, por 
exemplo, a ocorrência de ectoparasitas em animais, ou mesmo, ocorrência de plantas daninhas 
nos plantios de grandes culturas.
Desse modo, além de considerarmos o manejo com a nuance de otimização do uso dos 
recursos, também devemos considerar o manejo como um conjunto de estratégias coordenadas 
e previamente planificadas que permitem produzir sem maiores percalços.
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Ademais, o manejo é o único elemento que o ser humano consegue manipular de acordo 
com suas necessidades, pois clima e solo são elementos naturais, os quais o ser humano não 
consegue modificar, a não ser que esses pilares produtivos (clima e solo) sejam “domesticados” 
para pequenas explorações, como é o caso dos cultivos protegidos.
Uma vez que compreendemos a base do conceito do termo manejo, podemos evoluir para 
a inserção de tal conceito na produção de espécies florestais. Para tanto, vamos nos utilizar dos 
seguintes conceitos: Manejo Florestal; Manejo Florestal Sustentável e Plano de Manejo Florestal. 
Tais conceitos são trazidos no Quadro 1.
Manejo1 “Todo e qualquer procedimento que vise à intervenção em um ecossistema ou em uma população”.
Manejo Florestal2
“Manejo florestal é a utilização racional e ambientalmente adequada 
dos recursos da floresta. Manejo é uma atividade econômica oposta 
ao desmatamento, pois não há remoção total da floresta e mesmo 
após o uso o local manterá sua estrutura florestal. O manejo bem 
feito segue três princípios fundamentais: deve ser ecologicamente 
correto, economicamente viável e socialmente justo. O princípio da 
técnica de exploração de impacto reduzido - principal ferramenta do 
manejo florestal - é extrair produtos da floresta de maneira que os 
impactos gerados sejam mínimos, possibilitando a manutenção da 
estrutura florestal e sua recuperação, por meio do estoque de plantas 
remanescentes. Diversificar a produção é um dos princípios mais 
importantes para o uso sustentável dos recursos florestais.”
Somente o manejo, enquanto pilar produtivo, é modificável pelo ser humano, 
considerando a silvicultura?
 Esta é uma discussão interessante e, de modo geral, o ser humano somente 
domina o manejo, enquanto pilar produtivo, para produzir espécies florestais, uma 
vez que não há a possibilidade de se modificar clima e solo, conforme exposto. 
Todavia, podemos modificar estes dois últimos pilares (clima e solo) caso nos 
utilizemos dos cultivos protegidos, e a silvicultura, em algum momento de sua 
cadeia produtiva, se utiliza de tais cultivos, especialmente na produção de mudas.
Abordaremos sobre o uso de cultivos protegidos em nossa última unidade!
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Manejo Florestal 
Sustentável3
“Manejo Florestal Sustentável é a administração da floresta para 
obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-
se os mecanismos de sustentação do ecossistema objeto do manejo 
e considerando-se, cumulativa ou alternativamente, a utilização de 
múltiplas espécies madeireiras, de múltiplos produtos e subprodutos 
não-madeireiros, bem como a utilização de outros bens e serviços 
florestais.”
Plano de Manejo4
“(1) documento técnico com fundamento nos objetivos gerais de uma 
unidade de conservação que estabelece as normas de uso da área e o 
manejo dos recursos naturais. (2) documento técnico elaborado por 
pessoa ou instituição especializada, no qual são descritos os métodos e 
processos adotados para conduzir uma área destinada à exploração de 
uma atividade agrícola, florestal ou pecuária envolvendo aspectos como: 
preservação ambiental, uso do solo, da água, dos recursos naturais, 
tipo de fertilizantes e defensivos, tratamento dos animais, tratamento 
dos efluentes etc. (3) instrumento para ordenar as ações dentro de uma 
Unidade de Conservação. É um documento técnico que, respeitando 
os objetivos gerais da Unidade de Conservação, estabelece o seu 
zoneamento e as normas que regem o uso da área, orientando o manejo 
dos recursos naturais e a implantação das estruturas físicas necessárias 
à gestão e planejamento da Unidade, assegurando a manutenção do 
equilíbrio dos recursos naturais.”
Quadro 1 – Demonstração dos principais conceitos ligados ao Manejo Florestal. Fonte: 1-Ormond (2006); 2- Brasil 
(2019c); 3- Brasil (2019a); 4- Ormond (2006).
Com base no Quadro 1, podemos verificar que todos os conceitos de manejo são ligados 
a uma intervenção sobre um agroecossistema, de maneira a modificá-lo de forma tecnológica, 
para a obtenção de produtos desejados, neste caso, matérias-primas florestais, com o mínimo de 
impacto possível, permitindo sua sustentação ao longo dos anos. Esta sustentação diz respeito aos 
próprios produtos florestais, como também à própria atividade da silvicultura, do ponto de vista 
de sua sustentabilidade econômica, social e ambiental.
Desse modo, compreende-se que o Manejo de Florestas deve ser realizado de maneira a 
otimizar os recursos do produtor para que a produção se mantenha estável e equilibrada com o 
ambiente, sendo o pilar mais importante para a produção de espécies florestais.
O manejo de florestas é tão relevante que, para sua manutenção ou mesmo conservação 
ambiental, são elaborados planos de manejo, aos moldes preconizados pelo Ministério do Meio 
Ambiente, que visam expor as maneiras necessárias para se conduzir áreas que foram degradadas 
ou densamente exploradas.
 Esta condução é planejada de modo a estabelecer prazos, recursos e responsabilidades 
na implantação, manutenção e manejo das espécies florestais de aproveitamento econômico. 
Ademais, tais planos estabelecem estratégias de contingência aos possíveis impactos que possam 
ser gerados na recuperação ambiental ou mesmo no aproveitamento dos produtos oriundos das 
florestas.
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Agora que compreendemos os aspectos conceituais sobre o manejo florestal, vamos 
discutir sobre seus elementos, de modo cronológico quanto à implantação e manutenção de uma 
floresta.
2 ELEMENTOS COMPONENTES DO MANEJO 
FLORESTAL
2.1 Análise de Viabilidade da Implantação da Silvicultura em 
uma Propriedade Rural
Uma propriedade rural que pretenda implementar a silvicultura deve, inicialmente, 
contar com a presença de profissionaishabilitados para avaliar seu ambiente produtivo. 
Com base em análises topográficas, as quais indicam o relevo e as declividades do terreno; 
análises físico-químicas de solo, as quais fornecem subsídios para uma correta classificação de 
solos; análises de recursos hídricos, as quais permitem inferir sobre a existência de fontes de 
água para a implantação de sistemas de irrigação; análises de logística e de mercado, as quais 
estabelecem se há viabilidade em se produzir produtos florestais; e análises de padrões tecnológicos 
do produtor, os profissionais habilitados são capazes de compreender se a produção de árvores é 
indicada ao produtor e em qual posição de sua propriedade se indica a implantação das árvores.
Em termos de viabilidade econômica, não existe um consenso na literatura que indique 
a distância máxima entre unidades produtoras de árvores e indústrias processadoras, até mesmo 
porque a simples análise de distâncias não é capaz de indicar peculiaridades loco-regionais, como 
o estado de conservação das estradas. Desse modo, uma simples análise de distâncias não é capaz 
de definir se a produção de árvores em uma propriedade rural é ou não viável.
Um simples exemplo do caso descrito pode nos auxiliar a compreender como a distância 
entre unidades produtoras e processadoras são elementos relativos na análise: unidades de 
produção de madeira que se localizam na região de Botucatu, São Paulo, distam aproximadamente 
250 km de uma unidade de processamento de papel e celulose, que se encontra na Região 
Metropolitana de São Paulo. O acesso é feito totalmente por meio de estradas duplicadas e com 
ótimas condições de pavimentação. 
Embora existam modalidades diferenciadas de florestas, a 
criação de Planos de Manejo obedece aos mesmos critérios e 
passos metodológicos. Assim, para que você conheça de modo 
mais aprofundado quais são os passos a serem seguidos para 
se compor um plano de manejo florestal, creio ser pertinente 
proceder à leitura do material indicado a seguir.
SOUZA, J. L.; VIEIRA, C. L.; SILVA, D. C. B. Roteiro metodológico 
para elaboração de plano de manejo para reservas particulares do patrimônio 
natural. Brasília: ICMBio, 2015. 86 p. Disponível em: 
https://cutt.ly/ZtTgz4V . Acesso em: 25 out. 2019.
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Por sua vez, unidades de produção de madeira que se localizam em Mauá da Serra, 
Paraná, distam somente 80 km de uma unidade de processamento de papel e celulose que se 
localiza em Ortigueira, Paraná. O acesso é feito por pistas simples e sinuosas, com pavimentação 
regular. Nestes dois casos, é notável a influência da qualidade dos acessos na formação de custos 
de produção e, por consequência, na análise de viabilidade da condução da silvicultura.
Desse modo, a análise de viabilidade econômica deve projetar todos os custos de produção 
da propriedade avaliada, além de analisar, de modo particularizado, todas as questões logísticas 
(custos de transporte) para que se defina sobre a implantação da atividade de produção de árvores 
em uma propriedade rural.
Por sua vez, quando consideramos os recursos naturais da propriedade (relevo, declividades 
e solos), podemos nos utilizar do método de Capacidade de Uso das Terras. Tal método permite 
interpretar a real capacidade de uma determinada porção de terras (sistematizadas ou não em 
talhões), de modo que a exploração a ser inserida nessas terras deve respeitar essa capacidade, 
sob pena de promover a degradação de solos, caso façamos uma exploração acima da capacidade 
de suporte do solo.
O sistema é estabelecido de modo hierárquico, em grupos, classes, subclasses e unidades 
de uso, da forma como segue:
Grupos:
Os grupos se subdividem em A, B e C, letras que indicam o grau de intensidade 
do uso da terra:
Grupo A – terras passíveis de qualquer utilização, de acordo com as indicações 
das restrições das classes de I a IV.
Grupo B – terras impróprias para cultivos intensivos e extensivos, suportam 
cultivos, pastagens e reflorestamentos com restrições, de acordo com as 
limitações das classes V a VII.
Grupo C – terras impróprias para qualquer tipo de cultivo, sendo próprias para 
proteção e abrigo de flora e fauna, recreação ou turismo, correspondendo à classe 
VIII. Outros tipos de terreno, como rochas, praias e áreas urbanas, impróprios 
para cultivo, estão no Grupo C.
Classes:
As classes são nomeadas por algarismos romanos de I a VIII, os quais indicam 
o grau de limitação de uso. Cada classe tem o mesmo grau de limitação, ou seja, 
tem a mesma limitação de uso ou o mesmo risco potencial de degradação.
Subclasses:
Indicam o tipo de limitação, agrupado nas subclasses: erosão, solo, água e clima.
Unidades:
Especificam a natureza da limitação da subclasse e são importantes para orientar 
a recomendação de uso, e as práticas de manejo específicas (SÃO PAULO, 2019).
Ademais, apresentam-se as recomendações de uso para cada classe:
Recomendação de Uso, Manejo e Práticas Conservacionistas:
Classe I – Apta para quaisquer culturas, sem práticas de conservação e correção 
do solo.
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Classe II – Apta para quaisquer culturas, desde que adotadas práticas simples de 
conservação e correção do solo.
Classe III – Apta para culturas, com práticas complexas de conservação e 
correção do solo.
Classe IV – Apta para cultivos com mínimo revolvimento do solo; adotando 
práticas complexas de conservação do solo, pode ser utilizada para manejos que 
expõem o solo ou mantém o solo sem cobertura em algum período, apenas em 
cultivos ocasionais ou em extensão bastante limitada.
Classe V – Culturas, pastagens e reflorestamento apenas em situações especiais, 
indicadas em função do tipo de limitação, em geral excesso de água, com práticas 
de conservação do solo e da água.
Classe VI – Apta para culturas permanentes, protetoras do solo ou cultivos de 
pequena extensão com boa cobertura no solo, para pastagens bem manejadas e 
reflorestamentos com práticas de conservação do solo.
Classe VII – Apta apenas para pastagens bem manejadas, reflorestamentos e 
cultivos perenes de espécies arbóreas com práticas complexas de conservação do 
solo e manutenção constante de cobertura no solo.
Classe VIII – Impróprias para culturas, pastagens ou reflorestamentos. Servem 
como abrigo e proteção para a fauna e flora silvestres, ambiente para recreação 
e armazenamento de água. Encontram-se também nesta classe as áreas com 
restrição ao uso agrícola estabelecidas pela legislação, denominadas de Áreas de 
Preservação Permanente - APP (SÃO PAULO, 2019).
As classificações podem ser interpretadas ainda sob a face do máximo retorno econômico, 
ou seja, dentro de uma determinada classificação, a atividade correspondente é a que daria o 
máximo retorno. Por exemplo, se investíssemos em silvicultura em uma área que consiga 
suportar culturas anuais como soja ou milho, poderíamos ter o máximo retorno da silvicultura, 
porém seria mais viável economicamente investir nas grandes culturas, pelo maior retorno de 
investimentos ligados a essas culturas.
Sob este enfoque, a viabilidade na implantação da silvicultura se faz ideal a partir do 
grupo B e classe V, que são terras que apresentam problemas de conservação, os quais as grandes 
culturas (anuais e perenes) não são capazes de suplantar, mesmo que com estratégias adequadas 
de manejo de solos.
Uma vez que se determina qual é a área em que a silvicultura deve ser implantada, se 
inicia o planejamento espacial dos talhões, estradas e aceiros.
Segundo Ramos et al. (2006), o talhão é uma subdivisão da área destinada a uma exploração 
agrícola que permite homogeneizar operações, seja por características particulares da área, ou 
considerando o isolamento de uma cultivar. Ainda, a subdivisão em talhões deve ser pensada em 
termos de escalonamento de produção, uma vez quepodemos plantar as espécies, por talhão, em 
tempos diferenciados, para que possamos ter as operações de manejo adequadamente espaçadas 
no tempo (desbastes, desramas, adubação, cortes etc.). No geral, recomenda-se que os talhões 
tenham uma área total entre 5 e 10 hectares (RAMOS et al., 2006). Um exemplo de subdivisão de 
uma área em talhões pode ser verificado por meio da Figura 2.
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Figura 2 – Segmentação da área agrícola em talhões. Fonte: Ramos et al. (2006, p. 10).
Ramos et al. (2006) ainda expõem que os talhões devem ser interligados por carreadores 
e estradas, de modo que tais estradas permitam o escoamento da produção e mesmo o trânsito 
de máquinas. Não existe uma largura ideal para estes acessos, contudo o produtor e seu assistente 
técnico devem ter em mente, principalmente, o transporte das toras por meio de caminhões 
específicos.
Além disso, um último elemento a ser inserido, em termos espaciais, é o aceiro. Por 
definição, o aceiro é uma área de recuo entre a estrada/carreador e a área de plantio, a qual 
existe para evitar o alastramento de focos de incêndio para o interior da floresta. Também não 
existem dimensões fixas para este aceiro e o agricultor e seu assistente técnico devem ter em 
mente as possibilidades de incêndios e outros fatores ambientais para aumentar ou diminuir 
esse recuo. Geralmente os aceiros internos à propriedade rural possuem cerca de 5,0 metros de 
largura (RAMOS et al., 2006).
Ademais, as áreas de aceiros podem ser utilizadas como barreiras fitossanitárias para 
evitar a deriva de agrotóxicos em todos os sentidos (de dentro da área florestal para fora e vice-
versa), além de servir como carreadores internos para o trânsito de pequenos veículos. A Figura 
3 apresenta um esquema de instalação dos aceiros.
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Figura 3 – Esquema de implantação dos aceiros. Fonte: Ramos et al. (2006, p. 9).
2.2 Preparo de solos
Uma vez que as áreas foram escolhidas, o silvicultor e seu assistente técnico devem realizar 
a limpeza da área, que consiste em retirar todo e qualquer obstáculo do talhão, permitindo o 
livre trânsito de máquinas, além de permitir o dimensionamento das estruturas de contenção das 
erosões, caso o declive dos talhões seja superior a 3%.
 
Figura 4 – Trator destinado à limpeza da área florestal. Fonte: Novotný (2014).
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A limpeza da área vai depender de seu estado prévio. Para a limpeza da área, o silvicultor 
deve considerar a presença de afloramentos rochosos, tocos de árvores já retiradas (tecnicamente 
chamados de cepas), plantas daninhas ou invasoras e, até mesmo, afloramentos de água. 
Neste último caso, o silvicultor deve observar que tipo de afloramento de água existe no 
local. Caso haja um excesso de chuvas, é natural que, em rampas mais declivosas, as águas aflorem 
de modo intermitente e efêmero, o que não constitui uma mina d’água (afloramento permanente). 
Desse modo, o silvicultor deve manejar a área para permitir sua drenagem, evitando, assim, 
possíveis desagregações de solo que possam causar futuras erosões. 
Caso o afloramento de água seja permanente, o silvicultor deve protegê-lo nos termos 
da Lei Federal 12.651/2012 (Código Florestal Brasileiro), que prevê a implementação de 
Área de Preservação Permanente – APP, em um raio de 50 metros a partir do afloramento. A 
implementação desta APP obrigatoriamente deve ser feita com espécies nativas.
Conforme observado, a limpeza da área pode envolver o uso de simples ferramentas 
manuais, quando se considera uma área familiar pequena e com disponibilidade de mão 
de obra, ou pode envolver máquinas e equipamentos mais pesados, como o caso de tratores, 
motoniveladoras, pás carregadeiras, grades aradoras e niveladoras, escarificadores e subsoladores 
(estes últimos utilizados quando se constata elevada resistência do solo à penetração de raízes).
Uma vez que a limpeza pode exigir o revolvimento de solo (popularmente conhecido 
como “tombamento”), este pode ser o momento ideal para se fazer a correção dos nutrientes 
do solo e de sua acidez. Para tanto, exige-se que, antes da limpeza, seja feita uma criteriosa 
amostragem estratificada do solo (em pelo menos duas camadas, sendo a primeira de 0,0 a 0,2 m 
de profundidade e a segunda entre 0,4 e 0,8 m de profundidade), para que sejam obtidos dados 
relacionados às quantidades de macro e micronutrientes. Ademais, por meio destas amostras, são 
obtidos dados analíticos relacionados ao pH do solo.
Mediante o estado nutricional do solo e as exigências das espécies que se pretende 
implantar, é realizada a correção. Esta correção visa disponibilizar às plantas, ao menos em seu 
estabelecimento, condições ideais para seu desenvolvimento e máxima expressão genética de 
produtividade. 
No geral, pelo fato de o solo estar revolvido, a aplicação de fertilizantes e corretivos se dá 
a lanço, sobre o solo, contudo a estratégia para correção deverá ser definida pelos profissionais 
habilitados para tal, a exemplo dos Engenheiros Agrônomos, Engenheiro Florestal e Técnicos 
Agrícolas.
Uma vez que os talhões se encontram limpos e nutricionalmente corrigidos, é hora de 
sistematizar as estruturas de contenção das águas das chuvas. Isso deve ser feito pelo sistema de 
terraceamento e por estruturas complementares, como caixas de contenção.
É comum que os terraços sejam construídos em desnível, dadas as maiores declividades 
dos terrenos destinados à silvicultura. Acima de 12% os terraços precisam ser construídos em 
desnível para promover a drenagem da área. Já abaixo disso (entre 3% e 8%) os terraços são 
construídos em nível e permitem a infiltração das águas no solo.
Os terraços também são construídos de acordo com métodos teóricos já sacramentados 
na literatura (CAVIGLIONE, 2010), os quais consideram as perdas de solo em função das chuvas, 
da própria erodibilidade do solo e da cobertura que sobre ele é praticada. Vale dizer que, assim 
como para a correção de solos, é necessária a presença de um Engenheiro Agrônomo, Engenheiro 
Florestal, Técnicos Agrícolas ou outro profissional habilitado para dimensionar corretamente os 
terraços.
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2.3 Controle de Plantas Daninhas, Pragas e Doenças
A limpeza da área, tratada na seção anterior, já é uma estratégia eficaz para controlar 
plantas daninhas, pragas e doenças. O revolvimento de solo promove uma incorporação dos 
restos vegetais das plantas daninhas dilaceradas pela ação dos implementos agrícolas. Isso se 
potencializa quando o silvicultor faz o controle químico prévio ao revolvimento de solo. Tal 
controle serve para inibir a produção de sementes de plantas daninhas, as quais poderiam gerar 
uma nova população de plantas daninhas, com uma grande velocidade após a sistematização da 
área. 
A ampla velocidade de alastramento das plantas daninhas após a sistematização da área 
(limpeza, correção de solo e terraceamento) se deve à baixa competição que as plantas daninhas 
teriam em obter os recursos para sua sobrevivência. Assim, o controle químico antes da limpeza é 
usual e ainda depois da limpeza, para evitar que as plantas daninhas atrapalhem o desenvolvimento 
das mudas de espécies florestais, quando da sua implantação.
Já o controle de pragas e doenças é feito também pelo revolvimento do solo. Isso se deve 
à exposição das camadas subsuperficiais do solo à luz do sol. A exposição à luz solar elimina 
nematoides, larvas de insetos e ainda microrganismos patogênicos. 
Contudo, algumas pragas podem resistir a esse processo, como é o caso das formigas, 
muito mais por sua astúcia em se movimentar e fugir de áreas manejadas doque por sua resistência 
à luz solar (embora o exoesqueleto desses insetos, formado basicamente de quitina, seja bastante 
resistente à luz do sol).
Assim, o silvicultor deve se utilizar de técnicas direcionadas ao controle de tais pragas. 
Ramos et al. (2006) indicam duas etapas para esse propósito:
a. Controle prévio, feito a 60 dias da limpeza: neste caso, o silvicultor deve vistoriar a área 
em busca de formigueiros visíveis, destruindo-os e inserindo gasolina ou óleo diesel em 
seu “olho” (algo que particularmente não recomendo, pois a depender do número de 
formigueiros, a contaminação ambiental pode ser severa). Assim, indica-se a aplicação de 
formicidas na lateral do “olho” ou ainda no caminho das formigas (chamado de “carreiro”).
Os terraços são estruturas fundamentais para a conservação de 
solos, ainda mais nos solos que são destinados à silvicultura, 
geralmente de texturas mais arenosas e declivosos, portanto, 
sujeitos aos processos erosivos.
Aprofunde seus conhecimentos sobre o terraceamento acessando 
o seguinte link: 
https://www.embrapa.br/documents/10180/13599347/ID01.pdf.
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Figura 5 – Formigas em florestas plantadas. Fonte: Topcools tee (2019).
b. Controle prévio, feito a 20 dias antes da limpeza: neste caso, o controle é feito pela 
distribuição de porta-iscas, sob uma taxa de 20 porta-iscas por hectare (distribuídos 
com espaçamento de 25x20 m). Esses porta-iscas podem ser comprados em casas 
agropecuárias, ou podem ser criados pelo próprio silvicultor, se utilizando de bambus ou 
garrafas pet. A distribuição dos porta-iscas se encontra esquematizada na Figura 6.
Figura 6 – Distribuição dos porta-iscas. Fonte: Ramos et al. (2006, p. 17).
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É necessário salientar que, caso haja uma área florestada por perto (seja formada por 
espécies nativas ou exóticas), haverá a necessidade de se controlar as formigas também nessas 
áreas, em uma faixa vegetada de 30 metros a partir do limite do talhão que será limpo. Ademais, 
é necessária a vistoria periódica do silvicultor para abastecer os porta-iscas, durante esta segunda 
etapa do controle prévio até a limpeza da área. 
Outrossim, o manuseio das iscas deve ser realizado sob a supervisão de um profissional 
habilitado, que indicará os procedimentos adequados e os Equipamentos de Proteção Individual 
específicos para uma operação segura em campo.
Vale dizer que o controle de pragas, doenças e plantas invasoras, em condições normais, 
é realizado da maneira como foi descrito; contudo, variações nos processos, dependentes das 
peculiaridades da área, devem ser consideradas e tecnicamente desenvolvidas com a finalidade 
de deixar a área devidamente preparada para a imposição das mudas e para o início do manejo 
de formação do campo.
2.4 Plantio
Com os talhões sistematizados, com seus solos corrigidos, com as estruturas de contenção 
das enxurradas superficiais construídas e tendo realizado o controle de pragas, doenças e plantas 
invasoras, é hora de proceder a uma das atividades mais importantes do processo: o plantio.
Plantar é uma operação relativamente simples, exigindo apenas um correto planejamento 
sobre a distribuição das linhas de plantio e sobre a abertura das covas ou sulcos onde serão 
depositadas as mudas.
A distância entre as plantas e entre as linhas das plantas depende da espécie a ser utilizada 
e, no geral, permite a inserção de 1.000 a 2.500 plantas por hectare. Com os espaçamentos 
definidos, cabe ao silvicultor proceder à abertura de cova, de forma manual ou mecânica, ou à 
abertura de sulcos de plantio, caso disponha de implementos para essa finalidade.
No plantio, é comum se realizar a inserção de adubação de plantio e de hidrogéis, 
polímeros capazes de absorver várias vezes o seu volume em água. Ademais, alguns manejos 
mais tecnificados investem na inserção de microrganismos liofilizados, em forma de calda, de 
modo que tais microrganismos, uma vez reidratados, são capazes de mobilizar mais facilmente 
alguns nutrientes, a exemplo do fósforo e do nitrogênio, essenciais para a formação de raízes e 
crescimento da parte vegetativa. No geral, os insumos devem ser depositados no fundo da cova 
ou sulco, ou ainda em sua lateral, em sulcos menores, que servem para essa finalidade.
Na fase de plantio ainda, o silvicultor pode investir na implantação de adubos verdes, 
implantando leguminosas de pequeno porte entre as linhas de árvores, ou poderá investir no 
plantio de gramíneas, como as braquiárias, que possuem grande potencial de cobertura de solos 
e de ciclagem de nutrientes, uma vez que suas raízes são profundas, trazendo nutrientes das 
camadas mais profundas do solo para a superfície.
Com as futuras operações de roçagem das entrelinhas, tais nutrientes ficam disponibilizados 
às mudas e árvores em formação. Além disso, a melhoria do microclima local (aumento de 
umidade de redução da amplitude térmica) e a redução da incidência de plantas daninhas são 
outros bons argumentos para que o silvicultor invista nesse tipo de plantio consorciado. 
O maior cuidado para esse tipo de consórcio é a constante necessidade de evitar a 
cobertura das mudas ou das árvores em formação, roçando a projeção da copa das árvores na 
linha inteira ou roçando apenas o colo de cada planta, atividade conhecida como coroamento. 
Por vezes, o aumento do espaçamento entrelinhas é bem-vindo para consórcios com braquiária, 
elevando-se de 2,5 para 5,0 ou até 10,0 m, caracterizando o espaçamento utilizado pela Integração 
Lavoura-Pecuária-Floresta.
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Com as mudas presentes na lavoura, procede-se à sua implantação nas covas ou sulcos, 
por meio de pressão manual ou mecânica, para sua melhor fixação ao solo. A área da linha de 
plantio deve estar limpa. Para tanto, coroá-la ou mesmo proceder à sua roçagem, caso necessário, 
são estratégias a serem tomadas.
Em nossa última unidade, faremos uma breve abordagem sobre a qualidade das mudas e 
seu processo de transporte e manejo em campo, uma vez que o tema da unidade está relacionado 
a este assunto.
2.5 Manejo Pós-Plantio
Após o plantio, as vistorias de campo precisam ocorrer periodicamente para que sejam 
detectados, antecipadamente, problemas relacionados à infestação de pragas (especialmente 
formigas), doenças e, principalmente, matocompetição.
Nesta unidade, já ilustramos formas de se controlar as formigas. Não há muita variação 
nessa forma de controle. Já para as demais pragas e doenças, há a necessidade de se identificar quais 
são e estabelecer o controle específico, tarefa delegada aos Engenheiros Agrônomos, Engenheiros 
Florestais e outros que possuam habilitação para recomendação de controles fitossanitários.
Por sua vez, o controle de plantas daninhas deve ser constante; contudo, com uma 
aplicação mais cuidadosa de herbicidas, uma vez que sua deriva pode promover efeitos de 
fitotoxidade nas árvores em formação. Desse modo, existem duas soluções possíveis: o uso de 
roçadeiras mecânicas ou enxadas e o uso de controle químico direcionado. Em ambos os casos, a 
intenção é manter o tamanho das plantas daninhas controlado até o momento em que as árvores 
exerçam o sombreamento necessário para controlar, por si só, as plantas invasoras. 
A esse respeito, devemos lembrar que algumas espécies florestais possuem compostos 
alelopáticos, ou seja, compostos produzidos por seu metabolismo e que são capazes de interferir 
na vida de outros seres, de forma positiva ou negativa. Um clássico exemplo é o do eucalipto, que 
possui compostos químicos em suas folhas, os quais inibem a germinação de sementes de plantas 
invasoras (SOUZA; CARDOSO, 2013). Tal fato facilita o controle de plantas daninhas no cultivo 
do eucalipto.
Asadubações de formação e manutenção também são um manejo de destaque e devem 
ser realizadas de acordo com as recomendações técnicas para cada cultura trabalhada. No geral, 
os adubos são aplicados em sua forma granulada na projeção da copa das árvores ou em seu colo, 
incorporados, quando do processo de coroamento (RAMOS et al., 2006).
Além dos referidos manejos, existem outros que são executados periodicamente de 
acordo com as características da cultura, quais sejam: Desrama, Desbaste e Talhadia.
A desrama consiste em, anualmente, na época do inverno, retirar os ramos baixeiros, 
ainda verdes, quando a copa atinge de 3 a 4 metros. A retirada dos ramos depende da altura da 
planta. Ramos et al. (2006) propõem o seguinte esquema de desrama:
• Quando a planta possui de 3,0 a 4,0 m de altura, a altura da desrama será de 1,0 a 1,5 m.
• Quando a planta possui de 6,0 a 7,0 m de altura, a altura da desrama será de 2,5 a 3,0 m.
• Quando a planta possui de 8,0 a 10,0 m de altura, a altura da desrama será de 4,0 a 5,0 m.
• Quando a planta possui de 10,0 a 12,0 m de altura, a altura da desrama será de 6,0 a 7,0 m.
• Quando a planta possui de 15,0 a 18,0 m de altura, a altura da desrama será de 9,0 a 12,0 m.
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Desse modo, todos os ramos que estiverem presentes até a altura limítrofe de desrama 
deverão ser retirados com ferramentas específicas, considerando que o silvicultor está lidando 
com plantas produtoras de madeira para serrarias. Plantas acima de 18,0 m de altura não precisam 
de desrama, caso as desramas anteriores tenham sido realizadas a contento.
Deve-se lembrar que esse tipo de manejo deve ser feito seguindo os princípios de 
Segurança do Trabalho e, por caracterizar trabalho em altura, em alguns casos, é de bom alvitre 
adotar medidas protetivas para evitar a queda dos trabalhadores. Do mesmo modo, é obrigatório 
o uso dos Equipamentos de Proteção Individual, como máscaras, capacetes, luvas, botas e protetor 
auricular, para os casos em que se utilizem motosserras ou motopodas.
O desbaste, por sua vez, é uma técnica de retirada seletiva de árvores do ambiente. Se 
todas as árvores plantadas se desenvolvem sem essa técnica, haverá um momento em que as 
copas se comunicarão e seus ramos irão se sobrepor, criando um sombreamento demasiado. 
Assim, desbastar significa retirar as árvores de menores índices de crescimento, ou seja, 
mais débeis, para abrir espaço para a implantação de novas mudas, ou para que os rebrotes, caso 
existam, possam se desenvolver adequadamente. Os troncos das árvores retiradas podem ser 
utilizados para a produção de lenha ou carvão vegetal.
Por fim, a técnica de talhadia está relacionada ao manejo das rebrotas nas cepas de árvores 
como o eucalipto. Quando as toras são cortadas, devemos manejar as brotações no sentido de 
favorecer o broto de maior vitalidade, sendo ideal que se mantenha apenas um broto por cepa a 
partir de uma ou duas talhadias (ou raleio de brotações).
Após a talhadia, é comum que se faça uma adubação de formação para reforçar a 
disponibilidade de nutrientes essenciais, como o nitrogênio, o qual é implementado na base da 
cepa dessa árvore.
O último manejo possível está relacionado ao corte das árvores, que poderá ser feito 
de modo totalmente mecanizado, ou com o uso de motosserras, em um processo que obedeça 
aos princípios de Segurança do Trabalho, especialmente os indicados por meio das Normas 
Regulamentadoras 12 e 31 (ENIT, 2019).
A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta é uma das atividades que 
mais tem chamado a atenção de produtores rurais que desejam 
ter um sistema diversificado. Assim como para florestas em 
monocultura, a ILPF possui seu manejo florestal específico.
Conheça mais sobre o manejo florestal relacionado à ILPF, assistindo 
ao vídeo Manejo de eucaliptos em sistemas ILPF, disponível no 
seguinte link: https://youtu.be/ZzD45nYkXKs .
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nossa terceira unidade foi bastante rica em termos de conhecimentos. Por meio 
dela, conhecemos os principais conceitos relacionados ao manejo florestal, compreendendo, 
inicialmente, que o manejo é uma forma de interação homem-cultura, que permite extrair os 
resultados econômicos e produtivos mais adequados. Contudo, manejar apenas no sentido de se 
obter resultados econômicos não é suficiente, ainda mais para ambientes ambientalmente frágeis 
como os destinados para as florestas.
Desse modo, o manejo florestal sustentável, que se estabelece como um novo paradigma 
de produção, tem sido o mais adequado para se manter a capacidade produtiva dos ambientes 
florestais por longos anos.
Nesta unidade ainda, discutimos acerca dos passos metodológicos para se implantar uma 
nova floresta. Iniciamos nossas discussões acerca da escolha das áreas e de sua sistematização. 
Discutimos sobre a importância da limpeza e da implementação de sistemas de contenção de 
erosões, a exemplo dos terraços.
Da mesma forma, discutimos acerca da correção do solo, tanto em termos nutricionais 
como em termos de acidez, e ainda apresentamos informações acerca do controle de pragas, 
doenças e plantas invasoras, dando especial atenção a estas últimas e ao controle de formigas.
Após a formação da área, focamos nossa atenção no plantio das mudas e nos trabalhos de 
campo pós-plantio, quais sejam, desrama, desbaste e talhadia. Todos os processos discutidos não 
são fixos e imutáveis. Cada espécie e cada agroecossistema possui importantes peculiaridades que 
devem ser debatidas entre os atores ligados a uma propriedade rural para que ajustes no manejo 
florestal sejam executados, sempre no sentido de aliar os maiores ganhos econômicos com a 
sustentabilidade ambiental e social.
Espero que tenha gostado dos ensinamentos discutidos até aqui e te aguardo em nossa 
última unidade, onde discutiremos sobre o processo de produção de mudas e a importância dos 
viveiros de mudas florestais. Um grande abraço e até lá!
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SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................................................54
1 OS VIVEIROS DE MUDAS FLORESTAIS ..................................................................................................................55
1.1 LEGISLAÇÃO LIGADA À PRODUÇÃO DE MUDAS DE ESPÉCIES FLORESTAIS ..................................................56
1.2 CARACTERIZAÇÃO DOS VIVEIROS ......................................................................................................................57
1.3 FASES DE PRODUÇÃO DAS MUDAS EM UM VIVEIRO .......................................................................................60
1.3.1. OBTENÇÃO DE SEMENTES E QUEBRA DE DORMÊNCIA ...............................................................................60
1.3.2. DIRECIONAMENTO DE SEMENTES APÓS A QUEBRA DE DORMÊNCIA ..................................................... 61
1.3.3. CONDUÇÃO DAS MUDAS ..................................................................................................................................66
1.3.4. TRANSPORTE DAS MUDAS AO CAMPO DE PRODUÇÃO ...............................................................................67
2. IMPORTÂNCIA SOCIOECONÔMICA DOS VIVEIROS FLORESTAIS .....................................................................68
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................................................................70
VIVEIROS FLORESTAIS
PROF. ME. TIAGO RIBEIRO DA COSTA 
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
CADEIA PRODUTIVA DA SILVICULTURA
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INTRODUÇÃO
Prezadoestudante, bem-vindo à nossa última unidade da apostila “Cadeia Produtiva da 
Silvicultura”. Tem sido um grande prazer acompanhá-lo nesta jornada do conhecimento e, até o 
momento, compreendemos uma diversidade de informações acerca das cadeias produtivas em si, 
das principais espécies cultivadas e dos principais métodos de condução das florestas em campo. 
Com esse conjunto de conhecimentos, compreendemos que as cadeias produtivas da silvicultura 
se apresentam diversas e, ao mesmo tempo, complexas.
Contudo, ainda não terminamos e nos resta avaliar um dos elos dessas importantes cadeias 
produtivas, qual seja, o elo de produção de mudas de espécies arbóreas. Tais mudas são produzidas 
em viveiros, por meio de técnicas especializadas, como a enxertia, borbulhia, estaquia, alporquia 
e mergulhia, que são técnicas de propagação capazes de produzir novas plantas geneticamente 
semelhantes às plantas-mãe. Ademais, tais viveiros também são capazes de produzir mudas do 
modo convencional, pelo processo de reprodução via sementes.
O trabalho dos viveiros não se resume somente a produzir as mudas iniciais, mas também 
a aclimatá-las, a partir de uma situação plenamente favorável ao seu pegamento, chegando a 
uma situação de ligeiro estresse ambiental, chamada de rustificação. Essa rustificação é um passo 
necessário para dotar a muda de mais raízes secundárias e folhas, dando-lhe condições de resistir 
à sua implantação em campo, onde finalmente a muda, agora plântula, passará por todo o manejo 
que descrevemos na unidade anterior.
Assim, nesta unidade, detalharemos o papel dos viveiros nas cadeias produtivas da 
silvicultura, apresentando sua importância, seus métodos, sua estrutura e outros pontos que 
julgamos necessário para sua melhor compreensão sobre o papel desse fundamental elo.
Vamos continuar nossos estudos? Tenha uma ótima leitura.
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1 OS VIVEIROS DE MUDAS FLORESTAIS
 
Figura 1 – Viveiros de mudas florestais. Fonte: PIXABAY (2020).
Os viveiros de mudas florestais são um importante elo das cadeias produtivas da 
silvicultura, pois são deles que são expedidas as mudas que são implementadas nas áreas já 
limpas, onde a silvicultura, tanto de espécies nativas como também das espécies exóticas, será 
implementada.
Você deve ter reparado ao longo de nossa apostila ou por meio de experiências próprias, 
que os plantios de silvicultura baseados em espécies exóticas apresentam grande uniformidade 
entre as árvores. Essa uniformidade reflete em alturas e diâmetros semelhantes entre as plantas. 
Por conseguinte, os volumes de madeiras produzidos também são semelhantes.
Essa semelhança, notadamente observada nas espécies exóticas como eucalipto e pinus, 
é derivada do manejo de produção de mudas. Os viveiros são responsáveis por produzir com 
qualidade sanitária e nutricional suficiente para que as mudas possam expressar seu potencial 
genético ao máximo, permitindo que os produtos oriundos dos plantios em campo também 
possam ter máxima qualidade.
No caso particular de pinus e eucalipto, a semelhança existente entre mudas e mesmo 
árvores em campo se deve ao fato de os viveiros produzirem clones, a partir de técnicas de 
propagação vegetal específicas, preservando o genoma de variedades com os melhores atributos 
tecnológicos de cultivo.
No momento, estamos apenas introduzindo o tema “Viveiros Florestais”, mas já surge 
uma diversidade de questionamentos sobre o viveiro em si, métodos de propagação e reprodução, 
manejo das mudas e legislação pertinente. Vamos destrinchar todos estes elementos para que 
você compreenda adequadamente todo o universo de conhecimentos ligados a esta etapa das 
cadeias produtivas da silvicultura.
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1.1 Legislação Ligada à Produção de Mudas de Espécies 
Florestais
Um pensamento comum a todos os produtores rurais é a obtenção de máximas 
produtividades em suas culturas. Uma vez que o clima é favorável e que o manejo realizado pelo 
produtor é o mais adequado, a produtividade dependerá do potencial genético da cultivar.
Em parte, o potencial genético das cultivares é garantido pela preservação de seu genoma, 
desde o princípio do processo de melhoramento genético até a oferta das sementes multiplicadas 
e certificadas ao mercado. Isso também vale para a produção de mudas, as quais são denominadas 
“certificadas”.
Porém, o termo “certificado” não é uma simples denominação de mercado que garante a 
qualidade fitossanitária e a homogeneidade produtiva de uma cultivar. O termo “certificado” faz 
jus a um processo de fiscalização e certificação promovido pelos órgãos de defesa sanitária vegetal, 
que garante que os lotes avaliados possuam a qualidade fitossanitária e a identidade genética da 
cultivar, além de garantir a idoneidade técnica do produtor de sementes e mudas.
Desse modo, a Lei Federal 10.711/03 e o Decreto-Lei 5.153/04 estabelecem a criação 
do Sistema Nacional de Sementes e Mudas (SNSM), operacionalizado pelo Ministério da 
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O referido sistema regulamenta todo o processo 
de fiscalização da produção de sementes e mudas no Brasil, definindo o papel do Governo 
Federal, de órgãos estaduais e dos produtores de sementes e mudas no Brasil (DIAS et al., 2016; 
OLIVEIRA et al., 2016). 
Outrossim, Dias et al. (2016) e Oliveira et al. (2016) afirmam, em suas respectivas obras, 
que instruções normativas complementares regulamentam especificamente a produção de 
mudas e de sementes de espécies florestais (Instruções Normativas 9 e 24 de 2005 – MAPA), 
criando diretrizes para que os produtores possam seguir, no sentido de se obter a certificação 
como produtores legalizados.
Ainda, o SNSM estabelece a necessidade de registro dos produtores de sementes e mudas, 
permitindo a comercialização de tais produtos somente a partir desses fornecedores certificados. 
Assim, a instrução normativa 24/2005 - MAPA criou o Registro Nacional de Sementes e Mudas 
(RENASEM). Sobre este assunto, Dias et al. (2016, p. 9-10) destacam:
Toda pessoa física ou jurídica que exerça atividade de produção, beneficiamento, 
reembalagem, armazenamento, análise, comércio, importação ou exportação de 
semente ou muda, é obrigada a se inscrever no Registro Nacional de Sementes e 
Mudas - RENASEM.
Para inscrição no RENASEM o produtor ou comerciante de mudas deve dirigir-
se à unidade do MAPA no Estado onde tenha sede e apresentar requerimento 
em modelo próprio, conforme subitem 5.1 das Normas para Produção, 
Comercialização e Utilização de Mudas, oficializadas pela Instrução Normativa 
MAPA 24/2005.
Ainda, Dias et al. (2016, p. 10) complementam:
As atividades de produção de sementes e mudas deverão ser realizadas sob a 
supervisão e o acompanhamento do responsável técnico, em todas as fases, 
inclusive nas auditorias.
O responsável técnico pela produção de sementes ou mudas é o Engenheiro 
Agrônomo ou Engenheiro Florestal, registrado no Conselho Regional 
de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CREA, a quem compete a 
responsabilidade técnica pela produção, beneficiamento, reembalagem ou 
análise de sementes ou mudas em todas as suas fases, na sua respectiva área de 
habilitação profissional. 
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Com base nessas informações, é imperativo que qualquer silvicultor adquira suas mudas 
ou sementes a partir de produtores que estejam cadastrados no RENASEM, sendo esta uma 
garantia de que as mudas foram produzidas a partir de um processo assistido tecnicamente. 
Por consequência, o registro no RENASEM também garante que o produtor forneça sementes e 
mudas livres de pragas e patógenos, sendo mais uma garantia de sanidade às áreas de produção 
silvícola.
Mediante o exposto, meu caro gestor, você deve se lembrarque, para a produção de espécies 
florestais, o silvicultor deve adquirir suas mudas ou sementes somente de produtores que sejam 
certificados junto ao RENASEM, SMSN e MAPA. Do mesmo modo, se você estiver assistindo um 
produtor de mudas e de sementes, lembre-se de que há a necessidade de se cadastrar no mesmo 
sistema (RENASEM) para ser qualificado como um produtor certificado.
Uma vez que compreendemos a importância da legislação ligada à produção de sementes 
e mudas, podemos prosseguir com nossos estudos, compreendendo os aspectos de instalação e 
estruturação dos viveiros.
1.2 Caracterização dos Viveiros
Quando imaginamos as atividades que são pertinentes aos viveiros, nos vem à cabeça 
somente a imagem dos produtos finais, quais sejam, as mudas, sejam em tubetes, ou ainda em 
sacos plásticos. Contudo, um viveiro possui uma série de atividades e estruturas que vão além 
da simples implantação de uma semente em um tubete. Podemos dizer que há uma dinâmica de 
trabalhos mais complexa nestes espaços.
Porém, antes de falarmos de tal dinâmica, cabe discutir algumas características sobre a 
implantação dos viveiros.
Macedo (1993), Dias et al. (2016) e Oliveira et al. (2016) corroboram os seguintes aspectos 
para a implantação de um viveiro:
• A instalação de um viveiro deve ser em uma área plana, com menos de 3% de declividade, 
pois o nivelamento de casas de vegetação, ambientes de rustificação, sementeiras e telados 
é fundamental para se obter plantas sadias e alinhadas (com sistemas radiculares e partes 
aéreas sem tortuosidades).
Conforme destacamos, o Registro Nacional de Sementes e Mudas 
(RENASEM) é regulamentado pela Instrução Normativa 24/2005 
– MAPA e estabelece a necessidade de todos os produtores 
de sementes e mudas se cadastrarem e serem auditados por 
tal sistema para que possam comercializar seus produtos no 
mercado.
Aprenda mais sobre o RENASEM e o SNSM acessando o seguinte 
link: https://cutt.ly/GtTj4PX .
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• O viveiro deve ser instalado em uma região com boa circulação de ar em uma propriedade. 
A circulação de ar permite a retirada do excesso de umidade do ambiente, desfavorecendo 
a presença de patógenos, como fungos e bactérias, bem como a presença de vetores de 
viroses.
• O sentido das instalações, quando possível, deve ser o mesmo das florestas plantadas, 
ou seja, leste – oeste. Tal sentido garante que as plantas recebam luminosidade mais 
intensa ao longo do dia, evitando sombreamentos que possam interferir negativamente 
na capacidade das plantas em realizar sua fotossíntese.
• É imperativa a disponibilidade de água e energia elétrica, pois a produção de sementes e 
mudas é altamente demandante de irrigação.
• Caso o silvicultor opte por produzir suas próprias mudas, seu viveiro deve ser posicionado 
próximo aos talhões de plantio definitivo, reduzindo os custos logísticos com transporte 
de mudas e ainda reduzindo a exposição das mudas às condições desfavoráveis do 
transporte (falta de umidade e correntes de ar que podem quebrar as plântulas).
• O solo deve possuir boa drenagem. Caso o solo tenha textura argilosa ou muito argilosa 
(SANTOS et al., 2018), torna-se necessária a melhoria da drenagem, com instalação de 
sulcos ou mesmo de brita sobre o solo ou sulcos de drenagem.
• O espaço do viveiro deve ser cercado, de preferência com alambrados, para evitar a 
entrada de animais terrestres que possam se alimentar das mudas ou das sementes. Já 
as sementeiras devem ser protegidas por sombrites ou devem ser realizadas em espaço 
protegido de aves, reduzindo as possibilidades de danos nas sementes.
• O espaço de um viveiro possui uma relação de uso de 70%, ou seja, de todo o espaço 
destinado para sua instalação, 30% são espaços de circulação. Desse modo, o 
dimensionamento do viveiro deve considerar esse aspecto e ainda deve haver uma reserva 
de espaço variável de acordo com uma futura expansão da capacidade produtiva. 
• Ademais, é importante que o layout produtivo também seja estabelecido de forma 
inteligente, no sentido de obedecer ao princípio das mínimas distâncias entre os setores. 
Tal princípio reduz a exposição das mudas a um ambiente desfavorável, ao mesmo tempo 
em que reduz o estresse dos trabalhadores com o trabalho repetitivo (caminhadas entre 
os setores).
• Por fim, as instalações devem ser construídas (especialmente as bancadas e os telados) de 
acordo com os princípios ergonômicos (IIDA, 2005). O ideal seria construir tais estruturas 
de acordo com as dimensões antropométricas dos trabalhadores ou, no mínimo, após 
uma Análise Ergonômica do Trabalho. Respeitar este princípio significa reduzir, de modo 
significativo, o risco ergonômico dos trabalhos executados em um viveiro.
Com base no exposto, percebe-se que existe uma diversidade de critérios que deve ser 
obedecida para que a instalação do viveiro propicie os melhores resultados produtivos possíveis.
Uma vez que o viveiro está implantado e os critérios acima foram obedecidos, cabe 
compreender a dinâmica dos trabalhos de um viveiro. Para tanto, a Figura 2 nos apresenta o 
esquema de tal dinâmica.
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Por meio dessa figura, podemos observar que a produção de mudas se constitui como 
uma cadeia produtiva, a qual possui uma fase de preparação básica, uma fase de preparação 
de mudas (denominada G1), uma fase de manejo das mudas (G2) e uma fase de rustificação 
de mudas (G3). Além dessas fases, observa-se o setor de expedição de mudas e, implícito ao 
processo, existe o setor administrativo, responsável pela aquisição de materiais e insumos, gestão 
da produção e de recursos humanos e pelo segmento de comercialização aos clientes.
Figura 2 – Dinâmica de operações em viveiro de mudas florestais. Fonte: Dias et al. (2016, p. 12).
Em nossa próxima seção, faremos uma breve caracterização de cada etapa de produção de 
mudas, com base no disposto na Figura 1.
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1.3 Fases de Produção das Mudas em um Viveiro
1.3.1. Obtenção de sementes e quebra de dormência
 
Figura 3 – Germinação de sementes. Fonte: Spiske (2016). 
Para que um produtor de mudas possa obter mudas de qualidade, um dos primeiros 
passos é obter sementes de qualidade. Para tanto, o produtor de mudas (ou viveirista) deve 
refletir sobre qual é o objetivo de sua produção.
Caso esse viveirista seja especializado em produzir mudas de espécies comerciais, como 
pinus, eucalipto e acácia, a produção e, especialmente, a aquisição de sementes é mais segura, 
pois as cultivares que originam tais sementes são registradas no RENASEM. Ademais, o viveirista 
poderá optar por adquirir matrizes dessas plantas, também certificadas, as quais podem produzir 
material vegetal utilizado para a propagação, como estacas.
Por outro lado, a tarefa se torna mais difícil quando o viveirista pretende produzir mudas 
de espécies florestais nativas. Em um primeiro ponto, a dificuldade é relacionada à mão de obra, 
que deve ser treinada e capacitada para extrair, de florestas já existentes, sementes que possuam 
vigor e qualidade. Já, em um segundo ponto, mesmo que as sementes possuam reconhecido vigor 
e qualidade, existe a necessidade de se executar métodos de quebra de dormência, que podem ser 
tão variados quanto as espécies que se pretenda conduzir. 
Considerando que as sementes são extraídas de florestas já existentes, não há como 
certificar a semente em si, somente as mudas, enquanto produto final. Outra questão é que o 
produtor deve, de preferência, extrair sementes de áreas legalizadas e com planos de manejo 
florestal sustentável, sob risco de, ao executar extração de sementes de modo ilegal, ter todo o seu 
negócio de produção de sementes embargado.
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Uma vez que as sementes estão disponíveis e adquiridas, ou mesmo armazenadas por 
compras anteriores (em armazéns com condições de temperatura e umidade controladas, além 
do rígido controle contra pragas e patógenos no armazém), procede-se (caso necessário) à quebra 
de dormência. 
Oliveira et al. (2016) expõem que a dormência de uma semente é um estado fisiológico de 
restrição metabólica, ou seja, o metabolismo da semente se encontra em seu mínimo, impedido 
de germinar por alguma barreira física ou química.
As barreiras físicas geralmente são ligadas ao tegumento da semente, que naturalmente pode 
ser espesso, dificultando a entrada de oxigênio e água para a germinação. Por sua vez, as barreiras 
químicas são de caráter fisiológico, relacionadas especialmente à presença de fitormônios, que 
impedem o princípio de processos metabólicos importantes, como a mobilização das amilases, 
que quebrariam as reservas das sementes em monossacarídeos, alimentando as necessidades do 
embrião em evolução.
Assim, com sementes dormentes, os viveiristas devem, após o beneficiamento das 
sementes, proceder à quebra de dormência, seja pelo uso da técnica de escarificação, choque 
térmico, lavagem, tratamento com reguladores de crescimento ou quaisquer outras técnicas 
disponíveis.
1.3.2. Direcionamento de sementes após a quebra de dormência
Uma vez que a dormência é quebrada, as sementes podem ser direcionadas para as 
seguintes atividades:
a. Análises tecnológicas de qualidade de amostras de sementes, de acordo com as Regras para 
Análise de Sementes (BRASIL, 2009), para se atestar, principalmente, vigor, viabilidade e 
taxa de germinação.
b. Plantio das sementes de lotes liberados pela análise de sementes em tubetes ou sacos 
plásticos, a depender da espécie; ou
c. Plantio das sementes em sementeiras, para multiplicação ou para obtenção de matrizes 
propagativas.
Vale dizer que, em todos os casos em que as sementes são plantadas, há a necessidade de se 
inserir um substrato de qualidade, que seja capaz de fornecer nutrientes e porosidade adequados 
às raízes das plântulas em formação.
Para que você possa compreender todas as possíveis dormências relacionadas 
às sementes, especialmente de espécies florestais e ainda para que você possa 
compreender a diversidade de métodos de quebra de dormência, leia a seguinte 
obra:
FOWLER, A. J. P.; BIANCHETTI, A. Dormência em sementes florestais. Colombo: 
Embrapa Florestas, 2000. 27 p.
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Nesta fase do processo (G1) ( Figura 1), as plântulas produzidas, seja por sementeiras 
ou por propagação vegetativa (no geral, por estaquia), são bastante tenras e frágeis, altamente 
dependentes de condições ambientais adequadas para seu estabelecimento e produção.
Dessa forma, é bastante comum que as sementeiras e as mudas produzidas diretamente 
nos tubetes, seja por sementes ou propagação por estacas, estejam presentes dentro de cultivos 
protegidos, popularmente conhecidos por estufas. Nessas estufas, a temperatura, umidade do ar, 
luminosidade e lâmina de irrigação podem ser controlados, propiciando um melhor crescimento 
das mudas. 
Figura 4 – Viveiro de mudas florestais. Fonte: PIXABAY (2020). 
Importante frisar que, caso o viveirista trabalhe com várias espécies ao mesmo tempo, 
recomenda-se o uso de uma estufa por espécie, evitando o cruzamento entre espécies. Ademais, é 
de bom alvitre evitar o cruzamento de lotes com tempos diferenciados de desenvolvimento.
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A curiosidade descrita por nossa reflexão é bastante relevante, especialmente para a 
produção de eucalipto e pinus, que são propagados basicamente pela técnica de estaquia. 
Caso as mudas de eucalipto fossem obtidas por meio de sementeiras ou mesmo extração 
de sementes florestais, não haveria nenhuma garantia de que o fenótipo das plantas filhas seria 
semelhante. Algumas plantas poderiam ficar altas demais, outras baixas demais, outras com 
muitos galhos, ou seja, características fenotípicas que extrapolam a média do fenótipo parental. 
Apenas por curiosidade, na genética, isso é chamado de efeito de aditividade.
Uma vez que as mudas de eucalipto são propagadas de trechos vegetais de uma única 
cultivar doadora, podemos dizer que existe uma alta identidade genética nas plântulas filhas, 
ou melhor, são clones. Por isso, nos viveiros especializados na produção de mudas de eucalipto, 
pinus e outras espécies comerciais, é muito comum se ouvir falar no termo “jardim clonal”, que 
é tanto relacionado ao jardim de matrizes doadoras como também relacionado aos telados ou 
bancadas suspensas que contêm as mudas já propagadas.
Como, neste momento, nossa discussão está focada na questão dos métodos de propagação, 
é interessante destacar brevemente quais são tais métodos:
a. Estaquia: é o método mais usado para propagação de espécies florestais. Nele, pequenos 
trechos do caule das plantas doadoras são retirados. Esses trechos devem conter folhas 
em quantidade suficiente para propiciar a continuação do processo de fotossíntese. É 
bastante comum se utilizar de tesouras ou alicates de jardinagem para cortar esses trechos 
de caule. A parte cortada pode ser tratada com indutores de enraizamento (no geral, 
auxinas sintéticas) e/ou caldas bacteriostáticas, para se manter a sanidade do vegetal. A 
estaquia está representada na Figura 5.
Até este momento, fizemos grandes avanços em nossa compreensão sobre os 
viveiros florestais, mas, pelo observado, aparentemente temos duas vertentes 
para produzir mudas. Uma por reprodução e a outra por meio de propagação 
vegetativa. Você saberia definir o que significa reprodução e propagação?
 Quando falamos em reprodução, estamos nos referindo à produção de 
sementes. Estas, por sua vez, são derivadas de um processo biológico natural, 
chamado de fecundação. A fecundação é o encontro de gametas masculino e 
feminino, dando origem a um novo ser, neste caso, uma nova semente.
 Já a propagação é a regeneração de um novo ser a partir de uma parte 
de um vegetal doador, podendo ser um ápice caulinar (conhecido por gema), um 
pequeno graveto, uma folha, um trecho de caule ou um trecho de raiz.
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Figura 5 – Exemplo da técnica de estaquia em Pata de Vaca (Bauhinia variegata). Fonte: GEPE (2019).
b. Alporquia e Mergulhia: estas técnicas são semelhantes entre si, sendo executadas em 
plantas menos lenhosas, com madeiras menos densas. Ainda, são técnicas utilizadas para 
se obter mudas a partir de plantas que apresentam muitas dificuldades de pegamento 
de mudas oriundas de outros métodos. Nessa técnica, devemos escolher um trecho de 
um galho mais flexível e retirar sua parte externa em uma pequena profundidade. Isso é 
equivalente a se retirar a casca desses galhos. Em termos de largura, esse corte deve ter 
poucos centímetros (entre 5 e 15 cm). A Figura 6 apresenta o anelamento de um ramo de 
uma árvore.
Figura 6 – Anelamento em técnica de Alporquia. Fonte: GEPE (2019).
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Uma vez que essa casca é retirada, podemos proceder à técnica da alporquia, que é o 
envolvimento desse trecho cortado com substrato e filme plástico, mantendo-se a estrutura 
cortada na parte aérea (Figura 7), ou ainda podemos tracionar o galho com o corte ao solo 
enterrando-o (técnica da mergulhia). Em ambos os casos, o objetivo é promover o enraizamento 
da parte cortada e, após o enraizamento pleno, cortar o ramo enraizado, separando-o de sua 
planta-mãe.
Em termos de resultado, a alporquia e a mergulhia permitem a produção de mudas mais 
velhas e estabelecidasem relação à estaquia, o que pode ser uma vantagem em termos de se obter 
mudas já com um estágio de rustificação mais avançado.
Figura 7 – Envolvimento do anel com substrato em técnica de alporquia. Fonte: GEPE (2019).
Além dos métodos destacados, existem a Enxertia e a Borbulhia, que são métodos de 
implantação de parte aérea ou gemas, respectivamente, retiradas de plantas doadoras em plantas 
receptoras. Porém, estas duas últimas técnicas são mais utilizadas na produção de mudas de 
plantas frutíferas ou plantas ornamentais. Assim, para a silvicultura, a produção de mudas 
propagadas se resume à estaquia e, em casos específicos, alporquia e mergulhia.
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1.3.3. Condução das mudas
Esta fase é caracterizada pelo manejo agronômico das mudas. A depender da espécie, 
esse manejo pode ser conduzido integralmente em casas de vegetação, sob condições ambientais 
controladas ou em seu período final, em ambiente aberto.
Independentemente da localização do desenvolvimento das mudas, é nessa fase que 
os tratos agronômicos são conduzidos. Nessa etapa, é fundamental o acompanhamento do 
Engenheiro Agrônomo, Engenheiro Florestal, Técnico Agrícola ou outro profissional habilitado, 
para que os tratos culturais se deem da maneira mais adequada à espécie conduzida.
A irrigação, adubação e controle fitossanitário são uma constante nesse processo. Por 
meio da irrigação, se fornece a lâmina de água necessária para o crescimento inicial das mudas e 
ainda, por essa mesma irrigação, em alguns sistemas adaptados para essa finalidade, podem ser 
inseridos os adubos na forma líquida, constituindo-se, portanto, a fertirrigação. 
Já o manejo das pragas e patógenos é feito por monitoramento e intervenção preventiva, 
com a aplicação de agrotóxicos sob demanda. Manejos auxiliares como o uso de sombrites, 
cortinas e controle da lâmina de irrigação também são utilizados para a redução das possibilidades 
da ocorrência das pragas e dos patógenos.
Durante o tempo necessário para o desenvolvimento da muda (variável de acordo com a 
espécie), alguns procedimentos podem ser adotados, conforme segue:
• Raleio, que é a retirada das plântulas menos desenvolvidas por tubete ou saco, favorecendo 
a evolução da planta mais vigorosa.
• Poda de copa, uniformizando o tamanho da copa e retirando ramos que se desenvolvem 
junto ao colo da muda.
• Poda de raiz, necessária quando se deseja retardar o desenvolvimento de um lote até sua 
transferência ao plantio ou ainda, quando as raízes se desenvolvem a uma taxa acima da 
aceitável para a espécie.
• Seleção pré-rustificação, que consiste em retirar mudas mal formadas, com sinais de 
deficiência hídrica ou nutricional e com raízes mal formadas. Essas plantas são descartadas 
do processo e as que restam passam por uma etapa de rustificação.
Compreender sobre os métodos de propagação permite ao Gestor 
em Agronegócios tomar as decisões mais acertadas quanto à 
aquisição dos insumos necessários a esse propósito. Desse 
modo, aprenda mais sobre os métodos de propagação de plantas 
acessando o seguinte material: 
IDO, O. T.; OLIVEIRA, R. A. Propagação de Plantas – Apostila Didática. 
Curitiba: UFPR, 2019. 12 p. Disponível em:
http://www.agriculturageral.ufpr.br/bibliografia/apostila6.pdf. 
Acesso em: 29 out. 2019.
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Até este momento do processo, as mudas receberam todas as condições necessárias e 
ideais para sua sobrevivência. Contudo, transferir as mudas de uma única vez para o campo 
poderá lhes causar sérios prejuízos fisiológicos. Desse modo, há a necessidade de se induzir as 
mudas formadas aos estresses ambientais, como temperaturas mais elevadas e estresses hídricos. 
Por consequência, procede-se à rustificação, período no qual as mudas formadas na etapa 
anterior serão expostas às condições ambientais naturais, de maneira que, quando implantadas 
em campo, sua fisiologia e seu metabolismo já estejam adaptados ao novo cenário de condução. 
O tempo de rustificação é variável de acordo com a espécie (MACEDO, 1993; DIAS et al., 2016).
Após a rustificação, as mudas estão prontas para serem transferidas para o campo, por 
meio do setor de expedição do viveiro. Neste momento do processo, as mudas possuem um 
tamanho que parte de 40 cm, podendo chegar até a 1,2 m (MACEDO, 1993; DIAS et al., 2016).
1.3.4. Transporte das mudas ao campo de produção
O setor de expedição deve orientar os clientes sobre algumas informações-chave, quais 
sejam (DIAS et al., 2016):
• Tipo de transporte: o ideal é que o transporte seja feito em caminhões-baú climatizados, 
mas admitem-se caminhões com carroceria coberta por lona.
• Forma de acondicionamento das mudas: as mudas podem ser transportadas em tubetes 
ou sacos plásticos. Contudo, dentro do caminhão, as mudas devem ser acondicionadas de 
maneira a não sofrerem danos pela movimentação do caminhão. Assim, bandejas, caixas 
plásticas ou de papelão são indicadas para esse propósito.
• Tempo entre a saída do viveiro e o plantio: o ideal é que esse tempo seja o mínimo 
possível, porém, considerando todos os fatores logísticos externos e internos à propriedade 
rural que implantará a silvicultura, o viveiro deverá informar quais as condições de 
armazenagem e condução das mudas pré-plantio (manejo agronômico). O ideal é que 
esse tempo não passe de 30 dias.
• Informações sobre o lote: o RENASEM preconiza que sejam impressas dez etiquetas 
para cada 1.000 mudas da mesma espécie. Nessas etiquetas, devem constar: 
 ■ Nome científico e vulgar; 
 ■ Quantidades totais de mudas da espécie; 
 ■ Informações sobre crescimento: rápido ou lento; e
 ■ Informações sobre o viveiro: nome, local, endereço, telefones, responsável técnico e, 
quando possível, número do cadastro no RENASEM e o endereço na Internet.
• Orientações gerais de manuseio: trata-se de orientações quanto ao acondicionamento 
das mudas em alguma estrutura da propriedade rural, como um barracão ou casa de 
vegetação e ainda quanto ao manuseio direto da muda, o qual deve ser feito pelo tubete 
ou saco, nunca pelas folhas ou pelo colo da planta.
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É interessante ainda que o comprador das mudas, ou seja, o silvicultor, esteja acompanhado 
de seu assistente técnico na hora de vistoriar o seu lote de mudas. Embora os viveiros devam dar 
a garantia morfológica e fitossanitária das mudas, nem sempre é possível se obter uniformidade 
nas mudas. Assim, é direito do silvicultor selecionar somente as mudas que estejam dentro dos 
padrões preconizados pelo RENASEM, levando mudas sadias e vigorosas à sua propriedade rural.
Isso somado ao bom preparo da área, ao bom plantio, ao bom manejo de formação e de 
manutenção das árvores e, ainda, ao acompanhamento de mercado, pode proporcionar excelentes 
resultados ao silvicultor, dando-lhe a certeza de que o produto final será bem avaliado. As cadeias 
produtivas da silvicultura agradecem!
2. IMPORTÂNCIA SOCIOECONÔMICA DOS VIVEIROS 
FLORESTAIS
Figura 8 – Trabalhadores em casa de vegetação. Fonte: PIXABAY (2020)
Para que você possa compreender sobre a importância e a 
implantação de viveiros de mudas florestais, selecionamos o vídeo 
da Embrapa intitulado Implantação de viveiros e produção de mudas 
florestais, publicado pelo canal Dia de Campo na TV.
Acesse o vídeo no seguinte link: https://youtu.be/mVTFvp7iBAg . 
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Os viveiros florestais são um dos importantes elos das cadeias produtivas da silvicultura. 
Conforme observado, por meio desses viveiros, os silvicultores são capazes de obter material 
genético certificado, por vezes, vanguardistas em termos de melhoramento genético, o que lhesconfere a possibilidade de obterem bons resultados de produtividade.
Os viveiros não representam somente um ambiente tecnificado de produção de 
mudas, mas também apresentam relevância social e econômica, uma vez que garantem ampla 
empregabilidade. Basta observar que, neste caminho de produção de mudas, temos o papel de 
biólogos, engenheiros florestais e engenheiros agrônomos, os quais auxiliarão tecnicamente 
o viveirista na quebra de dormência das espécies, na propagação vegetativa, na projeção dos 
campos de matrizes e mesmo na definição do manejo agronômico das mudas.
Outrossim, os auxiliares de serviços gerais estarão em campo, aplicando os protocolos de 
manejo ou mesmo nos laboratórios, amostrando e testando atributos tecnológicos de sementes. 
Ainda, esses profissionais estarão auxiliando na expedição das mudas. 
Além desses profissionais, encaixa-se o Gestor de Agronegócios, capaz de analisar a 
eficiência produtiva e econômica da cadeia de produção de mudas, ofertando soluções práticas 
para redução de custos, ampliação de lucros e de mercado.
Apenas em nossa curta análise, meu caro estudante, você está percebendo que há uma 
grande dependência de mão de obra neste segmento. Somando-se esse segmento aos demais 
ligados à silvicultura e ainda considerando o potencial de crescimento dessas cadeias produtivas 
como um todo, podemos afirmar que tanto a produção de mudas como a silvicultura em si são 
representativas no que tange à geração de emprego e renda em nosso país.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro estudante, com isso, chegamos ao final de nossa quarta e última unidade. Por meio 
desta unidade, caracterizamos um dos segmentos ligados à silvicultura, que é o segmento de 
produção de mudas e de implantação de viveiros florestais.
Um viveiro florestal é caracterizado como um espaço ambiental modificado, especializado 
em multiplicar sementes e produzir mudas, tanto advindas de sementes como também advindas 
de estruturas vegetativas (ápices caulinares, caules, folhas e outras estruturas indicadas para esse 
propósito).
Tal espaço, como vimos, precisa ser cuidadosamente planejado, no sentido da escolha do 
local de implantação (local plano, com boa incidência de luz natural, com boa circulação de ar e 
com disponibilidade de água e energia elétrica) e na disposição interna de seu layout (instalação 
de casas de vegetação, laboratórios, telados, canteiros, áreas de rustificação e expedição). Vimos 
que o princípio das menores distâncias e ainda a instalação das estruturas de modo ergonômico 
são as melhores indicações para a criação de um viveiro florestal.
Na sequência, estudamos sobre o processo de produção das mudas em si. Tal processo pode 
ser resumido na obtenção de sementes ou mesmo de matrizes oriundas de outros viveiros. Após 
isso, há a quebra de dormência de sementes; a destinação de amostras de sementes para avaliação 
de padrões tecnológicos, à luz das Regras para análise de sementes; formação de sementeiras; 
obtenção de mudas oriundas de sementes ou ainda de estruturas propagadas; manejo das mudas; 
rustificação e expedição.
Vale mais uma vez salientar que todo este processo de produção de mudas deve ser realizado 
de acordo com instruções normativas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 
ligadas ao Sistema Nacional de Sementes e Mudas (SNSM) e ao Registro Nacional de Sementes 
e Mudas (RENASEM). Isso garante a idoneidade das mudas e a certeza, ao silvicultor, de que 
suas mudas possuem capacidade de gerar plantios uniformes e dentro dos parâmetros técnicos 
preconizados pela ciência agronômica.
Por fim, discutimos brevemente acerca da importância socioeconômica do segmento de 
viveiros e produção de mudas, destacando sua empregabilidade e seu amplo potencial de geração 
de renda, dadas as perspectivas ligadas ao setor da silvicultura.
Mais uma vez, espero que tenha aprendido os conteúdos aqui discutidos e que esta unidade 
tenha sido esclarecedora. Da mesma forma, espero que este material tenha sido proveitoso para a 
evolução de seus conhecimentos sobre as Cadeias Produtivas da Silvicultura.
Um forte abraço a você, bons estudos e até a próxima!
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ENSINO A DISTÂNCIA
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ENSINO A DISTÂNCIA
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