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Prévia do material em texto

CADEIA PRODUTIVA DA 
SILVICULTURA
PROF. ME. TIAGO RIBEIRO DA COSTA
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-Reitoria Acadêmica
Maria Albertina Ferreira do 
Nascimento
Diretoria EAD:
Prof.a Dra. Gisele Caroline
Novakowski
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Fernando Sachetti Bomfim
Marta Yumi Ando
Produção Audiovisual:
Adriano Vieira Marques
Márcio Alexandre Júnior Lara
Osmar da Conceição Calisto
Gestão de Produção: 
Aliana de Araújo Camolez
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de 
Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios 
não vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande 
responsabilidade sobre as escolhas que 
fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida 
acadêmica e profissional, refletindo diretamente 
em nossa vida pessoal e em nossas relações 
com a sociedade. Hoje em dia, essa sociedade 
é exigente e busca por tecnologia, informação 
e conhecimento advindos de profissionais que 
possuam novas habilidades para liderança e 
sobrevivência no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a 
Distância, a proporcionar um ensino de qualidade, 
capaz de formar cidadãos integrantes de uma 
sociedade justa, preparados para o mercado de 
trabalho, como planejadores e líderes atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
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01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................... 4
1. CONCEITOS LIGADOS À SILVICULTURA ................................................................................................................ 5
2. A ORGANIZAÇÃO DAS CADEIAS PRODUTIVAS DA SILVICULTURA NO BRASIL ................................................ 6
2.1. REVISITANDO OS CONCEITOS DE AGRONEGÓCIO E DE CADEIAS PRODUTIVAS ......................................... 6
2.2. O SETOR FLORESTAL BRASILEIRO .................................................................................................................... 8
3. SILVICULTURA: UM BREVE HISTÓRICO ...............................................................................................................13
3.1. SILVICULTURA DE EXPLORAÇÃO DE ESPÉCIES NATIVAS ................................................................................13
3.2. SILVICULTURA DE EXPLORAÇÃO DE ESPÉCIES EXÓTICAS ............................................................................17
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................................................................19
INTRODUÇÃO À SILVICULTURA
PROF. ME. TIAGO RIBEIRO DA COSTA 
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
CADEIA PRODUTIVA DA SILVICULTURA
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Olá, meu caro aluno, tudo bem com você? Eu me chamo Tiago Ribeiro da Costa e 
acompanharei os seus estudos enquanto professor da disciplina “Cadeia Produtiva da Silvicultura”.
Nesta primeira unidade, teceremos nossas discussões acerca dos principais conceitos 
ligados à Silvicultura. No desenvolvimento de nosso texto, você perceberá que a silvicultura está 
intimamente ligada à exploração econômica de espécies florestais, de modo que, por meio dessa 
ciência chamada silvicultura, podemos explorar a madeira e todos os subprodutos oriundos das 
espécies florestais, como óleos essenciais, resinas, produtos químicos advindos do metabolismo 
das espécies, folhas, frutos e sementes.
Ainda, nesta primeira unidade, conheceremos alguns detalhes sobre as cadeias produtivas 
da silvicultura no Brasil, por meio de nossas exposições sobre o Sistema Florestal Brasileiro (SFB). 
Em princípio, discutiremos sobre os principais produtos oriundos das cadeias produtivas para 
que, na sequência, possamos discutir sobre a importância econômica de tais cadeias.
Após compreendermos os detalhes das cadeias produtivas da silvicultura, faremos uma 
breve abordagem sobre características históricas da silvicultura de exploração de espécies nativas 
e da silvicultura de exploração de espécies exóticas. Pontuaremos as contribuições de cada uma 
no sentido de expor a tendência atual de se manejar as áreas de produção de espécies florestais de 
modo sustentável, permitindo a regeneração, evolução e coevolução das espécies mais utilizadas 
em tais cadeias.
Logicamente que nossos estudos não se limitam somente aos conteúdos aqui expostos. 
Apresentaremos uma diversidade de elementos textuais para lhe auxiliar na assimilação do 
conhecimento, a exemplo das seções “Saiba mais” e “Reflita”, além de nossas sugestões de leitura 
e de vídeos.
Assim, convido-o a participar ativamente deste processo de ensino-aprendizagem, 
desejando-lhe uma excelente leitura desta primeira unidade.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1. CONCEITOS LIGADOS À SILVICULTURA
Figura 1 – Produção de eucalipto. Fonte: LoboStudio Hamburg (2016).
Olá, meu caro aluno, tudo bem com você? Será um grande prazer discutir acerca de uma 
das mais importantes cadeias produtivas existentes no Brasil, aliás, uma cadeia que movimenta 
milhões de dólares, não somente no Brasil, mas também no mundo, tendo em vista que a produção 
de madeira é uma das produções mais relevantes para uma diversidade de segmentos industriais 
e mesmo comerciais.
Antes de continuarmos, gostaria de lhe fazer uma pergunta: Você sabe o que significa o 
termo silvicultura? Provavelmente você já deve ter ouvido falar sobre esse termo. 
Segundo Ramos et al. (2006), a silvicultura é compreendida como o cultivo de árvores 
para a produção de madeira. Ademais, essa produção de madeira é aproveitada para a indústria 
de papel e celulose.
Por sua vez, Ribeiro et al. (2006) apresentam uma série de termos que tentam definir 
o conceito de silvicultura, fazendo um apanhado das definições mais famosas sobre o assunto. 
Segundo esses autores, a silvicultura pode ser compreendida como a ciência e arte de manipular 
um sistema dominado por árvores e seus produtos com base no conhecimento da história de vida 
e as características gerais das árvores que se encontram no local.
Ribeiro et al. (2006) ainda explanam que a silvicultura apresenta, como característica 
principal, a arte de se planejar a implantação das lavouras e planejar o seu manejo para a obtenção, 
no prazo mais curto possível e de maneira sustentável, de troncos que tenham aproveitamento 
agroindustrial satisfatório. 
Contudo, os conceitos sobre silvicultura se modificam de acordo com o tempo, agregando 
mais elementos que os tornam ainda mais completos e mais abrangentes em seu próprio 
entendimento. Considerando o conceito exposto por Valverde et al. (2012), podemos inferir que 
a silvicultura é uma ciência dedicada ao estudo dos métodos hábeis para promover a implantação 
e regeneração dos povoamentos florestais em função não apenas de interesses econômicos, mas 
também sociais, culturais e ecológicos.
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Vale salientar que o conceito de Valverde et al. (2012) foi desenvolvido em um ano 
bastante importante para as discussões sobre sustentabilidade e desenvolvimento sustentável, 
qual seja, o ano de 2012. Neste ano, ocorreu no Brasil a Conferência das Nações Unidas para o 
Desenvolvimento Sustentável,também conhecida como Rio +20.
Perceba, meu caro aluno, que os conceitos mais recentes acerca da silvicultura abrigaram 
os valores de desenvolvimento sustentável, uma vez que a silvicultura, quando praticada de modo 
inadequado, pode causar prejuízos irreversíveis aos agroecossistemas.
Atualmente, o Brasil possui mais de 500.000.000 de hectares de florestas nativas e 
aproximadamente 7,83 milhões de florestas plantadas, sendo 6,3 milhões de hectares certificados 
em modalidades de manejo florestal sustentável (IBA, 2019). Segundo Valverde et al. (2012), 
praticamente toda a riqueza socioeconômica do setor florestal brasileiro vem da silvicultura com 
suas florestas plantadas. 
Assim, além do exposto, podemos dizer que a silvicultura se aproxima também do 
conceito de exploração florestal, uma vez que está ligada à exploração de sementes, flores, folhas 
e outros elementos florestais advindos das árvores, que possam servir para as cadeias industriais.
Por exemplo, as indústrias de cosméticos se utilizam das essências florestais para 
a composição de sabonetes, xampus e perfumes. Todavia, esse tipo de silvicultura explora as 
florestas nativas e essa silvicultura pode ser considerada como silvicultura convencional ou 
silvicultura tradicional (RIBEIRO et al., 2006).
Ainda segundo Ribeiro et al. (2006), existe uma segunda subdivisão ligada à silvicultura 
chamada de silvicultura moderna. Essa silvicultura se diferencia da silvicultura tradicional, pois, 
além do objetivo de produzir madeira, assume os objetivos de sustentabilidade e de promover a 
execução de serviços ligados à proteção de ambientes (isolamento de fazendas, por exemplo), 
lazer, bem-estar e, da mesma maneira, a produção de outros produtos que não somente a madeira 
em troncos, a exemplo de resinas e da cortiça.
2. A ORGANIZAÇÃO DAS CADEIAS PRODUTIVAS DA 
SILVICULTURA NO BRASIL
 
Ao longo das disciplinas do curso, você percebeu que o agronegócio se organiza por meio 
de cadeias produtivas. Neste momento, vale a pena fazer um breve resumo sobre os conceitos de 
agronegócio e de cadeias produtivas.
2.1. Revisitando os conceitos de Agronegócio e de Cadeias 
Produtivas
O Agronegócio envolve a produção de gêneros alimentícios e de matérias-primas que 
podem ser utilizadas em outros processos industriais. Ademais, quando se trata de gêneros 
alimentícios, tais produtos podem ser comercializados diretamente ao consumidor final, a 
exemplo de um Agricultor Familiar que vende, em uma feira, suas hortaliças.
Aparentemente, existe uma lógica nesse processo, um fluxo claramente definido, onde 
produtores fornecem a processadores e estes, por sua vez, fornecem ao consumidor final. Esse 
fluxo está esquematizado por meio da Figura 2.
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Figura 2 – Fluxo produtivo no Agronegócio. Fonte: O autor.
Além de compreendermos tal fluxo, devemos inserir mais alguns elementos lógicos. Por 
exemplo, para que um produtor rural possa produzir, haverá a necessidade de adquirir sementes, 
fertilizantes, corretivos de solo (calcário ou gesso agrícola), agrotóxicos e até mesmo máquinas e 
implementos agrícolas. 
Além disso, dificilmente um consumidor final irá comprar um produto processado direto 
da indústria. Neste caso, serão necessários distribuidores (atacadistas e varejistas) para que o 
produto possa transitar de seu processamento para seu uso. Assim, o fluxo demonstrado por 
meio da Figura 2 pode ganhar complexidade, conforme ilustrado por meio da Figura 3.
Figura 3 – Fluxo produtivo no Agronegócio, agregando novos players. Fonte: O autor.
Veja que nos utilizamos do termo player no título de nossa Figura 3 para ilustrar a presença 
de novos componentes nesse fluxo. O termo player é bastante utilizado para definir um elemento 
de uma cadeia de produção ou mesmo para definir um participante na comercialização mundial 
de uma cultura produzida em larga escala, como a soja ou o milho. Em nosso atual caso, cada 
elemento desse fluxo pode ser considerado como um player.
É importante salientar que esse fluxo somente existe por uma condição de dependência 
entre os players. Sem o consumidor final, por exemplo, não há motivos para que o produtor 
produza. Sem a indústria, não há como processar as matérias-primas e não há como atender 
as necessidades e expectativas do consumidor. Assim, podemos afirmar que as relações desse 
fluxo são encadeadas, formam uma cadeia de produção, a qual torna possível o atendimento das 
expectativas dos clientes.
Levando-se o exposto em consideração, podemos empiricamente estabelecer que o 
Agronegócio trata das relações de produção de alimentos de origem vegetal e animal, e ainda da 
produção de matérias-primas (para nosso caso em tela, matérias-primas ligadas à silvicultura), 
com íntima ligação com os fornecedores de insumos, com processadores, distribuidores e com 
o cliente final. Trata-se de relações de interdependência, sendo caracterizadas por um fluxo 
bem definido, formando uma cadeia de produção, em que o consumidor final estabelece o seu 
direcionamento.
Em parte, esta foi a visão percebida pelos professores da Universidade de Arizona, nos 
Estados Unidos, John Davis e Ray Goldberg que, em 1957, estabeleceram a seguinte definição 
sobre o agronegócio:
O agronegócio pode ser compreendido como a soma total das operações de 
produção e distribuição de suprimentos agrícolas, das operações de produção na 
unidade de produção, do armazenamento, do processamento e da distribuição 
dos produtos agrícolas e dos itens produzidos por meio deles (DAVIS; 
GOLDBERG, 1957).
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2.2. O Setor Florestal Brasileiro
Uma vez que relembramos o conceito de Agronegócio e de Cadeias Produtivas, podemos 
nos inserir nos estudos dos arranjos das Cadeias Produtivas da Silvicultura e, quando falamos 
sobre cadeias produtivas da silvicultura, no plural, queremos salientar a existência de três cadeias 
distintas, as quais formam o Setor Florestal Brasileiro. 
Valverde et al. (2012) apresentam as três cadeias produtivas da seguinte maneira: Cadeia 
Produtiva de Madeira Industrial; Cadeia Produtiva do Processamento Mecânico de Madeira; e 
Cadeia Produtiva de Madeira para Energia. Estas são cadeias produtivas de Produção Florestal 
de Madeira.
Todavia, segundo apontamentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura 
e Abastecimento (FAO, 1994), também existem cadeias produtivas ligadas à produção de 
produtos florestais não madeireiros. Como exemplo, temos as cadeias produtivas alimentícias 
e as indústrias de resinas, taninos, extratos industriais, plantas ornamentais e óleos essenciais, 
conforme já destacamos.
Figura 4 – Produto oriundo da Cadeia Produtiva da Madeira Industrial. Fonte: Melnyczuk (2019).
Dentro do setor florestal brasileiro, destaca-se a cadeia produtiva de madeira industrial, 
sendo a atividade de produção de papel e celulose a mais expressiva e que contribui, de maneira 
mais assertiva, para o desenvolvimento brasileiro. Segundo dados da IBA (2019), esse segmento 
representa 36% de participação dentro da silvicultura brasileira.
Vale dizer que esse setor é o responsável pela produção de artefatos de papel, papelão, 
reciclagem de papel, produção gráfica e editorial, além das atividades de comércio, distribuição 
e transporte, extrapolando, portanto, a produção de madeira em nível de campo (VALVERDE et 
al., 2012).
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Outro importante segmento dentro do Setor Florestal Brasileiro é representado pela 
cadeia produtiva do processamento mecânico de madeira, que se responsabiliza pela fabricação de 
serrados e compensados, além de produzir lâminas decorativas, blocks, blanks, molduras, fences, 
pisos, janelas e componentes estruturais de móveis, os quais são conhecidoscomo Produtos de 
Maior Valor Agregado (PMVA) e, majoritariamente, são exportados. Assim como para as cadeias 
de papel e celulose, o destino mais usual das exportações brasileiras é a China e os países da 
União Europeia (VALVERDE et al., 2012; IBA, 2019).
O cenário de produção de florestas madeireiras tem se mostrado 
dinâmico e rentável, sendo que, em 2018, houve um superávit 
de US$ 11,4 bilhões, perante os dados de 2017. Por sua vez, os 
dados de 2019 mostram um cenário de estabilidade na oferta e 
na demanda.
Conheça com mais profundidade os dados estatísticos da IBA 
(2019) no seguinte link: https://bit.ly/2UrhDfF
Algumas das maiores empresas brasileiras são ligadas às cadeias produtivas de 
madeira industrial, a exemplo da Eldorado Brasil, Klabin, Cenibra, Suzano, Fíbria, Mili 
S/A, Santher, CMPC, Westrock Kraft e International Paper, segundo levantamento 
realizado pelo Grupo Estado de São Paulo (ESTADÃO BROADCAST, 2018). 
Tais empresas são responsáveis não somente pela fabricação de papel, mas 
também se inserem na fabricação de madeira reconstituída, a exemplo das 
chapas de MDF (Medium Density Fibreboard), chapas de fibras, aglomerados, 
OSB (Oriented Strand Board) e outros produtos que são destinados às indústrias 
moveleiras e à construção civil (VALVERDE et al., 2012).
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Figura 5 - Representação do uso de matérias-primas florestais para a construção de moradias. Fonte: Renaudineau 
(2019).
Por fim, a cadeia produtiva menos representativa do Setor Florestal Brasileiro é a cadeia 
de madeiras para energia, que é composta basicamente pela extração e uso da madeira como 
lenha, carvão vegetal e, mais recentemente, cavaco. Notadamente se observa que o uso de tais 
fontes de energia se intensifica quando outras fontes de uso mais fácil tem seu preço encarecido, 
dadas as crises econômicas.
Na atualidade, o carvão vegetal é mais utilizado em indústrias de metalurgia e siderurgia, 
especialmente no estado de Minas Gerais e um ponto positivo quanto a essa cadeia produtiva é 
o fato de estar se utilizando cada vez mais de madeira de reflorestamento, assim como as demais 
cadeias produtivas da silvicultura (VALVERDE et al., 2012).
Contudo, essa cadeia produtiva de produção de energia, por meio da madeira, parece 
estar com os dias contados, pois não se nota uma evolução tecnológica que amplie a eficiência 
do uso dessa matéria-prima para essa finalidade, e ainda há uma rica disponibilidade de outras 
fontes energéticas, a exemplo dos briquetes de cavacos da indústria moveleira, ou mesmo, 
briquetes vindos de espécies gramíneas, como é o caso da cana-de-açúcar, braquiárias, milheto, 
sorgo, entre outras (Figura 6).
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Figura 6 – Briquetes (lenha ecológica). Fonte: PIXABAY (2020).
Quantas informações, não é mesmo? Mesmo com este grande conjunto de informações, 
não podemos perder de vista a organização das cadeias produtivas da silvicultura no Brasil. Para 
sintetizar as informações sobre tais cadeias produtivas e lhe apresentar o atual fluxo dos produtos 
da silvicultura, dos produtores ao consumidor final, veja a Figura 7.
Figura 7 – Cadeias Produtivas da Silvicultura. Fonte: Valverde et al. (2012).
 
A Figura 7 não apresenta o segmento de fornecedores de insumos para a formação de 
florestas e não apresenta, com detalhes, toda a rede de distribuidores dos produtos processados. 
Ademais, também não há uma demonstração do fluxo dos produtos vindos da silvicultura, em 
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termos de exportação. Todavia, é importante salientar a importância de tais elementos nessas 
cadeias produtivas e, ainda, é de se citar o protagonismo do Brasil no mercado mundial de tais 
produtos.
O Brasil ocupa a segunda posição em termos de exportação de celulose e reúne 
importantes atributos para se tornar, provavelmente na próxima década, o país que possui a 
maior representatividade na produção e exportação de madeira e seus produtos. Fearnside 
(1998), Valverde et al. (2012), Mendes (2016) e IBA (2019) são unânimes em relação aos seguintes 
atributos da Silvicultura Brasileira:
• O Brasil ainda possui ampla disponibilidade de terras com baixo custo de oportunidade, 
estando ociosas e aptas a assumirem a produção das espécies mais comuns, como 
eucalipto, pinus e ipê.
• A ocupação das terras com a silvicultura pode ser realizada como uma monocultura ou 
ainda em sistemas integrados com lavouras e com a pecuária, dado o modelo tecnológico 
inovador da Integração Agro-silvo-pastoril ou da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta.
• A pesquisa agropecuária brasileira é uma das mais promissoras do mundo, tanto a 
pesquisa pública, conduzida majoritariamente pela Empresa Brasileira de Pesquisa 
Agropecuária (Embrapa) e seus parceiros, como também a pesquisa corporativa ligada 
especialmente aos grupos produtores de papel e celulose. Atualmente, a produtividade 
madeireira do Brasil ultrapassa os 45 m³.ha-1.ano-1, em face da média aproximada de 25 
m³.ha-1.ano-1, considerando players tradicionais de mercado, como o Canadá, Rússia, 
Chile, Indonésia e África do Sul. Ademais, estive na África do Sul em 2017, na região 
de Addo e Port Elizabeth, duas das maiores regiões produtoras de eucalipto no mundo 
e, por curiosidade, conheci o programa nacional (sul-africano) de desinvestimento na 
silvicultura, uma vez que a implantação de plantios de eucalipto dizimou áreas de savana, 
prejudicando a sobrevivência de animais nativos, a exemplo dos leões, girafas, zebras e 
rinocerontes.
• A silvicultura em florestas naturais ainda conta com vasto território a ser explorado. 
62% de nossa cobertura florestal nativa estão preservados e o Brasil, dadas as suas 
dimensões continentais e grande variabilidade de solos e climas, apresenta uma grande 
biodiversidade a ser explorada. Logicamente, essa exploração deve ser realizada de modo 
sustentável, aliando-se a obtenção de ganhos econômicos com a preservação, não somente 
das espécies florestais, mas também dos solos e das fontes hídricas, elementos essenciais 
na produção de espécies florestais.
• O Brasil ainda possui uma elevada capacidade gerencial e plantas produtivas modernas 
(tanto dentro da porteira como depois da porteira) com grande capacidade de elevação 
da oferta de produtos, de modo competitivo, para uma diversidade de mercados no Brasil 
e no mundo.
Desse modo, a silvicultura brasileira é uma das atividades econômicas que tem se 
consolidado como uma das mais dinâmicas em nosso país, sendo representativa no contexto de 
produção, produtividade e sustentabilidade.
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3. SILVICULTURA: UM BREVE HISTÓRICO
Prezado estudante, quantas informações, não é mesmo? Agora que já compreendemos 
alguns dos aspectos mais relevantes sobre as cadeias de produção da silvicultura no Brasil, 
precisamos conhecer um pouco sobre a história da silvicultura não somente no Brasil, mas 
também no mundo.
Porém, conhecer o histórico da silvicultura não é uma tarefa tão simples. Lembre-se 
de que, quando falamos sobre silvicultura, podemos falar sobre as florestas nativas e também 
podemos falar sobre as florestas plantadas, exploradas do ponto de vista comercial, conforme já 
abordado nesta unidade. Desse modo, faremos uma abordagem sobre o histórico da silvicultura, 
considerando as vertentes da silvicultura com espécies nativas e com espécies exóticas.
3.1. Silvicultura de Exploração de Espécies Nativas
Em termos de florestas nativas, o mundo possui uma diversidade de biomas e de espécies 
que são capazes de produzir madeira e outros produtos do interesse da silvicultura. Infelizmente, 
não somos capazes de determinar emque momento histórico essas florestas surgiram. Ademais, 
segundo a teoria evolucionista de Darwin, somada à teoria da deriva continental de Wegener, 
devemos supor que tais florestas se formaram em momentos históricos distintos e em locais 
diversos daqueles em que tais florestas se encontram nos dias atuais. Assim, é impreciso afirmar 
datas ou momentos históricos nos quais os atuais biomas se formaram.
Mesmo assim, torna-se interessante apresentar a distribuição dos biomas em nosso planeta 
e, com base nessa distribuição, realizar algumas asserções acerca do potencial de exploração da 
silvicultura.
Para tanto, vamos observar o Quadro 1:
NOME LOCALIZAÇÃO CLIMA VEGETAÇÃO FAUNA
Tundra
Localiza-se logo 
abaixo do Polo Norte, 
abrangendo partes da 
América do Norte, 
Europa e Ásia.
Clima muito frio quase o 
ano inteiro, de modo que 
a água presente no solo 
permanece congelada na 
maior parte do tempo. É 
uma região que recebe 
pouca luz, pouca chuva e 
muito vento.
Quando o gelo derrete 
o solo, expõe uma 
vegetação rala, formada 
por musgos, liquens e 
algumas gramíneas.
Dentre os animais 
mais adaptados estão 
alces, ursos-polares, 
caribus, lobos árticos, 
bois-almiscarados, 
lebres árticas e corujas 
das neves.
Taiga (ou 
Floresta de 
Coníferas)
É comum em grandes 
altitudes da América 
do Norte, da Europa 
e da Ásia, ao sul da 
Tundra.
O clima é caracterizado 
por frio intenso, pouca 
umidade e precipitações 
em forma de neve. 
Inverno e Verão bem 
equilibrados (6 meses 
cada).
A vegetação 
predominante é 
formada por coníferas 
(pinheiros), além de 
musgos e liquens.
Possui maior 
diversidade de 
animais que a Tundra, 
sendo comuns nesse 
bioma linces, ursos-
pardos, raposas, alces, 
falcões e águias.
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Floresta 
Temperada
Localiza-se 
principalmente em 
partes da América do 
Norte, da Europa, da 
Ásia e da Oceania.
Clima temperado com 
quatro estações bem 
definidas (3 meses cada) e 
temperaturas que podem 
variar bastante entre as 
estações.
Sua vegetação 
predominante é 
composta de árvores 
de grande porte, 
como carvalhos e 
bordos, com folhas 
que ficam amareladas 
ou avermelhadas no 
outono e caem antes do 
inverno.
Trata-se de um 
bioma com maior 
diversidade que a 
Tundra e a Taiga e 
onde são comumente 
encontrados esquilos, 
veados, ursos, raposas, 
roedores, águias e 
corujas.
Floresta 
Tropical
Está localizada entre 
os trópicos, em 
regiões próximas à 
linha do equador, 
principalmente na 
África, na Ásia, em 
parte da Austrália e 
na América do Sul. 
No Brasil, a Amazônia 
e a Mata Atlântica 
são exemplos desse 
bioma.
Caracteriza-se por 
temperaturas anuais 
elevadas e muita chuva e 
umidade.
Possui grande 
diversidade de 
árvores, variando 
desde as muito altas, 
como o jequitibá e a 
sumaúma, até arbustos, 
cipós e gramíneas. 
Caracteristicamente, 
sobre os troncos e 
galhos das árvores se 
desenvolvem muitas 
plantas epífitas, como 
orquídeas e bromélias.
Compõem o 
bioma com maior 
diversidade do 
planeta, abrigando 
várias espécies de 
animais de todos 
os grupos (insetos, 
anfíbios, répteis, aves 
e mamíferos), como 
macacos, roedores, 
serpentes, tucanos, 
araras, beija-flores, 
onças, antas.
Savana
Bioma seco de regiões 
tropicais que ocorre 
predominantemente 
na África, na Austrália 
e na América do Sul. 
No Brasil, o Cerrado 
é um exemplo desse 
bioma.
Apresentam clima com 
temperaturas anuais 
elevadas e alternância de 
estações secas e úmidas, 
com muitas chuvas.
A vegetação 
predominante é 
formada por gramíneas, 
herbáceas e árvores 
de pequeno porte 
espalhadas pelo 
ecossistema.
São animais típicos 
da savana africana 
os rinocerontes, 
girafas, antílopes, órix, 
búfalos, zebras, leões, 
guepardos, leopardos, 
hienas e avestruzes.
Campo 
(também 
chamado de 
Pradarias, na 
América, ou 
Estepes, na 
Europa e na 
Ásia)
Localizado na 
América, Europa e 
Ásia. No Brasil, o 
Pampa é um exemplo 
desse bioma.
Clima com verões 
curtos e secos e invernos 
longos, frios e úmidos, 
com chuvas escassas e 
irregulares.
Vegetação constituída 
predominantemente por 
gramíneas, com poucas 
árvores, geralmente 
distribuídas às margens 
de rios.
São animais típicos 
desse bioma os 
antílopes, veados, 
marmotas, lobos, 
coiotes, cães-da-
pradaria e roedores.
NOME LOCALIZAÇÃO CLIMA VEGETAÇÃO FAUNA
Deserto
Presente em partes da 
África, Oceania, Ásia 
e Américas.
Clima muito seco 
em razão da pouca 
quantidade de chuva na 
região. Os desertos podem 
ser frios ou quentes, sendo 
que, nos desertos quentes, 
há grandes variações de 
temperatura, que são 
elevadas durante o dia e 
baixas durante a noite.
Não há muita vegetação, 
mas as poucas plantas 
que sobrevivem a esse 
ambiente extremo são 
cactos.
Alguns exemplos de 
animais que habitam 
os desertos são 
insetos, escorpiões, 
serpentes, lagartos, 
dromedários e 
camelos.
Quadro 1 – Definições sobre os biomas mundiais. Fonte: Stahnke (2014).
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Em complementação aos dados expostos no Quadro 1, a Figura 8 apresenta a distribuição 
espacial dos biomas no mundo:
Figura 8 – Distribuição espacial dos biomas mundiais. Fonte: Stahnke (2014).
Os dados dispostos no Quadro 1 nos permitem verificar que, dos biomas mundiais, 
aqueles que são capazes de fornecer produtos para a silvicultura são Taiga, Florestas Temperadas, 
Florestas Tropicais e Savanas. Em termos de produtos madeiráveis, os três primeiros são os mais 
indicados, enquanto o último é mais utilizado somente para o aproveitamento de madeiras para 
lenha, carvão vegetal ou outras finalidades, como obtenção de sementes, frutos, essências e 
produtos químicos para a indústria de cosméticos e farmacêutica. É importante frisar que os três 
primeiros biomas também são capazes de fornecer matérias-primas não madeiráveis, a exemplo 
das expostas no trecho anterior.
As madeiras obtidas dos três primeiros biomas são densamente utilizadas nas indústrias 
madeireiras, tanto para a produção de móveis como também na indústria de papel e celulose. 
Contudo, dadas as pressões ambientais sofridas pelos biomas, os manejos de tais áreas tendem 
a caminhar da simples extração para o manejo de áreas florestais, legalizado e normatizado, de 
acordo com as regras ambientais de cada país.
Quando falamos sobre “manejo florestal”, devemos considerar o seguinte conceito:
Manejo Florestal Sustentável é a administração da floresta para obtenção de 
benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de 
sustentação do ecossistema objeto do manejo e considerando-se, cumulativa ou 
alternativamente, a utilização de múltiplas espécies madeireiras, de múltiplos 
produtos e subprodutos não-madeireiros, bem como a utilização de outros bens 
e serviços florestais (BRASIL, 2019a).
Desse modo, observa-se que a silvicultura ainda tem explorado as áreas nativas para a 
extração de suas matérias-primas. Porém, dada a imperativa necessidade de manejar uma floresta 
de modo sustentável e ainda cumprir com todos os requisitos legais para se cumprir este objetivo, 
a ciência agronômica desenvolveu a Silvicultura focada na exploração de áreas de replantio. Para 
tanto, essa silvicultura se utiliza de algumas espécies exóticas, com características agronômicas de 
interesse, para abastecer as necessidades das cadeias produtivas da silvicultura, sem comprometer 
demasiadamente os recursos naturais.
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A seguir, vamos desenvolver uma análise sobre o histórico da silvicultura ligada à 
exploração de espécies exóticas.
3.2. Silvicultura de Exploração de Espécies Exóticas
 
Figura 9 – Ilustração de uma floresta exótica. Fonte: Kazuend (2015).
Langanke (2019)expõe que uma espécie exótica é uma espécie, animal ou vegetal, que 
se instala em um local onde não é encontrada naturalmente. Tal conceito é válido entre biomas, 
ou seja, podemos considerar, por exemplo, como exótica uma árvore de Araucária (Araucaria 
angustifolia, também conhecida como pinheiro do paraná) instalada em pleno Cerrado.
A ciência agronômica evidenciou o grande potencial madeireiro de uma diversidade de 
espécies, contudo as que mais se adaptaram fora de seus biomas naturais foram as espécies do 
gênero Pinus (Pinaceae) e Eucalyptus (Myrtaceae), respectivamente conhecidas como pinheiro e 
eucalipto.
O cenário de produção de florestas madeireiras tem se mostrado 
dinâmico e rentável, sendo que, em 2018, houve um superávit 
de US$ 11,4 bilhões, perante os dados de 2017. Por sua vez, os 
dados de 2019 mostram um cenário de estabilidade na oferta 
e na demanda.
Conheça com mais profundidade os dados estatísticos da IBA 
(2019) no seguinte link: https://cutt.ly/6tTwUwk
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Tais espécies tiveram grande impulso a partir das navegações oriundas de países europeus, 
os quais retiraram alguns exemplares desses gêneros e os introduziram em suas colônias e mesmo 
em seus próprios países, em Jardins Botânicos.
O início da exploração dessas espécies fora de sua origem remete à segunda metade do 
século XX. No caso específico do Brasil, embora as pesquisas agronômicas para a adaptação 
dessas espécies tenham se iniciado em 1904 e 1936 (respectivamente para Eucalipto e Pinus), 
segundo dados do Instituto Florestal de São Paulo (2015) e Embrapa (2019), os primeiros plantios 
comerciais dessas espécies se concentram a partir da década de 1950, ampliando sua relevância 
no cenário econômico nacional. 
Ambas as espécies se revelam aptas às cadeias produtivas da silvicultura em termos 
industriais, pois são capazes de produzir madeira em um curto espaço de tempo (cerca de 
seis anos por ciclo, nas cultivares mais modernas), possuem troncos homogêneos, sem grande 
número de ramificações, e ainda possuem grande adaptação a solos e climas diferenciados, 
estando plenamente adaptadas aos territórios do Centro-Sul brasileiro.
Logicamente, a silvicultura de espécies exóticas não se embasa somente nesses dois 
gêneros, contudo certamente são os gêneros mais trabalhados, do ponto de vista do melhoramento 
genético, e ainda são os que apresentam maior polivalência, inclusive para serem inseridos em 
sistemas produtivos integrados, como o sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). 
Tal fato é capaz de ampliar a presença de tais espécies e, por conseguinte, a relevância da silvicultura 
em si, sem prejudicar ou interferir demasiadamente na evolução das demais cadeias produtivas.
O melhoramento genético das espécies florestais tem sido um dos 
caminhos para proporcionar uma melhor adaptação das espécies 
em diferentes climas e solos, oportunizando seu cultivo e reduzindo 
seus custos de produção. Uma das estratégias tecnológicas que 
correspondem a esse objetivo é o uso da biotecnologia florestal 
aplicada ao melhoramento das espécies florestais. Sobre este 
assunto, veja o vídeo a seguir, intitulado Biotecnologia Florestal:
BIOTECNOLOGIA florestal. 2017. 1 vídeo. Publicado no canal Conexão Ciência. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=E_gbjdJP2tc . 
Acesso em: 19 out. 2019.
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Considerando a grande importância do tema Silvicultura e a relevância dos 
processos de melhoramento genético das espécies de Eucalipto e Pinus, seria 
possível considerar que existem somente benefícios na instalação de tais espécies 
nos espaços produtivos brasileiros?
Apesar dos benefícios aparentes e da ampla dependência das cadeias produtivas 
da silvicultura sobre esses dois gêneros, devemos salientar que se trata de 
espécies exóticas que, se não controladas, podem gerar efeitos nocivos por sua 
“invasão”, tal como ocorreu na África do Sul, comprometendo as savanas e sua 
biodiversidade.
Para que você possa compreender, de modo mais aprofundado, 
a importância e o desenvolvimento das cadeias produtivas da 
silvicultura no Brasil, acesse o seguinte material:
VALVERDE, S. R. et al. Silvicultura brasileira: oportunidades e 
desafios da economia verde. [S. l.]: FBDS, 2012. Disponível em: 
https://www.fbds.org.br/IMG/pdf/doc-29.pdf . 
Acesso em: 10 out. 2019.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado estudante, chegamos ao final de nossa primeira unidade com uma diversidade de 
temas discutidos, os quais nos elucidaram os aspectos gerais das cadeias produtivas da silvicultura.
O primeiro aspecto avaliado, logicamente, foi o conceito de silvicultura. Por meio de 
nossa análise, podemos concluir que a silvicultura é um dos ramos da Agronomia que permite a 
exploração econômica de espécies florestais nativas e exóticas. Dessas espécies, podemos extrair 
a madeira e outras matérias-primas que são aproveitadas por três cadeias produtivas distintas.
Na primeira e mais representativa (Cadeia Produtiva de Madeira Industrial), o enfoque é 
dado à produção de matéria-prima para a fabricação de papel e celulose e madeiras brutas para a 
indústria moveleira. Já a segunda (Cadeia Produtiva do Processamento Mecânico de Madeira), o 
enfoque principal é na indústria moveleira, com a produção de móveis em MDF e outras estruturas 
compostas. Por fim, a terceira cadeia (Cadeia Produtiva de Madeira para Energia) possui baixa 
representatividade em relação às demais, todavia não deixa de ser importante, especialmente no 
que tange à produção de lenha e de carvão vegetal.
Não podemos nos esquecer de que existem outras cadeias produtivas ligadas à silvicultura, 
destacando-se especialmente as cadeias de produção de sementes e mudas e de extração de 
subprodutos florestais, destinados à fabricação de essências, resinas, alimentos, bebidas e produtos 
químicos diversos.
Além de termos visualizado a distribuição das cadeias produtivas, pudemos aferir sua 
representatividade econômica e social e também pudemos conferir o histórico da silvicultura no 
mundo e no Brasil. Verificamos que a silvicultura, associada ao manejo sustentável de florestas, tem 
ganhado destaque diante das pressões ambientais que ela pode gerar em seus respectivos biomas; 
além disso, conferimos as grandes contribuições das espécies exóticas para o desenvolvimento 
das cadeias produtivas agroindustriais da silvicultura.
Espero que tenha gostado de nossa primeira unidade e lhe desejo bons estudos! Nós nos 
encontramos na próxima unidade.
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U N I D A D E
02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................... 21
1 A PROBLEMÁTICA DOMESTICAÇÃO DE ESPÉCIES NATIVAS ..............................................................................22
2. PRINCIPAIS ESPÉCIES SILVÍCOLAS CULTIVADAS NO BRASIL ..........................................................................24
2.1. CULTURA DO EUCALIPTO.....................................................................................................................................24
2.2. CULTIVO DE PINUS ..............................................................................................................................................26
2.3. CULTIVO DE ACÁCIA ............................................................................................................................................29
2.4. CULTIVO DE TECA ................................................................................................................................................30
2.5. ESPÉCIES NATIVAS MAIS PRODUZIDAS ..........................................................................................................32CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................................................................35
PRINCIPAIS ESPÉCIES FLORESTAIS 
PLANTADAS NO BRASIL
PROF. ME. TIAGO RIBEIRO DA COSTA 
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
CADEIA PRODUTIVA DA SILVICULTURA
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INTRODUÇÃO
Seja bem-vindo à nossa segunda unidade da apostila “Cadeia Produtiva da Silvicultura”. 
Espero que você tenha compreendido a contento os conteúdos até aqui desenvolvidos.
Nesta segunda unidade, apresentaremos uma análise acerca das principais espécies 
florestais utilizadas pela silvicultura no Brasil. Nosso objetivo é discutir sobre as características 
e atributos que fazem com que as espécies destacadas nesta unidade sejam as preferidas pelos 
silvicultores.
Vou me utilizar da seguinte lógica para lhe explicar sobre as espécies: a princípio, 
demonstraremos o centro de origem dessa cultura, compreendido como o ambiente que 
apresenta a máxima variabilidade genética da espécie, ou o ambiente onde a espécie em questão 
foi identificada pela primeira vez; discutiremos sobre seu processo de domesticação; a seguir, 
abordaremos alguns aspectos silvícolas de interesse em cada espécie e suas respectivas formas de 
condução e manejo em campo.
Quando nos referimos aos aspectos silvícolas, estamos nos reportando, basicamente, 
aos aspectos botânicos que tornam a cultura em si atrativa. Por sua vez, quando nos referimos 
aos aspectos de condução e manejo em campo, estamos nos referindo aos principais aspectos 
agronômicos da espécie.
Não é nossa intenção exaurir todos os detalhes de cada espécie. Outrossim, não temos o 
objetivo de esgotar a discussão sobre todas as espécies que são cultivadas ou utilizadas no âmbito 
da silvicultura. Queremos capacitá-lo a identificar estas espécies e a compreender sua condução 
em nível de campo. Em um futuro próximo, com estas informações, você poderá prestar seu 
auxílio a um empreendedor rural que deseja implementar tais espécies em sua área, com a 
máxima eficiência e eficácia.
Por fim, para que você compreenda que ainda existem “horizontes” a serem explorados, 
abordaremos outras espécies florestais que possuem potencial para fazer parte das cadeias 
produtivas da silvicultura.
Vamos explorar os conteúdos desta nova unidade? Desejo-lhe uma boa leitura!
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1 A PROBLEMÁTICA DOMESTICAÇÃO DE ESPÉCIES 
NATIVAS
Figura 1 – Floresta nativa. Fonte: Clode (2017).
O Brasil é um dos países que mais possui biodiversidade no planeta. Aproximadamente, 
62% de nossa cobertura vegetal original permanece em pé, com grande contribuição da Floresta 
Amazônica, que ainda possui a maior área preservada.
 Somente a Floresta Amazônica em si detém 50% da biodiversidade do planeta, estando 
devastada na ordem de 12,97% por ação antrópica (BRASIL, 2019b). Nesta e nas demais formações 
florestais do Brasil, apresentam-se dezenas de espécies que possuem o potencial madeireiro, mas 
que não são utilizadas ou são utilizadas de acordo com um plano de manejo que prevê a retirada 
seletiva de um número determinado de exemplares por espécie. 
Considerando as informações até aqui discutidas, parece existir um certo paradoxo, não 
acha? Sendo um país de ampla biodiversidade, esperar-se-ia que produzir as espécies madeireiras, 
mesmo em campos externos às florestas naturais, portanto, florestas plantadas fosse relativamente 
fácil. Dependendo do ponto de vista, esta asserção está correta, pois, em seu centro de origem, 
qualquer espécie encontra condições ambientais ideais para sua evolução.
Contudo, a evolução de uma espécie perene, sem nenhum grau de melhoramento, é 
bastante lenta. Para se ter uma ideia, no que tange à obtenção de madeiras “leves”, que podem 
ser utilizadas para a produção de lenha ou mourões de cerca, Campos Filho e Sartorelli (2017) 
apontam a necessidade de, pelo menos, 10 anos para se obter o primeiro corte. Isso é válido para 
as espécies frutíferas. 
Campos Filho e Sartorelli (2017) ainda apontam que as árvores de ciclo médio podem ser 
aproveitadas somente de 11 a 20 anos após o plantio e as de ciclo longo podem ser aproveitadas 
de 21 a 55 anos após o plantio. Todos os aproveitamentos podem ser únicos ou múltiplos, a 
depender da capacidade de rebrote da espécie.
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Desse modo, o produtor que deseja investir nesse tipo de silvicultura, ao plantar, deverá 
ter a consciência de que se trata de um investimento oneroso, uma vez que existem custos 
de implantação e formação da floresta plantada, havendo retorno tão somente a partir da 
comercialização, que se dará em um tempo deveras distante do plantio.
O mogno (Macrophyla sweden) e o cedro (Cedrela brasiliensis) são exemplos de duas 
espécies nativas brasileiras que iniciaram seu processo de domesticação, no entanto, sem sucesso, 
devido ao tempo necessário para formação de suas madeiras. Também entram nesta realidade 
o Jequitibá (Cariniana estrellensis) e o Paricá (Schizolobium amazonicum), embora, nestes dois 
últimos casos, a seleção de indivíduos já tenha trazido uma sensível redução nos tempos de 
obtenção de madeiras (VALVERDE et al., 2012).
A exploração de espécies florestais nativas no Brasil e sua produção sustentável é uma 
atividade relativamente recente em relação aos demais players de mercado. Do mesmo modo, o 
interesse da pesquisa científica sobre as espécies também segue a mesma linha. 
Todavia, o quadro exposto não se manterá por muito mais tempo, uma vez que a 
silvicultura vem apresentando bons resultados econômicos. Ademais, técnicas ligadas à biologia 
molecular e mesmo à biotecnologia podem ser soluções que reduzam o tempo de obtenção de 
mudas e, por conseguinte, reduzam o ciclo de obtenção de produtos assimiláveis pelas cadeias 
produtivas da silvicultura.
Também é de se destacar que as plantas nativas brasileiras, enquanto são consideradas 
exóticas em outros ambientes, têm trazido resultados interessantes às pesquisas agronômicas. 
Um claro exemplo é o da Seringueira (Hevea brasiliensis), que encontrou na Malásia um ambiente 
profícuo o bastante para tornar aquele país o maior produtor de látex no mundo (VALVERDE et 
al., 2012).
Em alguns ambientes, as plantas exóticas encontram condições melhores para seu 
desenvolvimento. As condições de clima e solo podem ser semelhantes às do centro de origem, 
porém, a reduzida fitocompetição propicia condições melhores para o desenvolvimento mais 
precoce das espécies. Desse modo, compreender estes casos de sucesso municia a pesquisa 
científica de dados que podem ser testados, no intuito de selecionar indivíduos em função do 
ambiente.
Isso também é válido para espécies exóticas no Brasil. O exemplo mais claro é ligado 
ao Eucalipto (Eucalyptus sp.), advindo da Austrália, encontrando condições mais profícuas em 
nosso território. É mérito do Brasil e de sua pesquisa agropecuária a obtenção de híbridos de 
eucalipto capazes de produzir produtos madeiráveis com apenas cinco anos.
Assim, embora ainda tenhamos dificuldades no processo de domesticação das espécies 
nativas, devemos destacar possibilidades e exemplos de sucesso para reforçar a tese de que os 
problemas relatados sejam superados com o passar dos anos e com o investimento em pesquisas 
ligadas à área.
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2. PRINCIPAIS ESPÉCIES SILVÍCOLAS CULTIVADAS NO 
BRASIL
A partir deste tópico, analisaremos os principais aspectos de espécies silvícolas 
selecionadas. Essas espécies foram selecionadas de acordo com sua representatividade econômica. 
Vamos explorá-las?
2.1. Cultura do Eucalipto
 Fi-
gura 2 – Culturado Eucalipto. Fonte: PIXABAY (2020).
De acordo com sua leitura até este momento, você já é capaz de definir qual é a origem da 
cultura do Eucalipto. O eucalipto é originário da Austrália. O nome “eucalipto” é uma designação 
genérica que compreende mais de uma centena de espécies do gênero Eucalyptus. 
Trata-se de uma planta da família Myrtaceae, de ciclo curto, com possibilidade de produção 
de troncos para a indústria de papel e celulose em até sete anos. A planta possui capacidade de 
rebrota com a produção de novos troncos em igual tempo, por até duas vezes. Embora sua altura 
possa ultrapassar os 10 metros, usualmente se permite que o tronco alcance cerca de 7 metros, 
sendo esta altura viável do ponto de vista econômico, considerando os custos operacionais de 
manejo da cultura, ligados à sua implantação, formação, desbaste e desrama (EMBRAPA, 2014).
Em termos de qualidade de madeira, trata-se de uma madeira “leve”, ou seja, voltada 
para a indústria mencionada, ou para a fabricação de lenha, carvão vegetal ou mourões de 
cerca. Todavia, a depender do híbrido selecionado, admite-se o uso de suas toras para serrarias 
e laminação (EMBRAPA, 2014). Ademais, o eucalipto apresenta boas possibilidades de usos na 
indústria farmacêutica e de produtos de limpeza, uma vez que o extrato de suas folhas contém 
eucaliptol, um monoterpenoide muito utilizado como antisséptico.
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Falando-se em hibridação, muitas espécies utilizadas para a produção de madeira para 
serraria e laminados são híbridas, frutos do cruzamento entre duas variedades puras. Segundo 
Embrapa (2014), o híbrido mais utilizado é o Eucalyptus urograndis, derivado do cruzamento do 
Eucalyptus grandis com o Eucalyptus urophylla. Esse híbrido reúne características de resistência 
varietal, ou seja, resistência aos estresses ambientais (estresse hídrico e com relação a pragas e 
doenças), além de possuir uniformidade na produção das toras. Ademais, tal híbrido, uma vez 
obtido, pode ser produzido pela técnica de estaquia, produzindo-se mudas clonais. Esta é mais 
uma garantia de uniformidade do plantio. 
Em termos agronômicos, possui uma arquitetura favorável ao adensamento, levando-se 
em conta seu tronco com poucos galhos ou ramificações superiores. Embrapa (2014) destaca que, 
normalmente, os plantios são feitos sob espaçamentos variando entre 3x1,5m, 3x2m, 3x2,5m, 
2,5x2,5m e 3x3m, os quais favorecem os tratos culturais mecânicos. Essas densidades podem 
gerar 2.222 plantas por hectare (na menor densidade) ou 1.333 plantas por hectare (na maior 
densidade).
Considerando que os troncos, em média, possuem 0,4 m de diâmetro à altura do peito 
(DAP), temos, por árvore, um volume aproximado de 0,88 m³ de madeira. Lembre-se de que, para 
calcular o volume de um tronco, nos utilizamos de um cálculo geométrico simples, que relaciona 
a área da base (área de um círculo) e sua altura, multiplicando esses elementos entre si (π.r².h, 
onde r representa o raio do tronco e h representa sua altura). Em um hectare, considerando o 
menor espaçamento, podemos chegar a um volume madeirável de, aproximadamente, 1.956 m³. 
Este é apenas um cálculo genérico, que corresponde parcialmente à realidade. Para se 
comercializar madeiras, devemos observar que o diâmetro dos troncos não é homogêneo, sendo 
maior em sua base e se afilando à medida que nos aproximamos de seu ápice. Assim, a formação 
dos preços se dá com a visualização do lote na propriedade rural, o que se chama de “avaliação 
de árvore em pé”. 
Nesta avaliação, o comprador avalia todos os produtos aproveitáveis, formando o preço 
total do lote. Esse preço total é composto pelo “preço de tora para serraria”, quando o produto 
pode ser destinado para serrarias, e pelo “preço de lenha em pé”, quando se destina o restante 
aproveitável da árvore para a produção de lenha.
Ademais, a formação de preços com base em metros cúbicos pode se dar de duas maneiras: 
1) Podemos considerar o preço de pilhas de toras ou de lenha, chamado de preço de 
metro cúbico estéreo (que considera o espaço preenchido pela madeira, mais os espaços vazios); 
2) Podemos considerar o preço de metro cúbico sólido, quando se descontam os espaços 
vazios entre as toras ou lenhas, ou quando estamos comercializando ripas ou tábuas. A relação 
entre metro cúbico estéreo e metro cúbico sólido é de 0,70, podendo chegar a 0,75 (quando o lote 
de madeiras é mais homogêneo). Tal fato significa que 1,0 m³ estéreo de madeira equivale a 0,70 
m³ sólidos de madeira.
Pela análise dos valores históricos, advindos dos indicadores CEPEA/ESALQ, conforme 
Bacha (2017), podemos inferir que o metro cúbico estéreo do eucalipto está próximo de R$ 
32,00. Assim, para nosso exemplo, podemos chegar a um lucro bruto de, aproximadamente, R$ 
62.572,00, o que representaria algo em torno de R$ 8.939,00 por ano, ao longo de sete anos de 
cultivo.
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Pela leitura do conteúdo exposto, além de nossa indicação, em termos de saiba mais, 
você estará capacitado para compreender todos os detalhes e peculiaridades sobre a cultura do 
eucalipto no Brasil. Vamos para nossa próxima espécie?
2.2. Cultivo de Pinus
 
Figura 3 – Cultura do Pinus. Fonte: Lakaniemi (2019).
O eucalipto certamente é a planta florestal de maior cultivo e de 
maior desenvolvimento científico e tecnológico. Amplamente 
empregada em uma diversidade de agroecossistemas e 
com uma grande variabilidade genética, pode-se dizer que 
o cultivo do eucalipto se aproxima de um sistema de cultivo 
agrícola. Inclusive, a própria Empresa Brasileira de Pesquisa 
Agropecuária (Embrapa) desenvolveu o que se chama de 
Sistema de Cultivo de Eucalipto, base de dados essenciais 
para que qualquer produtor de eucalipto possa se atualizar e obter melhores 
resultados em sua produção.
Conheça mais a respeito do Sistema de Produção de Eucalipto da Embrapa no 
seguinte link: https://www.spo.cnptia.embrapa.br/conteudo?p_p_lifecycle=0&p_p_
id=conteudoportlet_WAR_sistemasdeproducaolf6_1ga1ceportlet&p_p_
col_count=1&p_p_col_id=column-2&p_p_state=normal&p_r_p_-76293187_
sistemaProducaoId=7811&p_r_p_-996514994_topicoId=8509&p_p_mode=view.
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A cultura de pinus ou pinheiro (nome popular) foi introduzida no Brasil em meados da 
década de 1930, no estado de São Paulo, por meio de seu Instituto Florestal. A princípio, o cultivo 
das espécies de pinheiros tinha apenas a finalidade ornamental, porém, após a década de 1960, 
com os devidos incentivos fiscais, a cultura de pinus ganhou relevância, de modo a se alastrar, 
principalmente na região subtropical brasileira (AGUIAR; SOUZA; SHIMIZU, 2011). 
Quando nos referimos ao nome “pinus”, nos reportamos a um gênero vegetal que possui 
mais de 100 espécies, todas classificadas como gimnospermas, ou seja, produtoras de sementes 
nuas. Ademais, sua madeira é classificada como de densidade leve à moderada, clara, muito 
apreciada em serrarias, além de apresentar fibras longas, bastante utilizadas na produção de 
papel e celulose. Na atualidade, aproximadamente 30% da matéria-prima destinada para papel e 
celulose advêm do cultivo de pinus (AGUIAR; SOUZA; SHIMIZU, 2011).
Sobre o plantio de pinus, Oliveira e Oliveira (2017, p. 63) destacam:
Algumas espécies subtropicais do gênero Pinus (P. elliottii e P. taeda) são bastante 
comuns na paisagem rural da Região Sul brasileira. A maior concentração de 
plantios de Pinus (88,4%) encontra-se nos três estados do Sul do Brasil, sendo 
que no Paraná e Santa Catarina a área plantada supera a de Eucalyptus e, no Rio 
Grande do Sul, há uma proporção aproximada de 63% e 37% para Eucalyptus e 
Pinus, respectivamente (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2017, p. 63).
 O fato destacado por Oliveira e Oliveira (2017)é concorrente ao fato de as espécies de 
pinus serem de climas subtropicais a temperados, de modo que somente a Região Sul apresentaria, 
naturalmente, condições de cultivar tais espécies. 
Contudo, são espécies exóticas e dado o fato de serem pouco exigentes em termos de solos 
e nutrientes, em um clima favorável, seu cultivo tem grande capacidade de alastramento, mas não 
se compondo como um cultivo de plantas invasoras. Todavia, há um potencial de miscigenações 
genéticas entre os cultivos de pinus e os remanescentes florestais da região, promovendo erosão 
genética de germoplasmas nativos de outras coníferas compatíveis.
Ainda, Oliveira e Oliveira (2017, p. 64) destacam: 
“No Brasil, são produzidas cerca de 100 mil toneladas/ano de resina extraída em 
mais de 45 milhões de árvores, gerando emprego direto para 12 a 15 mil pessoas, 
reforçando o benefício social dos plantios”. 
Os benefícios sociais do cultivo de pinus são evidentes, dado o número de empregos 
gerados ao longo das cadeias produtivas onde suas matérias-primas são empregadas. 
Além das espécies destacadas (Pinus elliottii e Pinus taeda), o Brasil conduz outras 
espécies interessantes, a exemplo da P. caribaea, com suas três subespécies (caribaeae, hondurensis 
e bahamensis), que são variedades que se adaptam bem aos climas tropicais, com faixas de 
temperatura que beiram os 25 ⁰C. Trata-se de uma espécie com variedades voltadas à produção 
de resina e de madeira de boa qualidade.
Além dessa espécie, observam-se: a P. chiapensis, que possui uma madeira de baixa 
densidade, ótima para acabamentos em marcenarias e produtos que exijam uma madeira mais 
maleável; a P. greggii, com madeiramento claro, sendo voltada para a produção de peças sólidas 
de madeira (esta espécie ainda está em introdução no Brasil); P. kesiya, espécie asiática de maior 
porte, com alta densidade e madeiramento escuro, tendo grande potencial de produção no 
cerrado brasileiro; e P. maximinoi, adaptada a solos arenosos e temperaturas tropicais, sendo 
outra aposta para o plantio nos trópicos brasileiros (AGUIAR; SOUZA; SHIMIZU, 2011).
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O cultivo de pinus possui relativo sucesso, se conduzido com a produção de mudas 
por estacas, ou pelas demais técnicas de propagação e micropropagação (microenxertia e 
embriogênese somática). Contudo, a alternativa mais viável é o uso do processo reprodutivo, com 
a produção de mudas por sementes. Tais sementes podem ser coletadas em campos de extração, 
ou em campos de matrizes de sementes, especialmente quando o produtor dispõe de tecnologia 
e pretende fornecer ao processador uma matéria-prima de alto valor agregado. Vale salientar 
que as técnicas destacadas no princípio deste parágrafo são mais utilizadas para a produção de 
campos clonais de matrizes para a produção de sementes (AGUIAR; SOUZA; SHIMIZU, 2011).
Uma das vantagens do cultivo de pinus é em relação à uniformidade de seu tronco, com 
poucos galhos e, em casos muito específicos, tortuosos, mas que não inviabilizam o aproveitamento 
da madeira.
O espaçamento de plantio é de 3,0 x 2,0 m ou 3,0 x 3,0 m para os plantios mecanizados 
e em áreas mais declivosas. Com o manejo manual da cultura, admite-se o espaçamento de 2,5 x 
2,0 m.
No geral, o pinus pode atingir de 16 a 20 m de altura, com DAPs de 1,10 a 1,30 m. Com 
a estratégia de desbaste das árvores (retirando-se seletivamente as árvores mais aptas) aos 8, 14 e 
22 anos, tem-se uma estimativa de produção de, respectivamente, 43,7, 144,6 e 456,5 m³.ha-1, com 
método de avaliação de preços semelhante ao utilizado para o eucalipto.
 
Até este momento, falamos sobre as duas maiores culturas empregadas na silvicultura 
brasileira. Mas ainda existem outras culturas de destaque. Vamos observar seus detalhes?
Os aspectos agronômicos para o cultivo de pinus são muito 
diversificados e, a exemplo da cultura do eucalipto, já se 
encontram sistematizados no que se chama de “Sistema de 
Produção de Pinus”, desenvolvido pela Embrapa. Por meio 
deste sistema, você será capaz de compreender sobre o 
manejo da cultura em campo, reconhecer as principais pragas, 
doenças e anomalias fisiológicas e ainda conhecerá detalhes 
que o ajudarão em sua tomada de decisão.
Conheça mais a respeito do Sistema de Produção de Pinus da Embrapa no seguinte link: 
https://www.spo.cnptia.embrapa.br/conteudo?p_p_id=conteudoportlet_WAR_
sistemasdeproducaolf6_1ga1ceportlet&p_p_lifecycle=0&p_p_state=normal&p_p_
mode=view&p_p_col_id=column-3&p_p_col_count=1&p_r_p_-76293187_
sistemaProducaoId=3715&p_r_p_-996514994_topicoId=3228 .
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2.3. Cultivo de Acácia
Figura 4 – Cultura da Acácia. Fonte: Farah (2019).
A acácia negra (Acacia mearnsii) e a acácia australiana (Acacia mangium) são originárias 
da Austrália, Indonésia e Nova Guiné. Oliveira e Oliveira (2017) classificam as acácias, com base 
nas literaturas por eles consultadas, como uma das 100 espécies de maior potencial invasor.
Segundo Oliveira e Oliveira (2017), as acácias, em especial, a acácia negra, representam 
uma cultura de caráter mais marginal se comparada à de pinus e eucalipto, sendo cultivada 
principalmente por Agricultores Familiares em áreas reduzidas.
Uma das relevantes características das acácias é o seu potencial de enriquecimento do 
solo com nitrogênio, uma vez que é uma espécie arbórea da família Fabaceae, ou seja, trata-se de 
uma leguminosa. Por ser uma leguminosa, apresenta grande potencial de simbiose com bactérias 
fixadoras de nitrogênio, o que eleva seu desempenho produtivo e enriquece sua matéria orgânica 
com esse nutriente.
No geral, sua madeira é aproveitada para indústrias de papel e celulose, dada a sua qualidade 
de fibra. Ainda, sua madeira possui densidade mediana, o que permite o seu direcionamento para 
a produção de painéis de madeira ou mesmo utensílios para a agricultura. Ademais, seus cavacos 
são bastante utilizados na produção de energia e na extração de taninos para uso em curtumes. 
Outrossim, indicam-se as acácias para a produção melífera (ROSSI; AZEVEDO; SOUZA, 2003; 
VALVERDE et al., 2012; OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2017).
A rusticidade das acácias é notável nos climas tropicais, podendo ser cultivadas como 
monocultura sem maiores problemas com pragas ou doenças. A planta resiste a situações de 
solos degradados, com elevada acidez, e apresenta grande plasticidade, no sentido de se adaptar 
a diferentes condições de solos e pluviosidade. Além disso, trata-se de uma espécie de ciclo 
curto a médio (cortes realizados até 20 anos após o plantio), com alturas se aproximando dos 30 
metros, em condições ideais de solo e clima, e com DAP de 0,9 m, tendo fuste (trecho do tronco 
entre o colo da planta e sua primeira ramificação) reto (ROSSI; AZEVEDO; SOUZA, 2003). 
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Dadas as suas características, as acácias são plantas que se adaptam adequadamente ao 
bioma amazônico, sendo mais cultivadas na Região Norte do Brasil, embora existam cultivos na 
Região Nordeste, notadamente na Bahia e no Centro-Sul.
A reprodução da espécie é feita geralmente por meio de sementes, todavia, para cultivos 
comerciais, a técnica da estaquia tem demonstrado bons resultados, ampliando a viabilidade 
econômica da produção e diminuindo o tempo para a obtenção das mudas (ROSSI; AZEVEDO; 
SOUZA, 2003). 
Além da produção da acácia negra e da acácia australiana, enquanto espécies simples, 
também há a possibilidade de hibridar espécies. O caso de maior sucesso é o da formação do 
híbrido de A. mangium x A. auriculiformis. Segundo Rossi, Azevedo e Souza (2003), o potencial 
desse híbrido é notável pela associação da produção de troncos retilíneos de A. mangium com a 
capacidade de se autodebastar de A. auriculiformis, o que garanteuma produção mais homogênea 
de matérias-primas.
Os espaçamentos para esse cultivo são parecidos com os de eucaliptos e pinus, sendo 
3,0 x 2,0 m, para a obtenção de troncos mais grossos, ou 2,0 x 2,0 ou 2,5 x 2,0 m, para plantas 
com maior altura de tronco. Com sete anos de idade, a planta atinge, em média, 14 m de altura 
e possui cerca de 151 m³.ha-1 de madeira, com método de avaliação de preços semelhante ao 
utilizado para o eucalipto e para o pinus.
2.4. Cultivo de Teca
A espécie Tecnona grandis, popularmente conhecida por Teca, é uma árvore dos trópicos, 
adaptada especialmente à região amazônica. Ao contrário das espécies anteriores, a Teca tem 
uma vocação bastante específica: serrarias e indústrias moveleiras, dado o fato de sua madeira 
ter o dobro de densidade das demais espécies.
Trata-se de uma espécie da família Verbenaceae com hábito caducifólio (ou seja, 
com capacidade de perder suas folhas de tempos em tempos) e com crescimento sazonal. 
Caracteristicamente possui maiores dimensões que as espécies aqui apresentadas, sendo de ciclo 
médio a tardio, de acordo com a classificação exposta por Campos Filho e Sartorelli (2017). Seu 
tronco é retilíneo e com diâmetros que podem variar de 0,9 a 2,4 m (FIGUEIREDO; SÁ, 2015). 
As acácias não possuem o mesmo status científico ligado a 
pinus e eucalipto; assim, não é possível falar sobre um sistema 
de produção. Todavia, a literatura a respeito dessa cultura já está 
consolidada e apresenta informações agronômicas preciosas 
para que os profissionais da área possam tomar as decisões mais 
adequadas quanto ao manejo cultural.
Conheça mais a respeito do manejo cultural das acácias no 
seguinte link: 
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/46463/1/Doc-28.pdf.
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Figura 5 – Cultura da Teca. Fonte: CIFLORESTAS (2020).
A teca é originária do sudeste asiático e os primeiros plantios ocorreram no Sri-
Lanka, por volta de 1680. Naquela ocasião, as madeiras eram utilizadas para a construção de 
embarcações. Esta espécie surgiu em um ambiente tropical úmido, especialmente sob o efeito 
das chuvas de monções. Atualmente, a teca é conduzida na macrorregião sul da Ásia e na região 
amazônica, notadamente concentrada em Rondônia, Amazonas e Acre (VALVERDE et al., 2012; 
FIGUEIREDO; SÁ, 2015). 
Também são notados plantios em toda a dominialidade do bioma Amazonas e nas ilhas 
caribenhas. Contudo, são escassas as estatísticas acerca de áreas plantadas para a finalidade 
industrial no Brasil. Figueiredo e Sá (2015), ao analisarem os dados de produção de alguns estados 
produtores, trazem a estimativa de aproximadamente 70 mil hectares de plantação de teca, com 
um ritmo de crescimento de 2 a 3.000 hectares por ano, considerando o intervalo de 2003 a 2016.
Os dados sobre o manejo da cultura também são escassos, pois, das espécies exóticas, 
a teca é aquela que se encontra com um dos menores níveis de desenvolvimento de pesquisas 
científicas que elucidem o seu manejo. Basicamente sua produção de mudas se dá por sementeiras 
e repicagem, uma vez que o uso de técnicas de micropropagação e de cultura de tecidos ainda está 
em desenvolvimento (FIGUEIREDO; SÁ, 2015).
Os plantios comerciais da teca possuem espaçamentos de 3,0 x 2,0 m ou 3,0 x 3,0 m. 
Todavia são bastante verificados os plantios mistos em pequenas áreas, com espaçamentos 
maiores e com consórcios com outras espécies de porte menor, uma vez que a teca não tolera 
sombreamentos.
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Desbastes, podas, adubação de manutenção e corte são práticas comuns na condução das 
áreas com tecas. Embora seja possível se obter árvores com boa conformação antes de 25 anos, 
não se pode afirmar que seus parâmetros técnicos sejam os mais adequados. Antes de 25 anos, 
sua madeira tende a ser menos densa e há um afilamento demasiado ao final do tronco. Assim, os 
cortes finais são recomendados somente a partir de 25 anos após o plantio.
 
2.5. Espécies nativas mais produzidas
Conforme já explanado, as espécies nativas brasileiras, apesar de encontrarem campo 
fértil para seu desenvolvimento, ficam em segundo plano no aproveitamento de suas respectivas 
matérias-primas nas cadeias produtivas da silvicultura, devido aos atributos mais competitivos 
demonstrados pelas espécies exóticas.
As três espécies mais cultivadas, segundo Valverde et al. (2012), são a Seringueira (Hevea 
brasiliensis), o Paricá (Schizolobium amazonicum) e a Araucária (Araucaria angustifolia). Destas 
três, a que tem ganhado maior destaque é o Paricá, dado o seu ciclo mais curto e seu potencial de 
produção madeireira, sendo uma madeira de densidade leve, útil para a produção de laminados 
e compensados.
Já a seringueira é bastante explorada no contexto da produção de látex para a indústria de 
pneumáticos. Trata-se de uma árvore de porte elevado, podendo alcançar aproximadamente 30 
metros, sendo plantada em espaçamentos mais elevados (8,0 x 2,5 m). A partir de sua implantação, 
temos uma demora de quatro anos para se iniciar a produção de sementes e de 6 a 7 anos para o 
início da produção de látex, nas variedades enxertadas (IAPAR, 2019).
Ainda segundo Iapar (2019), o ciclo de produção da cultura é de aproximadamente 30 
anos, depois dos quais as árvores podem ser aproveitadas para a produção de energia ou para 
outras finalidades, tendo em vista a coloração clara de sua madeira.
Porém, o cultivo da seringueira encontra grandes dificuldades, dada a ação do fungo 
Mycrocyclus ulei, que promove o “mal das folhas”, doença de difícil controle, capaz de reduzir a 
produtividade do látex de modo dramático. Na atualidade, a pesquisa agropecuária já encontrou 
soluções para o controle dessa doença, basicamente ligadas ao melhoramento genético da cultura, 
porém são soluções relativamente eficazes, onerosas e que fazem o produtor tomar a decisão de 
abandonar o cultivo, dada a redução de sua viabilidade econômica.
A teca é uma espécie que ainda carece de pesquisas agronômicas 
mais aprofundadas, embora sua qualidade seja bastante 
reconhecida. Os dados técnicos existentes permitem conhecer o 
manejo da cultura, do plantio à colheita, mas não se configuram 
como um sistema de produção, tal como pinus e eucalipto.
Conheça mais a respeito do manejo cultural das tecas no 
seguinte link: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/
item/142552/1/25987.pdf .
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Por fim, a Araucária é uma das culturas que mais teve supressão de cultivo em relação 
ao Pinus. Com características bastante parecidas em termos botânicos e de aproveitamento para 
silvicultura, a Araucária não apresenta a mesma competitividade que o pinus, este último capaz de 
ser conduzido em climas sensivelmente mais quentes que os da Araucária. Desse modo, o cultivo 
de araucária fica destinado somente a nichos específicos de mercado, a exemplo da silvicultura, 
para a produção de alimentos (coleta do pinhão) e usos mais restritos para a produção de madeira 
e celulose.
Por mais vantagens que essas espécies tragam aos seus sistemas produtivos, devemos 
refletir sobre as possibilidades de garantir uma produção sustentável ao longo do tempo. No 
geral, monoculturas promovem um desgaste excessivo de solo, aclimatação de doenças e pragas e 
erosão genética intraespecífica, dada a larga preferência do produtor pelos espécimes melhorados. 
Ademais, as monoculturas não são integrativas, não se aproveitando das vantagens da integração 
entre cadeias produtivas, tal como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, a qual demonstra 
uma grande potencialidade de agregação de renda às propriedades rurais.
Desse modo, seria importante que os Tecnólogos em Agronegócios, que são profissionais 
tomadores de decisão, saibam dos benefíciosdas espécies já comentadas, mas também tenham 
em mente as possibilidades de diversificação produtiva que a silvicultura oferece. 
Apresentamos, nesta unidade, sete espécies florestais bastante frequentes nas 
áreas de produção brasileiras, porém, com nossa ampla biodiversidade, não seria 
possível elencar outras espécies para diversificar a produção?
A produção da silvicultura, extremamente concentrada em poucas espécies, reflete 
o modelo produtivo das commodities na agricultura, como as culturas da soja e 
do milho, as quais se apresentam insustentáveis do ponto de vista ambiental, 
econômico e social. Será que a silvicultura está se direcionando a este mesmo 
destino?
Este é um questionamento bastante interessante, não acha? Seria possível que 
o uso de poucas espécies, apresentando a tendência de serem conduzidas 
como monoculturas, dependendo de poucos fornecedores de insumos, seria um 
modelo adequado a uma exploração econômica conduzida majoritariamente por 
agricultores familiares?
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A silvicultura deve cumprir não somente com o papel de geradora 
de renda em suas cadeias produtivas, mas deve contribuir para a 
geração de um novo modelo de economia ecoeficiente e sustentável. 
Assim, a economia verde deve ser um dos novos paradigmas a 
serem alcançados por esta atividade.
Conheça mais sobre a relação da silvicultura com o conceito de 
Economia Verde, assistindo ao vídeo Silvicultura e indústria florestal para uma 
Economia Verde, disponível no seguinte link: https://youtu.be/qMhI4I_VwuY .
Campos Filho e Sartorelli (2017) apresentam, por meio do livro 
Guia de árvores com valor econômico, um compêndio com dezenas 
de espécies nativas que possuem aproveitamentos econômicos 
diversificados. Tais espécies se encontram separadas por tipos 
de ciclos (ciclo curto, médio e longo), além de trazer, de modo 
lúdico, informações sobre a condução da cultura.
Para ter acesso à obra, siga o link disponibilizado nesta referência: 
CAMPOS FILHO, E. M.; SARTORELLI, P. A. R. Guia de árvores com valor econômico. 
São Paulo: Agroicone, 2015. 141 p. Disponível em: 
https://cutt.ly/8tTt5DG. Acesso em: 20 out. 2019.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado estudante, nossa segunda unidade foi bastante produtiva no sentido de nos 
aprofundarmos um pouco mais na dinâmica da silvicultura brasileira.
Por meio desta unidade, conhecemos as dificuldades enfrentadas no cultivo de espécies 
nativas. Embora estejam plenamente adaptadas ao contexto edáfico e climático, doenças e pragas 
podem ser mais severas, uma vez que a convivência entre estes entes biológicos se deu em maior 
escala de tempo, em comparação a uma espécie exótica. Ademais, as espécies nativas apresentam 
uma demora demasiada em seu desenvolvimento e nem sempre atendem as necessidades das 
cadeias produtivas de modo tão eficiente quanto uma espécie exótica. Desse modo, são poucas as 
espécies nas quais as cadeias produtivas da silvicultura possuem interesse e, por conseguinte, são 
poucas as espécies sobre as quais há estatísticas de cultivo bem desenvolvidas e conhecimentos 
botânicos e agronômicos consolidados.
Neste sentido, a silvicultura brasileira se embasa preponderantemente nas espécies exóticas, 
a exemplo do Eucalipto, Pinus, Acácia e Teca. Para cada uma destas espécies, desenvolvemos uma 
breve análise quanto aos seus aspectos botânicos e econômicos, apresentando dados que nos 
levam a compreender a produtividade e a destinação de cada espécie. Ademais, também demos 
o devido direcionamento literário para que você possa conhecer, de modo mais aprofundado, as 
características agronômicas de cada espécie.
Também apresentamos, de modo mais sucinto, as características de três espécies nativas 
de destaque no Brasil: Seringueira, Paricá e Araucária, dando especial destaque aos seus produtos 
e à sua potencialidade.
Ainda, apresentamos uma reflexão sobre a necessidade de decisões assertivas por parte 
dos Tecnólogos em Agronegócio. Para que tais decisões assumam esta característica, se torna 
necessário diversificar a produção e conhecer as potencialidades das espécies nativas e também 
das exóticas, em uma tentativa de agregar renda aos sistemas produtivos.
Espero que você tenha gostado de nossa segunda unidade e de nossas reflexões. Espero 
por você em nossa terceira unidade, para continuarmos nesta trilha do conhecimento sobre a 
Silvicultura.
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U N I D A D E
03
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................................................37
1 CONCEITO SOBRE MANEJO AGRÍCOLA E FLORESTAL .........................................................................................38
2 ELEMENTOS COMPONENTES DO MANEJO FLORESTAL ..................................................................................... 41
2.1 ANÁLISE DE VIABILIDADE DA IMPLANTAÇÃO DA SILVICULTURA EM UMA PROPRIEDADE RURAL ........... 41
2.2 PREPARO DE SOLOS ............................................................................................................................................45
2.3 CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS, PRAGAS E DOENÇAS ............................................................................47
2.4 PLANTIO .................................................................................................................................................................49
2.5 MANEJO PÓS-PLANTIO .......................................................................................................................................50
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................................................................52
MANEJO FLORESTAL
PROF. ME. TIAGO RIBEIRO DA COSTA 
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
CADEIA PRODUTIVA DA SILVICULTURA
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Meu caro estudante, bem-vindo à nossa terceira unidade!
Como estamos avançando, não é mesmo? Mal começamos nossos estudos e já estamos na 
metade de nosso material sobre Cadeias Produtivas da Silvicultura.
Espero que todos os conteúdos estejam claros e que você esteja assimilando as informações 
de modo adequado. Lembre-se de que as informações que estamos fornecendo neste material 
são importantes, porém básicas, o que exige uma busca ativa de sua parte para que você possa 
aprender sobre o universo da silvicultura de modo mais detalhado.
Em nossas duas primeiras unidades, buscamos caracterizar a parte econômica das cadeias 
produtivas da silvicultura, descrevendo-as e apresentando as principais espécies cultivadas. 
Chegamos à conclusão de que tais cadeias apresentam dinamismo ímpar e, embora estejam 
densamente embasadas em espécies exóticas, há uma tendência de se inserir também algumas 
espécies nativas, especialmente em pequenas áreas.
A partir deste momento, nesta terceira unidade, tentaremos caracterizar o manejo de 
campo das espécies florestais, todavia, você já deve ter percebido um aspecto de manejo, quando 
falamos das espécies, em nossa unidade anterior: todas as espécies exigem uma sequência de etapas 
de campo para que sejam implantadas e conduzidas, a exemplo do preparo de solo, adubação, 
coveamento, sulcamento, coroamento, adubação de formação, adubação de manutenção, 
desbastes e podas, além, é claro, do controle de pragas e doenças.
Apresentaremos uma síntese da significância desses passos e, quando necessário, faremos 
uma abordagem mais direcionada às espécies que apresentam estes passos de modo mais intenso. 
Assim, esperamos que você, ao final desta unidade, consiga compreender como é o manejo de 
campo da silvicultura, de modo

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