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NUTRIÇÃO CLÍNICA NAS DOENÇAS INTESTINAIS Prof. Juliana Crucinsky – ju.crucinsky@gmail.com INTRODUÇÃO Digestão e Absorção: A digestão inicia-se na boca, com a mastigação e com o contato do amido com a amilase salivar. Até 40% do amido ingerido pode ser hidrolisado por esta enzima, sendo o restante, hidrolisado pela amilase pancreática, secretada no intestino delgado, local onde os demais carboidratos são hidrolisados, pelas enzimas presentes na borda em escova e absorvidos. A deficiência enzimática pode dificultar a hidrolise e absorção dos carboidratos, sendo a mais comum, a deficiência de lactase. Entretanto, a má absorção dos CHOs pode estar relacionada a uma sobrecarga nos transportadores intestinais, principalmente o GLUT5, que transporta a frutose. A digestão das proteínas inicia-se a partir de seu contato com o ácido clorídrico no estômago e prossegue a partir da secreção de enzimas pancreáticas e enzimas proteolíticas presentes na borda em escova. Os tri, di e peptídeos resultantes são absorvidos pela mucosa intestinal. Os lipídios dependem da secreção de bile, armazenada e concentrada na vesícula biliar. A chegada de alimento no duodeno, estimula a secreção de colecistoquinina que por sua vez. Estimula a contração da vesícula. A bile solubiliza os lipídios, facilitando a hidrólise pela lipase pancreática e a formação de micelas, onde os triglicerídios serão transportados através da veia porta, para o fígado e posteriormente, através dos linfáticos, por todo o corpo. A má absorção das gorduras, condição conhecida como esteatorreia, está relacionada a doenças que afetem o intestino, como doença celíaca e doenças inflamatórias intestinais, doenças do fígado e vias biliares ou ainda, ressecções intestinais. Assim, para que a digestão se processe adequadamente, e os nutrientes sejam absorvidos, sem prejuízos ao indivíduo, é necessário ter uma mucosa intestinal íntegra e funcionante, capaz de selecionar e eliminar fatores prejudiciais. Para isso temos a barreira intestinal. Barreira Intestinal: Pequeno número de moléculas de diferentes tamanhos e características cruzam o epitélio intacto por mecanismos ativos e passivos. Geralmente, as grandes moléculas não conseguem atravessar a barreira intestinal. Os principais mecanismos de barreira física e imunológica do TGI, para impedir a entrada de microrganismos e toxinas, incluem: 1. Peristaltismo (diminuindo o tempo de contato) 2. Acidez gástrica 3. Muco 4. Mucosa intestinal íntegra 5. Microbiota intestinal 6. IgA secretora / Tecido linfóide associado ao intestino (GALT) 7. Ambiente anaeróbico Os vários nutrientes da dieta têm duas alternativas para penetrarem na corrente sanguínea: uma rota transcelular, pelo enterócito e uma paracelular através do espaço entre duas células adjacentes, a intensidade com que as moléculas passam à circulação por estas vias reflete a permeabilidade intestinal. Essa barreira física entre a luz intestinal e a corrente sanguínea depende dos sete fatores citados anteriormente e, o rompimento desse equilíbrio através de um processo inflamatório e/ou infeccioso pode alterar esta barreira seletiva, levando a hiperpermeabilidade intestinal demonstrada pela penetração na corrente sanguínea de macromoléculas com capacidade antigênica e microorganismos. Tecido Linfoide Associado ao Intestino Os tecidos linfóides associados às superfícies mucosas (MALT) do trato gastrointestinal, das vias respiratórias e do trato urogenital possuem um microambiente antigênico diferente do interior do organismo e características imunológicas que os tornam únicos frente ao sistema imune sistêmico. De todos os MALT, sem dúvida, o mais importante constitui o tecido linfoide associado ao intestino (GALT). Sabe-se que 70% do sistema linfoide está associado ao intestino, onde se encontram linfócitos T, B e fagócitos, uma vez que o intestino é a maior porta de entrada de diversos elementos estranhos ao nosso corpo. Com isso, decorre que 20% das células intestinais não são enterócitos e sim linfócitos. O GALT produz aproximadamente 60% das imunoglobulinas e contém mais de 106 linfócitos/g tecido. O GALT torna o intestino o principal órgão imune do organismo. Este sistema imune pode tolerar antígenos alimentares e bactérias colonizadoras do intestino e rejeitar microrganismos patogênicos. A principal característica do GALT é dotar de um grandioso número de linfócitos com características fenotípicas e funcionais diferentes, distribuídos pela camada mucosa. Essas células são encontradas na camada intra- epitelial, na lâmina própria e nos folículos linfóides (Placas de Peyer). Pode-se classificar o sistema GALT de forma organizada e difusa. A primeira é representada pelas Placas de Peyer e contêm células M e dendríticas, responsáveis pela fagocitose de antígenos. Esse sistema organizado é importante por permitir o reconhecimento do agressor e induzir a resposta imune específica. O tecido linfóide difuso representa as células encontradas na camada intra-epitelial e lâmina própria. A partir do momento que um antígeno atinge o lúmen intestinal, pode atravessar a célula M e ser englobado por uma célula dendrítica, que o apresentará a linfócitos. Os linfócitos sensibilizados são então levados aos linfonodos mesentéricos através dos vasos linfáticos. Essa ação desencadeia a síntese de IgA e linfócitos B e T, dando início à resposta imune. Caso esse importante sistema de defesa não seja capaz de eliminar os patógenos pela ação local, poderá haver a invasão dos patógenos e suas toxinas na circulação, culminando com uma resposta inflamatória mais severa. Microbiota intestinal O TGI é um local que pode abrigar, além de bactérias, leveduras, helmintos, protozoários e vírus. O intestino humano possui dez vezes mais bactérias e 100 vezes mais material genético do que o número total de células do organismo. Esta enorme biomassa consiste de mais de 400 espécies bacterianas de importância vital para nossa saúde, com intensa atividade metabólica. Cerca de 95-99% das bactérias são anaeróbias e, sua produção de ácido ajuda a manter a acidez intestinal útil para reduzir a população de bactérias patogênicas. Somente 1-5% das bactérias são aeróbias. O conhecimento científico sobre a importância da microbiota intestinal para a saúde humana é tão recente quanto os trabalhos de Louis Pasteur, que afirmou, em 1877 que “os microorganismos são necessários para a vida humana normal”. No mesmo trabalho, Pasteur comprovante o antagonismo bacteriano, ou seja, da competição pela sobrevivência de duas espécies microbianas vivendo em um mesmo ambiente e da ocorrência de estratégias de ataque de uma sobre a outra. Após, Escherich afirmou que “a composição da microbiota intestinal é essencial para a saúde e bem estar humano”. Entretanto, foi o cientista russo Elie Metchinikof (1907) que se dedicou à observação e à comprovação da importância dos probióticos na alimentação e sua relação com a saúde humana. Estudando populações camponesas no interior na Bulgária que atingiam alta longevidade com baixo índice de morbidade, concluiu que o fator diferencial destas populações era o consumo de leites fermentados. A microbiota normal é um equilíbrio entre os microorganismos que habitam o TGI, sendo a variedade microbiana que a compõe, absolutamente individual. Diversos são os fatores que podem influenciar a composição da microbiota intestinal: - Crianças: tipo de parto (normal vs. Cesárea), alimentação (amamentação vs. uso de fórmulas), hospitalização e uso precoce de antibióticos - Idade - Tempo de trânsito intestinal - pH intestinal - Presença de fibra e amido resistente à digestão - Interação entre microorganismos - Requerimentos nutricionais - Estado imunológico - Suscetibilidade a infecções - Uso de antibióticos e imunossupressores. As bactériasque habitam o TGI podem ser divididas em três grupos: - Bactérias probióticas: são aquelas que exercem efeitos benéficos sobre a nossa saúde. Compreendem entre 11-13%. Os lactobacillus são as predominantes no intestino delgado e as bifidobactérias no intestino grosso; - Bactérias comensais: compreendem a maior parte das bactérias, podendo ter ações que promovem o equilíbrio ou o desequilíbrio das funções do TGI; - Bactérias patogênicas: podem causar doenças agudas ou crônicas. Habitualmente estão presentes em pequenas quantidades. Quando existe a oportunidade proliferam. Suas toxinas podem lesionar a mucosa intestinal e são absorvidas para a corrente sanguínea, causando distúrbios. DISBIOSE Disbiose é um estado no qual a microbiota produz efeitos nocivos via: 1) Mudanças qualitativas e quantitativas na própria microbiota intestinal; 2) Mudanças na sua atividade metabólica; 3) Mudanças em sua distribuição no TGI. Existem muitos fatores que levam a disbiose: estresse crônico, exposição à produtos químicos, carência de nutrientes, dieta inadequada, contraceptivos orais, cirurgias, medicamentos e desequilíbrios das funções digestivas. - Hipocloridria favorece o superpovoamento de bactérias nos intestinos delgado e grosso; - Parasitas pode predispor também ao supercrescimento bacteriano; - Medicamentos antiácidos (produz meio mais alcalino e favorece crescimento bacteriano), antibióticos (matam bactérias em geral), corticoides (deprimem o sistema imune, reduzindo a resistência à infecções e parasitas), anti- inflamatório não esteroides (bloqueia a produção de prostraglandinas e atrasa a renovação celular do epitélio intestinal), laxantes (aumentam a motilidade intestinal através estímulos aos plexos mioentéricos do cólon, pode levar a lesão destes plexos resultando em dismotilidade colônia e dependência); - Dieta inadequada: rica em gordura, carboidratos refinados, alimentos processados, álcool e pobre em vegetais. Além disso mastigação rápida e uso de líquidos nas refeições; - Trânsito intestinal lento mais tempo para proporcionar fermentação; - Alergia alimentar; - Doenças doença de Crohn, esclerodermia, lúpus eritematoso sistêmico, pancreatite crônica, diabetes mellitus, AIDS, desnutrição, sequelas de irradiação, diverticulite. CONSEQUÊNCIAS DA DISBIOSE INTESTINAL – HIPERPERMEABILIDADE (LEAK GUT) A síndrome da hiperpermeabilidade intestinal é o conjunto de condições clínicas que ocorrem quando os sistemas de defesa da mucosa TGI são suplantados, resultando na alteração dos mecanismos de transportes do enterócito e na destruição da mucosa intestinal. A hiperpermeabilidade é geralmente causada pela exposição à substâncias que danificam a integridade da mucosa intestinal, destruindo os desmossomos, que são estruturas de adesão das células epiteliais, aumentando a absorção paracelular. Os principais gatilhos do dano são: - exercício intenso de longa duração - desidratação - proteínas dietéticas – prolaminas (principalmente a gliadina, do trigo), saponinas, lectinas - álcool - uso crônico de anti-inflamatórios não esteroides e corticoides - deficiências nutricionais e dieta inadequada - infecções GI; - disbiose intestinal; - SIBO – Small Intestinal Bacterial Overgrowth Assim, a consequência da disbiose no organismo é a perda da permeabilidade seletiva e translocação de: - toxinas, - subprodutos e fragmentos bacterianos, - macromoléculas/peptídeos alimentares - alergenos alimentares - metais tóxicos e - xenobióticos Para restaurar a integridade da barreira intestinal, é necessário: Melhorar o padrão de sono, pois a melatonina, produzida a noite, apresenta importantes funções antioxidantes, anti- inflamatórias e restauradora dos epitélios; Estimular o consumo de vegetais frescos, ricos em compostos bioativos que reforçam a integridade da barreira intestinal. Ressalta-se também que cacau e bebidas como café e chás (preto e verde) também podem auxiliar nesse processo; Se necessário, suplementar com glutamina e probióticos – L. rhamnosus diminuem a permeabilidade intestinal induzida pela gliadina SMALL INTESTINAL BACTERIAL OVEGROWTH (SIBO) Crescimento excessivo de bactérias no intestino delgado. Promovem fermentação dos carboidratos (FODMAPS) ingeridos Sintomas: ↑Gases Distensão e dor abdominal Piora dos sintomas na SII, DII, IL e Dç celíaca Sintomas extra-intestinais – bexiga irritável, fadiga, náuseas, enxaqueca, dores musculares e articulares (relacionadas à translocação de toxinas bacterianas) INTOLERÂNCIA À LACTOSE É a inabilidade para digerir completamente a lactose, o açúcar predominante do leite. Ocorre devido à falta de uma -galactosidase da borda em escova, denominada lactase. A incapacidade de digerir a lactose pode ser parcial ou total. A lactose é um dissacarídeo composto por 1glicose + 1 galactose. A) No intestino normal, o amido é facilmente digerido e absorvido no intestino delgado proximal, não ficando disponível para fermentação no íleo distal e cólon, onde a colonização bacteriana é maior. Em contraste, há produção de gás decorrente da fermentação bacteriana do amido resistente no intestino proximal. B) Na SIBO, a concentração de bactérias na microbiota aumenta a fermentação de todo tipo de amido. http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/17/Lactose(lac).png A lactose não digerida é fermentada por bactérias colônicas, produzindo ácidos orgânicos de cadeia curta e gases e atua osmoticamente. A intolerância à lactose exibe sintomas tipicamente abdominais como: flatulência, desconforto abdominal, diarreia, náusea, borborigmo, vômito e constipação. Os sintomas da intolerância se manifestam de 30 minutos a 2 horas após o consumo, e normalmente é necessário a ingestão de 12g de lactose (240ml de leite) por vez, para iniciar o desconforto dos sintomas na maioria dos pacientes com intolerância. Alguns pacientes, porém, conseguem ingerir pequenas porções de lactose e não apresentar os sintomas. A constipação é observada, eventualmente, possivelmente pela produção de metano. A dor abdominal e inchaço são normalmente causados pela fermentação da lactose pela microbiota intestinal que leva à produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), hidrogênio, metano e dióxido de carbono. Fatores individuais são responsáveis pela variabilidade dos sintomas entre os indivíduos: quantidade de lactase residual no intestino osmolalidade e conteúdo de gordura do alimento no qual o açúcar é ingerido, esvaziamento gástrico, sensibilidade à distensão abdominal produzida pela carga osmótica da lactose não hidrolisada no intestino delgado superior, trânsito intestinal e resposta do cólon à carga de carboidrato. Aspectos Históricos: 1963 Intolerância a Lactose descrita pela 1ª vez Níveis de lactase diminui de maneira importante após desmame Mutação genética 7500- 10000 anos atrás (período neolítico) Mutação perdurou maior saúde, sobrevivência e reprodução dos que carregam o gene (maior expectativa de vida nestas regiões) Migrações populacionais ao longo do mundo Permanência lactase: Brancos do norte da Europa e em grupos etnicos da Índia, África e Mongolia Referência: High lactose tolerance in North Europeans: A result of migration, not in situ milk comsumption. Perspectives in Biology and Medicine, Volume 55, Number 2, Spring, 2012, pp. 163-174 Existem dois tipos de deficiência de lactase: • Primário é uma condição permanente • forma congênita de deficiência de lactase é muito rara • não persistência de lactase do tipo adulto é muito comum e afeta cerca de ¾ da população mundial. (inicia a cair aos 3-5a) A Deficiência Primária ocorre a partir dos três anos de idade. Com o passardos anos, a diminuição na produção de lactase em humanos é geneticamente programada e irreversível, porém ocorre de forma muito lenta e gradual. A Deficiência Primária é de transmissão autossômica e recessiva. A Deficiência Congênita é uma manifestação extremamente rara e herdada geneticamente, sendo autossômica recessiva. Resulta de uma modificação do gene que codifica a enzima lactase. A Deficiência Congênita é extremamente rara. • Secundária é, usualmente, condição temporária causada por dano à mucosa intestinal ou aumento do trânsito intestinal A Deficiência Secundária tem sua origem em qualquer doença ou medicamento que causem danos à mucosa do intestino delgado ou que aumente de forma significativa o tempo de trânsito intestinal e, ou diminua a superfície de absorção, como nas ressecções intestinais. A Deficiência secundária pode ocorrer, por exemplo, nas enterites infecciosas, giardíase, doença celíaca, doença inflamatória intestinal (especialmente doença de Crohn), enterites induzidas por drogas ou radiação ou nos casos de doença diverticular do cólon. Uma vez que a enzima lactase localiza-se na borda em escova da mucosa, se houver qualquer alteração morfológica poderá impactar na diminuição da capacidade de hidrolisar a lactose. Nos casos de Deficiência Secundária, o prognóstico é muito bom e ao tratar a doença que deu origem à lesão, desaparecem os sintomas da intolerância e o paciente poderá voltar a ingerir alimentos que contenham lactose. Incidência da Intolerância a Lactose: A incidência varia de acordo com os diferentes grupos raciais, podendo afetar até cerca de 65-70% da população mundial: o Europeus, indianos (Punjab e Nova Delhi)– 2% o Hispânicos – 80% o Judeus, árabes, gregos, italianos – 60 - 80% o Africanos (nigerianos, bantos) – 60-100% o Asiáticos (indonésios, chineses, coreanos, tailandeses), o Esquimós e índios americanos – 100% No Brasil, em função da elevada taxa de miscigenação, a taxa de incidência pode variar, inclusive dentro de uma mesma família! Mattar, R., et al. Intolerância à lactose: mudanças de paradigmas com o biologia molecular. Revista da Associação Médica Brasileira, São Paulo, v. 56, n. 2, p. 230- 236, 2010. É importante não confundirmos Intolerância a Lactose e Alergia a Proteína do Leite de Vaca: Intolerância reação não imunológica, afecção da mucosa que incapacita a digestão da lactose levando a sintomas GI. Alergia reação imunológica, IgE mediada, reações mistas e não IgE mediadas ao componente proteico do alimento provocando liberação de anticorpos, histaminas e outros agentes defensivos. Os sintomas possuem amplo espectro e inclui manifestações gastrointestinais, cutâneos e sistêmicos Ref: Cortz, A PB et al. Conhecimento de pediatras e nutricionistas sobre o tratamento da alergia ao leite de vaca no lactente. Revista Paulista de Pediatria, São Paulo, v. 25, n. 2, p. 106-113, 2007. SOLE, D. et al. Guia prático de diagnóstico e tratamento da alergia às proteínas do leite de vaca mediada pela imunoglobulina E. Revista Brasileira de Alergia e Imunopatologia, v. 35, n. 6, p. 203–233, 2012 Diagnóstico de Intolerância à Lactose: Anamnese queixa de sintomas Prova terapêutica, método comumente utilizado por ser mais econômico, deve ser executada com cautela, para evitar prejuízos nutricionais com uma dieta isenta de lácteos O diagnóstico baseado nos sintomas e altamente variável 1) Teste para pesquisa de intolerância à lactose – material sangue Fazer glicemia jejum Fornecer lactose pura (50g/25g ou 02g/kg até 50 g) ao paciente diluído em água Mensurar os níveis de glicose plasmática 15 min (às vezes, não é realizada) 30 min 60 min 90 min Para interpretação, deve ser considerada a diferença entre a glicemia de jejum e o maior valor de glicemia, independendo do momento a curva: Pedido teste: pesquisa intolerância a lactose Material: sangue Considerar a diferença entre a glicemia basal e o maior valor da glicose em qualquer momento da curva Normal Diferença > 30 mg/dL Inconclusivo Diferença de 20 a 30 mg/dL Intolerante Diferença < 20 mg/dL 2) Teste do Hidrogênio Expirado Considerado padrão-ouro (sensibilidade do exame é de 80% a 92,3% e a especificidade 100% ) Preparo na véspera: ingerir dieta não fermentativa com restrição total de lactose, sem fumar (o cigarro aumenta o hidrogênio expirado) não pode fazer exercícios físicos (aumentam o hidrogênio expirado) tem que se apresentar para o exame com jejum de 10 a 12 horas, podendo ingerir água Evitar antibióticos por um mês antes do exame (a presença da flora bacteriana é essencial para a produção do hidrogênio Interpretação: Jejum mede-se a quantidade de H2 basal; Oferece-se 50g/25g de lactose; Faz-se coletas seriadas a cada 15,20 ou 30 minutos durante pelo menos duas horas; Espera-se que haja pouca ou nenhuma formação de H2 (menor do que 20 ppm); ≥ 20ppm má absorção de lactose. 3) Exame Genético: Neste exame o paciente retira uma pequena amostra de sangue e seu DNA. A Análise Molecular de Hipolactasia Primária busca identificar se o indivíduo possui ou não uma mutação no gene LCT (13910 CT polimorfismo), responsável pela síntese da enzima lactase-florizina hidrolase (enzima lactase). Os resultados são apresentados ao paciente com os seguintes possíveis genótipos: CC – não-persistência da enzima lactase (intolerante à lactose) CT ou TT – persistência da enzima lactase (tolerante à lactose) O leite pode ser uma boa fonte nutricional ou deve ser evitado? Vejam as questões abaixo respondermos esta pergunta: Nutrientes presentes no leite: ”Rico em proteínas de alto valor nutricional, gorduras com destaque para o ácido linoleico conjugado, lactose, vitaminas especialmente as do complexo B, com destaque para a B2 e B12 e minerais como o cálcio e fósforo e, no leite integral, vitaminas A e D”. IDR de cálcio para adultos: – 1000 mg/dia – atinge-se com 3 porções de lácteos/dia Ingestão média de cálcio pelo brasileiro 300 a 500mg, sendo que o uso de suplemento de cálcio foi referido por apenas 6% dos indivíduos Fatores que influenciam o consumo do cálcio: substituição do leite pelo refrigerante e sucos crescente número de refeições realizadas fora de casa alergias e intolerâncias alimentares “moda” Porém, muitos trabalhos mostram que a ingestão de cálcio em pacientes com intolerância a lactose pode ser bem pequena Outros benefícios da ingestão de cálcio: • Redução níveis de pressão arterial • Auxilia na perda de peso • Reduz a resistência a insulina Fontes e biodisponibilidade de Cálcio: Brócolis cozido – ¾ xicara = aprox. 70g O cálcio de muitos alimentos vegetais é bem absorvido e as dietas veganas podem fornecer quantidades adequadas desse nutriente quando incluem regularmente alimentos ricos em cálcio (ADA, 2003). Segundo MELINA & MANGELS (2003), autores do “Novo guia norte-americano para vegetarianos”, adultos deveriam inserir, no mínimo, 8 porções de alimentos ricos em cálcio por dia. “Não há diferença entre a prescrição nutricional de cálcio para lactovegetarianos e para onívoros. No entanto, na dieta vegetariana estrita a escolha das demais fontes de cálcio tem maior importância, já que o leite e seus derivados são a fonte usual para a maioria. Essa prescrição também não é difícil para o nutricionista, por ser semelhante à do indivíduo intolerante à lactose” (SVB, 2012). Tratamento da Intolerância à Lactose: Exclusão total e definitiva da lactose da dieta deve ser evitada, pois pode acarretar prejuízo nutricional de: - cálcio, - fósforo - vitaminas Pode-se trabalhar com tolerância individual ou Recomendar-se evitar temporariamente leite e produtos lácteos da dieta para se obterremissão dos sintoma, após vai retornando-se e observando a tolerância. Tolerância de 06 a 12 gramas sem sintomas: consumida com refeições. derivados de leite sólidos ou semi-sólidos esvaziamento gástrico é mais lento que o de bebidas lácteas líquidas e o teor de lactose é baixo. Referência: Mattar, R., et al. Intolerância à lactose: mudanças de paradigmas com o biologia molecular. Revista da Associação Médica Brasileira, São Paulo, v. 56, n. 2, p. 230-236, 2010. Iogurte: A lactose contida no iogurte é fermentada em ácido lático durante o processo de fabricação. Fábricas é adicionado ao produto, leite em pó ou soro de leite a fim de aumentar o teor de sólidos, melhora da textura e diminuição na perda durante a dessoragem. Alguns iogurtes possuem praticamente o mesmo valor de lactose do leite comum Culturas láticas fermentadoras - apresentam a enzima β–D-galactosidase Procurar consumir iogurtes que contenham apenas leite e fermento lácteo, de preferência sem açúcares, adoçantes, aditivos, corantes e conservantes. ANTUNES, A. E. C.; PACHECO, M. T. B. Leite para adultos: mitos e fatos frente à ciência. 1. ed. São Paulo: Varela, 2009. Dieta sem lactose – alimentos permitidos “Leites” vegetais (soja, amêndoas, coco, castanhas, aveia, arroz, etc) Manteiga ghee Iogurte de soja Maionese / Abacate Tofu Creme de soja Pasta de soja Leite de arroz, aveia Leite de batata Queijos sem lactose Sorvete sem lactose Creme de “leite” de arroz Alimentos inicialmente introduzidos após retirada da lactose: • Manteiga • Queijos amarelos • Requeijão • Leites baixo teor de lactose – possuem, na maioria 90- 100% menos lactose, integral, semi-desnatado e desnatado Leites caseiros baixo teor cálcio: Inhame Arroz Aveia Quinua Amêndoas Avelãs Amendoim Coco Lactases exógenas: Reposição enzimática com lactase exógena (+β- galactosidase), obtida de leveduras ou fungos, constitui uma possível estratégia para a deficiência primária de lactose Devem ser ingeridos com as refeições com lactose Estes produtos não são capazes de hidrolisar completamente toda a lactose da dieta com resultados variáveis em cada paciente As “lactases” exógenas estão disponíveis comercialmente na forma líquida, em cápsulas, tabletes e em pó são um suplemento alimentar e não tem restrição de uso nem quantidade máxima Lactases exógenas: Alguns dos fatores devem ser considerados para determinar a quantidade de lactase que você necessitará ingerir: A quantidade de lactase que seu organismo produz A quantidade de lactose que você irá ingerir •A sua capacidade de digestão de alimentos • A quantidade de lactase que a cápsula possui Este é o motivo pelo qual algumas pessoas mencionam que em alguns momentos o suplemento de lactase funciona perfeitamente e em outros não. Atenção: A presença de lactose na preparação de comprimidos também já foi avaliada como potencial desencadeante de sintomas em pacientes com intolerância a lactose. Adoçantes contém lactose como veículo. Muitos chegam a ter até 95% de lactose na sua composição. Probióticos Auxiliam na digestão na lactose, promovendo sua hidrólise intestinal: S. themophilus, L. bulgaricus, L. delburekii L. casei Ideal – seu consumo em iogurtes, contendo, no mínimo 108 UFC/g Suplementação demonstrou benefício em alguns estudos Considerações Importantes acerca da Intolerância a Lactose: A intolerância a lactose é uma condição frequente Não recomenda-se a restrição de leite e derivados sem diagnóstico Após o diagnóstico prudência na retirada de alimentos lácteos Atenção ao aporte de nutrientes, especialmente o cálcio – orientando adequada escolhas alimentares, bem como suplementação Considerações principais atuais a respeito do leite: Tempo de ordenha da vaca Uso de hormônios para aumentar a produção láctea Uso de antibióticos devido a frequentes mastites Consumo ↑ Lácteos → Hiperinsulinemia Problemas associados à hiperinsulinemia: SOP Acne Resistência insulínica / DMII Alguns tipos de câncer Não adianta usar produtos isentos ou reduzidos em lactose CONSTIPAÇÃO Segundo os critérios de Roma III, para podem ser considerado constipado, um paciente deve preencher dois ou mais dos seguintes critérios: dificuldade em 25% das defecações sensação de evacuação incompleta após 25% ou mais das defecações fezes duras ou caprinas em 25% ou mais da evacuações sensação de bloqueio ou obstrução anorretal em 25% das evacuações manobras manuais para facilitar a evacuação em pelo menos 25% das evacuações menos de 3 evacuações semanais Fisiopatologia da Constipação: Causa habituais da constipação: ausência repetida de resposta ao estímulo de defecar, insuficiência de fibra na dieta, ingestão insuficiente de líquido, inatividade uso crônico de laxantes tensão nervosa disfunções motoras primárias produzidas por miopatia ou neuropatia colônica dietas hipocalóricas Efeito das fibras na fisiologia intestinal: Recomendações de fibras: • Dose recomendada FDA • Total: 20 - 35 gramas /dia • ¾ ou 75% Fibras insolúveis • ¼ ou 25% Fibras solúveis • Celulose: fibra que tem a maior ação em peso das fezes e tempo de trânsito intestinal – mais resistente a digestão que outras fibras insolúveis • Fibras solúveis: < efeito, algumas nem aparecem nas fezes, sendo completamente fermentadas no cólon Tratamento da constipação: Existem pacientes com constipação severa secundária à trânsito lento ou dissinergia do assoalho pélvico que pioram do quadro com o oferta de fibras na alimentação. Todos os pacientes constipados devem ser orientados a a ingestão de fibra na alimentação como medida geral. Naqueles em que a ingestão de fibra piorar a dor abdominal ou causar incontinência (mais comum em idosos) a quantidade de fibra na alimentação deve ser reduzida. O na ingestão de fibras pode causar um produção de gases (especialmente as fibras solúveis que são fermentáveis) menor efeito no peso fecal A ingestão de fibras insolúveis produz menos este efeito por agir mais na incorporação de água no bolo fecal Constipação crônica necessária maior quantidade de fibra que indivíduos saudáveis e aumentar gradativamente a oferta de fibras para promover tolerância Fibras nos cereais: Alimento Quan(g) Kcal HC (g) PTN (g) LIP (g) Fibra (g) Aveia flocos 30 105 17,2 4,5 2,25 3 Aveia farelo 30 120 20 5,1 2,1 3,2 Aveia farinha 30 108 18 4,2 2,4 1,8 Farelo arroz 30 117 12,9 4,5 3,9 6,0 Farelo trigo 30 45 6,6 6 0 12,9 Barra cereal 30 111 22,5 1,5 1,5 0,75 Granola 30 103,5 21 2,1 1,27 2,25 Linhaça farinha 30 158 9 6 10,6 7,8 Linhaça semente 30 86 2 4 6 6 Quinua real 30 293 49,5 9 3,2 3,4 Sucrilhos 30 110 27 1 0 1 All bran (açúcar) 30 75 13,5 3,75 0,75 9 Corn flackes 30 110 24 2 0 1 Nesfit 30 104 22 2,8 0,5 2,8 Fibras em frutas e oleoginosas: Porção Fibras (g) Abacaxi 1 fatia (130g) 1,55 Abacate 1 fatia (160g) 2,78 Amora 1 xícara (100g) 3,14 Banana prata 1 unidade (70g) 1,30 Baru (semente) 100 g 13,40 Castanha de caju 10 unidades (20g) 0,90 Kiwi 1 unidade (77g) 1,77 Laranja pêra 1 unidade (137g) 2,69 Maçã 1 unidade (130g) 2,93 Mamão papaia 1 fatia (110g) 2,56 Manga picada 1 xícara (240g) 7,87 Pêra 1 unidade (1,33g) 3,62 Fibras em hortaliças: Porção Fibras (g) Abobora madura 1 fatia (100g) 2,74 Alface 1 xícara de chá (42g) 0,53 Beterraba 1 xícara (159g) 3,50 Brócolis 1 xícara (63g) 2,01 Cenoura crua 1 unidade (82g) 2,30 Chuchu cozido 1 xícara (155g) 2,70 Couve manteiga cozida 100g 5,44 Couve flor 1 xícara (136g)3,39 Repolho cru 1 xícara (94g) 2,12 Rúcula 100g 3,13 Fibras em tubérculos, cereais e leguminosas Porção Fibras (g) Batata doce crua 100g 3,77 Batata inglesa cozida 1 unidade média (140g) 2,24 Mandioca crua 100g 2,44 Arroz integral cozido 1 escumadeira (112g) 1,68 Feijão preto cozido 1 xícara (176g) 16,86 Ervilha (em conserva) 100g 5,10 Milho cozido (grão) 1 xícara (115g) 4,71 Pipoca (microondas light) 1 xícara (211g) 19,88 Farinha de mandioca (crua) 100g 5,66 Grão de bico cozido 1 xícara 11,56 Constipação Disbiose influência nas funções secretoras e motoras do cólon do trânsito intestinal no n.º de bactérias probióticas e do n.º de microorganismos potencialmente patogênicos e fungos Como favorecer uma função de excreção ótima? Hidratação ótima Ingestão de fibras ótima Digestão de proteínas ótima Microbiota ótima Disciplina: horário e local Alergia a proteína do leite Constipação Prebióticos aumentam o bolo fecal por estimular o aumento das bactérias através da fermentação Inulina ou FOS: 4-15g/dia Farinha de banana verde (01cs 02 x ao dia) / Biomassa de banana verde Probióticos: Correção da disbiose Diminuição do pH colônico, estimulando o peristaltismo intestinal Estimulação da secreção de água e eletrólitos com o amolecimento das fezes Estimulação do peristaltismo pela alteração na resposta imunológica colônica Efetividade principal em constipação média a moderada Cepas usadas: Bifidobacterium lactis, Bifidobacterium longum, Lactobacillus casei Shirota, Escherichia coli Nissle 1917 DIVERTICULOSE Quadro no qual pequenas bolsas se formam para fora do cólon. O divertículo é uma herniação ou projeção saculiforme da mucosa através da massa muscular, geralmente do cólon. A protrusão ocorre freqüentemente no ponto em que a artéria nutriente atravessa a massa muscular, interrompendo a integridade da parede do cólon. Etiopatogenia: • Comum em países industrializados: dietas com baixo teor de fibras e rica em gorduras e carnes • Comum no envelhecimento (>40 anos, presente em 1/3 pessoas com > 65 anos): da resistência da parede muscular do cólon – envelhecimento • Dismotilidade colônica Deficiência de fibras e líquidos na alimentação levam a formação de fezes de pequeno volume que ocasionam alterações motilidade colônica e aumento da pressão intraluminal. Altas pressões intraluminais são geradas quando o cólon sigmóide sofre segmentação, um processo que ocorre quando a contração da musculatura lisa separa o cólon em compartimentos funcionais distintos Esse processo fisiológico normal torna-se exagerado naqueles com fezes de pequeno volume, gerando um marcante aumento das pressões colônicas intrasegmentais que são transmitidas a parede colônica. Lei de Laplace - coloca que a pressão intraluminal é inversamente relacionada ao diâmetro do lúmen explica porque as fezes de baixo volume geram um aumento da pressão intraluminal Sintomas: 80% dos pacientes não apresentam sintomas. Quando sintomáticos: dor no quadrante inferior direito do abdômen, cólicas e mudança no hábito intestinal. Complicações: diverticulite (inflamação) que pode levar a perfuração e formação de abscesso. Também pode ocorrer sangramento. Tratamento Dieta rica em fibras: reduz o aparecimento dos sintomas, mas não regride os divertículos Dieta aumentada em líquidos Probióticos L. casei pode prevenir a recorrência dos sintomas na diverticulose Pode favorecer um bom funcionamento intestinal Consumo de sementes e diverticulose: Recomendações Habituais - Devem ser limitados: castanhas, cascas de pipoca, sementes de: girassol, abóbora, cominho e gergelim. - Não são problemáticos: sementes de tomate, abobrinhas, pepinos, morangos, framboesas Estudo de coorte com 47228 homens de 40-75 anos que não tinham diverticulose Durante 18 anos preencheram um questionário de freqüência de consumo alimentar a cada 4 anos – 801 casos de diverticulite e 385 de sangramento diverticular Foi encontrada relação inversa entre o consumo de nozes e pipoca no risco de diverticulite Reconsiderar as recomendações para evitar o consumo destes alimentos Diverticulite no consultório: Líquidos claros – primeiros dias do antibiótico Dieta baixo teor de resíduos – até finalizar o ciclo de antibiótico Dieta normal DIARRÉIA Evacuação freqüente de fezes líquidas (normalmente acima de 03 vezes/dia, excedendo 300ml), acompanhadas de perda excessiva de líquidos e eletrólitos, especialmente Na e K. Antibióticos Disbiose Diarréia - destrói as bactérias intestinais e compromete a produção de AGCC que estimulam a absorção de água e eletrólitos no cólon - alguns antibióticos permitem a proliferação oportunista de organismos competitivos no trato GI microorganismos e suas toxinas a absorção e a excreção de líquidos e eletrólitos - Contaminação por Clostidium difficile o mais comumente relacionado a esta situação, mas pode ocorre por Clostridium perfringens, Samonella, Shigella, Campylobacter, Yersínia Enterocolítica e Escherichia coli Probióticos para prevenção e tratamento da diarreia mostra-se eficiente: - diarreias associadas à contaminação de alimentos por E. coli, Salmonella, Shigella, B. Cereus e V. cholarae, - Antibioticoterapia - diarreia do viajante. As cepas mais utilizadas são Latobacillus casei, L. acidophilus. L. brevis, L. bulgaricus, L. plantarum e E. faecium. Ação dos probióticos: - produção de substâncias antimicrobianas como acidofilina, acidolina e bacteriocina, lactobacilina, lactobrevina, bugaricina e lactolina que atuam na inibição do crescimento de bactérias patogênicas, - produção de substâncias como ácido acético, ácido lático, ácido fórmico e peróxido de hidrogênio, que contribuem para a integridade da mucosa intestinal. https://pt.wikipedia.org/wiki/Divert%C3%ADculo https://pt.wikipedia.org/wiki/Hernia https://pt.wikipedia.org/wiki/Mucosa https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3lon https://pt.wikipedia.org/wiki/Art%C3%A9ria - L. rhamnosos GG probióticos mais efetivos na prevenção e no tratamento das diarreias; - S. boulardi e E faecium utilizados para prevenir diarreia associada com antibióticos - S. boulardi previne a reincidência de diarreia causada por C. dificille. DESORDENS RELACIONADAS AO GLÚTEN Inicialmente apenas a doença celíaca era conhecida, entretanto, o avanço nas pesquisas demonstrou a existências de outras condições adversas à saúde associadas à ingestão de alimentos fontes de glúten. Em 2011, especialistas de várias partes do mundo se reuniram em Oslo, na Noruega, onde discutiram toda a literatura científica disponível até aquele momento e elaboraram um documento, no qual padronizavam a nomenclatura das desordens relacionadas ao glúten (DRG), de modo a facilitar a identificação, o diagnóstico e o tratamento de cada uma delas. Glúten é o nome popular de uma classe de proteínas, presentes nos cereais, as prolaminas, as quais não são completamente hidrolisadas no TGI dos seres humanos. De acordo com cada espécie vegetal, cada prolamina recebe uma denominação, sendo a gliadina (a mais estudada de todas), a prolamina do trigo, a hordeína a da cevada, a secalina, a do centeio e a avenina, da aveia. Em relação a aveia ainda existem muitas controvérsias sobre sua segurança, entretanto, ela se mostra segura para a maior parte (92%) das pessoas com alguma DRG, desde que seja originária de produção exclusiva, sem contaminação com os demais cereais. Entretanto, no Brasil, ainda é difícil encontrar variedade de marcas certificadas isentas de contaminação pelas demais prolaminas, além do alto custo, o que ainda torna seu uso, bastante limitado. A gliadina demonstrou aumentar a permeabilidade intestinal tantode celíacos quanto de não celíacos, devido à capacidade de sues peptídeos indigeríveis (em cores na figura abaixo) de estimulação à secreção de zonulina, proteína que controla a abertura das tight junctions. Além disso, a gliadina também é capaz de estimular reações inflamatórias e citotóxicas na mucosa intestinal. Mecanismo de abertura das TJ e aumento da permeabilidade intestinal: DOENÇA CELÍACA / ENTEROPATIA SENSÍVEL AO GLÚTEN / ESPRU NÃO TROPICAL É uma enteropatia, de origem autoimune, que afeta o intestino delgado proximal (duodeno e jejuno proximal) em crianças e adultos geneticamente predispostos, precipitada pela ingestão de glúten. Apesar das lesões características localizadas no intestino delgado, seus efeitos são sistêmicos. Características da doença: Atrofia das vilosidades (má absorção e desnutrição) Hiperplasia das criptas Aumento da celularidade as células plasmáticas e linfócitos aumentados prejudicam a absorção de nutrientes. Redução de dissacaridasese e dipeptidases Menor estímulo a secreção colecistoquinina e secretina Tipos de Doença Celíaca: • Clássica: Sintomas de má-absorção GI após exposição ao glúten da dieta – diarréia ou esteatorréia, perda de peso, dor e distensão abdominal e deficiências nutricionais. Se manifesta entre 6 e 24 meses de idade. (Biópsias tipo 3a - 3c) • Não Clássica ou Atípica: Pouco ou nenhum sintoma GI (sem diarréia). Predomínio das manifestações extraintestinais. Surge mais tardiamente. Os únicos indícios podem ser a baixa estatura, fadiga, atraso da puberdade, anemia, artralgia, infertilidade. (Biópsias tipo 1-3c) • Silenciosa: Pacientes assintomáticos, mas com sorologia e biopsia positivas para a DC. (Biópsias tipo 1-3c) • Potencial: Sorologia positiva, mas com biopsia intestinal tipo 1, com dieta contendo glúten. • Latente: Biópsia normal, mas com alguma evidência de um dano de mucosa que regrediu com dieta sem glúten. As lesões na mucosa duodenal são classificadas de acordo com os critérios estabelecidos por Marsh (Classificação de Marsh). Esta escla é útil para demonstrar o grau de comprometimento da mucosa, o nível de inflamação e o risco de deficiências nutricionais de cada paciente, porém, elas não devem ser utilizadas como critério de avaliação ou de classificação de “graus” ou “níveis” da doença celíaca: Demonstração histológica da Escala Marsh: Epidemiologia: Afeta, geralmente cerca de 1% da população; Incidência vem em países em desenvolvimento, provavelmente em função de desequilíbrios na microbiota intestinal, aumento e precocidade da ingestão de alimentos contendo glúten, uso de aditivos alimentares que interferem negativamente na integridade da barreira intestinal, entre outros fatores; Maior prevalência: parentes de 1º grau, pacientes com doenças autoimunes pré-existentes (casos em que a DC pode permanecer assintomática ou com sintomas GI pouco evidentes, retardando o diagnóstico), pacientes com deficiência de IgA Devido à falta de sintomas clássicos subdiagnóstico Foco de pesquisa grupos de risco Genética: prevalência de 70% em gêmeos e 5-15% em parentes de 1º grau – relação com os genes HLA-DQ2 ou HLA-DQ8Sexo: 1,5-2x maior em mulheres Dieta: redução do risco com o aleitamento materno Infecções (principalmente intestinais) Fisiopatologia: É causada por uma reação imunológica às prolaminas, proteínas ricas em prolina e glutamina (prolaminas) potentes ativadores da resposta imunológica na doença celíaca. Observa-se aumento na produção de anticorpos anti-gliadina, direcionados a estas prolaminas. A medida que a reação progride, a enzima anti- transglutaminase, responsável pela conversão de glutamina em ácido glutâmico, presente em todos os tecidos corporais, ao se ligar às moléculas de glutamina, presas aos peptídios ingeríveis do glúten, se torna um auto-antígeno, estimulando a produção dos anticorpos anti-transglutaminase. Assim, dá-se início a uma cascata de eventos inflamatórios, na mucosa duodenal, que culminam com a destruição da mesma, num quadro de atrofia da superfície absortiva, e com grande impacto no estado nutricional dos pacientes. Destaca-se que esta má absorção pode ser total ou parcial, quando observa-se apenas má absorção de micronutrientes (em especial ferro, cálcio, zinco e vitaminas). A destruição da mucosa também origina a produção de anticorpos antiendomísio, direcionados às camadas musculares do intestino e a alta titulação dos mesmos, mostra correlação com maior comprometimento da mucosa, como frequentemente observado em crianças e em adultas que apresentam a forma clássica da doença. Manifestações Clínicas: Expressão amplamente variável e que pode aparecer em qualquer momento da vida não é completamente compreendida. Razões sugeridas: Idade: má-absorção ocorre mais frequentemente no início vida Quantidade de glúten ingerida e frequencia Influencia genética Ocorrência de infecções intestinais Gravidez ou cirurgia - Gerais: baixa estatura, perda de peso, letargia, edema, coiloníquia. - Gastrointestinais: anorexia, náuseas, vômitos, glossite, aftas, dor e distensão abdominal, flatulência, diarreia ou constipação. - Psiquiátricas: depressão, ansiedade. - Neurológicas: neuropatia periférica, ataxia, epilepsia - Bioquímicas: redução do cálcio sérico, aumento da fosfatase alcalina, aumento dos níveis de aminotrasnferases - Hematológicas: anemia, deficiência de ferro e ácido fólico, VCM aumentado, manifestações hemorrágicas - Reprodução: infertilidade, aborto recorrente - Músculo esqueléticas: osteomalácia e osteoporose, dor óssea, miopatia, tetania e parestesias. - Pele: dermatite herpetiforme - Malignas: linfomas, câncer de esôfago e duodeno. Manifestações mais comuns: Adultos Crianças Diarreia (50%) Diarreia crônica Anorexia Anorexia Perda de peso Perda de peso Letargia Dor abdominal Dermatite Herpetiforme: Variante cutânea da Doença Celíaca paciente apresenta lesões de pele pruriginosas, bilaterais. Obs: na DH nem sempre a mucosa duodenal apresenta-se seriamente comprometida como na DC se acometimento cutâneo, o que pode gerar alguma incerteza no diagnóstico, caso não seja feito o diagnóstico diferencial para outras doenças da pele com manifestações semelhantes. É uma doença cutânea crônica e benigna que se caracteriza por uma sensação de queimadura intensa e coceira Regiões mais afetadas cotovelos joelhos nuca couro cabeludo parte superior das costas nádegas rosto e a borda dos cabelos podem também ser atingidos. Diagnóstico: - Biópsia de pele retirada próxima de uma lesão. - IgA total + IgA anti-transglutaminase - Endoscopia + biópsia de duodeno Biópsia do Intestino Delgado - pode revelar alterações ou danos intestinais similares mas menores que indivíduos atingidos pela Doença Celíaca. 90% dos pacientes não tem sintomas GI (compensação intestinal) Alguns pacientes possuem diarréia, mas sintomas graves são raros Tratamento : Medicamentos + Dieta sem glúten Medicamentos : Dapsona, da classe das Sulfonas. menos de 24 a 48 horas, a sensação de queimadura diminui e as coceiras começam a desaparecer objetivo é de administrar a menor dose possível suscetível de controlar as coceiras e sensações de queimadura, este medicamento não faz quase nenhum efeito sobre as anomalias intestinais entretanto, a medicação apresenta sérios efeitos colaterais e não deve ser utilizada por longo prazo, tendo em vista que o verdadeiro tratamento da DH é a dieta isenta de glúten e de contaminação por toda a vida.Diagnóstico da Doença Celíaca fazer antes de introduzir a dietoterapia A dieta pode alterar negativamente os resultados dos testes sorológicos e melhorar a histologia. O diagnóstico de DC nem sempre é fácil de ser realizado. Em 10% dos casos os achados são discordantes entre sorologia, clínica e histologia. Dosagem de anticorpos: Os testes sorológico positivos sugerem o diagnóstico de DC, mas a biópsia duodenal ainda é o padrão-ouro. Os marcadores utilizados são: os anticorpos antiendomísio (EMA) os anticorpos antitransglutaminase tecidual (anti- tTG) são sensíveis e específicos para o diagnóstico inicial de DC. alta correlação de seus resultados, não sendo necessária a pesquisa de ambos. A pesquisa de anticorpos antigliadina (AGA) não é comparável aos testes supracitados e está em desuso. Anticorpo Anti-transglutaminase tecidual IgA: O anti-tTG é o anticorpo contra a transglutaminase tecidual a enzima responsável pela deamidação da gliadina na lâmina própria. Isoladamente, é o mais eficiente teste sorológico para detecção de DC. Oferecido pelo SUS e coberto pelos planos de saúde. Em protocolos de pesquisa e e fora do Brasil, pode ser realizado com uma pequena amostra de sangue retirada do dedo Pode também, ser detectado na saliva humana, evitando coleta de sangue; o que facilita o diagnóstico de DC, especialmente em crianças (teste ainda não disponível no Brasil, a não ser em grupos de pesquisa). . A pesquisa do anti-tTG IgA tem alta sensibilidade para o diagnóstico de DC e para o acompanhamento de pacientes com DSG. Anticorpo Antioendomísio IgA Anticorpos EMA IgA ligam-se ao endomísio, o tecido conjuntivo ao redor do músculo liso, produzindo um padrão característico. É reconhecido que a presença do EMA é preditiva de progressão para atrofia de vilosidades. Anticorpo Antigliadina IgA Este é o marcador mais antigo e os valores de referência não são constantes entre os laboratórios. Sua eficácia é difícil de definir, pois os dados disponíveis na literatura são heterogêneos e não permitem a comparação. Há outros testes com melhor desempenho diagnóstico. Conclusão final testes sorológicos: Testes sorológicos podem ser usados para avaliar a aderência do paciente à dieta isenta de glúten. Anticorpos em geral, ficam negativos após 3-12 meses de dieta. Este é um dos motivos pelos quais não se recomenda a exclusão de glúten ANTES das realização dos exames – risco de resultado falso-negativo, que dificulta o diagnóstico conclusivo. Complicações da Doença Celíaca DC refratária: - Não melhora com a exclusão do glúten – geralmente afeta celíacos que não foram devidamente orientados quanto aos cuidados com a dieta e contaminação ou em celíacos, que mesmo orientados, burlam voluntariamente a mesma. - Desnutrição/má absorção mais intensas - Requer uso de medicamentos imunossupressores - Pode ser necessário dieta elementar e NPT - A DC refratária pode evoluir para Linfoma intestinal Linfoma Intestinal de células T: - Mais grave complicação da DC não tratada - Risco 8-10 x maior em celíacos não tratados - Pacientes apresentam-se gravemente desnutridos - Má absorção intensa e generalizada Tratamento da Doença Celíaca: Excluir permanentemente todos os cereais contendo glúten da dieta: trigo, centeio e cevada/malte e alimentos contaminados. Obs: a contaminação pode ocorrer em qualquer etapa desde a colheita até o momento do alimento ser consumido! Atenção especial deve ser dada em cozinhas de produção compartilhada (como cozinhas de restaurantes e cozinhas hospitalares). Aveia segura “pode” ser ingerida, desde que o paciente não apresente sintomas relacionados a ela. Sugere-se que a aveia certificada seja testada somente após paciente estar devidamente orientado sobre os cuidados com a dieta sem glúten e após seu quadro clínico apresentar-se estável, para assim permitir avaliar a ocorrência de qualquer efeito adverso relacionado a este alimento. Ideal NADA glúten, mas existe contaminação (<10-50mg/dia, mas isso é variável) Glúten tem baixo valor biológico, pode ser substituído por outras proteínas na dieta Restringir lactose inicialmente devido à atrofia das vilosidades Monitorar a dieta quanto à possível deficiência de fibra, cálcio, ferro, folato, vitaminas B12 e D e avaliar necessidade de suplementação. Cereais que podem ser utilizados: Milho Soja Batata Arroz Tapioca Amaranto Quinoa Painço Polvilho Sagu Mandioca Fécula de batata Fubá Farinha de milho Amido de milho Canjica Trigo sarraceno Obs.: na mistura de farinhas sem glúten, para melhorar a “liga”, recomenda-se o uso, para cada 500g de farinha acrescente uma colher (chá) de carboximetilcelulose ou Goma Xantana. Cuidados especiais na dieta do celíaco: A vigilância da dieta deve ser permanente, já que a ingestão de glúten pode acontecer até sem que a gente perceba, como por exemplo: - através de óleo de fritura utilizado no preparo de alimentos com glúten e depois para a fritura de alguma preparação sem glúten; - utilização de temperos industrializados (como creme de cebola em pó, por exemplo) ou adição de farinha no caldo do feijão, e sopas e molhos, com o intuito de engrossá-los; - utilização da mesma faca para se passar manteiga / geleia / requeijão em pão com glúten e depois passar em bolacha sem glúten; - usar tabuleiros ou formas polvilhadas com farinha de trigo e depois reutilizá-las para os produtos sem glúten, sem que tenham sido bem lavadas. - uso de utensílios de difícil higienização, como peneiras e escorredores de macarrão; - uso de esponjas compartilhadas para louça do celíaco e louça das demais pessoas Na falta de produtos industrializados especiais sem glúten no mercado brasileiro, a maior parte das preparações do cardápio do paciente celíaco deve ser caseira, demandando tempo, dedicação e criatividade para o preparo. No site da Fenacelbra é possível encontrar diversos livros de receitas (previamente testadas) e cartilhas que podem auxiliar o Nutricionista e o paciente celíaco nos cuidados do dia a dia, como os “Dez passas para a alimentação do celíaco” (disponível para download em: http://www.fenacelbra.com.br/arquivos/livros_download/10 _passos_celiacos_juliana_crucinsky.pdf ) Legislação de proteção ao paciente celíaco: A lei Nº 8543, de 23/12/1992, determina que todas as empresas que produzam alimentos com glúten mantenham a inscrição (Contém glúten) na embalagem dos produtos. A lei federal 10.674/2003 determina o uso das expressões "Contém Glúten" e "Não contém glúten", conforme o caso, no rótulo dos alimentos brasileiros. Resolução – RDC n.º 137 de 29 de maio de 2003 - Obriga aos fabricantes de remédio a identificarem no rótulo se o medicamento contém glúten em sua formulação. LEI Nº 6.759. DE 24 DE ABRIL DE 2014 – determina a obrigatoriedade de acomodação, em um mesmo local ou gôndola, de todos os produtos alimentícios elaborados sem a adição de glúten e lactose, de forma específica. Probióticos e Doença Celíaca < nível de bifidobactérias/ lactobacillus intestinais em pacientes com DC tratados ou não dos níveis de bacteróides e E.coli Disbiose no duodeno associada a maior quantidade de sintomas Dieta sem glúten, se rica em açúcar e farinhas refinadas (e pobre em vegetais) pode interferir negativamente na microbiota benefício do uso de pré e probióticos, entretanto, alguns paciente relatam intenso desconforto e distensão abdominal com o uso de prebióticos – avaliar individualmente! SENSIBILIDADE AO GLÚTEN NÃO CELÍACA Definição proposta para condições em que sintomas GI ou extra-intestinais são desencadeadas pela ingestão de glúten, na ausência de anticorpos para doença celíaca, atrofia de vilosidades,assim como, processo relacionado a alergia ao trigo. Características: Descrita pela 1ª vez ≈ 1970-1980’s Prevalência difícil de ser estimada 0,5 – 13% em pessoas que se “auto-definem”, mas ainda sem diagnóstico médico até 28% em pacientes com SII Mais associada em mulheres jovens/meia idade e, alguns estudos falam em idosos Tem estudos em atletas em que aprox. 50% aderem a uma dieta “sem glúten” por acreditarem ser mais saudáveis Sintomas: GI: dor abdominal, gases, alteração do hábito intestinal Sintomas sistêmicos: fadiga, dor de cabeça, dor óssea e nas articulações, transtornos do humor e manifestações de pele (eczema ou rash). Sintomas podem aparecer horas ou dias após a ingestão e desaparecem se exclui-se o glúten da dieta Diagnóstico: De exclusão! – Excluir com segurança doença celíaca – anticorpos + biópsia. Além disso, avaliar os sintomas pessoais com e sem a ingestão de glúten. http://www.fenacelbra.com.br/arquivos/livros_download/10_passos_celiacos_juliana_crucinsky.pdf http://www.fenacelbra.com.br/arquivos/livros_download/10_passos_celiacos_juliana_crucinsky.pdf Critérios Diagnósticos da NCGS: Considerar as manifestações clínicas apresentadas pelos pacientes? Frequencia Intestinal Extraintestinal Muito comum Flatulência Dor abdominal Mal estar Cansaço Comum Diarreia Dor epigástrica Náusea Aerofagia Refluxo gastroesofágico Estomatite aftosa Alteração do hábito intestinal Constipação Dor de cabeça Ansiedade Mente “enevoada” Entorpecimento Dor muscular / articular Rash cutâneo / dermatite Indeterminada Hematoquezia Fissuras anais Perda de peso Aumento de peso Anemia Perda do equilíbrio Depressão Rinite / asma Alterações menstruais Sintomas sensoriais Distúrbios do sono Mudanças de humor Alucinações Autismo Esquizofrenia permeabilidade intestinal ???? – ainda não definida Parece haver um dos linfócitos IE e do resposta imune inata Existe interesse em outras partícula que não somente o glúten como as inibidoras de amilase-tripsina (ATIs) que parecem ativar o sistema imune Trabalho demonstra um dos anticorpos anti-gliadina IgG em >50% dos pacientes e seu posterior desaparecimento com a adesão à dieta. Proteínas de defesa do trigo inibem a α-amilase e a tripsina, ativam resposta imune inata e ↑ inflamação, através da ativação dos TLR-4. Possível papel na SGNC, na alergia ao trigo, na SII e nas DII Estímulo imunológico provocado pelas ATIs: PRINCIPAIS DIFICULDADES Relacionadas ao Diagnóstico Relacionadas ao Tratamento - desconhecimento do verdadeiro gatilho - indisponibilidade de marcadores biológicos - não se conhece toda a magnitude da doença - exclusão do glúten antes da realização dos sintomas - dieta mal orientada - prescrição de enzimas que prometem digerir o glúten – segurança e eficácia incertas SGNG: De acordo com o Protocolo de Oslo e Protocolo de Salerno: - Dieta sem glúten – Cuidados em relação a contaminação cruzada: • Pratos feitos em casa • Restaurantes • Produtos industrializados
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