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Avaliação, Diagnóstico e Intervenção Psicopedagógica Professora Tatiana Alves Carnelozzi SUMÁRIO UNIDADE I ...................................................................................................... 4 Avaliação, Diagnóstico e Intervenção Psicopedagógica 4 Plano de Estudo: ● Avaliação psicopedagógica: conceitos e prática para a atuação do psicopedagogo; ● Diagnóstico na prática do psicopedagogo; ● Intervenção na prática psicopedagógica clínica e institucional. UNIDADE I Avaliação, Diagnóstico e Intervenção Psicopedagógica Professora Tatiana Alves Carnelozzi 5UNIDADE I Avaliação, Diagnóstico e Intervenção Psicopedagógica 1. AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA: CONCEITOS E PRÁTICA PARA A ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO Quando mencionamos a palavra avaliação, instantaneamente surgem várias ideias na nossa mente. Como profissionais da educação é comum que nos lembremos dos mode- los de avaliação diagnóstica, tão usado no cotidiano das escolas. Entretanto, na psicopedagogia não tratamos dos modelos de avaliação convencio- nais como já conhecemos, a saber: avaliações diagnósticas, formativas, comparativas e somativas. Como psicopedagogos, esse conceito precisa ser adaptado para nosso trabalho de olhar em diferentes perspectivas e possibilidades o futuro de um aluno. A avaliação psicopedagógica deve ser interpretada como um processo técnico e científico de coleta de dados, em que não se dará de forma padrão em todas as ocasiões. É um processo de estudo e investigação do profissional, e não tem previsão ou um protocolo a ser seguido da mesma forma com todos os pacientes, pois considerará o contexto de vida, escolar, afetivo e social de cada um. A avaliação precisa começar assim que conhecemos o indivíduo a ser avaliado. Na nossa prática clínica, por exemplo, desde o momento que a criança entra em nossa sala. Perguntas devem ser feitas em nossa mente para encontrarmos essas respostas posterior- mente. Precisamos observar desde a fala descontraída até mesmo a postura corporal da criança. Devemos questionar “por que ela não cumprimenta? ”, “é comum ela sentar em tal posição? ”, “Por que a mãe/pai responde por ela antes dela falar”? Entre outros quesitos. 6UNIDADE I Avaliação, Diagnóstico e Intervenção Psicopedagógica Essa avaliação informal, essa prática de observar além do resultado do papel é o que fará de você um psicopedagogo/a com diferencial, capaz de refletir e solucionar problemas, investigar e avançar com seu paciente e explorar possibilidades. Precisamos lembrar que a psicopedagogia é uma ciência em evolução, e está sem- pre se atualizando com as novas descobertas no universo do saber e do conhecimento. Por isso, a avaliação deve compreender os mecanismos e caminhos que seu paciente se utiliza para aprender. Deve-se considerar as mais variadas condições e alternativas, investiga-los com instrumentos e práticas indicadas para aquela situação, além de propor outros. Não é uma etapa do acompanhamento psicopedagógico que tem uma previsão de tempo e um protocolo único para todos os casos. Sempre precisaremos considerar a anamnese com o pais, o histórico da criança, as condições pedagógicas que se encontram e os questionamentos da família e da escola. Para entendermos melhor essa dinâmica, consideramos a citação abaixo: A avaliação psicopedagógica é um dos componentes críticos da intervenção psicopedagógica, pois nela se fundamenta as decisões voltadas à prevenção e solução das possíveis dificuldades dos alunos, promovendo melhores con- dições para o seu desenvolvimento (MORAES, 2010, p. 03) Perceba como a avaliação acontece em todas as fases do acompanhamento psicopedagógico. Ela norteará todo o trabalho de diagnóstico e intervenção para um ques- tionamento que envolverá, ainda, toda uma equipe multiprofissional para atender a criança. 1.1 Etapas da avaliação O primeiro passo para uma avaliação psicopedagógica envolve principalmente a família e escola do aluno. Precisamos entender desde a concepção uterina da criança o que ela passou para descartarmos transtornos de aprendizagem que decorrem de problemas gestacionais, como uso de álcool e droga ilícitas na gravidez, gestação acima de 40 anos, entre outros. Esse passo é chamado anamnese: A avaliação psicopedagógica envolve a identificação dos principais fatores responsáveis pelas dificuldades da criança. Precisamos determinar se trata de um distúrbio de aprendizagem ou de uma dificuldade provocada por ou- tros fatores (emocionais, cognitivos, sociais...). Isto requer que sejam coleta- dos dados referente à natureza da dificuldade apresentada pela criança, bem como que se investigue a existência de quadros neuropsiquiátricos, condi- ções familiares, ambiente escolar e oportunidades de estimulação oferecidas pelo meio a que a criança pertence (MORAES, 2010, p. 03) Nesse momento tão importante, é necessário se atentar para dificuldades de or- dem patológicas e encaminhar, se necessário, para especialistas da área. Por exemplo, uma criança que não tem uma rotina com alimentação adequada, negligenciada pelos pais 7UNIDADE I Avaliação, Diagnóstico e Intervenção Psicopedagógica que podem sofrer com dependência química muitas vezes, não terá resultados qualitativos somente com intervenção psicopedagógica, pois seu problema tem origem na desnutri- ção, que deve ser medicamentada e acompanhada por um médico. Nesse caso, é preciso acionar setores responsáveis pelos direitos da criança, como o conselho tutelar. Estes profissionais tomarão atitudes pertinentes à situação familiar daquela criança para aí sim intervimos como psicopedagogos. Outro ponto importante da avaliação é o alinhamento das expectativas de aprendi- zagem da idade da criança e o currículo da escola. Quando o motivo da avaliação for queixa escolar, é necessário um relatório escolar especificando que nível de leitura, escrita e cál- culo a criança está. Quanto mais detalhado for o relatório escolar, melhor será a conduta da equipe multiprofissional (neurologista infantil, psiquiatra, psicólogo, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, etc.) O profissional psicopedagogo clínico deve se reunir com a escola e considerar a opinião dos professores, ouvi-las para entender as queixas e considerações de cada profissional. Se a criança tem acompanhamento com terapeuta ocupacional, fo- noaudiólogo, psicólogo ou outros, é importante alinhar o trabalho da equipe integralmente. Por isso, o relatório escolar e o contato com a escola é fundamental. Ao definir o período de avaliação, delimita-se a época do ano letivo em que foi feita, a sua extensão, as interrupções ocorridas e suas causas. Começaremos com a avaliação de crianças menores de 5 anos. Para isso, precisamos estudar as fases do de- senvolvimento infantil. É necessário ter clareza do que é esperado em cada faixa etária. Ciente do que espera-se para cada idade, podemos mensurar numa sessão de avaliação psicopedagógica possíveis atrasos no desenvolvimento ou complicações na desenvoltura do paciente. Vale ressaltar que cada criança tem seu tempo para se desenvolver e, nunca se desenvolverá exatamente ao mesmo tempo das outras. Entretanto, quando chega num limite determinado pelos estudos e o desenvolvimento infantil e essa criança não atingiu o esperado, deve-se investigar. Veja no quadro abaixo algumas especificações acerca do desenvolvimento infantil e suas fases: 8UNIDADE I Avaliação, Diagnóstico e Intervenção Psicopedagógica FIGURA 1 – DESENVOLVIMENTO INFANTIL E SUAS FASES Fonte: TEMPO de creche. Neurociência, Aprendizagem e Desenvolvimento Infantil – 6 a 12 meses. 2016. Disponível em: https://tempodecreche.com.br/espaco-de-coordenar/neurociencia-aprendizagem-e-desenvol- vimento-infantil-6-a-12-meses/. Acesso em: 20 nov. 2021. Em geral, à medida que o bebê cresce e desenvolve a sua musculatura, exercita seus movimentos.Ganha controle sobre o próprio corpo, e passa de gestos bruscos, “meio estabanados” à movimentos refinados, controlados e com intenção determinada. Para essa fase, trabalhamos estimulação de coordenação motora grossa e fina, lateralidade, ritmo, estimulação fonética, sons e texturas, firmeza das mãos e pés e socialização. A partir dos 6 anos, é a fase que mais atendemos na psicopedagogia clínica. Digo isso porque nessa fase a criança já está submetida à alfabetização e operações mate- máticas simples. Nessa idade da escolarização geralmente é o mais comum de surgirem as desconfianças dos transtornos de aprendizagem, síndrome e dificuldades. Isso porque existe um parâmetro nas turmas em que a criança estuda, e os professores/pais comparam as conquistas acadêmicas e avanços de um aluno com outros. Isso também acontece na questão comportamental. Uma criança com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hi- peratividade) comumente é diagnosticada nessa fase, por exemplo. Não que anteriormente não demonstrasse sinais do transtorno, mas porque no primeiro ano do ensino fundamental lhe é exigido uma postura corporal por um longo tempo, assim como lhe exigem tarefas que demandam atenção sustentada e seletiva. Falando mais sobre o TDAH, quero ressaltar uma importante tarefa nossa (psicope- dagogos) nas sessões de avaliação. Um indivíduo com TDAH via de regra, carrega rótulos e reclamações da família e da escola desde muito cedo. Durante as avaliações, procure https://tempodecreche.com.br/espaco-de-coordenar/neurociencia-aprendizagem-e-desenvolvimento-infantil-6-a-12-meses/ https://tempodecreche.com.br/espaco-de-coordenar/neurociencia-aprendizagem-e-desenvolvimento-infantil-6-a-12-meses/ 9UNIDADE I Avaliação, Diagnóstico e Intervenção Psicopedagógica supervalorizar as qualidades e talentos da criança, para depois questioná-la sobre suas difi- culdades. A mente do indivíduo com TDAH funciona com grande esquema de recompensa, em que devemos punir as ações negativa e recompensar as conquistas e qualidades. Independentemente do que se desconfia durante as avaliações e as estratégias selecionadas para intervenção, listo abaixo os momentos que todos os pacientes passarão. Na primeira sessão que você conhecerá seu paciente. Não é momento de falar de você como profissional, e sim de escutar as queixas, as reclamações, pois a família chegará sempre com uma dor e uma grande dúvida. Seja paciente, investigadora, pesquise antes para atender essa família. Primeiro começamos com a anamnese, que é uma avaliação informal com a família do paciente realizada em sessão. Existem modelos de anamnese extremamente extensos, mas, se você entender o objetivo dela, não perderá tempo na sessão fazendo tantas perguntas. Lembre-se que anamnese serve para conhecer o histórico familiar, doenças gestacionais ou desenvolvidas, presença de doenças ou síndromes e transtornos nos familiares, histórico de consumo de drogas na gravidez, desenvoltura acadêmica do paciente, nível de socialização, queixas escolares e dificuldades que está enfrentando, idade que começou a andar, falar, engatinhar. Na anamnese podemos já eliminar algumas doenças que são adquiridas/provadas geneticamente. Também observaremos se a dinâmica familiar ou escolar corrobora para a queixa do paciente ou evita. Também instruirá para tratamentos e medicamentos que o aluno já tomou, como respondeu a esses tratamentos, o que teve sucesso ou não. Deixou abaixo um modelo de anamnese que tenho usado em atendimento. Sempre personalizo, posso eliminar algumas perguntas dependendo da situação ou acrescentar outras. Lembre-se que a sessão não é estática, ela varia sempre de caso a caso. 10UNIDADE I Avaliação, Diagnóstico e Intervenção Psicopedagógica FICHA DE ANMNESE PARA PSICOPEDAGOGOS IDENTIFICAÇÃO: Nome:__________________________________________________________________ Idade: _____anos e _____meses Data de nascimento: _____/_____/_____ Natural de: ____________________________________________________________ Escolaridade:_________________ Turno:________________ Horário: _____________________ Escola:_________________________________________________________________ Pública ( ) Privada( ) Fone: ___________________ E-mail:______________________________________________________________________ Professor(a) responsável :___________________________________________________ Coordenador(a): __________________________________________________________ Encaminhado pela escola: ( ) sim ( ) não ( ) outro _______________________________ Pai: ______________________________________________________ Idade: ______________ Fone: ______________________ E-Mail:___________________________________________ Profissão: _________________________________ Escolaridade:_________________________ Mãe:_____________________________________________________ Idade:______________ Fone: ______________________ E-mail: ___________________________________________ Profissão:_________________________________ Escolaridade: ________________________ Endereço: ___________________________ _________________________________________ Bairro: _________________________ ______________ Cidade: ________________________ 11UNIDADE I Avaliação, Diagnóstico e Intervenção Psicopedagógica COMPOSIÇÃO FAMILIAR Relação dos pais hoje? ____________________________________________________ ________________________________________________________________________ ____________________________ Outras crianças e parentes que moram com a criança: ____________________________ ________________________________________________ Nome:__________________________________________________________________ Idade:___________________________________________________________________ Relação:_________________________________________________________________ Educação:________________________________________________________________ Ocupação:_______________________________________________________________ Saúde:__________________________________________________________________ Prob. Aprendiz.:____________________________________________________________ IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA Queixa (motivo): ______________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________ CONCEPÇÃO ( ) Filho natural ( ) Filho adotivo Idade dos pais na época: Pai: _________________________ Mãe: ______________________ Gravidez foi planejada ou casual? _____________________________________________ Número de gestações anteriores? _____________________________________________ Abortos? ___________ Naturais: ___________ Provocados: ____________________________ 12UNIDADE I Avaliação, Diagnóstico e Intervenção Psicopedagógica GESTAÇÃO Acompanhamento pré-natal? ________________________________________________ Ingestão de algum tipo de drogas? Lícitas e/ou ilícitas? ____________________________ ________________________________________________________________________ Quedas ou acidentes durante? _______________________________________________ Tomou alguma medicação? __________________________________________________ Doenças: ( ) rubéola ( ) toxoplasmose ( ) sífilis ( )hipertensão ( ) diabetes ( ) outras ________________________________________________________________________ Condições emocionais? ____________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________ PARTO Parto: ( ) normal ( ) induzido ( ) cesárea ( ) fórceps Cordão umbilical em volta do pescoço? ________________________________________ Nasceu roxinho? ________________ Necessitou de oxigênio?________________________ Teve convulsões? _________________________________________________________ Altura: ____________ Peso: ____________ Apgar ( força muscular, frequência de batimen- tos do coração, reflexo, respiração e cor.): ______________________________________ Teve icterícia? ____________________________________________________________ ALIMENTAÇÃO Mamou no peito?__________________ Tempo: ______________________________________ Tomou mamadeira? _________________________ Tempo: ______________________________ Hoje tem hora para as refeições? _____________________________________________ 13UNIDADE I Avaliação, Diagnóstico e Intervenção Psicopedagógica Como a criança come? Rápido, devagar, sofreguidão, voracidade, mastiga bem? ________________________________________________________________________ Faz as refeições com a família? ______________________________________________ Onde? Vendo TV?______________________________________ _________________________ ___________________________________________________ Preferência alimentar: ______________________________________________________ HISTÓRIA CLÍNICA ( )Febre alta ( )Sarampo ( )Meningite ( )Caxumba ( )Rubéola ( )Coqueluche ( )Desidratação Grave ( )Otite ( )Complicação com vacinas Adenóides ( )Amigdalites ( )Alergias ( )Acidentes ( ) Asma ( )Infecção de ouvido ( )Catapora ( )Bronquite ( )Convulsões Faz uso de medicação? ____________________________________________________ ________________________________________________________________________ ____________________________ Quais os acompanhamentos que faz na área da saúde? ___________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ _________________________________________________________ 14UNIDADE I Avaliação, Diagnóstico e Intervenção Psicopedagógica SONO Onde a criança dorme? Tem seu quarto?__________________________________________ Tem o costume de dormir na cama dos pais? ____________________________________ Que horas dorme? _________________ Que horas acorda? ______________________________ Sono: tranquilo ( ) agitado ( ) range dentes ( ) terror noturno ( ) sonambulismo ( ) Fala dormindo ( ) Enurese ( ) Hábitos especiais (presença de alguém, objetos, embalo, bico, chupa dedo, etc.) __________________________________________________________ __________________ DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR Com que idade sentou __________________ Engatinhou? ________________________ Forma de engatinhar: ______________________________________________________ Com que idade andou? ________________ Caía muito? _______________________________ Dominância manual: _______________________________________________________ Acredita que tenha alguma dificuldade motora? __________________________________ CONTROLE DE ESFÍNCTERES Com que idade parou de usar fraldas? _________________________________________ Controle esfincteriano hoje: Dia ( ) sim ( ) não Noite ( ) sim ( ) não DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM Balbuciou? ___________________ Com que idade começou a falar? _____________________________________________ Apresentou problemas na fala?________ Quais? ______________________________________ Fez uso de bico? ___________________ Até que idade? __________________________ 15UNIDADE I Avaliação, Diagnóstico e Intervenção Psicopedagógica Como era esse uso? _______________________________________________________ Compreende ordens? ______________________________________________________ Como a criança se comunica? _______________________________________________ ESCOLARIDADE Frequentou creches/educação infantil? ________________________________________ Idade que entrou para escola: _______________________________________________ Adaptação: ______________________________________________________________ Escolas que frequentou: ESCOLA SÉRIE ANO ______________________________________________________ Repetiu de ano? __________________________________________________________ Por que? __________________________________ Faz as tarefas sozinho(a)? __________________________________________________ Com quem faz as tarefas? ___________________________________________________ Fatos importantes que aconteceram na vida escolar de seu filho: ____________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________ Quais as queixas mais frequentes? ___________________________________________ ________________________________________________________________________ _____________________________________ Tem dificuldade para: ( ) ler ( ) escrever ( ) coordenação motora ( ) contar ( ) calcular ( ) esquece o que aprende ( ) troca letras na escrita ou na leitura ( ) letra ilegível ( ) atenção ( ) concentração Conhece: ( ) cores ( ) números ( ) dinheiro ( ) letras ( ) meses do ano ( ) dias da semana Sabe recortar? ____________________________________________________________ Apresenta tiques? _________________________________________________________ Como pega o lápis? ________________________________________________________ Escreve muito forte ou muito fraco? ___________________________________________ 16UNIDADE I Avaliação, Diagnóstico e Intervenção Psicopedagógica COMPORTAMENTO Humor habitual ___________________________________________________________ Prefere brincar sozinho ou em grupos? ________________________________________ Estranha mudanças de ambiente? ____________________________________________ Adapta-se facilmente ao meio? ______________________________________________ Tem horários? ____________________________________________________________ Aceita bem as ordens? _____________________________________________________ Prática esportes? _________________________________________________________ Apresenta agressividade, apatia ou teimosia? ___________________________________ Percebe quando muda alguma coisa em casa ou quando há um objeto novo? ______________ Tem algum medo? _________________________________________________________ Quais as brincadeiras e brinquedos infantis preferidos? ___________________________ Como a criança se comporta: Sozinha: ________________________________________________________________ Em família: ________________________________________________________ Com outras pessoas: ________________________________________________ Com quem ela mais gosta de ficar e por quê? ___________________________________ ________________________________________________________________________ _____________________________________________ SEXUALIDADE Tem curiosidade sexual? Início: ______________________________________________ Tipo de pergunta: _________________________________________________________ Atitude da família frente às perguntas ou atitudes: Algum problema? Parece não ouvir quando é chamado? _________________________________________ Já fez audiometria? ________________________________________________________ Cirurgia? ________________________________________________________________ 17UNIDADE I Avaliação, Diagnóstico e Intervenção Psicopedagógica AUDIÇÃO Algum problema? _________________________________________________________ Usa óculos? ______________________________________________________________ Cirurgia? ________________________________________________________________ HÁBITOS Rói unha? _______________________________________________________________ Tem tiques nervosos? ______________________________________________________ Alguma mania repetitiva? ___________________________________________________ Tem movimentos rítmicos? __________________________________________________ Chupa dedo oubico? ______________________________________________________ RELACIONAMENTO Relaciona-se com outras crianças? ___________________________________________ Tem amigos? Como é essa relação? __________________________________________ ________________________________________________________________________ Como é a relação na escola com colegas e professores? _____________________________ ________________________________________________________________________ Como é a relação na família com os pais e irmãos? _______________________________ ________________________________________________________________________ ESTIMULAÇÃO: A criança tem acesso à: ( ) Brinquedos ( ) jogos pedagógicos ( ) Revistas, livros ( ) Videogame ( ) Tablet ( ) celular ( ) Computador Como é o acesso aos eletrônicos? ____________________________________________ É feito controle do conteúdo acessado na internet e redes sociais? ______________________ 18UNIDADE I Avaliação, Diagnóstico e Intervenção Psicopedagógica _____/_____/______ _______________________________________________ Assinatura Mãe / Pai ________________________________________________ Psicopedagoga(o) Feita a anamnese, é o momento de aplicar alguns testes ou provas projetivas, como chamamos. Para Bueno (2017, p. 03): as técnicas projetivas dizem respeito àquelas atividades em que é solicita- do que o sujeito faça desenhos ou uma representação acerca de uma dada situação. E é pela análise destes desenhos que o psicólogo infere sobre ca- racterísticas com relação ao indivíduo. O desenho pode ser uma atividade de grande importância para avaliações psicológicas infantis, sua forma, cores e posição na folha de papel podem dizer muito sobre seu comportamento. Enquanto desenha, a criança registra seu pensamento, organiza sua ideia, repro- duz sua emoção por ser um momento lúdico que está sendo submetida. Por isso, as provas projetivas funcionam quando precisamos saber a visão de mundo do paciente, em que suas experiências estão interferindo, entre outras situações. Bueno (2017, p. 5-8) resgata em Visca (2011, p. 212 e 213) as principais provas projetivas, como relata os quadros abaixo: 19UNIDADE I Avaliação, Diagnóstico e Intervenção Psicopedagógica QUADRO 1 – PROVAS PROJETIVAS 20UNIDADE I Avaliação, Diagnóstico e Intervenção Psicopedagógica Fonte: Visca (2011, p. 213 a 215) 21UNIDADE I Avaliação, Diagnóstico e Intervenção Psicopedagógica De acordo com Jorge Visca (1987), as técnicas projetivas psicopedagógicas bus- cam investigar os vínculos que a criança pode ter com a família, escola e consigo mesma. Como analisa esses vínculos, pode apontar possíveis obstáculos que estejam impedindo a criança de aprender: O material necessário para a aplicação da prova é: folhas de papel sulfite; lápis preto; e borracha. As provas devem ser aplicadas individualmente e em cada sessão de aplicação a solicitação dos vínculos pode variar de acordo com o aspecto da aprendizagem que se quer avaliar. (BUENO, 2017, p. 04) Além das provas projetivas ‘comunicarem’ para nós quem é a crianças, existem testes e escalas que podemos usar na psicopedagogia clínica. Esses, serão listados e comentados no próximo capítulo. 22UNIDADE I Avaliação, Diagnóstico e Intervenção Psicopedagógica 2. DIAGNÓSTICO NA PRÁTICA DO PSICOPEDAGOGO Quando tratamos do termo “diagnóstico” na psicopedagogia, devemos ter noção da complexidade do tema, antes de mais nada. Diagnosticar é colocar uma etiqueta no histórico do seu paciente que nunca mais será removida. Portanto, como profissionais investigadores, é nossa tarefa zelar dos cuidados que o paciente requer até chegar a um diagnóstico, pois muitas vezes leva-se anos para a equipe multiprofissional que acompanha o caso chegar à uma conclusão. O profissional psicopedagogo tem como objeto de pesquisa e de estudo a aprendi- zagem. Não à toa você se inteirou, no capítulo anterior, que as avaliações começam com um longo questionamento, uma entrevista. Reflita sobre esse processo: o que o psicope- dagogo observa no histórico do paciente, depois de muito analisar e questionar, é o que o induzirá às problematizações e questionamentos. Isso só é possível porque o trabalho do psicopedagogo é um olhar clínico e investigativo, em que as sessões conduzem conforme vai-se fazendo novas descobertas. As etapas que seu paciente passará para se chegar numa hipótese diagnóstica são: ● Anamnese; ● Sessões lúdicas centradas na aprendizagem; ● Complementação com provas e testes (quando necessário); ● Síntese diagnóstica – Prognóstico; ● Devolução – Encaminhamento. 23UNIDADE I Avaliação, Diagnóstico e Intervenção Psicopedagógica As sessões lúdicas centradas na aprendizagem, desenvolvida por Maria Lúcia Lemme Weiss nada mais é que um momento em que a criança receberá muitas opções de jogo, brinquedos, materiais e também receberá instruções sobre onde brincar, tempo estipulado, etc. Para Oliveira (2018), algumas sugestões de materiais são: ● Folhas de papel brancas e coloridas, lápis, apontador, régua, lápis de cor, cane- tas, cola, tesoura, revistinhas, livros; ● Material para carpintaria e construções: madeiras, pregos, tachinhas, arames, ferramentas etc; ● Materiais reaproveitáveis como embalagens, tecidos, caixas, borrachas... ● Blocos de madeira ou plástico, pinos de encaixe; ● Tintas diversas, massa plástica, cola plástica colorida; ● Fantoches, miniaturas, animais, flores, bonecos, pires, xícaras; ● Jogos. Nas sessões observamos com muita atenção vários pontos: Escolha do material: Escolhe o mesmo brinquedo em todas as sessões? Se limita a brinquedos que exigem menos imaginação? Cansa rápido do brinquedo? Gosta de jogos que exigem raciocínio lógico? Entre outras observações, essas nos fará conhecer melhor a criança e suas preferências. A relação da criança com o profissional: Convida você para brincar junto com ela? Insiste em brinquedos que transmitem afetividade (ursinhos de pelúcia por exemplo)? Brin- ca concentrado no brinquedo ou jogo? Modo de brincar: Se comunica com os brinquedos criando situações imaginárias? Começa o jogo, mas não conclui? Já brincou com esses brinquedos antes? Demonstra irritabilidade quando não desenvolve do jeito que queria? Tais reflexões nos permitirá um parâmetro dos costumes da criança, sua rotina, seus costumes. De acordo com Weiss (2015, p. 79), como o jogo é inerente ao homem, e por revelar sua personalidade integral de forma espontânea, se pode obter dados específi- cos e diferenciados em relação ao Modelo de Aprendizagem do paciente. Assim, aspectos do conhecimento que já possui, do funcionamento cognitivo e das relações vinculares e significações existentes no aprender, o caminho usado para aprender ou não-aprender, o que pode revelar, o que precisa esconder e como o faz podem ser claramente observados através do jogo. Além das provas projetivas e das sessões lúdicas centradas na aprendizagem, existem testes e provas que nós, psicopedagogos podemos aplicas para verificar a situação da atenção, aprendizagem, raciocínio do paciente. Entretanto, como já foi dito, as análises, avaliações, sessões psicopedagógicas não estáticas e nunca usaremos os mesmos instru- mentos para todos os pacientes. Você perceberá ao longo de sua prática que, para alguns pacientes, não faz sentido usar o protocolo que usa para outros. Sobre os testes psicopedagógicos, também é válido mencionar que muitos têm um custo alto, e para aplica-los os pais precisam entender a relevância deles. Vale a pena 24UNIDADE I Avaliação, Diagnóstico e Intervenção Psicopedagógica estudar os indicadores dos testes antes de adquirir para aplicar nas sessões. Os testes não podem ser a ferramenta fundamental para analisarmos o quadro do paciente, e sim nossos conhecimentos acerca do próprio paciente, além do conhecimento sobre o DSM, que é o documento oficialsobre os Transtornos, critérios para diagnóstico, etc. A psicopedagoga Rosimeire Castro listou em seu material “Testes Psicopedagógi- cos” alguns que podemos selecionar para nossa prática clínica e institucional: FIGURA 2 - TESTES PSICOPEDAGÓGICOS 25UNIDADE I Avaliação, Diagnóstico e Intervenção Psicopedagógica 26UNIDADE I Avaliação, Diagnóstico e Intervenção Psicopedagógica Fonte: Castro, 2020. Com esse resumo conseguimos entender, mesmo que superficialmente, a infini- dade de testes a avaliações que existem. Eles auxiliam grandemente na identificação do ponto de vista quantitativo das dificuldades e lacunas na aprendizagem, mas precisamos saber que eles são um dos recursos e não o processo de avaliação em si. É aconselhável que outros recursos também sejam utilizados: conhecimentos teóricos, observações, entre- vistas (avaliação qualitativa). Para entender melhor no momento de escolher os testes, faça algumas perguntas a si mesmo: Eu conheço esse teste? Conheço as propriedades e parâmetros que ele usa? Seus indicadores serão relevantes para esse paciente? Quais outros instrumentos me ajudarão no lugar desse teste? Dessa forma, enquanto ganhamos experiência como psicopedagogos, aprende- mos a selecionar a melhor forma para trabalharmos, além de ajudar o paciente otimizando o tempo e quantidade das sessões. Assim que fazemos as avaliações, provas, testes necessários, analisamos e estudamos o caso do paciente, fazemos também uma devolutiva do processo para a família e a escola. Existem modelos de relatórios para isso, mas o mais importante é colocar com o seu olhar, sua visão, o que seu paciente realizou nas sessões e o que você identificou. Insira os resultados dos testes, se utilizou. Mas, registre todos os pontos de vista, in- clusive as qualidades e avanços, por mais que seu paciente tenha um quadro comprometedor para a aprendizagem. Toda criança tem, em sua personalidade, uma riqueza a ser explorada. No próximo capítulo trataremos dos pontos mais importante da intervenção psicopedagógica. 27UNIDADE I Avaliação, Diagnóstico e Intervenção Psicopedagógica 3. INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA A psicopedagoga sempre busca o desenvolvimento das relações com a apren- dizagem. Além disso, seu objeto de estudo está constituído em torno da aprendizagem humana, seja seus padrões normais ou patológicos. Logo após a avaliação e o diagnóstico é importante apresentar a família um Plano de Intervenção, de como será trabalhada as dificuldades e / ou atrasos no desenvolvimento do sujeito. Neste plano deve conter os objetivos a serem alcançados e a metodologia para se ter êxito no tratamento. Portanto, a intervenção psicopedagógica pode ser entendida como uma interferência realizada por um profissional da psicopedagogia. É na intervenção psicopedagógica que o procedimento adotado visa interferir no processo, com o objetivo de entende-lo, explicita-lo ou corrigi-lo, acarretando novos elementos para o paciente, assim quebrando padrão e as dificuldades gradativamente, melhorando cada vez mais suas habilidades e ultrapassar seus déficits de aprendizagem. As intervenções psicopedagógicas podem se traduzir em uma fala, um assinala- mento, uma interpretação que o psicopedagogo realiza em crianças com déficit de aprendi- zagem, além de outros fatores específicos somados aos sinais apresentados pela criança na escola e/ou no meio social. Consideramos então, que um dos principais objetivos da psicopedagogia é a intervenção, realizando a mediação entre adolescentes, crianças ou adultos e os seus objetivos específicos de conhecimento. 28UNIDADE I Avaliação, Diagnóstico e Intervenção Psicopedagógica É importante salientar que as causas das dificuldades e dos transtornos de aprendi- zagem são diversas, e por isso não é uma tarefa fácil para os educadores reconhecerem e compreenderem essa pluricausalidade. As escolas acabam rotulando e punindo esse grupo de alunos à repetência ou reprovação apenas, o que pode vir a causar mais problemas psi- cológicos ao jovem no futuro. Neste contexto sugere-se que haja um trabalho em conjunto entre o psicopedagogo e o professor. É uma boa opção organizar turmas para o trabalho em grupo, reunindo alunos que aprendem com mais facilidade e alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem, porque crianças que entendem suas linguagens podem funcionar como professores uns dos outros. Para a Psicopedagogia, os papéis de professores e alunos se alternam o tempo todo, pois podemos afirmar que no processo ensino-aprendizagem visto pela psicopeda- gogia também se aprende sobre nós, sobre a nossa forma de ensinar, na qual, os outros servem de espelho. Segundo Vygotsky, “Todos os seres humanos são capazes de aprender, mas é necessário que adaptemos nossa forma de ensinar”. Na intervenção psicopedagógica, é possível ter uma maior flexibilidade, trabalhan- do com aspectos que forem surgindo ao longo das sessões. É necessário ter criatividade para poder trabalhar as dificuldades do paciente de uma forma lúdica e prazerosa, pois é importante que o paciente tenha vontade de aprender. O objetivo é a longo prazo. A todo momento, é fornecido ajuda quando o paciente apresenta dificuldades, pois como afirma Smith e Strick (2001), é necessário “preparar o terreno” para que as crianças consigam obter sucesso de forma regular, pois este é o único incentivo que funciona a longo prazo. Com o tempo, são estruturadas circunstâncias para que possam obter sucesso sozinhas. Além disso, é trabalhada a autoestima do paciente com constantes elogios, pois vários autores como Roeser e Eccles (2000 apud STEVENATO et al., 2003) afirmam que a criança com dificuldade de aprendizagem tem uma tendência em apresentar baixo autocon- ceito por se sentir inferior às outras crianças da mesma idade. Para os autores, as crianças que apresentam dificuldade de aprendizagem conferem essa dificuldade a si mesmas e apresentam sentimentos de vergonha, dúvidas em relação ao seu desempenho, baixa autoestima e distanciamento das demandas da aprendizagem, caracterizando problemas emocionais e comportamentos internalizados. Outra característica da intervenção psicopedagógica é atuar nas dificuldades por meio das atividades lúdicas. Para Brenelli (2001), os jogos podem revelar a realidade interna da criança e a linguagem lúdica é a mais apropriada para crianças e adolescentes. Brenelli (2008) afirma ainda que a utilização de jogos em contextos educacionais com crianças que 29UNIDADE I Avaliação, Diagnóstico e Intervenção Psicopedagógica apresentam dificuldades poderia ser eficaz em dois sentidos: iria lhes garantir o interesse e a motivação, e por outro, estaria atuando com o intuito de possibilitar-lhes a construir ou aprimorar seus instrumentos cognitivos, facilitando a aprendizagem dos conteúdos. Além de se trabalhar a dificuldade que a criança apresenta, na intervenção também é possível intervir no comportamento. No processo, muitas vezes, é importante trabalhar com regras e limites, pois na maioria dos atendimentos pode se fazer necessário fazer um acordo para que o paciente realize as atividades que podem ser que apresentem resistência. De acordo com Souza (2009), a criança precisa interiorizar a ideia de que muitas vezes ela pode fazer o que deseja, mas nem sempre isso será possível. Entretanto, entre escolher seu próprio desejo e pensar no direito que os rodeiam, muitos optam por satisfazer seu próprio desejo, mesmo que, por vezes, prejudiquem alguém. Alguns passos para realizar uma intervenção psicopedagógica: ● Analisa-se com mais atenção e cautela os erros dos alunos; ● Elabora-se a reformulação e adequação das práticas docentes, para que elas se aproximem da necessidade dos alunos e atenda as dificuldades que o mesmo apresenta; ● Recomenda-se que o professor em conjunto com a escola e o psicopedagogo,reflita sobre a estrutura curricular e sua compatibilidade com a estrutura cognitiva, afetiva e social do aluno com déficit de atenção, afinal para nós psicopedagogos a aprendizagem baseia-se no equilíbrio dessas estruturas. ● Avalia-se o enfoque psicopedagógico da dificuldade de aprendizagem em crian- ças com déficit de atenção, os processos de desenvolvimento e os caminhos da aprendizagem, entendendo o aluno de forma individual e interdisciplinar, bus- cando apoio em diversas áreas do conhecimento, analisando a aprendizagem no contexto escolar, familiar e no aspecto afetivo, cognitivo e biológico; A intervenção psicopedagógica pode ser entendida como estratégias que visam à re- cuperação de conteúdos escolares avaliados como deficitários nos pacientes. Procedimentos de orientação são realizados na intervenção, com a proposta de atividades como brincadeiras, jogos de regras e dramatizações, com o objetivo de promover a plena expressão dos afetos e o desenvolvimento da personalidade de crianças com e sem dificuldades de aprendizagem. Ocorre que por meio da intervenção psicopedagógica as lacunas no nível dos conteúdos escolares são preenchidas, o que pode ser muito útil para a criança, se a razão de seu mau desempenho for de natureza pedagógica. Instrumentos de diagnóstico e inter- venção psicopedagógica, como atividades e testes tendem a ser muito eficazes e permitem uma abordagem mais ampla das necessidades particulares de cada sujeito. 30UNIDADE I Avaliação, Diagnóstico e Intervenção Psicopedagógica ● Quem pode procurar este serviço? Todo aquele que apresente dificuldades de aprendizagem na escola ou em contex- tos que necessitem de habilidades específicas como leitura-escrita, atenção e concentra- ção, matemática; além daqueles que já realizaram o diagnóstico psicoeducacional e foram encaminhados para atendimento psicopedagógico e/ou psicológico. ● Como ocorre a intervenção psicopedagógica? A intervenção deve ser planejada conforme as dificuldades identificadas na avalia- ção ou diagnóstico prévio. O enquadramento será planejado pelo terapeuta após estudo mi- nucioso do diagnostico psicopedagógico e das condições materiais do paciente. Construirá de acordo também com as suas reais possibilidades como terapeuta nesse atendimento especifico, singular. O psicopedagógico ou profissional da educação programará atividades, jogos e brincadeiras, para trabalhar os aspectos deficitários apresentados pelo paciente. Será o modo formal como conduzirá a intervenção psicopedagógica, considerando os dois lados: o do terapeuta e o do paciente. Poderão acontecer algumas mudanças, ao longo do processo, desde que devidamente combinadas. O Enquadramento por encerrar um ponto exigirá definição de constantes que irão se manter ao longo da intervenção e do tratamento psicopedagógico, a saber. ● Quanto tempo leva a intervenção? O tempo depende do grau de dificuldade e capacidade de assimilação, bem como o empenho do paciente, pais e professores durante o período da intervenção psicopedagó- gica. Nunca é o mesmo tempo para todos os pacientes. ● Como funciona a intervenção psicopedagógica? O paciente se encontrará com o (a) profissional em horários previamente agendados. As sessões ocorrem de uma a duas vezes por semana com duração entre 50min e uma hora. A atuação e intervenção psicopedagógica deve estar focada nas necessidades da criança. O trabalho psicopedagógico se desenvolve a partir de atitudes investigativas, desde a queixa até a intervenção, é contínuo. É preciso ter um olhar atento no sujeito e ser criativo. O projeto de intervenção deve ser realizado em um conjunto de funções, levando em conta o ponto de vista do sujeito que aprende e a instituição que ensina, a vivência com a família assim como, sempre que necessário buscar um trabalho interdisciplinar quando necessário para dar continuidade ao tratamento. 31UNIDADE I Avaliação, Diagnóstico e Intervenção Psicopedagógica A proposta do lúdico é essencial, visto que constitui uma forma prazerosa em aprender e possibilita à criança desenvolver suas capacidades e habilidades de modo am- plo. Durante o jogo é possível observar diferentes situações relacionadas à atenção, con- centração, raciocínio lógico, noção espacial, regras, tolerância, frustração, como o sujeito lida com o erro e o não saber, entre outros, desta forma o psicopedagogo, vai criando seu olhar como terapeuta e seu raciocínio clínico. Ao conjecturar as observações, o profissional inicialmente apura o diagnóstico e em outros momentos, utiliza essa ferramenta para inter- venção. As teorias auxiliam na prática da atuação psicopedagógica, mas não existe uma receita pronta para a realização dos atendimentos, já que cada sujeito é um ser individual e apresenta diferentes dificuldades, e os resultados dependem de um conjunto de ações que envolvem a escola, família, o psicopedagogo e outros profissionais especializados. 32 REFERÊNCIAS BOSSA, Nadia A. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. BRENELLI, Rosely Palermo. Espaço lúdico e diagnóstico em dificuldades de aprendizagem: contribuição do jogo de regras. In: SISTO, Fermino Fernandes; BORUCHOVITCH, Evely; FINI, Lucila Deihl (orgs.) Dificuldade de Aprendizagem no Contexto Psicopedagógico. Pe- trópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2001. BRENELLI, Rosely Palermo. O jogo no contexto pedagógico e psicopedagógico. In: SISTO, Fermino Fernandes; BORUCHOVITCH, Evely; FINI, Lucila Deihl (orgs.) O jogo como es- paço para pensar: a construção de noções lógicas e aritméticas. 8 ed. Campinas: Papirus, 2008. BORUCHOVITCH, Evely; FINI, Lucila Deihl (orgs.) Dificuldade de Aprendizagem no Con- texto Psicopedagógico. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2001. cap. 8, p. 167-189. CASTRO, Rosimeire.Testes Intervenção psicopedagógicas/neuropsicopedagógicas. Vale cursos, 2020. ROSSET, Joyce M.; RIZZI, Angela; WEBSTER, Maria Helena. O jogo no contexto pedagógico e psicopedagógico. In: O jogo como espaço para pensar: a construção de noções lógicas e aritméticas. 8 ed. Campinas: Papirus, 2008. cap. 01, p. 19-28. SMITH, Corinne; STRICK, Lisa. Dificuldades de Aprendizagem de A a Z: um guia completo para pais e educadores. Tradução de Dayse Batista. Porto Alegre: Artmed, 2001. SOUZA, Mariana Nolasco de. Sua Mejestade: a criança contemporânea e o desafio dos limites. Revista Comtemporânea: Psicanálise e Transdiciplinaridade, Porto Alegre. n.8, p.148-163, 2009. Disponível em: . Acesso em 28 de nov 2021. STEVANATO, Indira Siqueira. et al. Autoconceito de crianças com dificuldades de apren- dizagem e problemas de comportamento. Psicologia em Estudo. Maringá, v. 8, n 1. p. 67-76. 2003. Disponivel em:< http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-73722003000100 009&script=sci_arttext>. Acesso em 28 de nov 2021. VISCA, Jorge. Técnicas Projetivas Psicopedagógicas e Pautas Gráficas Para Sua interpre- tação. 3º edição: Visca & Visca, 2011. WEISS, Maria Lucia Lemme; A intervenção psicopedagógica nas dificuldades de aprendi- zagem escolar. 1. ed. Editora WAK, 2015. +55 (44) 3045 9898 Rua Getúlio Vargas, 333 - Centro CEP 87.702-200 - Paranavaí - PR www.unifatecie.edu.br UNIDADE I Avaliação, Diagnóstico e Intervenção Psicopedagógica
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