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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO Unidade Acadêmica de Garanhuns Av. Bom Pastor, s/n, Boa Vista. CEP: 55.296-901, Garanhuns – PE. Tel: (87) 3764-5500 - http://www.uag.ufrpe.br Curso: Zootecnia Disciplina: Plantas forrageiras e pastagens Período: 2018.2 Professor: Glesser Porto Barreto Alunos: Leonardo Silvestre de Andrade Correção do solo e adubação de pastagens Calagem 1. Introdução O calcário é uma rocha sedimentar composta por carbonato de cálcio e magnésio, extraído de jazidas e largamente utilizado na agricultura para neutralizar a acidez do solo. O solo é a parte superficial intemperizada não consolidada da crosta terrestre, que contém matéria orgânica e seres vivos. Ele faz a ligação entre a litosfera, a atmosfera e a biosfera, sofrendo muita influência de todos estes nas suas propriedades. É, no solo, que se desenvolvem os vegetais que obtêm, por meio das raízes, a água e os nutrientes. O solo é complexo e heterogêneo. Suas propriedades físicas, químicas e físico-químicas variam em pequenas distâncias verticais e horizontais. Dessa maneira, partes diferentes do sistema radicular estão localizadas em ambientes diferentes quanto ao pH (acidez), temperatura, potencial redox e pressão osmótica, sendo o crescimento das plantas uma resposta à soma dessas distintas condições. 2. Acidez e fertilidade dos solos O pH do solo é uma medida da acidez e alcalinidade dos solos. Os níveis de pH variam de 0 a 14, com 7 sendo neutro, abaixo de 7 ácido e acima de 7 alcalino. A faixa ideal de pH para a maioria das plantas é entre 5,5 e 7,0; entretanto, várias plantas têm se adaptado para valores de pH fora dessa faixa. Como os níveis de pH controlam vários processos químicos que acontecem no solo – especificamente, disponibilidade de nutrientes de planta – é vital manter níveis adequadas para suas plantas para atingir seu potencial de produção total. Quando se interpreta uma análise de solo, primeiramente, deve ser verificada a necessidade ou não da calagem. 3. Objetivos e benefícios da calagem 3.1 Elevar o pH do solo; 3.2 Aumento da CTC do solo; 3.3 Redução dos níveis de alumínio tóxico; 3.4 Maior desenvolvimento do sistema radicular; 3.5 Melhor desenvolvimento das plantas; 3.6 Melhor absorção de nutrientes; 3.7 Maior produtividade 3.8 Cálcio como nutriente 3.9 Magnésio como nutriente 4. Métodos para calcular a necessidade de calagem 4.1 Teores de alumínio trocável e de cálcio e magnésioEsse método originou-se pela idéia de que o alumínio seria o principal fator desfavorável, relacionado à acidez nos solos tropicais, desconsiderando o fato de haver solos que, apesar de apresentarem baixos teores de alumínio, são também deficientes em cálcio e magnésio. Desta forma, o método baseado puramente no alumínio foi aprimorado e calculado, em conjunto, com a elevação dos teores de cálcio e magnésio.No entanto, o método aplicado é empírico, ou seja, sem comprovação experimental e, portanto, é mais provável que o benefício da adição do calcário seja para fornecer nutrientes (Ca e Mg) ao solo do que corrigir os efeitos da acidez. 4.2 Método do tampão SMP A quantidade de calcário pelo método tampão é calculada a partir da determinação do pH do solo com o uso de uma solução tampão conhecida por SMP, iniciais dos pesquisadores que desenvolveram o método (Shoemaker, Mc Lean e Pratt). A vantagem principal do SMP é que a necessidade de calagem pode ser obtida apenas pelas medidas de pH, e tem como base a elevação do pH do solo a um valor pré-estabelecido. 4.3 Método da ocupação de bases na CTC Consiste na elevação dos teores de cálcio do solo para cerca de 65% (65 – 85%), Mg para 10% (6 – 12%) e a saturação de bases do solo para valores acima de 70%, tendo como base a relação química entre as bases Ca:Mg:K. 4.4 Método baseado na elevação da saturação de bases Esse método pode ser considerado como o mais usual e recomendado até o momento, pois preconiza a elevação da saturação de bases (V%) a valores pré-estabelecidos conforme a cultura, segundo a fórmula de cálculo: Onde: N.C = necessidade de calagem; V2 = saturação de bases recomendada para a cultura e grupo de planta forrageira (Tabela 2 e 3); V1 = saturação de bases observada em análise de solo; CTC = capacidade de troca catiônica [Ca+Mg+K+Na (soma de bases) + H + Al], obtida na análise química do solo; p = fator profundidade de incorporação – quando a profundidade for de: 0 a 10 cm=0,5; 0 a 20 cm=1,0 e 0 a 40 cm=1,5. Tabela 1. Recomendação da elevação de saturação de bases, conforme os grupos de plantas forrageiras Tabela 2. Discriminação das principais plantas forrageiras nos diferentes grupos Os aspectos que fazem o método ser muito utilizado são: • facilidade e a flexibilidade dos cálculos, podendo ser adaptados para outras culturas; • completo em relação aos demais, pela exigência da determinação do cálcio, magnésio e potássio, pois leva em consideração o solo, pela sua CTC; • considera a planta pela sua exigência em determinada saturação de bases; • considera o calcário por seu PRNT, que explicita o Poder Relativo de Neutralização Total do produto, levando-se em consideração as características físicas e químicas do produto. 5. Tipos mais utilizados 5.1 Calcário calcítico apresenta menos de 5% de óxido de magnésio (%MgO), 5.2 Calcário magnesiano apresenta de 5-12 (%MgO) 5.3 Calcário dolomítico apresenta acima de 12 (%MgO) 6. PRNT do calcário PRNT significa Poder Relativo de Neutralização Total e é avaliado pelo Poder de Neutralização (PN) e pelo tamanho das partículas ou seja Reatividade (RE). O valor mínimo de PRNT para a comercialização é 45%. 7. Quantidade de calcário a utilizar Após analise do solo deve-se consultar os valores descritos na analise e a partir dos valores encontrados, de acordo com a tabela, deve ser corrigido o resultado para a espessura desejada da camada de solo. Podendo também utilizar a equação a seguir: NC = T (V2 - V1) x F 100 V1 = saturação por bases atuais do solo NC = toneladas de calcário/ha para a camada de 0 a 20 cm T = CTC a pH 7,0 (Ca2+ + Mg2+ + K+ + (H+ + Al3+)) V2 = saturação por bases desejadas para a cultura a ser implantada, obtida através de informações de pesquisa. F = fator de correção para PRNT = 100 % ou 100/PRNT do calcário a ser utilizado. 8. Época, forma e frequência de aplicação do calcário Para culturas anuais, recomenda-se que a amostragem seja feita no final do período chuvoso, portanto com antecedência em relação ao novo plantio. Se houver necessidade de aplicar calcário, será possível atender a recomendação, realizando a aplicação no prazo de 30 a 60 dias antes do plantio. Para culturas perenes em produção , a amostragem deve ser realizada preferencialmente logo após a colheita e antes de aplicar a adubação para o novo ciclo. A aplicação pode ser feita pulverizada, a lanço ou mesmo a incorporação de maneira imediata. A sua reaplicação deve ser feita em função de novas análises de amostras de solo. A frequência de amostragens deve ser de 1 a 4 anos, dependendo da intensidade de produção e do tipo de solo. 9. Supercalagem A quantidade de calcário a aplicar deve ser orientada por uma análise de solo para evitar aplicações desnecessárias. A super calagem é tão prejudicial quanto a acidez elevada e é de difícil correção, pois torna indisponíveis vários nutrientes como o fósforo, zinco e outros. 10. Referências bibliográficas Disponível em: <https:// http://rehagro.com.br//> Acesso em: 15 de dezembro 2018 Disponível em: <https://www.embrapa.br//> Acesso em: 02 de janeiro 2019 Disponível em: <http://agronomiacomgismonti.blogspot.com.br//> Acesso em: 03 de janeiro 2019 Disponível em: <http://http://www.gestaonocampo.com.br//> Acesso em: 06 de janeiro 2019
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