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2 - Arquitetura e Ventilação

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Conforto Ambiental: 
Ventilação e Climatização
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Altimar Cypriano
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Sandra Regina Fonseca Moreira
Arquitetura e Ventilação
• Necessidades Humanas e Funcionais;
• Código de Obras;
• Ventilação na Arquitetura;
• Exemplos de Arquitetura que Contemple a Ventilação.
• Compreender a interface entre ventilação e arquitetura.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Arquitetura e Ventilação
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de 
aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Arquitetura e Ventilação
Necessidades Humanas e Funcionais
As necessidades humanas quanto ao conforto ambiental estão relacionadas a 
como os espaços contemplem: condições de iluminação – controle da radiação solar 
que atinge as edificações, para evitar ganhos de calor ou garantir aquecimento quan-
do necessário; condições de acústica – garantindo limites sonoros para o desenvolvi-
mento de tarefas ou em descanso; condições de ventilação – que possibilite a reno-
vação do ar do ambiente muito importante para a higiene e para o conforto térmico.
O conforto térmico no verão em regiões de clima temperado e clima quente e úmi-
do, pode ser conseguido por meio de técnicas de ventilação. A renovação do ar dos 
ambientes proporciona a dissipação de calor e a desconcentração de vapores, fuma-
ça, poeiras e poluentes. A ventilação pode ser conseguida utilizando-se técnicas pas-
sivas (sem a necessidade do consumo de energia elétrica) ou por meios mecânicos.
A ventilação natural é o deslocamento do ar através do edifício, por meio de 
aberturas, algumas funcionando como entrada do ar e outras, como saída. Assim 
as aberturas para ventilação devem estar dimensionadas e posicionadas de modo 
a proporcionar um fluxo de ar adequado ao recinto. O fluxo de ar que atravessa o 
edifício depende da diferença de pressão entre os ambientes internos e externos, 
da resistência ao fluxo de ar oferecido pelas aberturas, pelas obstruções internas 
e de uma série de implicações relativas à incidência do vento e forma do edifício. 
O conforto térmico depende de variáveis ambientais (clima) e variáveis humanas 
(metabolismo e resistência térmica por vestimentas).
As exigências humanas de conforto térmico estão relacionadas com o 
funcionamento de seu organismo, cujo mecanismo, complexo, pode ser, 
grosso modo, comparado a uma máquina térmica que produz calor se-
gundo sua atividade. O homem precisa liberar calor em quantidade sufi-
ciente para que sua temperatura interna se mantenha da ordem de 37°C 
– homeotermia. (FROTA & SCHIFFER 2001)
O homem é um animal homeotérmico, ou seja, o seu organismo procura manter a 
temperatura constante por meio de mecanismos internos, da ordem de 37° C, “com 
limites entre 36,1 e 37,2° C – sendo 32°C o limite inferior e 42°C o limite superior 
para a sobrevivência, em estado de enfermidade” (FROTA & SCHIFFER 2001).
A energia produzida por animais homeotérmicos é resultado de reações quími-
cas internas, que combinam o oxigênio extraído do ar respirado com o carbono 
adquirido pelo organismo dos alimentos ingeridos, esse processo é chamado de 
metabolismo (FROTA & SCHIFFER 2001). 
O organismo, através do metabolismo, adquire energia. Cerca de 20% 
dessa energia é transformada em potencialidade de trabalho. Então, 
termodinamicamente falando, a ‘máquina humana’ tem um rendimento 
muito baixo. A parcela restante, cerca de 80%, se transforma em calor, 
que deve ser dissipado para que o organismo seja mantido em equilíbrio. 
Tanto o calor produzido como o dissipado dependem da atividade que 
8
9
o indivíduo desenvolve. Em repouso absoluto — metabolismo basal —, 
o calor dissipado pelo corpo, cedido ao ambiente, é de cerca de 75 W. 
(FROTA & SCHIFFER 2001)
Para que a temperatura interna seja mantida o mais constante possível o sis-
tema termorregulador do organismo vai controlar o ganho ou perda de calor.
Ao sentir frio, o organismo humano, por meio do sistema nervoso simpático dispa-
ra mecanismos automáticos que aumentam a combustão interna (vasoconstrição, 
arrepio, tiritar) – termogênese – que é comandado pelo sistema glandular endócri-
no. Também o organismo, por meio do sistema nervoso simpático, reage ao calor 
aumentando a troca de calor entre o meio ambiente e o organismo, diminuindo a 
combustão interna (vasodilatação, exsudação) – termólise – comandada pelo siste-
ma glandular endócrino.
“Quanto maior a atividade física maior será o calor gerado por metabolismo” 
(LAMBERTS, et. al; 2003). É fundamental que o profissional saiba a que se destina 
o espaço projetado, de forma a prever o nível de atividade realizada no seu interior 
– premissas sobre a sensação de conforto térmico (LAMBERTS, et. al; 2003).
Figura 1 – Atividades físicas e respectivo metabolismo segundo a ISO 77301
Fonte: Lamberts et al; 2003
Na figura acima, os valores apresentados relacionam algumas atividades com os 
valores do metabolismo, que são crescentes quanto maior o esforço. Considerando 
que “um homem adulto e uma mulher adulta têm, respectivamente, 1,8 m² e 1,6 m²
de superfície corporal”, para a conversão dos valores da figura para W/ m², por 
1 INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDIZATION, ISO 7730 (2005) “Ergonomics of the thermal 
environment – Analytical determination and interpretation of termal comfort using calculation of PMV 
and PPD índices and local termal comfort criteria”. Gevena. 
9
UNIDADE Arquitetura e Ventilação
exemplo, “de um homem adulto caminhando teria um metabolismo de aproxima-
damente 165 W/ m² (300 W ÷ 1,80 m²) ” (LAMBERTS, et. al; 2003).
As roupas também têm grande importância na sensação de conforto, o tipo de 
tecido, espessura e outras características são determinantes para isso e podem ser 
mensuradas por meio da grandeza “clo”: do inglês clothing. 
A resistência térmica da roupa também é de grande importância na sen-
sação de conforto térmico do homem. Esta variável é medida em “clo”: 
do inglês clothing, sendo que 1 clo representa uma resistência térmica de 
0,155 m² °C/W e equivalente à resistência térmica de um terno comple-
to. A pele troca calor por condução, convecção e radiação com a roupa, 
que por sua vez troca calor com o ar por convecção e com outras super-
fícies por radiação.(LAMBERTS, et. al; 2003)
Figura 2 – Resistência térmica de algumas vestimentas
Fonte: Lamberts et al; 2003
Leia mais sobre a Norma ISO 7730 acessando o artigo Revisão da última versão da Norma 
ISO 7730 (2005) de autoria de Eder R. Voltani e Lucila C. Labaki.
Disponível em: http://bit.ly/2y1Uft5 
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Código de Obras
Os Códigos de Obras surgiram orientados pelas ideias higienistas presentes 
no século XIX que objetivavam cidades menos insalubres. No Brasil, a partir do 
século XX esse instrumento também procurava, entre outras coisas garantir sa-
lubridade à edificação, recomendando, por exemplo, dimensões mínimas para 
aberturas2 – janelas e portas, assim como recuos para melhorar a ventilação e 
insolação. No site da Prefeitura Municipal de São Paulo entre as orientações 
de aprovação de projetos há menção sobre como devem ser as dimensões das 
2 O primeiro código de Obras da Cidade de São Paulo foi o Código de obras “Arthur Saboya” de 1929.
10
11
aberturas que garantam a ventilação e a insolação nos ambientes, fazendo refe-
rência ao item 11.2 do Código de obras do Município:
Os compartimentos de uma edificação são classificados em quatro gru-
pos conforme suas características de utilização: essa classificação deter-
mina a área e a dimensão mínima do compartimento, pé-direito mínimo 
e os afastamentos necessários para a aeração e insolação, determinantes 
para a implantação da edificação.
19 - Aberturas/ portas e janelas (Item 11.2 da Lei 11.228/92)
O dimensionamento dos vãos destinados à aeração e insolação dos com-
partimentos também está relacionado com a sua classificação nos quatro 
grupos, e deve seguir a relação estabelecida na Lei para a profundidade 
do compartimento em relação às aberturas. (PMSP)
A Norma Brasileira NBR 152203, utilizando a Carta Bioclimática para cada 
região do país, estabelece as dimensões das aberturas e orienta as técnicas pas-
sivas que devem ser adotadas em projeto. Sales (2016) faz uma comparação dos 
parâmetros apresentados pelo Código de Obras e pela NBR 15220, que definem 
as dimensões das aberturas recomendadas em função dos ambientes, nessa com-
paração o autor demonstra como o Código de Obras do Distrito Federal (Brasília), 
permite que as aberturas sejam menores que a NBR 15220, e que esse fato pode 
influenciar na qualidade do ambiente quanto ao conforto ambiental, uma vez que 
pode haver comprometimento na sua ventilação e insolação.
Leia um artigo sobre o atendimento às normas de desempenho NBR 15220 quanto ao con-
forto ambiental em edificações de uso habitacional da autoria de: Renata Dalbem, Eduardo 
Grala da Cunha, Paulo Afonso Rheingantz, Romeu Vicente e Antonio César Silveira Baptista 
da Silva. Disponível em: http://bit.ly/2GpF6GJ
Ex
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Tabela 1 – Comparação entre os parâmetros de abertura do Código de Obras do Distrito Federal e a NBR 15220
COR-DF NBR 15.220-3
Ambiente Área Mínima (m2)
Tamanho 
mínimo de 
abertura
50% de 
abertura 
afetiva
Tma – 15% NBR 
15220
Tma - 25% NBR 
15220
50% de 
abertura 
efetiva
Sala 12 1,50 0,75 1,80 3,00 0,90 / 1,50
Dormitório 8 1,00 0,50 1,20 2,00 0,60 / 1,00
Cozinha 5 0,6 0,30 0,75 1,25 0,37 / 0,62
Banheiro 1,6 0,15 0,07 0,24 0,40 0,12 / 0,20
Tma – Tamanho Mínimo da Abertura em função da área de piso
Fonte: SALES, 2016, pag. 87
A tabela acima apresenta a coluna Tma o “Tamanho Mínimo da Abertura” para 
a NBR 15220 que é mais exigente do que o Código de Obras do Distrito Federal.
Enquanto o COE – DF, exige que um dormitório (linha 2 da tabela) tenha uma área 
3 NBR 15220 – Desempenho Térmico das Edificações. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2003.
11
UNIDADE Arquitetura e Ventilação
mínima de 8,00 m² com uma abertura para janela de 1,00 m², e área de abertura 
efetiva de 50% da janela, ou seja, 0,50 m², a NBR 15220, exige para um dormitório 
com mesma área uma janela de 1,20 m² (15% da área total do ambiente – 8,00 m² x 
15% = 1,20 m², a recomendação mínima é de 15%, mas a sugestão em função das 
estratégias Bioclimáticas é que se trabalhe com percentuais entre 15% e 25%. Se 
considerarmos o percentual de 25% teremos para o mesmo dormitório exemplifica-
do: 25% da área total do ambiente – 8,00 m² x 25% = 2,00 m²), portanto teremos 
uma área de abertura efetiva entre 0,60 m² (50% de 1,20 m²) e 1,50 m² (50% de 
3,00 m²).
Figura 3 – Diagrama de comparação entre a área mínima 
de aberturas recomendadas pelo COE – DF e a NBR 15220
Fonte: Adaptado de SALES, 2016, pag. 87
A área de abertura permitida pelo COE-DF chega a ser 50% menor em 
relação ao tamanho mínimo recomendado pela NBR 15.220-3 (Tabela 1). 
Para banheiros, essa diferença representa mais que o dobro de área de 
abertura. Importante destacar que a área de abertura representa um fator 
importante para o número de renovações de ar por hora, fazendo parte 
de um conjunto de outros fatores. (SALES, 2016)
Código de Obras Ilustrado da Cidade de São Paulo. Disponível em: http://bit.ly/2Z50icr
Código de Obras “Arthur Saboya”, Atenção este código de obras não está mais em vigor. 
Disponível em: http://bit.ly/2Z1Zfde
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Ventilação na Arquitetura
O conforto ambiental está relacionado às condições de habitabilidade dos am-
bientes e na exigência de adaptação das pessoas ao calor, umidade, som e luz. 
As principais variáveis climáticas de conforto térmico são: temperatura, umidade, 
velocidade do ar e radiação solar. Algumas vezes os elementos do conforto ambiental 
12
13
se relacionam de tal modo que pode haver interferência entre eles, por exemplo, a 
luz proveniente do Sol, fornece também calor, que implicará num ganho térmico nem 
sempre pretendido, portanto, neste caso, o controle da insolação é necessário, pois 
assim pode-se usufruir da luz com pouco ganho de calor.
As principais variáveis climáticas de conforto térmico são temperatura, 
umidade e velocidade do ar e radiação solar incidente. Guardam estrei-
tas relações com regime de chuvas, vegetação, permeabilidade do solo, 
águas superficiais e subterrâneas, topografia, entre outras característi-
cas locais que podem ser alteradas pela presença humana. (FROTA & 
SCHIFFER 2001)
Ventilação Natural: http://bit.ly/2Gfg7Wv
Ex
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As estratégias bioclimáticas propõe a utilização de técnicas passivas que as-
sociam o conforto ambiental das edificações com o menor consumo de energia 
elétrica. De acordo com Lamberts, et. al. (2003), a “ventilação natural é, após o 
sombreamento, a estratégia bioclimática mais importante para o Brasil”.
Ainda segundo Lamberts et. al. (2003) “a ventilação natural é eficaz entre tempe-
raturas de 20°C a 32°C”, e acima destes valores os ganhos térmicos por convecção 
(movimento ascendente ou descendente do ar) “funcionariam mais como aqueci-
mento do ambiente que como resfriamento”, o autor ainda alerta sofre a eficácia da 
ventilação natural, e que se “a temperatura for entre a 27°C e 32°C” a ventilação 
só será eficiente se “a umidade relativa do ar tiver valores entre 15% e 75%. Ver 
tabela 2.
Convecção: é o movimento vertical do ar aquecido quando em contato com o solo que rece-
be a luz do sol. Tornando-se mais quente o ar “sobe”, enquanto o ar mais frio desce. Ex
pl
or
(...) a grande maioria das capitais brasileiras exige ventilação natural como 
principal estratégia no verão e mesmo ao longo do ano todo. Na tabela 
foram salientadas as cidades cujo percentual de desejabilidade desta es-
tratégia ultrapassa os 50%. As cidades com fundo azul têm necessidade 
de ventilação natural em mais de 50% das horas do ano todo (em mais 
de 4.380 horas) e as cidades com fundo amarelo têm grande necessidade 
de ventilação apenas no verão, porém em mais de 50% das horas no 
período (em mais de 1095 horas). Os dados foram gerados a partir do 
programa Analysis-BIO. (LAMBERTS, et. al; 2003)
Para a arquitetura é de fundamental importância o conhecimento das informa-
ções da direção e velocidade dos ventos, assim como do movimento do sol, para o 
maior aproveitamento desses recursos no desenvolvimento doprojeto arquitetônico, 
13
UNIDADE Arquitetura e Ventilação
no que diz respeito ao conforto ambiental, para o aquecimento ou resfriamento dos 
ambientes principalmente no verão e no inverno.
Tabela 2 – Tabela de percentuais de necessidade de ventilação natural em algumas cidades brasileiras
Cidade
Necessidade de ventilação natural 
(% das horas do ANO)
Necessidade de ventilação natural 
(% das horas de VERÃO)
Belém 88,8 93,1
Brasília 17,3 36,3
Curitiba 6,84 19,9
Florianópolis 36,4 77,1
Fortaleza 85,8 92,3
São Luís 86,7 86,5
Maceió 76,4 84,9
Natal 84,2 88,7
Porto Alegre 23,3 59,0
Recife 67,8 76,2
Rio de Janeiro 60,9 78,0
Salvador 57,9 80,6
São Paulo 14,3 45,2
Vitória 60,9 87,4
 = cidades com grande necessidade de ventilação no ANO TODO
 = cidades com grande necessidade de ventilação no VERÃO
Fonte: LAMBERTS, et. al; 2003
Segundo Frota e Schiffer (2001) a ventilação “proporciona a renovação do ar am-
biente, sendo de grande importância para a higiene em geral e para o conforto térmico”.
A renovação do ar dos ambientes proporciona a dissipação de calor e 
a desconcentração de vapores, fumaça, poeiras, de poluentes, enfim. 
A ventilação pode também ser feita por meios mecânicos (...). A ventilação 
natural é o deslocamento do ar através do edifício, através de aberturas, 
umas funcionando como entrada e outras, como saída. Assim, as aberturas 
para ventilação deverão estar dimensionadas e posicionadas de modo a 
proporcionar um fluxo de ar adequado ao recinto. O fluxo de ar que entra 
ou sai do edifício depende da diferença de pressão do ar entre os ambientes 
internos e externos, da resistência ao fluxo de ar oferecida pelas aberturas, 
pelas obstruções internas e de uma série de implicações relativas à incidên-
cia do vento e forma do edifício. (FROTA & SCHIFFER 2001)
A movimentação do ar no interior do ambiente é promovida pela diferença de 
pressão, que pode ser causada pelo vento ou pela diferença de densidade do ar 
interno e externo (FROTA & SCHIFFER 2001), quando essa movimentação é cau-
sada pela força dos ventos a ventilação é denominada “ação dos ventos” e quando 
é produzida pela diferença de densidade provoca a ventilação por “efeito chaminé”. 
A diferença de pressões exercidas pelo ar sobre um edifício pode ser cau-
sada pelo vento ou pela diferença de densidade do ar interno e externo, 
14
15
ou por ambas as forças agindo simultaneamente. A força dos ventos pro-
move a movimentação do ar através do ambiente, produzindo a ventilação 
denominada ação dos ventos. O efeito da diferença de densidade provoca 
o chamado efeito chaminé. Assim, a ventilação natural de edifícios se faz 
através desses dois mecanismos:
• ventilação por ação dos ventos;
• ventilação por efeito chaminé.
Quando a ventilação natural de um edifício é criteriosamente estudada, 
verifica-se a conjugação dos dois processos. No entanto, a simultanei-
dade dos processos pode resultar na soma das forças, ou pode agir em 
contraposição e prejudicar a ventilação dos ambientes. A identificação de 
ocorrência de uma ou de outra situação depende da análise de cada caso, 
especificamente. A ocupação dos edifícios por pessoas, máquinas e equi-
pamentos e a exposição à radiação solar vão ocasionar, nos ambientes 
internos, temperaturas superiores às do ar externo. Esse acréscimo de 
temperatura, no caso de inverno nos climas quentes ou no caso geral de 
climas frios, pode ser um fator positivo, porém, na época de verão dos 
climas temperados ou durante todo o ano em climas quentes certamen-
te será um fator negativo, agravante das condições térmicas ambientais. 
(FROTA & SCHIFFER 2001)
Portanto, temos como mecanismos de ventilação natural a ventilação por ação 
dos ventos e a ventilação por efeito chaminé. A ventilação natural contribui na 
renovação do ar do interior do edifício melhorando a qualidade do ar, auxilia no 
conforto térmico e reduz o consumo de energia. O fluxo de ar no interior do edifício 
é definido pelas dimensões e localização das aberturas para a passagem do ar. 
Figura 4 – Efeito Chaminé
Fonte: projeteee.mma.gov.br
15
UNIDADE Arquitetura e Ventilação
Figura 5 – Ação dos Ventos
Fonte: LAMBERTS, et. al; 2003
Diversos tipos de ventilação natural podem ser utilizados como estratégias: 
A ventilação cruzada é uma das técnicas mais eficazes de ventilação e implica 
no conhecimento da orientação dos ventos e na posição das aberturas (mínimo 
de duas) que devem estar em paredes diferentes (uma abertura em cada parede); 
Ventilação por baixo da edificação: estratégia usada pelas construções em pi-
lotis; Ventilação através do efeito chaminé: considera que a taxa de ventilação 
aumenta com a diferença de temperatura do ar, já que o ar interno mais quente 
tende a sair através de aberturas mais altas da edificação, sendo substituído por ar 
mais frio que entra através das aberturas mais baixas; Ventilação pela cobertura: 
as saídas de ar podem estar junto a cumeeira ou ventilação através do forro por 
meio de câmara de ar ventilada; Ventilação noturna: quando existe incidência de 
ventos significativos no período noturno, esta estratégia pode ser usada para man-
ter a temperatura interna confortável durante o dia, especialmente durante o verão, 
através do esfriamento da edificação à noite.
As informações estatísticas sobre os ventos, como direção e velocidade são forne-
cidas geralmente por órgãos públicos e de pesquisas que monitoram estações mete-
orológicas instaladas em diversas áreas das cidades, frequentemente em aeroportos.
O Laboratório de Eficiência Energética em Edificações – LabEEE4, da Universi-
dade Federal de Santa Catarina, disponibiliza para “download” alguns programas 
que auxiliam na adoção de estratégias bioclimáticas no desenvolvimento do pro-
jeto. Alguns “softwares” fornecem informações dos ventos por meio de tabelas e 
diagramas que reúnem dados das quatro estações do ano, um desses softwares é 
o Analysis SOL-AR, programa gráfico que permite a utilização de cartas solares:
(...) o Analysis – SOL-AR é dividido em dois módulos básicos, um que 
analisa a carta solar para a região desejada e outro que analisa a rosa-
-dos-ventos. O programa marca os dados de temperatura do ar direta-
mente sobre a carta solar para determinada latitude, e mostra através de 
cores diferenciadas como essas temperaturas se distribuem ao longo do 
ano, ferramenta bastante útil para a adequação de proteção solares para 
qualquer orientação desejada. (LAMBERTS et. al; 2003, pag. 143)
4 Laboratório de Eficiência Energética em Edificações – <http://www.labeee.ufsc.br>
16
17
O programa possibilita a visualização dos ângulos de projeção para a adoção 
de proteções solares, como beirais, marquises, e “brises”, por exemplo, permitindo 
a utilização desses elementos de maneira eficiente no desenvolvimento do projeto 
arquitetônico, além das informações (frequência e velocidade) dos ventos predomi-
nantes (LAMBERTS et. al. 2003). 
A rosa-dos-ventos é um diagrama que fornece estatisticamente para uma região 
a direção, velocidade e frequência dos ventos durante o ano, informações importan-
tes para o desenvolvimento dos projetos de arquitetura e interiores (LAMBERTS, 
et. al; 2003).
Nas figuras seguir, produzidas pelo “software” Analysis SOL-AR para a cidade 
de Florianópolis temos dois diagramas de rosa-dos-ventos e uma tabela com os pe-
ríodos com a ocorrência dos ventos nos períodos do dia (a tabela apresenta % dos 
ventos ausentes por estação), nos primeiros diagramas são informadas as velocida-
des predominantes, no diagrama da esquerda e no diagrama da direita a frequência 
dos ventos.
A (primeira figura mostra) a rosa-dos-ventos para a cidade de Florianópolis 
e a tabela (segunda figura mostra) a frequência de ocorrência de calma-
rias por estação, ambas geradas a partir do programa Analysis SOL-AR. 
O diagrama da esquerda mostra a rosa-dos-ventos com as velocidades 
predominantes por direção. Percebe-se que os ventos mais intensos vêm 
da orientação nordeste, com médiasque chegam a 6 m/s durante todo 
o ano. O diagrama da direita apresenta a frequência de ocorrência dos 
ventos em Florianópolis. A figura mostra que o vento mais frequente é o 
Norte durante o inverno, atingindo 33,5% dos horários em que há vento. 
O vento norte acontece também em 16,8% das horas da primavera, em 
17,2% das horas do outono e em 13,7% das horas do verão. O segundo 
vento mais frequente é o Nordeste, que ocorre em 21,4% das horas do 
verão, em 16,8% das horas da primavera, em 13,4% das horas do outono 
e em 13% das horas do inverno. Nota-se também, no mesmo diagrama, 
que as duas fachadas com mais ventos no inverno são a oeste e a leste. 
A Tabela (...) mostra que os períodos do dia mais ventosos são as tardes e 
que as calmarias acontecem normalmente nas madrugadas, em todas as 
estações do ano. (LAMBERTS, et. al. 2003)
Para ver – Estatísticas | diagramas com a direção e velocidade dos ventos em uma cidade no 
Brasil, acessar o link abaixo e inserir o local no espaço “ Encontrar local”. Em: http://bit.ly/2Z4VSC7
Leia mais sobre ventilação cruzada no artigo “Ventilação cruzada? Efeito chaminé? Entenda 
alguns conceitos de ventilação natural” de: Matheus Pereira. Em: http://bit.ly/2Z1sQmW
Leia mais sobre o software Analysis SOL-AR. Em: http://bit.ly/2y53A3f
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UNIDADE Arquitetura e Ventilação
Figura 6 – Rosa-dos-ventos produzida pelo “software” Analysis SOL-AR, para a cidade de Florianópolis
Fonte: Lamberts et al. , 2003
As aberturas do edifício (portas, janelas, claraboias, lanternins, etc.) têm a fun-
ção de permitir a entrada de luz e renovação do ar, portanto as dimensões dessas 
aberturas devem ser pensadas de maneira que esteja adequadamente ajustada às 
dimensões do ambiente. 
Figura 7 – Tipos de aberturas para iluminação | ventilação naturais
Fonte: Lamberts et al; 2003
“Área útil de ventilação” é uma variável que representa a área efetiva de venti-
lação quando uma janela está totalmente aberta (LAMBERTS, et. al; 2003).
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Figura 8 – Área útil de ventilação
Fonte: Lamberts et al; 2003
Uma variável que também deve ser considerada é a área útil de venti-
lação, que representa a área efetiva de ventilação quando a janela está 
totalmente aberta. Essa área é diferente para cada tipo de abertura. Uma 
janela tipo guilhotina tem 50% de área útil de ventilação, pois quando 
está totalmente aberta, somente metade de sua área é livre para ventilar 
o ambiente (...) As janelas do tipo guilhotina, correr e abrir têm indicadas 
suas respectivas áreas úteis de ventilação máximas, considerando abertu-
ra total. As janelas do tipo basculante e maxim-ar têm indicadas as áreas 
úteis de ventilação em função de alguns ângulos comuns de abertura 
(30°, 45°, 60° e 90°). (LAMBERTS, et. al. 2003)
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UNIDADE Arquitetura e Ventilação
“O Fluxo de ar que atravessa um ambiente é determinado de forma diferente 
quando a ventilação é cruzada ou unilateral” (LAMBERTS, et. al; 2003). Alguns 
elementos destacados na volumetria ou no entorno do edifício podem ser utilizados 
para incrementar a quantidade e velocidade do fluxo de ar para o interior, além de 
contribuir para o sombreamento das aberturas. Segundo Lamberts et. al. (2003) “o 
fluxo de ar que atravessa uma abertura pode sofrer reduções se alguma barreira for 
interposta a ele, por exemplo, telas contra mosquitos”.
Os beirais, por exemplo, podem direcionar o fluxo de ar para o interior, 
além de servirem como uma proteção solar horizontal. A figura (abai-
xo) mostra como um beiral mais generoso pode aumentar a zona de 
pressão do lado externo à abertura, aumentando o fluxo de ar para o 
interior. Proteções solares horizontais podem provocar o mesmo efeito. 
(LAMBERTS, et. al. 2003)
A maneira como o edifício está inserido no território (implantação) vai influenciar 
no aproveitamento do sol e dos ventos, considerando a paisagem, o relevo, obstru-
ções naturais ou antrópicas, assim como deve também considerar outras condicio-
nantes importantes como a topografia e, claro, a legislação. A definição de estra-
tégias formais da edificação, sistemas construtivos e demais elementos construtivos 
como venezianas e outras proteções verticais também auxiliam no direcionamento 
do fluxo de ar para o interior da edificação, assim como muros, paredes externas 
e massa de vegetação podem ser utilizadas como barreiras ou proteções de vento.
Figura 9 – Barreiras de vento (município de Shimane, Japão)
Fonte: Lamberts et al; 2003
A platibanda (elemento horizontal construído na parte superior da edificação em 
geral de alvenaria, têm entre outras funções proteger o telhado e organizar a cap-
tação das águas pluviais) também pode aumentar “a zona de pressão anterior à ja-
nela, aumentando o fluxo de ventilação para o interior” (LAMBERTS, et. al; 2003). 
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Figura 10 – Infl uência do beiral e da platibanda no direcionamento do fl uxo de ventilação para o interior
Fonte: Lamberts et al; 2003
Lamberts et. al. (2003) alerta sobre a importância da orientação do edifício no 
que se refere à ventilação natural que possibilita a utilização do vento predominante 
no verão para o resfriamento dos ambientes internos, evitando o vento predomi-
nante do inverno impedindo a perda de calor da edificação. Quando se reduz a 
incidência do vento direto a redução da perda de calor “é equivalente ao quadrado 
da intensidade do vento incidente” direto. Ver a imagem abaixo:
Nota-se que, com a redução da intensidade do vento incidente para 50%, 
reduzem-se as perdas de calor por infiltração do ar de 100% para ape-
nas 25%. Isso indica que as perdas por infiltração são reduzidas numa 
proporção que equivale ao quadrado da redução da intensidade do vento 
incidente. (LAMBERTS, et. al. 2003)
Figura 11 – Redução das perdas de calor por infi ltração com bloquei do vento com vegetação
Fonte: Lamberts et al; 2003
Outra questão importante que Lamberts et. al. (2003) aponta é que massas de ve-
getação podem contribuir no direcionamento do vento e árvores com copas altas pro-
tegem o edifício criando sombreamento, facilitando “o acesso do vento à edificação”. 
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UNIDADE Arquitetura e Ventilação
Figura 12 – Redução das perdas de calor por infiltração com bloquei do vento com vegetação
Fonte: Lamberts et al; 2003
Figura 13 – Redução das perdas de calor por infiltração
Fonte: Lamberts et al; 2003
Exemplos de Arquitetura 
que Contemple a Ventilação
De acordo com o arquiteto e professor Carlos Lemos (2003), de modo geral as 
pessoas associam a arquitetura à construção, o que de certa forma não está errado, 
porém, segundo Lemos (2003) também é comum que se relacione arquitetura à 
beleza. O autor conceitua a arquitetura com o a intervenção no meio ambiente para 
a criação de novos espaços com a finalidade atender as necessidades humanas. 
Esse atendimento às necessidades humanas incorpora diversas condicionantes (for-
mais, conceituais, legais, físicas e topográficas do lugar, econômicas, culturais, etc.) 
caracterizando assim uma síntese – estratégias ou o chamado partido de projeto 
(síntese de diversas estratégias). O clima sempre foi uma determinante a ser respei-
tada e incorporar essas informações no processo de projeto irá contribuir para o 
conforto dos ambientes do edifício.
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O conceito de arquitetura bioclimática inserida no campo da arquitetura na déca-
da de 1960 (LAMBERTS et. al; 2003) aponta para estratégias projetivas utilizando 
técnicas passivas que objetivam além do conforto ambiental a diminuição do uso 
da energia elétrica.
Mesmo após o entendimento do clima, dos conceitos de conforto térmico 
e das estratégias de projeto que visam uma melhor integração entre o 
usuário e o clima, deve-se achar um meio de entender os efeitos destes 
fatores na arquitetura e em sua eficiência energética. Pode-se tirar par-
tido ou evitar os efeitos destas variáveis, por intermédio da edificação, 
de forma a obter um ambiente interior com determinadas condições de 
conforto para os usuários. Isso pode ser feito de duas maneiras. Aprimei-
ra, com o emprego (...) sistemas de climatização e iluminação artificial. 
A segunda, de forma natural, incorporando estratégias de aquecimento, 
resfriamento e iluminação naturais. É importante ao arquiteto integrar o 
uso de sistemas naturais e artificiais, ponderando os limites de exequi-
bilidade e a relação custo/benefício de cada solução. Se as estratégias 
naturais forem as mais adequadas, deve-se conhecer, primeiramente, a 
Bioclimatologia, que aplica os estudos do clima (climatologia) às relações 
com os seres vivos (Olgyay 1968). Conhecendo os conceitos básicos que 
envolvem o clima e o conforto se pode compreender a importância da 
Bioclimatologia aplicada à arquitetura. Na década de sessenta os irmãos 
Olgyay aplicaram a bioclimatologia na arquitetura considerando o confor-
to térmico humano e criaram a expressão Projeto Bioclimático (Olgyay 
1973). A arquitetura assim concebida busca utilizar, por meio de seus 
próprios elementos, as condições favoráveis do clima com o objetivo de 
satisfazer as exigências de conforto térmico do homem. (LAMBERTS,
et. al. 2003, pag. 83 e 84)
O diagrama desenvolvido por Givoni em 1969 (LAMBERTS et. al; 2003, pag. 84) 
ou Carta Bioclimática para Edifícios, ampliava as possibilidades de aplicação do diagra-
ma dos Olgyay, com identificação das zonas bioclimáticas e suas estratégias. Abaixo a 
Carta Bioclimática adotada para o Brasil (LAMBERTS et. al; 2003, pag. 84).
Figura 14 – Carta Bioclimática de Givoni adotada para o Brasil
Fonte: Lamberts et al; 2003
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UNIDADE Arquitetura e Ventilação
Atualmente grande parte dos escritórios de arquitetura do mundo todo, utilizam 
os dados climáticos no desenvolvimento dos projetos agregando condições de con-
forto e eficiência energética.
O século XX foi particularmente fértil para a arquitetura e hoje, quando 
estamos no início do século XXI, o panorama arquitetônico é jovem e 
pluralista. Estilos como o pós-modernismo, o high-tech, o construtivismo 
e o desconstrutivismo mostram experiências significativas da preocupa-
ção crescente dos arquitetos com a melhoria da qualidade das edificações, 
inclusive considerando aspectos de eficiência energética e de conforto 
ambiental. (LAMBERTS, et. al; 2003, pag. 23)
Hoje, além da arquitetura bioclimática alguns termos são associados à arquite-
tura como ecologia e sustentabilidade orientando o desenvolvimento de projetos 
arquitetônicos em todo o planeta. A preocupação com o meio ambiente e com a 
manutenção dos recursos naturais têm sensibilizado grande parte da sociedade. 
Vários projetos arquitetônicos alinhados às causas ambientais se tornaram para-
digmáticos. (LAMBERTS et. al. 2003, pag. 23) apresenta alguns desses projetos 
como o projeto do arquiteto francês Jean Nouvel que possui elementos na envoltó-
ria do edifício que funcionam como diafragmas controlados por sistema eletrônico 
(abrindo e fechando) garantindo proteção contra o sol.
Figura 15 – Instituto do Mundo Árabe Jean Nouvel
Fonte: Foto por Ricardo Vidal
O arquiteto inglês Norman Foster, utilizou a iluminação natural que é captada 
pelo átrio central e distribuída nos pavimentos superiores, nos pavimentos inferio-
res um sistema de refletores externos e internos distribui a luz e contribui para a re-
dução do consumo de energia. (LAMBERTS et. al; 2003, pag. 24). Foster utilizou 
Reichstag, parlamento alemão localizado em Berlin, utilizando o efeito chaminé, 
por meio de uma cobertura de vidro com um elemento cônico no centro da cúpula 
por onde o ar quente é extraído do interior do edifício.
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Figura 16 – Hong-Kong and Shanghai 
Bank, Norman Foster
Fonte: ERCO 
Figura 17 
Fonte: Lamberts et al; 2003, pag. 24
No que diz respeito a ventilação, Lamberts et. al. (2003), mostra como “ao longo 
dos séculos” a arquitetura do leste Europeu (como no Irã e na Turquia) ” utilizaram 
técnicas para resfriamento evaporativo que se apropria das correntes de vento que 
“conduzem o ar externo para o interior através de materiais porosos cheios de água” 
O arquiteto italiano Mario Cucinella, desenvolveu um protótipo para Edifícios de 
Escritórios que utiliza essa técnica do resfriamento evaporativo por corrente de ar 
descendente – PDEC (sigla em inglês: passive downdraught evaporative cooling), 
para Lamberts et. al. (2003) essa estratégia (o PDEC) é uma “alternativa em relação 
ao ar condicionado convencional”.
Figura 18 – Protótipo para edifício de escritórios em Catania, Itália – Mario Cucinella
Fonte: Lamberts et al; 2003
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UNIDADE Arquitetura e Ventilação
O arquiteto brasileiro João Figueiras Lima, o Lelé, é um dos maiores exemplos 
da utilização de técnicas passivas, ele utilizou amplamente a ventilação natural em 
seus projetos, com grande evidência nos projetos para a rede de hospitais Sara 
Kubitschek, distribuídos pelo país. Nestes casos Lelé adotou uma ventilação com 
fluxos verticais evitando a ventilação cruzada (para diminuir os riscos de conta-
minação). Saídas na parte superior dos telhados curvos (sheds) expelem o ar do 
contaminado do interior.
Sistema de extração do ar contaminado – Hospital da rede Sarah: http://bit.ly/2ZaNQri 
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Figura 19 – Interiores do Hospital da Rede Sarah
Fonte: Foto Nelson Kon
Leia também esse artigo da arquiteta e urbanista Marieli Azoia Lukiantchuki, sobre os pro-
jetos de João Filgueiras Lima (Lelé) – “Arquitetura bioclimática – CONFORTO AMBIENTAL NA 
REDE SARAH”, disponível em: http://bit.ly/2Z0DhHr
Leia o artigo das arquitetas e urbanistas: Marieli Azoia Lukiantchuki e Rosa Caram: “Análise 
do conforto térmico na obra de João Filgueiras Lima, Lelé: Hospitais Sarah de Salvador e do 
Rio de Janeiro”, disponível em: http://bit.ly/2Z1tAbI
Leia também o artigo de Pedro Vada: “Ventilação e iluminação naturais na obra de João 
Filgueiras Lima, Lelé”, disponível em: http://bit.ly/2GoJPZj
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Leitura
Revisão da última versão da norma ISO 7730 (2005): síntese bibliográfica dos trabalhos mais relevantes
http://bit.ly/2y1Uft5
Atender às normas de desempenho é indicativo de conforto térmico na edificação de uso habitacional?
http://bit.ly/2GpF6GJ
Código de Obras e Edificações
http://bit.ly/2Z50icr
Código de Obras “Arthur Saboya”
Atenção este código de obras não está mais em vigor.
http://bit.ly/2Z1Zfde
Estatísticas de vento & condições atmosféricas
Para ver – Estatísticas | diagramas com a direção e velocidade dos ventos em uma 
cidade no Brasil, acessar o link e inserir o local no espaço “ Encontrar local”.
http://bit.ly/2Z4VSC7
Ventilação cruzada? Efeito chaminé? Entenda alguns conceitos de ventilação natural
http://bit.ly/2Z1sQmW
Análise do conforto térmico na obra de João Filgueiras Lima, Lelé: Hospitais Sarah de Salvador e do Rio de Janeiro
http://bit.ly/2Z1tAbI
Ventilação e iluminação naturais na obra de João Filgueiras Lima, Lelé
http://bit.ly/2GoJPZj
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UNIDADE Arquitetura e Ventilação
Referências
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15220 – Desempenho 
Térmico das Edificações. Rio de Janeiro: ABNT, 2003.
FROTA, A. B; SCHIFFER, S. R. Manual de conforto térmico. São Paulo: Studio 
Nobel, 2001.
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDIZATION. ISO 7730: 
Ergonomics of the termal environment – Analytical determination and 
interpretation of termal comfort using calculation of PMV and PPD índices and 
local termal comfort criteria. Geneva, 2005.
LAMBERTS, R.; DUTRA, L. e PEREIRA, F.O.R. Eficiência energética na 
arquitetura. Rio de Janeiro: Proeditores, 2003. Disponível em: <http://www.labeee.
ufsc.br/sites/default/files/apostilas/eficiencia_energetica_na_arquitetura.pdf>. Acesso 
em: 10.fev.2019.
LEMOS, Carlos. O que é arquitetura. São Paulo: Brasiliense, 2003.
MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. Código de Obras e Edificações – COE LEI Nº 
11.228/92. Disponível em: <https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/
subprefeituras/upload/pinheiros/arquivos/COE_1253646799.pdf>. Acesso em: 
05.jun.2019.SALES, G. de L. Diagrama de Ventilação Natural: ferramenta de análise do 
potencial da ventilação natural no estudo preliminar de projeto. Tese (doutorado). 
Universidade de Brasília, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo; Programa de Pós-
-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, 2016.
Sites Visitados
<http://projeteee.mma.gov.br/implementacao/efeito-chamine>. Acessado em: 
05.06.2019.
<http://www.recriarcomvoce.com.br/blog_recriar/conceitos-de-ventilacao-
natural>. Acessado em: 05.06.2019.
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