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Construindo o plano de negócio – o plano ( 48 ) ( 47 ) ( É )Escrevendo o plano de negócio hora de iniciar o desenvolvimento do plano de negócio em si, pois já temos elementos suficientes para fazê-lo. Mas por onde começar? Existem dezenas de modelos de plano de negócios, uns mais completos e outros mais simpli- ficados, uns voltados a empresas de base tecnológica e outros para indústria de base etc. Modelos Não existe um modelo ideal de plano de negócio. Mas existem elementos que podemos utilizar para escolher o que melhor atende às nossas necessidades. Vamos ver alguns desses elementos: Tipo de negócio – existem modelos de plano de negócios voltados para empresas de serviço, comércio e indústria. Apesar de terem os mesmos itens básicos, diferem em algumas abordagens, tais como: planilhas financeiras, abordagem comercial e de pessoal. Idade da empresa – existem modelos voltados para empreendimentos novos e em operação, e também modelos adequados para lançamento de produtos ou de filiais. Novamente as diferenças são pequenas, mas facilitam o trabalho do empreendedor. Em um modelo de plano de negócio para empresas novas há um maior detalhamento da operação da empresa, enquanto nas empresas em operação não há essa preocupação. Finalidade – existem modelos voltados para captação de recursos junto a instituições financeiras, para participar de processo de seleção em incubadoras e condomínios empresariais, para captar novos sócios ou investidores. Para cada um deles, um item tem maior destaque, como, por exemplo, no modelo para captação de recursos temos um grande detalhamento das planilhas financeiras. Uma rápida consulta à internet nos possibilita acessar dezenas de modelos de planos de negócios, assim como uma pesquisa junto ao Sebrae1 e software de elaboração de planos. Para termos ideia, o software Business Plan2 tem mais de 600 modelos disponíveis para servir de base para o desenvolvimento do seu pró- prio plano. ( 1 )<www.sebrae.com.br> ou procure uma unidade do Sebrae mais próxima de você. 2<www.businessplan.com> Sumário executivo Um elemento muito importante do plano de negócios é a elaboração do sumário executivo. Imagine-o como sendo a introdução do seu plano, pelo qual você convida a pessoa a ler todo o documento. Deve ser elaborado tendo em mente o perfil de quem vai ler e o que pode chamar a atenção dessa pessoa. Por exemplo, se o leitor é o gerente de sua conta no banco e você quer solicitar crédito, deve dar ênfase na solidez financeira de seu negócio ou de sua capacidade de pagar o empréstimo que está solicitando. Por outro lado, se você está utilizando seu plano de negócios para cativar investidores, demonstre quanto e quando eles terão retorno do seu investimento. Isso não significa mentir, mas sim dar destaque aos pontos que são de interesse de seu potencial leitor. Pense no sumário executivo como um trailler de um filme, uma sequência de cenas com objetivo de convencer o espectador a assisti-lo. Conclusões Um bom plano de negócio também tem uma conclusão, que é o resumo do trabalho e uma avaliação detalhada das ameaças e oportunidades da implan- tação do negócio. Por isso, muitas vezes a conclusão fica restrita aos sócios e investidores, pois apresenta aspectos relevantes do plano, como, por exemplo, as fraquezas com que os mesmos deverão tomar cuidado enquanto estiverem implantando o plano. Mas por que elaborar uma conclusão, se ela pode depor contra o empre- endimento? O objetivo aqui é manter sob o olhar dos sócios aquilo que aumenta as chances de insucesso do negócio, para que eles estejam o tempo todo atentos a qualquer mudança que possa ocorrer favorável ou desfavoravelmente. Uso de apêndice Essa é a última seção de um plano de negócio, e poderá ou não constar dele, pois só é indicada quando houver necessidade de se adicionar informações para reforçá-lo. Portanto, é um espaço onde você não deve incluir informações novas que não tenham sido abordadas no seu plano. O apêndice não deve trazer informações que sejam essenciais ao entendi- mento do seu negócio, pois, se o fizer, poderá comprometer todo o trabalho de elaboração do plano. Essas informações relevantes devem ser inseridas no plano, pois muitas pessoas só se interessam em ler um apêndice se a leitura do plano gerar nelas a vontade em se aprofundar mais. Consequentemente, tudo o que de relevante você tiver que registrar, faça-o em seu plano. ( Construindo o plano de negócio – o plano ) ( Construindo o plano de negócio – o plano ) O que eu posso incluir no anexo ou apêndice? Você pode incluir informações complementares, resultados de pesquisa, fotografias de produtos, peças promocionais, catálogos (cuidado com as brochuras de muitas páginas). Lembre-se de que o apêndice não deve ser maior que o plano e se os dois forem relativamente grandes, sugiro que você os coloque em pastas separadas, mas indicando no final do plano que existe um anexo ou apêndice. O conceito de negócio Voltando ao documento do plano de negócios, após o sumário executivo temos a descrição do conceito de negócio. Nesse item, descreve-se o histórico que trouxe o empreendedor e sua ideia até esse momento. Assim, posiciona o leitor num horizonte de tempo e espaço que permite um melhor entendimento do todo. Se for uma empresa já constituída, podemos inserir um registro histórico, demonstrando o que já foi feito na mesma: onde nasceu, por que e como a empresa se desenvolveu nos últimos anos. Não se trata de contar uma longa história, mas trazer elementos que demonstrem a cultura e o conceito do negócio, ou seja, o que está relacionado com o âmbito de atuação da empresa. Segundo Kotler (1994), “um negócio deve ser visto como um processo de satisfação do consumidor e não um processo de produção de bens ou serviços”. Portanto, não se trata apenas de descrever os produtos e serviços. Para uma escola de informática poderíamos definir vários conceitos de negócio. Que tal “formação complementar” ou “profissionalização”, só para elencarmos duas? Olhando bem de perto vemos que cada uma delas nos leva a abordagens diferentes na concep- ção do negócio. Uma escola de informática, que tem como conceito de negócio o de “formação complementar”, terá seu plano e sua estratégia voltados para ligar a empresa a outros programas de formação e poderá até mesmo associar seus produtos e serviços a outros cursos de formação. ( A escola de informática Esinfo tem por negócio a profissionalização de pessoas para atuarem como profissionais especialistas em software . Atua em segmentos específicos de software em parceria com software houses das áreas de design e mídia. Conceito de negócio (escola de informática) ) ( Fonte hipotética. )Por outro lado, uma escola de informática que tem como conceito de negócio o de “profissionalização”, poderá ter seus cursos voltados à formação de profissionais de informática, tais como designers, editores etc. O histórico do setor e do mercado-alvo Definido o conceito do negócio, devemos fazer uma análise do mercado em que a empresa estará inserida. Para Tomio e Paul (2003), ( 50 ) ( 49 ) ( O mercado consumidor é formado por jovens entre 18 e 30 anos, com renda acima de R$ 1 mil, de ambos os sexos, sem distinção de profissão e solteiros sem família. Na sua maioria trabalham ou estudam no centro da cidade de Florianópolis, pois têm mais facilidade em se deslocar até o local da escola. São jovens modernos, em início de carreira, que buscam aprender e aprofundar seus conhecimentos em informática por meio da profissionalização do uso de software . Gostam de se divertir e gastam boa parte dos seus ganhos com diversão. A abertura de mercado e a expansão comercial impostaspela globalização aceleraram o uso da tecnologia da informação. A consequência desses movimentos foi a expansão do uso de computadores em domicílios ou empresas. O resultado foi a crescente necessidade de conhecer e aperfeiçoar as formas de utilização dos equipamentos ( hardware ) e programas ( software ). Mercado-alvo (escola de informática) ) ( Dados hipotéticos. )é fundamental estabelecer uma análise geral do setor em função dos aspectos econômicos, políticos, sociais e tecnológicos, sejam de características estruturais ou conjunturais, que podem ser benéficos ou maléficos à atividade da empresa. Os fatores econômicos estão relacionados com o PIB do setor, juros de mercado, influência da globalização sobre o negócio, número de empregados, evolução dos salários no setor etc. Dos fatores sociais fazem parte: demografia, desemprego, distribuição de renda, cultura, favelização, entre outros. Já os fatores tecnológicos estão associados às mudanças em termos de software e hardware que afetam diretamente a atividade do empreendimento edu- cacional, tais como: internet, realidade virtual, ensino a distância, entre outros. Por último, os fatores políticos estão ligados à política econômica tais como: incentivos fiscais, benefícios, créditos públicos, impostos, leis de defesa do consu- midor, privatizações e encargos sociais. ( Dentro dos aspectos econômicos, temos por relevante o crescimento do PIB de empresas ligadas ao setor de informática e, por consequência, o aumento da procura de profissionais capacitados para operarem software específicos. Por outro lado, a falta de profissionais inflacionou os salários dos professores para formação desse mercado, o que aumenta os custos diretos da operação. Um ponto importante do setor é o crescente oferecimento de cursos a distância (como os via internet), levando muitas pessoas a não frequentarem mais as aulas pelas facilidades de horários de estudo. Também é um setor que necessita de constante investimento em software , pois toda novidade vem adicionada de profissionais desejosos em ser os primeiros a saber utilizar a ferramenta e dispostos a pagar por isso. Dentro dos fatores políticos, encontramos alguns benefícios para empresas de treinamento junto à prefeitura, mas sabemos que essa situação pode mudar a qualquer momento, por não haver uma política própria para o setor. Histórico do setor (escola de informática) )De posse das informações sobre mercado fornecedor, concorrente e consu- midor que foram coletadas, você pode selecionar as mais relevantes para compor o plano de negócio. É nesse ponto da elaboração do plano de negócio que as perguntas sobre mercado transformam-se em textos estruturados. ( O mercado de cursos básicos sofre muita concorrência e provavelmente tende a acabar por conta do autoaprendizado e a disponibilidade de computadores nas residências. Já o mercado de cursos especializados tende a crescer, principalmente se tiver profissionais com conhecimento do mercado e das necessidades dos clientes. O mercado fornecedor é composto por cerca de 12 empresas, mas apenas duas são especializadas no ramo de atuação da Esinfo. Estas estão estabelecidas há bastante tempo e gozam de boa reputação no mercado, apesar de serem consideradas caras pelos clientes. Mercado-alvo (escola de informática) ) Questões legais Aqui descrevemos o enquadramento legal da empresa em termos de porte: microempresa, pequena, média ou grande. Sabemos que a classificação como microempresa ou pequena empresa pode ser interessante do ponto de vista de benefícios fiscais, tanto na esfera federal como na estadual e municipal (dependendo do ramo de atuação – lembre-se que uma empresa de serviços pode ter benefícios federais e municipais, mas dificilmente terá benefícios estaduais). Em relação à pesquisa sobre incentivos fiscais, descobrimos legislações específicas para escolas de informática. É importante para todo empreendedor saber sobre a estrutura de impostos e encargos a que sua empresa está sujeita para realizar um planejamento acurado sobre ela. Nunca esqueça que utilizar um benefício fiscal que outros não utilizam torna-se uma vantagem competitiva considerável. Outro ponto a ser analisado é a constituição jurídica da empresa que, segundo o novo Código Civil, pode ser empresário individual ou sociedade empresarial; sendo esta subdividida em: sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita por ações, sociedade limitada e sociedade anônima. ( Disponível em: < www.classecontabil.com.br >. )No quadro a seguir apresentamos as principais modalidades. Modalidade Característica Empresa individual Empresa que tem apenas um sócio. Sociedade empresarial Empresa que tem mais de um sócio. Sociedade limitada Em que os sócios respondem até o limite da sua participação no capital social. Sociedade anônima É quando os sócios têm ações das empresas e respondem solidariamente pelo prejuízo que ela tenha, independentemente do capital social. Nesse ponto do plano também incluímos as formas de proteção e reserva de produtos e processos, como licenças para utilização de marcas e revenda de produtos, direitos autorais, licenças de processos e métodos. Particularmente, em empreendimentos educacionais, precisamos garantir que não estamos utilizando um método educacional que pertença a terceiros e que tenha seu registro na Biblioteca Nacional ou em outra instituição, pois corremos o risco de sofrer processos por uso indevido do material. Isso é mais comum do que imaginamos. Empresas contratam consultorias especializadas em descobrir pessoas que estejam utilizando seus processos ou produtos e solicitam grandes indenizações ou impõem sanções que inviabilizam a continuidade do negócio. ( A Esinfo será uma empresa da modalidade empresário, pois terá apenas um sócio. Utilizará licença de processo educacional da empresa Educare, e software licenciados das software houses . A Esinfo também procederá o registro de marca junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Questões (escola de informática) ) ( Dados hipotéticos. )Uma boa ideia é contratar um especialista em assuntos de proteção de direitos, como um advogado, por exemplo. O perfil de comando Apresentaremos, neste tópico, a descrição das competências, capacitações, potencialidades e deficiências das pessoas que estão nas funções de gestão da empresa citadas no tópico anterior. É importante apresentar um minicurrículo de cada um dos envolvidos na condução do negócio, procurando argumentar e o que o gradua a responder pela função que lhe é colocada. Currículos longos e com informações irrelevantes devem ser evitados, atentando-se apenas ao essencial. Ao realizarmos este item temos dois objetivos principais: demonstrar que as pessoas envolvidas no cargo de direção têm compe- tência para conduzir os negócios e assim validar as chances de sucesso no empreendimento; avaliar quais são os pontos fracos da equipe e determinar como neutralizá-los. Segundo defendem Longenecker, Moore e Petty (apud TOMIO; PAUL, 2003), O tipo de competência necessária em uma equipe gerencial depende do tipo de negócio e da natureza de suas operações. Por exemplo, uma empresa de desenvolvimento de software e um restaurante exigem diferentes tipos de experiência de negócios. Qualquer que seja o negócio, a empresa precisa de gerentes com uma combinação apropriada de formaçãoeducacional e experiência. Ao avaliar as qualificações daqueles que preencherão suas posições-chave, precisa-se saber se um candidato tem experiência em um tipo correlato de negócios, se a experiência inclui quaisquer responsabilidades gerenciais e se o indivíduo atuou alguma vez como empreendedor. ( A Esinfo será conduzida por Tales da Silva, administrador, com formação específica em software de design . Atuou por mais de dez anos na direção de escolas de informática, sendo professor em muitas delas. Participa ativamente de associações empresariais, e já ocupou o cargo de diretor de tecnologia da associação comercial local. Perfil de comando (escola de informática) ) ( Dados hipotéticos. )As parcerias e alianças estratégicas Nesse ponto do plano de negócio o empreendedor deve descrever as principais parcerias que farão parte de sua estratégia de negócio, bem como as alianças estratégicas que ele estabelecerá para obter vantagens competitivas sobre os concorrentes. Entre as parcerias mais comuns estão a contratação de serviços de consul- toria, contabilidade, limpeza, cobrança etc. O que para muitos pode ser apenas a definição de serviços de terceiros contratados, para outros pode se tornar uma parceria de sucesso. Conheço histórias de empresas que nascem com serviços de consultoria contratados que fazem parte, inclusive, de seu organograma. Outros, têm profissionais de empresas de contabilidade à sua disposição, também fazendo parte de sua estrutura formal. Outros ainda que terceirizam a área comercial ou de recursos humanos. ( (TOMIO; PAUL, 2003. Adaptado.) )Também é possível estabelecer alianças estratégicas para obter vantagens competitivas. Entre as principais destacamos: Aliados Vantagens Fornecedores Menores preços e mais rapidez na entrega Instituições de ensino Formação de pessoal e pesquisa de produtos e serviços Concorrentes Compras conjuntas com preços menores Clientes Fidelização Associações empresariais Rede de relacionamentos e subsídios O fato é que estabelecemos alianças ou parcerias com o intuito de aumentar nossas chances de sucesso ao empreender. Nos empreendimentos educacionais são comuns as alianças com outros empreendimentos do gênero para estabelecer política de preços, trocar informações sobre clientes ou promover uma campanha de fortalecimento de imagem. Qualquer que seja o objetivo, é preciso ter em mente que poucas empresas con- seguem crescer no ambiente competitivo de hoje sem estabelecer parceria e alianças estratégicas. Portanto, pense quem pode ser aliado de seu empreendimento. ( A Esinfo concentrará seus esforços em seu negócio – a profissionalização em ferramentas de software . Portanto, contratará serviços de terceiros, sempre que possível, para as áreas-meio. Entre elas temos: contabilidade, limpeza, segurança e recepção.Também estabelecerá alianças estratégicas com concorrentes que atuam no mesmo mercado por meio de acordos para que não ocorram lançamentos de cursos na mesma época e se evitarem políticas de preços predatórias. Parcerias e alianças estratégicas (escola de informática) ) ( Dados hipotéticos. )Como você pode perceber, essa é uma das etapas mais trabalhosas do plano de negócio, pois necessitamos de muitas informações. Mas é nela que definimos como a empresa estará inserida no mercado e como pretende interagir com ele. 1. Utilizando os conceitos apresentados no texto, descreva: a) o seu conceito de negócio: b) o histórico do seu setor e o mercado-alvo que pretende atingir: c) as alianças estratégicas que fará: Sugiro a leitura de: LOVELOCK, Christopher; WRIGHT, Lauren. Serviços, Marketing e Ges- tão. São Paulo: Saraiva, 2001. Um livro excelente sobre estratégias de serviços. Traz exemplos de empresas brasileiras de serviços e aborda a gestão de empresas desse segmento de uma forma muito clara.
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