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166 civilizAçõES AnTigAS a) Trajano está representado em pé, sobre um muro ou mureta, à frente de outros comandantes e diante dos legionários, para quem fala diretamente. Como os legionários romanos aparecem representados? b) Qual é a relação que o relevo estabelece entre o imperador e os legionários? c) Que associação é possível fazer entre a representação na Coluna de Trajano e o cenário político de Roma no século II? 4 leitura e reflexão O poema abaixo é de autoria de Konstantinos Kavafis, poeta egípcio do século XIX. Depois de tê-lo lido com atenção, responda às questões que o acompanham. À espera dos bárbaros O que esperamos na Ágora reunidos? É que os bárbaros chegam hoje. Por que tanta apatia no Senado? Os senadores não legislam mais? É que os bárbaros chegam hoje. Que leis hão de fazer os senadores? Os bárbaros que chegam as farão. Por que o imperador se ergueu tão cedo e de coroa solene se assentou em seu trono, à porta magna da cidade? É que os bárbaros chegam hoje. O nosso imperador conta saudar o chefe deles. Tem pronto para dar-lhe um pergaminho no qual estão escritos muitos nomes e títulos. Por que hoje os dois cônsules e os pretores usam togas de púrpura, bordadas, e pulseiras com grandes ametistas e anéis com tais brilhantes e esmeraldas? Por que hoje empunham bastões tão preciosos de ouro e prata finamente cravejados? É que os bárbaros chegam hoje, tais coisas os deslumbram. Por que não vêm os dignos oradores derramar o seu verbo como sempre? É que os bárbaros chegam hoje e aborrecem arengas, eloquências. Por que subitamente esta inquietude? (Que seriedade nas fisionomias!) Por que tão rápido as ruas se esvaziam e todos voltam para casa preocupados? Porque é já noite, os bárbaros não vêm e gente recém-chegada das fronteiras diz que não há mais bárbaros. Sem bárbaros o que será de nós? Ah! eles eram uma solução. KAVAFIS, Konstantinos. À espera dos bárbaros. Trad. José Paulo Paes. Disponível em: <www.algumapoesia.com.br/ poesia/poesianet064.htm>. Acesso em: 19 set. 2012. a) Em que período da história romana Kavafis se inspirou para compor “À espera dos bárbaros”? Caracterize-o. b) O poema de Kavafis expõe a invasão bárbara de uma maneira inusitada, que contrasta com os relatos deixados pelos romanos. Onde reside essa diferença? c) Considerando o poema acima, como o autor concebe a civilização ocidental, representada por Roma? d) Em seu entendimento, por que os bárbaros seriam “a solução”? HGB_v1_PNLD2015_144a171_U2_C5.indd 166 3/8/13 9:44 AM A civilizAção romAnA 167 5 trabalho com mapa O mapa abaixo indica as principais rotas de comércio ativas no Império Romano durante o século II. Observe-o e leia com atenção a legenda que o acompanha. a) Por qual região do Império Romano passava a maioria das rotas comerciais controladas pelos romanos no interior de suas fronteiras? b) Dos diversos bens comercializados das províncias, quais deles você acredita que fossem fundamentais para a economia romana? Por quê? c) Qual era a receita do Império no final do século II? d) Que porcentagem da receita era empregada na atividade militar? e) Os dados oferecidos pelo mapa indicam prosperidade econômica ou a iminência de um cenário de cri- se? Justifique. 0 350 km 7000 350 km 700 Mar Negro Ma r B ált ico M ar Verm elho Mar Cáspio OCEANO ATLÂNTICO Mar Mediterrâneo Creta IMPÉRIO DOS PARTOS JUDEIA SÍRIA ARMÊNIA Jerusalém Alexandria Petra NUMÍBIA MAURITÂNIA HISPÂNIA SICÍLIA DÁCIA Tomi Londres BizâncioMACEDÔNIA REINO DE BÓSFORO EGITO Marselha GÁLIA ROMA ÁFRICA Cartago Lisboa Siracusa Gades Tânger Panticapeia Atenas Éfeso Chipre Tiro Cirene ÁSIA GRÉCIA Olbia Burdigala Narbo Terraco Colonia Agrippina Augusta Treverorum Lyon Óstia Puteoli Aquileia Ancona Salone Antioquia Gaza Trapezus Extensão do Império Romano Principais rotas de navegação Azeite de oliva Cavalos Cobre Escravos Estanho Lã Linho Madeira Mármore Mel Molho de peixe Ouro Tinta de púrpura Trigo Vinho 50º N 15º L Principais rotas de comércio no império romano (séculos i e ii) custos do império em 180 d.c. Receita 74 500 000 denários Gastos com entretenimento (por ano) 26 250 000 denários Gastos com o Exército romano (por ano) 37 500 000 denários Gastos com infraestrutura (por ano) 43 525 000 denários Total de gastos públicos 107 275 000 denários A llm ap s/ A rq u iv o d a ed it o ra Adaptado de: BARRACLOUGH, G.; PARKER, G. (Ed). Atlas de história do mundo. São Paulo: Folha de S.Paulo, 1995. p. 90-91. HGB_v1_PNLD2015_144a171_U2_C5.indd 167 3/8/13 9:44 AM Questões & testes FAçA no caderno 168 civilizAçõES AnTigAS P enem 1. o Egito é visitado anualmente por milhões de turistas de todos os quadrantes do planeta, desejosos de ver com os próprios olhos a grandiosidade do poder es- culpida em pedra há milênios: as pirâmides de gizeh, as tumbas do vale dos reis e os numerosos templos construídos ao longo do nilo. o que hoje se transfor- mou em atração turística era, no passado, interpreta- do de forma muito diferente, pois a) signifi cava, entre outros aspectos, o poder que os faraós tinham para escravizar grandes contingen- tes populacionais que trabalhavam nesses monu- mentos. b) representava para as populações do Alto Egito a possibilidade de migrar para o sul e encontrar tra- balho nos canteiros faraônicos. c) signifi cava a solução para os problemas econômi- cos, uma vez que os faraós sacrifi cavam aos deuses suas riquezas, construindo templos. d) representava a possibilidade de o faraó ordenar a sociedade, obrigando os desocupados a trabalha- rem em obras públicas, que engrandeceram o pró- prio Egito. e) signifi cava um peso para a população egípcia, que condenava o luxo faraônico e a religião baseada em crenças e superstições. 2. Ao visitar o Egito do seu tempo, o historiador grego He- ródoto (484-420/30 a.c.) interessou-se por fenômenos que lhe pareceram incomuns, como as cheias regu- lares do rio nilo. A propósito do assunto, escreveu o seguinte: Eu queria saber por que o Nilo sobe no começo do verão e subindo continua durante cem dias; por que ele se retrai e a sua corrente baixa, assim que termina esse número de dias, sendo que permanece baixo o inverno inteiro, até um novo verão. Alguns gregos apresentam explicações para os fenômenos do rio Nilo. Eles afi rmam que os ven- tos do noroeste provocam a subida do rio, ao impedir que suas águas corram para o mar. Não obstante, com certa frequência, esses ventos deixam de soprar, sem que o rio pare de subir da forma habitual. Além disso, se os ventos do noroeste produzissem esse efeito, os outros rios que correm na direção contrária aos ventos deveriam apre- sentar os mesmos efeitos que o Nilo, mesmo porque eles todos são pequenos, de menor corrente. HErÓDoTo. História (trad.). livro ii, 19-23. chicago: Encyclopaedia Britannica Inc. 2. ed. 1990. p. 52-3; com adaptações. caPítulo 3 nessa passagem, Heródoto critica a explicação de al- guns gregos para os fenômenos do rio nilo. De acordo com o texto, julgue as afi rmativas abaixo. i. Para alguns gregos, as cheias do nilo devem-se ao fato de que suas águas são impedidas de correr para o mar pela força dos ventos do noroeste. ii. o argumento embasado na infl uência dos ventos do noroeste nas cheias do nilo sustenta-se no fato de que, quando os ventos param, o rio nilo não sobe. iii. A explicação de alguns gregos para as cheias do nilo baseava-se no fato de que fenômeno igual ocorria com rios de menor porte que seguiam na mesma direção dos ventos. É correto apenas o que se afi rma em a) i. b) ii. c) i e ii. d) i e iii. e) ii e iii. P vestibulares 3. (ufac) relativamente às primeiras civilizações da An- tiguidade, é errado afi rmar: a) surgiam por volta do século vii a.c., nas regiões de- sérticas do continenteeuropeu. b) a maioria dessas civilizações desenvolveu-se nas proximidades de grandes rios, aproveitando o re- gime de suas águas, que favorece a fertilidade da terra e a prática da agricultura. c) essas civilizações começaram a se formar por volta de 7 mil anos atrás. d) os vales do rio nilo, Eufrates, Tigre, ganges, entre outros, foram primordiais para a formação das civi- lizações egípcias, sumérias, babilônicas e hindu. e) essas civilizações, pelas suas características, são chamadas de sociedades agrárias ou férteis. 4. (uFc-ce) leia com atenção as afi rmativas a seguir sobre as condições sociais, políticas e econômicas da mesopotâmia. i. As condições ecológicas explicam por que a agri- cultura de irrigação era praticada através de uma organização individualista. ii. na economia da Baixa mesopotâmia, a fome e as cri- ses de subsistência eram frequentes, causadas pela irregularidade das cheias e também pelas guerras. iii. na Suméria, os templos e zigurates foram construídos graças à riqueza que os sacerdotes administravam à custa do trabalho de grande parte da população. HGB_v1_PNLD2015_144a171_U2_C5.indd 168 3/8/13 9:44 AM QuESTõES E TESTES 169 iv. A presença dos rios Tigre e Eufrates possibilitou o desenvolvimento da agricultura e da pecuária e também a formação do primeiro reino unificado da história. Sobre as afirmativas anteriores, é correto afirmar: a) i e ii são verdadeiras. b) iii e iv são verdadeiras. c) i e iv são verdadeiras. d) i e iii são verdadeiras. e) ii e iii são verdadeiras. caPítulo 4 P enem 5. A ética nasceu na pólis grega com a pergunta pelos cri- térios que pudessem tornar possível o enfrentamento da vida com dignidade. Isto significa dizer que o ponto de partida da ética é a vida, a realidade humana, que, em nosso caso, é uma realidade de fome e miséria, de ex- ploração e exclusão, de desespero e desencanto frente a um sentido da vida. É neste ponto que somos remetidos diretamente à questão da democracia, um projeto que se realiza nas relações da sociabilidade humana. Disponível em: <www.jornaldeopiniao.com.br>. Acesso em: 3 maio 2009. o texto pretende que o leitor se convença de que a: a) ética é a vivência da realidade das classes pobres, como mostra o fragmento “é uma realidade de fome e miséria”. b) ética é o cultivo dos valores morais para encontrar sentido na vida, como mostra o fragmento “de de- sespero e desencanto frente a um sentido da vida”. c) experiência democrática deve ser um projeto vivido na coletividade, como mostra o fragmento “um projeto que se realiza nas relações da sociabilidade humana”. d) experiência democrática precisa ser exercitada em benefício dos mais pobres, com base no frag- mento “tornar possível o enfrentamento da vida com dignidade”. e) democracia é a melhor forma de governo para as classes menos favorecidas, como mostra o frag- mento “É neste ponto que somos remetidos direta- mente à questão da democracia”. 6. No período 750-338 a.C., a Grécia antiga era composta por cidades-Estado, como por exemplo Atenas, Esparta, Tebas, que eram independentes umas das outras, mas partilhavam algumas características culturais, como a língua grega. No centro da Grécia, Delfos era um lugar de culto religioso frequentado por habitantes de todas as cidades-Estado. No período 1200-1600 d.C., na parte da Amazônia bra- sileira onde hoje está o Parque Nacional do Xingu, há vestígios de quinze cidades que eram cercadas por mu- ros de madeira e que tinham até dois mil e quinhentos habitantes cada uma. Essas cidades eram ligadas por estradas a centros cerimoniais com grandes praças. Em torno delas havia roças, pomares e tanques para a criação de tartarugas. Aparentemente, epidemias dizi- maram grande parte da população que lá vivia. Folha de S.Paulo, ago. 2008 (adaptado). Apesar das diferenças históricas e geográficas exis- tentes entre as duas civilizações, elas são semelhan- tes, pois a) as ruínas das cidades mencionadas atestam que grandes epidemias dizimaram suas populações. b) as cidades do Xingu desenvolveram a democracia, tal como foi concebida em Tebas. c) as duas civilizações tinham cidades autônomas e independentes entre si. d) os povos do Xingu falavam uma mesma língua, tal como nas cidades-Estado da grécia. e) as cidades do Xingu dedicavam-se à arte e à filoso- fia tal como na grécia. P vestibulares 7. (uePB) Sobre o papel da mulher na sociedade gre- ga, não é correto afirmar que: a) a mulher, durante a vida inteira, era considerada incapaz, devendo ter sempre um homem para ge- rir sua vida, fosse pai, filho ou esposo. b) os costumes e as leis impediam a participação fe- minina na esfera pública, igualando as mulheres aos escravos e estrangeiros. c) todas as mulheres gregas recebiam, desde a in- fância, um rigoroso treinamento físico e psicológi- co, e eram preparadas para serem mães e esposas de guerreiros. d) as espartanas gozavam de maior liberdade, pois podiam participar dos jogos, de reuniões públicas e da administração do patrimônio familiar. e) a democracia ateniense era patriarcal e excluía as mulheres da vida pública. 8. (Fuvest-sP) Não é possível pôr em dúvida por mais tempo, ao passar em revista o estado atual dos conhe- cimentos, ter havido realmente uma guerra de Troia histórica, em que uma coligação de Aqueus ou Micê- nios, sob um rei cuja suserania era conhecida pelos restantes, combateu o povo de Troia e os seus aliados. A magnitude e duração da luta podem ter sido exagera- das pela tradição popular em tempos recentes, e os nú- meros dos participantes avaliados muito por cima nos poemas épicos. Muitos incidentes, tanto de importância primária como secundária, foram sem dúvida inventa- dos e introduzidos na narrativa durante a sua viagem através dos séculos. Mas as provas são suficientes para demonstrar não só que a tradição da expedição contra Troia deve basear-se em fatos históricos, mas ainda que HGB_v1_PNLD2015_144a171_U2_C5.indd 169 3/8/13 9:44 AM 170 civilizAçõES AnTigAS boa parte dos heróis individuais mencionados nos poe- mas foi tirada de personagens reais. carl W. Blegen. Troia e os troianos. lisboa, verbo, 1971. Adaptado. A partir do texto acima, a) identifique ao menos um poema épico inspirado na guerra de Troia e explique seu título; b) explique uma diferença e uma semelhança entre poesia épica e história para os gregos da Antigui- dade. 9. (uFPe) na construção da sociedade ocidental, há um destaque, dado por muitos historiadores, aos feitos da civilização grega, nos setores mais diversos da sua vida. muitos feitos culturais dos gregos: a) permanecem atuantes na contemporaneidade, con- tribuindo para o pensamento ocidental, inclusive na formulação de seus valores éticos e políticos. b) distanciam-se totalmente dos princípios dos nos- sos tempos, não sendo retomados pelos pensado- res do mundo atual. c) estão restritos aos tempos da Antiguidade clássica, onde predominavam os interesses da aristocracia comercial de Atenas. d) são diferentes dos feitos dos romanos e dos de ou- tros povos da Antiguidade, pela universalização das suas práticas democráticas e estéticas. e) ficaram restritos às conquistas estéticas da arqui- tetura e da escultura, onde se salientava a harmo- nia das formas como princípio estético. caPítulo 5 P enem 10. o fenômeno da escravidão, ou seja, da imposição do trabalho compulsório a um indivíduo ou a uma coletividade, por parte de outro indivíduo ou co- letividade, é algo muito antigo e, nesses termos, acompanhou a história da Antiguidade até o séc. XiX. Todavia, percebe-se que tanto o status quanto o tratamento dos escravos variou muito da Antigui- dade greco-romana até o século XiX em questões ligadas à divisão do trabalho. As variações mencio-nadas dizem respeito a) ao caráter étnico da escravidão antiga, pois certas etnias eram escravizadas em virtude de preconcei- tos sociais. b) à especialização do trabalho escravo na Antiguida- de, pois certos ofícios de prestígio eram frequente- mente realizados por escravos. c) ao uso dos escravos para a atividade agroexporta- dora, tanto na Antiguidade quanto no mundo mo- derno, pois o caráter étnico determinou a diversi- dade de tratamento. d) à absoluta desqualificação dos escravos para tra- balhos mais sofisticados e à violência em seu trata- mento, independentemente das questões étnicas. e) ao aspecto étnico presente em todas as formas de escravidão, pois o escravo era, na Antiguidade gre- co-romana, como no mundo moderno, considerado uma raça inferior. P vestibulares 11. (Fuvest-sP) comparando-se as civilizações da An- tiguidade ocidental (grécia e roma) com as da Antigui- dade oriental (Egito e mesopotâmia), constata-se que ambas conheceram as mesmas instituições básicas, muitas das quais, aliás, o ocidente tomou do oriente. contudo, houve um setor original e específico da civili- zação greco-romana. Trata-se do: a) econômico, com novas formas de indústria e co- mércio que permitiram o surgimento de centros urbanos. b) social, com novas formas de trabalho compulsó- rio e hierarquias sociais baseadas no nascimento e na riqueza. c) religioso, com o aparecimento de divindades com representação antropomórfica e poderes ilimitados. d) cultural, com o desenvolvimento das artes plás- ticas e de expressões artísticas derivadas do uso da escrita. e) político, com a criação de práticas participativas no poder e instituições republicanas de governo. 12. (uePg-Pr) na antiguidade, na grécia e na penínsu- la itálica, as respectivas sociedades organizavam-se, basicamente, em homens livres (grandes proprietá- rios e pequenos produtores) e escravos. Tanto na gré- cia como em roma a necessidade de manter os escra- vos em submissão, de ampliar o território e protegê-lo contra os inimigos externos, enfim, a necessidade de legitimar a divisão da sociedade em classes, gera- ram graves problemas sociais. A respeito desse tema, some as alternativas que forem corretas. (01) Durante o período imperial romano, o sistema econômico assentou-se sobre o trabalho livre, realizado em pequenas propriedades familiares, o que possibilitou a diluição dos conflitos sociais. (02) Em roma, a realeza, a república e o império as- sistiram à luta entre patrícios e plebeus, ricos e pobres, em episódios marcados por graves con- flitos. HGB_v1_PNLD2015_144a171_U2_C5.indd 170 3/8/13 9:44 AM