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42 europa, o centro do mundo Povos africanos na éPoca moderna Como você já estudou, a África, além de berço da humanidade, abrigava uma intensa e complexa atividade humana desde os tempos antigos, com reinos, impérios, cidades-Estado e rotas comerciais. No início do século XV, quando foram feitos os pri- meiros contatos com europeus organizados em Es- tados nacionais, grande parte da África estava inte- grada à civilização islâmica, sobretudo no norte e leste do continente. Olhando o mapa é possível notar que o primei- ro passo dos portugueses fora da Europa, a tomada da rica cidade de Ceuta em 1415, além de ter razões comerciais, relacionava-se com o próprio processo da Reconquista. Toda a expansão portuguesa para a África ocupou primeiro territórios islâmicos. Na África do Norte, predominavam povos de maioria semita, quer dizer, descendentes de tribos berberes e de árabes. Na África subsaariana – ao sul do deserto do Saara – a presença negra era dominante, mas mui- tos grupos já eram convertidos ao islamismo. Ali viviam diversas culturas africanas negras, como achantis, iorubas, dinkas, adalis e somalis. A África central, região do centro para o sul do continente, era ocupada por povos bantos, como fantes, bacon- gos e bosquímanos. Esses são só alguns exemplos da diversidade de povos que viviam na África naquele momento. Nem todos foram vítimas diretas do tráfico negreiro, mas a escravidão mudou a história do continente, gerando aquilo que muitos chamam de diáspora africana, o espalhamento dos africanos pelo mundo, sobretudo para a América colonial. Em muitos reinos africanos, a estrutura do Es- tado estava apoiada em comunidades aldeãs. Nelas a população trabalhava seguindo princípios ancestrais, sendo comuns diversas formas de trabalho coletivo e de propriedade comunitária da terra para a prática da agricultura e pecuária. Quando começou a ser realizada em grande es- cala pelos europeus, a escravidão não era novidade na África. Em alguns grupos, os prisioneiros de guerra eram escravizados; em outros, esse era um recurso para garantia de pagamento de dívidas, ou punição para crimes graves. Na dimensão que os europeus lhe deram, contudo, a escravidão representou um imenso desequilíbrio na sociedade, na cultura e na economia dos povos africanos. Adaptado de: SOUZA, Marina de Mello e. África e Brasil africano. São Paulo: Ática, 2006. p. 20. achantis fantes Trópico de Câncer Trópico de Capricórnio Equador 60º L 0º OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO Grupos linguísticos Afro-asiático Níger-congo Nilo-saariano Cóisan Expansão islâmica iorubas berberes dinkas adalis somalis bacongos bosquímanos M a r M e d i t e r r â n e o 900 km 0 1 800 A África no final do século XV A ll m a p s /A rq u iv o d a e d it o ra HGB_v2_PNLD2015_041a049_u1c03.indd 42 3/21/13 3:26 PM a diáspora africana 43 a inserção do escravismo no sistema econômico mundial Com a interferência europeia, as práticas de es- cravidão mudaram completamente na África. Alguns grupos se especializaram em fazer guerra com o obje- tivo único de capturar prisioneiros e vendê-los. De consequência de conflitos entre grupos e povos, a escravidão tornou-se uma causa desses con- frontos, desequilibrando de forma profunda as rela- ções que existiam anteriormente. Pode-se dizer que, após o contato com os europeus, a escravidão africana mudou de sentido, e o escravo, que antes era uma pre- sa de guerra, passou a ser uma mercadoria negociável no mercado atlântico. Os europeus formaram uma classe especial de comerciantes – os traficantes de escravos – e amea- lharam muito capital ao longo dos séculos de escra- vismo moderno. A ll m a p s /A rq u iv o d a e d it o ra A da pt ad o de : C A M P O S, F la vi o de ; D O LH N IK O FF , M ir ia m . A tla s h is tó ri a d o B ra s il . 3 . e d. S ão P au lo : S ci pi on e, 2 00 2. p . 9 . 1 660 km 0 3 320 Havana São Luís Luanda Benguela Mombaça Moçambique Cabo da Boa Esperança Olinda Cabo Verde Marrakech Argel Trípoli Cairo Mar Mediterrâneo Constantinopla Meca Mascate Costa dos Escravos Ilha de São Tomé Tombuctu São Jorge da Mina ÁSIA OCEANO ÍNDICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO Trópico de Câncer Trópico de Capricórnio Equador 45º L Á F R I C A AMÉRICA DO NORTE AMÉRICA DO SUL Salvador Rio de Janeiro Buenos Aires Antilhas Tráfico de escravos para as Américas Tráfico de escravos para o Oriente e Mediterrâneo suda neses ba ntos 0º p o tráfico negreiro teve várias rotas importantes, que se intensificavam ou enfraqueciam ao longo do tempo. a maior parte das rotas que alimentavam o escravismo no Brasil trazia escravos da áfrica ocidental. Principais rotas do tráfico de escravos africanos 1 BOXER, C. R. A idade de ouro no Brasil. São Paulo: Editora Nacional, 1969. p. 26. Segundo o historiador Charles Boxer1, o grosso dos africanos escravizados obtidos pelos portugueses na África ocidental foi de início comprado na costa da Guiné e quase todos pertenciam à etnia sudanesa ocidental. Guiné era o termo usado para denominar uma região mais ampla que a Guiné atual, e ia da em- bocadura do rio Senegal até o rio Orange. O centro do comércio deslocou-se depois em direção ao sul, para o reino banto do Congo, e posteriormente para o rei- no de Angola. Sobre a origem dos africanos trazidos à força para o Brasil, o historiador Jaime Pinsky afirma: na verdade, se essa “Grande Guiné” foi uma das zonas de origem do negro escravo, angola foi outra. através de seus portos, como Benguela e Luanda, sem dúvida um número muito grande de negros foi enviado, desde o início do tráfico. de outras regiões, como ilhas africanas ocidentais, ou zonas da áfrica oriental - como madagascar e moçambique - o tráfi- co foi menor, embora não desprezível. deve-se, contudo, lembrar que o porto de origem do escravo não tinha, necessariamente, relação com sua origem étnica. [...] a captação de escravos dava-se, com frequência, no interior, muitas vezes a distâncias significativas dos locais de embarque. dessa forma poderemos notar uma grande va- riedade de grupos negros trazidos ao Brasil pelos traficantes (portugueses e ingleses, os mais expres- sivos, já no século XViii). se temos os guinéus e os angolanos, temos também os bantus, os sudaneses, os minas, entre outros. pinsKY, Jaime. A escravidão no Brasil. são paulo: contexto, 1988. p. 32. HGB_v2_PNLD2015_041a049_u1c03.indd 43 3/21/13 3:26 PM 44 europa, o centro do mundo A grande diversidade de grupos étnicos e de clãs que era comprada nos portos africanos decorria do próprio processo de apresamento, mas também do interesse dos senhores, que preferiam escravos de ori- gens diferentes. Mesclando africanos escravizados de diversas etnias, cada uma com seu idioma e seus costu- mes, o proprietário dificultava sua integração e tornava mais difícil o risco de qualquer forma de organização para resistir à ordem escravocrata no Novo Mundo. O tráfico negreiro, somado a outros fatores, aca- bou provocando um grande declínio demográfico na região de Angola. Mesmo assim os portugueses con- tinuaram a obter a maioria de seus escravos daquela procedência; afinal, controlavam a área, não tendo ali concorrentes estrangeiros, o que tornava a atividade mais lucrativa. As condições das viagens nos navios tum- beiros eram terríveis. Interessados em tirar o máximo de lucro de suas atividades, os trafican- tes lotavam os porões dos navios, pois o preço de venda do escravo – muito maior que o preço de compra – compensava a porcentagem que morria na travessia do Atlântico. Somando a brutalida- de da captura e do transporte, a saúde fragiliza- da e o trabalho intenso após a chegada, cerca de 40% dos escravos, em determinadas épocas, fale- ciam nos primeiros seis meses após sua captura, segundo o historiador LuizFelipe de Alencastro. Apenas na viagem, aproximadamente 20% não re- sistiam. Por isso, além da diáspora negra, a escravi- dão moderna pode ser colocada ao lado dos grandes holocaustos da humanidade.2 Escravos africanos na América Indígenas e africanos foram escravizados na América portuguesa. Porém, rapidamente, nos setores mais dinâmicos da economia colonial a mão de obra passou a ser predominantemente de origem africana. Para toda a América portuguesa, pode-se dizer que a escravidão africana prevaleceu em áreas voltadas à economia agroexportadora, como a açucareira nordestina desde o século XVII, e depois também nas áreas centrais voltadas à mi- neração no século XVIII. A escravidão indígena foi intensa no sudeste até o XVIII, e no norte, até o sé- culo XIX. Muitas explicações já foram dadas para o predomínio da escravidão africana nos centros mais dinâmicos da colonização, mas a interpreta- ção mais consolidada hoje é a de que a escravidão negra prosperou principalmente porque se tornou um bom negócio para comerciantes, sobretudo portugueses e ingleses, e integrou-se facilmente ao sistema comercial, que abrangia quase toda a mar- gem do oceano Atlântico no território que hoje co- nhecemos como Brasil. T h e B ri d g e m a n A rt L ib ra ry /G e tt y I m a g e s /C o le ç ã o p a rt ic u la r 2 Jaime Pinsky utiliza a expressão “holocausto negro”. Veja PINSKY, Jaime. A escravidão no Brasil. São Paulo: Contexto, 1998. p. 28. na litografia de cerca de 1830, o pintor alemão Johann moritz rugendas retratou escravos afri- canos no porão de um navio negreiro ou navio tumbeiro, como são de- nominados os navios de tráfico e transporte dos escravos para a colônia portuguesa na américa. tumbeiro vem de tumba, fazendo referência ao destino de muitos afri- canos escravizados du- rante as longas viagens. P HGB_v2_PNLD2015_041a049_u1c03.indd 44 3/21/13 3:26 PM a diáspora africana 45 Segundo o historiador brasi- leiro Fernando Novais3, o tráfico de escravos africanos para as colô- nias foi uma das atividades econô- micas mais importantes da Idade Moderna, ao lado do comércio das especiarias orientais, da produção de açúcar e da mineração. Uma das evidências dessa importância era a intensa luta pela dominação dos portos africanos onde se fazia o tráfico. Quase todos os países europeus participavam da ativida- de e se revezavam no monopólio desse comércio. Há historiadores que expli- cam a introdução do escravo afri- cano nas colônias, afirmando que sem esse recurso não haveria pos- sibilidade de povoamento do Novo Mundo, pois na época a população europeia era insuficiente. Novais contesta essa ideia e cita o caso da França, que, mesmo tendo uma das maiores populações naquele momento, utilizou-se de escravos africanos em suas colônias. Se- gundo o historiador, as colônias não existiam para ser povoadas, mas sim exploradas economicamente. Para discutir a escravidão, também é preciso compreender por que não se adotou o trabalho assa- lariado. Com tanta abundância de terras e a relativa facilidade de obtê-las – já que até 1850 as terras eram obtidas por doação ou por ocupação –, os imigrantes que viessem para o Brasil não se sujeitariam a traba- lhar para outro. Desejariam eles mesmos tornar-se pequenos proprietários, como na Europa. Na amplitude colonial e ao longo dos seus sé- culos, não existiu uma homogeneidade na utilização escravista. Observa-se maior intensidade do uso do trabalho escravo nas áreas açucareiras, contrastando com o uso mais modesto em outras lavouras, como a de tabaco e algodão. Até mesmo nas roças de sub- sistência que eram controladas pelos africanos escra- vizados, muitas vezes estes conseguiam o direito de venda dos excedentes. Também era diversa a concen- tração da posse dos escravos nas áreas rurais ou nos centros urbanos. Nos estudos sobre a escravidão no Brasil du- rante o período colonial, outro tema que ocupa os historiadores é a utilização da mão de obra indíge- na. Alguns sustentaram que o indígena mostrou-se inadaptado para o trabalho na lavoura, e por isso teria sido adotada a escravidão negra. Fernando No- vais, no entanto, sustentou que a dispersão dos in- dígenas pelo território dificultava seu apresamento e transporte. E, mais uma vez, a questão econômica não pode ser deixada de lado: o tráfico negreiro era uma importante atividade comercial, que gerava al- tos lucros para os europeus e também alguns nego- ciantes radicados nas áreas coloniais. Além desses argumentos, é preciso considerar que a diminuição da escravidão indígena, substituída pela africana du- rante o século XVI, deu-se em certas áreas do litoral e não por toda a colônia. Na América hispânica, o comércio de escravos era submetido a um rígido controle em proveito do tesouro real espanhol, que cobrava impostos e vigia- va de perto a quantidade dos escravos introduzidos nas colônias espanholas. Os comerciantes espanhóis praticamente não traficaram africanos escravizados, apenas os compravam dos traficantes de outras me- trópoles. No início, apenas dois portos poderiam rece- ber escravos vindos da África: Cartagena, na Colôm- bia, e Vera Cruz, no México. No final do século XVIII, porém, o rei da Espanha liberou o comércio de africa- nos escravizados. Nos séculos XVI e XVII, foram importados cerca de meio milhão de africanos escravizados para a re- gião do Caribe, mais que todo o restante da América hispânica. Deve-se lembrar que no Caribe também se desenvolveu a economia açucareira. G e tt y I m a g e s /C o le ç ã o p a rt ic u la r 3 NOVAIS, Fernando. Estrutura e dinâmica do antigo sistema colonial. São Paulo: Brasiliense, 1990. p. 79. p observe a cena de um mercado de escravizados retratada por Johann moritz ru- gendas em 1835. as duras condições do sistema escravista parecem atenuadas neste retrato do cotidiano. HGB_v2_PNLD2015_041a049_u1c03.indd 45 3/21/13 3:26 PM 46 europa, o centro do mundo Entretanto, foi entre o século XVIII e metade do XIX que chegaram à América quatro quintos dos africanos escravizados. Nesse período, em razão do crescimento das atividades produtivas, uma grande quantidade de escravos aportou no sul das colônias inglesas na América do Norte, que viriam a formar posteriormente os Estados Unidos da América. Ca- ribe, América portuguesa e América inglesa foram de longe os maiores importadores de africanos es- cravizados. No sul dos Estados Unidos, entretanto, existiu uma situação completamente diferente da que ocor- reu nas demais regiões americanas. A reprodução dos africanos escravizados foi muito incentivada, buscan- do-se com isso o aumento do número de escravos sem ter de recorrer ao tráfico negreiro. Essa estratégia era, antes de tudo, muito mais vantajosa e politicamente bem vista pelos países europeus que se opunham ao tráfico negreiro. Do total de africanos escravizados desembarca- dos na América, a distribuição ocorreu da seguinte forma: 38% vieram para o Brasil, 17% para a América espanhola, 17% para as Antilhas francesas e a Loui- siana, 17% para as Antilhas britânicas, 5% para as Antilhas holandesas e dinamarquesas e 6% para os Estados Unidos.4 A partir da segunda metade do século XVIII, co- meçou a perder força a ideia até então predominante de que a escravidão era um modo de geração de rique- zas. Cada vez mais, considerava-se na América que a escravidão colocava em risco a segurança pública, em virtude do alto índice populacional dos escravos e das revoltas por eles organizadas. Os escravos na economia colonial Diversos fatores determinaram a generalização do trabalho escravo africano no Brasil, a partir do final do século XVI, ao mesmo tempo que a mão de obra nativa deixava de ser opção viável. A população indígena se reduzia, frequentemen- te vitimada por epidemias adquiridas em contato com os brancos, ou abalada pelo trabalho forçado,ou então pela desarticulação de sua economia de subsis- tência. Muitos morriam na luta de resistência contra os colonos, outros fugiam para o interior. Além disso, a luta dos jesuítas contra a escravi- zação dos indígenas levou os colonos a voltar-se cada vez mais para os escravos africanos. Mediante um pa- gamento, a Coroa cedia às companhias particulares o assiento, o direito de explorar o tráfico negreiro. Na África, enquanto isso, o tráfico provocava grande desestruturação. Nas guerras intertribais que, como já se afirmou aqui, passaram a ser estimuladas pelos traficantes, os que não morriam eram escraviza- dos pelos chefes vencedores e vendidos nos portos. Os chefes locais africanos, denominados sobas, vendo aí uma grande fonte de ganhos, passaram então a captu- rar seus conterrâneos e negociá-los com os trafican- tes em troca de fumo, tecidos, cachaça, armas, joias, vidros e outros produtos. Após a longa viagem iniciada na África, os que sobreviviam à travessia eram desembarcados e vendi- dos nos principais portos da colônia, como Salvador, Recife e Rio de Janeiro, completando-se a ligação entre o centro fornecedor de mão de obra (África) e o centro produtor de açúcar (América portuguesa). Para a Bahia dirigiram-se principalmente os sudaneses, trazidos da Nigéria, Daomé e Costa do Marfim, enquanto os ban- tos, capturados no Congo, Angola e Moçambique, iam para Pernambuco, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Durante todo o período que durou a exploração dos africanos escravizados e seus descendentes na América portuguesa, registraram-se atos de resistên- cia e rebeldia, como tentativas de assassinato de feito- res e senhores, fugas e suicídios. Muitos dos fugitivos organizavam-se em quilombos, comunidades negras livres. O Quilombo de Palmares, em território do atual estado de Alagoas, foi o mais importante deles na resistência à escravidão. Estabelecido no século XVII, Palmares era uma comunidade autossuficiente, que produzia gêneros agrícolas para seu próprio sustento e que chegou a abrigar mais de 20 mil escravos fugidos dos engenhos. O sucesso da organização era uma ameaça aos senho- res de engenho, pois estimulava o desejo de liberdade e a formação de outros quilombos. O primeiro a chefiar Palmares foi Ganga Zumba, provavelmente eleito “rei de Palmares” por uma assembleia de líderes. Ganga Zumba firmou um acordo com o governador de Per- nambuco (o Acordo de 1678), uma tentativa de pôr fim à guerra que já durava mais de setenta anos. O acordo garantia liberdade aos negros nascidos em Palmares, além da concessão de terras no norte de Alagoas. É possível que ele só tenha sido aceito por Ganga Zum- ba depois que vários parentes seus, inclusive filhos, ne- tos e irmão, tenham sido aprisionados em 1677 e 1678. 4 ALENCASTRO, Luis Felipe. Proletários e escravos: imigrantes portugueses e cativos africanos no Rio de Janeiro, 1850-1872. Novos Estudos Cebrap (21), jul. 1988. HGB_v2_PNLD2015_041a049_u1c03.indd 46 3/21/13 3:26 PM