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Biologia 1 Bioquímica e Citologia-24

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116 
Simétrico Pré-Universitário – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.simetrico.com.br 
 
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O RNA desempenha um papel imprescindível no processo 
de síntese proteica. Para isso, ele assume três diferentes formas: 
RNA ribossômico, RNA mensageiro e RNA transportador (ou 
transferidor). 
 
RNA ribossômico (RNAr) 
Esta classe de moléculas de RNA compõe as subunidades 
ribossômicas juntamente com proteínas. Como os ribossomos são 
abundantes na célula, o RNAr corresponde a cerca de 80%, do 
RNA presentes na célula. Apesar de apresentar uma única fita, 
apresenta estrutura tridimensional pelo dobramento proporcionado 
pelo pareamento de bases dentro da própria fita. 
 
Estrutura tridimensional do RNA, com pareamento de bases entre 
uracila e adenina e entre guanina e citosina, na mesma fita. 
 
O RNAr é sintetizado no núcleo, como todos os RNA, mas 
logo é enviado ao nucléolo para participar da síntese dos 
ribossomos. Uma vez montados os ribossomos, estes são 
enviados para o citoplasma. Seu papel parece "ser a ligação do 
RNAm ao ribossomo no processo de síntese”. Também age como 
ribozima. 
Moléculas de RNA denominadas ribozimas atuam como 
catalisadores em várias reações químicas, inclusive em seres 
humanos. Sabe-se hoje que a molécula que catalisa a formação 
de uma ligação peptídica nos ribossomos, durante o processo de 
síntese proteica, é uma ribozima e não uma enzima. 
Existem vários tipos de RNAr, dos quais se destaca aquele 
cuja massa molecular está em torno de 600000 D e é o principal 
componente da subunidade menor do ribossomo e aquele cuia 
massa molecular é de cerca de 1200000 D e é o principal 
componente da subunidade maior do ribossomo. 
 
RNA mensageiro (RNAm) 
Esta é a classe das moléculas de RNA que codificam a 
sequência de aminoácidos de uma proteína em sua sequência de 
nucleotídeos, servindo como base para a síntese proteica. 
Ele também é sintetizado no núcleo, mas pode ser 
freqüentemente encontrado no hialoplasma, para efetivar o 
processo de síntese proteica. Seu peso molecular depende do 
tamanho de seu filamento e, consequentemente, do número de 
tamanho da cadeia da proteína a ser sintetizada. Gira em torno de 
5 X 104 a 5 X 1016 D. O RNAm representa de 5 a 10% do total do 
RNA celular. 
A estrutura do RNAm é filamentar simples, sem 
dobramento espacial. O RNAm é formado por várias sequências 
de três bases nitrogenadas, às quais chamamos códons. Cada 
códon é responsável pela codificação de determinado aminoácido. 
Cada códon codifica um único aminoácido, apesar de um mesmo 
aminoácido poder ser codificado por mais de um códon. Assim, 
normalmente, existe mais de um códon específico para cada 
aminoácido. 
O RNAm encontra-se ocasionalmente ligado no 
hialoplasma a ribossomos. Ribossomos isolados são inativos no 
que diz respeito ao processo de síntese proteica. A estrutura 
responsável pela síntese proteica é na verdade o polissomo ou 
polirribossomo, formado por muitos (cerca de 60 a 80) 
ribossomos unidos entre si por RNAm. Isto permite que várias 
proteínas sejam sintetizadas simultaneamente a partir de um único 
RNAm. O número de ribossomos no polissomo depende do 
comprimento do RNAm. Uma outra forma ativa do ribossomo 
acontece quando este se encontra ligado à parede do retículo 
endoplasmático rugoso. 
 
RNA transferidor ou transportador (RNAt) 
Este tipo de RNA identifica os aminoácidos no citoplasma e 
os transporta até os polissomos para participarem da síntese 
proteica. 
Os RNAt constituem um grupo de pequenos RNA (entre 75 
e 85 nucleotídeos) que possuem a importante função de atuar 
como adaptadores moleculares durante a síntese proteica. Devido 
aos 20 aminoácidos apresentarem um formato não complementar 
em qualquer aspecto aos trios de nucleotídeos do RNAm , eles 
não são capazes de reconhecer os códons por si mesmos. O 
RNAt possui um trio de nucleotídeos denominado anticódon, que 
pode estabelecer pontes de hidrogênio com o códon do RNAm, 
desde que eles sejam correspondentes; ele também pode 
apresentar o aminoácido correspondente àquele códon em 
particular ligado a uma de suas extremidades. Assim, o RNAt tem, 
para determinado códon, um anticódon e o aminoácido 
correspondente àquele do códon ligado a si. A estrutura composta 
do aminoácido ligado ao RNAt é chamada aminoacil-RNAt, e 
permite que um aminoácido em particular seja trazido ao 
ribossomo em resposta ao códon apropriado. 
Será posteriormente discutido que a síntese de proteínas 
depende da ligação do aminoácido correto à molécula do RNAt. 
Esta importante atividade é exercida por enzimas específicas 
denominadas aminoacil-RNAt sintetases ou enzimas de ativação. 
Se um RNAt for mal colocado, haverá incorporação de um 
aminoácido incorreto à cadeia de proteína, alterando-lhe a 
estrutura primária. 
Todos os RNAt partilham características comuns, das 
quais a mais notável é o pregueamento que forma a estrutura 
espacial desse tipo de RNA: a "folha de trevo". Outras 
características comuns incluem a sequência CCA na 
extremidade aceptora ou livre, que estabelece a ligação 
covalente com o aminoácido correspondente àquele determinado 
pelo anticódon e a presença de bases nitrogenadas não presentes 
em nenhuma outra forma de RNA, fixos em determinadas 
posições da folha de trevo, como a pseudo-uridina, o ácido 
inosínico, a metilcitosina, a metilguanina, a ribotimidina e outros. 
 
 
 
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Simétrico Pré-Universitário – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.simetrico.com.br 
 
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Estas bases não usuais aparecem por modificação das bases 
normais após a transcrição por ação de enzimas de transcrição e 
outras. 
Como existem 20 aminoácidos participando de proteínas, é 
importante que haja um mecanismo de reconhecimento de qual 
aminoácido está sendo transportado. Este mecanismo equivale à 
alça do anticódon, localizada na extremidade oposta à aceptora 
e que possui as três bases que reconhecem e estabelecem as 
pontes de hidrogênio com o códon do RNAm, para garantir a 
precisão da síntese proteica, ou seja, a colocação do aminoácido 
correto na posição correta na cadeia polipeptídica. 
 
Estrutura plana do RNAt em “folha de trevo”. 
 
Estrutura espacial do RNAt 
 
Quadro resumo de diferenças entre DNA e RNA 
 DNA RNA 
Pentose Desoxirribose ribose 
Base 
nitrogenada 
adenina, citosina, 
guanina e timina 
adenina, citosina, 
guanina e uracila 
Número de 
cadeias 
2 (bicatenária) 1 (monocatenária) 
 
DNA fita simples e RNA fita dupla em vírus 
 
Em vírus, as regras são às vezes diferentes. Podem 
ocorrer vírus com DNA fita simples e vírus com RNA fita dupla. 
Como reconhecê-los? Num vírus de DNA fita simples, não 
necessariamente se obedece à relação de Chargaff, e pode ser 
que o teor de A não seja igual ao de T, bem como o teor de G não 
seja igual ao de C. Já num vírus de RNA fita dupla, a relação de 
Chargaff é obedecida com U no lugar de T, e assim o teor de A é 
igual ao de U e o teor de G é igual ao teor de C. 
 
Vírus de DNA ou RNA fita 
dupla 
Vírus de DNA ou RNA fita 
simples 
A = T ou U; G = C A ≠ T ou U; G ≠ C 
 
Transcrição reversa em retrovírus 
 
Na natureza, a informação gênica caminha do DNA para o 
RNA. 
Existe uma exceção a este fluxo unidirecional da 
informação genética, onde o RNA pode ser algumas vezes 
copiado ou transcrito em DNA. Isto acontece com certos vírus que 
têm genoma de RNA (retrovírus, como o vírus HIV da AIDS). Este 
RNA atua como molde para a síntese de DNA viral promovida pela 
enzima transcriptase reversa do RNA, uma DNA polimerase 
RNA dependente, que tem a capacidade de, a partir de uma única 
cadeia de RNA, sintetizar uma molécula completa de DNA, de 
cadeia dupla e complementar ao RNA original. 
O tratamento para AIDS hoje se baseia num conjunto de 
medicamentos denominado de coquetel anti-HIV ou terapia 
antirretroviral. O coquetel é composto por três categorias de 
drogas, sendo a mais importante a categoria dos inibidores da 
transcriptase reversa. Estes foram as primeiras drogas 
desenvolvidas,como o AZT e o DDC. Eles combatem o vírus HIV 
inibindo a transcriptase reversa e impedindo a formação de DNA 
viral para que a célula seja parasitada e o vírus se reproduza. 
Perceba que os inibidores de transcriptase reversa não 
matam o vírus HIV, mas impedem sua reprodução, evitando a 
proliferação do mesmo e, assim, aumentando o período as 
sintomático da doença e retardando o surgimento dos sintomas de 
imunodepressão. 
 
Leitura Complementar – Identificação da 
estrutura do DNA 
 
A natureza química dos genes 
Um passo importante para a compreensão do fun-
cionamento dos genes foi a identificação de sua natureza química, 
o que ocorreu no final dos anos 1940, quando se descobriu que os 
genes são formados por DNA. 
A sigla DNA, que designa o ácido desoxirribonucleico, 
tomou-se amplamente conhecida nas duas últimas décadas, 
principalmente devido à popularização dos exames para 
identificação de paternidade duvidosa. No meio científico, porém, 
essa sigla já era bem conhecida desde o início da década de 
1950, quando ficou comprovado que o ácido desoxirribonucleico é 
o material que constitui os genes. 
Nas últimas cinco décadas, os progressos no estudo do 
DNA foram enormes: determinou-se sua estrutura molecular o 
código genético foi desvendado; descobriu-se como as 
informações codificadas no DNA são traduzidas em mensagens 
que controlam o funcionamento celular. Além disso, foram 
 
 
 
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desenvolvidas sofisticadas técnicas de análise e de manipulação 
de moléculas de DNA que levaram à criação de novos campos de 
pesquisa e de novas tecnologias. O estopim de toda essa 
revolução nos conhecimentos genéticos foi a publicação na revista 
científica inglesa Nature, em 25 de abril de 1953, do artigo 
intitulado Molecular structure of nucleic acid: a structure for 
deoxyribose nucleic acid de autoria dos então jovem 
pesquisadores James Watson (n.1928) e Francis Crick (1916-
2004). 
 
A descoberta do DNA 
A história do DNA começa no final da década de 1860, 
com a chegada do médico suíço Friedrich Miescher (1844-1895) à 
Universidade de Tübingen, pacata cidade no sul da Alemanha. O 
jovem pesquisador estava disposto a dedicar-se ao estudo da 
química da célula e escolheu essa universidade porque nela o 
químico Felix Hoppe-Seyler (1825-1895) havia inaugurado um 
importante laboratório de química fisiológica. Na época floresciam 
ideias a respeito das origens e das funções das células. Há pouco 
tempo, a teoria da geração espontânea havia sido definitivamente 
desacreditada. A teoria celular estabelecia-se como um dos pilares 
da Biologia. Por tudo isso, as células atraíam a atenção de 
estudantes entusiasmados, como Miescher. 
Felix Hoppe-Seyler foi quem primeiro descreveu as 
interações entre a hemoglobina, a proteína responsável pela cor 
vermelha do sangue, e o gás oxigênio. Seu trabalho levou-o a 
interessar-se pelo pus, cujas células constituintes assemelham-se 
aos glóbulos brancos presentes na circulação sangüínea. Foi por 
sugestão de Hoppe-Seyler que Miescher começou a estudar a 
química das células do pus; o material para a pesquisa era 
abundante, pois dezenas de bandagens com material purulento 
eram diariamente descartadas por um hospital próximo à 
universidade. Miescher trabalhou para desenvolver técnicas 
adequadas à retirada das células de pus das bandagens e à sua 
preparação para a análise química. O objetivo inicial era investigar 
as proteínas nas celulares, um grupo de substâncias descoberto 
cerca de 30 anos antes. 
Em um de seus muitos experimentos com células do pus, 
Miescher obteve um precipitado que diferia quimicamente de todas 
as substâncias protéicas conhecidas. Ele descobriu que a nova 
substância se concentrava no núcleo celular, na época 
considerado uma estrutura de pouca importância para o 
funcionamento da célula. Aprimorando os métodos de extração e 
purificação da nova substância, Miescher demonstrou que, além 
de estar nas células do pus, ela também estava presente em 
materiais tão diversos quanto o rim, o fígado, o testículo, a 
levedura e as hemácias nucleadas das aves. 
A análise química mostrou que as quantidades relativas 
dos elementos hidrogênio (H), carbono (C), oxigênio (O) e 
nitrogênio (N) presentes na nova substância diferiam das 
encontradas em proteínas; além disso, a substância descoberta 
continha o elemento fósforo (P), ausente em moléculas protéicas. 
Convencido de que havia realmente descoberto uma nova subs-
tância, Miescher denominou-a nucleína, pelo fato de ela estar 
concentrada no núcleo das células. 
O trabalho sobre a nucleína só foi publicado em 1871, 
após certa resistência do editor da revista científica, o próprio 
Hoppe-Seyler, que, no início, não acreditou nos resultados 
apresentados por Miescher. Mesmo depois da publicação do 
trabalho, muitos pesquisadores continuaram duvidando da 
existência da nucleína; na opinião deles, o achado de Miescher 
devia ser uma mistura de fosfatos inorgânicos e proteínas. 
 
A elucidação da composição química do DNA 
As desconfianças quanto à real existência da nova 
substância descrita por Miescher só foram superadas por volta de 
1889, quando Richard Altmann (1852-1900) obteve preparações 
altamente purificadas de nucleína, sem nenhuma contaminação 
por proteínas. Pelo fato de a substância ter caráter ácido, o que já 
havia sido detectado por Miescher, Altmann sugeriu que ela fosse 
chamada de ácido nucleico em vez de nucleína. 
Outro pesquisador pioneiro na descoberta dos ácidos 
nucléicos foi Albrecht Kossel (1853-1927). Em 1877, ele juntou-se 
ao grupo de pesquisa de Hoppe-Seyler, então trabalhando na 
Universidade de Estrasburgo (França), e começou a estudar a 
composição química das nucleínas de diferentes tipos de células. 
Entre os produtos da degradação química da nucleína, Kossel 
detectou dois tipos de bases nitrogenadas já conhecidas, a 
adenina e a guanina. Em 1893, ele identificou uma nova base 
nitrogenada, que era liberada pela degradação de nucleína de 
células do timo; por isso, denominou-a timina. Logo em seguida, 
descobriu que a nucleína continha um quarto tipo de base 
nitrogenada, a qual denominou citosina. Em 1894, o grupo 
liderado por Kossel descobriu que os ácidos nucléicos continham 
também pentose, um açúcar com cinco átomos de carbono. 
Em 1909, Phoebis Levine (1869-1940) e Walter Jacobs 
(1883-1967) conseguiram determinar a ordem em que as 
moléculas de fosfato, de pentose e de base nitrogenada estavam 
unidas no ácido nucleico, formando sua unidade fundamental, o 
nucleotídio. Em 1930, Levine e colaboradores identificaram a 
pentose componente do ácido nucléico das células do timo, que 
denominaram 2-deoxi-D-ribose, pelo fato de ela possuir, no 
carbono 2 de sua cadeia, um átomo de oxigênio a menos que a 
ribose, uma pentose já conhecida, encontrada pelos 
pesquisadores em ácidos nucléicos extraídos de levedura. 
Ficaram então caracterizados dois tipos de ácidos nucléicos: o 
ácido ribonucléico, ou RNA (do inglês ribose nucleic acid), cujo 
açúcar é a ribose, e o ácido desoxirribonucleico, ou DNA (do 
inglês deoxyribose nucleic acid), cujo açúcar é a desoxirribose. No 
nucleotídio, o fosfato está unido ao carbono 5' da pentose, 
enquanto a base nitrogenada está unida ao carbono 1 '. Concluiu-
se também que os nucleotídios unem-se uns aos outros por 
ligações entre o fosfato do carbono 5' da pentose de um 
nucleotídio e o carbono 3' da pentose do outro, formando uma 
cadeia polinucleotídica com uma extremidade 5' e outra 3'. 
No final da década de 1940, alguns indícios sugeriam que 
o DNA deveria ser a substância constituinte dos genes. Isso fez 
com que muitos cientistas voltassem sua atenção ao estudo das 
moléculas dessa substância, na tentativa de identificar os detalhes 
da estrutura química do material genético e desvendar os 
segredos da hereditariedade. 
 
A estrutura helicoidal do DNA 
Apesar de as moléculas de DNA seremgrandes quando 
comparadas a moléculas inorgânicas, elas são pequenas demais 
para que seus detalhes sejam visualizados, mesmo ao 
microscópio eletrônico. Entretanto, no final da década de 1940, os 
biofísicos já dispunham de um método eficiente para estudos da 
 
 
 
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estrutura molecular, a difração de raios X. Os resultados obtidos 
com essa técnica, pela pesquisadora Rosalind Franklin (1920-
1958) no laboratório de H. F. Wilkins (1916-2004), permitiu 
concluir que a molécula de DNA tem estrutura helicoidal 
(semelhante a uma mola espiral) com 2 nm (0,000002 mm) de 
espessura. 
 
Padrão de difração de raios x de uma amostra cristalina de DNA. 
Esse padrão é obtido por meio de bombardeamento com raios X 
da amostra de DNA que se quer analisar. Ao atravessar a amostra 
os raios são desviados de acordo com a estrutura molecular da 
substância; os raios x difratados atingem uma chapa fotográfica, 
formando um padrão de imagem que é registrado e analisado por 
um especialista. 
 
A relação A/T = C/G = 1 
Outra importante descoberta em relação à composição do 
DNA foi feita pelo pesquisador austríaco Erwin Chargaff (1905-
2002). Ele verificou que, em qualquer DNA estudado, a quantidade 
da base adenina era sempre igual à quantidade de timina e que a 
quantidade de citosina era sempre igual à de guanina (A/T = C/G = 
1). Qual seria o significado dessas equivalências entre as bases, 
nas moléculas de DNA? 
 
O modelo de Watson e Crick 
As informações disponíveis sobre o DNA, no começo de 
1950, eram como peças desencontradas de um quebra-cabeça. 
Reunindo-as de modo coerente, o biólogo James D. Watson e o 
físico Francis H. C. Crick elaboraram o modelo da dupla-hélice 
para a molécula de DNA. 
Segundo esse modelo, hoje amplamente aceito, a 
molécula de DNA é composta por duas longas cadeias paralelas, 
constituídas por nucleotídios dispostos em sequência. Essas duas 
cadeias polinucleotídicas são rigorosamente complementares: se 
houver uma adenina em uma das cadeias, haverá, na outra 
cadeia, na mesma posição, uma timina. Da mesma forma, se 
houver uma citosina em uma das cadeias, haverá uma guanina na 
posição correspondente da cadeia complementar. Os nucleotídios 
de uma das cadeias da molécula de DNA mantêm-se unidos aos 
nucleotídios da outra cadeia por ligações de hidrogênio 
estabelecidas entre as bases: a adenina liga-se especificamente à 
timina, e a citosina liga-se especificamente à guanina. 
O modelo da dupla-hélice de Watson e Crick foi 
prontamente aceito pela comunidade científica; ele explicava pelo 
menos três características fundamentais do material genético: a 
capacidade de duplicação, a capacidade de conter informações 
para a produção de proteínas e a capacidade de sofrer mutação. 
Em 1962, Watson, Crick e Wilkins, este último um dos 
responsáveis pelas análises da difração de raios X do DNA, 
ganharam o Prêmio Nobel em Medicina ou Fisiologia por seus 
trabalhos sobre a estrutura da molécula. Rosalind Franklin foi 
excluída do prêmio porque já havia falecido na época e o prêmio 
Nobel só é concedido a pessoas vivas. 
 
Extraído de Amabis & Martho, Biologia das Populações 
Exercícios 
 
Questões estilo múltipla escolha 
 
1. (ENEM) 
Nos dias de hoje, podemos dizer que praticamente todos os seres 
humanos já ouviram em algum momento falar sobre o DNA e seu 
papel na hereditariedade da maioria dos organismos. Porém, foi 
apenas em 1952, um ano antes da descrição do modelo do DNA 
em dupla hélice por Watson e Crick, que foi confirmado sem 
sombra de dúvidas que o DNA é material genético. No artigo em 
que Watson e Crick descreveram a molécula de DNA, eles 
sugeriram um modelo de como essa molécula deveria se replicar. 
Em 1958, Meselson e Stahl realizaram experimentos utilizando 
isótopos pesados de nitrogênio que foram incorporados às bases 
nitrogenadas para avaliar como se daria a replicação da molécula. 
A partir dos resultados, confirmaram o modelo sugerido por 
Watson e Crick, que tinha como premissa básica o rompimento 
das pontes de hidrogênio entre as bases nitrogenadas. 
GRIFFITHS, A. J. F. et al. Introdução à Genética. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. 
Considerando a estrutura da molécula de DNA e a posição das 
pontes de hidrogênio na mesma, os experimentos realizados por 
Meselson e Stahl a respeito da replicação dessa molécula levaram 
à conclusão de que 
A) a replicação do DNA é conservativa, isto é, a fita dupla filha é 
recém-sintetizada e o filamento parental é conservado. 
B) a replicação de DNA é dispersiva, isto é, as fitas filhas contêm 
DNA recém-sintetizado e parentais em cada uma das fitas. 
C) a replicação é semiconservativa, isto é, as fitas filhas consistem 
de uma fita parental e uma recém-sintetizada. 
D) a replicação do DNA é conservativa, isto é, as fitas filhas 
consistem de moléculas de DNA parental. 
E) a replicação é semiconservativa, isto é, as fitas filhas consistem 
de uma fita molde e uma fita codificadora. 
 
2. (ENEM) A figura seguinte representa um modelo de 
transmissão da informação genética nos sistemas biológicos. No 
fim do processo, que inclui a replicação, a transcrição e a 
tradução, há três formas protéicas diferentes denominadas a, b e 
c. 
 
Depreende-se do modelo que 
A) a única molécula que participa da produção de proteínas é o 
DNA. 
B) o fluxo de informação genética, nos sistemas biológicos, é 
unidirecional. 
C) as fontes de informação ativas durante o processo de 
transcrição são as proteínas. 
D) é possível obter diferentes variantes protéicas a partir de um 
mesmo produto de transcrição. 
E) a molécula de DNA possui forma circular e as demais 
moléculas possuem forma de fita simples linearizadas. 
 
3. (ENEM) Define-se genoma como o conjunto de todo o material 
genético de uma espécie, que, na maioria dos casos, são as 
 
 
 
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moléculas de DNA. Durante muito tempo, especulou-se sobre a 
possível relação entre o tamanho do genoma – medido pelo 
número de pares de bases (pb) – , o número de proteínas 
produzidas e a complexidade do organismo. As primeiras 
respostas começam a aparecer e já deixam claro que essa relação 
não existe, como mostra a tabela abaixo. 
espécie nome comum tamanho 
estimado do 
genoma (PB) 
no de proteínas 
descritas 
Oryza sativa arroz 5.000.000.000 224.181 
Mus musculus camundongo 3.454.200.000 259.081 
Homo sapiens homem 3.400.000.000 459.114 
Rattus 
novergicus 
rato 2.900.000.000 109.077 
Drosophila 
melanogaster 
mosca-da-
fruta 
180.000.000 86.255 
Internet: www.cbs.dtu.dk e <www.ncbi.nlm.nih.gov>. 
De acordo com as informações acima, 
A) o conjunto de genes de um organismo define o seu DNA. 
B) a produção de proteínas não está vinculada à molécula de 
DNA. 
C) o tamanho do genoma não é diretamente proporcional ao 
número de proteínas produzidas pelo organismo. 
D) quanto mais complexo o organismo, maior o tamanho de seu 
genoma. 
E) genomas com mais de um bilhão de pares de bases são 
encontrados apenas nos seres vertebrados. 
 
4. (ENEM) 
Durante muito tempo, os cientistas acreditaram que variações 
anatômicas entre os animais fossem conseqüência de diferenças 
significativas entre seus genomas. Porém, os projetos de 
sequenciamento de genoma revelaram o contrário. Hoje, sabe-se 
que 99% do genoma de um camundongo é igual ao do homem, 
apesar das notáveis diferenças entre eles. Sabe-se também que 
os genes ocupam apenas cerca de 1,5% do DNA e que menos de 
10% dos genes codificam proteínas que atuam na construção e na 
definição das formas do corpo. O restante, possivelmente, 
constitui DNA não-codificante. Como explicar, então, as diferenças 
fenotípicas entre as diversas espécies animais? A resposta pode 
estar na região não-codificante do DNA. 
S. B. Carroll et al. O jogo da evolução. In: Scientific American Brasil, jun./2008 (com 
adaptações).A região não-codificante do DNA pode ser responsável pelas 
diferenças marcantes no fenótipo porque contém 
A) as sequências de DNA que codificam proteínas responsáveis 
pela definição das formas do corpo. 
B) uma enzima que sintetiza proteínas a partir da sequência de 
aminoácidos que formam o gene. 
C) centenas de aminoácidos que compõem a maioria de nossas 
proteínas. 
D) informações que, apesar de não serem traduzidas em 
sequências de proteínas, interferem no fenótipo. 
E) os genes associados à formação de estruturas similares às de 
outras espécies. 
5. (UNIFOR) A figura abaixo ilustra o paradoxo do número de 
genes: muitos organismos menos complexos que o Homo sapiens 
têm tantos ou mais genes que este. A expectativa, diante do 
sequenciamento do genoma humano, era a revelação da 
complicada receita necessária à construção de uma pessoa. 
Acreditava-se na descoberta de aproximadamente 100 mil genes 
que justificassem o mesmo número de proteínas produzidas pela 
espécie humana. 
 
AMARAL, P. P. R. e NAKAYA, H. I. DNA não-codificador. In: Ciência Hoje. v. 38, n.228 julho 
2006. (com adaptações) 
Com base nas informações acima, é possível concluir que: 
A) As complexidades morfológica e fisiológica de uma espécie 
estão diretamente relacionadas ao tamanho do genoma e ao 
número de genes. 
B) O maior número de genes observado no Arroz (Oriza sativa) o 
torna um organismo mais complexo do que o Camundongo (Mus 
musculus). 
C) Quanto mais complexo o organismo, menor o número de genes 
presente no seu genoma, como se observa na Mosca-das-frutas 
(Drosofila melanogaster). 
D) Os genes do Protozoário (Trypanossoma cruzi) podem ser 
editados de várias formas, o que o torna um organismo mais 
complexo do que a Mosca-das-frutas (Drosofila melanogaster). 
E) Quanto mais complexo o organismo, maior probabilidade de ter 
se tornado assim ao sintetizar várias proteínas a partir de um 
único gene. 
 
6. (FMJ) Recentemente lançado no mercado, o livro “DNA – o 
segredo da vida” escrito por um dos descobridores da molécula de 
DNA, James Watson, apresenta as portas abertas pela 
investigação da molécula que ele ajudou a conhecer. 
O DNA tornara-se enfim um objetivo importante para todo químico 
que quisesse dar o próximo grande salto. Em Cambridge, 
Inglaterra, o cauteloso químico escocês Alexander Todd decidiu 
enfrentar o desafio de identificar as ligações químicas que unem 
os nucleotídeos do DNA. No início de 1951, seu laboratório provou 
que essas ligações são sempre as mesmas, de tal forma que o 
esqueleto da molécula de DNA deveria ser bastante regular. 
Nesse mesmo período, o refugiado austríaco Erwin Chargaff, do 
College of Physicians and Surgeons da Universidade Columbia, 
empregou uma nova técnica – cromatografia em papel – para 
medir as quantidades relativas das quatro bases em amostras de 
DNA extraídas de uma variedade de vertebrados e bactérias. 
Embora algumas espécies tivessem um DNA em que 
predominavam a adenina e a timina, outras tinham DNA com mais 
guanina e citosina. Despontou assim a possibilidade de não haver 
duas moléculas de DNA com a mesma composição. 
Texto extraído do livro DNA, o segredo da vida. James D. Watson e Andrew Berry, Editora 
Companhia das Letras, Edição 2005, página 53.

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