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Filosofia-12

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VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
 
 
 
 
 
12 
 
CURSO ANUAL DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA – (Prof. Márcio Michiles) 
 sendo o estado de natureza um estado no qual reinam a 
igualdade e a liberdade. 
c) para o contratualismo, a sociedade política, em contraposição a 
qualquer forma de sociedade natural, encontra seu princípio de 
fundamentação e legitimação no consenso dos indivíduos 
participantes do contrato social. 
d) diferentemente de Locke, que concebe o estado de natureza 
como um “estado de relativa paz, concórdia e harmonia”, para 
Hobbes, o estado de natureza é um estado de guerra 
generalizada, de todos contra todos, de insegurança e violência. 
e) a passagem do estado de natureza para o estado civil ocorre 
mediante uma ou mais convenções, ou seja, mediante “um ou 
mais atos voluntários e deliberados dos indivíduos interessados 
em sair do estado de natureza”, e ingressar no estado civil. 
 
Questão 07 
As monarquias absolutistas se consolidaram na Europa entre os 
séculos XVI e XVIII por meio de instrumentos como a 
racionalização das instituições burocráticas e o estabelecimento 
de sistemas jurídicos, baseados no antigo Direito Romano e nas 
tradições germânicas. Também nessa época surge a filosofia 
política moderna, que contribuiu para o processo de legitimação 
das monarquias, ao fundamentar racionalmente o dever dos 
cidadãos perante o Estado e a concentração de poderes na figura 
do soberano. Sobre o Estado Absolutista moderno, assinale o que 
for correto. 
 
01) O filósofo inglês John Locke formulou a tese de que, no 
estado de natureza, os homens viviam em permanente estado de 
guerra, o que gerava insegurança, anarquia e miséria. No seu 
entendimento, o Estado Absolutista surgiu para fazer cessar essa 
“guerra de todos contra todos”. Em troca de segurança, os 
indivíduos teriam aceitado uma espécie de “servidão voluntária” 
face ao poder real. 
02) O Estado Absolutista foi consolidado na Inglaterra com a 
Ascensão de Jorge III, da dinastia de Hanover, no final do século 
XVI. 
04) O filósofo inglês Thomas Hobbes (1588-1679), em sua obra 
Leviatã (1651), afirma que todos os indivíduos, em sua condição 
natural, têm igual poder de realizar o que desejam. Porém esse 
poder é voluntariamente transferido para o Estado, por meio do 
contrato social, para o benefício de todos. 
08) O cardeal Richelieu, espécie de primeiro-ministro de Luiz XIII, 
deu passos importantes para a consolidação do poder absolutista 
na França. Entre seus feitos estão: a criação do corpo de 
intendentes, servidores que ocupavam cargos não vendáveis e 
que fiscalizavam as províncias; a redução do poder da alta 
nobreza; a consolidação de um exército permanente e a extinção 
do poder militar dos protestantes, arrebatando-lhes a fortaleza 
militar de La Rochelle. 
16) No Estado Absolutista, o soberano encontra-se submetido às 
mesmas leis que os demais cidadãos, a fim de restringir o poder 
do governo central. 
 
Questão 08 
O filósofo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) diz no Contrato 
Social: 
 
“A passagem do estado natural ao estado civil produz no homem 
uma mudança notável, substituindo em sua conduta o instinto 
pela justiça, e conferindo às suas ações a moralidade que 
anteriormente lhes faltava. [...] O que o homem perde pelo 
contrato social é a liberdade natural e um direito ilimitado a tudo 
que o tenta e pode alcançar; o que ganha é a liberdade civil e a 
propriedade de tudo o que possui.” 
 
(ROUSSEAU, Jean-Jacques. Contrato Social. In: Antologia de 
textos filosóficos. Curitiba: SEED-PR, 2009, p. 606-607.) 
 
A partir desse trecho, que reproduz uma concepção clássica da 
filosofia política contratualista, é correto afirmar que: 
01) A opção pelo contrato social ocorre porque não há garantias 
jurídicas no estado natural. 
02) O estado natural é pautado por condutas instintivas porque 
não há limitações cívicas ou legais. 
04) O contrato social garante mais liberdade civil porque os 
homens agem moralmente. 
08) A liberdade civil não é uma conquista para os homens porque 
eles perdem seu maior bem, a liberdade instintiva. 
16) O estado natural é inseguro e injusto porque não há homens 
moralmente corretos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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13 
 
CURSO ANUAL DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA – (Prof. Márcio Michiles) 
 
RESOLUÇÕES DAS QUESTÕES DE CASA 
 
Questão 01: 
Resolução: 
 
Resposta: Alternativa A 
 
Questão 02: 
Resolução: 
 
Resposta: Alternativa A 
 
Questão 03: 
Resolução: 
 
Resposta: Alternativa C 
 
Questão 04: 
Resolução: 
 
Resposta: Alternativa E 
 
Questão 05: 
Resolução: 
 
Resposta: Alternativa B 
 
Questão 06: 
Resolução: 
 
 
Resposta: Alternativa A 
 
Questão 07: 
Resolução: 
04 + 08 = 12. 
Resposta: Alternativa 
 
Questão 08: 
Resolução: 
 01 + 02 + 04 = 07. 
Resposta: Alternativa 
 
 
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CURSO ANUAL DE FILOSOFIA 
Prof. Márcio Michiles 
LIBERDADE 
 
 Liberdade significa o direito de agir segundo o seu livre 
arbítrio, de acordo com a própria vontade, desde que não 
prejudique outra pessoa, é a sensação de estar livre e não 
depender de ninguém. Liberdade é também um conjunto de 
ideias liberais e dos direitos de cada cidadão. Liberdade é 
classificada pela filosofia, como a independência do ser 
humano, o poder de ter autonomia e espontaneidade. A 
liberdade é um conceito utópico, uma vez que é questionável 
se realmente os indivíduos tem a liberdade que dizem ter, se 
com as mídias ela realmente existe, ou não. Diversos 
pensadores e filósofos dissertaram sobre a liberdade como 
Sartre, Descartes, Kant, Marx e outros. No meio jurídico, 
existe a liberdade condicional, que é quando um indivíduo 
que foi condenado por algo que cometeu, recebe o direito de 
cumprir toda, ou parte de sua pena em liberdade, ou seja, 
com o direito de fazer o que tiver interesse, mas de acordo 
com as normas da justiça. Existe também a liberdade 
provisória, que é atribuída a um indivíduo com cunho 
temporário. Pode ser obrigatória, permitida (com ou sem 
fiança) e vedada (em certos casos como o alegado 
envolvimento em crime organizado). 
 
 A liberdade de expressão é a garantia e a capacidade 
dada a um indivíduo, que lhe permite expressar as suas 
opiniões e crenças sem ser censurado. Apesar disso, estão 
previstos alguns casos em que se verifica a restrição legítima 
da liberdade de expressão, quando a opinião ou crença tem 
o objetivo discriminar uma pessoa ou grupo específico 
através de declarações injuriosas e difamatórias. Com 
origem no termo em latim libertas, a palavra liberdade 
também pode ser usada em sentido figurado, podendo ser 
sinônimo de ousadia, franqueza ou familiaridade. Ex: Como 
você chegou tarde, eu tomei a liberdade de pedir o jantar 
para você. A liberdade pode consistir na personificação de 
ideologias liberais. Faz parte do lema "Liberdade, Igualdade 
e Fraternidade", criado em 1793 para expressar valores 
defendidos pela Revolução Francesa, uma revolta que teve 
um impacto enorme nas sociedades contemporâneas e nos 
sistemas políticos da atualidade. 
 
 No âmbito da música, várias obras foram dedicadas ou 
inspiradas pelo conceito de liberdade. Um exemplo é o Hino 
da Proclamação da República do Brasil, escrito por Medeiros 
de Albuquerque: "Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre 
nós!" 
 
 Liberdade e Ética. De acordo com a ética, a liberdade 
está relacionada com responsabilidade, uma vez que um 
indivíduo tem todo o direito de ter liberdade, desde que essa 
atitude não desrespeite ninguém, não passe por cima de 
princípios éticos e legais.Segundo a filosofia, liberdade é o conjunto de direitos 
de cada indivíduo, seja ele considerado isoladamente ou em 
grupo, perante o governo do país em que reside; é o poder 
qualquer cidadão tem de exercer a sua vontade dentro dos 
limites da lei. 
 
 Diversos filósofos estudaram e publicaram suas obras 
sobre a liberdade como Marx, Sartre, Descartes, Kant e 
outros. Para Descartes a liberdade é motivada pela decisão 
do próprio indivíduo, mas muitas vezes essa vontade 
depende de outros fatores, como dinheiro ou bens materiais. 
 Em geral vou tentar abordar a visão de liberdade de 
alguns filósofos em destaque: 
 
SÓCRATES 
 Sócrates, nasceu entre 470/469 a.C época em que os 
gregos enfrentam as Guerras Médicas onde o Mar Egeu 
passa a ser um mar “helênico”. Atenas assume nesse 
período a hegemonia da Grécia onde já está instituído o 
governo democrático além da forte influência dos chamados 
“sofistas” que usavam o jogo da linguagem para difundirem 
seus pensamentos acerca de temas como justo, belo, bom 
mediante pagamento, passando assim a seculariza a filosofia 
buscando-a por seu valor utilitário, negando assim, o 
absolutismo da verdade, pois concebem a verdade como 
uma criação do homem, uma construção histórica, uma 
convenção social, e atribuem essas características aos 
conceitos sobre Direito, Liberdade, Bem-estar, etc. 
 
 A partir daí surge a figura de Sócrates que vem para 
romper e quebrar esses paradigmas existentes, 
reposicionando a atividade lógica (constituindo uma cr ítica 
aos sofistas) em que a verdade só pode ser alcançada senão 
por uma certeza e opinião, conceito e preconceito. Fundando 
assim a ontologia da “descoberta do ser” concentrando sua 
filosofia no “conhecer-se a si mesmo” tentando assim instigar 
o indivíduo a pensar por si mesmo. Deste ponto começa 
nossa pesquisa acerca de como esse indivíduo relaciona-se 
com essa “liberdade de expressão”, mediante o pensamento 
de liberdade para Sócrates, fazendo uma breve análise entre 
o julgamento de Sócrates e a formação dos Estados 
Democráticos e por fim fazer uma análise da necessidade e 
objetivo da fortificação da liberdade de expressão na 
atualidade. 
 
 Para começar nosso estudo de antemão torna-se 
necessário analisar as várias concepções que se tem no 
mundo antigo de liberdade e mesmo de indivíduo. Partindo 
deste ponto chegamos a três concepções principais expostos 
por Gigon a seguir: A primeira é a concepção em que se tem 
a liberdade como forma de vida do Estado e do indivíduo no 
Estado e na sociedade. Já a segunda é a que concebe a 
liberdade como pressuposto de toda ação eticamente 
responsável e, por isso, serão consideradas sobretudo as 
limitações que, justamente, de muitos lados, restringem essa 
liberdade. E na terceira, perguntar-se-á como, na perspectiva 
cosmológica e teológica, pode-se afirmar a liberdade da ação 
humana. Tanto na antiguidade quanto na atualidade, a 
concepção de “liberdade” é considerada um fim intrínseco a 
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2 
 
CURSO ANUAL DE FILOSOFIA – (Prof. Márcio Michiles) 
 realidade, tanto do indivíduo como da sociedade em que ele 
vive, e por consequência também influência a história 
mundial no âmbito de seu conjunto. 
 
 No mundo antigo “cidadão era aquele que tinha o direito 
e a competência para emitir opiniões sobre todos os 
assuntos da cidade, de ouvir todas as opiniões diferentes e 
de discutir todas elas para poder decidir e votar” (CHAUI, 
2002, p.203). Vale ressalvar, nem todos eram considerados 
cidadãos, e por consequência nem todos tinham o direito a 
chamada “liberdade” aqui está era para aquele grupo de 
indivíduos que conseguiram superar o domínio da Zoe e se 
encontravam no chamado domínio da Bios, que seria uma 
forma de vida idealizada, no qual o âmbito principal seria a 
questão da política do bem viver que poderia ser discutida. 
 
 Para falarmos sobre democracia no mundo antigo 
precisamos antes explanar o que seria a democracia, e 
assim chegar ao sentido que seus limites sociais 
implicam. Para os indivíduos desse período a autarquia seria 
a forma ideal de poder, já que ela significa, em primeiro 
lugar, a pretensão de poder satisfazer a todas as 
necessidades físicas por suas próprias forças ou sem 
depender do serviço prestado por um estranho, no que toca 
ao indivíduo, a autarquia pode traduzir a tentativa de contar 
integralmente consigo mesmo para sua sobrevivência física 
representando assim sua importância como expressão da 
independência espiritual do indivíduo, onde o mesmo basta-
se a si próprio e não precisa da presença de qualquer outro 
homem. Atualmente, o termo democracia diz respeito “a um 
governo pelo povo seja direto ou representativo” e o termo 
república geralmente é usado para se referir a “um sistema 
político onde um chefe de estado é eleito por um tempo 
limitado, oposto de uma monarquia constitucional”. 
 
 Mas se a forma ideal de governo seria uma monarquia, 
e neste viés a democracia seria uma forma de governo não 
ideal, qual a contribuição de Sócrates para a sua instauração 
na atualidade? Sócrates não tentou nem ao mesmo se 
defender ao invés disso lutou até o seu fim para 
defender suas ideias, o que o fez até o último minuto da sua 
vida. Depois disto, se passado mais de 24 séculos pouco 
refletimos sobre a grandiosidade do ato desse ilustre 
pensador que marcou o pensamento filosófico. Com sua 
determinação de preferir ser condenado a deixar de 
filosofar, “Eu nunca deixarei de pensar”, Sócrates 
estabeleceu as bases da luta pelo direito a manifestação de 
pensamentos e defesa dos mesmos, a chamada liberdade de 
expressão, que influenciada junto com os ideais iluministas 
contribuiu para a formação das atuais democracias. 
 
 Com a posição de Sócrates a filosofia ganhou vida. 
Além de deixar também um dos maiores legados as 
sociedades contemporâneas democráticas: o exemplo de luta 
pelo direito de expor suas ideias e pensamentos e defendê-
los. Sócrates morreu injustamente, porém, em defesa do 
pensamento e da verdade. 
 
 
DESCARTES 
 Para o filósofo René Descartes (1596-1650), age com 
mais liberdade quem melhor compreende as alternativas que 
precedem a escolha. Dessa premissa, decorre 
o silogismo lógico de que, quanto mais evidente a veracidade 
de uma alternativa, maiores as chances de ela ser escolhida 
pelo agente. Nesse sentido, a inexistência de acesso à 
informação afigura-se óbice à identificação da alternativa 
com maior grau de veracidade. 
 
ESPINOZA 
 Para Espinoza (1632-1677), a liberdade possui um 
elemento de identificação com a natureza do "ser". Nesse 
sentido, ser livre significa agir de acordo com sua natureza. 
É mediante a liberdade que o Homem se exprime como tal e 
em sua totalidade. Esta é também, enquanto meta dos seus 
esforços, a sua própria realização. Tendemos a associar a 
fruição da liberdade a uma determinação constante e 
inescapável. Contudo, os ditames de nossa vida estão sendo 
realizados a cada passo que damos: assim, a deliberação 
está também a cargo da vontade humana (na qual se 
inserem as leis físicas e químicas, biológicas e psicológicas). 
Diretamente associada à ideia de liberdade, está a noção de 
responsabilidade, vez que o ato de ser livre implica assumir 
o conjunto dos nossos atos e saber responder por eles. 
 
GOTTFRIED WILHELM LEIBNIZ 
 Para Leibniz (1646-1716), o agir humano é livre a 
despeito do princípio de causalidade que rege os objetos do 
mundo material. 
 
 “A ação humana é contingente, espontânea e refletida. 
Ou seja, ela é tal que poderia ser de outra forma (nunca é 
necessária) e, por isso, contingente. É espontânea porque 
sempre parte do sujeito agente que, mesmo determinado, é 
responsável por causar ou não uma nova série de eventos 
dentro da teia causal. É refletida porque o homem pode 
conhecer os motivos pelos quais age nomundo e, uma vez 
conhecendo-os, lidar com eles de maneira livre. ” 
 
KANT 
 Segundo Kant, liberdade está relacionado com 
autonomia, é o direito do indivíduo dar suas próprias regras, 
que devem ser seguidas racionalmente. Essa liberdade só 
ocorre realmente, através do conhecimento das leis morais e 
não apenas pela própria vontade da pessoa. Kant diz que a 
liberdade é o livre arbítrio e não deve ser relacionado com as 
leis. 
 
SCHOPENHAUER 
 Para Arthur Schopenhauer (1788-1860), a ação humana 
não é absolutamente livre. Todo o agir humano, bem como 
todos os fenômenos da natureza, até mesmo suas leis, são 
níveis de objetivação da coisa em si kantiana que o filósofo 
identifica como sendo puramente vontade. Para 
Schopenhauer, o homem é capaz de acessar sua realidade 
por um duplo registro: o primeiro, o do fenômeno, onde todo 
o existente reduz-se, nesse nível, a mera representação. No 
nível essencial, que não se deixa apreender pela intuição 
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3 
 
CURSO ANUAL DE FILOSOFIA – (Prof. Márcio Michiles) 
 intelectual, pela experiência dos sentidos, o mundo é 
apreendido imediatamente como vontade, Vontade de Vida. 
 
 Nesse caso, a noção de vontade assume um aspecto 
amplo e aberto, transformando-se no princípio motor dos 
eventos que se sucedem na dimensão fenomênica segundo a 
lei da causalidade. O homem, objeto entre objetos, coisa 
entre coisas, não possui liberdade de ação porque não é livre 
para deliberar sobre sua vontade. O homem não escolhe o 
que deseja, o que quer. Logo, não é livre - é absolutamente 
determinado a agir segundo sua vontade particular, 
objetivação da vontade metafísica por trás de todos os 
eventos naturais. O que parece deliberação é uma ilusão 
ocasionada pela mera consciência sobre os próprios desejos. 
É poder viver sem ninguém mandar. 
 
BAKUNIN 
 Bakunin (1814-1876) não se referia a um ideal abstrato de 
liberdade, mas a uma realidade concreta baseada na liberdade 
simétrica de outros. Liberdade consiste no "desenvolvimento 
pleno de todas as faculdades e poderes de cada ser humano, 
pela educação, pelo treinamento científico, e pela prosperidade 
material". Tal concepção de liberdade é "eminentemente social, 
porque só pode ser concretizada em sociedade," não em 
isolamento. Em um sentido negativo, liberdade é "a revolta do 
indivíduo contra todo tipo de autoridade, divina, coletiva ou 
individual." 
 
MARX 
 Marx Influenciado por Hegel, nos Manuscritos econômico-
filosóficos e em A ideologia Alemã, Karl Marx (1818-1883) 
entende a liberdade humana como a constante criação prática 
pelos indivíduos de circunstâncias objetivas nas quais despontam 
suas faculdades, sentidos e aptidões (artísticas, sensórias, 
teóricas. Ele, assim, critica as concepções metafísicas da 
liberdade. Para ele, não há liberdade sem o mundo material no 
qual os indivíduos manifestam na prática sua liberdade junto com 
outras pessoas, em que transformam suas circunstâncias 
objetivas de modo a criar o mundo objetivo de suas faculdades, 
sentidos e aptidões. Ou seja, a liberdade humana só pode ser 
encontrada de fato pelos indivíduos na produção prática das suas 
próprias condições materiais de existência. Desse modo, se os 
indivíduos são privados de suas próprias condições materiais de 
existência, isto é, se suas condições objetivas de existência 
são propriedade privada (de outra pessoa, portanto), não há 
verdadeira liberdade, e a sociedade se divide em proletários e 
capitalistas. 
 
 Sob o domínio do capital, a manifestação prática da vida 
humana, a atividade produtiva, se torna coerção, trabalho 
assalariado; as faculdades, habilidades e aptidões humanas se 
tornam mercadoria, força de trabalho, que é vendida no mercado 
de trabalho, e a vida humana se reduz à mera sobrevivência. 
Marx diz que as várias liberdades parciais que existem 
no capitalismo - por exemplo, a liberdade econômica (de comprar 
e vender mercadorias), a liberdade de expressão ou a liberdade 
política (decidir quem governa) - pressupõem que a separação 
dos homens com relação as suas condições de existência seja 
mantida, pois, caso essa separação seja atacada pelos homens 
em busca de sua liberdade material fundamental, todas essas 
liberdades parciais são suspensas (ditadura) para restabelecer o 
capitalismo. Mas, se a luta dos indivíduos privados de suas 
condições de existência (proletários) tiver êxito e se eles 
conseguirem abolir a propriedade privada dessas condições, seria 
instaurado o comunismo, que ele entende como a associação 
livre dos produtores. 
 
SARTRE 
 Para Jean-Paul Sartre (1905-1980), a liberdade é a 
condição ontológica do ser humano. O homem é, antes de tudo, 
livre. O homem é livre mesmo de uma essência particular, como 
não o são os objetos do mundo, as coisas. Livre a um ponto tal 
que pode ser considerado a brecha por onde o Nada encontra seu 
espaço na ontologia. O homem é nada antes de definir-se como 
algo, e é absolutamente livre para definir-se, engajar-se, encerrar-
se, esgotar a si mesmo. O tema da liberdade é o núcleo central do 
pensamento do filósofo francês e resume toda a sua doutrina. Sua 
tese é: a liberdade é absoluta ou não existe. Sartre recusa 
todo determinismo e mesmo qualquer forma de condicionamento. 
Assim, ele recusa Deus e inverte a tese de Lutero; para este, a 
liberdade não existe justamente porque Deus tudo sabe e tudo 
prevê. Mas como, para Sartre, Deus não existe, a liberdade é 
absoluta. 
 
 E recusa também o determinismo materialista: se tudo se 
reduzisse à matéria, não haveria consciência e não haveria 
liberdade. Qual é, então, o fundamento da liberdade? É o nada, o 
indeterminismo absoluto. Agora entende-se melhor a má-fé: a 
tendência a ser termina sendo a negação da liberdade. Se o 
fundamento da consciência é o nada, nenhum ser consegue ser 
princípio de explicação do comportamento humano. Não há 
nenhum tipo de essência - divina, biológica, psicológica ou social - 
que anteceda e possa justificar o ato livre. É o próprio ato que 
tudo justifica. Por exemplo: de certo modo, eu escolho inclusive o 
meu nascimento. Por quê? Se eu me explicasse a partir de meu 
nascimento, de uma certa constituição psicossomática, eu seria 
apenas uma sucessão de objetos. 
 
 Mas o homem não é objeto, ele é sujeito. Isso significa que, 
aqui e agora, a cada instante, é a minha consciência que está 
"escolhendo", para mim, aquilo que meu nascimento foi. O modo 
como sou meu nascimento é eternamente mediado pela 
consciência, ou seja, pelo nada. A falsificação da liberdade, ou a 
má-fé, reside precisamente na invenção dos determinismos de 
toda espécie, que põem no lugar do nada o ser. A liberdade 
humana revela-se na angústia. O homem angustia-se diante de 
sua condenação à liberdade. O homem só não é livre para não 
ser livre, está condenado a fazer escolhas, e a responsabilidade 
de suas escolhas é tão opressiva que surgem escapatórias 
através das atitudes e paradigmas de má-fé, onde o homem 
aliena-se de sua própria liberdade, mentindo para si mesmo 
através de condutas e ideologias que o isentem da 
responsabilidade sobre as próprias decisões. 
 
GUY DEBORD 
 No livro A Sociedade do Espetáculo, Guy Debord (1931-
1994), ao criticar a sociedade de consumo e o mercado, afirma 
que a liberdade de escolha é uma liberdade ilusória, pois escolher 
é sempre escolher entre duas ou mais coisas prontas, isto é, 
predeterminadas por outros. Uma sociedade como a capitalista, 
onde a única liberdade que existe socialmente é a liberdade de 
escolher qual mercadoria consumir, impede que os indivíduos 
sejam livres na sua vida cotidiana. 
	Liberdade

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