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72 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Fernandes Epitacio) de 5 TEP que apresentam aproximadamente o mesmo IDH, cerca de 0,7. e) os países com altos valores de IDH apresentam um grande consumo de energia "per capita" (acima de 7 TEP). Questão 08 (Enem) Para compreender o processo de exploração e o consumo dos recursos petrolíferos, é fundamental conhecer a gênese e o processo de formação do petróleo descritos no texto abaixo. "O petróleo é um combustível fóssil, originado provavelmente de restos de vida aquática acumulados no fundo dos oceanos primitivos e cobertos por sedimentos. O tempo e a pressão do sedimento sobre o material depositado no fundo do mar transformaram esses restos em massas viscosas de coloração negra denominadas jazidas de petróleo." (Adaptado de TUNDISI. "Usos de energia." São Paulo: Atual Editora, 1991.) As informações do texto permitem afirmar que: a) o petróleo é um recurso energético renovável a curto prazo, em razão de sua constante formação geológica. b) a exploração de petróleo é realizada apenas em áreas marinhas. c) a extração e o aproveitamento do petróleo são atividades não poluentes dada sua origem natural. d) o petróleo é um recurso energético distribuído homogeneamente, em todas as regiões, independentemente da sua origem. e) o petróleo é um recurso não renovável a curto prazo, explorado em áreas continentais de origem marinha ou em áreas submarinas. Questão 09 (Fuvest) Com base no mapa, assinale a alternativa correta. Consumo de energia "per Capita" Adap. "Atlas de Peters", 1994. O consumo de energia é maior em países com a) produção de bens intermediários para exportação e transição demográfica inicial. b) elevada produção na indústria de base e transição demográfica concluída. c) produção de bens de consumo não duráveis para exportação e elevado crescimento vegetativo. d) elevada produção na indústria de base e elevado crescimento vegetativo. e) produção de bens de consumo não duráveis para exportação e predomínio de população jovem. Questão 10 (Ufscar) A descoberta de uma grande reserva de petróleo estimada em 26 bilhões de barris, no sudoeste do Irã, coloca em destaque nos noticiários a maior região produtora-exportadora de petróleo conhecida como a) bacia Caspiana. b) Mar do Norte. c) Golfo Pérsico. d) bacia de Maracaibo e Orenoco. e) delta do Níger. Questão 11 (Puc-rio) Na "nova" economia mundial, ocorre o declínio da importância da indústria em relação às finanças e às telecomunicações, muito menos intensivas em energia. No entanto, ao longo do ano 2000, o aumento dos preços do petróleo voltou a ameaçar a tranqüilidade da economia mundial. Entre as possíveis resultantes desse fato, temos: I) o aumento dos custos de transporte e dos custos de produção em praticamente toda a cadeia produtiva que usa derivados de petróleo como insumos; II) a redução dos estoques de petróleo nos países desenvolvidos, os maiores consumidores dessa fonte de energia e matéria-prima industrial; III) o aumento dos gastos com a importação do petróleo, agrava o desequilíbrio da balança comercial de alguns países em desenvolvimento. Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s): a) I. b) II. c) I e II. d) II e III. e) I, II e III. Questão 12 (Faap) Com a criação da Petrobrás, decidiu-se que a empresa teria monopólio nas seguintes atividades, exceto: a) distribuição dos derivados de petróleo b) extração de hidrocarbonetos c) importação de petróleo bruto d) refino do produto nacional e do importado e) transporte marítimo do petróleo para o Brasil Questão 13 (UFPE) Analise as afirmativas a seguir referentes ao assunto "Fontes de Energia". 1) O xisto é uma "rocha energética" estratificada que se encontra sempre impregnada de substâncias orgânicas e inorgânicas, podendo gerar óleos. 2) O carvão mineral brasileiro tem uma distribuição geográfica muito limitada, sendo, de certa forma, antieconômico o seu fornecimento às regiões mais longínquas. 3) A maior parte dos depósitos carboníferos da América do Sul se situa numa estreita faixa que se estende do Sul da Bahia até Santa Catarina; esses depósitos aparecem em terrenos pré-cambrianos. 4) Dos diversos tipos de carvão encontrados no Brasil, a turfa é a que é mais explorada, pois possui o maior poder calorífico. 5) A indústria de extração de carvão, muitas vezes, é responsável por graves problemas ambientais, uma vez que a degradação causada por essa atividade pode atingir o solo, o ar e a água consumida pela população. Estão corretas: a) 1 e 2 apenas d) 1, 2 e 5 apenas b) 3 e 4 apenas e) 1, 2, 3, 4 e 5 c) 4 e 5 apenas CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA I Prof. Fernandes Epitácio VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência FONTES DE ENERGIA II ENERGIA NUCLEAR A energia nuclear produzida pelas usinas atuais baseia-se na fissão do núcleo do Urânio (235U) por bombeamento de nêutrons, que libera três nêutrons de calor. Fonte: TEIXEIRA, Wilson; TOLEDO, M.C.M.de; FAIRCHILD, T.R & TAIOLI, F. Decifrando a Terra. São Paulo, Companhia Editora Nacional, 2008.p.480. O Urânio é o único elemento fissionável que ocorre naturalmente, no entanto, para ser utilizado como fonte geradora de energia deve ser concentrado até atingir um conteúdo de urânio de 3%, na forma de UO2 gerando o que chamamos de urânio enriquecido. O 238U também pode ser fissionável, para isso, é necessário um bombardeamento de nêutrons para que se transforme em 239Pu (Plutônio). O sistema de geração de energia por fissão nuclear são chamados reatores, e fazem parte das usinas geradoras de eletricidade, eles são de dois tipos: • BWR (Boiling Water Reactor): Reator de água fervente. • PWR (Pressurized Water Reactor): Reator de água pressurizada. PAÍSES DEPENDENTES DE ENERGIA NUCLEAR País Energia gerada por usinas nucleares França 75% Lituânia 73% Bélgica 58% Bulgária 47% Eslováquia 47% Suécia 47% Ucrânia 44% Armênia 36% Fonte: Agência Internacional de Energia Atômica, 2000. O ACIDENTE DE CHERNOBYL Em 26 de Abril de 1986, o núcleo de um dos reatores da usina atômica de Chernobyl, na Ucrânia, explodiu devido a uma falha no sistema de refrigeração. O mundo soube do acidente, que foi mantido em sigilo, quando a radiação se espalhou e foi percebida em outros países. O calor – entre 3000 e 4000ºC – incendiou o bloco de grafite, provocando uma explosão química e o desmoronamento parcial do prédio. As terras num raio de 5 mil quilômetros ao redor da usina tiveram de ser abandonadas e assim devem permanecer por várias décadas. Cerca de 30 mil pessoas morreram desde então, em consequência da radiação recebida. A nuvem de radiação se espalhou por vários países europeus (Alemanha, Polônia, Suécia, Finlândia e outras repúblicas da antiga União Soviética), afetando a saúde de milhões de pessoas (estima-se que 5 milhões de pessoas contraíram câncer), contaminando as plantas e os animais (inclusive seus subprodutos, como leite e ovos). Muitos produtos foram proibidos para consumo e tiveram de ser eliminados. COELHO, M.A & TERRA, Lígia. Geografia Geral. São Paulo, Moderna, 2008. HIDRELETRICIDADE Nas usinas hidrelétricas, a eletricidade é obtida por meio do aproveitamento das águas dos rios. A força hidráulica movimenta uma turbina, que aciona o gerador responsável pela transformação de energia hidráulica em elétrica. O potencial hidrelétrico de um país ou de uma região está diretamente condicionado pela morfologia do relevo e pelo regime de chuvas. A energia gerada nas usinas não depende de combustíveis fósseis. Porém as grandes usinas provocam impactos ambientais e sociais profundos, resultantes do alargamento de vastas áreas e da necessidade de remoção das pessoas que vivem nelas. A usina de Três Gargantas, na China, é um bom exemplo disso. Mais deum milhão de pessoas tiveram de ser removidos em razão da construção da barragem, cuja represa forma um lago artificial de 632 quilômetros quadrados que inundou 160 cidades e povoados, além de destruir uma importante reserva arqueológica chinesa. Instalada em uma área montanhosa a usina tem sido apontada como a responsável pela intensificação dos processos erosivos e dos deslizamentos de terra nas colinas ao redor da represa. PRODUÇÃO E CONSUMO DE HIDRELETRICIDADE Fonte: Agência Internacional de Energia. Key World Energy Statistics 2007. Países que dispõem de uma densa rede fluvial em condições de aproveitamento energético como os Estados Unidos e o Brasil muitas vezes são capazes de suprir uma parcela significativa da demanda interna. ENERGIA HIDRELÉTRICA NO BRASIL Além de ser um recurso renovável, a água é uma das poucas fontes utilizadas para a produção de energia que não contribui para o aquecimento global – um dos problemas ambientais mais discutidos da atualidade. As principais vantagens da construção de uma usina hidrelétrica são baixo custo de megawatt; geração de empregos, tanto na construção como no funcionamento; e desenvolvimento econômico de várias regiões. Porém, as hidrelétricas apresentam algumas desvantagens que precisam ser avaliadas com cuidado, como desapropriação de 74 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Fernandes Epitacio) terras produtivas para inundação; impactos ambientais, como perdas de vegetação e da fauna terrestres; impactos sociais, como realocação de moradores e desapropriações; interferência na migração de peixes e outras alterações na fauna do rio; perdas de heranças históricas e culturais; além de mudanças em atividades econômicas e usos tradicionais da terra. A primeira hidrelétrica existente foi construída no final do século XIX próximo às quedas-d’água das cataratas do Niágara, localizadas na fronteira do Canadá com os Estados Unidos, entre os lagos Erie e Ontário. Na mesma época, durante o reinado de Dom Pedro II (1841- 1889), o Brasil construiu a primeira hidrelétrica, no município de Diamantina, utilizando as águas do ribeirão do Inferno, afluente do rio Jequitinhonha, com 0,5MW de potência e linha de transmissão de dois quilômetros. A primeira hidrelétrica de maior porte começou a ser construída no Nordeste (Paulo Afonso I), em 1949, pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco. As demais hidrelétricas construídas ao longo dos 60 anos seguintes concentram-se ao longo das regiões Sul, Sudeste e Nordeste. No Norte foram construídas Tucuruí, no Pará e Balbina, no Amazonas. Nos anos 1990, as regiões Norte e Centro-Oeste começaram a ser exploradas com maior intensidade, com a construção da usina Serra da Mesa (GO), no rio Tocantins, e outros projetos importantes na região Norte. Em virtude do predomínio do relevo de planalto e a grande disponibilidade de recursos hídricos, as usinas hidrelétricas são muito importantes para a geração de energia elétrica no país. Em todo o mundo, o Brasil é o país que possui maior potencial hidrelétrico. Os mais importantes projetos hidrelétricos, para os próximos anos, estão na bacia Amazônica, e vêm enfrentando protestos de ambientalistas e embargos da justiça. Entre os projetos, propõem-se a construção das usinas de Jirau e Santo Antônio no rio Madeira, a usina de Belo Monte, no rio Xingu e as usinas de São Luiz do Tapajós e Jatobá, no rio Tapajós. De modo geral, as bacias dos principais rios que banham os estados do Nordeste e do Sudeste estão com o seu potencial bastante aproveitado. Já as bacias do Uruguai, do Tocantins e do Amazonas oferecem ainda muito potencial a ser explorado. Na Amazônia, tanto as usinas em operação quanto as planejadas têm provocado muita polêmica. Embora a ELETRONORTE alegue que elas podem beneficiar todo o Brasil, a transmissão dessa energia para o Centro- Sul tem um custo muito alto, em razão das enormes distâncias. POTENCIAL HIDRELÉTRICO POR BACIA – 2008 Fonte: Atlas de energia elétrica do Brasil. Brasília: Aneel, 2008.p.57-58. BACIA AMAZÔNICA E DO TOCANTINS ARAGUAIA A potência hidráulica da Amazônia é estimada pela Eletrobrás em 100 milhões de kW, distribuídos ao longo dos rios da bacia Amazônica (80%) e da Tocantins-Araguaia (20%). A evolução tecnológica alcançada nos setores de transmissão de energia vem atenuando o problema da distância entre as bacias regionais e os principais centros consumidores do país. Assim o aproveitamento da potência hidráulica da bacia Amazônica e da Tocantins-Araguaia torna-se uma possibilidade concreta, de que é exemplo a implantação no rio Tocantins da usina de Tucuruí, que faz parte das obras projetadas pela ditadura militar no Brasil. AS USINAS DO RIO MADEIRA A partir de 2001, Furnas Centrais Elétricas S/A, deu início a construção das usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau no rio Madeira, entre Porto Velho e Abunã, no estado de Rondônia. Estão previstos projetos de aproveitamento múltiplo que ampliará a navegação em todo o rio Madeira. Os defensores da instalação dessas usinas dizem que elas podem abastecer cerca de 38 milhões de pessoas e trazer investimentos para a região norte do país. Além de gerar empregas ela garantirá a navegabilidade onde havia quedas d’água e cachoeiras, uma vez que serão instaladas eclusas. Aqueles que se opõem ao projeto afirmam que o impacto ambiental será maior do que os benefícios econômicos e sociais que as obras vão trazer. Alguns afirmam que muitas espécies de peixes desaparecerão e que a área inundada, mesmo pequena, provocará destruição de áreas verdes importantes e até mesmo de riquezas arqueológicas ainda não estudadas. Boa parte da obra já está em andamento e tem atraído para a região a mão de obra de milhares de trabalhadores. BACIA DO SÃO FRANCISCO A construção da usina de Três Marias (MG) é um exemplo típico dos prejuízos provocados pelo represamento de águas de um grande rio ao final do período de estiagem: represa-se tanta água que falta água para irrigação e navegação. Das usinas construídas no São Francisco, destaca-se, por sua grandiosidade a de Sobradinho, que tem um potencial de 1 milhão de kW e é administrada pela CHESF (Companhia Hidrelétrica do São Francisco). USINA CONCESSIONÁRIA POTENCIAL Itaparica CHESF 2.500 Mw Moxotó CHESF 440 Mw Paulo Afonso CHESF 2.460 Mw Três Marias CEMIG 387,6 Mw BACIA DO PARANÁ Cerca de 70% da potência instalada no Brasil encontra-se nessa região. O grande aproveitamento hidrelétrico deve-se a potencialidade natural e à localização. Entre as numerosas hidrelétricas nela instaladas, destacam-se as do rio Paraná, especialmente o Conjunto Urubupungá, da CESP (Companhia Energética de São Paulo) – que abarca duas grandes usinas: Ilha Solteira e Jupiá e a usina de Itaipu, que é a maior usina hidrelétrica do mundo ainda hoje. Sua construção foi realizada a partir de um acordo binacional entre Brasil e Paraguai, ficando a Eletrobrás e a Ande (Administración Nacional de Eletricidad) responsáveis pela comissão técnica do projeto no ano de 1973. Aula 28 – Fontes de Energia II 75 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência HIDRELÉTRICAS EM FUNCIONAMENTO NO PAÍS Fonte: Ministério de Minas e Energia, 2009. PRINCIPAIS HIDRELÉTRICAS DO BRASIL REGIÕES LOCALIZAÇÃO USINA Norte Rio Tocantins - PA Tucuruí Nordeste Rio S.Francisco – MG/BA/SE/AL Três Marias, Paulo Afonso, Sobradinho e Moxotó. Sudeste Rio Paraná – SP/MS/PR Jupiá, Ilha Solteira e Porto Primavera. Sul Iguaçú - PR Descalvado. A Eletrobras, criada como parte do esforço de modernização industrial do país, passou décadas vendendo energia às indústrias pela metade do preço praticado no mercado internacional. Produzindo a custos elevados, vendendo a preços subsidiados e arcando com elevadas taxas de juros sobre capitaisinternacionais tomados de empréstimo, a estatal chegou aos anos 1990 em situação financeira caótica. Em 1995, ela e suas quatro subsidiárias de âmbito regional – CHESF, FURNAS, ELETROSUL e ELETRONORTE – foram incluídas no Programa Nacional de Desestatização e, no ano seguinte, foi criada a ANEEL para fiscalizar as empresas públicas e privadas que operam no setor. Em 2000, 20% da geração e 80% da distribuição de energia elétrica já haviam sido privatizados. O governo Lula interrompeu o programa de privatizações, mantendo a Eletrobras e suas subsidiárias na condição de empresas estatais. Contudo, elaborou um novo modelo para o setor elétrico destinado a atrair investimentos privados para a construção de usinas hidrelétricas e termelétricas. No centro do novo modelo está a garantia de remuneração, a preços mais elevados, da energia gerada pelas novas usinas. Evitando a concorrência das “velhas energias”, produzida em usinas que já amortizaram seus custos, o modelo procura atrair capitais privados para a ampliação da capacidade de geração e distribuição de eletricidade no país. POLÊMICA DE BELO MONTE O debate nacional sobre a exploração do potencial amazônico transformou-se em polêmica política nacional, com a decisão de construção da usina de Belo Monte, no rio Xingu, nas proximidades da cidade de Altamira (PA), por onde passa a rodovia Transamazônica. Originalmente, a proposta de Belo Monte foi entregue pela Eletronorte em 1990. A hidrelétrica teria a capacidade de geração de mais de 11.000 MW e inundaria uma área de 1.225 quilômetros quadrados. Do ponto de vista estritamente energético, Belo Monte pode elevar a oferta de energia para o Sistema Interligado Nacional, o que beneficia praticamente todo o país, exceto as regiões remotas com sistemas de abastecimento isolado. É um projeto grande em tamanho. Como terceira maior usina hidrelétrica do mundo (atrás da chinesa Três Gargantas e da binacional Itaipu), Belo Monte será um gigante com força limitada. Apesar de o projeto prever a capacidade instalada de 11.233 MW, a oferta média de energia não passará de 4.500 MW médios. A relação entre potência instalada e geração firme que poderá ser extraída da usina será de 40% do poder das turbinas que receberão as águas do Xingu. É uma das piores relações potência/energia firme do sistema elétrico brasileiro. Sobre isso, a Eletrobras --controladora da Eletronorte, que será a operadora de Belo Monte-- diz que o baixo fator de carga (nome técnico para essa medida de eficiência do projeto) é compensado pelo fato de que a hidrelétrica poderá melhorar o aproveitamento das usinas instaladas em outras bacias hidrográficas. Enquanto Belo Monte puder gerar a plena carga os mais de 11 mil MW, outras usinas das regiões Sudeste, Centro- Oeste, Nordeste ou Sul poderão "descansar" e recuperar o nível de água de seus reservatórios. A construção de Tucuruí impulsionou a ideia de utilização do vasto potencial dos afluentes do Amazonas para a produção de eletricidade destinada a atender aos mercados do Centro-Sul. Balbina serviu para mostrar os desastrosos custos ambientais dessa ideia. Mesmo assim, continua a avançar o projeto do aproveitamento hidrelétrico de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará, que rivalizaria em capacidade de geração com Itaipú. 76 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Fernandes Epitacio) PROÁLCOOL A utilização do álcool como combustível automobilístico no Brasil começou na segunda metade da década de 1970, quando o mundo amargava os efeitos da crise do petróleo. Então, o governo brasileiro implantou o PROÁLCOOL (Programa Nacional do Álcool), concedendo isenção fiscal e outras formas de subsídios (como empréstimos a juros abaixo das taxas de mercado) aos produtores de álcool (usineiros) e às indústrias automobilísticas, para que estas desenvolvessem tecnologia para a produção de motores a álcool. O PROÁLCOOL possibilitou a oferta de veículos e combustível mais baratos aos consumidores brasileiros. O governo acreditava numa gradativa substituição do veículo a gasolina pelo veículo a álcool. De fato, na segunda metade da década de 1980, as vendas de carros a álcool chegaram a ser responsáveis por 96% do mercado de veículos. No início da década de 1990 a queda no preço do petróleo diminuiu a diferença entre o preço do álcool e da gasolina. Nos anos 2000, mudanças geopolíticas geraram um reordenamento internacional. Entre os motivos destacam-se: • A expansão acelerada da economia de países emergentes como os BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), que elevou a demanda por recursos energéticos alternativos. • A instabilidade geopolítica no Oriente Médio a partir das intervenções militares norte-americanas no Afeganistão e Iraque. • A problemática ambiental. Esse novo contexto geopolítico revalorizou as commodities, entre as quais o petróleo, levando o governo brasileiro a revitalizar o Proálcool. Novos subsídios estatais passaram a ser concedidos a essa cadeia produtiva, que se estende do plantio de cana-de-açúcar às revendedoras de veículos flex, o que tem estimulado a expansão do plantio da cana pelo país afora. BIODIESEL O biodiesel é um combustível renovável, pois é produzido a partir de fontes vegetais (soja, mamona, dendê, girassol, entre outros), misturado com etanol (proveniente da cana-de-açúcar) ou metanol (pode ser obtido a partir da biomassa de madeiras). Ou seja, um combustível parcialmente limpo, orgânico e renovável. O ano de 1983 marca a inauguração do laboratório de pesquisas em biodiesel proveniente da soja na Universidade Federal do Paraná, que serviu de sustentação para a criação vinte anos depois do Programa Nacional de Produção de Biodiesel (PNPB) do Governo Federal, que tem os seguintes objetivos: • Introduzir o biodiesel na matriz energética brasileira para que se torne sustentável. • Gerar emprego e renda, especialmente no campo (inclusão social). • Reduzir emissões de poluentes e gastos com importação de petróleo e derivados. • Exigir e fiscalizar rigorosamente a qualidade. • Usar distintas espécies oleaginosas: mamona, palma, girassol, algodão, soja, amendoim, etc. Fonte: Atlas do Biodiesel. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO BIODIESEL? • Gera emprego e renda no campo, diminuindo o êxodo rural. • Trata-se de uma fonte de energia renovável, dependendo da plantação de grãos oleaginosos no campo. • Deixa as economias dos países menos dependentes dos produtores de petróleo. • Produzido em larga escala e com uso de tecnologias, o custo de produção pode ser mais baixo do que os derivados de petróleo. • Se o consumo mundial for em larga escala, serão necessárias plantações em grandes áreas agrícolas. Em países que não fiscalizam adequadamente seus recursos florestais, poderemos ter um alto grau de desmatamento de florestas para dar espaço para a plantação de grãos. Ou seja, diminuição das reservas florestais do nosso planeta. • Com o uso de grãos para a produção do biodiesel, poderemos ter o aumento no preço dos produtos derivados deste tipo de matéria- prima ou que utilizam eles em alguma fase de produção. Exemplos: leite de soja, óleos, carne, rações para animais, ovos entre outros. ENERGIAS MODERNAS DE UM MUNDO MODERNO • BIOLÓGICAS: São consideradas as possíveis fontes do século XXI, em substituição as fontes mais utilizadas nos dias atuais. Calcula-se que 30% do total da energia consumida no planeta será oriunda da biomassa1. • BIOGÁS: É o gás liberado pela decomposição de certas bactérias do esterco, da palha, do lixo, etc. O equipamento utilizado para produzi-lo é chamado de biodigestor. São apropriados para a utilização em pequenas unidades. China e Índia são grandes exemplos de países que adotam os biodigestores nas zonas rurais e urbanas. • SOLAR: É aquela aproveitada da incidência de raios solares na superfície terrestre. Pode ser utilizada deforma passiva simplesmente para o aquecimento de água ou mesmo de ambientes, sendo que, nos últimos anos, cada vez mais unidades coletoras de calor podem ser vistas sobre os telhados nas cidades. A energia fototérmica está relacionada ao aquecimento de líquidos ou gases pela absorção dos raios solares ocasionando seu 1 Biomassa: é o conjunto de organismos que podem ser aproveitados como fonte de energia – plantas das quais se extrai álcool, como a cana-de-açúcar; lenha e carvão; alguns óleos vegetais, como a soja, a mamona e o dendê, etc. SEMANA 28 - GEOGRAFIA I - FONTES DE ENERGIA II - FERNANDES
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