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Geografia II -27

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Aula 33 – O Crescimento Demográfico Brasileiro e a Estrutura Demográfica e o Trabalho 
 
 
 
 
 
127 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
 
 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
 
Questão 01 (UCPEL) 
A ocupação do território brasileiro pela população se dá de modo 
bastante irregular. É bastante visível o contraste existente entre a 
fachada litorânea, onde se encontra a maioria da população, e o 
interior do país, fracamente povoado. 
Sobre a distribuição geográfica da população no Brasil, é correto 
afirmar que 
a) uma das razões fundamentais que explicam a elevada 
concentração da população brasileira junto ao litoral é a condição 
do país como ex-colônia de exploração, pois isso gerou uma 
dependência econômica e criou a necessidade de contato com o 
mundo exterior. 
b) grande número das metrópoles no Brasil não se localizam 
próximas do litoral, mas a população dessas cidades representa 
pequena concentração da população total do país, mantendo 
irregular a distribuição da população. 
c) as regiões Nordeste, Sudeste e Sul ocupam a maior parte do 
território brasileiro e, mesmo assim, não concentram a maior parte 
da população do país. 
d) existem grandes áreas nas regiões Norte e Centro-Oeste do 
Brasil, que constituem imensos vazios demográficos, mas a 
população absoluta nos estados que compõem estas regiões é 
elevada. 
e) a concentração das principais atividades econômicas do país, 
como agricultura e indústria, se dá no interior do território, mas isso 
não tem sido suficiente para afastar a população do litoral. 
 
Questão 02 (UNICENTRO) 
Com base na evolução da pirâmide etária no Brasil em 1960, 2000 
e 2010 e nos conhecimentos sobre dinâmica populacional, 
considere as afirmativas a seguir. 
I. A transição demográfica brasileira está se concretizando na 
atualidade devido às altas taxas de natalidade e de fecundidade da 
população. 
II. A pirâmide de 1960 apresenta um aspecto triangular, indicando 
que o percentual de jovens no conjunto da população era alto 
nessa década. 
III. O envelhecimento de uma população representa a diminuição 
proporcional da população mais jovem do país, por isso, na 
pirâmide de 2010, a diferença da base para o topo foi reduzida. 
IV. Os dados revelam a necessidade de maior investimento das 
políticas públicas nos setores da previdência e da saúde pública 
voltados para a terceira idade. 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
 
Questão 03 (UNICENTRO) 
Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, os fatores que 
explicam o envelhecimento da população brasileira. 
a) Aumento da taxa de fecundidade e declínio do crescimento 
vegetativo. 
b) Aumento da taxa de natalidade e redução da mortalidade 
infantil. 
c) Decréscimo da taxa de fecundidade e aumento da expectativa 
de vida. 
d) Crescimento vegetativo acelerado e densidade demográfica 
elevada. 
e) Combinação entre aumento da fecundidade e declínio da 
mortalidade infantil. 
 
Questão 04 (IFSul) 
Observe os textos abaixo. 
Texto 1 
Conforme dados do Censo Demográfico de 2010, realizado pelo 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população 
total do Brasil é de 190.755.799 habitantes. 
 
Texto 2 
 Disponível em: <http://www.brasilescola.com/brasil/a-populacao- brasileira.htm> 
Acesso em: 20 ago.2013. 
 
A partir dos dois textos, o Brasil é definido como um país 
a) povoado, pois é populoso. 
b) povoado, pois a densidade demográfica é baixa. 
c) populoso, pois a densidade demográfica é alta. 
d) populoso, devido à população absoluta. 
 
Questão 05 (UNIMONTES) 
Analise a figura abaixo. 
Sobre a distribuição territorial da população brasileira, é CORRETO 
afirmar que 
a) o estado com menor participação quantitativa é Roraima, 
enquanto a maior concentração é verificada em São Paulo, no 
Sudeste do país. 
b) o Rio Grande do Sul se equipara, em termos populacionais, ao 
estado do Ceará, ambos com pequena densidade demográfica. 
b) os estados da região Centro-Oeste abrigam, em conjunto, cerca 
de 40% da população nacional, só sendo superados pelos estados 
da Amazônia. 
d) o Nordeste brasileiro é a terceira região mais populosa do país, 
com uma população de mais de 70 milhões de pessoas. 
 
Questão 06 (UFMT) 
De suma importância na avaliação das condições de vida de uma 
sociedade, a taxa de mortalidade infantil refere-se ao número de 
crianças que morrem ao longo do primeiro ano de vida, durante 
determinado ano civil. Os gráficos mostram a evolução da taxa de 
mortalidade infantil no Brasil e apresentam uma comparação com 
taxas de outros países do mundo. 
Mortalidade infantil no Brasil, 1960-2010 
 
 
 
 
 
 128 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Fernandes Epitacio) 
 
(O Estado de S.Paulo, 29.04.2012.) 
 
A partir da análise dos gráficos e de conhecimentos geográficos, é 
correto afirmar que 
 a) a taxa brasileira ainda é considerada mediana, mas diminui 
rapidamente, distanciando-se das taxas de regiões 
subdesenvolvidas. 
b) a queda da taxa brasileira, verificada na década de 1970, foi a 
maior no período analisado. 
c) a taxa brasileira demorará muitas décadas para se aproximar 
das taxas dos países emergentes. 
d) a taxa brasileira, com a queda verificada na década de 2000, já 
se compara à dos países ricos. 
e) taxas inferiores a 4% somente ocorrem em países europeus, 
onde a taxa de natalidade é reduzida. 
 
Questão 07 (IFMG) 
Leia o trecho a seguir: 
“O conceito de transição demográfica foi introduzido por Frank 
Notestein, em 1929, e é a contestação factual da lógica 
malthusiana. Foi elaborada a partir da interpretação das 
transformações demográficas sofridas pelos países que 
participaram da Revolução Industrial nos séculos 18 e 19, até os 
dias atuais. A partir da análise destas mudanças demográficas foi 
estabelecido um padrão que, segundo alguns demógrafos, pode 
ser aplicado aos demais países do mundo, embora em momentos 
históricos e contextos econômicos diferentes.” 
 
Com base nos dados do trecho e do gráfico, o Brasil se encontra: 
a) Na 1a Fase da Transição Demográfica. 
b) Entre a 2a e a 3a Fases da Transição Demográfica. 
c) Na 2a Fase da Transição Demográfica. 
d) Na 3a Fase da Transição Demográfica. 
 
Questão 08 (FGV-RIO) 
Examine o gráfico. 
Sobre os fatores que explicam as variações no ritmo de 
crescimento da população brasileira entre 1872 e 2010, reveladas 
pelo gráfico, é CORRETO afirmar: 
a) A elevada taxa de incremento populacional registrada entre 
1900 e 1920 resultou do aumento da natalidade, associado ao 
processo de urbanização. 
b) Na década de 1960, o crescimento da população pode ser 
associado à revolução sexual, que provocou um aumento 
substancial das taxas de fecundidade. 
c) Se persistirem as taxas registradas entre 2000 e 2010, a 
população brasileira deve parar de crescer na próxima década. 
d) Na década de 1940, o crescimento da população resultou da 
combinação entre a baixa fecundidade e a baixa mortalidade. 
e) Desde a década de 1960, registra-se uma tendência de queda 
do ritmo de crescimento da população, devido ao recuo da 
fecundidade. 
 
Questão 09 (FGV-SP) 
Em setembro de 2012 foi divulgada pelo IBGE a Pnad (Pesquisa 
Nacional por Amostras de Domicílios) referente ao ano de 2011. 
Um dos dados revelados mostra a diminuição da taxa de 
fecundidade total para níveis abaixo da reposição, 1,7 
filhos/mulher. Este fato apresenta várias implicações, dentre as 
quais, 
a) o aumento das diferenças socioeconômicas regionais. 
b) a redução do movimento migratório a partir da década de 2030. 
c) a imediata estabilização da população economicamente ativa. 
d) a redução das diferenças entre as faixas etárias. 
e) a desaceleração do ritmode crescimento da população. 
 
Questão 10 (UEA) 
Analise as pirâmides etárias. 
 
 
Assinale a alternativa correta. 
a) A população brasileira está se tornando cada vez mais jovem. 
b) A população brasileira está envelhecendo ao longo dos anos. 
c) O número de idosos ultrapassará o de jovens até 2020. 
d) A estrutura etária da população pouco tem mudado ao longo dos 
anos. 
e) A população masculina predomina em relação à feminina. 
 
Questão 11 (UCB) 
IBGE: cresce esperança de vida no Brasil 
Em 2010, a esperança de vida ao nascer, no Brasil, era de 73,48 
anos (73 anos, 5 meses e 24 dias), um incremento de 0,31 anos (3 
meses e 22 dias) em relação a 2009, e de 3,03 anos (3 anos e 10 
dias) sobre o indicador de 2000. A esperança de vida ao nascer, 
para os homens, era de 69,73 anos e, para as mulheres, de 77,32 
anos, uma diferença de 7,59 anos (7 anos, 7 meses e 2 dias). 
A taxa de mortalidade infantil para o Brasil, em 2010, foi estimada 
em 21,64 por mil nascidos vivos, indicando redução de 28,03% ao 
longo da década. 
0. ( ) Existem explicações variadas para a maior expectativa de 
vida das mulheres em relação à dos homens, mas, de uma forma 
geral, essa situação é comum em quase todos os países do globo. 
Aula 33 – O Crescimento Demográfico Brasileiro e a Estrutura Demográfica e o Trabalho 
 
 
 
 
 
129 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
 
1. ( ) O aumento da expectativa de vida, assim como a redução 
da mortalidade infantil refletem avanços na melhoria da qualidade 
de vida do país na última década. 
2. ( ) Os resultados apresentados pelo IBGE permitem inferir que 
a redução na taxa de mortalidade infantil ocorreu de forma sempre 
constante e linear nas diferentes Unidades da Federação. 
3. ( ) A redução da mortalidade infantil tem relação direta com a 
participação crescente da mulher nos diferentes setores da 
economia. 
4. ( ) Maior expectativa de vida significa aumento da população 
idosa no país. Esse aumento, por sua vez, exige políticas públicas 
e privadas para atender às necessidades diversificadas dessa 
parcela da população brasileira. 
 
Questão 12 (UNIFENAS) 
A pirâmide de idade da população reflete uma dinâmica 
demográfica onde são verificadas importantes transformações na 
composição etária da nação, para efeitos de planejamento 
socioeconômico do país. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística) divulgou através de dados coletados pelo Censo 
2010 a nova pirâmide etária do Brasil. 
 
Fonte:IBGE/Censo 2010, http://fernandonogueiracosta.wordpress.com. 
Acesso em 11/08/11 
 
A respeito da atual pirâmide etária brasileira, é possível constatar 
que 
a) a população brasileira vivencia uma transição demográfica com 
aumento significativo do crescimento vegetativo em âmbito 
nacional. 
b) é evidente a permanência de uma pirâmide etária com perfil 
típico de nações subdesenvolvidas, com predomínio no país da 
faixa etária composta por jovens entre 0 a 19 anos, como pode ser 
verificado em seu ápice. 
c) ocorrem uma dinâmica demográfica de redução da taxa de 
natalidade e um envelhecimento da população brasileira em ritmo 
acelerado, acarretando um alargamento do topo da nossa pirâmide 
de modo cada vez mais expressivo. 
d) os dados fornecidos pela atual pirâmide etária apresentam um 
país predominantemente senil em razão do aumento dos índices 
de fecundidade nas últimas décadas. 
e) a taxa de natalidade ainda é muito elevada no país, fato 
comprovado pelo predomínio do contingente demográfico jovem 
sobre a faixa etária da população adulta, compreendida entre 20 a 
60 anos. 
 
Questão 13 (UFRN) 
Em uma aula de Geografia sobre a dinâmica da população 
brasileira, o professor apresentou dados do Censo Demográfico 
2010. Segundo esses dados, o país atingiu um total de 
190.755.799 habitantes, que se encontram distribuídos pelos seus 
8.514.876,599 km2, apresentando uma densidade demográfica 
média de 22,43hab./km2. Para ilustrar as informações, o professor 
mostrou aos alunos os mapas a seguir: 
 
No decorrer da aula, a exposição sobre a dinâmica da população 
brasileira e a leitura dos mapas referentes à densidade 
demográfica e ao relevo do Brasil por regiões permitiu ao aluno 
concluir que 
a) a população encontra-se distribuída de forma desigual pelo 
território, sendo a Região Sudeste, onde predominam planaltos, a 
que apresenta maior densidade demográfica, devido, entre outros 
fatores, ao dinamismo econômico e à capacidade de atrair 
migrantes. 
b) os maiores índices de concentração da população ocorrem nas 
planícies localizadas no interior, onde se desenvolvem atividades 
do agronegócio que resultam, entre outros fatores, do processo de 
modernização agrícola. 
c) a distribuição da população pelo território ocorre de forma 
desigual, sendo a Região Nordeste, onde predominam planícies, a 
que apresenta menor densidade demográfica, devido, entre outros 
fatores, ao processo de ocupação desde o Período Colonial. 
d) os menores índices de concentração populacional ocorrem nos 
planaltos localizados na Zona Costeira, onde o processo de 
ocupação e o desenvolvimento econômico foram dificultados, entre 
outros fatores, pelas elevadas altitudes. 
 
 
 
 
 
 
CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA I 
Prof. Fernandes Epitácio 
VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
 
A HIERARQUIA URBANA: URBANIZAÇÃO DO 
BRASIL 
No Brasil, o processo acelerado de urbanização correspondeu ao 
período de intensa industrialização do pós-guerra. A constituição 
de uma economia de mercado de âmbito nacional, polarizada pelas 
indústrias implantadas no Sudeste, foi o pano de fundo do 
movimento urbanizador. A formação de um mercado interno 
integrado está na base desse movimento que se manifesta em 
todo o país. De acordo, com as estatísticas oficiais produzidas pelo 
IBGE, cerca de 81% da população brasileira vivia em cidades no 
ano 2000, o que equivale a um nível de urbanização próximo aos 
dos países de antiga urbanização da Europa e América. Observe a 
figura 1. 
Entretanto, os critérios que definem a população urbana não são 
universais. Nos países que pertencem à OCDE, por exemplo, a 
densidade demográfica superior a 150 hab/km2 é adotada como 
parâmetro, para que uma localidade seja considerada urbana. Se o 
Brasil adotasse esse mesmo parâmetro, apenas 411 entre os 
5.507 municípios existentes em 2000 seriam considerados 
urbanos. Nesse caso, a população urbana corresponderia a 
aproximadamente 60% da população total. 
Além disso, a maior parte dos países desenvolvidos adotam 
critérios funcionais para separar o urbano do rural. Assim, uma 
cidade só é definida como tal se possuir determinados 
componentes de infraestrutura e equipamentos coletivos – como 
escolas, postos de saúde, estabelecimentos comerciais, agências 
bancárias – e funcionar como um polo de distribuição de bens e 
serviços. 
 
O Brasil não adota critérios funcionais de acordo com a legislação, 
é considerada urbana toda a população residente nas sedes de 
município ou de distrito e nas demais áreas definidas como 
urbanas pelas legislações municipais. Por isso, alguns estudiosos 
acreditam que o Brasil tenha um nível de urbanização melhor do 
que o revelado pelas estatísticas do IBGE. Essa análise sustenta a 
posição de que o poder público deveria direcionar uma parcela 
maior de recursos para os programas sociais voltados para a 
população rural. 
A disparidade entre as evoluções da população urbana e rural, 
registrada pelas lentes do IBGE, aparece na figura 2. Em todo o 
intervalo, o crescimento da população urbana ultrapassou 
largamente o crescimento médio da população total, enquanto o 
crescimento da população rural ficou muito aquém desse 
crescimento médio. Desde 1970, quando chegou a 41 milhões, a 
população no meio rural decresceu incessantemente. 
O processo de urbanização brasileiro apoiou-se essencialmente no 
êxodo rural, ou seja, na transferência de populações do meio rural 
para ascidades. O êxodo rural envolve dois condicionantes 
interligados: a repulsão da força de trabalho do campo e a atração 
da força de trabalho para as cidades. 
A migração rural-urbana tem como condição prévia a formação de 
uma superpopulação relativa no campo. Essa superpopulação 
relativa é a força de trabalho excedente, que perdeu os meios de 
sobrevivência no setor agropecuário, em consequência, 
principalmente, da modernização técnica do trabalho rural, com a 
substituição do homem pela máquina. Como vimos no Capítulo 9, 
esse fenômeno ocorreu e continua a ocorrer, em todo o país. 
 
Outra causa da formação dessa superpopulação relativa é a 
persistência de uma estrutura fundiária concentradora: o monopólio 
das terras por uma elite resulta na carência de terras para a 
maioria dos trabalhadores rurais. Essa carência – que é econômica 
e social, mas não física – manifesta-se pela extrema subdivisão e 
parcelamento das propriedades em determinadas áreas, em 
função do crescimento das famílias camponesas. A continuidade 
do crescimento populacional gera uma pressão demográfica sobre 
a terra, cuja válvula de escape é o movimento migratório. 
UMA URBANIZAÇÃO DESIGUAL 
O processo de urbanização é geral, mas não é regionalmente 
uniforme. Do ponto de vista regional, registram-se fortes diferenças 
no ritmo da transferência da população do meio rural para o meio 
urbano. As desigualdades no ritmo da urbanização refletem as 
disparidades econômicas regionais e a própria inserção 
diferenciada de cada região na economia nacional. 
No Sudeste, a população urbana ultrapassou a rural na década de 
1950. A fase de urbanização acelerada encerrou-se há duas 
décadas. A elevada participação da população urbana no conjunto 
da população regional expressa um estágio avançado de 
modernização econômica, com profunda transformação da 
economia rural e subordinação da agropecuária à indústria. 
Expressa também o peso decisivo da economia urbana na 
produção da riqueza. 
O Centro-Oeste e o Sul percorreram trajetórias diferentes, que 
conduziram ao mesmo resultado: Uma elevada concentração 
populacional no meio urbano. A urbanização do Centro-Oeste foi 
impulsionada pela fundação de Brasília, em 1960, e pelas rodovias 
de integração nacional que interligaram a nova capital com o 
Sudeste, de um lado, e com a Amazônia do outro. A ocupação do 
espaço rural por grandes propriedades voltadas para a pecuária e 
Aula 34 – Hierarquia Urbana Urbanização do Brasil 
 
 
 
 
 
131 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
 
as culturas de soja e cereais acentuou a tendência à urbanização. 
Desde o final da década de 1960, o Centro-Oeste tornou-se a 
segunda região mais urbanizada do país. 
A região Sul, pelo contrário, conheceu uma urbanização lenta e 
limitada até o início da década de 1970. A estrutura agrária 
baseada na propriedade familiar e policultora, ancorada no 
parcelamento da terra nas áreas de planaltos subtropicais, 
restringia a transferência da população para o meio urbano. 
Depois, a mecanização acelerada da agricultura e a concentração 
da propriedade fundiária impulsionaram o êxodo rural. 
No Nordeste, a trajetória da urbanização permaneceu 
relativamente lenta ao longo de todo o intervalo. A estrutura agrária 
assentada sobre minifúndios familiares, na faixa do Agreste, 
contribuiu para reter a força de trabalho no campo e controlar o 
ritmo do êxodo rural. As baixas capitalização e produtividade no 
setor agrícola limitaram a repulsão da população rural, enquanto o 
insuficiente desenvolvimento do mercado regional reduziu a 
atração exercida pelas cidades. 
Contudo, ocorreu no Nordeste intenso êxodo rural, que não 
transparece nas estatísticas regionais. Durante décadas, o 
movimento migratório para o Sudeste transferiu populações do 
campo nordestino para as cidades de São Paulo, Minas Gerais e 
Rio de Janeiro. Nesse caso, êxodo rural e migração interregional 
configuraram um fenômeno integrado, atrás do qual se encontra o 
processo de modernização urbano-industrial da economia 
brasileira. 
Como vimos, estatísticas solicitam sempre interpretação 
cuidadosa. Na realidade, a elevada participação da população 
urbana, até o final da década de 1960, refletia unicamente a 
reduzida população total da região, bastante concentrada nas 
cidades de Belém e Manaus. O fluxo de migrantes e as frentes 
pioneiras agrícolas abertas na Amazônia restringiram, nas últimas 
décadas, o crescimento relativo da população urbana regional. 
Os níveis de urbanização, analisados em escala estadual, revelam 
mais precisamente as desigualdades do processo de urbanização. 
A mancha de maiores níveis de urbanização estende-se de São 
Paulo e Rio de Janeiro para os estados de Minas Gerais, Goiás, 
Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul, abrangendo 
quase todo o Centro-Sul. Nessas unidades da federação, a 
transferência da população para o meio urbano encontra-se na sua 
etapa final. 
Os menores níveis de urbanização aparecem em estados 
nordestinos e da Amazônia. Na maior parte deles, o ritmo do êxodo 
rural tende a intensificar-se nas próximas décadas. Alguns – como 
o Pará, o Maranhão e a Bahia – exibem ritmo lento de urbanização 
devido à continuidade da abertura de frentes pioneiras agrícolas 
que atraem migrantes de outros países do país. 
O ESPAÇO DE REDES: AS CIDADES E OS FLUXOS: 
O espaço geográfico abrange as redes formadas pelos complexos 
sistemas de fluxos de pessoas, bens, serviços, capitais e 
informações, que caracterizam a sociedade contemporânea. Nas 
redes urbanas, as cidades desempenham a função de nós, ou 
vértices, desses sistemas de fluxos. 
A função de cada cidade na rede urbana deriva da sua capacidade 
de oferecer bens e serviços para um mercado consumidor amplo, 
que ultrapassa os limites do próprio núcleo urbano. Assim, 
constituiu-se uma hierarquia de cidades, na qual o grau de 
importância de cada uma depende da amplitude do espaço 
geográfico submetido à sua influência. 
De acordo com o IBGE, a rede urbana brasileira é configurada por 
455 municípios, integrados pela circulação de matéria e 
informação. 
No nível mais baixo da hierarquia estão as cidades produtoras dos 
bens e serviços mais procurados pela população para a sus 
reprodução social cotidiana, tais como alimentos, vestuário, 
centrais telefônicas e postos de saúde. Contudo, tanto a população 
rural como a das pequenas cidades precisam se deslocar para 
cidades de médio porte quando buscam bens e serviços menos 
comuns. Revendedoras de automóveis e máquinas agrícolas, lojas 
de eletrônicos e escolas de ensino médio são encontradas nos 
centros sub-regionais. Os centros regionais, por sua vez, abrigam 
centros universitários, grandes hospitais, médicos e dentistas 
especializados, escritórios de advocacia, escolas de alto padrão, 
retransmissoras de televisão e shopping-centers, que atraem e 
polarizam um mercado consumidor relativamente mais amplo. 
Os bens e serviços mais sofisticados são oferecidos apenas pelas 
principais cidades do país: as metrópoles. Essas cidades, que 
estão no topo da hierarquia urbana, abrigam complexos 
hospitalares de alto padrão, centros de pesquisa científica, 
aeroportos internacionais, luxuosas redes hoteleiras, uma teia 
completa de atacadistas e varejistas, sedes de grandes bancos e 
empresas transnacionais. A sua influência estende-se, 
difusamente, por vastas áreas do território nacional. 
NÚCLEOS URBANOS DO SUDESTE 
O Sudeste caracteriza-se como a área de maior densidade urbana 
e a que apresenta o maior número de grandes cidades, com uma 
tendência acentuada de concentração da população nos grandes e 
médios núcleos urbanos. 
As porcentagens de população urbana sobre a rural nos dão ideia 
de sua forte urbanização São Paulo ................... 93,11% Rio de 
Janeiro ............95,53% Minas Gerais ..............78,42% Espírito 
Santo .............77,64% 
Vale ressaltar que São Paulo, o maior núcleo urbano do Brasil, 
segundo projeções da UNFPA,em 2015 será o sexto maior 
aglomerado urbano do mundo. 
Os dez maiores aglomerados urbanos do mundo em 2015 
Cid a d e / P a í s . . . . . . . . . . . . ..................... População e m 
milhões 
Tóquio/Japão.................................................................28,7 
Bombaim/Índia.............................................................27,4 
Lagos/Nigéria ..............................................................24,4 
Xangai/China ..............................................................23,4 
Jacarta/Indonésia ........................................................21,2 
São Paulo/Brasil..........................................................20,8 
Karachi/Paquistão .....................................................20,6 
Pequim/China............................................................19,4 
Daca/Bangladesh ......................................................19,0 
Cidade do México/México ......................................18,8 
UNFPA (United Nations Population Fund.). 
Além de São Paulo, há na região Sudeste mais duas grandes 
cidades, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Muitos centros 
importantes também aí se localizam, ultrapassando em número de 
pessoas algumas capitais de estados de outras regiões. Entre eles 
destacam-se: Guarulhos, Santos, Ribeirão Preto, Campinas, São 
José dos Campos, Sorocaba, São José do Rio Preto, Taubaté, 
Bauru, em São Paulo; Juiz de Fora, Uberlândia, Uberaba, em 
	SEMANA 34 - GEOGRAFIA I - HIERARQUIA URBANA URBANIZAÇÃO DO BRASIL - FERNANDES

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