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Aula 33 – O Crescimento Demográfico Brasileiro e a Estrutura Demográfica e o Trabalho 127 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO Questão 01 (UCPEL) A ocupação do território brasileiro pela população se dá de modo bastante irregular. É bastante visível o contraste existente entre a fachada litorânea, onde se encontra a maioria da população, e o interior do país, fracamente povoado. Sobre a distribuição geográfica da população no Brasil, é correto afirmar que a) uma das razões fundamentais que explicam a elevada concentração da população brasileira junto ao litoral é a condição do país como ex-colônia de exploração, pois isso gerou uma dependência econômica e criou a necessidade de contato com o mundo exterior. b) grande número das metrópoles no Brasil não se localizam próximas do litoral, mas a população dessas cidades representa pequena concentração da população total do país, mantendo irregular a distribuição da população. c) as regiões Nordeste, Sudeste e Sul ocupam a maior parte do território brasileiro e, mesmo assim, não concentram a maior parte da população do país. d) existem grandes áreas nas regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil, que constituem imensos vazios demográficos, mas a população absoluta nos estados que compõem estas regiões é elevada. e) a concentração das principais atividades econômicas do país, como agricultura e indústria, se dá no interior do território, mas isso não tem sido suficiente para afastar a população do litoral. Questão 02 (UNICENTRO) Com base na evolução da pirâmide etária no Brasil em 1960, 2000 e 2010 e nos conhecimentos sobre dinâmica populacional, considere as afirmativas a seguir. I. A transição demográfica brasileira está se concretizando na atualidade devido às altas taxas de natalidade e de fecundidade da população. II. A pirâmide de 1960 apresenta um aspecto triangular, indicando que o percentual de jovens no conjunto da população era alto nessa década. III. O envelhecimento de uma população representa a diminuição proporcional da população mais jovem do país, por isso, na pirâmide de 2010, a diferença da base para o topo foi reduzida. IV. Os dados revelam a necessidade de maior investimento das políticas públicas nos setores da previdência e da saúde pública voltados para a terceira idade. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II são corretas. b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. Questão 03 (UNICENTRO) Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, os fatores que explicam o envelhecimento da população brasileira. a) Aumento da taxa de fecundidade e declínio do crescimento vegetativo. b) Aumento da taxa de natalidade e redução da mortalidade infantil. c) Decréscimo da taxa de fecundidade e aumento da expectativa de vida. d) Crescimento vegetativo acelerado e densidade demográfica elevada. e) Combinação entre aumento da fecundidade e declínio da mortalidade infantil. Questão 04 (IFSul) Observe os textos abaixo. Texto 1 Conforme dados do Censo Demográfico de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população total do Brasil é de 190.755.799 habitantes. Texto 2 Disponível em: <http://www.brasilescola.com/brasil/a-populacao- brasileira.htm> Acesso em: 20 ago.2013. A partir dos dois textos, o Brasil é definido como um país a) povoado, pois é populoso. b) povoado, pois a densidade demográfica é baixa. c) populoso, pois a densidade demográfica é alta. d) populoso, devido à população absoluta. Questão 05 (UNIMONTES) Analise a figura abaixo. Sobre a distribuição territorial da população brasileira, é CORRETO afirmar que a) o estado com menor participação quantitativa é Roraima, enquanto a maior concentração é verificada em São Paulo, no Sudeste do país. b) o Rio Grande do Sul se equipara, em termos populacionais, ao estado do Ceará, ambos com pequena densidade demográfica. b) os estados da região Centro-Oeste abrigam, em conjunto, cerca de 40% da população nacional, só sendo superados pelos estados da Amazônia. d) o Nordeste brasileiro é a terceira região mais populosa do país, com uma população de mais de 70 milhões de pessoas. Questão 06 (UFMT) De suma importância na avaliação das condições de vida de uma sociedade, a taxa de mortalidade infantil refere-se ao número de crianças que morrem ao longo do primeiro ano de vida, durante determinado ano civil. Os gráficos mostram a evolução da taxa de mortalidade infantil no Brasil e apresentam uma comparação com taxas de outros países do mundo. Mortalidade infantil no Brasil, 1960-2010 128 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Fernandes Epitacio) (O Estado de S.Paulo, 29.04.2012.) A partir da análise dos gráficos e de conhecimentos geográficos, é correto afirmar que a) a taxa brasileira ainda é considerada mediana, mas diminui rapidamente, distanciando-se das taxas de regiões subdesenvolvidas. b) a queda da taxa brasileira, verificada na década de 1970, foi a maior no período analisado. c) a taxa brasileira demorará muitas décadas para se aproximar das taxas dos países emergentes. d) a taxa brasileira, com a queda verificada na década de 2000, já se compara à dos países ricos. e) taxas inferiores a 4% somente ocorrem em países europeus, onde a taxa de natalidade é reduzida. Questão 07 (IFMG) Leia o trecho a seguir: “O conceito de transição demográfica foi introduzido por Frank Notestein, em 1929, e é a contestação factual da lógica malthusiana. Foi elaborada a partir da interpretação das transformações demográficas sofridas pelos países que participaram da Revolução Industrial nos séculos 18 e 19, até os dias atuais. A partir da análise destas mudanças demográficas foi estabelecido um padrão que, segundo alguns demógrafos, pode ser aplicado aos demais países do mundo, embora em momentos históricos e contextos econômicos diferentes.” Com base nos dados do trecho e do gráfico, o Brasil se encontra: a) Na 1a Fase da Transição Demográfica. b) Entre a 2a e a 3a Fases da Transição Demográfica. c) Na 2a Fase da Transição Demográfica. d) Na 3a Fase da Transição Demográfica. Questão 08 (FGV-RIO) Examine o gráfico. Sobre os fatores que explicam as variações no ritmo de crescimento da população brasileira entre 1872 e 2010, reveladas pelo gráfico, é CORRETO afirmar: a) A elevada taxa de incremento populacional registrada entre 1900 e 1920 resultou do aumento da natalidade, associado ao processo de urbanização. b) Na década de 1960, o crescimento da população pode ser associado à revolução sexual, que provocou um aumento substancial das taxas de fecundidade. c) Se persistirem as taxas registradas entre 2000 e 2010, a população brasileira deve parar de crescer na próxima década. d) Na década de 1940, o crescimento da população resultou da combinação entre a baixa fecundidade e a baixa mortalidade. e) Desde a década de 1960, registra-se uma tendência de queda do ritmo de crescimento da população, devido ao recuo da fecundidade. Questão 09 (FGV-SP) Em setembro de 2012 foi divulgada pelo IBGE a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios) referente ao ano de 2011. Um dos dados revelados mostra a diminuição da taxa de fecundidade total para níveis abaixo da reposição, 1,7 filhos/mulher. Este fato apresenta várias implicações, dentre as quais, a) o aumento das diferenças socioeconômicas regionais. b) a redução do movimento migratório a partir da década de 2030. c) a imediata estabilização da população economicamente ativa. d) a redução das diferenças entre as faixas etárias. e) a desaceleração do ritmode crescimento da população. Questão 10 (UEA) Analise as pirâmides etárias. Assinale a alternativa correta. a) A população brasileira está se tornando cada vez mais jovem. b) A população brasileira está envelhecendo ao longo dos anos. c) O número de idosos ultrapassará o de jovens até 2020. d) A estrutura etária da população pouco tem mudado ao longo dos anos. e) A população masculina predomina em relação à feminina. Questão 11 (UCB) IBGE: cresce esperança de vida no Brasil Em 2010, a esperança de vida ao nascer, no Brasil, era de 73,48 anos (73 anos, 5 meses e 24 dias), um incremento de 0,31 anos (3 meses e 22 dias) em relação a 2009, e de 3,03 anos (3 anos e 10 dias) sobre o indicador de 2000. A esperança de vida ao nascer, para os homens, era de 69,73 anos e, para as mulheres, de 77,32 anos, uma diferença de 7,59 anos (7 anos, 7 meses e 2 dias). A taxa de mortalidade infantil para o Brasil, em 2010, foi estimada em 21,64 por mil nascidos vivos, indicando redução de 28,03% ao longo da década. 0. ( ) Existem explicações variadas para a maior expectativa de vida das mulheres em relação à dos homens, mas, de uma forma geral, essa situação é comum em quase todos os países do globo. Aula 33 – O Crescimento Demográfico Brasileiro e a Estrutura Demográfica e o Trabalho 129 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 1. ( ) O aumento da expectativa de vida, assim como a redução da mortalidade infantil refletem avanços na melhoria da qualidade de vida do país na última década. 2. ( ) Os resultados apresentados pelo IBGE permitem inferir que a redução na taxa de mortalidade infantil ocorreu de forma sempre constante e linear nas diferentes Unidades da Federação. 3. ( ) A redução da mortalidade infantil tem relação direta com a participação crescente da mulher nos diferentes setores da economia. 4. ( ) Maior expectativa de vida significa aumento da população idosa no país. Esse aumento, por sua vez, exige políticas públicas e privadas para atender às necessidades diversificadas dessa parcela da população brasileira. Questão 12 (UNIFENAS) A pirâmide de idade da população reflete uma dinâmica demográfica onde são verificadas importantes transformações na composição etária da nação, para efeitos de planejamento socioeconômico do país. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou através de dados coletados pelo Censo 2010 a nova pirâmide etária do Brasil. Fonte:IBGE/Censo 2010, http://fernandonogueiracosta.wordpress.com. Acesso em 11/08/11 A respeito da atual pirâmide etária brasileira, é possível constatar que a) a população brasileira vivencia uma transição demográfica com aumento significativo do crescimento vegetativo em âmbito nacional. b) é evidente a permanência de uma pirâmide etária com perfil típico de nações subdesenvolvidas, com predomínio no país da faixa etária composta por jovens entre 0 a 19 anos, como pode ser verificado em seu ápice. c) ocorrem uma dinâmica demográfica de redução da taxa de natalidade e um envelhecimento da população brasileira em ritmo acelerado, acarretando um alargamento do topo da nossa pirâmide de modo cada vez mais expressivo. d) os dados fornecidos pela atual pirâmide etária apresentam um país predominantemente senil em razão do aumento dos índices de fecundidade nas últimas décadas. e) a taxa de natalidade ainda é muito elevada no país, fato comprovado pelo predomínio do contingente demográfico jovem sobre a faixa etária da população adulta, compreendida entre 20 a 60 anos. Questão 13 (UFRN) Em uma aula de Geografia sobre a dinâmica da população brasileira, o professor apresentou dados do Censo Demográfico 2010. Segundo esses dados, o país atingiu um total de 190.755.799 habitantes, que se encontram distribuídos pelos seus 8.514.876,599 km2, apresentando uma densidade demográfica média de 22,43hab./km2. Para ilustrar as informações, o professor mostrou aos alunos os mapas a seguir: No decorrer da aula, a exposição sobre a dinâmica da população brasileira e a leitura dos mapas referentes à densidade demográfica e ao relevo do Brasil por regiões permitiu ao aluno concluir que a) a população encontra-se distribuída de forma desigual pelo território, sendo a Região Sudeste, onde predominam planaltos, a que apresenta maior densidade demográfica, devido, entre outros fatores, ao dinamismo econômico e à capacidade de atrair migrantes. b) os maiores índices de concentração da população ocorrem nas planícies localizadas no interior, onde se desenvolvem atividades do agronegócio que resultam, entre outros fatores, do processo de modernização agrícola. c) a distribuição da população pelo território ocorre de forma desigual, sendo a Região Nordeste, onde predominam planícies, a que apresenta menor densidade demográfica, devido, entre outros fatores, ao processo de ocupação desde o Período Colonial. d) os menores índices de concentração populacional ocorrem nos planaltos localizados na Zona Costeira, onde o processo de ocupação e o desenvolvimento econômico foram dificultados, entre outros fatores, pelas elevadas altitudes. CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA I Prof. Fernandes Epitácio VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência A HIERARQUIA URBANA: URBANIZAÇÃO DO BRASIL No Brasil, o processo acelerado de urbanização correspondeu ao período de intensa industrialização do pós-guerra. A constituição de uma economia de mercado de âmbito nacional, polarizada pelas indústrias implantadas no Sudeste, foi o pano de fundo do movimento urbanizador. A formação de um mercado interno integrado está na base desse movimento que se manifesta em todo o país. De acordo, com as estatísticas oficiais produzidas pelo IBGE, cerca de 81% da população brasileira vivia em cidades no ano 2000, o que equivale a um nível de urbanização próximo aos dos países de antiga urbanização da Europa e América. Observe a figura 1. Entretanto, os critérios que definem a população urbana não são universais. Nos países que pertencem à OCDE, por exemplo, a densidade demográfica superior a 150 hab/km2 é adotada como parâmetro, para que uma localidade seja considerada urbana. Se o Brasil adotasse esse mesmo parâmetro, apenas 411 entre os 5.507 municípios existentes em 2000 seriam considerados urbanos. Nesse caso, a população urbana corresponderia a aproximadamente 60% da população total. Além disso, a maior parte dos países desenvolvidos adotam critérios funcionais para separar o urbano do rural. Assim, uma cidade só é definida como tal se possuir determinados componentes de infraestrutura e equipamentos coletivos – como escolas, postos de saúde, estabelecimentos comerciais, agências bancárias – e funcionar como um polo de distribuição de bens e serviços. O Brasil não adota critérios funcionais de acordo com a legislação, é considerada urbana toda a população residente nas sedes de município ou de distrito e nas demais áreas definidas como urbanas pelas legislações municipais. Por isso, alguns estudiosos acreditam que o Brasil tenha um nível de urbanização melhor do que o revelado pelas estatísticas do IBGE. Essa análise sustenta a posição de que o poder público deveria direcionar uma parcela maior de recursos para os programas sociais voltados para a população rural. A disparidade entre as evoluções da população urbana e rural, registrada pelas lentes do IBGE, aparece na figura 2. Em todo o intervalo, o crescimento da população urbana ultrapassou largamente o crescimento médio da população total, enquanto o crescimento da população rural ficou muito aquém desse crescimento médio. Desde 1970, quando chegou a 41 milhões, a população no meio rural decresceu incessantemente. O processo de urbanização brasileiro apoiou-se essencialmente no êxodo rural, ou seja, na transferência de populações do meio rural para ascidades. O êxodo rural envolve dois condicionantes interligados: a repulsão da força de trabalho do campo e a atração da força de trabalho para as cidades. A migração rural-urbana tem como condição prévia a formação de uma superpopulação relativa no campo. Essa superpopulação relativa é a força de trabalho excedente, que perdeu os meios de sobrevivência no setor agropecuário, em consequência, principalmente, da modernização técnica do trabalho rural, com a substituição do homem pela máquina. Como vimos no Capítulo 9, esse fenômeno ocorreu e continua a ocorrer, em todo o país. Outra causa da formação dessa superpopulação relativa é a persistência de uma estrutura fundiária concentradora: o monopólio das terras por uma elite resulta na carência de terras para a maioria dos trabalhadores rurais. Essa carência – que é econômica e social, mas não física – manifesta-se pela extrema subdivisão e parcelamento das propriedades em determinadas áreas, em função do crescimento das famílias camponesas. A continuidade do crescimento populacional gera uma pressão demográfica sobre a terra, cuja válvula de escape é o movimento migratório. UMA URBANIZAÇÃO DESIGUAL O processo de urbanização é geral, mas não é regionalmente uniforme. Do ponto de vista regional, registram-se fortes diferenças no ritmo da transferência da população do meio rural para o meio urbano. As desigualdades no ritmo da urbanização refletem as disparidades econômicas regionais e a própria inserção diferenciada de cada região na economia nacional. No Sudeste, a população urbana ultrapassou a rural na década de 1950. A fase de urbanização acelerada encerrou-se há duas décadas. A elevada participação da população urbana no conjunto da população regional expressa um estágio avançado de modernização econômica, com profunda transformação da economia rural e subordinação da agropecuária à indústria. Expressa também o peso decisivo da economia urbana na produção da riqueza. O Centro-Oeste e o Sul percorreram trajetórias diferentes, que conduziram ao mesmo resultado: Uma elevada concentração populacional no meio urbano. A urbanização do Centro-Oeste foi impulsionada pela fundação de Brasília, em 1960, e pelas rodovias de integração nacional que interligaram a nova capital com o Sudeste, de um lado, e com a Amazônia do outro. A ocupação do espaço rural por grandes propriedades voltadas para a pecuária e Aula 34 – Hierarquia Urbana Urbanização do Brasil 131 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência as culturas de soja e cereais acentuou a tendência à urbanização. Desde o final da década de 1960, o Centro-Oeste tornou-se a segunda região mais urbanizada do país. A região Sul, pelo contrário, conheceu uma urbanização lenta e limitada até o início da década de 1970. A estrutura agrária baseada na propriedade familiar e policultora, ancorada no parcelamento da terra nas áreas de planaltos subtropicais, restringia a transferência da população para o meio urbano. Depois, a mecanização acelerada da agricultura e a concentração da propriedade fundiária impulsionaram o êxodo rural. No Nordeste, a trajetória da urbanização permaneceu relativamente lenta ao longo de todo o intervalo. A estrutura agrária assentada sobre minifúndios familiares, na faixa do Agreste, contribuiu para reter a força de trabalho no campo e controlar o ritmo do êxodo rural. As baixas capitalização e produtividade no setor agrícola limitaram a repulsão da população rural, enquanto o insuficiente desenvolvimento do mercado regional reduziu a atração exercida pelas cidades. Contudo, ocorreu no Nordeste intenso êxodo rural, que não transparece nas estatísticas regionais. Durante décadas, o movimento migratório para o Sudeste transferiu populações do campo nordestino para as cidades de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Nesse caso, êxodo rural e migração interregional configuraram um fenômeno integrado, atrás do qual se encontra o processo de modernização urbano-industrial da economia brasileira. Como vimos, estatísticas solicitam sempre interpretação cuidadosa. Na realidade, a elevada participação da população urbana, até o final da década de 1960, refletia unicamente a reduzida população total da região, bastante concentrada nas cidades de Belém e Manaus. O fluxo de migrantes e as frentes pioneiras agrícolas abertas na Amazônia restringiram, nas últimas décadas, o crescimento relativo da população urbana regional. Os níveis de urbanização, analisados em escala estadual, revelam mais precisamente as desigualdades do processo de urbanização. A mancha de maiores níveis de urbanização estende-se de São Paulo e Rio de Janeiro para os estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul, abrangendo quase todo o Centro-Sul. Nessas unidades da federação, a transferência da população para o meio urbano encontra-se na sua etapa final. Os menores níveis de urbanização aparecem em estados nordestinos e da Amazônia. Na maior parte deles, o ritmo do êxodo rural tende a intensificar-se nas próximas décadas. Alguns – como o Pará, o Maranhão e a Bahia – exibem ritmo lento de urbanização devido à continuidade da abertura de frentes pioneiras agrícolas que atraem migrantes de outros países do país. O ESPAÇO DE REDES: AS CIDADES E OS FLUXOS: O espaço geográfico abrange as redes formadas pelos complexos sistemas de fluxos de pessoas, bens, serviços, capitais e informações, que caracterizam a sociedade contemporânea. Nas redes urbanas, as cidades desempenham a função de nós, ou vértices, desses sistemas de fluxos. A função de cada cidade na rede urbana deriva da sua capacidade de oferecer bens e serviços para um mercado consumidor amplo, que ultrapassa os limites do próprio núcleo urbano. Assim, constituiu-se uma hierarquia de cidades, na qual o grau de importância de cada uma depende da amplitude do espaço geográfico submetido à sua influência. De acordo com o IBGE, a rede urbana brasileira é configurada por 455 municípios, integrados pela circulação de matéria e informação. No nível mais baixo da hierarquia estão as cidades produtoras dos bens e serviços mais procurados pela população para a sus reprodução social cotidiana, tais como alimentos, vestuário, centrais telefônicas e postos de saúde. Contudo, tanto a população rural como a das pequenas cidades precisam se deslocar para cidades de médio porte quando buscam bens e serviços menos comuns. Revendedoras de automóveis e máquinas agrícolas, lojas de eletrônicos e escolas de ensino médio são encontradas nos centros sub-regionais. Os centros regionais, por sua vez, abrigam centros universitários, grandes hospitais, médicos e dentistas especializados, escritórios de advocacia, escolas de alto padrão, retransmissoras de televisão e shopping-centers, que atraem e polarizam um mercado consumidor relativamente mais amplo. Os bens e serviços mais sofisticados são oferecidos apenas pelas principais cidades do país: as metrópoles. Essas cidades, que estão no topo da hierarquia urbana, abrigam complexos hospitalares de alto padrão, centros de pesquisa científica, aeroportos internacionais, luxuosas redes hoteleiras, uma teia completa de atacadistas e varejistas, sedes de grandes bancos e empresas transnacionais. A sua influência estende-se, difusamente, por vastas áreas do território nacional. NÚCLEOS URBANOS DO SUDESTE O Sudeste caracteriza-se como a área de maior densidade urbana e a que apresenta o maior número de grandes cidades, com uma tendência acentuada de concentração da população nos grandes e médios núcleos urbanos. As porcentagens de população urbana sobre a rural nos dão ideia de sua forte urbanização São Paulo ................... 93,11% Rio de Janeiro ............95,53% Minas Gerais ..............78,42% Espírito Santo .............77,64% Vale ressaltar que São Paulo, o maior núcleo urbano do Brasil, segundo projeções da UNFPA,em 2015 será o sexto maior aglomerado urbano do mundo. Os dez maiores aglomerados urbanos do mundo em 2015 Cid a d e / P a í s . . . . . . . . . . . . ..................... População e m milhões Tóquio/Japão.................................................................28,7 Bombaim/Índia.............................................................27,4 Lagos/Nigéria ..............................................................24,4 Xangai/China ..............................................................23,4 Jacarta/Indonésia ........................................................21,2 São Paulo/Brasil..........................................................20,8 Karachi/Paquistão .....................................................20,6 Pequim/China............................................................19,4 Daca/Bangladesh ......................................................19,0 Cidade do México/México ......................................18,8 UNFPA (United Nations Population Fund.). Além de São Paulo, há na região Sudeste mais duas grandes cidades, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Muitos centros importantes também aí se localizam, ultrapassando em número de pessoas algumas capitais de estados de outras regiões. Entre eles destacam-se: Guarulhos, Santos, Ribeirão Preto, Campinas, São José dos Campos, Sorocaba, São José do Rio Preto, Taubaté, Bauru, em São Paulo; Juiz de Fora, Uberlândia, Uberaba, em SEMANA 34 - GEOGRAFIA I - HIERARQUIA URBANA URBANIZAÇÃO DO BRASIL - FERNANDES
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