Prévia do material em texto
270 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Italo Trigueiro) d) Perfil I: Floresta boreal Perfil II: Floresta tropical de folhas caducas e) Perfil I: Floresta mediterrânea Perfil II: Floresta boreal Questão 13 As formações vegetais, em seus aspectos fisionômicos, estruturais e sazonais, mostram nítidas relações com o solo, o substrato geológico e o clima. Todas as seguintes afirmativas referentes a essas relações estão corretas, EXCETO a) As extensas formações florestais de coníferas, embora as condições climáticas de sua área de ocorrência sejam pouco severas, caracterizam-se fortemente pela deciduidade das folhas das espécies arbóreas. b) As regiões de acentuados contrastes térmicos e de fortes carências hídricas sazonais apresentam formações vegetais que se caracterizam por plantas que mantêm apenas suas estruturas subterrâneas durante a estação desfavorável. c) As regiões de clima tropical típico e revestidas de cerrados possuem manchas maiores, ou menores, de florestas, explicadas fundamentalmente por razões geológicas e características dos solos e, mais raramente, climáticas. d) Os mangues, formações vegetais arbóreas tropicais e subtropicais, embora se desenvolvam em áreas pantanosas litorâneas, possuem algumas características xeromórficas. Questão 14 Analisando, de forma esquemática, a relação entre temperatura e precipitação anual, em um corte do Polo Norte ao Equador, os domínios vegetais predominantes nas regiões 1, 2, 3 e 4 são a) tundra 1, floresta temperada 2, cerrado 3, deserto 4. b) taiga 1, tundra 2, savana 3, deserto 4. c) tundra 1, taiga 2, deserto 3, savana 4. d) taiga 1, floresta temperada 2, deserto 3, savana 4. e) taiga 1, tundra 2, savana 3, cerrado 4. Questão 15 Todas as afirmativas sobre as savanas estão corretas, EXCETO a) A flora e a fauna das savanas estão submetidas à alternância de seca e chuva mais do que a de calor e frio. b) A pequena produtividade biológica das savanas é responsável pela sua fauna pobre e pouco diversificada. c) As atividades pastoris são as que mais se adaptam às savanas, tornando desnecessária a eliminação total desta vegetação. d) As savanas estão presentes em áreas planálticas da América, África, Ásia e Austrália, nas latitudes tropicais. e) As savanas são formações arbóreo-arbustivas e herbáceas abertas permitindo que os raios solares cheguem até o solo. CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA II Prof. Italo Trigueiro VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência RELEVO TERRESTRE As diversas formas da crosta terrestre se encontram em constante modificação em razão da atuação de forças internas (agentes endógenos) e externas (agentes exógenos). OS AGENTES ENDÓGENOS Os agentes internos que atuam no modelado da superfície terrestre são o tectonismo, os abalos sísmicos e as atividades vulcânicas. Enquanto um terremoto e uma atividade vulcânica têm curta duração e alta velocidade, as atividades tectônicas atuam por longos períodos e de maneira mais lenta. TECTONISMO OU DIASTROFISMO Corresponde às forças que atuam de forma lenta e prolongada na superfície da Terra. O diastrofismo se manifesta de duas maneiras, por meio da epirogênese e da orogênese. A epirogênese: (do grego Épeiron – “continente”, e Genesis – “formação”). Quando as forças internas atuam verticalmente em áreas da crosta terrestre que possuem rochas resistentes e com pouca plasticidade, os blocos rochosos podem fragmentar-se, deslocar-se, sofrer rebaixamento ou soerguimento, dando origem às falhas-rupturas e desnivelamentos das camadas rochosas. Esses movimentos são considerados lentos na escala geológica. A epirogênese está associada à dinâmica do equilíbrio isostático da crosta terrestre, afetando grandes partes de áreas continentais, provocando o rebaixamento ou levantamento dos litorais e, assim, as transgressões (invasões do mar, como no Mar do Norte) e regressões marinhas (recuos do mar como na Península Escandinava, que está soerguendo), além do rejuvenescimento do relevo (os rios aumentam a erosão do seu leito e das margens devido ao soerguimento de parte do continente). A orogênese: (do grego Oros - “montanha”, e Genus - “origem” / “geração”) é representada por esforços internos horizontais da crosta terrestre, de curta duração geológica mas de grande intensidade, gerando dobramentos (quando exercidos sobre terrenos formados por rochas maleáveis ou plásticas), fraturas e falhas (quando exercidos sobre camadas de rochas rígidas que oferecem resistência às pressões tectônicas). VULCANISMO “O termo vulcanismo (derivado de Vulcano, deus do fogo, da mitologia greco-romana) abrange todos os processos e eventos que permitem e provocam a ascenção de material magmático juvenil, do interior da terra à superfície terrestre. Este material juvenil pode ocorrer em estado gasoso, líquido e sólido. Para os antigos gregos o Etna era o protótipo dos vulcões. PLATÃO (427-347 a.C.) suspeitava de uma corrente de fogo do interior da Terra, como causa do vulcanismo. POSSIDÔNIO (2. Século a.C.) acreditava que o ar comprimido em cavernas subterrâneas seria a causa do fenômeno, e, durante a Idade Média, relacionava-se o fogo eterno do inferno com as profundezas da crosta terrestre”. LEINZ, Victor; AMARAL, Sérgio Estanislau do. Geologia Geral. São Paulo: Editora Nacional,1989p.251. O Vulcanismo consiste na efusão de material fluido oriundo do magma na superfície, podendo ocorrer através de fendas ou orifícios. Os assoalhos oceânicos especialmente as áreas ocupadas pelas dorsais submarinas, concentram a maior parte dos vulcões do globo. Milhares de ilhas oceânicas formaram-se a partir de atividade vulcânica. A região vulcânica da Terra é o anel de dobramentos que cerca o Oceano Pacífico, o Círculo de Fogo do Pacífico. Nesse anel, que inclui todo o ocidente da América, de um lado, e os limites da Ásia oriental (especialmente o Japão) e da Oceania, de outro, encontram-se perto de três quartos dos vulcões ativos do mundo. São características de áreas vulcânicas em atividade: a) áreas orogenéticas modernas; b) áreas formadas em terrenos recentes; c) áreas fraturadas; d) áreas sísmicas (limites de placas); e) ocorrem, geralmente, nas proximidades do litoral. ABALOS SÍSMICOS São gerados por violentos movimentos de massas em profundidades variáveis da crosta inferior ou do manto, entre 50 e 900 quilômetros, e resultam em rápidas reacomodações de camadas rochosas da crosta. A partir do foco do terremoto o hipocentro, no interior do planeta, ondas sísmicas se propagam até a superfície. O ponto da superfície vertical ao foco é chamado epicentro. As repercussões dos abalos sísmicos atingem áreas maiores ou menores da superfície em função da profundidade do foco. Abalos com foco pouco profundo atingem áreas pequenas da superfície. Abalos com foco muito profundo propagam seus efeitos por vastas áreas, mas quanto maior é o afastamento do epicentro, menor são as destruições geradas pelo sismo. A maioria dos abalos sísmicos tem o seu foco em profundidades inferiores a 50 km e a sua magnitude é medida por um aparelho chamado sismógrafo. Quando ocorrem no fundo dos oceanos dão origem a maremotos ou tsunamis, ondas gigantes que se atingirem as costas habitadas, ocasionam grandes prejuízos materiais com enorme perda de vidas humanas, como ocorrido em 26 de dezembro de 2004, no Pacífico, com mais de 200 mil mortos. No Brasil ocorrem alguns terremotos com intensidade muito baixa, quando ocorrem alguns mais significativos, como em 2004, no Acre, com magnitude de 6,8 na Escala Richter, acontecem em áreas pouco habitadas. O Tectonismo ou Diastrofismo compreende o conjunto de forças que atuam na crosta terrestreformando elevações. Essas forças, originadas por pressões 272 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Italo Trigueiro) internas, provocam ascensão do magma e os deslocamentos das placas gerando movimentos que são classificados em orogenéticos e epirogenéticos. Na orogênese ocorre a elevação de vasta porção da superfície dando origem às grandes cadeias montanhosas do planeta, como os Andes (América do Sul), Rochosa (América do Norte), Himalaia (Ásia), etc. Forças tangenciais, geradas pelo deslocamento de duas placas tectônicas deformam a crosta arqueando o material existente entre elas provocando a formação de dobramentos se as rochas forem mais flexíveis e falhamentos se as rochas forem mais rígidas. ESCALA RICHTER DOBRAMENTOS FALHAS Fonte: Font-Altaba, M e Arribas, A. San Miguel. Atlas de Geologia. Rio de Janeiro, Livro Íbero-Americano, 1980. p.d 2-3. Os movimentos de longa duração geológica, como, por exemplo, os soerguimentos lentos da península escandinava, são chamados de epirogênese. Outro exemplo clássico desse tipo de movimento é o rebaixamento progressivo da fachada litorânea da Holanda, que motivou a construção dos célebres pôlderes. A epirogênese age sobre áreas estáveis da crosta, especialmente bacias sedimentares encaixadas no interior de escudos cristalinos. Ela representa uma das causas de transgressões e regressões marinhas. Esse avanço ou recuo do mar pode ocorrer, também, pela elevação do nível do mar provocada por congelamento ou descongelamento de calotas polares em função de variações de temperatura. Essa variação é denominada eustatismo. AS CHUVAS E AS ENXURRADAS Se a área for relativamente plana, parte da água da chuva cai e escoa sobre o terreno suavemente. Em regiões mais acidentadas, podem-se formar enxurradas. Nesses casos, especialmente se não houver cobertura vegetal, a água corre com velocidade e força suficientes para, em seu caminho carregar pedaços de rochas e outros minerais, causando inúmeros estragos, entre eles o deslizamento de terras sobre áreas habitadas. Nas grandes cidades brasileiras, esses danos são frequentes, sobretudo onde a vegetação das encostas de morros é derrubada para dar lugar a habitações. Deslizamento de terra em São Paulo. ESTRUTURA GEOLÓGICA E RELEVO TERRESTRE O conhecimento da estrutura geológica é fundamental para que compreendamos o desenvolvimento do relevo, uma vez que as formas topográficas constituem manifestações diretas da estrutura que, por sua vez, relaciona-se com a composição mineralógica das rochas quanto à capacidade de oferecer uma maior ou menor resistência ao intemperismo. Descrição Magnitude Efeitos Frequência Micro < 2.0 Microtremor de terra, não se sente. ~8.000/dia. Muito Pequeno 2.0-2.9 Geralmente não se sente mas é destacado/registrado. ~ 1.000/dia. Pequeno 3.0-3.9 Frequentemente sentido, mas raramente causa danos. ~ 49000/ano. Ligeiro 4.0-4.9 Tremor notório de objetos no interior de habitações, ruídos de choque entre objetos. Danos importantes pouco comuns. ~ 6200/ano. Moderado 5.0-5.9 Pode causar danos maiores em edifícios mal concebidos em zonas restritas. Provoca danos ligeiros em edifícios bem construídos. ~ 800/ano. Forte 6.0-6.9 Pode destruir em zonas num raio de até 180 km em áreas habitadas. ~ 120/ano. Grande 7.0-7.9 Pode provocar danos graves em zonas mais vastas. ~ 18/ano. Importante 8.0-8.9 Pode causar danos sérios em zonas num raio de centenas de quilômetros. ~ 1/ano. Excepcional 9.0-9.9 Devasta zonas num raio de milhares de quilômetros. 1 cada 20 anos. Extremo > 10 Nunca registrado Nunca registrado. Aula 29 – Relevo e Agentes I 273 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência Os escudos cristalinos, também denominados crátons, são formados pelas rochas magmáticas intrusivas, mais antigas da Terra, consolidadas e metamorfoseadas durante o Pré-Cambriano. Por isso foram muito desgastados pelo longo período submetido aos processos erosivos. A elas associamos a presença dos minerais metálicos existentes no planeta. Das bacias sedimentares, predominantes no planeta, as mais antigas são constituídas por terrenos antigos rebaixados que sofreram intenso processo de sedimentação marinha e continental a partir do Paleozoico, e que, posteriormente, foram levantados para níveis acima do mar, e as mais recentes ainda estão sofrendo sedimentação litorânea e fluvial. Nelas encontramos os recursos energéticos como o petróleo, carvão mineral e gás natural. As Grandes Planícies Centrais (EUA), a bacia de Paris (França), a bacia Russo-Siberiana (Rússia) e a bacia do Paraná (Paraná), constituem exemplos. As cadeias dobradas (Dobramentos orogenéticos) constituem o sistema montanhoso mais recente do planeta, a partir do Terciário, e o que apresenta as altitudes mais elevadas. São resultantes do encontro de duas placas tectônicas e apresentam instabilidade geológica com frequentes terremotos e intensa atividade vulcânica. A Cordilheira dos Andes e o Himalaia são exemplos de dobramentos modernos. PLANISFÉRIO FÍSICO Fonte: Geographie 2ª. Paris, Hartier, 1987. O relevo pode ser definido como o conjunto de acidentes irregulares – depressões e elevações - que modelam a superfície terrestre. Ele é extremamente dinâmico sendo o produto da interação de forças endógenas (internas) que são responsáveis pela sua formação, e de forças exógenas (externas), verdadeiras escultoras da natureza, podendo atuar sucessiva e simultaneamente. Todos os eventos externos têm no sol a sua fonte de energia enquanto os internos são derivados da energia interna da Terra. O estudo do relevo é da responsabilidade da Geomorfologia e as principais formas de relevo são as montanhas, os planaltos, as planícies e as depressões. • As MONTANHAS grande elevação natural do terreno com altitude superior a 3000 metros e constituída por um agrupamento de morros. A orogênese é o ramo da geologia que estuda a origem e formação das montanhas. • Os PLANALTOS são extensões de terrenos mais ou menos planos, situados em altitudes variáveis. Em geomorfologia usa-se, às vezes, este termo como sinônimo de superfície pouco acidentada, para designar grandes massas de relevo arrasadas pela erosão, constituindo uma superfície de erosão. Diz-se, então, que a superfície do planalto e muito regular. • As PLANÍCIES são extensões de terrenos mais ou menos planos onde os processos de agradação superam os de degradação. É necessário salientar que existem planícies que podem estar a mais de 1.000m de altitude, que constituem as chamadas planícies de nível de base local, ou planícies de montanha. As planícies podem ser classificadas, quanto à sua situação em marítimas, costeiras e continentais. • A DEPRESSÃO é uma área ou porção do relevo situado abaixo do nível do mar, ou abaixo das regiões que lhe estão próximas. As depressões do primeiro tipo, isto é, abaixo do nível do mar, são denominadas depressões absolutas (mar Morto, Israel-Jordânia, 274 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Italo Trigueiro) com 395m abaixo do nível do mar), e as do segundo tipo, depressões relativas. • A CHAPADA é a denominação usada no Brasil para as grandes superfícies, por vezes horizontais, e a mais de 600 metros de altitude que aparecem na região Centro-Oeste do Brasil. Do ponto de vista geomorfológico a chapada é, na realidade, um planalto sedimentar típico. • A denominação SERRA é usada na descrição da paisagem física de terrenos acidentados com fortes desníveis. No Brasil, elas designam, às vezes, acidentes variados, como escarpas de planaltos. As serras são às vezes divididas quanto a sua extensão em serras curtase serras longas. GUERRA, Antonio J.T. Novo Dicionário Geológico-Geomorfológico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2008. FORMAS DO RELEVO SEMANA 29 - GEOGRAFIA II - RELEVO E AGENTES - I - TRIGUEIRO As diversas formas da crosta terrestre se encontram em constante modificação em razão da atuação de forças internas (agentes endógenos) e externas (agentes exógenos). A epirogênese está associada à dinâmica do equilíbrio isostático da crosta terrestre, afetando grandes partes de áreas continentais, provocando o rebaixamento ou levantamento dos litorais e, assim, as transgressões (invasões do mar, como no Mar do Nor... A orogênese: (do grego Oros - “montanha”, e Genus - “origem” / “geração”) é representada por esforços internos horizontais da crosta terrestre, de curta duração geológica mas de grande intensidade, gerando dobramentos (quando exercidos sobre terrenos ... ESTRUTURA GEOLÓGICA E RELEVO TERRESTRE O conhecimento da estrutura geológica é fundamental para que compreendamos o desenvolvimento do relevo, uma vez que as formas topográficas constituem manifestações diretas da estrutura que, por sua vez, relaciona-se com a composição mineralógica das r... Os escudos cristalinos, também denominados crátons, são formados pelas rochas magmáticas intrusivas, mais antigas da Terra, consolidadas e metamorfoseadas durante o Pré-Cambriano. Por isso foram muito desgastados pelo longo período submetido aos proce... Das bacias sedimentares, predominantes no planeta, as mais antigas são constituídas por terrenos antigos rebaixados que sofreram intenso processo de sedimentação marinha e continental a partir do Paleozoico, e que, posteriormente, foram levantados par... As cadeias dobradas (Dobramentos orogenéticos) constituem o sistema montanhoso mais recente do planeta, a partir do Terciário, e o que apresenta as altitudes mais elevadas. São resultantes do encontro de duas placas tectônicas e apresentam instabilida... PLANISFÉRIO FÍSICO Fonte: Geographie 2ª. Paris, Hartier, 1987.