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Aula 2 – Civilização Hebráica 21 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência Questão 05 Assinalar a opção que identifique corretamente os seguintes eventos: l. Saída do Egito sob o comando de Moisés. ll. Dispersão dos judeus provocada pelos romanos. lll. Divisão dos hebreus em dois reinos: Judá e lsrael. lV. Movimento dos judeus para a volta à Terra Prometida. V. “Revolta das Pedras”, em Gaza e Cisjordânia, contra a ocupação judaica. Assim temos, respectivamente: a) Diáspora-Êxodo-Cisma-lntifada-Sionismo. b) Cisma-Êxodo-Diáspora-Sionismo-lntifada. c) Êxodo-Diáspora-Cisma-Sionismo-lntifada. d) lntifada-Diáspora-Êxodo-Cisma-Sionismo. e) Êxodo-Cisma-Sionismo-Diáspora-lntifada . Anotações 22 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO Questão 01 Os fatos que marcaram a saída dos hebreus da palestina em 70 d.C., e posteriormente, o seu retorno com o fim da 2º Guerra Mundial, foram, respectivamente: a) Hégira e Diáspora. b) Êxodo e Sionismo. c) Diáspora e Êxodo. d) Sionismo e Hégira. e) Diáspora e Sionismo. Questão 02 Diáspora é o termo que designa a dispersão dos hebreus por várias regiões do mundo, após serem expulsos de seu território no século ll. Somente depois de 1948, com a criação do Estado de lsrael, esse povo pôde voltar a se reunir num mesmo país. Entretanto, essa reconquista vem sendo, há quase meio século, motivo de contendas entres os israelenses e o povo ocupante daquela região. O ano de 1995, talvez, seja o marco do apaziguamento desses conflitos, uma vez que acordos têm sido realizados por seus líderes, sob a chancela da diplomacia internacional — o que, infelizmente, não impediu o assassinato do primeiro-ministro de lsrael. O povo que provocou a dispersão dos hebreus no século ll e o povo que manteve o confronto com os israelenses desde 1948 são, respectivamente: a) os egípcios e os iranianos. b) os romanos e os palestinos. c) os palestinos e os egípcios. d) os romanos e os iranianos. e) os egípcios e os palestinos. Questão 03 Estabeleça a correspondência entre as colunas, considerando que, na Coluna 1, são apresentadas civilizações antigas e, na Coluna 2, criações destas civilizações que continuam influenciando nosso cotidiano. COLUNA 1 1. Roma 2. Fenícia 3. Grécia 4. Egito 5. Mesopotâmia COLUNA 2 ( ) A elaboração desta prova foi possível graças aos símbolos que compõem o alfabeto; ( ) Ainda que se realize anualmente, o vestibular tem o caráter de uma verdadeira Olimpíada; ( ) Um dos cursos mais concorridos, neste vestibular, é o de Direito; ( ) A consulta aos astros indica que você se sairá bem nesta prova; ( ) Falta cerca de um ano, ou seja, aproximadamente, 365 dias para o próximo vestibular. Agora assinale a seqüência correta, de cima para baixo: a) 1, 2, 3, 4 e 5. b) 1, 3, 5, 2 e 4. c) 2, 3, 1, 5 e 4. d) 4, 5, 3, 2 e 1. e) 2, 1, 3, 4 e 5. Questão 04 Sobre as sociedades do antigo Oriente Próximo podemos afirmar corretamente: 01. o recrutamento ao trabalho coletivo, muito comum naquelas sociedades, contribuiu para o enfraquecimento do Estado; 02. a ideologia religiosa exerceu uma marcante influência sobre as populações daquelas sociedades; 03. com exceção da sociedade persa, as demais sofreram no seu processo de formação, grande influência da cultura romana; 04. a grande dependência daqueles povos às condições ambientais contribuiu para uma estruturação mística do pensamento; 05. a associação do Rei ao Divino favorecia a concentração dos poderes nas mãos dos dirigentes. Questão 05 Considere as afirmativas abaixo. l. A cultura hebraica sofreu marcante influência dos povos do Egito e da Mesopotâmia. ll. A religião hebraica evolui do politeísmo para uma religião ética e monoteísta. lll. Liderado por Moisés, o povo hebreu realizou a Diáspora, saindo do Egito para retornar à Palestina. lV. A sociedade criada pelos hebreus desenvolveu precocemente a propriedade privada da terra. Considerando as proposições acima, pode-se afirmar que são corretas as de números: a) l, ll, lll, lV. d) l, lll, lV. b) l, ll, lll. e) ll, lll, lV. c) l, ll, lV. Questão 06 Quantos aos hebreus é correta a afirmação que: a) foram o primeiro povo a elaborar uma religião monoteísta. b) sua religião sempre foi politeísta. c) durante toda a sua história tiveram uma religião monoteísta. d) foram um dos únicos povos da chamada Antigüidade oriental que durante a maior parte de sua história teve uma religião monoteísta. e) adotaram facilmente a religião politeísta dos romanos. Questão 07 Sobre os povos da Antigüidade Oriental, é correto afirmar: a) A agricultura foi o principal fator de enriquecimento e desenvolvimento dos hebreus, devido ao aproveitamento das águas através de complexos e amplos sistemas de irrigação. b) A religião constituiu a principal herança deixada pelos egípcios, de onde provém o monoteísmo judaico. c) O comércio marítimo marcou a presença histórica dos fenícios, que estabeleceram contatos com diversos povos, ao longo da costa do Mar Mediterrâneo. d) A guerra de conquista foi a principal característica dos sumérios, povo que construiu um império que se estendia do Egito às fronteiras da Índia. e) A escrita cuneiforme, uma das mais importantes formas de registro escrito, produzido em blocos de argila, foi a principal contribuição dos persas, povo que habitou a Mesopotâmia. Aula 2 – Civilização Hebráica 23 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência Questão 08 Leia as afirmações abaixo a respeito do judaísmo e do cristianismo primitivo. I. O Deus judaico era um Deus essencialmente nacional, enquanto o Deus cristão era universal. II. Ao contrário do Deus judaico que possuía, ao lado da bondade, alguns atributos de maldade e vingança, o Deus cristão era essencialmente bom. III. O cristianismo preocupava-se mais com os problemas terrenos do que com a vida eterna. Da leitura dessas afirmações, podemos dizer, corretamente que: a) apenas I é verdadeira. b) apenas II é verdadeira. c) apenas I e III são verdadeiras. d) apenas II e III são verdadeiras. e) apenas I e II são verdadeiras. Questão 09 A lei da antiga civilização judaica, também conhecida como “código deuteronômico”, estabelecia uma série de regras que envolviam desde os alimentos consumidos aos relacionamentos pessoais. A lei dizia: “Com homem não te deitarás como se fosse mulher: é abominação” (Lv. 18:22). Em outro trecho, o mesmo tema é retomado: “Se um homem se deitar com outro homem, como se fosse mulher, ambos praticaram coisa abominável; serão mortos; o seu sangue cairá sobre eles” (Lv. 20:13). Os fragmentos da lei evidenciam, no cotidiano da antiga civilização judaica, a) a superioridade do papel do homem sobre o da mulher. b) a intolerância às práticas e relacionamentos homossexuais. c) a existência de pena de morte para todas as transgressões. d) a igualdade de direitos entre homens e mulheres. e) a dura punição em relação aos crimes sexuais. Questão 10 Falou o Senhor a Moisés e a Arão, dizendo-lhes: Dizei aos filhos de Israel: São estes os animais que comereis de todos os quadrúpedes, que há sobre a terra: todo que tem unhas fendidas, e o casco divide em dois e rumina, entre os animais, esse comereis. Destes, porém, não comereis: (...). Também o porco, porque tem unhas fendidas, e o casco dividido, mas não rumina (...) da sua carne não comereis, nem tocareis no seu cadáver (...). Levítico 11: 1-4, 7-8. Ao longo de sua história e formação como povo, os judeus observaram diversas leis dietéticas que não eram encaradas apenas como mandamento religioso, mas também como regulamento sanitário. A proibição quanto ao consumo da carne de porco atesta a) a crença,entre os judeus, de que esse animal é imundo (impuro). b) um sinal da rejeição desse alimento nas sociedades antigas. c) a impossibilidade de se criar porcos nas áridas terras do Oriente Médio. d) o desconhecimento da existência desse animal pelos antigos judeus. e) o caráter sagrado desse animal na perspectiva da religião judaica CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL Prof. Monteiro Jr. VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência Aula 3 - CIVILIZAÇÃO FENÍCIA POVOAMENTO E LOCALIZAÇÃO Os fenícios eram povos de origem semita pertencentes ao ramo dos Cananeus. Entre si denominavam-se Cananeus e sidonianos. O nome Fenícios lhes foi atribuído pelos gregos. Originalmente a palavra expressava a cor avermelhada que os gregos acreditavam ver na pele dos fenícios. Os fenícios não eram autóctones – habitantes primitivos da terra ou descendentes das raças que sempre ali habitaram –. Segundo Heródoto, eles teriam vindo do oceano Índico, provavelmente tenham emigrado do território situado entre o Mar Morto e o Mar Vermelho e se estabeleceram na Síria, na região chamada de Canaã. O território da Fenícia, na Antigüidade, corresponde a maior parte do atual Líbano. O limite sul atingia o Monte Carmelo e ao norte limitava-se com a cidade de Árado; a leste, com a cadeia montanhosa do Líbano e a oeste com o mar. Formado por uma estreita faixa de terra de aproximadamente 200 quilômetros ao longo do Mar Mediterrâneo, em uma região montanhosa, os fenícios possuíam diminutas áreas adequadas para a agricultura. Contudo, a costa acidentada, a existência de inúmeros portos naturais, e a presença de uma floresta que fornecia uma grande quantidade de madeira (cedro do Líbano) para a fabricação de navios determinaram, em grande parte, o seu desenvolvimento histórico, voltado para o comércio marítimo, dividida em cidades- estados autônomas e sujeita a dominação política de grandes potências. ECONOMIA Com reduzidas áreas férteis, os fenícios até desenvolveram atividades agrícolas, como o plantio de cereais, vinhas e oliveiras e a pecuária que eram importantes para a sua sobrevivência. Contudo, suas principais atividades econômicas eram o comércio marítimo e o artesanato. As florestas forneciam madeira para a construção de navios. Produziam vidros transparentes, fabricavam jóias de marfim, âmbar, prata e ouro e, principalmente, vendiam tecidos tingidos com púrpura, tintura retirada do múrice, molusco encontrado comumente no litoral. Vendendo os seus produtos ou simplesmente intermediando produtos de outros países, os fenícios foram exímios navegantes e comerciantes. Em suas viagens, durante o dia orientavam-se pelo Sol e à noite pela constelação da Ursa Maior. Seus barcos combinavam remos e velas, proporcionando grande velocidade. Para os fenícios tudo era mercadoria. Comércio e pirataria eram sinônimos. As aldeias costeiras eram comumente saqueadas pelos fenícios que raptavam homens, mulheres e crianças para vendê- los como escravos. Como grandes navegantes, os fenícios alargaram fronteiras do mundo. Hegemonizaram o comércio pelo mediterrâneo, atingiram o Mar Negro e o oceano Atlântico, realizaram a primeira viagem de circunavegação da África, percorreram o litoral inglês e há indícios de que estiveram até na América. A Pedra da Gávea, no Rio de Janeiro, traz inscrições que alguns especialistas afirmam que foram feitas pelos fenícios. Os fenícios fundaram importantes feitorias ou colônias ao longo do Mar Mediterrâneo com Cartago, Cádiz, Marselha, Chipre, Sicília, Sardenha e Trípole. As rotas marítimas fenícias eram envoltas em mistério pois os fenícios não queriam que outros povos descobrissem o rumo dos seus navios. ORGANIZAÇÃO POLÍTICA Os fenícios jamais se centralizaram politicamente e desenvolveram o conceito de cidades-estados como Ugarit, Sídon, Biblos, Tiro e Arad. Cada cidade era administrada por dois Sufestas (altos magistrados), pertencentes a oligarquia mercantil. Algumas cidades em momentos diferentes exerciam a hegemonia econômica sobre as demais em função do controle das principais rotas de comércio. Não era uma dominação política e sim econômica. As cidades alimentavam rivalidades recíprocas e preferiam alianças com outros Estados mais fortes como o Egito ou os Hebreus, à época do Rei Salomão. As cidades fenícias caíram sob jugo dos assírios. Posteriormente estiveram sob o domínio caldaico e, sucessivamente, persa, greco- macedônico e romano. CULTURA E RELIGIÃO O traço cultural mais característicos dos fenícios foi a ausência de originalidade. Como comerciantes acabaram incorporando padrões culturais de vários povos que entraram em contato. Por exemplo, as sepulturas fenícias eram ornamentadas sob motivos mesopotâmicos ou egípcios. Assim os fenícios eram mais habilidosos do que criativos. A atividade comercial intensa transformou os fenícios em importantes elos culturais de povos para os quais, por via direta, somente mais tarde entrariam em contato. Para os escritores antigos como Heródoto, Tucídides e Estrabão intermediaram a divulgação de idéias e técnicas. Para o geógrafo Estrabão, os fenícios se constituíam na fonte utilizada para as rotas narradas pelo poema Odisséia, atribuído a Homero. O grande legado cultural dos fenícios foi a invenção do alfabeto desenvolvido a partir dos caracteres cuneiformes mesopotâmicos e da escrita hieroglífica egípcia. Mesmo tão grandioso invenção era envolta em um sentido prático: a necessidade de simplificar o registro das transações comerciais. O alfabeto fenício era uma escrita fonética para representar o som das palavras e constituído apenas por consoantes. Foram os gregos que introduziram as vogais no alfabeto. A Religião Fenícia era politeísta e seus deuses eram locais. Cada cidade tinha seu Deus (Baal) ou Deusa (Baalat) protetora. Astarte era a Deusa da fecundidade; Melkart, Deus protetor de Tiro, era violento e guerreiro; Aliyan era o deus das águas e fontes. A Religião Fenícia era trágica e violenta em seus rituais. Em cultos realizados ao ar livre e em locais elevados, seres humanos eram mortos e aos deuses eram oferecidos os sacrifício de sua vidas. A sociedade Fenícia era de classes e possibilitava mobilidade social, de acordo com o acúmulo de riquezas. A oligarquia mercantil constituía a camada dominante juntamente com sacerdotes e os altos funcionários reais. Havia uma camada intermediária constituída por trabalhadores livres empregados na Aula 3 – Civilização Fenícia e Persa 25 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência pesca, agricultura, artesanato e marinha. Na base da pirâmide social estavam os escravos, mercadoria empregada nas trocas e trabalhadores em atividade, agrícolas ou remadoras do navio. ALFABETO FENÍCIO “Em 1.500 a.C., a escrita hieroglífica egípcia e a escrita cuneiforme babilônica (herdada dos sumérios), juntamente com a escrita chinesa do leste, eram as linguagens escritas mais importantes do mundo. Todas eram tremendamente complicadas e não havia motivo para que não permanecessem complicadas até hoje como a chinesa. Entre os egípcios e babilônios, existiam os cananeus, que habitavam a costa oriental do Mar Mediterrâneo. (Foram chamados fenícios pelos gregos.) Eram negociantes que, entre outras coisas, agiam como intermediários entre egípcios e babilônios. Era necessário que esses negociantes conhecessem tanto a linguagem egípcia como a babilônica e esta era uma tarefa realmente difícil. Um cananeu desconhecido resolveu simplificar a escrita inventando uma espécie de taquigrafia. Pensou que poderia dar um símbolo separado para cada um dos sons emitidos pelos seres humanos na linguagem falada. Assim, seria possível construir palavras de qualquer língua, usando esses símbolos sonoros, que já tinham sido usados pelos egípcios, que preservavam tal esquema para as sílabasou para palavras completas. O inventor cananeu tinha a idéia de que os sons-símbolos deveriam ser usados exclusivamente e que as palavras seriam construídas com eles combinados. Os dois primeiros símbolos dessa coleção foram o Aleph (que era o símbolo usado para designar o boi) e o beth (símbolo que significava casa). Para os gregos, que passaram a adotar esse sistema, tornaram-se alfa e beta, e nós ainda conhecemos o sistema de símbolos como o alfabeto. O alfabeto fenício, que foi o primeiro a ser usado, em 1.500 a.C., revolucionou a escrita, tornando muito mais fácil ler e escrever, ampliando portanto as oportunidades literárias. Essa é a uma invenção que parece ter ocorrido somente uma vez na história humana. O alfabeto não foi inventado independentemente por qualquer outra sociedade. Todos os alfabetos em uso nos dias atuais (inclusive este em que está escrito e impresso este livro), descendem daquele primeiro alfabeto fenício.” O ALFABETO FENÍCIO E SEU SIGNIFICADO CIVILIZAÇÃO PERSA POVOAMENTO E LOCALIZAÇÃO A Pérsia antiga corresponde ao atual planalto do Irã, localizado ao leste da Mesopotâmia, entre o mar Cáspio e o Golfo Pérsico. Este território foi povoado em torno de 2000 a.C. por povos indo- europeus que emigraram do sul da Rússia e da Ásia Central. O Planalto do Irã foi então dividido em dois grupos principais: Os Medos que ocuparam a região norte e os Persas que ocuparam o sul do planalto do Irã, se constituindo assim em dois reinos independentes. A UNIFICAÇÃO POLÍTICA Os Medos inicialmente exerceram a hegemonia sobre todo o planalto iraniano, dominando inclusive os persas. O apogeu do reino Média ocorreu no governo de Ciáxares (625 a 585 a.C.) que derrotou invasores citas e, aliados com os caldeus, destruiu o poder belicoso dos assírios. Em torno de 550 a.C., Ciro, o grande, comandou a rebelião dos persas contra o domínio dos medos. Vitorioso, unificou os dois reinos e tornou-se o primeiro Xá – título de Imperador – do império persa. Em pouco mais de vinte anos, Ciro comandou a formação do maior, mais poderoso e mais organizado império até então conhecido. A EVOLUÇÃO HISTÓRICA Sob o comando de Ciro, os Persas conquistaram militarmente a Lídia, na Ásia Menor e a Mesopotâmia. Tido como um grande comandante militar, há uma tendência da historiografia romântica em heroificar Ciro e transformar a história na epopéia dos grandes homens. Nada mais equivocado. É impossível atribuir os triunfos militares dos Persas apenas ao comando do seu líder. A história é ação coletiva como ensinou o teatrólogo alemão Bertold Brecht no poema “perguntas de um trabalhador que lê”: “... Uma vitória em cada página, quem cozinhava os banquetes da vitória? Um grande homem a cada dez anos. Quem pagava as despesas? Tantos relatos. Tantas perguntas.” Na verdade, Ciro foi aceito pelos medos como novo imperador sem maiores resistências. Havia um sentimento de consangüinidade natural entre medos e persas e a chamada “conquista” dos medos deve ser melhor caracterizada como mudança de dinastia. A expansão imperialista persa foi favorecida pela decadência dos impérios da antigüidade oriental. Além disso o território persa era possuidor de poucas terras férteis, onde os desertos se estendiam por mais da metade do território. O crescimento da população era um convite para conquistas territoriais para além das fronteiras primitivas. Creso, rei da Lídia, se sentiu ameaçado pelos persas. Segundo Heródoto, Creso consultou o oráculo de Delfos para orientar suas ações. Recebeu como resposta que deveria iniciar uma guerra preventiva e que, se assumisse o comando das ações, destruiria um grande exército. Assim o fez. Porém o exército destruído foi o seu. Assim os persas anexaram o seu reino. Em 539 a.C. Ciro comandou a ocupação da Mesopotâmia pelos persas. Seu triunfo foi possível graças a dissensões internas dos caldeus. Judeus e sacerdotes babilônicos se aliaram aos persas que acabaram por conquistar todo o Crescente Fértil. 26 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. Durante a conquista da Babilônia, Ciro revelou a estratégia de convivência com os povos dominados que acabaria caracterizando também a atuação dos demais imperadores persas. Ciro não permitiu que seus soldados saqueassem os templos babilônicos e chegou, inclusive, a visitar um dos templos da religião local para reverenciar seus deuses. Os judeus, escravizados no “Cativeiro Babilônico”, foram libertos e puderam regressar a Palestina. Os persas procuraram assim respeitar os costumes, leis e religiões dos povos subjugados. Boa forma de dominação... Apesar dessa aparente liberdade, o imperialismo persa era baseado na opressão. Os povos conquistados pagavam altos tributos, seus cidadãos não podiam ocupar cargos públicos e eram “convidados” à participação nas guerras ao lado do exército persa. Isto explica a ocorrência de tantas rebeliões contra o domínio persa. Ciro morreu em 529 a.C. como conseqüência de ferimentos de guerras. Seu sucessor foi seu filho Cambises, que comandou o exército persa na célebre Batalha de Pelusa (525 a.C.), anexando o Egito ao império Persa. O império Persa ardia em revoltas internas. Caldeus, elamitas e medos lutavam contra o seu domínio. Conspiradores tramavam contra o imperador ausente. Cambises tentou regressar do Egito para aplacar as revoltas. Não conseguiu chegar a Pérsia sendo assassinado no caminho. Dário I, um nobre poderoso, esmagou as revoltas internas e tomou posse do trono. Sob o seu comando o Império Persa atingiu seu apogeu, consolidando domínios anteriores conquistados e ampliando-os ainda mais. Dário expandiu o reino do vale do rio Indo até o norte da Grécia. Para facilitar a administração de um império tão grandioso, Dário dividiu o reino persa em vinte e uma satrapias ou províncias. Para cada satrapia havia duas grandes autoridades locais, ambas subordinadas ao imperador: o Sátrapa, encarregando por assuntos de jurisdição civil, e o General, encarregado do comando militar da província. Para evitar conspirações nas satrapias, era indicado um secretário em cada província para examinar a correspondência do Sátrapa e delatar quaisquer atos de traição. Além disso, a cada ano, o rei enviava os inspetores especiais (“os olhos e ouvidos do rei”), munidos de poderosa guarda, para fiscalizar a lealdade do Sátrapa. A estratégia fundamental da conduta do Estado tinha como objetivo a eficiência militar e a segurança política. Dário ordenou a construção de uma imensa cadeia de estradas para controlar seu vasto império.As quatro capitais do Império: Susa, Persépolis, Babilônia e Ecbátana, eram interligadas entre si e as diversas províncias. O comércio acabou se desenvolvendo bastante através das estradas reais onde transitavam soldados e mercadorias. A unificação do padrão monetário com a implantação de uma moeda de ouro, o dárico, também facilitou as transações mercantis. A expansão imperialista atingiu seu apogeu durante o governo de Dário. Na perspectiva marxista, o desenvolvimento histórico de um modelo econômico e social baseado na exploração, traz dentro de si as sementes da sua desintegração. Com efeito, o apogeu persa foi seguido pela sua decadência que se acentuou no reinado de Xerxes, que sucedeu Dário. O expansionismo persa pela Ásia menor gerou conflitos com as colônia gregas daquela região. Os gregos, ameaçados pelas pretensões imperialistas de Dário, iniciaram as revoltas nas áreas coloniais contra os pesados impostos e as obrigações de serviço militar, exigidos pelos persas. Eis a origem das Guerras Médicas, o confronto entre gregos e persas. Os persas acabaram sofrendo derrotas sucessivas diante dos gregos. Em 490 a.C. o exército de Dário foi vencido na mitológica batalha de Maratona. Em 480 a.C. a marinha de Xerxes sofreuum revés na batalha de Salamina e, finalmente em 479 a.C. os persas foram definitivamente derrotados na Batalha de Platéia. As derrotas militares diante dos gregos e as constantes revoltas nas províncias provocaram o declínio persa. No ano de 334 a.C. os persas acabaram caindo sob o jugo dos macedônicos, comandados por Alexandre Magno. O ESTADO PERSA O Estado Persa era uma monarquia despótica do direito divino. O monarca, denominado Xá, era tido como representante de Deus. Em tese, não havia limite para a autoridade real que não seguia constituição ou princípio de justiça devendo respeito apenas a Deus. Na prática, contudo, havia limite para o exercício do poder real, que devia respeitar as leis consuetudinárias de medos e persas e o poder dos principais nobres. A dominação do Estado era ideológica, em que o Xá era tido como representante de Deus, e coercitiva, reprimindo com violência as revoltas populares. Assim eram preservados os privilégios dos aristocratas, nobres e sacerdotes. SOCIEDADE A sociedade persa, dividida em classes, possuía pequena mobilidade. A classe dominante era constituída pela família real, os sacerdotes, a nobreza, os comandantes militares e alguns ricos comerciantes. Sustentando os privilégios aristocráticos estavam os artesãos, escravos e camponeses. Organizado sob o modo de produção asiático, o Estado era proprietário nominal das terras. CULTURA A produção cultural persa não possuía originalidade e foi assimilada de outros povos. Os persas incorporaram contribuições culturais distintas como o calendário solar egípcio, a escrita cuneiforme dos sumérios e a moeda criada pelos Lídios. SEMANA 03 - H. GERAL - CIVILIZAÇÕES FENÍCIA E PERSA - MONTEIRO - após correção do professor
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