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Aula 30 – Guerra Fria (Parte 2) 141 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência finalmente, britânicos, o país conquistou sua independência em 1919. A partir da independência do domínio britânico, o país foi agitado por disputas internas pelo poder envolvendo diversos grupos. Em 1979, às vésperas da invasão soviética, o Afeganistão era governado por Mohamed Taraki, que havia instalado um governo de viés socialista. Entretanto, a situação de fragilidade do governo de Taraki, frente à oposição crescente de grupos fundamentalistas islâmicos, levou a URSS a ocupar o Afeganistão em 1979, entregando o poder a Babrak Karmal, líder ainda mais alinhado aos interesses de Moscou na região. Reagindo à ocupação do país pelos soviéticos, vistos pelos afegãos como “ateus infiéis”, a população organizou uma guerrilha armada (movimento mujahedin) que passou a lutar contra a ocupação do país. Os mujahedins (ou combatentes) passaram a receber ajuda financeira e militar dos EUA. Também receberam ajuda de um milionário saudita, Osama Bin Laden, que acreditava ser o dever de todo muçulmano ajudar um país islâmico na luta contra os infiéis. Osama Bin Laden, participando da guerrilha mujahedin no Afeganistão, nos anos 1980. Depois de dez anos de conflitos, que resultaram na morte de mais de 15 mil soldados soviéticos, Moscou ordenou a retirada de suas tropas do Afeganistão. É por isso que se diz que o Afeganistão foi para a URSS o que o Vietnã foi para os EUA LEITURA COMPLEMENTAR I: O REINADO DA FAMÍLIA KIM Três anos depois, em 1948, quando a União Soviética estabeleceu a República Democrática Popular na Coreia do Norte, como líder oficial do Partido dos Trabalhadores Coreano, Kim Il-Sung passou a ter um poder quase que total sobre o país, ao exercer um papel similar ao que Mao Tsé Tung (1893 – 1976) desempenhou na China. Entre 1950 e 1953, liderou os norte-coreanos na guerra contra a Coreia do Sul, na época, protegida pelos Estados Unidos e Nações Unidas. Após o acordo de paz entre as duas Coreias, intensificou seu governo ditatorial, tendo como base o culto à personalidade. Desde então, passou a ser tratado como "Grande Líder". Ao mesmo tempo, seu filho Kim Jong-il (1942), ao ganhar o atributo de "Estimado Líder", acabou designado à sucessão. Embora houvesse pleitos eleitorais na Coreia do Norte, antes de morrer de parada cardíaca em 1994, aos 82 anos, Kim Il-Sung conseguiu empossar seu filho no cargo de secretário- geral do Partido dos Trabalhadores da Coreia, partido que governa de fato a República Popular Democrática da Coreia do Norte, assegurando a sucessão familiar. Embora, haja quem diga que essa situação tenha sido decidida de forma quase que ditatorial, o certo é que Kim Jong-il foi preparado, desde cedo, para substituir o pai. Ao longo de sua vida escolar, Kim Jong-il foi preparado para atuar na política, tanto que participou de grupos de estudo de teoria política marxista e, ao entrar na universidade, dedicou-se a economia política marxista. Em 1961, juntou-se ao Partido dos Trabalhadores da Coreia, ao mesmo tempo em que começou a acompanhar o pai em tours de orientação em fábricas, fazendas e outros locais de trabalho. Nessa época, ele ainda era chamado de playboy, por gostar de mulheres, bebidas e filmes de faroeste. Contudo, após graduar-se em 1964, deu inicio à própria ascensão na hierarquia do poder. Como instrutor chefe do Comitê Central do Partido, trabalhou para que as atividades da entidade não se afastassem da linha ideológica definida por seu pai. Ele também colocou em prática medidas para garantir o sistema ideológico do Partido, atuando sobre os meios de comunicação, escritores e artistas, enquanto supervisionava as atividades de propaganda. 142 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. Entre 1967-1969, voltou sua atenção para os militares, por acreditar que os burocratas do Exército do Povo Coreano oprimiam organizações políticas do Exército. Por conseguinte, durante a Quarta Reunião Plenária do Comitê, expôs certos oficiais que foram posteriormente expulsos. Em 1973, tornou-se encarregado de assuntos de organização e, simultaneamente, de propaganda e assuntos do partido, posição que lhe permitiu se firmar como intérprete oficial de Kim Il-Sung. e de suas ideias. Em 1974, foi eleito para o Comitê Político do Partido, período em que lançou um novo método de guiar a revolução que, por sua vez, ofereceu formação política, científica e técnica em cursos de curta duração. No final da década de 1970, já estava envolvido no planejamento econômico e em várias campanhas para desenvolver rapidamente determinados setores da economia, ao mesmo tempo em que trabalhava em iniciativas destinadas a construir uma massa de movimentos políticos dentro das Forças Armadas. Também foi ativo nos esforços para criar uma campanha para a reunificação da Coreia. Em paralelo, o governo começou a construir o culto de sua personalidade e Kim Jong-il passou a ser regularmente aclamado pela mídia como o "destemido líder" e "o grande sucessor à causa revolucionária”. Surgiu, então, a figura mais poderosa por trás de Kim Il-Sung. No final de 1991, foi nomeado comandante supremo das forças armadas norte- coreanas. Considerando que o exército é a base real de poder na Coreia do Norte, este foi um passo fundamental para a ascensão política, planejada pelo pai que, em 1992, declarou publicamente que seu filho estava no comando de todos os assuntos internos da Coreia do Norte. Logo em seguida, as transmissões de rádio começaram a se referir a Kim Jong-il como o "Querido Pai", já sugerindo uma promoção. Com a morte de Kim Il-Sung, o filho Kim Jong-Il que já ocupava o cargo de secretário-geral do Partido dos Trabalhadores da Coreia desde 1997, também assumiu a presidência da Comissão Nacional de Defesa. Em 1998, quando sua colocação foi declarada como sendo "o mais alto cargo do Estado", ele passou a ser considerado o líder máximo da República Democrática Popular da Coreia do Norte, posição que ocupa até hoje. Em junho de 2009, como já era esperado, Kim Jong-il também nomeou o seu filho Kim Jong-un para a sucessão. O jovem que também é conhecido como Kim Jong-woon ou Kim Jung Woon é o terceiro e mais jovem filho do atual líder coreano com sua última esposa Ko Young-hee (1953 – 2004). A informação se tornou pública por meio do impresso JoongAng Daily. Porém, pouco se sabe de Kim Jong-un. Provavelmente, ele nasceu em 1983 ou no principio de 1984. Por muito tempo, apenas uma fotografia, de quando tinha 11 anos, confirmava sua existência. É certo que estudou na Suíça, época em que usou um pseudônimo para fingir ser filho de um motorista, embora estivesse sob a tutela de Ri Tcheul, embaixador norte- coreano no país. Sabe-se que, ao retornar à sua terra natal, renunciou às influências ocidentais. Somente em 28 setembro de 2010, sua imagem oficial foi divulgada. Fisicamente, o jovem general de quatro estrelas do Exército Popular da Coreia do Norte, é bem parecido com o pai; inclusive, ambos partilham de alguns problemas de saúde idênticos, como coração e diabetes. A imprensa noticia que parte dos preparativos para a consagração de Kim Jong-un, como sucessor de seu pai, já começou. No entanto, analistas de política internacional acreditam que, diante de uma morte inesperada de Kim Jong-il, devido a inexperiência do jovem para liderar o país de imediato, seu tio, Chang Sung-Taek (1946), vice-presidente da Comissão de Defesa Nacional, poderá atuar como regente da Coreia do Norte. De qualquer forma, no momento que Kim Jong-un se tornar lider da Coreia do Norte, seu país e o Nepal serão as únicas duas monarquias comunistas do mundo... Kim Jong-um, atual dirigente da Coréia do Norte Na história, os monarcas sempre procuraram ser cultuados de diversas maneiras. Na China Imperial,no Antigo Egito, no Japão, no Tibete, no Império Romano, entre outros, eles eram considerados deuses. Já os reis europeus afirmavam governar por vontade de Deus e, em consequência, exerciam o direito divino sobre a Terra. Com o posterior desenvolvimento da fotografia, da gravação sonora, do cinema e da comunicação de massa, bem como da educação pública e das técnicas de publicidade, os líderes políticos puderam projetar uma imagem positiva de si mesmos, como nunca antes fora possível. Nessas circunstâncias, no século XX, surgiram os recentes cultos à personalidade, cuja estratégia é a propaganda política baseada na exaltação das virtudes (reais ou supostas) e na figura do governante, que passa a se destacar em cartazes gigantescos, que impregnam a mente do povo que é incitado, pelos meios de comunicação, a bajulá-lo como um ser perfeito, protetor da nação. Na Coreia da Norte, por volta de 1950, Kim Il-Sung começou tirar proveito desse recurso, de início para si próprio, depois para promover a sucessão de seu filho que, por sua vez, também vem empregando a mesma estratégia para se consagrar como líder e projetar seu jovem sucessor. No caso do “eterno” Presidente da Coréia do Norte, o culto à personalidade lhe rendeu mais de 500 estátuas, nas quais os cidadãos ainda depositam tributo anual por ocasião do aniversário oficial ou de morte. Sua imagem também aparece associada ao transporte público. Cartazes e fotos se destacam em cada estação de trem, nos aeroportos e nas passagens fronteiriças que levam a China. Se não bastasse, seu retrato ainda estampa as notas de 100 norte won. Portanto, fica difícil esquecê-lo, diante do bombardeio visual que, de forma direta ou indireta, induz ao culto de sua imagem. (Adaptado de http://leiturasdahistoria.uol.com.br/ESLH/Edicoes/36/artigo194297- 1.asp) LEITURA COMPLEMENTAR II: LIÇÕES DA GUERRA DO VIETNÃ “A Guerra do Vietnã deixou algumas lições para as duas superpotências mundiais daquela época. Mapa da Coréia, dividida em Norte e do Sul, pelo paralelo 38 http://leiturasdahistoria.uol.com.br/ESLH/Edicoes/36/artigo194297-1.asp http://leiturasdahistoria.uol.com.br/ESLH/Edicoes/36/artigo194297-1.asp Aula 30 – Guerra Fria (Parte 2) 143 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência Em primeiro lugar, verificou-se que o poderio armamentista não evita uma derrota numa guerra prolongada. Apesar disso, a União Soviética veio a se envolver mais tarde num conflito semelhante, no Afeganistão. Tanto os norte-americanos como os russos possuem armamentos estocados, de tecnologia superavançada, como bombas nucleares, mísseis intercontinentais, armas químicas e biológicas, que poderiam exterminar a vida humana do planeta. Porém, numa guerra como a do Vietnã, não é possível utilizar armas nucleares, pois, se o pretexto para a intervenção militar no estrangeiro é ‘proteger o povo’, como justificar o uso de bombas que matam indiscriminadamente milhões de pessoas, tanto inimigos quanto aliados? Além do mais, a radioatividade liberada pela explosão de tais bombas seria carregada pelos ventos, podendo atingir países vizinhos - como a China e a própria União Soviética, no caso dessa guerra -, com os quais não conviria entrar diretamente em choque. Em segundo lugar, viu-se que é impossível vencer um movimento guerrilheiro apoiado pela população, mesmo que ele seja mais fraco em armas e treino militar. Numa guerra como essa, os guerrilheiros nunca são completamente vencidos, pois eles sempre ressurgem a partir do próprio povo. Isso acaba abatendo o moral dos invasores, inferiorizando-os psicologicamente, pois eles sentem cada vez mais que não são ‘salvadores’, como apregoam, mas estranhos rejeitados pelo povo que eles teoricamente estariam protegendo. Com o final da Guerra do Vietnã surgiram alguns mitos ou explicações falsas para a derrota norte-americana. Uma delas dizia que o principal exército do mundo foi derrotado por bandos de guerrilheiros mal armados, que apenas conheciam melhor o espaço dos conflitos. Isso não é verdade. Nem o exército norte-americano era o mais poderoso do mundo nem as tropas guerrilheiras eram mal armadas. O exército americano podia ser considerado no máximo o segundo do mundo. Na verdade, o soviético era bem mais eficiente, tanto no efetivo das tropas quanto nas armas convencionais, como tanques, lança mísseis etc. Os Estados Unidos deram mais atenção ao desenvolvimento de submarinos e navios de guerra, além dos mísseis transcontinentais. Por outro lado, as tropas guerrilheiras representavam um braço do poderoso exército do Vietnã do Norte, extremamente bem equipado pela União Soviética, com um grande efetivo de tropas e um treinamento aprimorado. Além disso, afirmar que os guerrilheiros conheciam melhor o terreno que os americanos não é inteiramente correto. Os mapas militares, elaborados pelas grandes potências a partir de imagens precisas de satélites espaciais, são extremamente detalhados. Porém a grande vantagem dos guerrilheiros estava no apoio da população, que os escondia, fornecia novos combatentes etc. Outra falsa explicação dizia que o final da guerra apenas confirmava o declínio do capitalismo, liderado pelos Estados Unidos, e o avanço do ‘mundo socialista’, liderado pela União Soviética. Essa afirmativa é incorreta por vários motivos. Veja por quê. Era duvidoso que a economia planificada, iniciada em 1917 pela Rússia, representasse de fato o fim do capitalismo. Esse ‘socialismo’ posto em prática em alguns países era bem diferente do que imaginaram seus idealizadores no século XIX. Deveria ser um regime igualitário, mas não conseguiu abolir as desigualdades sociais e a exploração do homem pelo homem. Sabe-se, ao contrário do que dizia a propaganda desses governos, que não só os trabalhadores eram controlados por burocratas que possuíam inúmeros privilégios, como seus salários baixos diminuíram o nível de consumo da população. Porém, os burocratas contavam com ‘lojas especiais’ onde, sem filas, tinham acesso inclusive a produtos importados do exterior. Por outro lado, tratava-se de governos autoritários, que não reconheciam as liberdades individuais e os direitos de livre organização das população. Com relação à hipótese do declínio do capitalismo, é verdade que no final do século XX ele tem sido atingido por uma crise quase sem precedentes, mas esse fato não significa, pelo menos até o momento [1997] que ele esteja em vias de desaparecer, pelo contrário. Basta dizer que, após várias décadas de planificação econômica, os países socialistas, que adotaram esse ‘modelo’ de organização social, passaram a conduzir (quase todos) sua economia pelas leis do mercado. Por outro lado, é certo que, para enfrentar as desigualdades sociais que o capitalismo gera entre pessoas e países, a conquista de direitos democráticos é indispensável. Em outras palavras, a conquista da democracia é o grande desafio para os países do Sul na virada do século XX, sejam os do Terceiro Mundo ou aqueles que recentemente abandonaram a planificação. Finalmente, a história da civilização humana mostra que a imposição de experiências típicas de uma sociedade em outra pode gerar situações verdadeiramente dramáticas, que tendem a levar a guerras violentas. Ou seja, cada sociedade deve buscar o seu próprio caminho para atingir os seus objetivos. (VESENTINI, J. William. VLACH, Vânia. Geografia Crítica: Geografia do Terceiro Mundo. 12a. ed. São Paulo: Ática, 1997, p. 159-160.) LEITURA COMPLEMENTAR III: SOVIÉTICOS INVADEM O AFEGANISTÃO Era madrugada do dia 24 de dezembro de 1979 quando os blindados do exército da União Soviética invadiram o Afeganistão sob o pretexto de garantir o cumprimento do Tratado de Amizade e Cooperação, assinado em 1978. Enquanto se aproximava a meia-noite de 23 para 24, os soviéticos organizaram também uma formidável ponte-aérea com destino à capital Cabul, que seriadesencadeada horas depois, envolvendo aproximadamente 280 aviões de transporte de tropa e cerca de três divisões com cerca de 8.500 homens cada. Em poucos dias, os soviéticos já controlavam toda a cidade, tendo deslocado uma unidade especial para tomar de assalto o palácio governamental de Tajberg. Membros do exército afegão leais ao presidente Hafizullah Amin opuseram uma feroz, porém breve, resistência. O interesse pelo Afeganistão remonta aos tempos da Rússia tzarista, devido ao interesse interesse geo-estratégico, especialmente na saída para o Mar da Arábia. Em 1972, assistentes soviéticos foram enviados para treinar as forças armadas locais. Em 1978, os governos assinaram um acordo que permitiu o envio de 400 consultores soviéticos. Em dezembro do mesmo ano, a URSS e o Afeganistão assinaram o tratado de cooperação, que permitia a entrada de tropas soviéticas caso o governo afegão o solicitasse. Como o regime de esquerda do Partido Democrático Popular do Afeganistão havia se tornado dependente dos equipamentos militares e da assessoria soviética, e sentindo-se ameaçado por forças de oposição interna e de países vizinhos, autorizou 144 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. formalmente o ingresso do exército soviético. Os soviéticos invadiram o Afeganistão para derrocar o presidente Hafizullah Amin, que não tinha conseguido enfrentar os mujahedin, inimigos da União Soviética ateia. Amin foi substituído por Babrak Karmal. A União Soviética justificou a invasão com a necessidade de preservar o regime esquerdista afegão de seus inimigos internos e externos e manter a paz na Ásia Central. Em 27 de dezembro, Karmal, líder exilado da facção Parcham do Partido Democrático Marxista do Povo, foi empossado como novo chefe de governo do Afeganistão. Simultaneamente, forças terrestres soviéticas vindas do norte avançavam sobre o território afegão. Os soviéticos, entretanto, viram-se diante de uma forte resistência quando avançaram para o interior. Os combatentes da resistência chamados de mujahedin viam os soviéticos ateus controlando o Afeganistão como uma profanação ao Islã, bem como à sua cultura tradicional. Proclamando a jihad (guerra santa) contra os invasores, eles ganhavam o apoio do mundo muçulmano. Os mujahedin empregaram táticas de guerrilha contra os soviéticos. Atacavam de surpresa em emboscadas para desaparecer em seguida entre as montanhas e grutas de uma geografia excepcionalmente complicada, causando grande destruição, importante quantidade de baixas e uma pressão psicológica elevada, sem que os guerrilheiros sofressem perdas ao evitar as batalhas campais. Os combatentes afegãos valiam-se de armamento capturado dos soviéticos e, principalmente, do material bélico que os Estados Unidos lhes forneciam. O curso da guerra mudou definitivamente quando Washington passou a abastecer os mujahedin, a partir de 1987, com mísseis antiaéreos Stingers, facilmente transportados e disparados dos ombros dos combatentes. Esse armamento permitiu-lhes abater regularmente helicópteros e aviões que voavam a baixa altitude. RETIRADA O novo líder soviético, Mikhail Gorbachev, decidiu então que era hora de se retirar. Desmoralizadas, as forças soviéticas começaram deixar o campo de batalha em 1988. Foi em 15 de fevereiro de 1989 que o último soldado cruzou a fronteira de volta ao seu país. Foi a primeira expedição militar soviética além de sua área de influência na Europa Oriental desde a Segunda Guerra Mundial, e marcou o fim de um período de melhora de relações entre as duas superpotências em plena Guerra Fria. Em decorrência, acordos de desarmamento foram arquivados e os Estados Unidos puseram-se a se rearmar. A União Soviética teve 15 mil soldados mortos na guerra, sem contar os milhares de feridos. O impacto a longo prazo foi profundo. Primeiro, os soviéticos jamais se recuperaram das perdas em termos de imagem pública internacional e dos dispêndios financeiros, fatores que contribuíram significativamente para o fim da URSS em 1991. Por outro lado, criou um fértil terreno para a ascensão de Osama Bin Laden, o corvo que havia sido alimentado pelos Estados Unidos e que anos mais tarde lhes furaria os olhos. Fonte: http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/2360/conteudo+opera.shtml http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/2360/conteudo+opera.shtml Aula 30 – Guerra Fria (Parte 2) 145 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM Questão 01 A foto revela um momento da Guerra do Vietnã (1965-1975), conflito militar cuja cobertura jornalística utilizou, em grande escala, a fotografia e a televisão. Um dos papéis exercidos pelos meios de comunicação na cobertura dessa guerra, evidenciado pela foto, foi a) demonstrar as diferenças culturais existentes entre norte-americanos e vietnamitas. b) defender a necessidade de intervenções armadas em países comunistas. c) denunciar os abusos cometidos pela intervenção militar norte-americana. d) divulgar valores que questionavam as ações do governo vietnamita. e) revelar a superioridade militar dos Estados Unidos da América. Questão 02 O cartum, publicado em 1932, ironiza as consequências sociais das constantes prisões de Mahatma Gandhi pelas autoridades britânicas, na Índia, demonstrando a) a ineficiência do sistema judiciário inglês no território indiano. b) o apoio da população hindu à prisão de Gandhi. c) o caráter violento das manifestações hindus frente à ação inglesa. d) a impossibilidade de deter o movimento liderado por Gandhi. e) a indiferença das autoridades britânicas frente ao apelo popular hindu. Questão 03 Para muitos norte-americanos, Vietnã é o nome de uma guerra, não de um país. Os vietnamitas parecem figuras sombrias, sem nome nem rosto, vítimas desamparadas ou agressores cruéis. A história começa apenas quando os Estados Unidos entram em cena. (Adaptado de Marvin E. Gettleman et. alli (Ed.), Vietnam and America: a documented history. New York: Grove Press, 1995, p. xiii.) Esse desconhecimento dos norte-americanos quanto a seus adversários na Guerra do Vietnã pode ser relacionado ao fato de os norte-americanos a) promoverem uma guerra de trincheiras, enquanto os vietnamitas comunistas movimentavam seus batalhões pela selva. Contando com um forte apoio popular, os Estados Unidos permaneceram por anos nesse conflito, mas não conseguiram derrotar os vietnamitas. b) invadirem e ocuparem o território vietnamita, desmantelando os batalhões comunistas graças à superioridade americana em treinamento militar e armamentos. Apesar do apoio popular à guerra, os Estados Unidos desocuparam o território vietnamita. c) desconhecerem as tradições dos vietnamitas, organizados em torno de líderes tribais, que eram os chefes militares de seus clãs. Sem ter um Estado como adversário, o conflito se arrastou e, sem apoio Anotações 146 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. popular, os Estados Unidos acabaram se retirando. d) encontrarem grande dificuldade em enfrentar as táticas de guerrilha dos vietnamitas comunistas, conhecidos como vietcongues. Após várias derrotas e sem apoio popular em seu próprio país, os Estados Unidos retiraram suas tropas do Vietnã. Questão 04 Observe o mapa a seguir. Considere as seguintes afirmações em relação à região destacada no mapa. I - Ela foi alvo dos únicos ataques com artefatos nucleares contra seres humanos registrados na história. II - Ela foi cenário de importante conflito da Guerra Fria, no início dos anos 50, envolvendo os EUA.III - Ela foi palco da maior derrota militar sofrida pelos EUA, apesar do enorme poder de fogo utilizado contra a população local. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) Apenas II e III. Questão 05 Observe as imagens abaixo. Elas foram extraídas do documentário “O Grande Camarada”, produzido pela TV estatal norte- coreana. O homem que aparece em destaque nos quadros à esquerda, ao lado do ditador Kim Jong- um, é seu tio, Jang Song-thaek, tido como a segunda autoridade mais poderosa do regime de Pyongyang. Acusado dos crimes de traição e corrupção, Jang foi julgado e executado por um tribunal militar norte-coreano. Nos quadros à direita, o tio do ditador Kim Jong-um não aparece, pois as imagens foram editadas de forma a apagá-lo do documentário, depois que o mesmo caiu em desgraça. Essa situação remete à prática a) da solução final, empregada pelo governo de Hitler na Alemanha nazista. b) do culto ao líder, estimulada por Benito Mussolini na Itália fascista. c) da revolução cultural, desencadeada por Mao Tsé-tung na China. Anotações SEMANA 30 - H GERAL - Guerra Fria (parte 2) - MONTEIRO JR Questão 01
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