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História II -25

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Aula 30 – Guerra Fria (Parte 2) 
 
 
 
 
 
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finalmente, britânicos, o país conquistou sua independência em 1919. 
A partir da independência do domínio britânico, o país foi agitado por disputas internas 
pelo poder envolvendo diversos grupos. Em 1979, às vésperas da invasão soviética, o 
Afeganistão era governado por Mohamed Taraki, que havia instalado um governo de 
viés socialista. Entretanto, a situação de fragilidade do governo de Taraki, frente à 
oposição crescente de grupos fundamentalistas islâmicos, levou a URSS a ocupar o 
Afeganistão em 1979, entregando o poder a Babrak Karmal, líder ainda mais alinhado 
aos interesses de Moscou na região. 
Reagindo à ocupação do país pelos soviéticos, vistos pelos afegãos como “ateus 
infiéis”, a população organizou uma guerrilha armada (movimento mujahedin) que 
passou a lutar contra a ocupação do país. 
Os mujahedins (ou combatentes) passaram a receber ajuda financeira e militar dos 
EUA. Também receberam ajuda de um milionário saudita, Osama Bin Laden, que 
acreditava ser o dever de todo muçulmano ajudar um país islâmico na luta contra os 
infiéis. 
 
Osama Bin Laden, participando da guerrilha mujahedin no Afeganistão, nos anos 1980. 
Depois de dez anos de conflitos, que resultaram na morte de mais de 15 mil soldados soviéticos, Moscou ordenou a retirada de suas tropas 
do Afeganistão. É por isso que se diz que o Afeganistão foi para a URSS o que o Vietnã foi para os EUA 
LEITURA COMPLEMENTAR I: O REINADO DA FAMÍLIA KIM 
 Três anos depois, em 1948, quando a União Soviética estabeleceu a República Democrática Popular na Coreia do Norte, como líder oficial 
do Partido dos Trabalhadores Coreano, Kim Il-Sung passou a ter um poder quase que total sobre o país, ao exercer um papel similar ao 
que Mao Tsé Tung (1893 – 1976) desempenhou na China. Entre 1950 e 1953, liderou os norte-coreanos na guerra contra a Coreia do Sul, 
na época, protegida pelos Estados Unidos e Nações Unidas. Após o acordo de paz entre as duas Coreias, intensificou seu governo 
ditatorial, tendo como base o culto à personalidade. Desde então, passou a ser tratado como "Grande Líder". Ao mesmo tempo, seu filho 
Kim Jong-il (1942), ao ganhar o atributo de "Estimado Líder", acabou designado à sucessão. Embora houvesse pleitos eleitorais na Coreia 
do Norte, antes de morrer de parada cardíaca em 1994, aos 82 anos, Kim Il-Sung conseguiu empossar seu filho no cargo de secretário-
geral do Partido dos Trabalhadores da Coreia, partido que governa de fato a República Popular Democrática da Coreia do Norte, 
assegurando a sucessão familiar. Embora, haja quem diga que essa situação tenha sido decidida de forma quase que ditatorial, o certo é 
que Kim Jong-il foi preparado, desde cedo, para substituir o pai. 
 
Ao longo de sua vida escolar, Kim Jong-il foi preparado para atuar na política, tanto que participou de grupos de estudo de teoria política 
marxista e, ao entrar na universidade, dedicou-se a economia política marxista. Em 1961, juntou-se ao Partido dos Trabalhadores da 
Coreia, ao mesmo tempo em que começou a acompanhar o pai em tours de orientação em fábricas, fazendas e outros locais de trabalho. 
Nessa época, ele ainda era chamado de playboy, por gostar de mulheres, bebidas e filmes de faroeste. Contudo, após graduar-se em 1964, 
deu inicio à própria ascensão na hierarquia do poder. Como instrutor chefe do Comitê Central do Partido, trabalhou para que as atividades 
da entidade não se afastassem da linha ideológica definida por seu pai. Ele também colocou em prática medidas para garantir o sistema 
ideológico do Partido, atuando sobre os meios de comunicação, escritores e artistas, enquanto supervisionava as atividades de 
propaganda. 
 
 
 
 
 
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CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. 
Entre 1967-1969, voltou sua atenção para os militares, por acreditar que os burocratas do Exército do Povo Coreano oprimiam 
organizações políticas do Exército. Por conseguinte, durante a Quarta Reunião Plenária do Comitê, expôs certos oficiais que foram 
posteriormente expulsos. Em 1973, tornou-se encarregado de assuntos de organização e, simultaneamente, de propaganda e assuntos do 
partido, posição que lhe permitiu se firmar como intérprete oficial de Kim Il-Sung. e de suas ideias. Em 1974, foi eleito para o Comitê 
Político do Partido, período em que lançou um novo método de guiar a revolução que, por sua vez, ofereceu formação política, científica e 
técnica em cursos de curta duração. No final da década de 1970, já estava 
envolvido no planejamento econômico e em várias campanhas para desenvolver 
rapidamente determinados setores da economia, ao mesmo tempo em que 
trabalhava em iniciativas destinadas a construir uma massa de movimentos 
políticos dentro das Forças Armadas. Também foi ativo nos esforços para criar uma 
campanha para a reunificação da Coreia. Em paralelo, o governo começou a 
construir o culto de sua personalidade e Kim Jong-il passou a ser regularmente 
aclamado pela mídia como o "destemido líder" e "o grande sucessor à causa 
revolucionária”. Surgiu, então, a figura mais poderosa por trás de Kim Il-Sung. No 
final de 1991, foi nomeado comandante supremo das forças armadas norte- 
coreanas. Considerando que o exército é a base real de poder na Coreia do Norte, 
este foi um passo fundamental para a ascensão política, planejada pelo pai que, 
em 1992, declarou publicamente que seu filho estava no comando de todos os 
assuntos internos da Coreia do Norte. Logo em seguida, as transmissões de rádio 
começaram a se referir a Kim Jong-il como o "Querido Pai", já sugerindo uma 
promoção. Com a morte de Kim Il-Sung, o filho Kim Jong-Il que já ocupava o cargo 
de secretário-geral do Partido dos Trabalhadores da Coreia desde 1997, também assumiu a presidência da Comissão Nacional de Defesa. 
Em 1998, quando sua colocação foi declarada como sendo "o mais alto cargo do Estado", ele passou a ser considerado o líder máximo da 
República Democrática Popular da Coreia do Norte, posição que ocupa até hoje. 
 
Em junho de 2009, como já era esperado, Kim Jong-il também 
nomeou o seu filho Kim Jong-un para a sucessão. O jovem que 
também é conhecido como Kim Jong-woon ou Kim Jung Woon é o 
terceiro e mais jovem filho do atual líder coreano com sua última 
esposa Ko Young-hee (1953 – 2004). A informação se tornou 
pública por meio do impresso JoongAng Daily. Porém, pouco se 
sabe de Kim Jong-un. 
Provavelmente, ele nasceu em 1983 ou no principio de 1984. Por 
muito tempo, apenas uma fotografia, de quando tinha 11 anos, 
confirmava sua existência. É certo que estudou na Suíça, época 
em que usou um pseudônimo para fingir ser filho de um motorista, 
embora estivesse sob a tutela de Ri Tcheul, embaixador norte-
coreano no país. Sabe-se que, ao retornar à sua terra natal, 
renunciou às influências ocidentais. Somente em 28 setembro de 
2010, sua imagem oficial foi divulgada. Fisicamente, o jovem 
general de quatro estrelas do Exército Popular da Coreia do Norte, 
é bem parecido com o pai; inclusive, ambos partilham de alguns 
problemas de saúde idênticos, como coração e diabetes. A 
imprensa noticia que parte dos preparativos para a consagração de 
Kim Jong-un, como sucessor de seu pai, já começou. No entanto, 
analistas de política internacional acreditam que, diante de uma 
morte inesperada de Kim Jong-il, devido a inexperiência do jovem 
para liderar o país de imediato, seu tio, Chang Sung-Taek (1946), 
vice-presidente da Comissão de Defesa Nacional, poderá atuar 
como regente da Coreia do Norte. De qualquer forma, no momento 
que Kim Jong-un se tornar lider da Coreia do Norte, seu país e o 
Nepal serão as únicas duas monarquias comunistas do mundo... 
 
Kim Jong-um, atual dirigente da Coréia do Norte 
Na história, os monarcas sempre procuraram ser cultuados de 
diversas maneiras. Na China Imperial,no Antigo Egito, no Japão, 
no Tibete, no Império Romano, entre outros, eles eram 
considerados deuses. Já os reis europeus afirmavam governar por 
vontade de Deus e, em consequência, exerciam o direito divino 
sobre a Terra. Com o posterior desenvolvimento da fotografia, da 
gravação sonora, do cinema e da comunicação de massa, bem 
como da educação pública e das técnicas de publicidade, os 
líderes políticos puderam projetar uma imagem positiva de si 
mesmos, como nunca antes fora possível. Nessas circunstâncias, 
no século XX, surgiram os recentes cultos à personalidade, cuja 
estratégia é a propaganda política baseada na exaltação das 
virtudes (reais ou supostas) e na figura do governante, que passa a 
se destacar em cartazes gigantescos, que impregnam a mente do 
povo que é incitado, pelos meios de comunicação, a bajulá-lo como 
um ser perfeito, protetor da nação. 
Na Coreia da Norte, por volta de 1950, Kim Il-Sung começou tirar 
proveito desse recurso, de início para si próprio, depois para 
promover a sucessão de seu filho que, por sua vez, também vem 
empregando a mesma estratégia para se consagrar como líder e 
projetar seu jovem sucessor. No caso do “eterno” Presidente da 
Coréia do Norte, o culto à personalidade lhe rendeu mais de 500 
estátuas, nas quais os cidadãos ainda depositam tributo anual por 
ocasião do aniversário oficial ou de morte. Sua imagem também 
aparece associada ao transporte público. Cartazes e fotos se 
destacam em cada estação de trem, nos aeroportos e nas 
passagens fronteiriças que levam a China. Se não bastasse, seu 
retrato ainda estampa as notas de 100 norte won. Portanto, fica 
difícil esquecê-lo, diante do bombardeio visual que, de forma direta 
ou indireta, induz ao culto de sua imagem. 
(Adaptado de http://leiturasdahistoria.uol.com.br/ESLH/Edicoes/36/artigo194297-
1.asp) 
LEITURA COMPLEMENTAR II: LIÇÕES DA GUERRA DO 
VIETNÃ 
“A Guerra do Vietnã deixou algumas lições para as duas 
superpotências mundiais daquela época. 
 
Mapa da Coréia, dividida em Norte e do Sul, pelo paralelo 38 
http://leiturasdahistoria.uol.com.br/ESLH/Edicoes/36/artigo194297-1.asp
http://leiturasdahistoria.uol.com.br/ESLH/Edicoes/36/artigo194297-1.asp
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Em primeiro lugar, verificou-se que o poderio armamentista não 
evita uma derrota numa guerra prolongada. Apesar disso, a União 
Soviética veio a se envolver mais tarde num conflito semelhante, no 
Afeganistão. 
Tanto os norte-americanos como os russos possuem armamentos 
estocados, de tecnologia superavançada, como bombas nucleares, 
mísseis intercontinentais, armas químicas e biológicas, que 
poderiam exterminar a vida humana do planeta. 
Porém, numa guerra como a do Vietnã, não é possível utilizar 
armas nucleares, pois, se o pretexto para a intervenção militar no 
estrangeiro é ‘proteger o povo’, como justificar o uso de bombas 
que matam indiscriminadamente milhões de pessoas, tanto 
inimigos quanto aliados? 
Além do mais, a radioatividade liberada pela explosão de tais 
bombas seria carregada pelos ventos, podendo atingir países 
vizinhos - como a China e a própria União Soviética, no caso dessa 
guerra -, com os quais não conviria entrar diretamente em choque. 
Em segundo lugar, viu-se que é impossível vencer um movimento 
guerrilheiro apoiado pela população, mesmo que ele seja mais 
fraco em armas e treino militar. 
Numa guerra como essa, os guerrilheiros nunca são 
completamente vencidos, pois eles sempre ressurgem a partir do 
próprio povo. Isso acaba abatendo o moral dos invasores, 
inferiorizando-os psicologicamente, pois eles sentem cada vez mais 
que não são ‘salvadores’, como apregoam, mas estranhos 
rejeitados pelo povo que eles teoricamente estariam protegendo. 
Com o final da Guerra do Vietnã surgiram alguns mitos ou 
explicações falsas para a derrota norte-americana. Uma delas dizia 
que o principal exército do mundo foi derrotado por bandos de 
guerrilheiros mal armados, que apenas conheciam melhor o espaço 
dos conflitos. Isso não é verdade. Nem o exército norte-americano 
era o mais poderoso do mundo nem as tropas guerrilheiras eram 
mal armadas. 
O exército americano podia ser considerado no máximo o segundo 
do mundo. Na verdade, o soviético era bem mais eficiente, tanto no 
efetivo das tropas quanto nas armas convencionais, como tanques, 
lança mísseis etc. Os Estados Unidos deram mais atenção ao 
desenvolvimento de submarinos e navios de guerra, além dos 
mísseis transcontinentais. 
Por outro lado, as tropas guerrilheiras representavam um braço do 
poderoso exército do Vietnã do Norte, extremamente bem equipado 
pela União Soviética, com um grande efetivo de tropas e um 
treinamento aprimorado. 
Além disso, afirmar que os guerrilheiros conheciam melhor o 
terreno que os americanos não é inteiramente correto. Os mapas 
militares, elaborados pelas grandes potências a partir de imagens 
precisas de satélites espaciais, são extremamente detalhados. 
Porém a grande vantagem dos guerrilheiros estava no apoio da 
população, que os escondia, fornecia novos combatentes etc. 
Outra falsa explicação dizia que o final da guerra apenas 
confirmava o declínio do capitalismo, liderado pelos Estados 
Unidos, e o avanço do ‘mundo socialista’, liderado pela União 
Soviética. 
Essa afirmativa é incorreta por vários motivos. Veja por quê. 
Era duvidoso que a economia planificada, iniciada em 1917 pela 
Rússia, representasse de fato o fim do capitalismo. 
Esse ‘socialismo’ posto em prática em alguns países era bem 
diferente do que imaginaram seus idealizadores no século XIX. 
Deveria ser um regime igualitário, mas não conseguiu abolir as 
desigualdades sociais e a exploração do homem pelo homem. 
Sabe-se, ao contrário do que dizia a propaganda desses governos, 
que não só os trabalhadores eram controlados por burocratas que 
possuíam inúmeros privilégios, como seus salários baixos 
diminuíram o nível de consumo da população. Porém, os 
burocratas contavam com ‘lojas especiais’ onde, sem filas, tinham 
acesso inclusive a produtos importados do exterior. Por outro lado, 
tratava-se de governos autoritários, que não reconheciam as 
liberdades individuais e os direitos de livre organização das 
população. 
Com relação à hipótese do declínio do capitalismo, é verdade que 
no final do século XX ele tem sido atingido por uma crise quase 
sem precedentes, mas esse fato não significa, pelo menos até o 
momento [1997] que ele esteja em vias de desaparecer, pelo 
contrário. Basta dizer que, após várias décadas de planificação 
econômica, os países socialistas, que adotaram esse ‘modelo’ de 
organização social, passaram a conduzir (quase todos) sua 
economia pelas leis do mercado. 
Por outro lado, é certo que, para enfrentar as desigualdades sociais 
que o capitalismo gera entre pessoas e países, a conquista de 
direitos democráticos é indispensável. Em outras palavras, a 
conquista da democracia é o grande desafio para os países do Sul 
na virada do século XX, sejam os do Terceiro Mundo ou aqueles 
que recentemente abandonaram a planificação. 
Finalmente, a história da civilização humana mostra que a 
imposição de experiências típicas de uma sociedade em outra pode 
gerar situações verdadeiramente dramáticas, que tendem a levar a 
guerras violentas. Ou seja, cada sociedade deve buscar o seu 
próprio caminho para atingir os seus objetivos. 
(VESENTINI, J. William. VLACH, Vânia. Geografia Crítica: Geografia do Terceiro 
Mundo. 12a. ed. São Paulo: Ática, 1997, p. 159-160.) 
LEITURA COMPLEMENTAR III: SOVIÉTICOS INVADEM O 
AFEGANISTÃO 
Era madrugada do dia 24 de dezembro de 1979 quando os 
blindados do exército da União Soviética invadiram o Afeganistão 
sob o pretexto de garantir o cumprimento do Tratado de Amizade e 
Cooperação, assinado em 1978. 
Enquanto se aproximava a meia-noite de 23 para 24, os soviéticos 
organizaram também uma formidável ponte-aérea com destino à 
capital Cabul, que seriadesencadeada horas depois, envolvendo 
aproximadamente 280 aviões de transporte de tropa e cerca de 
três divisões com cerca de 8.500 homens cada. Em poucos dias, 
os soviéticos já controlavam toda a cidade, tendo deslocado uma 
unidade especial para tomar de assalto o palácio governamental de 
Tajberg. Membros do exército afegão leais ao presidente Hafizullah 
Amin opuseram uma feroz, porém breve, resistência. 
O interesse pelo Afeganistão remonta aos tempos da Rússia 
tzarista, devido ao interesse interesse geo-estratégico, 
especialmente na saída para o Mar da Arábia. Em 1972, 
assistentes soviéticos foram enviados para treinar as forças 
armadas locais. Em 1978, os governos assinaram um acordo que 
permitiu o envio de 400 consultores soviéticos. Em dezembro do 
mesmo ano, a URSS e o Afeganistão assinaram o tratado de 
cooperação, que permitia a entrada de tropas soviéticas caso o 
governo afegão o solicitasse. 
Como o regime de esquerda do Partido Democrático Popular do 
Afeganistão havia se tornado dependente dos equipamentos 
militares e da assessoria soviética, e sentindo-se ameaçado por 
forças de oposição interna e de países vizinhos, autorizou 
 
 
 
 
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formalmente o ingresso do exército soviético. 
Os soviéticos invadiram o Afeganistão para derrocar o presidente 
Hafizullah Amin, que não tinha conseguido enfrentar os mujahedin, 
inimigos da União Soviética ateia. Amin foi substituído por Babrak 
Karmal. A União Soviética justificou a invasão com a necessidade 
de preservar o regime esquerdista afegão de seus inimigos 
internos e externos e manter a paz na Ásia Central. 
Em 27 de dezembro, Karmal, líder exilado da facção Parcham do 
Partido Democrático Marxista do Povo, foi empossado como novo 
chefe de governo do Afeganistão. Simultaneamente, forças 
terrestres soviéticas vindas do norte avançavam sobre o território 
afegão. 
Os soviéticos, entretanto, viram-se diante de uma forte resistência 
quando avançaram para o interior. Os combatentes da resistência 
chamados de mujahedin viam os soviéticos ateus controlando o 
Afeganistão como uma profanação ao Islã, bem como à sua cultura 
tradicional. Proclamando a jihad (guerra santa) contra os invasores, 
eles ganhavam o apoio do mundo muçulmano. 
Os mujahedin empregaram táticas de guerrilha contra os 
soviéticos. Atacavam de surpresa em emboscadas para 
desaparecer em seguida entre as montanhas e grutas de uma 
geografia excepcionalmente complicada, causando grande 
destruição, importante quantidade de baixas e uma pressão 
psicológica elevada, sem que os guerrilheiros sofressem perdas ao 
evitar as batalhas campais. Os combatentes afegãos valiam-se de 
armamento capturado dos soviéticos e, principalmente, do material 
bélico que os Estados Unidos lhes forneciam. 
O curso da guerra mudou definitivamente quando Washington 
passou a abastecer os mujahedin, a partir de 1987, com mísseis 
antiaéreos Stingers, facilmente transportados e disparados dos 
ombros dos combatentes. Esse armamento permitiu-lhes abater 
regularmente helicópteros e aviões que voavam a baixa altitude. 
RETIRADA 
O novo líder soviético, Mikhail Gorbachev, decidiu então que era 
hora de se retirar. Desmoralizadas, as forças soviéticas 
começaram deixar o campo de batalha em 1988. Foi em 15 de 
fevereiro de 1989 que o último soldado cruzou a fronteira de volta 
ao seu país. 
Foi a primeira expedição militar soviética além de sua área de 
influência na Europa Oriental desde a Segunda Guerra Mundial, e 
marcou o fim de um período de melhora de relações entre as duas 
superpotências em plena Guerra Fria. Em decorrência, acordos de 
desarmamento foram arquivados e os Estados Unidos puseram-se 
a se rearmar. 
A União Soviética teve 15 mil soldados mortos na guerra, sem 
contar os milhares de feridos. O impacto a longo prazo foi 
profundo. Primeiro, os soviéticos jamais se recuperaram das 
perdas em termos de imagem pública internacional e dos 
dispêndios financeiros, fatores que contribuíram significativamente 
para o fim da URSS em 1991. Por outro lado, criou um fértil terreno 
para a ascensão de Osama Bin Laden, o corvo que havia sido 
alimentado pelos Estados Unidos e que anos mais tarde lhes 
furaria os olhos. 
Fonte: http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/2360/conteudo+opera.shtml 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/2360/conteudo+opera.shtml
Aula 30 – Guerra Fria (Parte 2) 
 
 
 
 
 
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EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM 
 
Questão 01 
 
 
A foto revela um momento da Guerra do Vietnã (1965-1975), conflito militar cuja cobertura jornalística 
utilizou, em grande escala, a fotografia e a televisão. Um dos papéis exercidos pelos meios de 
comunicação na cobertura dessa guerra, evidenciado pela foto, foi 
a) demonstrar as diferenças culturais existentes entre norte-americanos e vietnamitas. 
b) defender a necessidade de intervenções armadas em países comunistas. 
c) denunciar os abusos cometidos pela intervenção militar norte-americana. 
d) divulgar valores que questionavam as ações do governo vietnamita. 
e) revelar a superioridade militar dos Estados Unidos da América. 
 
Questão 02 
 
 
O cartum, publicado em 1932, ironiza as consequências sociais das constantes prisões de Mahatma 
Gandhi pelas autoridades britânicas, na Índia, demonstrando 
 
a) a ineficiência do sistema judiciário inglês no território indiano. 
b) o apoio da população hindu à prisão de Gandhi. 
c) o caráter violento das manifestações hindus frente à ação inglesa. 
d) a impossibilidade de deter o movimento liderado por Gandhi. 
e) a indiferença das autoridades britânicas frente ao apelo popular hindu. 
 
Questão 03 
Para muitos norte-americanos, Vietnã é o nome de uma guerra, não de um país. Os vietnamitas 
parecem figuras sombrias, sem nome nem rosto, vítimas desamparadas ou agressores cruéis. A 
história começa apenas quando os Estados Unidos entram em cena. 
(Adaptado de Marvin E. Gettleman et. alli (Ed.), Vietnam and America: a documented history. New York: Grove Press, 1995, p. xiii.) 
 
 
Esse desconhecimento dos norte-americanos quanto a seus adversários na Guerra do Vietnã pode ser 
relacionado ao fato de os norte-americanos 
a) promoverem uma guerra de trincheiras, enquanto os vietnamitas comunistas movimentavam seus 
batalhões pela selva. Contando com um forte apoio popular, os Estados Unidos permaneceram por 
anos nesse conflito, mas não conseguiram derrotar os vietnamitas. 
b) invadirem e ocuparem o território vietnamita, desmantelando os batalhões comunistas graças à 
superioridade americana em treinamento militar e armamentos. Apesar do apoio popular à guerra, os 
Estados Unidos desocuparam o território vietnamita. 
c) desconhecerem as tradições dos vietnamitas, organizados em torno de líderes tribais, que eram os 
chefes militares de seus clãs. Sem ter um Estado como adversário, o conflito se arrastou e, sem apoio 
Anotações 
 
 
 
 
 
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popular, os Estados Unidos acabaram se retirando. 
d) encontrarem grande dificuldade em enfrentar as táticas de guerrilha dos vietnamitas comunistas, 
conhecidos como vietcongues. Após várias derrotas e sem apoio popular em seu próprio país, os 
Estados Unidos retiraram suas tropas do Vietnã. 
 
Questão 04 
Observe o mapa a seguir. 
 
Considere as seguintes afirmações em relação à região destacada no mapa. 
I - Ela foi alvo dos únicos ataques com artefatos nucleares contra seres humanos registrados na 
história. 
II - Ela foi cenário de importante conflito da Guerra Fria, no início dos anos 50, envolvendo os EUA.III - Ela foi palco da maior derrota militar sofrida pelos EUA, apesar do enorme poder de fogo utilizado 
contra a população local. 
 
Quais estão corretas? 
a) Apenas I. 
b) Apenas II. 
c) Apenas III. 
d) Apenas I e II. 
e) Apenas II e III. 
 
Questão 05 
Observe as imagens abaixo. 
 
Elas foram extraídas do documentário “O Grande Camarada”, produzido pela TV estatal norte-
coreana. O homem que aparece em destaque nos quadros à esquerda, ao lado do ditador Kim Jong-
um, é seu tio, Jang Song-thaek, tido como a segunda autoridade mais poderosa do regime de 
Pyongyang. Acusado dos crimes de traição e corrupção, Jang foi julgado e executado por um tribunal 
militar norte-coreano. Nos quadros à direita, o tio do ditador Kim Jong-um não aparece, pois as 
imagens foram editadas de forma a apagá-lo do documentário, depois que o mesmo caiu em 
desgraça. Essa situação remete à prática 
a) da solução final, empregada pelo governo de Hitler na Alemanha nazista. 
b) do culto ao líder, estimulada por Benito Mussolini na Itália fascista. 
c) da revolução cultural, desencadeada por Mao Tsé-tung na China. 
Anotações 
 
	SEMANA 30 - H GERAL - Guerra Fria (parte 2) - MONTEIRO JR
	Questão 01

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