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Historia em movimento Vol 2-35

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237O imperialismo e o neocolonialismo Capítulo 28
Uma nova 
Revolução Industrial
A Revolução Industrial iniciada em meados do 
século XVIII na Inglaterra deu origem a um novo tipo 
de sociedade baseada no modo capitalista de pro-
dução. O trabalho assalariado, a fábrica como uni-
dade de produção e a livre competição entre as em-
presas no mercado eram algumas de suas principais 
características – daí o nome capitalismo competitivo 
dado a esse período.
No início da segunda metade do século XIX, 
novas transformações tecnológicas começaram a 
ocorrer na economia industrial. Em 1856, foi aper-
feiçoado na Inglaterra o processo de produção do 
aço, o que provocou um enorme avanço na meta-
lurgia e na siderurgia. Logo o novo produto substi-
tuiu o ferro na construção civil e passou a ser em-
pregado também na construção de ferrovias e de 
navios e na fabricação de armamentos mais sofisti-
cados e potentes.
Três anos depois, em 1859, o industrial norte-
-americano Edwin Drake (1818-1880) descobriu pe-
tróleo no subsolo de uma região da Pensilvânia, nos 
Estados Unidos. Com a descoberta, teve início a ex-
ploração comercial do produto, abrindo caminho 
para a utilização de uma nova fonte de energia.
Ingleses diante da iluminada estação de metrô de Londres, 
em 1900. A iluminação elétrica e o metrô eram novidades na 
virada do século XIX para o XX.
O petróleo passou a ser empregado para di-
versos fins. Um de seus derivados, a gasolina, reve-
lou-se excelente fonte de energia para motores de 
combustão interna. Graças à gasolina, novas máqui-
nas foram construídas, entre elas o automóvel, em 
1886. A essa descoberta se seguiu a da utilização 
industrial da eletricidade, como mostra a seção Eu 
também posso participar.
A eletricidade modifica hábitos 
e costumes
Em 1879, o norte-americano Thomas Edison 
(1847-1931) apresentou ao mundo a lâmpada elé-
trica. A invenção provocou uma grande transfor-
mação nos hábitos e costumes da população. Até 
então, as pessoas utilizavam velas feitas de sebo 
ou lampiões de querosene para iluminar suas re-
sidências à noite. Mas a luz emitida por essas fon-
tes era débil e insuficiente.
Com a eletricidade surgiram novidades como 
o ferro de passar roupa e o aquecedor elétricos.
Ruas, praças, estabelecimentos comerciais e 
fábricas passaram a contar com iluminação artifi-
cial a qualquer hora. Nas indústrias, antigas má-
quinas a vapor, movidas a carvão, deram lugar a 
outras mais modernas, que funcionavam por meio 
de energia elétrica. O uso intensivo da energia 
elétrica acelerou o crescimento industrial.
Entretanto, para termos energia elétrica em 
nosso dia a dia dependemos cada vez mais da 
construção de novas usinas (hidrelétricas, terme-
létricas, nucleares, etc.), e o impacto ambiental 
disso é elevado. 
O uso de combustíveis fósseis (que movi-
mentam as termelétricas), por exemplo, é apon-
tado como a principal causa do aumento dos 
gases de efeito estufa na atmosfera. Já a cons-
trução de uma usina hidrelétrica implica inun-
dação de extensas áreas, trazendo prejuízos 
para a fauna e a flora locais e afetando a vida 
das pessoas que vivem nessas regiões.
Eu também posso participar
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238 Unidade 5 Terra e meio ambiente
Por isso, muitos especialistas recomendam 
a utilização consciente da energia elétrica, evi-
tando-se, assim, gastos desnecessários e redu-
zindo os impactos ambientais. Algumas medi-
das nesse sentido podem ser adotadas no dia a 
dia de todos nós:
• Feche o chuveiro ao ensaboar-se e diminua o 
tempo do banho.
• O consumo de eletricidade é menor quando se 
usa o chuveiro no modo verão.
• Ao precisar retirar várias coisas da geladeira, 
abra-a uma única vez; agindo assim, gasta-se 
menos energia.
• Deixar aparelhos no modo stand by consome 
energia desnecessariamente. 
• Deixar a televisão ligada (ou o rádio) quando não 
há ninguém assistindo também gera um consu-
mo desnecessário de energia.
• Lâmpadas fl uorescentes têm vida útil maior do 
que as lâmpadas incandescentes e gastam me-
nos energia.
• Apagar as luzes ao sair de um lugar e manter as 
luzes desligadas durante o dia, aproveitando a 
iluminação natural, são atitudes que ajudam a 
diminuir o consumo de eletricidade.
Diálogos
Tem crescido em quase to-
dos os países a procura por fon-
tes alternativas de energia com 
o objetivo de reduzir o impacto 
causado sobre a natureza pela 
queima de combustíveis fós-
seis (carvão e petróleo). Reú-
na-se com seu grupo e, com 
o auxílio do professor de Físi-
ca, façam juntos uma pesquisa 
sobre uma dessas novas fontes 
de energia e elaborem um tex-
to descrevendo seus aspectos 
positivos e negativos.
Anúncio de utensílios domésticos 
em catálogo lançado em 1894 
pela Companhia de Suprimento 
de Eletricidade da Cidade de 
Londres, Inglaterra.
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Essas transformações tecnológicas, conhecidas 
como Segunda Revolução Industrial, tiveram profun-
das implicações econômicas. Com elas, acentuou-
-se uma tendência já esboçada na fase anterior: a da 
concentração do capital, com a formação de empre-
sas cada vez maiores.
Assim, as grandes companhias passaram a ab-
sorver as menores e a monopolizar ramos inteiros 
da produção, eliminando a concorrência. Ao mesmo 
tempo, formavam-se grandes bancos, que uniam seu 
capital (o capital bancário) ao capital industrial. O sis-
tema econômico dominante deixava de ser, assim, o 
capitalismo competitivo. Em seu lugar, a economia 
das nações industrializadas adotava a forma de capi-
talismo monopolista.
A ação imperialista
O aumento da capacidade produtiva das indús-
trias exigia a ampliação dos mercados consumidores 
e de fontes de matérias-primas (carvão, ferro, petró-
leo). Com o processo de concentração de capitais, as 
grandes empresas e bancos passaram então a fazer 
novos investimentos em regiões da África, da Ásia e 
da América Latina (veja o boxe Explorando a Ásia e a 
África). Para fortalecer o controle desses continentes, 
as empresas contaram ainda com o apoio e o incen-
tivo de seus Estados nacionais, associando ao econô-
mico o poder político-militar.
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239O imperialismo e o neocolonialismo Capítulo 28
De fato, as potências europeias tinham grande in-
teresse geopolítico na formação de impérios coloniais. 
Em caso de guerra, seria essa uma forma de garantir 
a posse de recursos importantíssimos, como carvão e 
outros minérios, homens para seus exércitos e o con-
trole de portos nos quais poderiam abastecer navios 
mercantes e vasos de guerra.
Surgiu assim um novo tipo de imperialismo, ou 
seja, de expansão econômica e militar promovida pe-
los Estados europeus. Na África e na Ásia, essa polí-
tica imperialista tomou a forma de neocolonialismo, 
com a conquista de vastos territórios por meio da 
ação militar. Muitos desses territórios foram transfor-
mados em colônias ou em protetorados.
Explorando a Ásia e a África
A exploração europeia na Ásia e na África, in-
tensificada na virada do século XIX para o século 
XX, deveu-se em grande parte aos avanços cien-
tíficos e tecnológicos do período. Graças ao barco 
a vapor, os europeus puderam penetrar com maior 
facilidade pelo interior do continente; o uso de um 
novo armamento de mira mais precisa, o rifle de 
repetição, capaz de disparar doze tiros sem neces-
sidade de ser recarregado, foi decisivo para repri-
mir a resistência africana.
Um dos obstáculos ao avanço dos europeus 
pelo interior do continente era o elevado número 
de mortes provocadas pela malária. Desde o século 
XVII, observando os indígenas da América, os eu-
ropeus já sabiam que uma das formas de combater 
a doença era por meiodo quinino, um alcaloide ex-
traído de arbustos.
Os nativos que viviam na região hoje perten-
cente ao Peru, na América do Sul, obtinham o qui-
nino da casca de uma árvore que, depois de ser 
transformada em pó, era ingerida em uma infusão. 
Em 1820, cientistas europeus obtiveram a extra-
ção do sulfato de quinino puro, o que possibilitou 
a fabricação de medicamentos que tornaram o tra-
tamento da malária mais eficaz. Isso permitiu que 
um número cada vez maior de europeus percorres-
se o continente africano.
Inicialmente, missionários católicos e protes-
tantes adentraram essas regiões com o objetivo 
de difundir a fé cristã. Ao mesmo tempo, entida-
des como a Sociedade Geográfica Real da Inglater-
ra passaram a organizar expedições com o intuito 
de desvendar a geografia da África. Exploradores 
como James Bruce, John Speke, 
Richard Burton*, David Living- 
stone e Henry Stanley* procu-
ravam descobrir a nascente ou 
a foz de grandes rios, entre eles 
o Nilo, o Congo e o Níger, esca-
lar altas montanhas, etc.
Ao retornar, costumavam 
escrever livros descrevendo as 
riquezas naturais do continen-
te africano. Esses textos aju-
daram a atrair a atenção das 
grandes potências europeias 
para a região.
* Veja o filme As 
montanhas da 
Lua, de Bob 
Rafelson, 1989.
* Leia o livro 
No coração 
da África – As 
aventuras épicas 
de Livingstone 
e Stanley, de 
Martin Dugard. 
Editora Record.
Esse processo foi muito rápido. Por volta de 
1800, antes da expansão, os países europeus, 
mais os Estados Unidos, controlavam 35% da su-
perfície terrestre; em 1878, esse índice havia su-
bido para 67%; em 1914, quando irrompeu a Pri-
meira Guerra Mundial (1914-1918), o índice já era 
da ordem de 84%.
Com exceção da Etiópia, da Libéria e de parte 
do Marrocos, no final do século XIX o continente afri-
cano encontrava-se dividido entre Inglaterra, Alema-
nha, França, Bélgica, Itália, Portugal e Espanha, como 
mostra o mapa da página 241. Angola e Moçambi-
que eram colônias de Portugal desde o século XVI, e a 
Argélia estava sob o controle da França desde 1857.
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Livingstone, 
missionário 
e explorador 
escocês, percorre 
o interior da 
África seguido 
de nativos em 
gravura da 
década de 1870. 
Livingstone 
foi o primeiro 
europeu a 
encontrar as 
cataratas do lago 
Vitória, na África 
central.
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240 Unidade 5 Terra e meio ambiente
Na Ásia e no Pacífico, além de britânicos, franceses, 
alemães e holandeses, vieram somar-se à dominação 
colonialista os Estados Unidos e, logo depois, o Japão.
A suposta “missão civilizadora”
Embora a colonização da África e da Ásia obe-
decesse a objetivos econômicos e geopolíticos, os in-
teresses que estavam por trás deles jamais eram assu-
midos publicamente. Quando era preciso justificar a 
dominação dessas regiões, governos e grupos domi-
nantes da Europa recorriam a uma suposta missão civi-
lizadora, pela qual os europeus deviam levar aos povos 
ditos primitivos ou bárbaros os valores da civilização 
ocidental e cristã (veja o boxe Ciência e racismo).
Do ponto de vista cultural, esse processo teve 
por resultado a destruição de tradições e valores 
milenares dos povos africanos e asiáticos e na sua 
substituição por valores europeus. A ação dos mis-
sionários católicos e protestantes, por sua vez, pro-
vocou a desestruturação das crenças religiosas de 
muitas sociedades nos dois continentes subjugados, 
convertendo-as ao cristianismo.
Ciência e racismo
A penetração europeia na África e na Ásia ocor-
reu em uma época na qual muitos cientistas deba-
tiam as teorias evolucionistas difundidas na Euro-
pa desde o início do século XIX e cujo ápice foi o 
livro A origem das espécies, do naturalista britâni-
co Charles Darwin (1809-1882). Lançada em 1859, 
essa obra procurava explicar do ponto de vista da 
Ciência – e não da religião – como surgiram os se-
res vivos na Terra.
Segundo Darwin, todas as formas de vida na 
Terra descendem de um ancestral comum. A di-
versidade biológica do planeta seria fruto de um 
processo que em 1872 ele chamou de evolução. 
Em sua teoria, a evolução se manifesta de forma 
gradual por meio da seleção natural. Esta última 
faz que as espécies transmitam às gerações se-
guintes as características que aumentam suas 
possibilidades de sobrevivência, de modo a asse-
gurar-lhes a existência. Já as características con-
sideradas desvantajosas à sobrevivência da es-
pécie teriam probabilidades mais reduzidas de 
serem transmitidas aos descendentes.
As ideias de Darwin e de outros evolucionistas 
da época foram aproveitadas por muitos cien tistas 
e pensadores europeus para afirmar que a espécie 
humana era composta de várias raças.
As raças mais fortes e capazes sobreviveriam, 
as mais fracas e incapazes seriam sucumbidas pela 
seleção natural e social. Segundo esses pensado-
res, os brancos, de modo geral, pertenceriam às ra-
ças mais capazes, ou seja, às raças “superiores”, 
enquanto os não europeus pertenceriam às raças 
“inferiores”. Alguns cientistas, como Ernst Haeckel 
(1834-1919), afirmavam que na base dessa escala 
encontravam-se os judeus e os negros.
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Ilustração da obra Antropogenia ou História da evolução do 
homem (1874), de Ernst Haeckel, que compara um homem 
negro a alguns primatas. Imagens pseudocientíficas como 
essa ajudaram na propagação do racismo.
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241O imperialismo e o neocolonialismo Capítulo 28
A África em pedaços
A partilha da África no século XIX 
teve início em 1876, quando o rei Leo-
poldo II, da Bélgica, criou a Associação 
Internacional Africana e o Grupo de Es-
tudos do Alto Congo. O objetivo decla-
rado da iniciativa era promover ações 
humanitárias e científicas na bacia do 
rio Congo. Por trás dessa finalidade apa-
rentemente nobre e generosa, porém, 
escondiam-se os verdadeiros propósitos 
do rei da Bélgica: conquistar uma vas-
ta região rica em minérios e subjugar a 
população do Congo ao domínio belga.
Após negociações com líderes locais, 
os belgas se estabeleceram na região. A 
partir de então, iniciou-se uma verdadeira 
corrida entre as nações europeias interes-
sadas em conquistar para si um pedaço 
do continente africano. Para resolver os 
problemas advindos dessa disputa, foi rea-
lizada na Alemanha, entre 1884 e 1885, 
a Conferência de Berlim. O evento reuniu 
representantes de diversas nações euro-
peias e se transformou em um marco na 
história do colonialismo, pois nele foram 
3
Essas teorias racistas são amparadas nas ciên-
cias chamadas de “racismo científico”. Elas ser-
viram para justificar a colonização da África e da 
Ásia pelos europeus a partir do século XIX, uma 
vez que, aos olhos de muitos colonizadores, os ha-
bitantes desses continentes seriam seres inferio-
res, atrasados, preguiçosos e incivilizados. Ficava 
justificada, assim, a “missão civilizadora” dos eu-
ropeus nesses continentes.
Durante o século XX, muitos trabalhos cientí-
ficos mostraram quanto havia de inconsistente 
nessas ideias. Os cientistas observaram que as di-
ferenças das sequências genéticas entre dois indi-
víduos não chega a 1%. 
As variações encontradas – como a cor da 
pele ou dos olhos, por exemplo – são resultado
do processo evolutivo do ser humano diante da ne-
cessidade de se adaptar às condições ambientais 
em que passou a viver. Já as diferenças culturais 
decorrem dos processos histórico-sociais distintos 
de cada povo. Ou seja, a espécie humana é única.
Fontes: COSTA, Sérgio. Dois Atlânticos: 
teoria social, antirracismo, cosmopolitanismo. 
Belo Horizonte: UFMG, 2006; MAIO, Marcos Chor e 
SANTOS, Ricardo Ventura (Org.). Raça, ciência e sociedade. 
Rio de Janeiro: Editora Fiocruz/CCBB, 1996.
De olho no mundo
Os termos racismo,preconceito e discriminação 
têm signifi cados diferentes. Pesquise e escreva um 
texto sobre cada uma dessas expressões. Em se-
guida, reúna-se com seu grupo de colegas e, jun-
tos, montem uma lista com os grupos sociais ou 
étnicos que vocês consideram as principais vítimas 
dessas práticas no Brasil. Apresentem o resultado 
à classe, elaborando propostas para impedir a per-
petuação dessas práticas na sociedade.
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SOMÁLIA
BRITÂNICA
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(ETIÓPIA)
SOMÁLIA 
ITALIANA
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ORIENTAL 
BRITÂNICA
ÁFRICA 
ORIENTAL 
ALEMÃ
NIASSALÂNDIARODÉSIA
DO NORTE
RODÉSIA
DO SUL
ÁFRICA DO 
SUDOESTE 
ALEMÃ
BECHUANALÂNDIA
TRANSVAAL
BASUTOLÂNDIA
UNIÃO DA 
ÁFRICA 
DO SUL
Comores 
(FRA)
Canal de Suez
Alemanha
Bélgica
Espanha
França
Inglaterra
Itália
Portugal
Países independentes
Territórios sob controle de 
países europeus antes de 1914
Trópico de Câncer
Equador
Trópico de Capricórnio
20º L
A PARTILHA DA ÁFRICA
Fonte: WORLD History Atlas: Mapping the Human Journey.
London: Dorling Kindersley, 2005.
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QUILÔMETROS
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decididas as regras para a partilha da África. Era o 
que faltava para o continente ser inteiramente reta-
lhado entre seus pretendentes (veja o mapa abaixo).
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242 Unidade 5 Terra e meio ambiente
Em menos de duas décadas, quase todo o território africano havia sido dividido arbitrariamente em colônias 
sob controle europeu. Muitas fronteiras foram criadas por meio de acordos diplomáticos entre as metrópoles, 
sem levar em consideração as divisões étnicas e culturais dos povos que ali viviam.
A resistência africana à colonização europeia foi intensa. Em diversas regiões eclodi-
ram guerras sangrentas*. Apesar da resistência dos africanos, a superioridade militar e tec-
nológica dos colonizadores era muito grande. Enquanto os primeiros lutavam com antigas 
carabinas de um único tiro, os europeus dispunham de canhões e metralhadoras.
O futuro da África
O processo de colonização e usurpação das 
riquezas da África levado a cabo pelos europeus 
nos últimos 500 anos transformou o continente no 
mais pobre do mundo. Apesar da gravidade dos 
fatos, contudo, nem todos os africanos comparti-
lham a ideia de que a situação do continente seja 
insolúvel. Nos últimos anos, vem ganhando força 
um movimento que insiste em afirmar: a África 
tem futuro.
Alguns dados justificam essa afirmação. De 
acordo com estudos recentes, a taxa anual de 
crescimento econômico da África tem sido su-
perior ao da média mundial. Em 2012, a taxa de 
crescimento do continente foi um pouco inferior, 
4,5%. Mesmo assim, esteve acima da média mun-
dial, cujo índice de crescimento foi de 3,3%.
Além disso, a estabilidade política alcançada 
por muitas nações africanas e a queda do número 
de conflitos armados na região contribuíram para 
que o investimento estrangeiro na África tripli-
casse desde os anos 1990.
A África tem potencialidades que permitem 
reverter o quadro atual, muito marcado pela mi-
séria. Para isso, basta, principalmente, vontade 
política.
Além de ações concretas, como a criação de 
escolas, por exemplo, muitos líderes africanos afir-
mam que a maior participação do continente no 
comércio internacional já ajudaria na recuperação 
da África. Ou seja, caso os países que no passado 
espoliaram o continente adquirissem as mercado-
rias da região, a situação começaria a melhorar.
Essa possibilidade, contudo, esbarra na polí-
tica protecionista estabelecida pelos países eu-
ropeus sobre seus próprios produtos agrícolas. 
Nos termos dessa política, o governo desses paí-
ses impõe pesadas taxas alfandegárias sobre arti-
gos similares provenientes dos 
paí ses pobres para impedir que 
eles concorram com produtos 
europeus.
Entretanto, as pressões para 
que a Europa flexibilize essa 
política e adote medidas de 
ajuda aos povos africanos têm 
crescido nos últimos anos.
Passado Presente
Crianças quenianas de 5 a 6 anos de 
idade estudam com computadores na 
escola em Mombaça, no Quênia. Os 
computadores foram doados por um 
programa de reabilitação para crianças 
e jovens de rua, afetados pela pobreza. 
Foto de 2011.
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* Veja o filme Zulu, 
de Cy Endfield, 
1964.
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243O imperialismo e o neocolonialismo Capítulo 28
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Charge inglesa ironiza o sonho de Cecil Rhodes, colonizador 
e homem de negócios inglês, de ver as possessões britânicas 
na África se estenderem do extremo sul do continente até o 
Egito, no norte.
O domínio europeu na África duraria quase cem 
anos. Só na segunda metade do século XX os africa-
nos começariam a reconquistar sua independência. 
Algumas regiões, como Angola e Moçambique, per-
maneceram na condição de colônia até a década de 
1970 (veja a seção Passado presente na página 242).
Os europeus 
na Ásia
Durante o período de expansão comercial da 
Europa, iniciado no século XV, a interferência es-
trangeira na Ásia se restringiu à instalação de fei-
torias (principalmente portuguesas) na Índia e na 
China. A exceção a essa regra eram Java e Bornéu 
(na região hoje pertencente à Indonésia), ilhas co-
lonizadas pelos holandeses a partir do século XVII. 
Essa situação alterou-se a partir da Revolução In-
dustrial, quando as nações industrializadas come-
çaram a conquistar territórios na Ásia e na Oceania 
(veja mapa abaixo).
4
(POR) Diu
Moscou
Vladivostok
(POR) Damão
(POR) Goa
(FRA) Mahé Karikal (FRA)
Yanaon (FRA)
Pondichéry (FRA)
Hong Kong (GB)
Macau (POR)
Terra do
Imperador
Guilherme
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Novas Hébridas
(FRA e GB)
Nova
Caledônia
Guam
(EUA)
Is. Maldivas
Arq. de Chagos
Nicobar
Is. Andaman
Bornéu
Java
Timor
 Is. Marianas
Is. Marshall
Is. Carolinas
Nauru
I. Oceano
Is. Salomão
Is.
GilbertNova
Guiné
OCEANO
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OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
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JAPÃO
FORMOSA
FILIPINAS
MADAGASCAR
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Possessões alemãs
Possessões inglesas
Possessões holandesas
Possessões francesas
Possessões norte-americanas
Possessões japonesas
EUA – Estados Unidos
POR – Portugal
 FRA – França
 GB – Grã-Bretanha
Grã-Bretanha
França
Rússia
Área de influência da:
Equador
Trópico de Câncer
Trópico de Capricórnio
FERROVIA 
TRANS
IBERIANA 
COLÔNIAS NA ÁSIA E NA OCEANIA
27000 1350
QUILÔMETROS
ESCALA
Adaptado de: GRAND atlas historique. Paris: Larousse, 2006.
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