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Ciência e 
tecnologia
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Médicos realizam cirurgia delicada usando robôs em hospital de Detroit, 
Michigan-EUA. Foto de 2011.
Alamy/Other Images
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apeamento genético, vacinas para doenças até então sem 
cura, como tuberculose, tétano e pneumonia, robôs que exe-
cutam as mais variadas tarefas, desde participar da linha de 
produção industrial até realizar delicadas cirurgias, redes de computa-
dores, como a internet, que tornam possível a comunicação instantâ-
nea entre pessoas separadas por milhares de quilômetros. 
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COMEÇO DE CONVERSA
1. Qual é a importância da ciência e da tecnologia em seu cotidiano?
2. Em sua opinião, todas as pessoas têm acesso aos resultados do avanço científi co e 
tecnológico? Justifi que sua resposta.
Dia após dia, os avanços observados nas áreas da ciência e da tecnologia não param de nos surpreen-
der. Graças a eles, o ser humano tem a possibilidade de viver por mais tempo e com mais conforto.
Tantas novidades, entretanto, suscitam perguntas: esses avanços só têm aspectos positivos? Os be-
nefícios proporcionados por esse progresso atingem todas as pessoas por igual? Eles tornam as pessoas 
mais felizes, mais tolerantes, generosas e solidárias? Podem os cientistas fazer experimentos que desres-
peitam a ética em nome das conquistas científi cas e tecnológicas ? 
Perguntas como essas fazem parte das preocupações de muitas pessoas na sociedade contemporâ-
nea. O que se discute são, muitas vezes, os limites e os usos que se faz da ciência. 
É certo que os avanços científi cos e tecnológicos observados nos últimos tempos promoveram ver-
dadeiras mudanças nos hábitos e costumes da população. Entretanto, se colocados em prática sem 
uma preocupação ética, muitos deles podem pôr em risco o próprio equilíbrio entre o ser humano e 
o meio ambiente.
Nesta unidade veremos de que maneira, a partir da segunda metade do século XIX, novos inventos 
e descobertas, como a energia elétrica, o cinema, o automóvel e o anestésico, aumentaram o entusias-
mo em torno das infi nitas possibilidades da ciência e da capacidade humana. A promessa de felicidade 
e progresso irreversíveis que permeava o discurso científi co-tecnológico parecia irrefutável, até que uma 
de suas primeiras grandes consequências negativas abalou o mundo: a Primeira Guerra Mundial.
Hélices conectadas a 
transformador de energia 
eólica em eletricidade. San 
Diego, Califórnia, EUA, 2008.
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Quatrocentos e oito quilômetros de trilho. Essa 
é a extensão do metrô de Londres, na Inglaterra, 
o metrô mais extenso do mundo. Sua maior linha, 
a Central Line, possui 83 quilômetros de extensão. 
Ou seja, sozinha, ela é maior do que toda a malha 
metroviária da cidade de São Paulo que, com 
65,3 quilômetros de extensão, é a maior do Brasil. 
Depois de Londres, os maiores metrôs do mundo 
são os de Nova York (368 quilômetros), Tóquio 
(292 quilômetros) e Seul (287 quilômetros).
Hoje, o metrô é considerado um meio 
de transporte essencial para a vida urbana. 
Ao mesmo tempo que permite o rápido 
deslocamento entre diferentes pontos da 
cidade, também ajuda a desobstruir o trânsito 
e desempenha importante papel no processo 
de preservação ambiental. Afi nal, quanto mais 
pessoas andam de metrô, menos carros nas ruas 
e, consequentemente, menos emissão de gases 
poluentes na atmosfera.
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Jean-Marc Truchet/Stone/Getty Images
Passageiros esperam 
pelo embarque em 
plataforma de estação 
de metrô londrina. 
Foto de 2012. 
Capítulo 1
O mundo em transformação
Objetivos do capítulo
 n Identificar os avanços técnicos da Segunda 
Revolução Industrial e seus impactos sociais.
 n Compreender as mudanças artísticas, 
econômicas e políticas na virada do 
século XIX para o XX.
 n Entender a nova dinâmica social decorrente 
das mudanças ocorridas nesse período.
 n Conhecer as novas demandas sociais e 
o aumento da participação da população 
na política naquele momento.
O metrô de Londres não só é o mais extenso 
como também o mais antigo. Afi nal, foi ali, na 
capital inglesa, que, em 1863, foi implantada 
a primeira linha de metrô do mundo. O metrô 
surgiu numa época em que muitas invenções, 
como o automóvel, a bicicleta, o bonde elétrico, 
apareciam e as sociedades passavam por grandes 
transformações econômicas e sociais. Neste 
capítulo veremos como se processaram essas 
mudanças que marcaram a virada do século XIX 
para o XX em diversas partes do mundo.
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11O mundo em transformação Capítulo 1
A Belle Époque
A Segunda Revolução Industrial trouxe para mui-
tos a sensação de que a capacidade inventiva do ser 
humano não tinha limites e alimentou a certeza de 
que homens e mulheres estavam construindo um 
futuro melhor. O entusiasmo foi tão grande que o 
período compreendido entre a segunda metade do 
século XIX e os primeiros anos do século XX ficou co-
nhecido como Belle Époque (‘bela época’, traduzido 
do francês).
A todo momento, uma nova descoberta cientí-
fica ou tecnológica era anunciada. Na área de trans-
portes, por exemplo, em poucas décadas foram in-
ventados a bicicleta (1861), o metrô (1863), o bonde 
elétrico (1874), a locomotiva elétrica (1879) e o au-
tomóvel (1886). (Leia a seção Eu também posso par-
1
ticipar.) Foram ainda construídas grandes ferrovias, 
como a Transcontinental (1869), que cortou os Esta-
dos Unidos de leste a oeste, e a Transiberiana (1903), 
ligando as cidades russas de Moscou (na Europa) e 
Vladivostok (na Ásia).
Na virada do século XIX para o XX, até mesmo 
o sonho de voar se tornou realidade. Os experimen-
tos dos irmãos norte-americanos Orville (1871-1948) 
e Wilbur Wright (1867-1912), nos Estados Unidos, e 
do brasileiro Alberto San-
tos Dumont* (1873-1932), 
em Paris, culminaram na 
invenção do avião. 
Todos esses inventos em transportes transforma-
ram o cotidiano das populações e alteraram até as 
noções de tempo e espaço, uma vez que longas dis-
tâncias passaram a ser superadas em um tempo bem 
menor do que era feito até então.
* Leia a história em 
quadrinhos Santô e 
os pais da aviação, de 
Spacca, Cia. das Letras.
Os meios de transporte no mundo 
contemporâneo
A partir da segunda metade do século XIX, 
a larga utilização da energia elétrica e o empre-
go frequente de novas fontes de energia deri-
vadas do petróleo possibilitaram a invenção de 
máquinas que revolucionaram as sociedades 
europeia e norte-americana e, posteriormente, 
o mundo todo. Entre essas novidades, estão as 
máquinas desenvolvidas para o transporte de 
cargas e pessoas.
Esse foi o caso do metrô, construído pela pri-
meira vez em Londres, na Inglaterra, em 1863. 
Sua construção, por sua vez, só se tornou possível 
devido ao desenvolvimento de máquinas como a 
perfuratriz movida a ar comprimido (1861), uti-
lizada para abrir os túneis subterrâneos. Inicial-
mente, os metrôs ingleses operavam com má-
quinas a vapor, e em 1890 foram substituídos por 
trens elétricos. 
O alemão Gottlieb Daimler (1834-1900) desen-
volveu o motor de combustão interna a gasolina 
que lhe permitiu criar a primeira motocicleta em 
1885 e o primeiro automóvel logo no ano seguin-
te. O aperfeiçoamento dessas novas máquinas foi 
resultado do trabalho de outros inventores, como 
Karl Benz (1844-1929), que desenvolveu o motor 
de dois tempos em 1879 e fundou a primeira fá-
brica de motores automobilísticos.
Em 1911, Charles Kettering inventou o motor de 
arranque elétrico, que tornou o ato de dirigir mais 
seguro. Com essa invenção, os motoristas não pre-
cisavam mais girar manualmente uma manivela 
para colocar o carro em funcionamento. No ano se-
guinte, começaram a ser vendidosos primeiros au-
tomóveis equipados com esse tipo de motor.
Criados para facilitar a locomoção e a vida das 
pessoas, alguns desses meios de transporte são 
hoje apontados por especialistas como responsá-
veis pelos principais problemas urbanos da vida 
moderna. Como a maioria da população tende a 
se concentrar nas cidades – onde as oportunida-
des de emprego e o conforto costumam ser maio-
res –, é comum encontrar nesses locais grande 
quantidade de automóveis, ônibus e caminhões 
circulando por suas ruas. 
Os efeitos desse tráfego podem ser observa-
dos no dia a dia: congestionamentos e acidentes, 
muitos deles fatais. Além disso, segundo alguns 
estudos, 92% da poluição atmosférica das gran-
des cidades é provocada por veículos automoto-
res, que utilizam combustíveis derivados de pe-
tróleo. Os resíduos expelidos (por exemplo, os 
gases monóxido de carbono e óxido de nitrogênio,
Eu também posso participar
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12 Unidade 1 Ciência e tecnologia
alguns hidrocarbonetos e fuligem) pelos escapa-
mentos de automóveis, caminhões, ônibus e mo-
tocicletas colaboram em grande parte com o au-
mento do aquecimento global e causam inúmeros 
problemas de saúde, piorando a qualidade de 
vida nos centros urbanos.
Devido a todos esses problemas, recomenda-
-se a utilização dos transportes coletivos como 
forma de diminuir a poluição nos centros urbanos. 
Quanto mais as pessoas deixarem seus veí culos 
nas garagens e utilizarem ônibus, trens e metrô, 
menores serão os congestionamentos e a quanti-
dade de gases expelidos na atmosfera. Podemos 
contribuir para isso adotando alguns costumes 
em nosso dia a dia, com uma mudança de hábi-
tos. Veja alguns exemplos.
• Na medida do possível, utilize o transporte cole-
tivo e sempre conserve os equipamentos desse 
serviço público. 
• Para escapar dos congestionamentos, recomen-
da-se sair às ruas fora dos horários de pico.
• Quando o trajeto for curto, é preferível ir a pé ou 
de bicicleta. 
• Em caso de precisar usar o carro para fazer traje-
tos rotineiros (por exemplo, casa-trabalho ou casa-
-escola), pode-se organizar um sistema de carona 
com outras pessoas, a fim de gastar menos com-
bustível e evitar a emissão de gases na atmosfera. 
• É recomendável informar-se sobre melhorias no 
transporte público de sua cidade e, sempre, exi-
gir dos governantes medidas que priorizem esse 
tipo de transporte em detrimento do individual.
Sua comunidade
Em grupos, elaborem uma campanha publici-
tária incentivando as pessoas de sua comunidade 
a utilizar o transporte público ou alguma alternati-
va de transporte no lugar do automóvel particular. 
Vocês devem demonstrar, com argumentos con-
sistentes, as vantagens dessa mudança de hábito.
Na área de comunicações foram criados o tele-
fone (1876) e o telégrafo sem fios (1895). São igual-
mente dessa época inventos como o fonógrafo (1877), 
criado pelo norte-americano Thomas Edison, e o cine-
ma (1895), inventado pelos irmãos franceses Auguste 
(1862-1954) e Louis Lumière (1864-1948). Juntamen-
te com o rádio, surgido nas primeiras décadas do sé-
culo XX, esses inventos abririam caminho para o lazer 
de massa da sociedade moderna.
O cinema, por exemplo, inaugurou uma nova 
era de diversões, acessível a todas as camadas so-
ciais. Devido ao baixo preço das entradas, o pro-
letariado compunha grande parte do público das 
salas de cinema nos primeiros anos após sua inven-
ção. Com isso, a arte deixava de ser exclusividade 
dos espaços frequentados pelos grupos sociais pri-
vilegiados.
Também a indústria passou por inúmeras transfor-
mações. No começo do século XX, foi criada a linha de 
montagem na fábrica de automóveis Ford, nos Estados 
Unidos (sobre o assunto, leia o capítulo 7). Com ela, 
surgiu a produção em série, que levou a um extraordi-
nário aumento da produtividade e à diminuição do pre-
ço dos produtos. Ao mesmo tempo, foram criadas no-
vas formas de pagamento, como as vendas a crédito, e 
surgiram os primeiros grandes magazines, como a rede 
parisiense Au Bon Marché (1876), precursoras das lojas 
de departamentos.
Ciclista pedala em ciclofaixa instalada em São Lourenço 
do Sul (RS). Cada vez mais, a bicicleta vem se afirmando 
como uma alternativa ao transporte automotivo no país. 
Foto de 2012. 
A fumaça que sai dos escapamentos dos automóveis, 
ônibus e caminhões é um dos principais responsáveis pela 
poluição atmosférica. Acima, caminhão emite fumaça 
escura sobre a ponte Cidade Jardim, Zona Oeste da 
cidade de São Paulo. Foto de 2011.
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13O mundo em transformação Capítulo 1
Descobertas importantes também ocorreram 
na área médica e de saúde. Os bacteriólogos Ro-
bert Koch (1843-1910), da Alemanha, e Louis Pas-
teur (1822-1895), da França, por exemplo, desco-
briram que as doenças eram causadas por agentes 
infecciosos, como as bactérias. Até 1890, vários 
cientistas já haviam identificado os agentes de di-
versas doenças (tuberculose, cólera, febre tifoide 
e tétano, entre outras) e vinham desenvolvendo 
vacinas para combatê-las. Esses novos tratamen-
tos contribuíram para reduzir o elevado número de 
mortes provocadas por elas.
Além disso, a constatação de que o uso de an-
tissépticos, por exemplo, era essencial para impedir 
infecções pós-operatórias reduziu sensivelmente a 
taxa de mortalidade decorrente das intervenções ci-
rúrgicas. Já a descoberta dos anestésicos possibilitou 
aos médicos não só o alívio da dor de seus pacien-
tes, mas também a realização de cirurgias mais de-
moradas, algo impraticável até então.
A democratização 
da Europa
Em meio a tantas novidades, ampliou-se nos paí-
ses europeus o movimento de luta pela democracia . 
Entre as conquistas mais significativas do período 
destacam-se a expansão da quantidade de eleitores 
e a extensão do direito de ser votado a pessoas das 
classes de baixa renda.
Cartaz do filme mudo Vida de cachorro (1918), de Charlie Chaplin, diretor 
britânico que costumava abordar em seus filmes os contrastes sociais do 
mundo capitalista. Nessa obra vemos em cena o mais famoso personagem 
criado por Chaplin, Carlitos, um representante das camadas baixas da 
população.
Interior da fábrica de automóveis Ford, em foto de 
1925, nos Estados Unidos. Na imagem vemos o 
modelo T, produzido em série a partir de 1913 e que 
chegou a ser vendido por 260 dólares. Isso contribuiu 
para a popularização dos automóveis no país.
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Diversas leis reformando o sistema eleitoral fo-
ram aprovadas na Inglaterra, na Bélgica, na Noruega, 
na Suécia e em outros países. Com essas leis possibi-
litou-se a formação dos primeiros partidos políticos 
modernos, partidos de pessoas que não mais repre-
sentavam apenas as elites, e que se transformaram 
em centros de reflexão, responsáveis por formular 
doutrinas e ideologias.
Emmaline Pankhurst (1858-1928), líder do movimento 
sufragista e uma das fundadoras da União Social e Política das 
Mulheres, discursa para uma multidão de 5 mil pessoas em 
Boston, Estados Unidos, em 1918.
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As palavras destacadas nesta cor estão no Glossário, 
página 278.
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14 Unidade 1 Ciência e tecnologia
As mulheres intensificaram suas antigas reivin-
dicações pelo direito de votar e de concorrer a elei-
ções. No decorrer dessa luta, elas fundaram associa-
ções e participaram de protestos em várias partes 
do mundo.
Como decorrência dessas e de outras mobili-
zações, o sufrágio universal começou a ser adota-
do em várias partes do mundo. O primeiro país noqual as mulheres puderam votar livremente foi a 
Nova Zelândia, em 1893. Na Europa, a Finlândia foi 
a pioneira, em 1906, na aprovação do voto femini-
no. Em muitas nações essa conquista só foi obtida 
depois da Primeira Guerra Mundial, como ocorreu 
na Inglaterra (1918), nos Estados Unidos (1920) e 
no Brasil (1932).
Como parte de um esforço para extinguir o anal-
fabetismo, em diversas nações europeias a educação 
de crianças tornou-se obrigatória e gratuita. Aos pou-
cos, aumentou o número de leitores de jornais, revis-
tas e livros, e surgiram publicações voltadas para os 
públicos infantil e feminino, algumas delas com foto-
grafias e ilustrações coloridas, algo pouco comum até 
aquele momento.
A nova burguesia europeia
Essas mudanças provocaram novas acomoda-
ções e rearranjos entre as classes sociais na Europa 
e em outras regiões do mundo (veja a seção Passa-
do presente). A aristocracia tradicional, proprietária 
de grandes extensões de terras, embora reduzida, 
continuava a ter uma força simbólica importante e 
a ocupar posições destacadas na sociedade. A bur-
guesia, enriquecida pelas duas revoluções industriais, 
procurava ligar-se à aristocracia por meio de casa-
mentos ou do convívio social.
Formada por empresários, industriais, ban-
queiros, grandes comerciantes, etc., a burguesia 
detinha boa parte do poder econômico e financei-
ro e captava o poder político de modo mais ou me-
nos rápido.
Outro setor que conquistava um espaço polí-
tico importante, embora não diretamente no po-
der, era a classe média. Faziam parte dela peque-
nos comerciantes, profissionais liberais, artesãos, 
lojistas, professores, funcionários públicos, etc. 
Eram pessoas com padrão de vida variado, pois 
entre elas havia assalariados não proletários, pe-
quenos empresários, pessoas que trabalhavam 
por conta própria, etc. Sua importância política se 
devia ao fato de terem participação eleitoral deci-
siva e de constituírem a parte majoritária da opi-
nião pública.
A classe operária
Surgida com a Revolução Industrial da segun-
da metade do século XVIII, o proletariado, ou classe 
operária, era formado por mineradores, ferroviários, 
portuários, trabalhadores industriais, etc. Era a 
classe mais numerosa da Euro-
pa e a que mais sofria com as 
desigualdades sociais* 
decorrentes da Revolu-
ção Industrial.
No início do surgimento do proletaria-
do, os operários eram, em sua maioria, cam-
poneses que haviam abandonado a zona ru-
ral e se mudado para as cidades em busca 
de melhores condições de vida (empregos, 
mais alimentos, moradias melhores, etc.). 
Uma vez nas cidades, porém, tiveram de se 
submeter ao estafante trabalho das fábricas 
e às péssimas condições sanitárias das mora-
dias operárias.
Em greve, trabalhadores das minas de carvão da 
cidade de Harworth, na Inglaterra, participam de 
uma votação em abril de 1937. Repare que muitos 
desses mineiros usam boina, uma das marcas da 
identidade do proletariado na época.
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* Veja o filme 1900, 
de Bernardo 
Bertolucci, 1976.
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