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E-Book Deontologia, Legislacao e Exercicio Profissional de Enfermagem_CENGAGE_V2 (Versao Digital)

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LEGISLAÇÃO E 
EXERCÍCIO PROFISSIONAL
ORGANIZADORAS RENATA DE MOURA BUBADUÉ; ESTEPHANI VITORINO CORREIA DA SILVA.
LEGISLAÇÃO E 
EXERCÍCIO 
PROFISSIONAL
(Deontologia, Lesgislação e Exercício 
Profissional de Enfermagem)
ORGANIZADORAS: RENATA DE MOURA BUBADUÉ; 
ESTEPHANI VITORINO CORREIA DA SILVA.
Legislação e Exercício Pro�ssional
GRUPO SER EDUCACIONAL
O início da trajetória legal da enfermagem data de 1955, mas, apesar das 
atualizações que sofreu, a essência do trabalho de enfermagem em suas 
modalidades de enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem é mantida 
até os dias de hoje.
Com o objetivo de preparar o estudante com os principais aspectos a 
respeito das questões legais e éticas para o exercício pro�ssional de enfer-
magem, esta obra trata da história da enfermagem em seus aspectos 
legais e éticos e da legislação atual que regulamenta o exercício da pro�s-
são. Serão apresentados aqui temas importantes como: as entidades de 
classe da enfermagem e suas atribuições, os fundamentos legais e éticos 
da atividade pro�ssional da equipe de enfermagem no cuidado com a 
população em dimensões que envolvem atividades de gestão, assistência, 
ensino e pesquisa. 
Obra imprescindível para o estudo e o exercício pro�ssional de enferma-
gem que vai nortear sua atuação. Bons estudos!
gente criando futuro
I SBN 9786555582598
9 786555 582598 >
C
M
Y
CM
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LEGISLAÇÃO E 
EXERCÍCIO 
PROFISSIONAL
(Deontologia, 
Lesgislação e Exercício 
Profissional de 
Enfermagem)
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. 
Diretor de EAD: Enzo Moreira
Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato 
Coordenadora de projetos EAD: Manuela Martins Alves Gomes
Coordenadora educacional: Pamela Marques
Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa
Designers gráficos: Kamilla Moreira, Mário Gomes, Sérgio Ramos,Tiago da Rocha
Ilustradores: Anderson Eloy, Luiz Meneghel, Vinícius Manzi 
Bubadué, Renata de Moura.
Legislação e exercício profissional / Renata de Moura Bubadué; Estephani Vitorino 
Correia da Silva. – São Paulo: Cengage, 2020.
Bibliografia.
ISBN 9786555582598
1. Saúde - Enfermagem. 2. Legislação. 3. Enfermagem - Profissão. 4. Silva, Estephani Vitorino 
Correia Da
Grupo Ser Educacional
 Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro 
CEP: 50100-160, Recife - PE 
PABX: (81) 3413-4611 
E-mail: sereducacional@sereducacional.com
“É através da educação que a igualdade de oportunidades surge, e, com 
isso, há um maior desenvolvimento econômico e social para a nação. Há alguns 
anos, o Brasil vive um período de mudanças, e, assim, a educação também 
passa por tais transformações. A demanda por mão de obra qualificada, o 
aumento da competitividade e a produtividade fizeram com que o Ensino 
Superior ganhasse força e fosse tratado como prioridade para o Brasil.
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec, 
tem como objetivo atender a essa demanda e ajudar o País a qualificar 
seus cidadãos em suas formações, contribuindo para o desenvolvimento 
da economia, da crescente globalização, além de garantir o exercício da 
democracia com a ampliação da escolaridade.
Dessa forma, as instituições do Grupo Ser Educacional buscam ampliar 
as competências básicas da educação de seus estudantes, além de oferecer-
lhes uma sólida formação técnica, sempre pensando nas ações dos alunos no 
contexto da sociedade.”
Janguiê Diniz
PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL
Autoria
Renata de Moura Bubadué
Enfermeira graduada pela Universidade Federal de Santa Maria, Mestrado e Doutorado em Enfermagem 
pela Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro. É pesquisadora no 
Brasil e no Canadá, autora de artigos científicos publicados no Brasil e Exterior, consultora ad hoc de 
periódicos nacionais e internacionais, editora de revista científica, coordenadora de grupo de pesquisa 
e professora universitária.
Estephani Vitorino Correia da Silva
Bacharel em Enfermagem pela Universidade Regional do Cariri- URCA, é especialista, com residência 
em Saúde da Família e Comunidade, pelo programa de Residência integrada em Saúde da Escola de 
Saúde Pública do Ceará. Membro do Grupo de Pesquisa: Clínica, Cuidado e Gestão em Saúde (GPCLIN).
SUMÁRIO
Prefácio .................................................................................................................................................8
UNIDADE 1 - Aspectos éticos e legais de enfermagem: de florence aos dias atuais .........................11
Introdução.............................................................................................................................................12
1 Noções preliminares .......................................................................................................................... 13
2 Ética profissional de enfermagem ...................................................................................................... 20
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................27
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................28
UNIDADE 2 - Órgãos estruturadores da enfermagem brasileira, importância e atribuições ............29
Introdução.............................................................................................................................................30
1 Associação Brasileira De Enfermagem – ABEn ................................................................................... 31
2 Sistema COREN/COFEN - Conselho Federal de Enfermagem .............................................................36
3 Conselho Regional de Enfermagem - COREN ..................................................................................... 38
4 Sindicatos dos enfermeiros ................................................................................................................ 41
5 Outros órgãos regulamentadores ligados à enfermagem: entidades e sociedades 
por áreas específicas ............................................................................................................................. 44
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................49
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................50
UNIDADE 3 - Atividade de enfermagem nas suas dimensões legais e éticas ...................................51
Introdução.............................................................................................................................................52
1 Noções preliminares .......................................................................................................................... 53
2 Regulamentação do exercício profissional ......................................................................................... 53
3 Código de Ética Profissional de Enfermagem ..................................................................................... 61
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................66
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................67
UNIDADE 4 - Ética e condutas apropriadas ao exercício profissional de enfermagem .....................69
Introdução.............................................................................................................................................701 Conduta ética dos profissionais de enfermagem ............................................................................... 71
2 Bioética ..............................................................................................................................................74
3 Ética em pesquisa científica ............................................................................................................... 79
4 Ocorrências éticas de enfermagem.................................................................................................... 80
5 Ética no ensino de enfermagem......................................................................................................... 86
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................89
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................90
Neste livro, você será apresentado à legislação para o exercício profissional de 
enfermagem e todos os aspectos que o estudante deve conhecer para atuar de forma 
legal. Vai conhecer os dilemas, as situações controversas e outros temas importantes 
para o cotidiano do cuidado. Em quatro unidades didaticamente criadas, o conteúdo 
aborda um conteúdo relevante para sua formação em enfermagem. Veja o que cada 
unidade discute.
A primeira unidade vai tratar dos aspectos éticos e legais de enfermagem: de 
Florence aos dias atuais. Será abordada aqui a história da enfermagem em seus 
aspectos legais e éticos, bem como a legislação atual que regulamenta o exercício 
profissional nos níveis de graduação e técnico. Os fundamentos éticos aplicáveis 
a diversos grupos populacionais para tomada de decisão em saúde e garantia dos 
direitos fundamentais nos serviços de saúde serão discutidos nesta unidade também, 
além ensinar como defender os marcos legais e éticos da Enfermagem na promoção 
de saúde e prevenção de agravos. Você conhecerá a importância da postura ética do 
profissional de Enfermagem para o manejo de situações controversas e dilemas que 
possam ser encontrados no cotidiano do cuidado.
Na sequência, será discutido um abrangente estudo sobre os órgãos estruturadores 
da enfermagem no Brasil. Nesta segunda unidade, você aprenderá a distinguir a 
importância de cada órgão e as atribuições das diversas entidades de classe da 
Enfermagem, além de conhecer as penalidades a serem observadas no exercício da 
profissão com base no código de ética da categoria. Além disso, conhecerá a construção 
histórica dos órgãos e quando e como estes devem atuar na defesa e fiscalização da 
categoria profissional de enfermagem no Brasil, e em seus respectivos estados, e quais 
as suas contribuições para a classe de enfermagem.
Já na terceira unidade, atividade de enfermagem nas suas dimensões legais e éticas, 
serão apresentados aspectos legais e éticos que envolvem as atividades da enfermagem 
em seus níveis técnico e de graduação. Você aprenderá mais profundamente sobre 
fundamentos legais e éticos da atividade profissional da equipe de enfermagem no 
cuidado à população em dimensões que envolvem atividades de gestão, assistência, 
ensino e pesquisa. Aqui, você vai aprender sobre a regulamentação da profissão no 
Brasil e compreenderá como a ética é aplicada no cotidiano profissional em diversos 
cenários de atuação da enfermagem.
PREFÁCIO
Por fim, na última unidade, intitulada legislação e exercício profissional, 
conheceremos as condutas éticas que devem ser executadas pelos profissionais de 
enfermagem, princípios de bioética, ocorrências éticas e aspectos relacionados à ética 
em pesquisa científica e envolvendo seres humanos. O objetivo aqui é reconhecer 
aspectos relevantes de questões éticas envolvendo o exercício profissional de 
enfermagem nos campos de sua atuação profissional.
Este livro é imprescindível para seus estudos na área da Saúde, especificamente 
em Enfermagem. Leia com bastante atenção e entenda todas as questões importantes 
sobre a legislação que norteia a profissão.
UNIDADE 1
Aspectos éticos e legais de 
enfermagem: de florence aos dias 
atuais
Olá,
Você está na unidade Aspectos éticos e legais de enfermagem: de Florence aos dias atuais. 
Conheça aqui os aspectos que envolvem a história da enfermagem em seus aspectos 
legais e éticos, bem como a legislação atual que regulamenta o exercício profissional nos 
níveis de graduação e técnico. Entenda fundamentos éticos aplicáveis a diversos grupos 
populacionais para tomada de decisão em saúde e garantia dos direitos fundamentais nos 
serviços de saúde.
Aprenda a defender os marcos legais e éticos da enfermagem na promoção de saúde 
e prevenção de agravos. Compreenda a importância da postura ética do profissional 
de enfermagem para o manejo de situações controversas e dilemas que possam ser 
encontrados no cotidiano do cuidado.
Bons estudos!
Introdução
13
1 NOÇÕES PRELIMINARES
Aqui serão apresentados os marcos legais e históricos sobre a construção da ciência de 
enfermagem da época de Florence Nightingale até os dias atuais no contexto mundial e brasileiro, 
fornecendo a você ferramentas para a prática profissional pautada na ética e na legalidade. O 
tema contribuirá para que você consiga desenvolver a consciência crítica necessária para atuar 
nos serviços de saúde nos âmbitos públicos e privados. O profissional de enfermagem, seja 
ele de nível de graduação ou técnico deve estar comprometido com a promoção da saúde da 
população, prevenindo agravos decorrentes de patologias que possam surgir em âmbito coletivo 
ou individual.
Entender a trajetória história da ciência da enfermagem o auxiliará para que você defenda 
os espaços que essa profissão ocupa e a importância do cuidado direto às pessoas nos diversos 
espaços de saúde. Já os aspectos legais e éticos contribuirão para que você realize sua atividade 
profissional com segurança e respaldo, tendo consciência da amplitude e dos limites das ações de 
enfermagem previstas na regulamentação brasileira.
1.1 Trajetória histórica da enfermagem mundial e brasileira
A ciência de enfermagem data do século XIX, quando Florence Nightingale, uma inglesa 
aristocrata, decide desafiar os costumes femininos da época. Nascida em 1820, Florence cresceu 
em uma família com alto poder aquisitivo e, com isso, teve a possibilidade de estudar com os 
livros disponíveis na biblioteca de seu pai. Na época, as mulheres não tinham o direito de se 
profissionalizarem. Contudo, resistente a adequar-se à cultura da época, Florence continuou 
estudando, sendo autodidata em diversas disciplinas, de acordo com Costa (2009); Frello e 
Carraro (2013) e Lopes e Santos (2010).
Em 1945, contrariando sua família, posicionou-se frente às injustiças dos serviços de saúde 
a pessoas em situação de vulnerabilidade e pobreza. Decidiu que queria contribuir com a 
sociedade de alguma forma e utilizou seu privilégio de mulher rica para ser ouvida no que tange 
às questões de saúde para pessoas necessitadas. Desde então, trabalhou em comitês legislativos 
para responsabilizar o Estado pela saúde dos mais pobres, conhecendo hospitais regidos por 
freiras e encantando-se pelo trabalho desenvolvido pelas enfermeiras.
Em 1853, Florence completou 33 anos de idade em 12 de maio (dia que, hoje, comemora-se 
o dia do enfermeiro) e cinco meses depois, em outubro, instalava-se a Guerra da Criméia, um 
conflito de três anos que ocorreu entre a Rússia e uma coligação formada pelo Reino Unido, 
França e Reino de Sardenha. Diante daquele contexto de guerra, Florence viu-se numa posição 
privilegiada para treinar 38 enfermeiras para irem a um dos campos de guerra promover o cuidado 
dos soldados em 1954, segundo Costa (2009); Frello e Carraro (2013) e Lopes e Santos (2010).
14
Durante seu período no campo de guerra, Florence percebeu a importância do ambiente para 
recuperação da saúde, fazendo com o que o hospital fosse um local comventilação e limpeza. 
Essas medidas, a priori, simples, resultaram na queda da mortalidade dos soldados em 80%, 
fazendo com que Florence assumisse o posto de heroína nacional quando retornou ao Reino 
Unido em 1957.
Essa conduta de observação e estatística fez com que Florence desenvolvesse uma das primeiras 
teorias de enfermagem, publicada no livro Notas de Enfermagem, em 1869 na Inglaterra, conforme 
Nightingale (1989). A Teoria Ambientalista criada por ela deu origem à enfermagem como ciência, 
uma vez que, no referido livro, Florence discorre sobre o papel da enfermeira enquanto promotora 
do cuidado, apresentando conhecimento clínico e estatístico com gráficos setoriais criados por ela, 
popularmente chamados de gráficos de pizza. A partir desse livro, o Reino Unido passou a adotar 
medidas de saneamento básico articuladas à saúde, sendo um dos mobilizadores da saúde pública 
britânica como uma ação intersetorial de responsabilidade do governo.
Por meio de sua autonomia e iniciativa, Florence tornou-se importante figura do movimento 
feminista da época, tendo suas conquistas eternizadas e comemoradas até os dias de hoje.
Concomitante ao trabalho e vida de Florence, diversos países tinham suas figuras cuidadoras 
que se tornaram precursoras da enfermagem em loco. Dentre essas, tem-se a baiana Anna Nery, 
nascida em 1814. Casada com um capitão do exército e mãe de dois oficiais do exército, a escolha 
de Anna Nery por acompanhá-los na Guerra do Paraguai (1864-1870) foi instigada pelo desejo 
de servir à nação, mas também de acompanhar sua família nesse período. Em 1864, ela pediu 
autorização ao Presidente da província da Bahia para acompanhar os filhos na guerra, oferecendo 
serviços de cuidado nos hospitais de guerra no Rio Grande do Sul. O pedido foi deferido e Anna 
partiu para o hospital junto aos voluntários para trabalhar como enfermeira.
Durante a guerra, prestou cuidados em diversos hospitais da região, conforme necessidade e 
solicitação de seus superiores. Viu um de seus filhos morrer durante o combate, mas continuou 
a servir o exército a fim de contribuir com a recuperação de outros. O cuidado desenvolvido não 
era organizado cientificamente, contudo, sua coragem de atuar durante a guerra constituiu em 
um grande marco na enfermagem brasileira. Quando retornou da guerra, recebeu medalhas e 
homenagens do governo pelos serviços prestados dedicou-se à vida social do pós-guerra.
Mudou-se ao Rio de Janeiro após 1973, quando seu filho foi transferido como capitão 
do exército. Residiu na cidade até sua morte, em 20 de maio de 1880. A primeira escola de 
enfermagem do Brasil, instituída em 1923, leva seu nome como homenagem, tendo seu prédio 
tombado pelo patrimônio histórico e fazendo parte da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 
segundo Grisard e Vieira (2008).
Essas duas figuras são de extrema importância para a enfermagem, sendo as datas 
15
do nascimento de Florence Nightingale (12 de maio) e da morte de Anna Nery (20 de maio) 
que delimitam a Semana de Enfermagem, instituída pelo Decreto 48.202 de 1960 pelo então 
presidente da república Juscelino Kubitschek.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
1.2 Marco legal e breve trajetória legal da enfermagem
A trajetória legal da enfermagem é recente. A primeira lei que dispôs do exercício de 
enfermagem enquanto profissão data 1955 e englobou a profissão de obstetriz, popularmente 
conhecida como parteira. Essa lei esteve em vigor até 1986, quando, durante a presidência 
de José Sarney, a Lei 7.498 foi publicada em 25 de junho. Em vigor até os dias atuais, essa lei, 
conhecida como Lei do Exercício Profissional de Enfermagem, é regulamentada pelo Decreto n. 
94.406, de 8 de junho de 1987.
Ao longo dos anos, essas legislações passaram por atualizações por meio de leis e decretos 
que alteraram ou vetaram artigos existentes na sua redação original. Contudo, a essência do 
trabalho de enfermagem em suas modalidades de enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem 
permanecem até os dias de hoje e serão enumeradas a seguir.
16
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
1.3 Categorias profissionais dispostas na Lei do Exercício Profissional
A seguir, serão apresentadas as categorias profissionais dispostas na Lei do Exercício 
Profissional:
• Enfermeiro
Segundo artigo sexto da Lei 7.498/86, essa categoria profissional é caracterizada por pessoas 
que obtiveram o diploma de graduação em enfermagem, isto é, documento emitido por uma 
instituição de ensino superior reconhecida pelo Ministério da Educação, seja ele no Brasil ou 
no exterior. Quando o diploma for de uma faculdade de fora do Brasil, a pessoa deve validá-lo 
em uma universidade daqui. Nos casos de ainda existirem pessoas com diploma de obstetriz, 
reconhece-se que a pessoa tem conhecimento avançado na área e, por isso, considera-se que ela 
é enfermeira ou enfermeiro.
• Técnico de Enfermagem
Segundo o artigo sétimo da Lei 7.498/86, esse profissional passou por uma formação técnica 
reconhecida pelo Ministério da Educação e obteve diploma ou certificado que o habilitasse para 
função. Caso o documento tenha sido expedido no exterior, também deverá ser validado no Brasil.
• Auxiliar de Enfermagem
O artigo oitavo da Lei 7.498/87 dispõe que esse profissional teve seu diploma ou certificado 
expedido nos moldes de normativas anteriores à lei do exercício profissional, tendo formação 
prática de duração inferior à realizada pelo técnico de enfermagem.
17
• Parteiras
Segundo o artigo nono da Lei 7.498/86, essa categoria profissional data 1946, quando 
começaram a existir cursos de certificação e diplomação na área no Brasil e no exterior. Hoje, 
esses cursos estão extintos na modalidade que era oferecida na época, porém as pessoas que 
obtiveram esse diploma podem desempenhar suas atividades de maneira legalizada nos dias 
atuais por meio desse reconhecimento.
1.4 Atividades privativas do enfermeiro
Dentre as categorias profissionais, o enfermeiro dispõe de atividades privativas previstas 
no artigo décimo-primeiro da Lei do Exercício Profissional, que envolve atividades de gestão, 
direção, consultoria e auditoria de serviços de enfermagem. Compreendem-se como serviços de 
enfermagem todos aqueles desempenhados pela classe, incluindo o cuidado.
Com isso, o enfermeiro assume uma postura de gestor do cuidado, mesmo que esse 
cuidado seja desempenhado por toda equipe. Nesse sentido, a Sistematização da Assistência de 
Enfermagem (SAE) é feita pelo enfermeiro, que fica responsável pelo Processo de Enfermagem 
(PE) e pela organização de sua operacionalização, por meio de ações que ele mesmo realiza ou 
delega à equipe de enfermagem, conforme Santos e Lima (2011).
Orientado e organizado pela SAE, o PE tem cinco etapas que são desenvolvidas de modo 
sistemático e contínuo para promover o cuidado integral ao cliente. Essas etapas são:
• Etapa 1
Histórico e anamnese.
• Etapa 2
Diagnóstico de enfermagem.
FIQUE DE OLHO
A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é comumente confundida com o 
Processo de Enfermagem (PE). Contudo, a SAE é um processo amplo e organizacional que 
envolve métodos, instrumentos, recursos humanos e organização. Já o PE consiste em cinco 
etapas para o cuidado sistematizado.
18
• Etapa 3
Prescrição ou planejamento de enfermagem.
• Etapa 4
Implementação.
• Etapa 5
Avaliação de enfermagem.
Na primeira etapa, tem-se a coleta de dados por meio da entrevista e exame físico para que o 
Diagnóstico de Enfermagem (DE) seja feito (segunda etapa), aplicando classificações específicas, 
sendo a Classificação Internacional para Prática de Enfermagem (CIPE) e a classificação proposta 
pela North American Nursing Diagnosis Association (NANDA - Associação de Diagnósticos de 
Enfermagem Norte Americana) as mais utilizadas.
A partir do DE, o enfermeiro inicia a terceira etapa que incorpora aspectos de planejamento 
do cuidado para prescrição de enfermagem. Nesta etapa, o enfermeiro prevê os resultados 
esperados e elencaintervenções para que eles sejam alcançados por meio da sua implementação 
(quarta etapa), de acordo com Pokorsi et al (2009).
Por fim, é necessário que o enfermeiro esteja sempre atento à efetividade dessas intervenções. 
Para isso, deve-se reavaliar continuamente o paciente e as intervenções prescritas a ele, dando 
continuidade àquelas que estão trazendo resultado e reorientando aquelas que não se mostram 
eficazes naquele contexto, segundo Pokorski et al (2009).
Além disso, o enfermeiro é responsável pela consulta de enfermagem, um espaço terapêutico 
e de intervenção, em que o PE deve ser aplicado. E por procedimentos de maior complexidade 
científica como acompanhamento de pré-natal de baixo risco, episiotomia, episiorrafia, aplicação 
de anestesia local, cateterismo vesical de alívio e de demora, cateterismo gástrico e entereal, 
aprazamento de prescrição médica, classificação de risco, punção de Port-a-Cath, punção de 
veia jugular, passagem e cuidados do cateter venoso central de inserção periferia de longa 
permanência (PICC), administração de quimioterapia, retirada de drenos, coleta de gasometria 
arterial e administração de nutrição parenteral.
19
Figura 1 - Alimentação parentera 
lFonte: Digicomphoto, iStock, 2020.
#ParaCegoVer: a imagem mostra frascos de alimentação parenteral, que consistem 
em eletrólitos e componentes a serem administrados diretamente na veia quando não há 
possibilidade de nutrição de outra maneira.
Por fim, destaca-se uma atividade importante, porém não privativa do enfermeiro: as 
anotações de enfermagem cujas informações devem estar escritas com detalhamento e 
completude para que os profissionais tenham acesso ao histórico do paciente nos prontuários 
quando for necessário. Esse registro é extremamente importante, porque nem sempre os 
profissionais conseguem conversar com detalhamento na troca de plantões, além de que o 
registro imediato previne a perda de informações e garante a continuidade do cuidado. Assim, 
é responsabilidade do enfermeiro cobrar de sua equipe registros consistentes e com riqueza de 
informações, uma vez que ele é o líder e coordenador dos serviços de enfermagem.
1.5 Atividades desempenhadas pelos técnicos e auxiliares de 
enfermagem
Os técnicos de enfermagem devem participar no processo do cuidado ao paciente, 
desempenhando tarefas e procedimentos delegadas pelo enfermeiro nos termos da lei, auxiliando 
o enfermeiro na supervisão do trabalho dos auxiliares de enfermagem e fazendo parte da equipe 
de saúde, de acordo com Araújo et al (2020).
Já os auxiliares desempenham atividades de menor complexidade, como observação de sinais 
e sintomas, cuidados de conforto e higiene ao paciente em condição estável e pouco complexa, 
segundo Brasil (1987).
20
2 ÉTICA PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM
Quando pensamos em ética, nos remetemos à Grécia Antiga com teóricos como Sócrates e 
Aristóteles. E, de fato, o termo origina-se dessa época, mas seu significado, aqui, é tomado de 
forma um pouco mais simples do que as teorias propostas por esses filósofos. Derivada do grego, 
a palavra ética remete à costumes, hábitos e condutas, segundo Queiroz et al (2020).
Então, ao pensar na ética profissional de enfermagem, contemplamos condutas, hábitos e 
comportamentos que orientam o trabalho dos profissionais dessa área. Por ser um trabalho que interage 
diretamente com a saúde das pessoas, a ética em enfermagem perpassa aspectos da moralidade que 
envolvem seguir as legislações vigentes tanto para a prática clínica, quanto para a pesquisa.
O movimento ético na saúde data do fim da Segunda Guerra Mundial, quando profissionais da 
saúde desenvolviam pesquisas em saúde sem nenhum compromisso ético com o ser humano e sem 
pensar no que os experimentos poderiam acarretar para aquelas pessoas, conforme Bub (2005).
Diante disso, as atividades profissionais de saúde passaram por reformulações normativas, as 
quais incluíram as publicações dos Códigos de Ética de Enfermagem ao redor do mundo. Com isso, 
as condutas profissionais de enfermagem passaram a estar em consonância com as normativas 
que regem o direito do paciente e o exercício profissional, contudo não está restrita a elas.
Comportamentos eticamente profissionais abrangem aspectos culturais e morais dos 
contextos que estamos inseridos. Como exemplo, podemos pensar no princípio do efeito duplo 
aplicado no Canadá. Em um contexto de cuidados paliativos em que a pessoa sofre muita dor 
e está em tratamento contínuo para seu alívio, no Canadá, é eticamente correto e legalmente 
aceito, administrar uma dose de medicação que pode resultar na morte do paciente, se a intenção 
for o alivio da dor e não a eutanásia. O mesmo não é permitido no Brasil, fazendo com que a ética 
profissional do enfermeiro canadense admita uma conduta que é proibida no Brasil. Vale ressaltar 
que ambos países são contra a eutanásia, por isso, o princípio do duplo efeito deve ser aplicado 
em situações específicas.
Outro exemplo de condutas diferenciadas entre os dois países é que, no Brasil, a participação das 
crianças e adolescentes nos processos de decisão de sua saúde está bastante regulada pelos pais. Já 
FIQUE DE OLHO
Ter atividades privativas não isenta o enfermeiro de desempenhar cuidados diretos 
ao paciente. Nesse sentido, o enfermeiro pode desempenhar todas as atividades de 
enfermagem, incluindo aquelas descritas como funções dos auxiliares e técnicos de 
enfermagem.
21
na Província de Quebec, no Canadá, adolescentes a partir dos 14 anos de idade tem autonomia de 
tomar decisões de saúde sem consentimento dos pais. Assim, uma adolescente que descobre estar 
grávida pode escolher pelo aborto no Canadá, sem que seus pais saibam que ela o fez. Isso também 
vai ao encontro da questão de que o aborto é legalizado lá, que é bastante polêmica, porém faz com 
que se reflita sobre como a cultura local interfere nos processos éticos em saúde.
Em todos países, existem códigos de ética que orientam a postura profissional da enfermagem. 
No Brasil, o primeiro Código de Ética da Enfermagem foi publicado em 20 de agosto de 2000 por 
meio da Resolução do Conselho Federal de Enfermagem (COFEn) número 240/200, dispondo 
de normativas, condutas e punições pelo seu não cumprimento na prática profissional dos 
trabalhadores da área. À medida em que os anos foram passando e o conhecimento na área da 
ética clínica e de pesquisa avançando, surgiram novas normativas que revogaram o essa e outras 
resoluções que foram publicadas em sequência.
Atualmente, as atividades da equipe de enfermagem são regidas pelo último Código de Ética 
da área, aprovado na Resolução COFEn 564/2017 e publicado no anexo da referida resolução.
A seguir, apresentaremos alguns destaques do código de ética de enfermagem. Contudo, 
ressaltamos que é fundamental buscar outras fontes para aprofundamento no tema.
2.1 Código de Ética de Enfermagem
Publicado em 2017, o último Código de Ética de Enfermagem reconhece a disciplina da 
enfermagem como ciência, arte e prática social que tem como foco a promoção, prevenção e 
recuperação da saúde individual e coletiva da população livre de preconceitos e distinção. Isso 
orienta a prática da enfermagem para uma perspectiva inclusiva em que o papel do profissional é 
desempenhar ações de saúde a todos seguimentos populacionais.
Dentre os princípios fundamentais, tem-se a prática profissional autônoma e compromissada 
com honestidade, autonomia, justiça, beneficência e não–maleficência para que o paciente seja 
respeitado e ouvido nos serviços de saúde, garantido que ele exerça seus direitos fundamentais 
de cidadania previstos no artigo quinto da Constituição Federal.
Esse documento dispõe dos direitos e deveres dos profissionais da área. Consideram-se 
direitos aqueles que se referem à liberdade do exercício da profissão com liberdade e sem sofrer 
qualquer tipo de violência física ou psicológica; da participação em movimentos, associações, 
comitês de ética e atos de defesa da classe; exercer cargos degestão, direção, ensino, pesquisa, 
extensão de enfermagem e ter sua autoria de produções advindas dessas atividades reconhecida; 
bem como realizar atividades de maneira sistematizada e organizada com o acesso de informação 
necessário para isso.
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A seção dos deveres engloba princípios éticos que regem a atividade de enfermagem, cujos 
significados estão dispostos a seguir:
• Justiça
Princípio ético que rege a forma que os profissionais se posicionam frente à diversidade. 
Aplicá-lo significa prestar um cuidado a todos sem distinção de raça, cor, orientação sexual etc.
• Equidade
Esse princípio rege a maneira que os profissionais se posicionam frente à diferentes 
necessidades das pessoas. Isso quer dizer que tratar as pessoas com equidade é oferecer a todas 
o acesso ao serviço de saúde de acordo com suas demandas de cuidado.
• Resolutividade
Princípio que envolve a capacidade de resolver as questões de saúde que os pacientes 
apresentam, estando relacionado à capacidade de tornar a pessoa autônoma no cuidado em 
relação à sua saúde.
• Dignidade
Princípio que aborda o reconhecimento da pessoa enquanto alguém que merece respeito.
• Competência
Princípio relacionado à capacitação profissional e condições de exercer uma profissão. 
Na enfermagem, está relacionada à conclusão de formação específica, seja ela técnica ou de 
graduação. Ambas formações fornecem ao profissional autoridade sobre a área de conhecimento 
em níveis de complexidade diferentes.
• Responsabilidade
Princípio relacionado à postura profissional de alguém que assume suas posições, escolhas e 
condutas e está ciente de que suas ações têm uma reação nos diversos contextos.
• Honestidade
Princípio relacionado à integridade profissional de alguém que desempenha suas funções 
com verdade e equidade.
• Lealdade
Princípio relacionado ao modo como o profissional se posiciona frente ao conhecido de 
enfermagem, envolvendo a capacidade de respeitar as posturas e posicionamentos profissionais 
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da classe.
Além disso, os deveres ético-profissionais estão centrados no cumprimento das normativas 
dos órgãos de classe, sendo seu registro profissional e responsabilidade denunciar irregularidades 
profissionais presenciadas.
No campo da prática profissional, estendem-se os deveres de respeitar a autonomia do 
paciente e seu direito de participar nas decisões sobre o cuidado em relação à sua saúde com 
informações necessárias e de acordo com suas capacidades legais e cognitivas. Isso significa 
que crianças e adolescentes também devem ser respeitados e que o compromisso ético do 
profissional se estende a essas populações não só nas situações supracitadas, mas também no 
sigilo profissional.
Crianças e adolescentes, assim como adultos, têm direito a sigilo profissional caso isso 
não venha a ferir sua integridade. Nesse sentido, o profissional de enfermagem deve respeitar 
processos particulares de todas faixas etárias, salvo situações que possam colocar a criança ou o 
adolescente em risco, como questões que envolvem idealização de suicídio, por exemplo.
Outro aspecto importante abordado está no artigo 47 que discorre, conforme COFEN (2017):
Posicionar-se contra, e denunciar aos órgãos competentes, ações e procedimentos de membros da 
equipe de saúde, quando houver risco de danos decorrentes de imperícia, negligência e imprudência 
ao paciente, visando a proteção da pessoa, família e coletividade.
Esse artigo pode ser exemplificado em questões que envolvem erro de medicação. Ao 
identificar a conduta errônea, o enfermeiro, enquanto coordenador da equipe, deve posicionar-
se em favor da proteção da pessoa, mesmo que essa conduta resulte na punição do profissional 
que cometeu o erro.
O dever do profissional esbarra no direito do paciente, assim, frente ao dilema de proteger 
sua equipe ou proteger seu paciente, o enfermeiro deve prezar pela integridade do paciente. 
Contudo, isso não significa que o profissional deve ser demitido ou algo semelhante, mas que as 
providências corretivas devem ser tomadas, mesmo que essas sejam em forma de treinamento 
e educação.
FIQUE DE OLHO
É importante ressaltar que o sigilo também envolve a não divulgação de fotografias em 
redes sociais, preservando a identidade dos pacientes conforme item VII do artigo quarto da 
Resolução COFEN 554/2017.
24
Além dos cuidados de promoção de saúde, prevenção de agravos e recuperação, o enfermeiro 
deve estar preparado para prestar auxílio no processo de morte e no luto vivenciado pela família 
posteriormente. O artigo 48 trata de como a responsabilidade profissional envolve, também, o 
fim da vida. O parágrafo único desse artigo discorre, segundo Brasil (2017):
Nos casos de doenças graves incuráveis e terminais com risco iminente de morte, em consonância 
com a equipe multiprofissional, oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis para assegurar o 
conforto físico, psíquico, social e espiritual, respeitada a vontade da pessoa ou de seu representante legal.
Como exposto no texto acima, o cuidado de enfermagem transcende as questões tradicionais 
de saúde e envolve, também, o conforto físico, psíquico, social e espiritual no processo de morrer 
de todas as faixas etárias, abordando o público infanto-juvenil e seu responsável legal.
O penúltimo aspecto a ser abordado aqui diz respeito às proibições do profissional de 
enfermagem. É proibido desenvolver ações que ferem a legislação e o Código de Ética de 
Enfermagem, o que envolve desvios de funções dos profissionais técnicos e enfermeiros. O 
campo da enfermagem é bastante ampliado e abrange aspectos do ciclo vital completo, contudo, 
essa profissão tem competências específicas as quais podem ser alcançadas em diversos níveis.
A sobrecarga de trabalho pode resultar em desvios de funções de técnicos de enfermagem 
que acabam por desempenhar ações privativas do enfermeiro que cursou ensino superior. O 
estresse ao que o enfermeiro está submetido ao desempenhar funções não só clínicas, mas 
também de gerência contribui para o enfermeiro tenha menos tempo para se atualizar e buscar 
novas normativas, de acordo com Lima da Silva et al (2013). Assim, procedimentos, como a 
sondagem nasogástrica, que era de atribuição de nível técnico, pode continuar a ser delegada a 
esse profissional por desconhecimento. Esse procedimento, especificamente, foi instituído como 
atividade privativa do enfermeiro após estudos apontarem um maior número de intercorrências 
em procedimentos realizados por profissionais de nível técnico, de acordo com COFEN (2019).
Além disso, proíbe-se qualquer tipo de negligência frente à situação de urgência e emergência, 
mesmo quando esse profissional não está em atividade laboral. Também é importante ressaltar 
a importância de conhecer farmacologia e o efeito de drogas que possam ser prescritas, bem 
como sua via de administração, pois é proibida a administração de medicação sem conhecimento 
científico, conforme o artigo 78.
Os artigos 80, 81, 82 e 84 da Resolução 564/2017 dispõem de delimitações importantes 
conforme enumerado abaixo.
Art. 80 Executar prescrições e procedimentos de qualquer natureza que comprometam a 
segurança da pessoa.
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Art. 81 Prestar serviços que, por sua natureza, competem a outro profissional, exceto em caso de 
emergência, ou que estiverem expressamente autorizados na legislação vigente.
Art. 82 Colaborar, direta ou indiretamente, com outros profissionais de saúde ou áreas vinculadas, 
no descumprimento da legislação referente aos transplantes de órgãos, tecidos, esterilização humana, 
reprodução assistida ou manipulação genética.
Art. 83 Praticar, individual ou coletivamente, quando no exercício profissional, assédio moral, 
sexual ou de qualquer natureza, contra pessoa, família, coletividade ou qualquer membro da equipe 
de saúde, seja por meio de atos ou expressões que tenham por consequência atingir a dignidade ou 
criar condições humilhantes e constrangedoras.
Art. 84 Anunciar formação profissional, qualificação e título quenão possa comprovar.
Em favor do conhecimento científico, é vedada a divulgação de informação da área sem 
conhecimento científico comprovado, de acordo com o artigo 86 em Brasil (2017). Isso significa 
que os profissionais de enfermagem têm responsabilidade ética com a não disseminação de fake 
news ou informações possam causar dano à população.
Por fim, o Código de Ética de Enfermagem dispõe das penalidades e infrações pelo não 
cumprimento do disposto. As providências devem ser tomadas pelos conselhos de classe regionais 
ou federais, sendo a gravidade julgada por esses órgãos. Ressalta-se que omissão e negligência 
também são passivas de punição. Nesse sentido, não apenas ações danosas são punidas, mas 
também o não posicionamento ou atitude que pode resultar em dano ao paciente ou ao coletivo.
Em situação de pandemia, desastres ou catástrofes, o profissional de enfermagem não pode 
negar uma convocação ministerial para atuar nesse contexto. Um exemplo disso é a possível 
convocação dos profissionais da área para atuarem no combate à pandemia da Covid-19 em 2020. 
Se houver convocação ministerial para atuação prática de profissionais no âmbito do Sistema 
Único de Saúde, mesmo profissionais alocados no ensino de enfermagem, deverão apresentar-se 
disponíveis para as atribuições e desempenho de funções. O não cumprimento pode resultar em 
um processo administrativo no âmbito dos conselhos de classe.
Dentro dos conselhos, a tomada de decisão sobre as medidas preventivas leva em 
consideração diversos aspectos, previstos na Resolução 564/2017. No artigo 112, dispõe as 
circunstâncias atenuantes, como a busca pela minimização das consequências espontaneamente 
imediatamente ao ato, confessando de maneira livre e espontânea sua infração e colaborando 
para melhor resolução; ter histórico de boa postura profissional; e ter sido coagido a realizar a 
atividade ilegítima por pressão física ou psicológica.
Já o artigo 113 considera os agravantes, sendo eles: a repetição do ato infrator; ter tido 
consequências permanentes como a morte ou uma deficiência; realizar deliberadamente a 
atividade com consciência de estar infringindo a normativa e tendo um motivo fútil para tal 
26
conduta; ocultamento e não busca por resolução espontânea, visando sua impunidade acima do 
bem-estar do paciente; aproveitar-se da situação clínica ou psíquica da vítima utilizando-se sua 
autoridade no sérico de saúde; e falsificar documentos que possam incriminá-lo, resultando em 
ocultamento de evidências.
As penalidades serão todas registradas no prontuário do infrator junto aos respectivos 
conselhos, relatando a gravidade da infração, as circunstâncias que favoreceram sua ocorrência, 
os antecedentes do profissional e o dano causado pelo ato extranormativo.
Nesse sentido, é muito importante que você, futuro profissional da área, leia atentamente as 
normativas regulatórias da classe, dando ênfase à Lei do Exercício Profissional, ao Decreto que 
regulamenta essa lei e à Resolução que dispõe do Código de Ética de Enfermagem e lembre-se 
de que o conhecimento não se esgota, então busque outras fontes e converse com seus colegas 
sobre o assunto.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
27
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer aspectos que envolvem a história da enfermagem em seus aspectos legais 
e éticos;
• entender os fundamentos éticos aplicáveis a diversos grupos populacionais para 
tomada de decisão em saúde;
• conhecer a garantia dos direitos fundamentais nos serviços de saúde;
• aprender sobre os marcos legais e éticos da enfermagem na promoção de saúde e 
prevenção de agravos;
• compreender a importância da postura ética do profissional de enfermagem para 
manejo de situações controversas e dilemas que possam ser encontrados no 
cotidiano do cuidado.
PARA RESUMIR
BRASIL. Decreto número 94.406. Dispõe sobre o exercício da enfermagem, e dá outras 
providências. Brasília: DOU, 1997.
BRASIL. Lei número 7.498, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre o exercício da enferma-
gem, e dá outras providências. Brasília: DOU, 1986.
BUB, M. B. C. Ética e prática profissional em saúde. Texto contexto - enfermagem, Floria-
nópolis, v. 14, n. 1, p. 65-74, mar. 2005.
CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução 554/2017. Aprova o código de ética 
de enfermagem. Brasília: DOU, 2017.
CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução 619/2019. Normativa a atuação da 
equipe de enfermagem na sondagem oro/nasogástrica e nasoentérica. Brasília: DOU, 
2019.
COSTA, R. et al. O legado de Florence Nightingale: uma viagem no tempo. Texto contexto 
- enfermagem, Florianópolis, v. 18, n. 4, p. 661-669, dez. 2009.
FRELLO, A. T.; CARRARO, T. E. Contribuições de Florence Nightingale: uma revisão integra-
tiva da literatura. Esc. Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 17, n. 3, p. 573-579, ago. 2013.
GRISARD, N; VIEIRA, E.T.S. Ana Néri, madrinha da enfermagem no Brasil. Gaz. méd. Bahia, 
Salvador, v. 78, n. 2, p. 145-147, jul.-dez. 2008.
LIMA DA SILVA, J. L. et al . Estrés en la actividad administrativa de enfermería: consecuen-
cias para la salud. Av.Enferm., Bogotá , v. 31, n. 2, p. 144-152, jul. 2013.
LOPES, L. M. M.; SANTOS, S. M. P. dos. Florence Nightingale: apontamentos sobre a fun-
dadora da enfermagem moderna. Rev. Enf. Ref., Coimbra, v. serIII, n. 2, p. 181-189, dez. 
2010.
NIGHTINGALE, F. Notas sobre enfermagem: o que é e o que não é. São Paulo: Cortez; 
CE-PEn, 1989.
POKORSKI, S. et al. Processo de enfermagem: da literatura à prática. O quê de fato nós 
estamos fazendo?. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 17, n. 3, p. 302-307, 
jun. 2009.
QUEIROZ, A. B. A. et al. Nursing work in assisted human reproduction: between techno-
logy and humanization. Rev. Bras. Enferm., Brasília, v. 73, n. 3, 2020.
SANTOS, J. L. G. dos; LIMA, M. A. D. da S. Gerenciamento do cuidado: ações dos enfer-
meiros em um serviço hospitalar de emergência. Rev. Gaúcha Enferm., Porto Alegre, v. 
32, n. 4, p. 695-702, dez. 2011.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
UNIDADE 2
Órgãos estruturadores da 
enfermagem brasileira, importância 
e atribuições
Olá,
Você está na unidade Órgãos estruturadores da enfermagem brasileira, importância 
e atribuições. Conheça aqui a construção histórica dos órgãos estruturadores da 
enfermagem no Brasil, quais são e como funciona cada órgão, assim como a importância 
e atribuições das entidades de classe.
O objetivo é reconhecer a atuação de cada órgão, quando e como estes devem atuar 
na defesa e fiscalização da categoria profissional de enfermagem no Brasil, e em seus 
respectivos estados e quais as suas contribuições para a classe de enfermagem.
Bons estudos!
Introdução
31
1 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENFERMAGEM – 
ABEN
Vamos começar entendendo um pouco mais sobre a Associação Brasileira de Enfermagem 
(ABEn), já que ela é a principal associação de enfermagem. Antigamente, a enfermagem não 
possuía um órgão para regulamentar, representar e defender os direitos da classe de enfermeiros. 
Com isso, um grupo de enfermeiras criaram, no dia 12 de agosto de 1926, a Associação Nacional 
e Enfermeiras Diplomatas.
Em 1954, seu nome foi mudado para Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn), sendo 
uma sociedade civil, sem fins lucrativos. O seu intuito é de fortalecer a profissão, dando condições 
favoráveis, e produzir visibilidade para as lutas da classe, além de promover uma enfermagem 
cada vez mais forte e unida. Dessa forma, essas ações vão refletir na melhora da assistência de 
enfermagem e saúde a população.
Em 1986, surgiu uma nova compreensão do papel da ABEn, que visa uma interação da 
entidade com os governantes e a comunidade, integrando a luta dos movimentos sociais na 
busca de relações sociais mais democráticas. Assim, construiu-se, segundo Cabral e Almeida 
Filho (2013), uma enfermagem mais justa e uma técnica qualificada, bem como estabeleceu-se o 
fortalecimento das pesquisas científicas realizadas na área.
1.1 Principais finalidades da ABEn
A ABEn tem como objetivo o desenvolvimentopolítico, social e científico da enfermagem, 
além de atuar na defesa da classe, como parte essencial na assistência à saúde e organização 
dos serviços. Também deve incentivar a pesquisa e a consolidação da educação na enfermagem, 
promovendo a educação e a cultura em geral e defendendo políticas e programas que visem a 
melhoria da qualidade de vida da população.
Assim, de acordo com Decreto Federal número 31.417/52, são finalidades da ABEn:
• incentivar a união da classe, reunindo enfermeiros, técnicos, auxiliares de enfermagem e 
estudantes;
• promover o avanço da enfermagem no país, respeitando os princípios éticos e valorizan-
do o desenvolvimento cultural, o técnico-científico e político dos profissionais;
• cuidar dos interesses da profissão, junto com as outras entidades da enfermagem;
• contribuir no fortalecimento e em defesa dos princípios do Sistema Único de Saúde, 
articulando-se com o sistema de saúde e comunidade;
• ser representação da enfermagem, tanto no cenário nacional como no internacional;
32
• gerar troca de saberes técnico-científicos e culturais com outras entidades, na busca de 
enriquecimento da profissão;
• manter meios de publicação periódica para divulgação de trabalhos e pesquisa da área 
da enfermagem;
• realizar, noticiar e instigar os estudos de interesse da enfermagem;
• tomar condutas em defesa e solidificação da enfermagem, sendo parte indispensável na 
assistência à saúde e organização nas ações realizadas;
• expedir e reconhecer título de especialista ao enfermeiro considerando a regulamenta-
ção específica;
• promover a articulação de programas e projetos para assistência dos sócios da entidade, 
de forma social, política e financeira;
• participar de movimentos ou programas sociais, políticos e técnicos, na busca de um 
acesso justo e universal aos serviços de saúde;
• atuar na coordenação e fiscalização dos processos que envolvem a qualificação do enfer-
meiro, por meio da articulação de conselhos consultivos, ou a concentração das prerro-
gativas para emissão dos títulos de especialista.
1.2 Estrutura da ABEn
A ABEn é constituída pelos seguintes órgãos, com competência nacional:
• Órgão 1
Assembleia Nacional de Delegados (AND).
• Órgão 2
Conselho Nacional da ABEn (CONABEn).
Esses órgãos são deliberativos, ou seja, têm o poder de decidir. A Assembleia Nacional de 
Delegados é o órgão mais elevado de deliberação, responsável por estabelecer as diretrizes para 
a execução das finalidades da ABEn. Já o Conselho Nacional da ABEn (CONABEn), também órgão 
deliberativo da ABEn, é subordinado à Assembleia Nacional Delegados. O CONABEn reúne-se 
duas vezes ao ano e tem como objetivo realizar estratégias de trabalho da entidade, de projetos 
científicos e culturais e deliberar encaminhamentos gerais, participando dele a diretoria da ABEn 
nacional e presidentes das seções e regionais.
A Diretoria Nacional é um órgão de administração e execução. Dentre as suas várias 
responsabilidades, cabe à Diretoria Nacional:
33
• desempenhar a gestão administrativa e financeira da ABEn, implementando e divulgando 
as decisões da AND e do CONABEn;
• elaborar do Plano de Trabalho, de Atividades e o Relatório Anual de Atividades.
Comissões Permanentes e Especiais; Seções; Conselho Consultivo Nacional de Sociedades e 
Associações de Enfermagem ou de Enfermeiros Especialistas; Conselho Consultivo Nacional de 
Escolas e Cursos de Enfermagem; e Comitês Temáticos são órgãos de assessoria e consultoria e 
têm como objetivo estudar e emitir pareceres sobre assuntos submetidos a exame pela Diretoria. 
Participam deles associados efetivos indicados pela Diretoria Nacional.
E, por fim, há o Conselho Fiscal Nacional, um órgão de fiscalização que é formado por três 
membros titulares e três suplentes, eleitos pela Assembleia Nacional de Delegados com encargo 
de três anos. A função do Conselho é acompanhar todos os assuntos sobre o patrimônio, 
bens, rendas, fundos, despesas, isto é, a parte econômica e financeira da ABEn e matérias 
correspondentes, bem como a fiscalização dos atos executivos da Diretoria Nacional e emissão 
de parecer de contribuições, despesas, orçamento de atividades e prestação de contas.
1.3 Associados e filiados da ABEn
É de conhecimento geral que o número de associados e filiados da entidade é ilimitado, sendo 
possível ser associado de forma efetiva, associado estrangeiro, associado estudante e filiado. Para 
ocorrer a admissão como associado efetivo, é necessário ser enfermeiro, técnico de enfermagem 
ou auxiliar de enfermagem e preencher os seguintes requisitos:
• Requisito 1
Estar associado a uma Seção estadual ou no Distrito Federal.
• Requisito 2
Realizar o pagamento total e anual da contribuição financeira à ABEn.
Para ser considerado um associado estudante, é necessário estar matriculado em curso de 
graduação, de pós-graduação em enfermagem ou de educação profissional em nível técnico de 
enfermagem. Além disso, é preciso ser associado a uma Seção estadual ou no Distrito Federal e 
comprovar o pagamento total e anual da contribuição financeira à ABEn.
São considerados associados estrangeiros, enfermeiros que foram graduados em outros 
países ou estudantes de enfermagem de instituição de ensino de outro país. Além de ser 
associado a uma Seção ou à ABEn Nacional, possuir a comprovação do pagamento total e anual 
da contribuição financeira à ABEn e ter a solicitação aprovada pela Diretoria Nacional.
34
Pode ser realizada a admissão como filiado, instituições de ensino como escolas ou cursos 
de graduação, pós-graduação, nível técnico profissionalizante, departamentos de enfermagem, 
sociedades e associações de enfermagem ou de enfermeiros especialistas que preencham 
os requisitos de serem filiadas à ABEn nacional e comprovante de pagamento total e anual da 
contribuição financeira à ABEn.
1.4 Produção do conhecimento e realizações da ABEn
Outro aspecto importante da ABEn é o fortalecimento do campo científico da enfermagem. 
Para isso, a realização de eventos é uma das ações realizadas e apoiadas pela entidade. Dentre 
os principais eventos realizados, estão os Congressos Nacionais de Enfermagem e, atualmente, 
o Congresso Brasileiro de Enfermagem, sendo que o primeiro Congresso aconteceu de março de 
1947, em São Paulo.
Ainda com o objeto de apoiar o desenvolvimento e incremento da pesquisa, organizar e 
preservar documentos da profissão da área da enfermagem no país, a entidade criou, em 1971, 
o Centro de Estudos e Pesquisas em Enfermagem (CEPEn). O banco de teses e dissertações do 
CEPEn é o maior na área de enfermagem no Brasil, conforme Cabral e Almeida Filho (2013).
Destaca-se, nessa perspectiva, a Revista Brasileira de Enfermagem (REBEn), que foi o primeiro 
periódico da enfermagem brasileira. Criada em 1932, tinha nome de Annaes de Enfermagem, e 
tem como intuito abordar temas relevantes e inovações para prática da enfermagem e, assim, 
contribuir para a formação do campo científico. A REBEn tem publicação bimestral, com acesso 
livre, sendo publicada na versão eletrônica.
Além disso, a ABEn possui Departamentos e Comissões para discussões específicas sobre 
esses temas e produção de eventos. São eles:
• Departamento Científico de História da Enfermagem;
• Departamento Científico de Atenção Primária à Saúde;
• Departamento de Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental;
• Comissão Permanente de Sistematização da Prática de Enfermagem;
• Departamento Científico de Enfermagem Gerontológica;
• Comitê Estudantil Nacional.
35
Figura 1 - Jovens estudando 
Fonte: Diego Cervo, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: a imagem mostra um grupo de quatro jovens estudando, com livros, cadernos 
e canetas.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
A ABEn tem uma história de luta, buscando representatividade e reconhecimento da 
enfermagem. Nesse sentido, ela esteve presente em vários marcos importantes da enfermagem 
brasileira, como é o caso da criação do Sistema COFEN/COREN.
36
2 SISTEMA COREN/COFEN - CONSELHOFEDERAL 
DE ENFERMAGEM
Reconhecendo que o indivíduo tem o direito à saúde em todo território brasileiro e que a 
assistência de enfermagem é intrínseca em todos os níveis do serviço, a profissão de enfermagem tem 
por objeto atender às necessidades humanas, ajudando o ser humano a manter ou recuperar a saúde. 
Com isso, a enfermagem deve estar preparada para responder as demandas de cada população e cada 
setor da saúde, considerando e respeitando seus conhecimentos técnicos e científicos.
Sendo assim, o exercício da enfermagem, bem como suas competências e áreas de atuação 
são regidos por lei - Lei 7.498/86 -, fazendo da enfermagem uma profissão regulamentada. Dessa 
forma, a fiscalização do trabalho da profissão é necessária para que a lei seja exercida como se 
deve e para que os profissionais tenham condições de trabalhos adequadas.
Dessa maneira, o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) e Conselhos Regionais (COREN) 
foram criados, por meio da Lei 5.905, em 12 de julho de 1973, formando, assim, o Sistema 
COFEN/COREN que compõe uma autarquia ligada ao Ministério do Trabalho e Previdência Social. 
Diante disso, os Conselhos de Enfermagem são órgão disciplinadores e fiscalizadores do exercício 
profissional da enfermagem.
Figura 2 - Conduta 
Fonte: iQoncept, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: a imagem mostra diversos bonecos coloridos com balões de fala contendo a 
palavra “conduta”, representando pessoas pensando sobre suas condutas.
37
2.1 Primeiros passos do sistema COFEN/COREN
A ideia da criação do Conselho de Enfermagem nasceu dos enfermeiros que exerciam a 
profissão e perceberam a necessidade de que a profissão carecia ser regulamentada, visto que, 
antes da sua regulamentação, outros grupos sem nenhuma qualificação desenvolviam ações da 
enfermagem.
Com isso, em 1945, a ideia da sua criação começa a ganhar forma com a entrada do 
anteprojeto para um Conselho de Enfermagem no então Ministério da Educação e Saúde – 
nesse período, o Ministério da Saúde era integrado ao da Educação, sendo desmembrado só em 
1953. O documento postulava que o Conselho de Enfermagem seria subordinado diretamente 
ao Ministério da Educação e Saúde, o que proporcionaria assessoria sobre assuntos indicativos 
da enfermagem, mas não tinha caráter normativo e de fiscalização do exercício da profissão. 
Contudo, o anteprojeto não foi adiante.
Por isso, em 1947, a Associação Brasileira de Enfermagem apresentou, durante o I Congresso 
Nacional de Enfermagem, um novo projeto, que foi vastamente debatido e aprovado pelos 
participantes do Congresso. Nesse novo projeto, o Conselho Federal de Enfermagem tinha 
como principais objetivos a regulamentação e fiscalização tanto da prática, como do ensino da 
enfermagem. De tal modo, o projeto foi expedido ao Ministério da Educação e da Saúde, sendo 
enviada uma cópia a Câmara dos Deputados.
Entretanto, essa luta não seria nada fácil e ainda passaria por muitas etapas. Sendo assim, um 
dos maiores marcos foi o esboço do Projeto de Lei instituindo os Conselhos de Enfermagem, que 
continha 28 artigos, com a divisão em regiões do território nacional, representando os Conselhos 
Regionais. Essa lei foi reestruturada para oito capítulos e 67 artigos, sendo a primeira vez que as 
siglas COFEN e COREN foram usadas para mencionar os Conselhos.
Depois de várias reuniões, discussões e muitas tentativas, o Senado finalmente aprovou 
a proposta da ABEn sobre a redação final e, no dia 12 de julho de 1973, foi sancionada a Lei 
número 5.905/73, que dava origem ao Sistema COFEN/COREN. O Conselho Federal é composto 
exclusivamente por enfermeiros, sendo o Conselho Federal e os Conselhos Regionais apresentados 
como entidades disciplinadoras do exercício da profissão de enfermeiros, técnicos e auxiliares de 
enfermagem.
2.2 Competências do Conselho Federal de Enfermagem - COFEN
Conheça aqui, de modo geral, as principais competências do COFEN, de acordo com o artigo 
oitavo da Lei número 5.905/73:
• é responsável por criar de normas e por transmitir as instruções para padronizar os pro-
cessos e funcionamento dos Conselhos Regionais, portanto, o COFEN aprova o regimento 
38
interno e dos Conselhos Regionais;
• é responsável por elaborar o código de Deontologia de Enfermagem e realizar alterações, 
se necessário;
• deve avaliar as decisões dos Conselhos Regionais e seus recursos, além de reconhecer 
oficialmente os atos dos Conselhos Regionais, podendo anular ou complementar, caso 
seja necessário;
• é responsável pela aprovação das contas anuais e pelo parecer orçamentário da autar-
quia, devendo também divulgar relatórios de seus trabalhos anuais;
• intimar as eleições para escolher sua diretoria, bem como realiza-las;
• é responsável pela implantação dos Conselhos Regionais, assim como a retirada de dúvi-
das que são levantadas pelos Conselhos Regionais;
• deve definir o modelo das carteiras profissionais de identidade de cada categoria da 
enfermagem e os distintivos da profissão;
• deve realizar estudos, cursos e campanhas para aperfeiçoamento profissional, como, por 
exemplo, a campanha realizada sobre a pandemia Coronavírus (COVID-19), sobre a qual 
foi lançada uma série de vídeos, junto a uma cartilha de recomendações de segurança no 
seu portal.
3 CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM - COREN
Como visto anteriormente, o COREN foi criado através da Lei número 5.905/73 e, embora ele 
seja subordinado ao Conselho Federal de Enfermagem, possui algumas peculiaridades nas suas 
atividades e é isso que vamos estudar aqui.
O início das sedes do COREN ocorreu em 1976 com a instalação 22 Conselhos Regionais, depois 
da liberação de recursos financeiros para a autarquia, para a compra de materiais e equipamentos 
necessários para a realização dos serviços, treinamento de funcionários e a acomodação das 
sedes em imóveis locados, de acordo com Garcia e Moreira (2009).
Assim, o crescimento do COREN foi rápido, com boa repercussão. Hoje, em cada estado da 
federação existe uma sede dos Conselhos Regionais de Enfermagem, já o Conselho Federal de 
Enfermagem é sediado no Rio de Janeiro, tendo Escritório Federal em Brasília.
É importante ressaltar que a manutenção do Sistema COFEN/CORENs é feita através da 
arrecadação de taxas de serviços públicos prestados, das anuidades dos inscritos e de doações, 
herdadas e outras dos próprios profissionais inscritos nos CORENs.
39
3.1 Competências do Conselho Regional de Enfermagem
Passamos agora para as competências do Conselho Regional de Enfermagem que, de acordo 
com o artigo décimo-quinto da Lei número 5.905/73, são, de modo geral:
• ter o poder de decidir sobre a inscrição do profissional no Conselho, bem como do seu 
cancelamento;
• ter o papel de fiscalizar e disciplinar, com relação ao exercício profissional, respeitando e 
considerando as diretrizes gerais do conselho Federal;
• executar as instruções e normas estabelecidas pelo Conselho Federal;
• conservar os registros dos profissionais inscritos com exercício no COREN;
• ter conhecimento e tomar deliberações sobre os assuntos que dizem respeito à ética 
profissional, aplicando as penalidades cabíveis, sempre que necessário;
• desenvolver seu projeto orçamentário anual e o do seu regimento interno, e depois sub-
metê-los para avaliação e aprovação do Conselho Federal;
• remeter a carteira profissional indispensável ao exercício da profissão, documento que é 
válido em todo território nacional, usado como documentação de identificação;
• cuidar para manter uma boa reputação e conceito da profissão e dos profissionais que a 
desempenhem;
• realizar anualmente a divulgação de relatórios de seus trabalhos, bem como a relação 
dos profissionais registrados;
• fazer propostas ao Conselho Federal de medidas pertinentes, no intuito de melhorar o 
exercício profissional;
• firmar o valor da anuidade dos profissionais;
• apresentar a sua prestação de contas, até o dia 28 de fevereiro de cada ano, ao Conselho 
Federal de Enfermagem;
• votar na diretoria e nos delegadoseleitores ao Conselho Federal.
Assim, cabe aos conselhos aplicarem as penalidades àqueles que apresentaram alguma 
conduta que o Código de Deontologia de Enfermagem não permite. As penas que poderão ser 
aplicadas são:
• Pena 1
Advertência verbal.
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• Pena 2
Multa.
• Pena 3
Censura.
• Pena 4
Suspensão do exercício profissional.
• Pena 5
Cassação do direito ao exercício profissional.
A advertência verbal, multa, censura e a suspensão do exercício profissional são realizadas 
pelos Conselhos Regionais, enquanto a cassação do direito ao exercício profissional é de 
responsabilidade do Conselho Federal, levando em consideração o Conselho Regional interessado.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
Faz-se necessário, ainda, aprofundar os conhecimentos sobre as penalidades instituídas aos 
profissionais infratores, descritas na Lei número 5.905/73.
3.2 Instalações dos Conselhos Regionais de Enfermagem
Para ocorrer a instalação dos Conselhos Regionais de Enfermagem, é necessário que o 
conselho possua de cinco a 21 membros, com suplentes, de nacionalidade brasileira, e que, a 
cada cinco membros, três devam ser enfermeiros e os outros dois sejam das outras categorias da 
equipe de enfermagem. Os Conselhos Regionais são compostos por um presidente, secretário e 
41
tesoureiro, e, em conselhos com mais de doze membros, são criados os cargos de vice-presidente, 
segundo secretário e segundo tesoureiro.
É importante destacar que o número de membros sempre será ímpar e que sua definição é 
feita pelo COFEN, em relação à dimensão quantitativa de profissionais inscritos. O mandato dos 
membros do COREN é de três anos, com direito a uma reeleição e os Conselhos Regionais são 
administrados pelos próprios inscritos, que formam uma chapa e concorrem às eleições.
Em virtude disso, o artigo 12, da Lei 5.905 de 1973, relata que os membros do COREN são 
eleitos por voto individual, secreto e obrigatório, no período definido em Assembleia Geral, 
convocada especialmente com essa finalidade pelo Conselho Federal de Enfermagem.
Ainda de acordo com as eleições, caso o profissional inscrito no conselho não realize o voto 
sem justificativa justa, o COREN aplicará uma multa que corresponde ao valor da anuidade do 
inscrito.
4 SINDICATOS DOS ENFERMEIROS
O sindicalismo no Brasil surgiu em decorrência das inúmeras necessidades vividas pela classe 
operária que, até então, possuía mínimos direitos trabalhistas, ou nem os tinha. Essa realidade 
levou diversas pessoas a batalharem por melhores condições de trabalho, reconhecimento 
jurídico, salarial e profissional em meio a cenários caóticos de lutas sociais e políticas. A seguir, 
serão abordadas questões históricas da construção dos sindicatos específicos da categoria de 
enfermagem, assim como as suas atribuições perante a representação da classe.
4.1 Resumo histórico da criação dos sindicatos dos enfermeiros
Não alheios a essa realidade, os profissionais de enfermagem lutam desde os primórdios por 
interesses da classe e melhorias conjuntas. Desse modo, aqui serão abordados alguns pontos 
importantes sobre os sindicatos de enfermagem no Brasil.
Os sindicatos dos enfermeiros são organizações da sociedade civil de direito privado localizadas 
nos mais diversos estados brasileiros e seu processo de trabalho visa atender profissionais de 
enfermagem associados ou não. Assim sendo, os sindicatos são instituições que defendem os 
interesses comuns de seus filiados.
Vale salientar que, mesmo constituindo uma entidade sindical da profissão, a filiação neste 
não é obrigatória, conforme estabelecido pela Constituição Federal de 1988, de modo que para 
aqueles que porventura desejarem sindicalizar-se a alguma instituição do seu respectivo estado, 
passam a contribuir com mensalidades ou anuidades ditas por lei.
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As contribuições financeiras de seus filiados, neste caso, servem para garantir a manutenção 
funcional da entidade, além de subsidiar investimentos em estruturas de lazer pertencentes aos 
sindicatos, destinadas ao entretenimento dos associados.
Em uma breve retrospectiva histórica, destaca-se que o início da associação profissional de 
enfermagem surge por volta de 1926 com a fundação da Associação Nacional de Enfermeiras 
Diplomadas (ANED), que associou a primeira turma formada pela Escola Anna Nery com eleição 
da primeira diretoria no ano posterior.
Mais tarde, por volta da década de 1930, os profissionais existentes estavam vinculados a 
um mesmo órgão, sem divisões, incluindo a ANED, conjuntamente com o Sindicato Nacional dos 
Enfermeiros da Marinha Mercante e o Sindicato dos Enfermeiros Terrestres.
Passando por diversas transformações políticas e religiosas, o país segue com o modelo 
sindical de enfermagem por anos, até que, em torno da década de 1940 e 1950, várias seções 
estaduais da ANED foram instituídas no país, porém com muitas limitações e divergências de 
opiniões entre os associados e representantes.
Ainda com limitações, vale ressaltar que nesse período houve a proibição dos atuantes não 
habilitados por um curso de enfermagem em qualquer âmbito, inclusive nas dimensões hospitalares, 
sendo esta uma reinvindicação e luta traçada pelos sindicatos da época, que em muito agregou ao 
início lento do processo de reconhecimento da enfermagem enquanto profissão qualificada.
Anos depois, em meados dos anos 70, novos sindicados de enfermagem passaram a ser 
instituídos, contemplando reinvindicações de melhorias de condições de trabalho e remuneração. 
Essas mudanças ocorreram por influência da criação nacional da Central Única dos Trabalhadores 
(CUT), impulsionadas pela luta dos trabalhadores por melhores condições gerais trabalhistas.
4.2 Competências e atribuições dos sindicatos dos enfermeiros
Diante do aporte histórico do sindicalismo desta categoria, a classe percebeu a importância 
da criação dos sindicatos voltados à enfermagem, de modo que suas reinvindicações e anseios 
pudessem ser encaminhadas e avaliadas por instituições conhecedoras de suas realidades. Essa 
vertente, então, deu início à criação de diversos sindicatos de enfermagem espalhados pelos 
estados brasileiros.
A eleição dos representantes dos sindicatos é realizada através de votação com participação 
facultativa de seus associados. Assim sendo, os sindicatos, por meio dos seus representantes, 
visam atuar entre as questões trabalhistas de seus associados, como, por exemplo, melhores 
salários, carga horária de trabalho justa, melhoria nas condições de trabalho, reconhecimento e 
valorização profissional, assim como assistência jurídica quando necessário.
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Em tese, os sindicatos atuam nos seguintes aspectos:
• representação dos interesses gerais e individuais de seus associados, bem como da cate-
goria, tanto nos âmbitos públicos como privados;
• prestação de ato colaborativo aos CORENs e COFEN para resolução de problemas relati-
vos à categoria;
• negociação de ações que visem melhorias para a enfermagem;
• incorporação de esforços na luta por uma saúde pública igualitária e de qualidade, assim 
como a luta pelos trabalhadores e enfermeiros.
Desse modo, nota-se a importância dos órgãos estruturadores de enfermagem para a 
regulamentação da sua atuação, fiscalização do bom trabalho profissional, assim como para as 
lutas em prol dos interesses trabalhistas, jurídicos e salariais dos profissionais que compõe essa 
categoria profissional. Sendo de extrema relevância a informação e o conhecimento de todos 
sobre as suas particularidades e como cada órgão pode e deve atuar de forma positiva.
Figura 3 - Estudantes de enfermagem 
Fonte: SDI Productions, iStock, 2020.
#ParaCegoVer: a imagem mostra um espaço caracterizado como um laboratório de peças 
anatômicas, com alguns estudantes do curso de enfermagem e uma professora vestida com um 
jaleco branco. As três alunas examinam as partes de uma coluna vertebral humana, uma das alunas 
toca a peça enquanto a professora explica, sugerindo, assim, uma aula prática de anatomia humana.
4.3Federação Nacional dos Enfermeiros - FNE
A Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE), filiada à CUT, atua juntamente à classe e com 
sindicatos de enfermeiros em prol das suas reivindicações. Muitas lutas foram simbolizadas pela 
FNE, em destaque para a luta pela jornada de 30 horas semanais.
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Possui participação categórica e ativa nas instâncias de controle social do SUS e luta, ainda, 
em defesa dos direitos dos trabalhadores pelo reconhecimento e valorização profissional, sendo 
contra qualquer ação de sucateamento ou privatização do sistema de saúde.
4.4 Conselho Internacional de Enfermeiros - CIE
Com representação internacional, o Conselho Internacional de Enfermeiros (CIE), ou 
International Council of Nurses (ICN) em tradução para a língua inglesa, é considerado a primeira 
organização voltada à categoria que lutou por questões como a valorização profissional e o 
reconhecimento enquanto ciência no mundo inteiro. A CIE atua frente às questões inerentes aos 
mais de 20 milhões de profissionais de enfermagem em quase 130 países, com larga influência 
internacional. Sua fundação ocorreu na Suíça, mais especificamente em Genebra, porém sua 
sede no Brasil fica instalada em Brasília, no Distrito Federal.
Dentre os seus objetivos de trabalho estão:
• atuar para que ocorra a garantia de uma assistência de enfermagem integral, equânime e 
de qualidade;
• trabalhar em prol do avanço do conhecimento prático e científico da profissão;
• lutar pelo reconhecimento e respeito ao profissional de enfermagem de modo a promo-
ver uma maior satisfação profissional, qualidade na assistência e na saúde dos(as) enfer-
meiros(as).
Assim sendo, contemplam-se os principais órgãos que se unem na luta diária em favor da 
enfermagem e seu reconhecimento enquanto ciência e profissão, devidamente preparada de 
forma científica e teórico-prática.
5 OUTROS ÓRGÃOS REGULAMENTADORES 
LIGADOS À ENFERMAGEM: ENTIDADES E 
SOCIEDADES POR ÁREAS ESPECÍFICAS
Além dos órgãos citados anteriormente, algumas entidades e sociedades específicas em 
determinadas áreas são reconhecidas na profissão de enfermagem:
• Associação Brasileira dos Enfermeiros Acupunturistas e Enfermeiros de Práticas Integrati-
vas (ABENAH);
• Associação de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras (ABENFO);
• Associação Nacional de Enfermagem do Trabalho (ANENT);
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• Associação Brasileira de Enfermagem Cardiovascular (SOBENC);
• Sociedade Brasileira de Enfermeiros Pediatras (SOBEP);
• Associação Brasileira de Estomaterapia (SOBEST);
• Sociedade Brasileira de Enfermagem Oncológica (SBEO);
• Sociedade Brasileira de Enfermagem em feridas e Estética (SOBENFeE).
Para tanto, será discutido, a seguir, um pouco sobre a ABENFO, SOBEST e SOBENFeE.
5.1 Associação Nacional de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras - 
ABENFO
Atualmente, o empoderamento e a autonomia de trabalho referentes á enfermagem têm 
ganhado grande espaço na mídia e nos espaços públicos e privados. A profissão estende, cada 
vez mais, as possibilidades de atuar em diversas áreas do conhecimento e especialidades clínicas, 
sempre em observância das leis e regimentos do exercício profissional.
A Associação Nacional de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras (ABENFO) foi fundada em 
1954 e, atualmente, possui várias seccionais espalhadas por estados do Brasil. É considerada 
uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos, de caráter técnico-científico, sociocultural 
e político, cumprindo com o respeito ao indivíduo em sua singularidade, sem executar distinções 
étnicas, raciais, de gênero, ideológicas, ou religiosas.
Além disso, possui a tarefa social importantíssima de integrar esforços que auxiliem para o 
progresso das condições de saúde da mulher e do recém-nascido, bem como para a garantia dos 
direitos reprodutivos dos cidadãos junto a diversos setores (sociedade, comunidade acadêmica 
e autoridades governamentais), incluindo a participação de profissionais de categorias distintas.
Entre as muitas finalidades, esta associação visa agrupar profissionais obstetrizes e 
enfermeiros(as) obstetras que possuam habilitações ou especializações na área da saúde 
da mulher e neonatal, de modo que a união possa subsidiar um avanço para a área, além da 
representação da classe e do apoio a estratégias que visem o bem-estar materno e do recém-
nascido, de acordo com Mouta e Progianti (2017).
Além das supracitadas, o seu regimento aponta a realização de estratégias de educação 
continuada alusiva ao cuidado obstétrico em sua totalidade, englobando os eventos referentes ao 
processo gestacional, parto e nascimento, assim como preconiza as políticas públicas de assistência 
obstétrica, tendo, como público alvo, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, segundo 
Mouta e Progianti (2017).
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Outro ponto mencionado no regimento é a participação contínua e ativa dos movimentos em 
defesa da cidadania e das questões de gênero, sendo de grande relevância para a saúde não só 
da mulher durante o ciclo gravídico-puerperal, mas dos indivíduos como um todo, incorporando 
esforços importantes na luta pela garantia dos direitos e necessidades do indivíduo singular.
Os profissionais inscritos na ABENFO nacional são divididos em sócio efetivo, sócio especial 
e membro honorífico, sendo cobrado o pagamento de uma taxa acrescida da anuidade 
correspondente. A diretoria do referido órgão é representada em níveis hierárquicos e escolhida 
através de processos eleitorais.
Assim, a ABENFO demonstra grande representatividade para os profissionais de enfermagem 
obstétrica e materno/neonatal, com fortes influências no processo de reconhecimento destes e 
das lutas sociais nessa perspectiva.
5.2 Associação Brasileira de Estomaterapia - SOBEST
A estomaterapia surgiu em 1984, através de ações científicas desenvolvidas por um grupo 
de enfermeiros. Essas ações seguiram sendo executadas por esses profissionais até a criação do 
primeiro curso de especialização voltado para a enfermagem em estomaterapia. Assim, em 1992, 
a Associação Brasileira de Estomaterapia (SOBEST) é fundada no Brasil.
Sua atuação busca, de modo integrado, desenvolver em seus associados e profissionais de 
saúde e enfermagem aspectos voltados à assistência prestada a indivíduos com estomias, feridas 
agudas e crônicas, drenos, fístulas, tubos e incontinências, de forma técnico-científica, com o 
intuito de estimular a visão preventiva, terapêutica e reabilitacional das pessoas que convivem 
com essas particularidades.
Com vistas a melhorar a qualidade de vida e, consequentemente, de saúde das pessoas, a 
SOBEST concede título de especialista para enfermeiros pós-graduados em estomaterapia que o 
tenham concluído em cursos firmados e reconhecidos pela associação.
Alguns dos seus objetivos envolvem o estímulo à participação e organização de oportunidades 
científicas para discussão de questões referentes à prática em estomaterapia; desenvolvimento 
FIQUE DE OLHO
Como visto, a ABENFO representa uma associação de extrema relevância para os 
profissionais de enfermagem que atuam no cuidado obstétrico e neonatal. Desse modo, 
veja mais sobre sua atuação e regimento em seu estatuto.
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e publicação de estudos com relevância científica para a área, além de outros assuntos técnico-
científicos importantes para o aprofundamento da especialidade; e execução prática de cuidados 
em estomaterapia e afins.
Desse modo, sua relevância teórico-prática e científica, perpassa o conceito de uma simples 
associação e estabelece uma relação fundamental, evidente no reconhecimento da especialidade 
e no desenvolvimento das boas práticas assistenciais no cuidado ao paciente com estomias, 
feridas agudas e crônicas, drenos, fístulas, tubos e incontinências.
5.3 Sociedade Brasileira de Enfermagem em Feridas e Estética - 
SOBENFeE
Assim como as especialidades descritas anteriormente, a Sociedade Brasileira de Enfermagem 
em Feridas e Estética (SOBENFeE) busca constantemente qualificar a assistência de enfermagem 
nesse âmbito, com rigor técnico

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