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Avaliação de competência clínica de médicos residentes de Urologia na realização de exame urodinâmico

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Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 
Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde 
FCMS – PUC-SP 
 
 
 
 
Valter Yasushi Honji 
 
 
 
 
 
 
Avaliação de competência clínica de médicos residentes 
de Urologia na realização de exame urodinâmico 
 
 
 
 
Mestrado Profissional em Educação nas Profissões de Saúde 
 
 
 
Sorocaba 
2014
 
 
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 
Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde 
FCMS – PUC-SP 
 
 
 
Valter Yasushi Honji 
 
 
Avaliação de competência clínica de médicos residentes 
de Urologia na realização de exame urodinâmico 
 
 
 
Mestrado Profissional em Educação nas Profissões de Saúde 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sorocaba 
2014
Dissertação apresentada à Banca Examinadora da 
Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde -
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como 
parte dos créditos para a obtenção do título de Mestre 
em Educação nas Profissões de Saúde, sob a 
orientação da Profa. Dra. Gisele Regina de Azevedo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bibliotecário Responsável: Antonio Pedro de Melo Maricato CRB-8/6922 
Biblioteca Prof. Dr. Luiz Ferraz de Sampaio Júnior. 
Faculdade de Ciencias Medicas e da Saude – PUC-SP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
H773 Honji, Valter Yasushi. 
Avaliação de Competência Clínica de Médicos Residentes na realização 
de exame urodinâmico/ Valter Yasushi Honji. – Sorocaba, SP : [s.n.], 2014. 
 
Orientador: Gisele Regina de Azevedo. 
Dissertação (Mestrado Profissional) -- Pontifícia Universidade Católica 
de São Paulo, Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde. 
 
 
1. Competência Clínica. 2.Avaliação Educacional. 3. Internato e Residência. 
4. Educação Médica. I. Azevedo, Gisele Regina de. II. Pontifícia 
Universidade Católica de São Paulo, Faculdade de Ciências Médicas e da 
Saúde. III. Título. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Banca Examinadora 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esta dissertação 
a todas as pessoas que, de alguma forma, me inspiraram e contribuíram para minha 
formação médica e humana. 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
O meu sincero agradecimento... 
 
A minha família (Patrícia, Rubens e Renata), pela paciência e carinho. 
 
Aos meus pais, pela vida e total dedicação. 
 
Aos colegas mestrandos, 1ª/2011, professores e funcionários da FCMS/PUC-SP. 
 
A minha orientadora Dra Gisele Regina de Azevedo, pela colaboração, sem a qual 
não seria possível realizar este estudo. 
 
Ao casal Neves (Andressa e Lúcio), pelo intenso apoio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mais do que uma profissão ou vocação, ser médico é uma benção que agradeço a 
Deus todos os dias de minha vida. 
Viver é chegar, pela primeira vez, a cada instante. 
 
Valter Honji
 
 
 
RESUMO 
 
Introdução: A avaliação de competências clínicas constitui etapa essencial na 
formação do estudante de Medicina e deve ser feita pelo professor, por meio da 
observação direta do desempenho em situação real. O uso do Miniexercício Clínico 
Avaliativo (Mini-Cex) é uma opção complementar de avaliação formativa e somativa, 
que avalia as competências clínicas do estudantes pré ou pós-graduados. 
Objetivos: Avaliar a competência clínica, de médicos residentes, na realização do 
exame urodinâmico; quantificar a evolução do seu desempenho após a realização 
do feedback; quantificar a melhora da qualidade técnica do exame urodinâmico pelo 
médico residente; quantificar o tempo gasto na aplicação do Mini-Cex pelo 
observador; detectar e quantificar as deficiências médicas durante o exame 
urodinâmico; avaliar a confiabilidade e a consistência interna do Mini-Cex para o 
exame urodinâmico. Material e Método: Estudo quanti-qualitativo realizado com 
estudantes de pós-graduação em Urologia durante a realização do exame 
urodinâmico, por meio da aplicação do instrumento Mini-Cex, que é baseado em 
uma Escala de Likert de 9 categorias, em que as notas de 1 a 3 referem-se a um 
desempenho insatisfatório; de 4 a 6 a um desempenho satisfatório e de 7 a 9 a um 
desempenho exemplar. Este instrumento possibilitou a avaliação do desempenho 
dos residentes na realização do exame urodinâmico por parte do pesquisador nos 
seguintes quesitos: habilidades na entrevista, habilidades no exame físico, 
qualidades humanísticas/profissionalismo, raciocínio clínico, habilidades de 
orientação, organização/eficiência e competência clínica geral. Ao final da consulta, 
o pesquisador realizou um feedback com cada estudante, apontando suas falhas e 
acertos na realização do exame urodinâmico, configurando a avaliação formativa. 
Resultados: Os achados recomendam o uso do Mini-Cex na realização de exames 
urodinâmicos (Alpha de Cronbach entre 0,8 e 0,9) e vantagens da realização do 
feedback na evolução do aprendizado de médicos residentes. 
 
Palavras-chave: Competência Clínica, Avaliação Educacional, Internato e 
Residência, Educação Médica. 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Introduction: Clinical skills assessment is an essential step in the medicine 
students´ graduation and must be done by the teacher through direct performance 
observation in a real situation. The usage of Mini-Cex is an additional formative and 
summative evaluation option that assesses pre or post graduates students´ medical 
expertise. Objectives: Evaluate clinical residents’ competence on performing 
urodynamic exames; quantify performance development after feedback attainment, 
quantify technical improvement quality of urodynamic examination by the resident 
doctor ; quantify the time spent in applying the Mini-Cex by the observer; detect and 
quantify medical disabilities during urodynamic examination, evaluate the reliability 
and internal consistency of the Mini exercise Clinical Evaluative ( Mini-Cex ) for the 
urodynamic examination. Methods: A quantitative and qualitative study conducted 
with graduated students in urology during the performance of urodynamic 
examination, through the Mini-Cex instrument application, which is based on a Likert 
Scale of 9 categories, which grades 1 to 3 refer to unsatisfactory performance ; 4 to 6 
to satisfactory performance and 7 to 9 the exemplary performance . This instrument 
allowed residents' performance assessment in achieving the urodynamic examination 
by the researcher on the following questions: on interviewing, physical examination, 
clinical reasoning skills, humanistic and professional qualities, orientation, 
organization/efficiency and overall, clinical competence. At the end of the 
consultancy the researcher conducted a feedback to each student pointing their 
failures and successes in achieving the urodynamic testing, setting up formative 
assessment. Results: The findings recommend the usage of the Mini-Cex in 
performing urodynamic studies (Cronbach's alpha between 0.8 and 0.9) and 
performing feedback advantages on development of residents´ learning . 
 
Keywords: Clinical competence, Educational evaluation, Internship and residency, 
Medical education. 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1. Desempenho dos residentes de urologia da FCMS/PUC-SP na primeira 
aplicação do Mini-Cex. Sorocaba, 2014. ............................................ 43 
Tabela 2. Desempenho dos residentes de urologia da FCMS/PUC-SP na 2ª 
aplicação do Mini-Cex. Sorocaba, 2014. ............................................ 44 
Tabela 3. Síntese do desempenho dos Residentes de Urologia nas avaliações do 
Mini-Cex,Sorocaba, 2014. .................................................................. 57 
Tabela 4. Síntese (%) do desempenho dos Residentes de Urologia nas avaliações 
do Mini-Cex, Sorocaba, 2014............................................................. 58 
Tabela 5. Análise do aproveitamento das avaliações por ano de residência, 
Sorocaba, 2014. ................................................................................. 59 
Tabela 6. Compararação entre os tempos de realização dos exames dos 06 
residentes. Sorocaba, 2014. .............................................................. 59 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 1. Evolução do desempenho do Residente 1 nas duas avaliações, 
segundo a distribuição das notas. Sorocaba, 2014. ................................. 45 
Gráfico 2. Evolução do desempenho do Residente 2 nas duas avaliações, 
segundo a distribuição das notas. Sorocaba, 2014. ................................. 45 
Gráfico 3. Evolução do desempenho do Residente 3 nas avaliações, segundo a 
distribuição das notas. Sorocaba, 2014. .................................................. 46 
Gráfico 4. Evolução do desempenho, do Residente 4 nas avaliações, segundo 
a distribuição das notas, Sorocaba, 2014. ............................................... 47 
Gráfico 5. Evolução do desempenhodo Residente 5 nas avaliações, segundo a 
distribuição das notas, Sorocaba, 2014. .................................................. 48 
Gráfico 6. Evolução do desempenho, do Residente 6 nas avaliações, segundo 
a distribuição das notas. Sorocaba, 2014. ............................................... 48 
Gráfico 7. Distribuição da média de evolução do desempenho dos Residentes. 
Sorocaba, 2014. ....................................................................................... 49 
Gráfico 8. Distribuição comparativa da evolução por competência clínica do 
Residente 1 nas duas avaliações do Mini-Cex, Sorocaba, 2014.............. 50 
Gráfico 9. Distribuição comparativa da evolução por competência clínica do 
Residente 2 nas duas avaliações do Mini-Cex, Sorocaba, 2014.............. 51 
Gráfico 10. Distribuição comparativa da evolução por competência clínica do 
Residente 3 nas duas avaliações do Mini-Cex, Sorocaba, 2014.............. 52 
Gráfico 11. Distribuição comparativa da evolução por competência clínica do 
Residente 4 nas duas avaliações do Mini-Cex, Sorocaba, 2014.............. 53 
Gráfico 12. Distribuição comparativa da evolução por competência clínica do 
Residente 5 nas duas avaliações do Mini-Cex, Sorocaba, 2014.............. 54 
Gráfico 13. Distribuição comparativa da evolução por competência clínica do 
Residente 6 nas duas avaliações do Mini-Cex, Sorocaba, 2014.............. 55 
Gráfico 14. Distribuição comparativa da média da evolução por competência 
clínica dos residentes de urologia (1a e 2a avaliação do Mini-Cex), 
Sorocaba, 2014. ....................................................................................... 56 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 23 
1.1 Contextualização e justificativa..................................................................... 23 
1.2 Revisão da Literatura ................................................................................... 24 
1.2.1 Síntese da evolução da avaliação educacional no Brasil ............................. 24 
1.2.2 Aspectos históricos do exame urodinâmico ................................................. 26 
1.2.3 Técnica de realização do exame urodinâmico ............................................. 27 
1.3 Instrumentos de avaliação das competências clínicas do estudante de 
Medicina ................................................................................................. 31 
2. OBJETIVOS ................................................................................................. 35 
2.1 Objetivo geral ............................................................................................... 35 
2.2 Objetivos específicos .................................................................................... 35 
3. MATERIAL E MÉTODO ............................................................................... 37 
3.1 Aspectos éticos ............................................................................................ 37 
3.2 Campo de estudo e tipo de estudo ............................................................... 37 
3.3 Participantes do estudo ................................................................................ 39 
3.4 Descrição dos procedimentos ...................................................................... 39 
3.4.1 Primeira etapa – Convite para os médicos residentes ................................. 39 
3.4.2 Segunda etapa – Convite para pacientes ..................................................... 39 
3.4.3 Terceira etapa – Capacitação prática dos residentes ................................... 40 
3.4.4 Quarta etapa – Aplicação do Mini-Cex ......................................................... 40 
3.4.4.1 Procedimento de aplicação do Mini-Cex ...................................................... 40 
4. RESULTADOS ............................................................................................. 43 
4.1 Análise quantitativa ...................................................................................... 43 
4.2 Análise qualitativa ......................................................................................... 60 
5. DISCUSSÃO ................................................................................................ 63 
6. CONCLUSÕES ............................................................................................ 69 
 REFERÊNCIAS ............................................................................................ 71 
 
Avaliação de Competência Clínicade Médicos Residentes de Urologia na realização de 
exame urodinâmico por meio do Miniexercício Clínico Avaliativo (Mini-Cex) 
 
 
 
APÊNDICES E ANEXOS 
 
APENDICES ....................................................................................................... 77 
APÊNDICE 1 –TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA O 
PARA O PACIENTE (REALIZAÇÃO DO EXAME URODINÂMICO 
PELO PESQUISADOR) ..................................................................... 77 
APÊNDICE 2 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA O 
PACIENTE (REALIZAÇÃO DO EXAME URODINÂMICO PELO 
MÉDICO RESIDENTE) ...................................................................... 79 
APÊNDICE 3–TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA 
PARTICIPAÇÃO DO MÉDICO RESIDENTE ..................................... 81 
ANEXOS ....................................................................................................... 83 
ANEXO 1 – APROVAÇÃO DO PROJETO PELO COMITÊ DE ÉTICA DA 
FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE PUC/SP ....... 83 
ANEXO 2 – MINIEXERCÍCIO CLÍNICO AVALIATIVO (Mini-Cex) .......................... 85 
 
 
Avaliação de Competência Clínicade Médicos Residentes de Urologia na realização de 
exame urodinâmico por meio do Miniexercício Clínico Avaliativo (Mini-Cex) 
 
23 
 
1. INTRODUÇÃO 
1.1 Contextualização e justificativa 
Após a conclusão da graduação em Medicina no ano de 1983, pela 
Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde – Pontifícia Universidade de São Paulo, 
e com o ingresso na residência médica na área de cirurgia geral, no período de 1984 
à 1985, o interesse pela especialidade de Urologia se intensificou. Assim, decidi 
ingressar no período de 1986 a 1987 na residência de Urologia no Hospital do 
Servidor Público na cidade de São Paulo. 
Durante toda a prática profissional desenvolvida nesses anos, pude perceber 
aspectos importantes e relevantes na realização do exame urodinâmico (EU) que 
contribuem para o alcance de resultados positivos. Todavia, a literatura é escassa 
no que se refere a estudos na área de ensino-aprendizagem que mencionem a 
importância da realizaçãode feedeback entre estudante X professor, satisfatória 
para a melhoria do seu desempenho profissional prático e consequente melhora na 
qualidade do exame realizado. 
O maior desafio dos educadores médicos está em avaliar o desempenho, isto 
é, o ‘’fazer real’’, com sua imprevisibilidade e aspectos emocionais envolvidos(1). Os 
autores concordam que, para se avaliar a competência na verdadeira prática clínica, 
o nível "fazer", é preciso agregar a observação do desempenho no cuidado do aluno 
com pacientes reais(1,2,3). No entanto, raras são as oportunidades em que os 
docentes observam os atendimentos realizados por seus alunos e frequentemente, 
aceitam a veracidade da história e do exame físico apresentados, sem nunca terem 
realmente observado seu desempenho(2,4). Muitos alunos referiram que, durante 
todo o seu curso de medicina, foram observados em poucas oportunidades por 
docentes e, muitas vezes, por residentes mais experientes. Indiscutivelmente, a 
observação direta é um método rico de avaliação, que fornece uma visão mais 
realista e integrada das habilidades clínicas dos alunos, facilitando a identificação 
das áreas de aprendizado a serem reforçadas. Por isso deveriam receber alta 
prioridade por parte dos educadores, coordenadores e diretores de escolas 
médicas(2,4) 
Essas considerações impulsionaram-me para a busca de investigação 
específica de métodos e/ou instrumentos de ensino-aprendizagem práticos que 
proporcionassem impacto satisfatório no desempenho de Residentes de Medicina na 
24 
 
execução do exame urodinâmico, incentivando-me a realizar o ingresso, inicialmente 
voluntário, na carreira de docência universitária no ano de 2010. Nesse momento, 
definiu-se claramente o caminho a ser percorrido no Programa de Mestrado 
Profissional, que era um antigo desejo profissional. 
Assim, resolvi desenvolver uma dissertação com o intuito de avaliar a 
competência clínica de médicos residentes durante a realização do exame 
urodinâmico (EU), por meio da aplicação do Mini-Cex. 
 
1.2 Revisão da Literatura 
1.2.1 Síntese da evolução da avaliação educacional no Brasil 
De acordo com estudos(5,6) realizados nos anos de 2000 e 2006, durante a 
década de 30, alguns pesquisadores produziram estudos que contribuíram para a 
formação da avaliação educacional, apontando para diversas mudanças nas 
concepções de ensino e aprendizagem, resultando em repercussões importantes no 
campo das práticas das avaliações escolares, pois houve a introdução de vários 
métodos de avaliação, como: inventários, escalas e checklists, para coletar 
subsídios sobre o desempenho dos alunos. 
Em 8 de abril de 1931 ocorreu a primeira reforma do ensino no Brasil, prevista 
no Decreto número 19.890, onde o termo ‘’avaliação’’ sequer era usado. Em seu 
lugar, liam-se ‘’provas’’, ‘’exames’’, ‘’critérios de promoção de alunos” e outros. A 
avaliação da aprendizagem era concebida como um procedimento de atribuição de 
notas aos alunos, ou seja, como um procedimento de medida(7). 
Vieira(6) menciona que, na década de 40, com a promulgaçãoda Lei Orgânica 
do Ensino Secundário, conhecida como Reforma Capanema – Decreto-Lei número 
4244, de 9 de abril de 1942 – os resultados da avaliação educacional passam a ser 
obtidos por meio de notas, de 0 a 10. Em 1961, é aprovada a Lei número 4.024, que 
fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, inferindo que ‘’a avaliação deveria 
ser um procedimento contínuo, com acompanhamento constante do professor em 
relação ao desempenho do aluno, selecionando aqueles que devem ou não ser 
aprovados(6). Na década seguinte, entra em vigor a Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional, número 5.692, que recomenda a elaboração, pelo professor, 
dos instrumentos de avaliação, enfocando a definição de AVALIAÇÃO como 
Avaliação de Competência Clínicade Médicos Residentes de Urologia na realização de 
exame urodinâmico por meio do Miniexercício Clínico Avaliativo (Mini-Cex) 
 
25 
 
processo amplo e contínuo, que visa verificar o alcance dos objetivos educacionais 
definidos(8). 
Com relação às considerações acerca da legislação no Brasil sobre a 
avaliação da aprendizagem, da década de 30 até a década de 90, podemos 
observar que(6): 
Ao longo do tempo, houve alterações quanto à concepção de avaliação 
subjacente à legislação: inicial e predominantemente, no espaço de tempo 
considerado, um julgamento do desempenho do aluno, que procurava ser 
imparcial e objetivo, feito a partir do cômputo de acertos e erros 
apresentados nas questões de provas e exames; posteriormente, a 
avaliação da aprendizagem como um procedimento de julgamento do 
desempenho do aluno, baseado em critérios expressos nos objetivos 
previstos, que deve ser realizado de forma ampla e contínua. A finalidade 
da avaliação expressa até a legislação de 1961, era apenas classificatória, 
sendo-lhe acrescida, a partir de 1971, a função de retroinformação, visando 
fornecer dados para o acompanhamento, controle e reformulação das 
propostas curriculares. Nesse sentido, a lei prevê mecanismo que visa a 
monitorar a problemática de aprovação/reprovação do aluno, tais como os 
estudos e recuperação e o sistema de avanço progressivo”. 
Observa-se que o campo da avaliação escolar foi sendo historicamente 
construído e, como tal, acompanhou os movimentos e as transformações de cada 
época, em diferentes espaços e contextos(9), e que a avaliação é histórica nas suas 
origens, nas suas controvérsias e, consequentemente, nos desafios que 
enfrenta(9,10). 
Nessa perspectiva, as instituições de ensino superior da área da saúde 
devem adotar formas de avaliação democrática, justa, qualitativa e significativa no 
cotidiano prático de cada estudante(11), estimulando suas habilidades reflexivas, 
analíticas e de automonitoramento(12). 
Esses princípios estão em consonância com os Regimentos Didáticos 
Escolares dos Cursos de Medicina da FCMS/PUC-SP(13), atendendo, assim, às 
atuais exigências mundiais, que buscam profissionais qualificados, com habilidades 
de comunicação, relacionamento interpessoal e pensamento crítico reflexivo(9,14,15), 
capazes de atuar em ambientes complexos e dinâmicos e de lidar com a crescente 
quantidade de situações profissionais a que estão expostos(16,17, 18) 
 
26 
 
1.2.2 Aspectos históricos do exame urodinâmico 
O primeiro experimento de medida da pressão vesical ocorreu de forma 
casual, em 1882, quando Schatz acidentalmente puncionou a bexiga enquanto 
realizava experimentos com a pressão abdominal(20). 
Na mesma época, Mosso e Pellacani, trabalhando nos laboratórios de 
fisiologia da Universidade de Turim, Itália, resolveram monitorizar a bexiga de cães, 
usando pletismógrafo(19,20). Nesse experimento, concluíram que as alterações da 
pressão intravesical eram independentes dos movimentos respiratórios e 
abdominais e que o toque de áreas específicas, como a cauda ou o escroto, os 
ruídos ou estímulos dolorosos, promoviam contrações vesicais(19). 
Utilizando equipamentos semelhantes no homem, Mosso e Pellacani 
demonstraram que as contrações vesicais poderiam se iniciar com esforço voluntário 
e que, durante o enchimento vesical, não havia aumento da pressão vesical e, sim, 
acomodação continente ao conteúdo(21). 
Um ano depois, Desmos incorporou o manômetro de mercúrio para medir as 
pressões vesicais, e em 1894 Genouville introduziu o termo cistometria(22). Schwartz 
e Bremmer, utilizando vários recipientes nos quais os pacientes urinavam, 
correlacionaram o volume urinado com o tempo de micção e estabeleceram, como 
fluxo médio normal, 20ml por segundo, cifra semelhante àquela hoje aceita(19,21). 
Rose, em 1927, desenvolveu um cistômetro de mercúrio ligado à introdução de água 
na bexiga por bombeamento. Investigou os volumes necessários para produzir 
desejo de micção no indivíduo normal e na bexiga neurogênica. Valorizou as 
medidas da pressão intra-abdominal e utilizou umgráfico onde havia espaço para 
assinalar o grau de cooperação do paciente(21). 
Em 1939, Lewis adaptou o cistomanômetro a um mecanismo elétrico de 
relógio, obtendo registros gráficos de forma contínua a uma velocidade do papel de 
1,08 cm por minuto. Estudou a pressão vesical, a acomodação vesical e a pressão 
de enchimento(19,21). 
Em 1957, Von Garrelts produziu um aparelho que registrava o fluxo urinário 
por mecanismo elétrico. Um ano depois, Drake produziu o primeiro fluxômetro 
satisfatório(19,21). 
Na primeira metade da década de 1960, estudos desenvolvidos na 
Universidade da Califórnia por Hinman e Enhoring propiciaram o entendimento das 
Avaliação de Competência Clínicade Médicos Residentes de Urologia na realização de 
exame urodinâmico por meio do Miniexercício Clínico Avaliativo (Mini-Cex) 
 
27 
 
complexas interações entre pressões e gradiente de pressão na bexiga e na uretra 
em função do nível de mudanças das pressões intra-abdominais e da ação do 
detrusor . Estudo de Hodgkinson (1978) menciona que Arnold, em 1974, discutiu a 
influência da postura na cistometria da bexiga cheia e parcialmente cheia. Observou 
que a postura não afeta o detrusor normal, mas pode ajudar na detecção de 
instabilidade do detrusor na mulher incontinente. Em seu estudo, a cistometria 
realizada somente na posição supina não detectava 58% das bexigas instáveis(23). 
No ano de 1976, foi realizada a primeira publicação da Sociedade 
Internacional de Continência Urinária (ICS), padronizando a terminologia das 
disfunções do trato urinário baixo, para facilitar a comparação de resultados e 
investigadores que usam métodos urodinâmicos(24). 
Tanagho e Jonas, em 1977, desenvolveram um cateter com quatro canais 
para a medida simultânea das pressões vesical e uretral. Esses autores realizaram 
diversos estudos anatômicos e foram capazes de explicar como as atividades 
musculares das várias partes do sistema contribuem para as modificações da 
pressão e gradientes na bexiga e uretra, em diferentes condições. Ao longo do 
século, inúmeros investigadores desenvolveram técnicas e gravaram 
simultaneamente mais de vinte parâmetros fisiológicos para a função vesicouretral, e 
aí nasceu a ciência da urodinâmica(25). 
Assim, a recomendação é que o exame deva ser realizado em local privado, 
preservando a intimidade do paciente, e ser o menos desconfortável possível(26,27) 
para o alcance de resultados satisfatórios. 
 
1.2.3 Técnica de realização do exame urodinâmico 
De acordo com Bates(24), em 1976 foi realizada a primeira publicação da 
Sociedade Internacional de Continência (ICS), padronizando a terminologia das 
disfunções do trato urinário baixo, com o intuito de facilitar a comparação de 
resultados e investigações que usam métodos urodinâmicos. Dessa forma, 
considera-se: incontinência urinária (IU) como a queixa de perda involuntária de 
urina; incontinência urinária de esforço (IUE), como a queixa de perda involuntária 
de urina sincrônica ao esforço, espirro ou tosse; incontinência de urgência como a 
queixa de perda involuntária de urina associada ou imediatamente precedida por 
28 
 
urgência miccional; incontinência urinária mista como a queixa de perda involuntária 
de urina associada com urgência e também com o esforço, espirro ou tosse(28). 
De acordo com Araújo et al (2007) o estudo urodinâmico é definido pela ICS 
como “a avaliação morfológica, fisiológica, bioquímica e hidrodinâmica do transporte 
urinário”, que compreende as fases de enchimento e esvaziamento vesicais, 
avaliados pela medida das pressões vesical, uretral e abdominal(29). 
 
O objetivo da avaliação urodinâmica é identificar as causas específicas dos 
sintomas dos pacientes, seja o problema a incontinência urinária, a disfunção 
miccional ou os sintomas irritativos do trato urinário, além de fornecer dados para 
orientar o correto tratamento, seja ele cirúrgico ou não(30, 31,32,33,34). 
Na prática desse exame, delicadas sondas são introduzidas na bexiga, uretra 
e ampola retal, onde são conectadas a transdutores de pressão calibrados em 
centímetros de água (cmH2O). As informações pressóricas de cada compartimento 
são transmitidas, simultaneamente e em tempo real, por esses transdutores a um 
processador, que envia os dados, na forma de gráficos, a uma tela de vídeo de um 
computador. Este contém previamente o software do estudo urodinâmico, fornecido 
pelo fabricante(29). 
Avaliação de Competência Clínicade Médicos Residentes de Urologia na realização de 
exame urodinâmico por meio do Miniexercício Clínico Avaliativo (Mini-Cex) 
 
29 
 
 
 
 
 
 
 
 
Existe também um outro tipo de transdutor, denominado urofluxômetro, 
trabalhando no sistema de célula de carga, que avalia, de forma independente ou 
simultânea aos outros transdutores, o fluxo urinário e o volume urinado(29). 
30 
 
É utilizado ainda, nesse procedimento, dois tipos de eletrodos: o de superfície 
e o profundo, que são conectados a um receptor de atividade elétrica (em mV), que 
tem a função de avaliar o funcionamento do esfíncter uretral estriado (voluntário, 
distal ou externo), nas diversas fases do exame, particularmente durante a 
micção(29). 
Neste contexto, a urofluxometria é um teste simples e não invasivo, útil na 
detecção de anormalidades anatômicas ou na fisiologia da micção(21,28). A 
cistometria irá medir a relação entre pressão e volume na bexiga e determinar 
alterações na atividade do detrusor, na sensação, na capacidade e na complacência 
vesicais, o perfil pressórico uretral e os estudos das medidas de pressão de perda, 
que determinarão o mecanismo de continência uretral(28). 
 
Deve-se lembrar que a avaliação urodinâmica está sujeita a artefatos durante 
sua realização, que podem gerar erros de interpretação e até mesmo de diagnóstico 
se o examinador não estiver atento e cuidadoso. O diagnóstico final é o resultado da 
contínua interação entre o paciente e o examinador, sendo de importância 
fundamental a interpretação dos dados e a separação de informações relativas a 
Avaliação de Competência Clínicade Médicos Residentes de Urologia na realização de 
exame urodinâmico por meio do Miniexercício Clínico Avaliativo (Mini-Cex) 
 
31 
 
artefatos(34,35). E para o exame ter qualidade e ser confiável, ele deve reproduzir os 
sintomas do paciente. Portanto, se os sintomas não são reproduzidos 
adequadamente, os dados obtidos serão irrelevantes e, em alguns casos, até 
discordantes(36). 
Assim, o exame deve ser realizado em local privado, preservando a 
intimidade do paciente, e ser o menos desconfortável possível(26,27), para que os 
resultados obtidos sejam fidedignos. A informação prévia sobre o estudo ao paciente 
é fundamental para diminuir a ansiedade e mostrar sua importância(27). 
 
 
1.3 Instrumentos de avaliação das competências clínicas do estudante de 
Medicina 
Na área da medicina, apesar dos avanços tecnológicos, as habilidades para 
realizar a história médica, o exame físico e a relação médico-paciente continuam 
ainda sendo as mais importantes ferramentas diagnósticas e terapêuticas. No 
entanto, as deficiências em habilidades clínicas entre estudantes de medicina têm 
sido relatadas(2,4). Esse fato reforça a necessidade de que os docentes voltem sua 
atenção para a avaliação da competência clínica, caracterizada como um conjunto 
32 
 
de conhecimentos, habilidades e de comunicação, empatia, propedêutica e 
raciocínio clínico do estudante, durante todo o período de graduação e/ou após a 
graduação médica(3,4). É importante ressaltar que a competência clínica deve ser 
considerada não apenas na demonstração de comportamentos isolados, mas 
também na habilidade integrada de pensar, sentir e agir na prática real, em um 
determinado contexto. Por isso, ferramentas de observação direta são bastante úteis 
para avaliar o que os estudantes fazem ou deixam de fazer durante suas consultas 
médicas(4).Nesse contexto, o método de avaliação das competências clínicas de 
estudantes de medicina tornou-se um componente crítico da educação médica. E 
instrumentos avaliativos estruturados parecem ser adequados tanto aos avaliadores 
quanto para os avaliados, uma vez que pode ser usado como um guia de 
observação e também como uma ferramenta de feedback, ampliando as 
oportunidades de aprendizagem no cenário clínico. E para que esse instrumento 
seja aplicado de forma eficaz, justa e confiável, os avaliadores precisam ser 
adequadamente preparados(4). Entretanto o maior desafio dos educadores médicos 
está ainda em avaliar o desempenho, o "fazer" real, com sua imprevisibilidade e com 
os aspectos emocionais envolvidos(1). 
Em 1990, George Miller propôs um modelo hierárquico de avaliação da 
competência clínica, que diferenciava o nível da “ação” (fazer) dos outros níveis 
considerados inferiores (saber, saber como e mostrar como)(37). Avaliar a “ação” 
significava avaliar o que ocorre na prática. Embora nos últimos anos tenham sido 
utilizados inúmeros métodos avaliativos (testes de múltipla escolha, exame oral, 
trabalhos escritos, estudos de caso) para os alunos de medicina, a maioria deles 
ainda enfocava o “saber” ou o “saber como” como habilidades essenciais da esfera 
cognitiva, mas insuficientes para compor a competência clínica(1,37). 
Nesse contexto, o Mini-Cex (Mini-clinical evalution exercise) é uma opção 
complementar de avaliação formativa e somativa, que avalia as competências 
clínicas dos estudantes pré ou pós-graduados. É aplicado quando o professor 
pretende identificar problemas sentidos pelos seus alunos e, em vez de constatar a 
existência de dificuldades, pretende entendê-las e enfrentá-las (4,38,39). 
Alguns autores(5,6,40,42,43) apontam que a avaliação formativa é aquela que 
promove o desenvolvimento, não só do aluno, mas também do professor e da 
Avaliação de Competência Clínicade Médicos Residentes de Urologia na realização de 
exame urodinâmico por meio do Miniexercício Clínico Avaliativo (Mini-Cex) 
 
33 
 
instituição de ensino, no sentido da promoção da aprendizagem, por ser modelo 
mediador, democrático, participativo e, portanto, o oposto do modelo tradicional de 
ensino, até então adotado. Nesse tipo de avaliação, podemos destacar dois modelos 
em meio às orientações pedagógicas existentes: a avaliação somativa, por ocorrer 
ao final do processo e ser levada a efeito por uma equipe externa, que 
aprecia o conjunto das mudanças ocorridas em uma ação de formação; e a 
avaliação formativa, por se basear no processo de ensino e aprendizagem e 
consistir em uma avaliação global ou setorial das mudanças, em uma ação de 
formação com relação aos seus responsáveis, de modo a ser bem sucedida. A 
última é interna, e é realizada pelos próprios professores. 
O papel do professor, nesse tipo de avaliação, é o de contribuir para o 
desenvolvimento das competências metacognitivas dos alunos, das suas 
competências de autoavaliação e também de autocontrole. Uma avaliação que traz 
essas características contribui para que o aluno construa sua aprendizagem(44) por 
meio da reunião de suas produções, para que ele, juntamente com o seu professor, 
conheça seus progressos e suas necessidades em uma determinada área(13). 
O Regimento Didático-Escolar do Curso de Medicina da Faculdade de 
Ciências Médicas e da Saúde da PUC-SP, do ano de 2011(13), adota a avaliação 
formativa por ser um tipo de avaliação contínua, juntamente com a avaliação 
somativa, por possibilitar a análise de progressão do estudante ao longo dos anos 
do seu curso. 
Este aspecto da estrutura curricular foi o detalhe que definiu a opção por 
analisar o uso de um instrumento de avaliação formativa no acompanhamento do 
aprendizado de residentes de medicina na área de Urologia, durante a realização do 
estudo urodinâmico. 
 
34 
 
Avaliação de Competência Clínicade Médicos Residentes de Urologia na realização de 
exame urodinâmico por meio do Miniexercício Clínico Avaliativo (Mini-Cex) 
 
35 
 
2. OBJETIVOS 
2.1 Objetivo geral 
Avaliar a competência clínica em médicos residentes de Urologia. 
 
 
2.2 Objetivos específicos 
 Analisar a evolução do seu desempenho após a realização do feedback, 
quantificando a melhora da qualidade técnica do exame urodinâmico 
realizado pelo médico residente; 
 Quantificar o tempo gasto pelo pesquisador na aplicação do Mini-Cex; 
 Detectar e quantificar as deficiências médicas durante o exame urodinâmico; 
 Avaliar a confiabilidade e a consistência interna do Miniexercício Clínico 
Avaliativo (Mini-Cex) para o exame urodinâmico; 
 
 
36 
 
Avaliação de Competência Clínicade Médicos Residentes de Urologia na realização de 
exame urodinâmico por meio do Miniexercício Clínico Avaliativo (Mini-Cex) 
 
37 
 
3. MATERIAL E MÉTODO 
3.1 Aspectos éticos 
O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da FCMS-PUC/SP 
para apreciação, sendo aprovado em dezembro de 2011. 
Todos os sujeitos que aceitaram participar da pesquisa assinaram o Termo de 
Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (Apêndice 1), após as orientações. 
 
3.2 Campo de estudo e tipo de estudo 
A coleta de dados da pesquisa foi inicialmente planejada para ser realizada 
no Ambulatório do Conjunto Hospitalar de Sorocaba, mas devido a um problema 
técnico no aparelho de exame urodinâmico e à demora em seu conserto, optou-se 
por mudar o local de coleta de dados para a clínica particular do pesquisador, 
localizada também no município de Sorocaba/SP, a poucos metros do hospital. A 
coleta de dados foi realizada nos meses de setembro e outubro do ano de 2013. 
Trata-se de um estudo quali-quantitativo, exploratório e metodológico(45,46). 
A pesquisa qualitativa envolve a obtenção de dados descritivos, através do 
contato direto do pesquisador com a situação estudada(47), e apresenta as seguintes 
características(48): 
 
 Tem o ambiente natural como sua fonte direta de dados e o pesquisador 
como seu principal instrumento (supõe o contato direto e prolongado do 
pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo estudada); 
 Os dados coletados são predominantemente descritivos [descrições de 
pessoas, situações, acontecimentos; inclui transcrições de depoimentos (ex: 
grupo focal) para melhor compreensão do problema estudado]; 
 A preocupação com o processo é muito maior do que com o produto (verifica 
como o problema se manifesta no cotidiano); 
 O ‘’significado’’ que as pessoas dão às coisas e à sua vida são focos de 
atenção especial pelo pesquisador (faz-se uma tentativa de capturar a 
‘’perspectiva dos participantes’’, isto é, a maneira como os informantes 
encaram as questões que estão sendo focalizadas); 
38 
 
 A análise dos dados tende a seguir um processo indutivo (as abstrações se 
formam a partir da inspeção dos dados num processo de baixo para cima). 
A pesquisa qualitativa é utilizada comumente em estudos que tratam do 
processo de ensino-aprendizagem. As noções teórico-metodológicas que estão 
presentes nesse tipo de pesquisa estão embasadas numa linha investigativa 
denominada de interacionista, cujo enfoque principal é compreender os fenômenos 
do comportamento humano (49,50,51). 
A abordagem quantitativa foi utilizada por permitir a mensuração de 
resultados por meio do Questionário Mini-Cex (baseado em uma Escala de Likert de 
9 categorias). Este tipo de pesquisa adota uma orientação que aceita o 
comportamento humano como sendo resultado de forças, fatores, estruturas 
internas e externas que atuam sobre as pessoas, gerando medidas precisas 
(resultados) e confiáveis que permitam uma análise estatística(9,52). Um dos pontos 
centrais em pesquisas quantitativas é a elaboração do instrumento de medição a ser 
utilizado para a coleta de informações, sendo os questionários objetivos baseados 
na Escala de Likert bastante utilizados nesse tipo de pesquisa(53-59).Além disso, o estudo foi exploratório, pois possibilitou a consideração dos 
mais variados aspectos relativos ao desempenho do médico residente e da 
realização prática do exame urodinâmico, objetivando a avaliação da competência 
clínica do estudante e a evolução do seu aprendizado após a realização do 
feedaback com o pesquisador, por meio da aplicação e avaliação do Mini-Cex nessa 
situação em especial, seguindo assim os pressupostos de um estudo metodológico, 
pois realizou investigações dos métodos de obtenção, organização e análise de 
dados, encarregando-se da elaboração e avaliação do instrumento de pesquisa(9). 
A escala Likert, ou escala de Likert, é um tipo de escala de resposta 
psicométrica utilizada em pesquisas de opinião. Foi criada pelo estudioso Rensis 
Likert, que foi professor e diretor do Instituto de Pesquisas Sociais de Michigan por 
mais de 40 anos, onde desenvolveu uma série de estudos(9,60). Por se tratar de uma 
escala com medida intervalar, exige resposta graduada para item, medindo, assim, a 
opinião dos respondentes nas proporções do menos favorável (total desacordo) para 
o mais favorável (total acordo), sendo o ponto intermediário (escalas ímpares: 3, 5, 7 
ou 9 categorias) o ponto que representará a opinião indecisa(61,62,63). A utilização do 
número de categorias (níveis) da escala de Likert depende do objetivo de cada 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rensis_Likert
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rensis_Likert
http://pt.wikipedia.org/wiki/Michigan
Avaliação de Competência Clínicade Médicos Residentes de Urologia na realização de 
exame urodinâmico por meio do Miniexercício Clínico Avaliativo (Mini-Cex) 
 
39 
 
pesquisador. Os níveis (categorias) de respostas que hoje os pesquisadores utilizam 
são: três, quatro, cinco, seis, sete ou nove(59-61, 64). 
Para analisar a confiabilidade(64,65), que é a avaliação da consistência interna 
dos itens do Mini-Cex, foi calculado o Coeficiente de Alpha de Cronbach. 
Este tipo de teste estatístico é comumente utilizado em pesquisas que 
trabalham com questionários, com o intuito de avaliar se o instrumento utilizado na 
pesquisa (Mini-Cex) consegue inferir ou medir aquilo a que realmente se propõe, 
conferindo, assim, a relevância científica da mesma(64). É importante ressaltar que os 
valores do Alpha de Cronbach variam de 0 a 1,0, sendo interpretado da seguinte 
forma: quanto mais próximo de 1, maior a confiabilidade entre os indicadores. Um 
limite inferior geralmente aceito para o Alpha de Cronbach é o de 0,7, apesar de 
poder diminuir para 0,6 em pesquisas exploratórias(64, 65, 66). Outros autores sugerem 
como satisfatórios valores de 0,7 a 0,8 para comparação entre grupos, porém com a 
ressalva de que, para aplicações clínicas (área médica), valores maiores são 
necessários, sendo um mínimo de 0,9 ou até 0,95 desejáveis(67). 
 
3.3 Participantes do estudo 
Médicos residentes da especialidade de urologia da FCMS/PUC-SP e 
pacientes da rede pública, em atendimento no Ambulatório de Urologia. 
 
 
3.4 Descrição dos procedimentos 
3.4.1 Primeira etapa – Convite para os médicos residentes 
O pesquisador convidou para uma aula explosiva sobre o tema “Exame 
Urodinâmico’’ todos os médicos residentes de Urologia da FCMS/PUC-SP e, após 
as explicações pertinentes, convidou-os para participar da pesquisa. Na ocasião, 
todos foram orientados também pelo pesquisador sobre todas as etapas do estudo, 
pactuando previamente os dias e horários disponíveis para a realização da 
capacitação prática. 
 
3.4.2 Segunda etapa – Convite para pacientes 
O pesquisador convidou, por meio de uma consulta na rede pública, 
inicialmente dois pacientes (um do sexo feminino e outro do sexo masculino) para 
40 
 
participarem da terceira etapa da pesquisa. Em um segundo momento, nesse 
mesmo contexto, foram convidados mais 12 pacientes para participarem da quarta 
etapa da pesquisa, explicando-se a eles os objetivos da mesma e deixando claro 
que todos receberiam o resultado de seu estudo urodinâmico, cuja solicitação todos 
já tinham em mãos. 
 
3.4.3 Terceira etapa – Capacitação prática dos residentes 
O pesquisador fez a demonstração de dois exames urodinâmicos aos 
residentes participantes da pesquisa, esclarecendo todas as dúvidas que surgiram. 
Dessa etapa participaram os dois pacientes convidados na etapa anterior. 
 
3.4.4 Quarta etapa – Aplicação do Mini-Cex 
Nessa etapa, cada médico residente realizou dois exames urodinâmicos no 
mesmo dia, sendo ambos seguidos de feedback individual. Durante a execução do 
exame urodinâmico pelo médico residente, o pesquisador avaliou o seu 
desempenho por meio da aplicação do instrumento Mini-Cex. Ainda nessa etapa, 
participaram os 12 pacientes convidados previamente. 
 
3.4.4.1 Procedimento de aplicação do Mini-Cex 
O Mini Clinical Evaluation Exercise foi idealizado pelo Dr. John J. Norcini, 
atual presidente da Foundation for Advancement of International Medical Education 
and Research (FAIMER). Traduzido para o português(68), tornou-se um instrumento 
disponível para aplicação no Brasil(69). Em português, esse instrumento foi 
denominado Miniexercício Clínico Avaliativo (Mini-Cex)(68,69), que consiste em uma 
escala de classificação que procura avaliar seis competências clínicas nucleares, a 
saber(70): 
 Competências na entrevista/história clínica; 
 Competências no exame físico; 
 Qualidades humanísticas/Profissionalismo; 
 Raciocínio e juízo clínico; 
 Competências de comunicação e aconselhamento; 
 Organização e eficiência. 
 
Avaliação de Competência Clínicade Médicos Residentes de Urologia na realização de 
exame urodinâmico por meio do Miniexercício Clínico Avaliativo (Mini-Cex) 
 
41 
 
Sabe-se que o uso deste método possui vantagens importantes como(4,38,71,72,73,74): 
 Incorporar uma dimensão formativa, através do feedback; 
 Oferecer aos alunos mais oportunidades para observação e feedback por 
diferentes avaliadores; 
 Avaliar os alunos numa gama mais ampla de contextos e situações clínicas 
do que as avaliações tradicionais; 
 Ter valor pedagógico: traduz um número acrescido de ocasiões em que os 
alunos contatam e são diretamente observados com doentes reais; 
 Ter sido validado em contexto pré-graduado, com sucesso; 
 Demonstrar validade de constructo (capacidade de discriminar níveis de 
desempenho); 
 Aparentar ter validade concorrente (correlação com outras medidas); 
 Produzir resultados mais fidedignos que os baseados nos casos longos 
tradicionais. 
 E, por fim, detectar falhas importantes, além de servir como importante 
ferramenta de aprendizagem, pois ajuda os alunos a reforçarem seus pontos 
fortes e corrigirem suas deficiências. 
 
Ele vem sendo utilizado em vários serviços de residência e universidades 
norte-americanas, como uma escala de avaliação de habilidades clínicas. É um 
instrumento de observação direta de desempenho, que permite que o professor 
avalie o estudante enquanto este realiza uma consulta objetiva e rápida, focada em 
determinada necessidade do paciente. Sua principal característica é reproduzir, da 
maneira mais fiel possível, a rotina do profissional em seu local de trabalho. Não 
interfere na rotina do serviço, não usa o paciente como objeto de ensino e consegue 
identificar e corrigir deficiências de desempenho. Durante o encontro do interno com 
o paciente, o examinador observa e faz anotações na ficha padronizada, oferecendo 
logo após o exercício avaliativo um feedback ao estudante, apontando-lhe as áreas 
em que foi bem avaliado e aquelas em que há necessidade de aperfeiçoamento. O 
examinador deve anotar se o foco da consulta é: coleta de dados, diagnóstico, 
tratamento ou orientações de alta(68,75). 
Utilizando uma escala de Likert de 9 pontos – em que os valores de 1 a 3 
serão considerados insatisfatórios; 4, 5 e 6, satisfatórios; e 7, 8 e 9, superiores – o 
42 
 
professor avalia o estudante demedicina nos seguintes quesitos: habilidades na 
entrevista, habilidades no exame físico, qualidades humanísticas/profissionalismo, 
raciocínio clínico, habilidades de orientação, organização/eficiência e competência 
clínica geral; anotando seu grau de satisfação e dando uma pontuação na escala de 
9 pontos. Para qualquer item, o professor poderá anotar “não aplicável”, se assim 
considerar aquele quesito. Finalmente, a competência geral é avaliada, não como 
uma média aritmética dos demais escores, mas como síntese da avaliação. Anota-
se o tempo gasto em minutos pelo estudante durante a consulta, e o documento é 
assinado pelo professor e pelo estudante(68,76). 
Este método foi idealizado para ser um instrumento de avaliação formativa, no 
qual o residente ou interno realiza uma consulta objetiva num paciente, sendo 
observado pelo professor e/ou pesquisador. A consulta foi realizada de forma focada 
na necessidade atual do paciente e ocorreu em um consultório particular do 
pesquisador. É importante ressaltar que esta pode ocorrer em diversos ambientes, 
tanto em âmbito hospitalar como ambulatorial(68). 
Durante o encontro do residente com o paciente, o pesquisador observou e 
fez anotações na ficha padronizada, oferecendo logo após o exercício avaliativo um 
feedback ao residente, apontando-lhe as áreas em que foi bem avaliado e aquelas 
em que havia necessidade de aperfeiçoamento(68). 
A escala de Likert utilizada neste estudo foi classificada da seguinte forma: de 
1 a 3 o desempenho foi considerado insatisfatório; 4, 5 e 6, desempenho satisfatório; 
e 7, 8 e 9, desempenho exemplar. O pesquisador anotou o grau de satisfação para 
todas as 6 dimensões(76,77). Para a dimensão ‘’Manejo do paciente’’, optou em 
registrar o item como “não observável”, pois esta intervenção médica não era o foco 
da pesquisa. Vale a pena ressaltar que, nos casos em que esta era urgente, 
forneceu a receita medicamentosa para o paciente. Por fim, o pesquisador registrou 
o tempo gasto na aplicação do Mini-Cex(39). No momento do segundo feedback o 
pesquisador avaliou a satisfação do médico residente por meio da seguinte 
pergunta: A utilização deste método avaliativo proporcionou impacto em seu 
aprendizado na realização do exame urodinâmico? ( ) SIM ( ) NÃO 
 
 
Avaliação de Competência Clínicade Médicos Residentes de Urologia na realização de 
exame urodinâmico por meio do Miniexercício Clínico Avaliativo (Mini-Cex) 
 
43 
 
4. RESULTADOS 
4.1 Análise quantitativa 
Participaram do estudo todos os residentes de Urologia da FCMS/PUC-SP 
(N=06), que foram identificados da seguinte forma: os dois residentes do 3º ano de 
Urologia foram denominados Residente 1 e Residente 2; os dois residentes do 2º 
ano foram denominados Residente 3 e Residente 4, e os dois residentes do 1º ano 
foram denominados Residente 5 e Residente 6. (Tabelas 1 e 2). 
 
Tabela 1. Desempenho dos residentes de urologia da FCMS/PUC-SP na primeira 
aplicação do Mini-Cex. Sorocaba, 2014. 
Residente 1 2 3 4 5 6 
Ano de Residência em Urologia 3⁰ 3⁰ 2⁰ 2⁰ 1⁰ 1⁰ 
HISTÓRIA CLÍNICA – ANAMNESE (PONTUAÇÃO MÁXIMA 45 PONTOS) 
Estudante apresentou-se ao paciente e deixou-o à vontade 7 6 4 4 7 4 
Deu oportunidade ao paciente de elaborar ou apresentar o seu problema de forma 
integral 
6 6 4 5 6 4 
Utilizou habilidade de comunicação (perguntas, escuta ativa, comunicação verbal e 
não verbal) efetivamente 
6 6 4 6 7 4 
Identificou a percepção do paciente sobre seu estado -idéias e diagnóstico do 
paciente, preocupação e expectativas 
6 5 3 6 6 4 
Identificou o diagnóstico dentro do contexto social, psico-social e físico 6 5 4 6 6 4 
TOTAL DE PONTOS 31 27 19 27 32 20 
EXAME FÍSICO (PONTUAÇÃO MÁXIMA 36 PONTOS) 
Realizou o exame físico e identificou os sinais clínicos corretamente 5 5 4 3 5 4 
Utilizou instrumentos diagnósticos de forma competente 6 5 5 4 6 4 
Lavou as mãos e utilizou medidas de proteção universais 6 4 5 6 5 5 
Demonstrou sensibilidade às necessidades do paciente 6 6 6 6 6 5 
TOTAL DE PONTOS 23 20 20 19 22 18 
*MANEJO DO PACIENTE (PONTUAÇÃO MÁXIMA 54 PONTOS) No no no no No no 
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS(PONTUAÇÃO MÁXIMA 63 PONTOS) 
Procurou informação relevante e específica para construção do 
diagnóstico diferencial 
7 6 5 6 7 4 
Gerou hipóteses diagnósticas apropriadas ou identificou o problema 7 5 6 6 6 4 
Procurou por sinais físicos específicos que auxiliam na confirmação 
ou não da hipótese diagnóstica aventada 
7 5 5 6 6 5 
Interpretou e aplicou corretamente as informações obtidas do 
prontuário do paciente 
7 5 6 6 6 4 
Aplicou conhecimento básico, comportamental e das ciências 
clínicas ao problema do paciente 
7 5 5 7 7 5 
Reconheceu e respeitou os limites de sua competência pessoal e 
profissional 
7 5 6 6 6 5 
Demonstrou uma abordagem bem organizada para obter e oferecer 
informações 
7 5 6 6 6 4 
TOTAL DE PONTOS 49 36 39 43 44 31 
 TERMINA 
44 
 
RELACIONAMENTO COM O PACIENTE (PONTUAÇÃO MÁXIMA 36 PONTOS) 
Manteve relacionamento amigável, mas profissional 7 5 6 6 6 5 
Utilizou-se da empatia para encorajar o paciente a expressar seus 
sentimentos e impressões 
7 6 6 6 7 5 
Apoiou o paciente no processo de aceitação de sua condição clínica 7 5 5 6 6 5 
Demonstrou preocupação de que a atitude do paciente para com o 
médico afeta a cooperação entre ambos 
7 6 5 6 6 4 
TOTAL DE PONTOS 28 22 22 24 25 19 
Tempo de Avaliação (minutos) 45 30 60 60 20 60 
* no = não observado 
 
Tabela 2. Desempenho dos residentes de urologia da FCMS/PUC-SP na 2ª 
aplicação do Mini-Cex. Sorocaba, 2014. 
Residente 1 2 3 4 5 6 
Ano de Residência em Urologia 3⁰ 3⁰ 2⁰ 2⁰ 1⁰ 1⁰ 
HISTÓRIA CLÍNICA – ANAMNESE (PONTUAÇÃO MÁXIMA 45 PONTOS) 
Estudante apresentou-se ao paciente e deixou-o à vontade 7 7 6 7 6 5 
Deu oportunidade ao paciente de elaborar ou apresentar o seu problema de forma 
integral 
7 6 6 7 7 6 
Utilizou habilidade de comunicação (perguntas, escuta ativa, comunicação verbal e 
não verbal) efetivamente 
7 7 6 7 7 6 
Identificou a percepção do paciente sobre seu estado -idéias e diagnóstico do 
paciente, preocupação e expectativas 
7 6 6 6 6 6 
Identificou o diagnóstico dentro do contexto social, psico-social e físico 6 7 6 6 6 7 
TOTAL DE PONTOS 34 33 30 33 32 30 
EXAME FÍSICO (PONTUAÇÃO MÁXIMA 36 PONTOS) 
Realizou o exame físico e identificou os sinais clínicos corretamente 7 7 6 6 6 6 
Utilizou instrumentos diagnósticos de forma competente 7 6 6 7 7 7 
Lavou as mãos e utilizou medidas de proteção universais 7 6 6 7 6 6 
Demonstrou sensibilidade às necessidades do paciente 7 6 6 6 6 7 
TOTAL DE PONTOS 28 25 24 26 25 26 
*MANEJO DO PACIENTE (PONTUAÇÃO MÁXIMA 54 PONTOS) No no no no No No 
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS(PONTUAÇÃO MÁXIMA 63 PONTOS) 
Procurou informação relevante e específica para construção do 
diagnóstico diferencial 
7 6 6 6 7 7 
Gerou hipóteses diagnósticas apropriadas ou identificou o problema 7 7 6 7 7 7 
Procurou por sinais físicos específicos que auxiliam na confirmação 
ou não da hipótese diagnóstica aventada 
7 6 6 7 6 7 
Interpretou e aplicou corretamente as informações obtidas do 
prontuário do paciente 
7 6 6 6 7 7 
Aplicou conhecimento básico, comportamental e das ciências 
clínicas ao problema do paciente 
7 6 7 7 6 6 
Reconheceu e respeitou os limites de sua competência pessoal e 
profissional 
7 6 6 7 6 6 
Demonstrou uma abordagem bem organizada para obter e oferecer 
informações 
7 5 6 7 7 7 
TOTAL DE PONTOS 49 42 43 47 46 47 
 TERMINA 
Avaliação de Competência Clínicade Médicos Residentes de Urologia na realização de 
exame urodinâmico por meio do Miniexercício Clínico Avaliativo (Mini-Cex) 
 
45 
 
RELACIONAMENTO COM O PACIENTE(PONTUAÇÃO MÁXIMA 36 PONTOS) 
Manteve relacionamento amigável, mas profissional 7 6 6 7 6 7 
Utilizou-se da empatia para encorajar o paciente a expressar seus 
sentimentos e impressões 
7 7 6 6 6 6 
Apoiou o paciente no processode aceitação de sua condição clínica 7 7 6 6 7 6 
Demonstrou preocupação de que a atitude do paciente para com o 
médico afeta a cooperação entre ambos 
7 7 6 6 7 7 
TOTAL DE PONTOS 28 27 24 25 26 26 
Tempo de Avaliação (minutos) 30 30 60 40 20 20 
* no = não observado 
 
Nota-se que, das 4 dimensões do Mini-Cex, a dimensão sobre “Manejo do 
paciente” não foi analisada. O motivo desta exclusão foi que os objetivos do estudo 
não contemplavam o aspecto de tratamento medicamentoso dos 12 pacientes 
submetidos ao exame urodinâmico, sendo que este seria definido com seus 
respectivos médicos assistentes, na próxima consulta ambulatorial. 
 
Gráfico 1. Evolução do desempenho do Residente 1 nas duas avaliações, segundo a 
distribuição das notas. Sorocaba, 2014. 
 
 
 
As notas da segunda avaliação foram mais uniformes, estando 95% dentro do 
conceito “Exemplar”. 
 
Gráfico 2. Evolução do desempenho do Residente 2 nas duas avaliações, segundo a 
distribuição das notas. Sorocaba, 2014. 
0 
10 
20 
30 
40 
50 
60 
70 
80 
90 
100 
1 2 3 4 5 6 7 8 9 
Fr
e
q
u
e
n
ci
a 
(%
) 
Notas 
1ᵃ Avaliação 2ᵃ Avaliação 
INSATISFATÓRIO SATISFATÓRIO EXEMPLAR 
46 
 
 
 
 
A distribuição das notas da segunda avaliação foi semelhante à da primeira , 
entretanto a moda passou da nota 05 para a nota 06. O conceito “Exemplar”esteve 
presente em 40% das notas. 
 
Gráfico 3. Evolução do desempenho do Residente 3 nas avaliações, segundo a 
distribuição das notas. Sorocaba, 2014. 
 
 
 
0 
10 
20 
30 
40 
50 
60 
70 
80 
90 
100 
1 2 3 4 5 6 7 8 9 
Fr
e
q
u
e
n
ci
a 
(%
) 
Notas 
1ᵃ Avaliação 2ᵃ Avaliação 
0 
10 
20 
30 
40 
50 
60 
70 
80 
90 
100 
1 2 3 4 5 6 7 8 9 
Fr
e
q
u
e
n
ci
a 
(%
) 
Notas 
1ᵃ Avaliação 2ᵃ Avaliação 
INSATISFATÓRIO SATISFATÓRIO EXEMPLAR 
INSATISFATÓRIO SATISFATÓRIO EXEMPLAR 
Avaliação de Competência Clínicade Médicos Residentes de Urologia na realização de 
exame urodinâmico por meio do Miniexercício Clínico Avaliativo (Mini-Cex) 
 
47 
 
 As notas da segunda avaliação foram mais uniformes, estando 95% dentro do 
conceito “Satisfatório” e 5%, do conceito “Exemplar”. Na primeira avaliação, o 
conceito “insatisfatório”esteve presente em 5% das notas. 
 
Gráfico 4. Evolução do desempenho, do Residente 4 nas avaliações, segundo a 
distribuição das notas, Sorocaba, 2014. 
 
 
 
A moda passou de 06 para 07 na segunda avaliação, estando 95% dentro do 
conceito “Exemplar”. Na primeira avaliação o conceito “insatisfatório”esteve presente 
em 5% das notas. 
 
0 
10 
20 
30 
40 
50 
60 
70 
80 
90 
100 
1 2 3 4 5 6 7 8 9 
Fr
e
q
u
e
n
ci
a 
(%
) 
Notas 
1ᵃ Avaliação 2ᵃ Avaliação 
INSATISFATÓRIO SATISFATÓRIO EXEMPLAR 
48 
 
Gráfico 5. Evolução do desempenhodo Residente 5 nas avaliações, segundo a 
distribuição das notas, Sorocaba, 2014. 
 
 
 
As distribuição da notas da segunda avaliação foi semelhante à da primeira, 
entretanto o conceito “Exemplar” aumentou de 25% para 45%. 
 
Gráfico 6. Evolução do desempenho, do Residente 6 nas avaliações, segundo a 
distribuição das notas. Sorocaba, 2014. 
 
 
 
0 
10 
20 
30 
40 
50 
60 
70 
80 
90 
100 
1 2 3 4 5 6 7 8 9 
Fr
e
q
u
e
n
ci
a 
(%
) 
Notas 
1ᵃ Avaliação 2ᵃ Avaliação 
0 
10 
20 
30 
40 
50 
60 
70 
80 
90 
100 
1 2 3 4 5 6 7 8 9 
Fr
e
q
u
e
n
ci
a 
(%
) 
Notas 
1ᵃ Avaliação 2ᵃ Avaliação 
INSATISFATÓRIO SATISFATÓRIO EXEMPLAR 
INSATISFATÓRIO SATISFATÓRIO EXEMPLAR 
Avaliação de Competência Clínicade Médicos Residentes de Urologia na realização de 
exame urodinâmico por meio do Miniexercício Clínico Avaliativo (Mini-Cex) 
 
49 
 
A distribuição das notas da segunda avaliação parece uma imagem especular 
da primeira. Com isto, a moda passou da nota 04 para a nota 07. O conceito 
“Exemplar”esteve presente em 50% das notas da segunda avaliação. 
 
Gráfico 7. Distribuição da média de evolução do desempenho dos Residentes. 
Sorocaba, 2014. 
 
 
 
 
De maneira global, a frequência dos conceitos: “Insatisfatório”, “Satisfatório”e 
“Exemplar”, passaram, respectivamente de: 2%, 83% e 15% para 0%, 52% e 48% 
da primeira para a segunda avaliação. 
 
 
0 
10 
20 
30 
40 
50 
60 
70 
80 
90 
100 
1 2 3 4 5 6 7 8 9 
Fr
e
q
u
e
n
ci
a 
(%
) 
Notas 
1ᵃ Avaliação 2ᵃ Avaliação 
INSATISFATÓRIO SATISFATÓRIO EXEMPLAR 
50 
 
Gráfico 8. Distribuição comparativa da evolução por competência clínica do 
Residente 1 nas duas avaliações do Mini-Cex, Sorocaba, 2014. 
 
 
 
Da primeira para a segunda avaliação, as notas das competências clínicas 
História Clínica – Anamnese e Exame Físico aumentaram respectivamente em: 
9,68% e 21,74%. A elevação global foi de 6,11%. 
 
68,9 
63,9 
77,8 77,8 
72,8 75,6 
77,8 77,8 77,8 77,2 
0,0 
10,0 
20,0 
30,0 
40,0 
50,0 
60,0 
70,0 
80,0 
90,0 
100,0 
História Clínica - 
Anamnese 
Exame Físico Resolução de 
Problemas 
Relacionamento 
com o Paciente 
Total de pontos 
%
 d
e
 A
p
ro
ve
it
am
e
n
to
 
Competências 
1ᵃ Avaliação 2ᵃ Avaliação 
Avaliação de Competência Clínicade Médicos Residentes de Urologia na realização de 
exame urodinâmico por meio do Miniexercício Clínico Avaliativo (Mini-Cex) 
 
51 
 
Gráfico 9. Distribuição comparativa da evolução por competência clínica do 
Residente 2 nas duas avaliações do Mini-Cex, Sorocaba, 2014. 
 
 
 
Da primeira para a segunda avaliação, as notas das competências clínicas: 
História Clínica – Anamnese, Exame Físico, Resolução de Problemas e 
Relacionamento com o Paciente, aumentaram respectivamente em: 22,22%; 
25,00%; 16,67% e 22,73%. A elevação global foi de 20,95%. 
 
60,0 
55,6 57,1 
61,1 58,3 
73,3 
69,4 66,7 
75,0 
70,6 
0,0 
10,0 
20,0 
30,0 
40,0 
50,0 
60,0 
70,0 
80,0 
90,0 
100,0 
História Clínica - 
Anamnese 
Exame Físico Resolução de 
Problemas 
Relacionamento 
com o Paciente 
Total de pontos 
%
 d
e
 A
p
ro
ve
it
am
e
n
to
 
Competências 
1ᵃ Avaliação 2ᵃ Avaliação 
52 
 
Gráfico 10. Distribuição comparativa da evolução por competência clínica do 
Residente 3 nas duas avaliações do Mini-Cex, Sorocaba, 2014. 
 
 
 
Da primeira para a segunda avaliação, as notas das competências clínicas: 
História Clínica – Anamnese, Exame Físico, Resolução de Problemas e 
Relacionamento com o Paciente, aumentaram respectivamente em: 57,89%; 
20,00%; 10,26% e 9,09%. A elevação global foi de 12,04%. 
 
42,2 
55,6 
61,9 61,1 60,0 
66,7 66,7 68,3 66,7 67,2 
0,0 
10,0 
20,0 
30,0 
40,0 
50,0 
60,0 
70,0 
80,0 
90,0 
100,0 
História Clínica - 
Anamnese 
Exame Físico Resolução de 
Problemas 
Relacionamento 
com o Paciente 
Total de pontos 
%
 d
e
 A
p
ro
ve
it
am
e
n
to
 
Competências 
1ᵃ Avaliação 2ᵃ Avaliação 
Avaliação de Competência Clínicade Médicos Residentes de Urologia na realização de 
exame urodinâmico por meio do Miniexercício Clínico Avaliativo (Mini-Cex) 
 
53 
 
Gráfico 11. Distribuição comparativa da evolução por competência clínica do 
Residente 4 nas duas avaliações do Mini-Cex, Sorocaba, 2014. 
 
 
 
Da primeira para a segunda avaliação, as notas das competências clínicas: 
História Clínica – Anamnese, Exame Físico, Resolução de Problemas e 
Relacionamento com o Paciente, aumentaram respectivamente em: 22,22%; 
36,84%; 9,30% e 4,17%. A elevação global foi de 15,93%. 
 
60,0 
52,8 
68,3 66,7 
62,8 
73,3 72,2 74,6 69,4 72,8 
0,0 
10,0 
20,0 
30,0 
40,0 
50,0 
60,0 
70,0 
80,0 
90,0 
100,0 
História Clínica - 
Anamnese 
Exame Físico Resolução de 
Problemas 
Relacionamento 
com o Paciente 
Total de pontos 
%
 d
e
 A
p
ro
ve
it
am
e
n
to
 
Competências 
1ᵃ Avaliação 2ᵃ Avaliação 
54 
 
Gráfico 12. Distribuição comparativa da evolução por competência clínica do 
Residente 5 nas duas avaliações do Mini-Cex, Sorocaba, 2014. 
 
 
 
Da primeira para a segunda avaliação, as notas das competências clínicas:Exame Físico, Resolução de Problemas e Relacionamento com o Paciente, 
aumentaram respectivamente em: 13,64%; 4,55% e 4,00%. A elevação global foi de 
4,88%. 
 
71,1 
61,1 
69,8 69,4 68,3 71,1 69,4 
73,0 72,2 71,7 
0,0 
10,0 
20,0 
30,0 
40,0 
50,0 
60,0 
70,0 
80,0 
90,0 
100,0 
História Clínica - 
Anamnese 
Exame Físico Resolução de 
Problemas 
Relacionamento 
com o Paciente 
Total de pontos 
%
 d
e
 A
p
ro
ve
it
am
e
n
to
 
Competências 
1ᵃ Avaliação 2ᵃ Avaliação 
Avaliação de Competência Clínicade Médicos Residentes de Urologia na realização de 
exame urodinâmico por meio do Miniexercício Clínico Avaliativo (Mini-Cex) 
 
55 
 
Gráfico 13. Distribuição comparativa da evolução por competência clínica do 
Residente 6 nas duas avaliações do Mini-Cex, Sorocaba, 2014. 
 
 
 
Da primeira para a segunda avaliação, as notas das competências clínicas: 
História Clínica – Anamnese, Exame Físico, Resolução de Problemas e 
Relacionamento com o Paciente, aumentaram respectivamente em: 50,00%; 
44,44%; 51,61% e 36,84%. A elevação global foi de 46,59%. 
 
44,4 
50,0 49,2 
52,8 
48,9 
66,7 
72,2 74,6 72,2 71,7 
0,0 
10,0 
20,0 
30,0 
40,0 
50,0 
60,0 
70,0 
80,0 
90,0 
100,0 
História Clínica - 
Anamnese 
Exame Físico Resolução de 
Problemas 
Relacionamento 
com o Paciente 
Total de pontos 
%
 d
e
 A
p
ro
ve
it
am
e
n
to
 
Competências 
1ᵃ Avaliação 2ᵃ Avaliação 
56 
 
Gráfico 14. Distribuição comparativa da média da evolução por competência clínica 
dos residentes de urologia (1a e 2a avaliação do Mini-Cex), Sorocaba, 2014. 
 
 
 
Da primeira para a segunda avaliação, as notas das competências clínicas: 
História Clínica – Anamnese, Exame Físico, Resolução de Problemas e 
Relacionamento com o Paciente, aumentaram respectivamente em: 23,08%; 
26,23%; 13,22% e 11,43%. A elevação global foi de 17,58%. 
57,8 56,5 
64,0 64,8 61,1 
71,1 71,3 72,5 72,2 71,9 
0,0 
10,0 
20,0 
30,0 
40,0 
50,0 
60,0 
70,0 
80,0 
90,0 
100,0 
História Clínica - 
Anamnese 
Exame Físico Resolução de 
Problemas 
Relacionamento 
com o Paciente 
Total de pontos 
%
 d
e
 A
p
ro
ve
it
am
e
n
to
 
Competências 
1ᵃ Avaliação 2ᵃ Avaliação 
p= 0,006 
 
Avaliação de Competência Clínicade Médicos Residentes de Urologia na realização de exame urodinâmico por meio do Miniexercício Clínico 
Avaliativo (Mini-Cex) 
 
57 
 
Tabela 3. Síntese do desempenho dos Residentes de Urologia nas avaliações do Mini-Cex,Sorocaba, 2014. 
 
Residentes 
Alpha de 
Cronbach 
 
Ano de 
Residência em Urologia 
3⁰ 3⁰ 2⁰ 2⁰ 1⁰ 1⁰ 
 
1 2 3 4 5 6 média dp 
Máxima Pontuação 
Possível 
1
ᵃ
 A
va
lia
çã
o
 
COMPETÊNCIA (Pontuação) 
História Clínica – Anamnese 31 27 19 27 32 20 26,00 5,44 45 0,948 
Exame Físico 23 20 20 19 22 18 20,33 1,86 36 0,487 
Manejo do Paciente no no no no no no no no no no 
Resolução de Problemas 49 36 39 43 44 31 40,33 6,38 63 0,966 
Relacionamento com o 
Paciente 
28 22 22 24 25 19 23,33 3,08 36 0,93 
Total de pontos 131 105 100 113 123 88 110 15,67 180 - 
AVALIAÇÃO GLOBAL 
 
0,969 
TEMPO DE APLICAÇÃO 45’ 30’ 60’ 60’ 20’ 60’ 45’50” 17’26” 
 
 
2
ᵃ
 A
va
lia
çã
o
 
COMPETÊNCIA (Pontuação) 
História Clínica – Anamnese 34 33 30 33 32 30 32,00 1,67 45 0,506 
Exame Físico 28 25 24 26 25 26 25,67 1,37 36 0,571 
Manejo do Paciente no no no no no no no no no no 
Resolução de Problemas 49 42 43 47 46 47 45,67 2,66 63 0,781 
Relacionamento com o 
Paciente 
28 27 24 25 26 26 26,00 1,41 36 0,578 
Total de pontos 139 127 121 131 129 129 129,33 5,85 180 - 
AVALIAÇÃO GLOBAL 
 
0,862 
TEMPO DE APLICAÇÃO (min) 30’ 30’ 60’ 40’ 20’ 20’ 33’20” 15’04” 
 
 no = não observado; dp=desvio padrão; ’ = minutos; ” = segundos 
58 
 
 
Tabela 4. Síntese (%) do desempenho dos Residentes de Urologia nas avaliações do Mini-Cex, Sorocaba, 2014. 
 
Residentes 
Alpha de 
Cronbach 
Ano de 
Residência em Urologia 
3⁰ 3⁰ 2⁰ 2⁰ 1⁰ 1⁰ 
 
 1 2 3 4 5 6 média dp 
1
ᵃ
 A
va
lia
çã
o
 
COMPETÊNCIA (em %)* 
 
História Clínica – Anamnese 68,89 60,00 42,22 60,00 71,11 44,44 57,78 12,09 0,948 
Exame Físico 63,89 55,56 55,56 52,78 61,11 50,00 56,48 5,17 0,487 
Manejo do Paciente No no no no no no no no no 
Resolução de Problemas 77,78 57,14 61,90 68,25 69,84 49,21 64,02 10,12 0,966 
Relacionamento com o 
Paciente 
77,78 61,11 61,11 66,67 69,44 52,78 64,81 8,55 0,93 
Total de pontos 72,78 58,33 55,56 62,78 68,33 48,89 61,11 8,71 - 
AVALIAÇÃO GLOBAL 
 
0,969 
2
ᵃ
 A
va
lia
çã
o
 
COMPETÊNCIA (em %)* 
 
 História Clínica – Anamnese 75,56 73,33 66,67 73,33 71,11 66,67 71,11 3,72 0,506 
Exame Físico 77,78 69,44 66,67 72,22 69,44 72,22 71,30 3,80 0,571 
Manejo do Paciente No no no no no no no no no 
Resolução de Problemas 77,78 66,67 68,25 74,60 73,02 74,60 72,49 4,22 0,781 
Relacionamento com o 
Paciente 
77,78 75,00 66,67 69,44 72,22 72,22 72,22 3,93 0,578 
Total de pontos 77,22 70,56 67,22 72,78 71,67 71,67 71,85 3,25 - 
AVALIAÇÃO GLOBAL 
 
0,862 
no = não observado; dp=desvio padrão;*porcentagens em relação ao máximo valor possivel
Avaliação de Competência Clínicade Médicos Residentes de Urologia na realização de 
exame urodinâmico por meio do Miniexercício Clínico Avaliativo (Mini-Cex) 
 
59 
 
O Coeficiente de Alpha de Cronbach na primeira avaliação foi de 0,9 e na 
segunda avaliação foi de 0,8. 
 
Tabela 5. Análise do aproveitamento das avaliações por ano de residência, 
Sorocaba, 2014. 
 
Total de pontos 
 Ano de Residência em Urologia 1ᵃ Avaliação 2ᵃ Avaliação Evolução (%) 
3⁰ 118 133 12,71 
2⁰ 106,5 126 18,31 
1⁰ 105,5 129 22,27 
 
 A primeira avaliação mostra que quanto mais graduado o residente, em 
média, maior a pontuação atingida. Devido a este fato, o tempo destinado ao feed-
back foi menor com os residentes do 3º ano ( média 05 minutos) e maior com os 
residentes do 1º ano (média de 10 minutos). 
 
Tabela 6. Compararação entre os tempos de realização dos exames dos 06 
residentes. Sorocaba, 2014. 
 Residentes 
Tempo 1 2 3 4 5 6 Média dp 
1ªAVALIAÇÃO 45’ 30’ 60’ 60’ 20’ 60’ 45’50” 17’26” 
2ª AVALIAÇÃO 30’ 30’ 60’ 40’ 20’ 20’ 33’20” 15’04” 
Média 
(por Ano de Residência) 
3⁰ 2⁰ 1⁰ 
1ªAVALIAÇÃO 37’30” 60’ 40’ 
 
2ª AVALIAÇÃO 30’ 50’ 20’ 
 
’ = minutos; ” = segundos 
 
 
O tempo de realização do exame urodinâmico não apresentou relação com o 
nível de graduação dos residentes, entretanto observa-se que a segundo exame foi 
realizado em menor tempo. Segundo relatos de todos os médicos residentes a 
utilização do método avaliativo, proporcionou impacto importante em seu 
aprendizado na realização do exame urodinâmico. 
 
 
60 
 
4.2 Análise qualitativa 
O pesquisador aplicou duas vezes o Mini-Cex para cada médico residente, 
totalizando 12 avaliações formativas, realizando um feedback ao final de cada 
avaliação. 
O desempenho do Residente 1 resultou de uma relação médico e paciente 
satisfatória, de forma a deixar o paciente à vontade durante todo o período de 
realização do exame urodinâmico. Apresentou dificuldades na interpretação do 
diagnóstico do exame urodinâmico durante sua avaliação e foi orientado pelo 
pesquisador sobre as etapas do exame e os significados dos seus resultados. No 
segundo exame urodinâmico, apresentou muita destreza na realização do exame, 
com uma postura profissional satisfatória e eficiente ao olhos do pesquisador, não 
apresentando nenhum tipo de falha técnica neste segundo momento. 
O Residente 2 apresentou destaque durante a realização do cateterismo 
vesical e na programação do software, porém forneceu uma explicação sobre o 
exame urodinâmico insatisfatória para o paciente na primeira oportunidade. Durante 
o feedback, o pesquisador orientou sobre a necessidade de esclarecer os detalhes 
do exame urodinâmico ao paciente, ressaltando a importância do uso de uma 
linguagem simples, clara e ao nível do conhecimento do paciente,evitando o uso de 
termos técnicos, dando oportunidade de expressão verbal ao paciente e ouvindo-o 
com mais atenção, para favorecer uma aproximação e reduzir o nível de ansiedade 
e constrangimento comuns neste tipo de exame. No segundo exame urodinâmico, o 
desempenho foi marcado pelo uso da adequada linguagem e eficiente explicação 
sobre as etapas do exame urodinâmico, mas apresentou ainda uma interpretação 
insatisfatória do resultado do exame urodinâmico, e foi novamente orientado a esse 
respeito no segundo feedback. 
Na primeira avaliação, o Residente 3 executou um preparo de exame 
urodinâmico insatisfatório com relação à manipulação dos cateteres e pouco 
conhecimento na programação do software do exame. No primeiro feedback, foi 
orientado sobre a forma adequada de colocação dos cateteres e sobre os detalhes 
do funcionamento do software. Na segunda avaliação, já apresentou uma maior 
preocupação em esclarecer ao paciente as etapas do exame urodinâmico e 
interpretou os resultados de forma satisfatória, porém ainda demonstrou pouco 
Avaliação de Competência Clínicade Médicos Residentes de Urologia na realização de 
exame urodinâmico por meio do Miniexercício Clínico Avaliativo (Mini-Cex) 
 
61 
 
conhecimento dos conceitos de urodinâmica, ponto este que foi reforçado 
novamente pelo pesquisador. 
A postura do Residente 4 na primeira avaliação foi de um profissional 
tranquilo, calmo, que forneceu todas as explicações pertinentes sobre o exame 
urodinâmico à paciente, deixando-a completamente à vontade durante o tempo todo. 
Apresentou dificuldades durante a fase de interpretação dos resultados, e foi 
orientado pelo pesquisador sobre os conceitos básicos da urodinâmica, além dos 
detalhes do uso do software do exame urodinâmico. Na segunda avaliação, 
apresentou destreza durante a realização do exame urodinâmico, procurando 
proporcionar ao paciente o maior conforto possível durante a realização do exame. 
O Residente 5, durante todo o exame urodinâmico, preocupou-se em deixar o 
paciente o mais à vontade possível, mas demonstrou falta de conhecimento dos 
princípios de urodinâmica bem como desconhecimento em relação ao software e ao 
equipamento de urodinâmica. No feedback, o pesquisador procurou esclarecer 
detalhes do exame bem como o uso adequado do equipamento. Na segunda 
avaliação, conseguiu atuar de maneira objetiva e interpretou os resultados de forma 
satisfatória. 
O Residente 6 mostrou-se preocupado em deixar o paciente à vontade, 
denotando uma busca de interpretação dos resultados do exame urodinâmico, ainda 
que fosse a primeira vez que estava realizando este exame completamente sozinho. 
No feedback, o pesquisador procurou fornecer orientações relacionadas à utilização 
do aparelho e ao uso do software bem como a colocação adequada de cateteres 
uretral e anal. Na segunda avaliação, o Residente 6 realizou um exame bastante 
objetivo, rápido com interpretações corretas dos resultados, preocupando-se sempre 
em deixar o paciente tranquilo durante o exame urodinâmico. 
 
62 
 
 
Avaliação de Competência Clínicade Médicos Residentes de Urologia na realização de 
exame urodinâmico por meio do Miniexercício Clínico Avaliativo (Mini-Cex) 
 
63 
 
5. DISCUSSÃO 
O estudante de Medicina encontra-se em pleno processo de aquisição de 
qualidades intelectuais e habilidades psicomotoras, juntamente com 
desenvolvimento de valores éticos, atitudes e comportamentos, essenciais ao seu 
futuro exercício profissional. O modelo pedagógico de um curso visa utilizar as 
melhores estratégias para propiciar o desenvolvimento do processo de 
aprendizagem e deve utilizar instrumentos eficientes para sua avaliação. O propósito 
da avaliação é configurar o rendimento escolar do estudante em seus aspectos 
cognitivo, psicomotor e afetivo. O domínio cognitivo refere-se às habilidades de 
natureza puramente intelectual, como aquisição de conhecimento, compreensão, 
análise e capacidade de síntese, entre outras. As habilidades psicomotoras são as 
que demandam os órgãos do sentido e o sistema neuromuscular para o 
desempenho de tarefas específicas. Por sua vez, o domínio afetivo compreende 
atitudes, crenças, valores e juízos acerca das situações, funcionando como 
importantes determinantes da emissão de comportamentos específicos, favoráveis, 
desfavoráveis ou neutros em relação à atuação profissional(68). 
Num ambiente clínico, muitos alunos se sentem frustrados pela dificuldade de 
recordarem conhecimentos adquiridos previamente e de serem incapazes de aplicá-
los no caso clínico em questão. Os docentes, por sua vez, ficam surpresos com os 
alunos que parecem ter retido tão pouco. O problema, talvez, esteja na separação 
entre o aprendizado clínico e o ambiente e situação em que o mesmo será aplicado. 
Por isso há uma forte tendência de se colocar o aluno em ação precocemente, 
tendo-se o cuidado de criar um ambiente propício à aprendizagem, que envolva os 
componentes cognitivos (o que aprender), afetivos (motivação para aprender) e 
metacognitivos (como aprender)(4,78). 
Nesse sentido, estudos que investiguem a fundo tais pontos devem ser 
realizados com o intuito de contribuir cada vez mais para o aprendizado do 
estudante em sua jornada acadêmica. A combinação de componentes de 
observação/avaliação do desempenho/situação prática com o paciente, realizada 
neste estudo é um método utilizado em alguns estudos(1,2,3,4), para o alcance de 
resultados positivos constantes e satisfatórios no aprendizado do estudante, que 
reforçam a importância da observação do desempenho do estudante no cuidado 
com o paciente em diversas situações de atendimento médico. Avaliar a "ação" 
64 
 
significa avaliar o que ocorre na prática. Embora nos últimos trinta anos inúmeros 
métodos tenham sido desenvolvidos e utilizados na avaliação dos alunos de 
Medicina, a maioria tendeu a enfocar o "saber" ou "saber como", habilidades da 
esfera cognitiva, essenciais, mas insuficientes para compor a competência clínica(1) . 
Após a análise estatística dos dados obtidos pela Escala de Likert de 9 
categorias presente no Mini-Cex, este estudo apontou uma variação do coeficiente 
de Alpha de Cronbach entre 0,87 e 0,96 referente a primeira e a segunda aplicação 
do Mini-Cex. Partindo-se do pressuposto de que, quanto mais próximo do 1, maior a 
confiabilidade, os resultados alcançados indicaram alto grau de consistência interna, 
característica que determina a confiabilidade do Mini-Cex para aplicação em exame 
urodinâmico(68,79). 
A média do tempo gasto pelo pesquisador na aplicação do Mini-Cex aos 
médicos residentes durante a realização do exame urodinâmico foi de 46 minutos, 
na primeira avaliação do Mini-Cex, e de 33 minutos, na segunda, o que aponta 
vantagens para uso do método por parte do professor, visto que é o tempo 
aproximado em que o médico realiza um exame urodinâmico. Os dados de tempo de 
aplicação do Mini-Cex no estudo de Megale (2009) e Norcini (2003) apontam uma 
média de tempo de 9,6 minutos e 15 minutos, respectivamente, demonstrando uma 
vantagem de aplicação deste instrumento em consultas de retorno, justificando que 
a variabilidade do tempo gasto baseia-se nas particularidades de cada finalidade da 
aplicação. Nota-se, ainda, em outro estudo(76), uma média de aplicação do Mini-Cex 
de 29 minutos. 
O Mini-Cex aplicado no exame urodinâmico apresentou boa confiabilidade e 
consistência interna, dados estes apontados em vários estudos (39,68,71,73,80) que 
mencionam boa confiabilidade deste tipo de método para estudantes de medicina. A 
confiabilidade refere-se ao grau em que um conjunto de indicadores de uma variável 
latente (construto) é consistente em suas mensurações. Construto é um conceito 
que o pesquisador pode definir em termos teóricos, mas que não pode ser medido 
por um ou mais indicadores (65). Inúmeros itens afetam a confiabilidade de um 
instrumento: tamanho, discriminação

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