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1 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO/PUC-SP FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE Suely Rodrigues Thuler Proposta de Reformulação do Concurso para a Obtenção ou Renovação do Título de Enfermeiro Estomaterapeuta MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO NAS PROFISSÕES DA SAÚDE SOROCABA 2018 2 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO/PUC-SP FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE Suely Rodrigues Thuler Proposta de Reformulação do Concurso para a Obtenção ou Renovação do Título de Enfermeiro Estomaterapeuta MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO NAS PROFISSÕES DA SAÚDE Trabalho final apresentado à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de MESTRE PROFISSIONAL em Educação nas Profissões de Saúde, sob a orientação da Profa. Dra. Gisele Regina de Azevedo. SOROCABA 2018 3 Thuler, Suely Rodrigues T534 Proposta de reformulação do concurso para a obtenção ou renovação do título de enfermeiro estomaterapeuta / Suely Rodrigues Thuler. -- Sorocaba, SP, 2018. Orientadora: Gisele Regina de Azevedo. Trabalho Final (Mestrado Profissional) -- Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde. 1. Avaliação Educacional. 2. Avaliação em Enfermagem. 3. Educação em Enfermagem. 4. Competência Clínica. 5. Psicometria. I. Azevedo, Gisele Regina de. II. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde. III. Título. Ficha catalográfica elaborada por Antonio Pedro de Melo Maricato CRB8/6922 4 Suely Rodrigues Thuler Proposta de Reformulação do Concurso para a Obtenção ou Renovação do Título de Enfermeiro Estomaterapeuta Trabalho final apresentado à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de MESTRE PROFISSIONAL em Educação nas Profissões de Saúde, sob a orientação da Profa. Dra. Gisele Regina de Azevedo. Aprovada em: ____ de ______________ de 2018. BANCA EXAMINADORA _______________________________________ Prof. Dr. Luis Ferraz de Sampaio Neto _______________________________________ Profa. Dra. Maria Angela Boccara de Paula _______________________________________ Profa. Dra. Maria Helena Senger _______________________________________ Profa. Dra. Rita de Cássia Domanski 5 GRATIDÃO À Deus, por conduzir meus passos. Aos meus pais Avelino e Neuza (In memoriam), pelos exemplos de dignidade. Aos meus irmãos Carlos e Sonia, pelo companheirismo. Aos meus filhos Éric, Fabio e Diego, pelo incentivo. À minhas noras Lívia, Karina e Denise, pelo carinho e compreensão. Aos meus netos, Matheus, Davi, Luísa, Nicole, Isabela, Henrique e Gustavo por entenderem minhas ausências. À minha orientadora, Profa, Dra. Gisele Regina de Azevedo, pela dedicação e confiança. 6 AGRADECIMENTOS À Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Campus Sorocaba, pelo acolhimento. Ao Prof. Dr. Fernando Antonio de Almeida e ao Prof. Dr. Luiz Ferraz de Sampaio Neto que participaram da banca de qualificação e muito contribuíram para aprimoramento deste estudo. À Isabel Cristina Campos Feitosa pela contribuição no levantamento bibliográfico. À Heloisa Helena Armênio, Assistente de Coordenação do Programa de Educação nas Profissões da Saúde, pelo auxílio inestimável. Aos professores do mestrado, por me conduzirem. À amiga querida Néria Invernizzi da Silveira, pela parceria e estímulo em todos os momentos. Aos meus colegas da turma, pelos agradáveis e enriquedores momentos de convívio e pelas trocas de experiências. À Enfa Luzia Ferreira de Oliveira, amiga e companheira da Stay Care, pela dedicação em minhas ausências. À Cícera Valadares, por cuidar de minha agenda na Stay Care, com desvelo, para que todos os compromissos fossem cumpridos. 7 Aqueles que esperam no Senhor renovam as suas forças. Voam alto como águias. Correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam. Isaías 40:31 8 RESUMO A SOBEST - Associação Brasileira de Estomaterapia: estomias, feridas e incontinências instituiu, em 2003, o título de especialista TiSOBEST com o objetivo de qualificar o enfermeiro estomaterapeuta para exercer a especialidade, validar sua capacitação profissional e competências técnico-científicas, por meio da realização de provas de título com critérios pré-estabelecidos. A necessidade de avaliar habilidades práticas, sentida pela diretoria, inspirou o presente estudo, que teve como objetivo propor um modelo de avaliação que mensure as competências nas áreas de abrangências da especialidade. Para alcançar esses propósitos, foi realizada a análise psicométrica do grau de dificuldade, discriminação e coeficiente de fidedignidade dos itens das provas realizadas; organizado um Acervo de Itens de Múltipla Escolha, após seleção e adequação, segundo os Critérios para Elaboração de Itens, das questões utilizadas em concursos anteriores; redução do número de cem itens da prova escrita, para oitenta itens e apresentação, à diretoria, proposta de acréscimo do exame clínico objetivo estruturado (Objetive Structured Clinical Examination - OSCE) às duas fases do exame atual, que nomeou uma comissão para avaliação de custos, organização e operacionalização da reformulação da prova de título. Palavras-chave: Avaliação Educacional, Avaliação em Enfermagem, Educação em Enfermagem, Competência Clínica, Psicometria. 9 ABSTRACT SOBEST- Brazilian Association of Stomatherapy: stomas, wounds and incontinences, established in 2003, the title of TiSOBEST specialist in order to qualify stomatherapist nurses to practice the specialization, validate professional training and scientific- technical skills, by achievement of title awarding exams with pre-established criteria. The need felt by the Board to assess practical skills, prompted the present study. The study aims to propose an evaluation model that measures the skills in a wide range of this specialization. To reach these purposes, analysis include, the psychometric analysis of the level of difficulty; the discrimination and reliability coefficient of the items tested; the organization of Collection of Multiple Choice Items, after selection and adaptation, according to Criteria for Elaboration of Items, of the questions used in previous exams; reduction from one hundred items on the written exam, to eighty items and a presentation to the Board, proposal of addition of the Objective Structured Clinical Examination – OSCE to the two phases of the current exam, which nominated a commission to evaluate the cost, organization and operationalization of the reformulation of the title awarding exam. Keywords: Educational Measurement, Nursing Assessment, Education Nursing, Clinical Competence, Psychometrics. 10 LISTA DE SIGLAS SOBEST - TiSOBEST - WCET - ET - AGO - TCT - TRI - ICS - WOCN - AAWC - Associação Brasileira de Estomaterapia: estomias, feridas e incontinências Título de Especialista pela Associação Brasileira de Estomaterapia World Council of Enterostomal Therapists Estomaterapeuta Assembleia Geral Ordinária Teoria Clássica dos Testes Teoria da Resposta ao Item International Continence Socytie Wound, Ostomy, Continence Nursing Associationfor the Advancement of Wound Care 11 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Acervo de questões SOBEST após descarte e adequação dos itens. Sorocaba, 2016......................................................................................... Tabela 2 - Valores das Médias de Acertos e Desvio Padrão: concursos 2011 e 2013. Sorocaba, 2017...................................................................................... Tabela 3 – Valores das Médias de Acertos e Desvio Padrão: concursos 2014 e 2015. Sorocaba, 2017...................................................................................... Tabela 4 – Escala de dificuldade do item. Sorocaba 2017.................................. Tabela 5 – Escala de discriminação do item. Sorocaba, 2017............................. Tabela 6 - Índices de Dificuldade, discriminação e correlação ponto-bisserial dos itens de Desenvolvimento Profissional. Sorocaba, 2017.............................. Tabela 7 – Índice de Dificuldade, discriminação e correlação ponto-bisserial dos itens de Estomias. Sorocaba, 2017.............................................................. Tabela 8 – Índice de Dificuldade, discriminação e correlação ponto-bisserial dos itens sobre Feridas. Sorocaba, 2017............................................................ Tabela 9 – Índice de Dificuldade, discriminação e correlação ponto-bisserial dos itens sobre Incontinência Anal. Sorocaba, 2017........................................... Tabela 10 – Índice de Dificuldade, discriminação e correlação ponto-bisserial dos testes de Incontinência Urinária. Sorocaba, 2017......................................... Tabela 11 – Quantidade e características dos itens selecionados para formação do acervo de itens da SOBEST. Sorocaba, 2017................................ 32 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Pirâmide de Miller………………………………………………………… Figura 2 - Métodos de avaliação dos domínios................................................... 20 24 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Evolução das médias de acertos (percentual), de 2011 a 2015. Sorocaba, 2017................................................................................................... 36 12 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ………………………………………………………………… 1.1 Objetivos da avaliação........................................................................... 1.2 Modelo de avaliação de quatro níveis de Kirkpatrick……………............ 1.3 Taxonomia de Bloom………………………………………………............. 1.4 Pirâmide de Miller…………………………………………………………… 1.5 Métodos de avaliação………………………………………………………. 1.5.1 Métodos para avaliação do domínio cognitivo……......………........... 1.5.2 Métodos para avaliação de habilidades e competências clinicas...... 2. OBJETIVOS……………………………………………………………………... 2.1 Objetivo geral………………………………………………………………… 2.2 Objetivos específicos………………………………………………………... 3. MATERIAL E MÉTODO…………………………………………………………. 3.1 Organização de um acervo de Itens…………………………….............. 3.2 Adequação das questões do banco de dados da prova teste, segundo os critérios para elaboração de itens………………............................................ 3.3 Análise do índice de dificuldade e discriminação e o coeficiente de fidedignidade dos itens………………………………........................................... 3.4 Proposta redução do número atual de 100 itens de múltipla escolha da prova escrita, para 80 itens…........................................................................ 3.5. Elaboração de proposta de modelo de avaliação teórico prático dos enfermeiros estomaterapeutas candidatos ao TiSOBEST e apresentação diretoria da SOBEST…………………………..................................................... 4. RESULTADOS PREMILINARES ………………………………….................. 4.1 Seleção dos itens…………………………………………………................ 4.2 Análise psicométrica do índice de dificuldade, discriminação, coeficiente de confiabilidade ou fidedignidade dos itens.................................... 4.2.1 Resultado da análise da média de acertos e desvio padrão das provas………………………………………………………………………............... 14 17 18 18 19 20 21 23 26 26 26 27 27 28 29 30 30 32 32 33 34 13 4.2.2 Resultados da análise psicométrica dos itens repetidos em mais de um concurso………………………………………………..................................... 4.2.2.1 Resultados da análise psicométrica dos itens de Desenvolvimento Profissional………………………………………………........... 4.2.2.2 Resultados da Análise psicométrica dos ítens de Estomias…...... 4.2.2.3 Resultados da análise psicométrica dos ítens de Feridas............. 4.2.2.4 Resultados da análise psicométrica dos itens de Incontinência Anal................................................................................................................... 4.2.2.5 Resultados da análise psicométrica dos itens de Incontinência Urinária.............................................................................................................. 4.3 Acervo SOBEST de Itens…………………………………………………… 4.4 Proposta de redução do número de itens da prova………………............ 4.5 Proposta de reformulação do Concurso para Obtenção e Renovação do Título de Enfermeiro Estomaterapeuta TiSOBEST….................................... 5. DISCUSSÃO……………………………………………………………............... CONCLUSÃO................................................................................................... CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................. REFERÊNCIAS…………………………………………………………….............. APÊNDICE A: ………………………………………………………………............ ANEXO A: Critérios para obtenção ou renovação do título de Enfermeiro EstomaterapeutaTISOBEST………………………………….............................. ANEXO B: Critérios de pontuação do Memorial ………………………............... 36 38 39 40 41 42 43 43 44 47 49 51 52 56 59 67 14 1. INTRODUÇÃO Desde a graduação, sempre acreditei e defendi a ideia de que a valorização do enfermeiro, como membro da equipe de atenção à saúde, só pode ser alcançada através de competência profissional. Busquei esse empoderamento por meio de cursos e especializações voltados para as áreas de atuação, como enfermeira responsável pelo serviço de enfermagem de um hospital de médio porte, localizado no interior paulista. Diante das crescentes solicitações de continuidade da assistência aos pacientes que recebiam alta hospitalar, nasceu a minha empresa “AME Assistência de Enfermagem”, com uma proposta de atendimento em domicílio e em um pequeno consultório, o que demandou a busca por mais conhecimentos em tratamento de feridas e estomias. A participação nos primeiros eventos organizados pela nascente Sociedade Brasileira de Estomaterapia – SOBEST (atual Associação Brasileira de Estomaterapia: estomias, feridas e incontinências – SOBEST, alteração realizada em 2005 para atender ano Código Civil Brasileiro), admirando as colegas que discorriam, com propriedade, sobre os temas propostos, deu a certeza do caminho a percorrer. A oportunidade só surgiu com a criação do 3º curso de especialização do país, pela Universidade de Taubaté que, com aulas às sextas-feiras e sábados, permitiu que eu o compatibilizasse com minhas atividades profissionais e pessoais. A especialidade surgiu nos Estados Unidos, na década de 1950, para atender à necessidade de estabelecimento de cuidados específicos para as pessoas submetidas a cirurgias de construção de um estoma1,2. Em 1958, na Cleveland Clinic Foundation, em Ohio, Norma N. Gill Thompson, ileostomizada, eseu cirurgião Dr. Rupert B. Turnbull lançaram a pedra angular dos cuidados de Estomaterapia, com o início da educação e conscientização da necessidade de estudos e desenvolvimento de novas tecnologias para atender às necessidades desses indivíduos1,2,3. No início, o programa era direcionado às pessoas que tinham sido submetidas às cirurgias para construção de um estoma. Em 1961, devido ao grande interesse, foi criado o Programa de Educação Formal que passou a receber enfermeiros e cirurgiões não apenas dos EUA, mas profissionais de vários países. Essa iniciativa desencadeou 15 uma série de eventos que lançou um novo olhar para o tratamento das pessoas com estomias, pelos enfermeiros e cirurgiões, em todo mundo1,2,3. Em 1978, representantes de trinta e dois países reuniram-se em Milão, Itália, para a realização do primeiro congresso, como também para propor a constituição de um órgão para representar, internacionalmente, a especialidade nascente, proporcionar aos membros a possibilidade de discutir assuntos de interesses comuns, divulgar conhecimentos, sensibilizar outros profissionais e impulsionar o desenvolvimento técnico e cientifico1. Nasce então, o World Council of Enterostomal Therapists – WCET que, em 1980, passa a considerar a Estomaterapia uma especialidade exclusiva do enfermeiro, e a estabelecer critérios para reconhecimento de cursos de especialização ao redor do mundo1,2. No Brasil, movidas pela necessidade de maiores conhecimentos que reduzissem o sofrimento das pessoas com estomias, algumas enfermeiras buscaram formação no exterior. A criação do primeiro curso de especialização, na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP), em 1990, instituiu formalmente, a especialidade no país2,3. Organizada através da SOBEST - Associação Brasileira de Estomaterapia: estomias, feridas e incontinências, fundada em 04 de dezembro de 1992, atualmente a estomaterapia é uma realidade em nosso país, contando com 15 (quinze) cursos credenciados e 7 (sete) em fase de credenciamento pela SOBEST/ WCET 4. Para serem referendados e receberem o Certificado de Credenciamento SOBEST/WCET, os cursos de especialização devem ser autorizados pelo MEC – Ministério de Educação e Cultura e atenderem às Diretrizes para Processo de Credenciamento de Cursos de Especialização em Estomaterapia (ANEXO A), que certifica que o curso preenche os requisitos essenciais para uma boa formação em estomaterapia, entre eles, mínimo de 160h de prática clínica supervisionada nas 3 (três) áreas de abrangência da especialidade (estomias, feridas e incontinências), e métodos para avaliações do conhecimento e das habilidades clínicas. Os candidatos devem ser enfermeiros com registro no Conselho Regional de Enfermagem (COREN) e experiência mínima de 2 (dois) anos no exercício da profissão4,5. Em 2003 a SOBEST instituiu o título de especialista TiSOBEST com objetivo de distinguir e certificar o enfermeiro que concluiu a especialização em estomaterapia, em cursos com abrangência nas 3 (três) áreas, reconhecidos e credenciados pela SOBEST e pelo WCET, qualificando-o a exercer a especialidade nas áreas hospitalar, 16 ambulatorial, domiciliária, comercial, empresarial e de ensino especializado, validando sua capacitação profissional e competências técnico-científicas específicas e o concedeu, durante o I Simpósio Brasileiro de Estomaterapia, realizado no Centro de Convenções Rebouças, São Paulo, de 15 a 18 de junho de 2003, com validade de um ano, a todos os enfermeiros que se submeteram ao processo. Em 25 de outubro de 2005, foi aprovado pelos associados, em Assembleia Geral Ordinária (AGO), o documento “Critérios para Obtenção do Título de Enfermeiro Estomaterapeuta TiSOBEST”, revisado e aprovado pela AGO em 25 de outubro de 2009, estabelecendo o concurso em duas etapas: análise de memorial, com pontuação máxima de sessenta pontos, e prova escrita, com pontuação máxima de quarenta pontos, abrangendo os seguintes temas6: • Desenvolvimento Profissional (10 questões): organização de serviços, protocolos, normas de assistência, educação continuada, ensino e história da especialidade. • Estomias (30 questões): colostomias, ileostomias, traqueostomias, urostomias, jejunostomias, gastrostomias, fístulas; qualidade de vida, sexualidade e reinserção social. • Prevenção e Tratamento de feridas (30 questões): úlceras diabéticas, vasculogênicas, feridas operatórias (deiscências e fechadas), úlceras por pressão, queimaduras, feridas neoplásicas malignas; feridas tropicais, drenos e cateteres; qualidade de vida; sexualidade e reinserção social. • Incontinência Urinária (15 questões): disfunção vesical de origem neurológica (bexiga neurogênica), incontinência urinária de esforço, urge- incontinência, incontinência mista, enurese noturna, qualidade de vida, sexualidade e reinserção social. • Incontinência Anal (15 questões): obstipação intestinal, lesões traumáticas, malformações congênitas, doenças adquiridas, causas psicogênicas (encoprese); qualidade de vida, sexualidade e reinserção social. O candidato que obtiver cinquenta pontos na análise do memorial é dispensado da prova escrita e o que alcançar de vinte e um a quarenta e nove pontos é habilitado a realizar a 2ª fase, sendo aprovado se a soma aritmética da pontuação obtida na 17 análise do memorial e da prova for igual ou superior a sessenta pontos5. A AGO realizada em 15 de outubro de 2013 considerou os mesmos critérios como adequados para o concurso de renovação, a cada 6 (seis) anos, do título (ANEXO B), criando nesta mesma sessão o Título Emérito a ser concedido pela diretoria e referendado em Assembleia Geral aos membros titulados que tenham contribuído, por longo período, para o desenvolvimento científico e engrandecimento da estomaterapia e da SOBEST6. O 1º concurso ocorreu em 2007, durante o VII Congresso Brasileiro de Estomaterapia, em Curitiba-PR e tem sido realizado regularmente durante os eventos científicos da SOBEST. A diretoria atual, da qual faço parte, tendo sido 1a. tesoureira na gestão 2006- 2008 e presidente, nas gestões 2009-2011 e 2012-2014 e, em especial, o conselho científico, sente a necessidade de instituir um modelo de concurso que avalie o saber e o fazer, tendo como princípio a pirâmide de Miller7, por considerar que este modelo conceitual que ilustra as bases cognitivas (“saber” e “saber como fazer”) da prática profissional (“fazer”) e a necessidade da avaliação de habilidades e competências práticas (“mostrar como faz”)7, especialmente interessante nas áreas clínicas, irá atender aos objetivos do Concurso para obtenção ou renovação do título de Enfermeiro Estomaterapeuta TiSOBEST. Desafio que inspirou meu projeto de mestrado sob orientação da atual Coordenadora do Conselho Científico da SOBEST, Profª Drª Gisele Regina de Azevedo. 1.1 Objetivos da avaliação No aspecto educacional, avaliar tem como finalidade evidenciar se os objetivos propostos foram alcançados, sendo assim, um instrumento valioso na reformulação do ensino e na promoção do estudante. Neste contexto, a avaliação é considerada formativa quando tem como finalidade fomentar a aprendizagem e fornecer subsídios para tomada de decisões, sendo imprescindível que o avaliado obtenha informações sobre os objetivos e critérios, que o resultado seja compartilhado e que seja oferecido um feedback, oportunidade em que professor e aluno poderão refletir sobre os aspectos positivos e os que precisam ser melhorados. Quando o objetivo é a classificação e promoção, a avaliação é chamada de somativa, exigindo rigor 18 psicométrico para exames de competência para certificação, licenciamento e regulação professional 8. Independente da função, formativa ou somativa, os métodos de avaliação podem ser os mesmos: prova prática, escrita e/ou oral, portfólio,seminários, entre outros. A escolha de uma ou mais modalidades está relacionada à clareza do “que”, “para que” e “como” avaliar 8,9,10. Alguns modelos teóricos têm sido utilizados pelos educadores das ciências da saúde para direcionar o que deve ser avaliado, para que esta atenda à necessidade de orientação para tomada de decisões, motivação para novas aprendizagens, segurança para o público, instituições e compradores de serviços8. Entre os mais utilizados, podemos citar o modelo proposto pelo educador Donald Kirkpatrik, a Taxonomia de Bloom e a Pirâmide de Miller. 1.2 Modelo de avaliação de quatro níveis de Kirkpatrick A abordagem em quatro níveis de Kirkpatrick é um modelo utilizado para avaliar os resultados em programas de formação, pós-graduação e educação profissional continuada, e tem como foco os resultados do programa em quatro níveis: reação, aprendizagem, conduta e resultados11. O nível 1- reação: propõe avaliar o grau de satisfação do estudante, o nível 2 – aprendizagem: refere-se avaliação da aprendizagem adquirida, o nível 3 - conduta: a transferência das competências adquiridas para prática de trabalho expressa pela mudança de conduta e o nível 4 - resultados: a avaliação do impacto da mudança de conduta na população ou na sociedade, como redução de custos, melhoria nos cuidados dos pacientes, melhor desempenho da equipe11. 1.3 Taxonomia de Bloom Benjamin Bloom e colaboradores, atendendo a uma solicitação da Associação Norte-Americana de Psicologia (American Psycological Association), em 1948, utilizando o conceito de taxonomia (classificação e organização de um sistema), criaram o que ficou conhecido como “Taxonomia de Bloom”. Publicada em 1956 com 19 o título de “Taxonomia dos Objetivos Educacionais: A Classificação dos Objetivos Educacionais. Manual I: Domínio Cognitivo”, propõe o desenvolvimento do domínio cognitivo, que se sobrepõe no processo da aprendizagem e que serve como base para desenvolvimento de instrumentos de avaliação e para colaborar com os professores na tarefa de auxiliar os educandos a adquirirem as habilidades necessárias, das mais simples às mais complexas, para um bom desempenho profissional. Teve, também como objetivo, facilitar a criação de um banco de itens de avaliação que pudessem ser utilizados por professores de várias universidades12. A primeira versão ou Taxonomia de Bloom original, aborda o domínio cognitivo em 6 níveis: conhecimento, compreensão, aplicação, análise, síntese e avaliação. Em 2001, alguns dos autores da Taxonomia de Bloom Original publicaram uma revisão que abrange duas dimensões: tipo de conhecimento a ser adquirido: factual, conceitual, procedimental e metacognitivo e os processos cognitivos utilizados (relembrar, entender, aplicar, analisar, avaliar e criar)12. A Taxonomia dos Objetivos Educacionais: Manual II, o Domínio Afetivo (comportamento, atitude, responsabilidade, respeito, emoção e valores) foi publicado em 1964 e a Taxonomia para o Domínio Psicomotor (reflexos, percepção, habilidades físicas, movimentos aperfeiçoados e comunicação não verbal) foram publicadas por outros autores em 1966, 1970 e 1972 12. A Taxonomia de Bloom permite uma boa definição para competência profissional na área da saúde: “domínio, em nível adequado de qualidade, de diferentes habilidades, de naturezas diversas (cognitivas, psicomotoras e afetivas), necessário para executar ações visando soluções de problemas”10. 1.4 Pirâmide de Miller O modelo conceitual denominado “Pirâmide de Miller”, idealizado por George Miller, estudioso da educação médica norte-americana, em artigo publicado em 1990 na Revista Academic Medicine, “The assesssmeent of Clinical Skills/Competence/Performance”7, propõe a construção e avaliação do conhecimento em cada domínio, em forma de uma pirâmide em quatro níveis: saber, saber como, mostrar como faz e fazer (fig 1), tem sido utilizado como diretriz para o ensino e avaliação nas profissões da saúde9. 20 Figura 1 - Pirâmide de Miller A base da pirâmide “saber” (conhecimento) e o “saber como fazer” (aplicar o conhecimento) pertencem ao domínio cognitivo e podem ser avaliados através de testes de múltipla escolha, questões abertas, dissertações e provas orais; observando que a avaliação de conhecimentos referentes ao “saber como fazer” requer formas que avaliem o raciocínio clinico e tomada de decisões como testes ou provas escritas baseadas em casos clínicos7,9,10. O terceiro nível “mostrar como faz” avalia as habilidades e competências clinicas, podendo ser realizada através de simuladores, manequins e pacientes padronizados (atores treinados para reproduzir situações de pacientes)7,9,10. O vértice da pirâmide se refere ao “fazer” e avalia a competência em situações reais, por meio da observação direta ou gravada em vídeo, portfólio, avaliação de registros clínicos e de pacientes simulados7,9,10. O modelo de Miller corresponde aos níveis 2 e 3 de Kirkpatrik9, ou seja, as competências adquiridas e aplicação destas para raciocínio e prática clínica. 1.5 Métodos de avaliação Dentre os diversos métodos de avaliação, nenhum é capaz de avaliar todos os aspectos referentes à competência profissional. A combinação de diversos fazer mostrar como saber como saber 21 instrumentos pode permitir que sejam aproveitados os pontos fortes de cada um, de acordo com os objetivos propostos e o objeto da avaliação10. Validade, confiabilidade, viabilidade, aceitabilidade, transparência e impacto educacional são características fundamentais de um método de avaliação13,14. Validade é a capacidade de medir exatamente o que se quer avaliar, podendo ser de diversos tipos, sendo os principais: validade de conteúdo, validade de critério e validade de construto. A validade de conteúdo se refere a área e conhecimento que se quer avaliar (habilidades cognitivas ou psicomotoras, por exemplo), a validade de critério baseia-se em um critério de referência conhecido o qual deve ser comparado e a validade de construto, atende o que deverá ser medido (competência profissional, inteligência, habilidade, entre outros)10,13,14. Confiabilidade ou fidedignidade relaciona-se com os atributos de precisão, acurácia e reprodutividade13,14. Viabilidade é a característica relacionada a possibilidades de ser executada como: recursos disponíveis tanto financeiros quanto aos referentes à disponibilidade de área física, avaliadores, tempo disponível, entre outras necessidades13,14. Aceitabilidade se refere ao reconhecimento como adequada pelos avaliadores, estudantes/candidatos e todos os envolvidos no processo 9,10. Transparência relaciona-se ao conhecimento das regras por todos os envolvidos9,10. Impacto educacional diz respeito ao efeito transformador no ensino, nos métodos de avaliação, motivação dos estudantes e provisão de recursos para capacitação de professores9,10,14. 1.5.1 Métodos para avaliação do domínio cognitivo As provas com questões abertas, de múltipla escolha, dissertações e exames orais são alguns dos métodos que podem ser utilizados para avaliar as habilidades cognitivas referentes aos dois primeiros níveis da Pirâmide de Miller: “saber” e “saber como” 8, 9,10,13,14. As provas escritas podem ser tipo teste, formadas por determinado número de itens, termo este utilizado como sinônimo de questões, de resposta aberta/livre ou construídos para escolha de uma resposta entre as alternativas propostas15. 22 Itens de múltipla escolha são, de forma geral, preferidos por possibilitarem a inclusão de vários tópicos do programa, facilitar a correção através de um gabarito de respostas, o que lhe dá uma alta confiabilidade15,16.. Podem ser formulados a partir de contextos simples relacionados ao domínio teórico “saber”, possibilitando a escolha daresposta correta a partir de uma lista ou de contextos mais complexos que exijam raciocínio clinico para tomada de decisões do “saber como” 15,17. Para formulação dos itens, o docente deve ter expertise na área a ser avaliada, conhecer os procedimentos técnicos para construção de itens e estar ciente da matriz de referência adotada, isto é, a habilidade a ser avaliada em cada item. A Matriz de Referência é considerada um instrumento guia para a construção dos itens 15,17. As questões “falso/verdadeiro” tem como desvantagens a dificuldade de construção e a necessidade de que as opções sejam defensáveis e absolutas e o fato de que uma escolha correta “falsa” não significa que o estudante saiba o que seria correto16,17. Uma boa avaliação cognitiva depende da qualidade dos itens da prova16,17,18. A Teoria Clássica dos Testes (TCT) e a Teoria da Resposta ao Item (TRI), teorias psicométricas, são as principais ferramentas utilizadas para determinar a qualidade e propriedade das avaliações educacionais18,19. A TCT tem como objetivo analisar o resultado final de respostas dadas a um determinado número de itens e a preocupação é com a qualidade do teste, enquanto a TRI tem como foco cada item do teste e a qualidade do mesmo18,19. As variáveis utilizadas pela TCT, para determinar a proficiência de um examinando, são o escore alcançado (número de acertos) em um teste composto por determinado número de itens, os parâmetros de discriminação e de dificuldade do item, o grau de dificuldade do teste, do escore do mesmo e do escore do grupo18,19. A TRI possibilita a análise de cada item do teste e relaciona a probabilidade de resposta a um item com a proficiência do examinando considerando um, dois ou três parâmetros: modelo logístico unidimensional de um parâmetro considera apenas o índice de dificuldade, modelo logístico de dois parâmetros considera o índice de discriminação e de dificuldade do item e o modelo logístico de três parâmetros leva em consideração o índice de discriminação, de dificuldade e controle do acerto casual18,19. Estes modelos consideram que quanto maior a proficiência, maior a probabilidade de responder acertadamente o item e permite a comparação dos resultados de grupos 23 diferentes, considerando como grupo uma amostra de indivíduos de uma população com determinadas características18,19,20. A TRI é utilizada no Brasil desde 1995, incialmente pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) e mais tarde pelo Exame Nacional para Certificação de Competênicas de Jovens e Adultos (ENCCEJA), Prova Brasil e pelo Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Internacionalmente, é aplicada por diversos países: Estados Unidos, França, Holanda, Coreia do Sul, China, pelo PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) e pelo o exame de proficiência em língua inglesa (TOEFL)21. A construção de um Banco de Itens, com boa qualidade técnico-pedagógia e psicométrica, possibilita a elaboração de bons testes. A inserção de novos itens de qualidade é imprescindível para a manutenção e atualização do mesmo, sendo importante a capacitação de professores para colaborarem na formulação de novos itens15. 1.5.2 Métodos para avaliação de habilidade e competências clinicas Os métodos para avaliação do domínio cognitivo não são capazes de avaliar o “mostrar como faz” da Pirâmide de Miller, por haver necessidade de demonstração9,10. O aluno nos períodos finais da graduação e os profissionais devem ser capazes de obter informações, mediante a história e o exame físico, e tomar as medidas necessárias utilizando os conhecimentos adquiridos 22,23,24. A avaliação das habilidades e atitudes exige exames que possibilitem que os estudantes sejam observados, durante atendimentos diretos a pacientes reais (exame não estruturado e semiestruturado) ou de pacientes simulados (OSCE, sigla em inglês para Exame Clínico Objetivo e Estruturado)22,23,24. Em um exame não estruturado, o estudante levanta a história clínica, examina, estabelece hipóteses diagnósticas, os possíveis tratamentos e os apresenta para um examinador. Numa forma mais estruturada, denominada Mini Clinical Evaluation Exercice (Mini-CEX), a consulta é realizada em 15 a 20 minutos, sob a observação de um examinador, que pontua a competência clinica através de um checklist 25. Apesar destes métodos serem adequados para avaliar conhecimentos, habilidades e atitudes, têm como desvantagens o tempo dispensado pelo avaliador e 24 a impossibilidade de serem reproduzidos por outros estudantes, de forma semelhante, por ocorrerem em situações reais, portanto, heterogêneas. A forma encontrada e proposta por Harden23 para que todos candidatos sejam submetidos aos mesmos contextos e casos clínicos, foi a utilização de simuladores ou de atores-pacientes. O exame é organizado através de várias estações de 5 a 10 minutos e, em cada uma, deverá realizar uma tarefa como obter a história, realizar exame físico, interpretar resultados de exames e, a partir destes, propor o tratamento, utilizando o “saber” e o “saber como” para o “mostrar como” da Pirâmide de Miller, demonstrando do que é capaz, de diante das prováveis situações profissionais23,24,25,26. Figura 2 - Métodos de avaliação dos domínios A elaboração dos casos clínicos deverá ser norteada a partir da escolha de conhecimentos, habilidades e atitudes relevantes, que atendam aos objetivos propostos, à factibilidade de reprodução em cenário semelhante ao real, preservando a maior fidelidade possível e o grau de dificuldade de cada estação. Um maior número de estações aumenta a confiabilidade do exame, podendo ser variável em função da complexidade e da quantidade de tarefas a serem executadas. Um checklist bem elaborado direcionará o avaliador para a observação dos itens que devem ser analisados e pontuados em cada estação24,26,27. fazer mostrar como saber como saber Testes de múltipla escolha, questões abertas, dissertações e provas orais. Simuladores, manequins e pacientes padronizados - OSCE Portfólio, avaliação de registros clínicos, vídeo, Mini CEX 25 Assim, a restruturação do Concurso para Obtenção e Renovação do Título de Enfermeiro Estomaterapeuta TiSOBEST, objetivo deste estudo, contribuirá para avaliação da competência (conhecimentos, habilidades e atitudes) dos especialistas. 26 2. OBJETIVOS 2.1 Objetivo geral Analisar o banco de dados da prova teste atual e propor um modelo de avaliação de enfermeiros estomaterapeutas, para a obtenção e renovação do título de especialista [TiSOBEST], que considere as competências nas áreas de abrangências da especialidade. 2.2. Objetivos específicos • Organizar um acervo de itens para avaliação de conhecimentos em Estomaterapia. • Adequar as questões do banco de dados da prova teste, segundo os critérios para elaboração de itens. • Analisar o índice de dificuldade e discriminação e o coeficiente de fidedignidade dos itens • Propor redução do número atual de 100 itens de múltipla escolha, da prova escrita, para 80 para melhor ajuste do tempo de prova em relação ao número de itens. • Propor um modelo de avaliação de habilidades práticas do estomaterapeuta. 27 3. MATERIAL E MÉTODO O estudo caracteriza-se como exploratório, descritivo, documental, de ordem quali-quantitativa realizado a partir das seguintes etapas: 3.1 Organização de um acervo de Itens A SOBEST possui arquivos dos testes aplicados nos concursos realizados. De 2007 a 2015 foram aplicadas nove provas do tipo teste de múltipla escolha, com 100 questões cada, portanto 900 (novecentos) itens: 100 (cem) sobre Desenvolvimento Profissional, 300 (trezentos) sobreEstomias, 300 (trezentos) sobre Feridas, 150 (cento e cinquenta) sobre Incontinência Anal e 150 (cento e cinquenta) sobre Incontinênica Urinária, abrangendo os seguintes temas: • Desenvolvimento Profissional: organização de serviços, protocolos, normas de assistência, educação continuada, ensino, história da especialidade e outros. • Estomias: colostomias, ileostomias, traqueostomias, urostomias, jejunostomias, gastrostomias, fístulas; qualidade de vida, sexualidade, reinserção social e outros. • Prevenção e Tratamento de feridas: úlceras diabéticas, vasculogênicas, feridas operatórias (deiscências e fechadas), úlceras por pressão, queimaduras, feridas neoplásicas malignas; feridas tropicais, drenos e cateteres; qualidade de vida; sexualidade; reinserção social e outros. • Incontinência Urinária: disfunção vesical de origem neurológica (bexiga neurogênica), incontinência urinária de esforço, urge-incontinência, incontinência mista, enurese noturna, qualidade de vida, sexualidade, reinserção social e outros. • Incontinência Anal: obstipação intestinal, lesões traumáticas, malformações congênitas, doenças adquiridas, causas psicogênicas (encoprese); qualidade de vida, sexualidade, reinserção social. 28 Grande parte destas questões não foram formuladas segundo os critérios para construção de itens, e/ou foram utilizadas em mais de um concurso, tendo sido necessária a seleção destas e as possíveis adequações, para uso futuro. Encontram-se arquivadas as provas dos candidatos que se submeteram à 2a fase dos cinco concursos realizados de 2011 a 2015: 2011 (seis candidatos), 2013 (onze candidatos), 2014 (cinco candidatos), 2015 (dois concursos: seis candidatos no primeiro concurso e três no segundo), perfazendo um total de 31 provas. 3.2 Adequação das questões do banco de dados da prova teste, segundo os critérios para elaboração de itens Os itens de múltipla escolha são compostos por um enunciado e por alternativas de respostas, e o enunciado se subdivide em suporte e em comando para resposta. O suporte tem a função de apresentar a situação-problema e deve ser formulado utilizando-se um texto simples e objetivo. Ao escolher o suporte, o elaborador do item deve construir situações que possam atender aos objetivos propostos e devem conter todas as informações necessárias para a resolução do item15,16. Este pode ter como fonte: livros, jornais, artigos científicos, sites, entre outros. Entretanto, devem ser evitados os livros didáticos e as propagandas de produtos15. O comando para resposta deve ser claro e objetivo, sem utilizar os termos: incorreto, exceto, falso, não, errado, sempre, nunca, todo, totalmente, ou qualquer outro tipo de negativa ou de determinação15. As alternativas de respostas são formadas pelo gabarito (a alternativa correta) e pelos distratores (as demais alternativas). Devem apresentar apenas uma resposta correta, manter o mesmo tamanho da frase (sempre que possível), apresentar ideias plausíveis, evitar o uso de “nenhuma das anteriores ou todas as anteriores”, evitar séries de “falso/verdadeiro” independentes, evitar alternativas absurdas e não induzir o avaliando ao erro, ao utilizar, por exemplo, “pegadinhas”15. Para a obtenção de um acervo de itens, seguindo esses critérios, foram eliminados todos os testes em que o comando para resposta solicitava que fosse identificada a alternativa incorreta, nenhuma das anteriores ou todas anteriores, assim como as séries de falso ou verdadeiro independentes. Para as que apresentavam 4 29 (quatro) alternativas, foi criado um novo distrator para que todos os itens passassem a apresentar 5 (cinco) alternativas, com o objetivo de padronizá-los. 3.3 Análise do índice de dificuldade e discriminação e o coeficiente de fidedignidade dos itens Para que uma prova seja bem elaborada, é necessário o conhecimento dos parâmetros dos itens, como dificuldade, discriminação e confiabilidade, obtido através da análise psicométrica de itens pré-testados, isto é, respondidos por alunos na mesma escala de proficiência 16,17,18,19. O índice de dificuldade relaciona-se com a porcentagem do grupo que errou a resposta. Índices maiores indicam itens mais difíceis18,19. O índice de discriminação de um item em um teste é a diferença entre as médias do item no grupo com maior número de acertos (grupo superior) e no grupo com menor número de acertos (grupo inferior), usualmente, os 27% dos alunos que obtiveram maiores escores e 27% dos obtiveram os menores19. Em itens que concebem variáveis dicotômicas, como os de múltipla escolha, o índice de discriminação poderá apresentar valores entre -1 e mais +1. Quando os escores gerados pelo item são coerentes com os escores totais do teste, o índice de discriminação será alto. Um bom item discrimina os examinandos de desempenho superior dos que foram deficientes na prova18,19. O coeficiente de confiabilidade ou fidedignidade refere-se à replicabilidade e à consistência dos escores da escala. É o índice de precisão da medida, ou seja, o quanto a medida está suscetível ao erro. Nas medidas quantitativas, é necessário que o instrumento seja preciso, portanto, confiável, mesmo assim há a necessidade de cálculo do erro de mensuração, que pode ser desprezível. Nas mensurações qualitativas é estimada a fidedignidade do instrumento, sendo possível assegurar as mensurações realizadas com esse instrumento (questionários, testes). Quanto maior for a fidedignidade, maior será a precisão, que varia entre 0 e 1, sendo o valor ótimo igual a 1 (um) 18,19. A correlação ponto-bisserial, mede a correlação entre a resposta correta ao item e a pontuação total na prova, sendo largamente utilizada na área da educação19. 30 Foi enviada à “EDUDATA Assessoria em Tecnologia da Informação”, para análise psicométrica do grau de dificuldade e discriminação e índice de fidedignidade dos itens, uma planilha com os gabaritos e as respostas do candidatos, agrupados por ano/concurso e outra, com os mesmos dados, referentes à seleção de itens comuns a mais de um destes testes, o que permitiu obter-se um maior número de candidatos/respostas. 3.4 Proposta de redução do número atual de 100 itens de múltipla escolha, da prova escrita, para 80 itens A proposta de redução da quantidade 100 itens de múltipla escolha para 80, para possibilitar um tempo de resposta de 3 (três) minutos para cada item, atende à recomendação dos Critérios para Elaboração e Revisão de Itens de Múltipla Escolha do INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, Ministério da Educção15, foi apresentada à diretoria da SOBEST, em reunião ordinária. 3.5 Elaboração de proposta de modelo de avaliação teórico-prático dos enfermeiros estomaterapeutas candidatos ao TiSOBEST e apresentação à diretoria da SOBEST O modelo atual do Concurso para Obtenção do Título de Enfermeiro Estomaterapeuta TiSOBEST consta da Análise de Memorial com a pontuação máxima de 60 pontos. Os candidatos que obtêm 50 pontos, são considerados aprovados e estarão dispensados da prova escrita, obtendo automaticamente o TiSOBEST, os que obtêm entre 21 e 49 pontos estão habilitados a participar da 2ª fase (prova escrita) e os que alcançam pontuação inferior a 20 pontos não poderão participar da 2ª fase. A prova escrita é composta de 100 questões com pontuação máxima de 40 pontos. A pontuação final é obtida por meio da soma aritmética do resultado na análise do memorial e na prova escrita, sendo considerado aprovado aquele que obtiver um total de 60 pontos. 31 A análise do memorial considera para pontuação o tempo de atuação como enfermeiro e como enfermeiro nas áreas de estomaterapia, cursos de pós-graduação, participação como ouvinte em eventos e em cursos de extensão e atividades de capacitação emestomaterapia, participação em atividades científicas como ouvinte, palestrante ou coordenador, atividades de ensino e pesquisa, publicações, atuação como membro ativo e em cargos em órgãos de natureza científica na área de estomaterapia ou clínica (serviços, comissões e grupos institucionais de estomaterapia). A proposta de reformulação do modelo de avaliação teórico-prático dos candidatos à obtenção do TiSOBEST apresentada à diretoria, inclui a criação de um acervo SOBEST de itens; prova escrita composta por 80 itens de múltipla escolha; inclusão à análise de memorial e à prova escrita do Exame Clínico Objetivo Estruturado (OSCE), constituído por uma série de “estações” onde serão representados por atores (paciente simulado) casos clínicos, referentes às três áreas de abrangência da Estomaterapia e, por último, a constituição de uma comissão, subordinada ao Departamento de Desenvolvimento Profissional, responsável pela organização e operacionalização do Concurso TiSOBEST, pela manutenção do acervo de itens para avaliação cognitiva e de casos clínicos para realização do OSCE. Para a implantação desta modalidade de avaliação será necessário capacitar um grupo de profissionais para elaboração dos casos clínicos, seleção dos conhecimentos, habilidades e atitudes que serão avaliadas em cada estação e a construção de um instrumento de avaliação (checklist) a ser preenchido pelos avaliadores23. 32 4. RESULTADOS PRELIMINARES Nos sub-itens que serão aqui apresentados, encontram-se os resultados do estudo realizado no material obtido nos arquivos da SOBEST: seleção, entre os 900 (novecentos) itens que compuseram as provas escritas aplicadas nos concursos realizados de 2007 a 2015, dos que foram utilizados uma única vez. Após esta primeira seleção, foram eliminados os que não puderam ser reformulados, segundo os “Critérios para elaboração e revisão de itens”15, e realizada a adequação dos demais e envio à EDUDATA para análise psicométrica, duas planilhas: a primeira com o gabarito e as respostas dos 31 (trinta e um) candidatos que fizeram a provas realizadas em 2011, 2013, 2014 e 2015, e a segunda com os mesmos dados (gabarito e respostas) dos 97 (noventa e sete) itens que foram utilizados em mais de uma destas provas. 4.1 Seleção dos itens Dos 900 (novecentos) itens encontrados nos arquivos da SOBEST, após o descarte dos repetidos, restaram 231 itens, sendo possível a adequação de 154, segundo os critérios para construção de itens15. Tabela 1 – Acervo de questões SOBEST após descarte e adequação dos itens. Sorocaba, 2016 Áreas Arquivo Selecionados Adequados Desenv. Profis. 100 26 25 Estomias 300 79 39 Feridas 300 74 51 Incont. Anal 150 28 19 Incont. Urinária 150 24 20 Total 900 231 154 Fonte: Acervos SOBEST A tabela 1 mostra a distribuição dos itens por área de conhecimentos avaliados nos concursos para obtenção do título: Desenvolvimento Profissional, Estomias, Feridas e Incontinências. 33 Para realização da 2a fase do concurso (prova escrita), realizada em 15 de setembro de 2016, durante o Simpósio Centro Oeste de Estomaterapia, foram selecionadas, deste arquivo, 10 questões sobre Desenvolvimento Profissional, 30 sobre Estomias, 30 sobre Feridas, 15 sobre Incontinência Anal, 15 sobre Incontinência Urinária. 4.2 Análise psicométrica do índice de dificuldade, discriminação, coeficiente de confiabilidade ou fidedignidade dos itens A análise psicométrica foi realizada pela empresa EDUDATA Assessoria em Tecnologia da Informação, sediada em São Paulo SP, empresa especializada em avaliação do ensino médico e outros cursos da área da saúde. Inicialmente, o material para análise foram os gabaritos das provas e as respostas dos candidatos na segunda etapa dos concursos realizados nos anos de 2011 (seis candidatos), 2013 (onze candidatos), 2014 (cinco candidatos), 2015 (dois concursos: seis candidatos no primeiro concurso e três no segundo), perfazendo um total de 31 provas realizadas nos cinco concursos oferecidos neste periodo, quantidade insuficiente para análise dos índices de dificuldade, discriminação e coeficiente de fidedignidade, sendo possível obter-se a média de acertos e desvio padrão por área de conhecimento em cada prova. Diante deste resultado, e com o objetivo de fornecer o maior número de itens para análise psicométrica, foram selecionados, entre os itens que compuseram as provas, os repetidos em mais de um concurso, o que possibilitou obter-se uma amostra maior. Assim, foram enviados, nesta segunda etapa, à EDUDATA uma planilha contendo o gabarito e as respostas dadas pelos candidatos aos 15 (quinze) itens sobre Desenvolvimento Profissional, aos 20 (vinte) sobre Estomias, aos 33 (trinta e três) sobre Feridas, aos 14 (catorze) sobre Incontinência Anal e aos 15 (quinze) sobre Incontinência Urinária, perfazendo um total de 97 (noventa e sete) itens. 34 4.2.1 Resultado da análise da média de acertos e desvio padrão das provas Devido ao pequeno número de candidatos (trinta e um) que realizaram a prova escrita, não foi possível a obtenção de índices confiáveis, restringindo-se a análise às médias de acertos e aos desvios-padrão dos escores alcançados. Tabela 2 - Valores das Médias de Acertos e Desvio Padrão: concursos 2011 e 2013. Sorocaba, 2017. Média de acertos e desvio padrão Áreas de conhecimentos Questões 2011 6 candidatos 2013 11 candidatos Média Desvio Média% Média Desvio. Média% Desenvolvimento Profissional 10 8,00 1,26 80,00% 7,82 1,17 78,18% Estomias 30 16,67 4,63 55,56% 16,36 4,50 54,55% Feridas 30 11,00 4,29 36,67% 16,18 3,52 53,94% Incontinências 30 15,33 3,78 51,11% 13,55 3,21 45,15% Prova Total 100 51,00 12,02 51,00% 53,91 9,94 53,91% Fonte: EDUDATA, 2017 Na tabela 1, observa-se que a média de acertos nas 100 (cem) questões da provas realizadas em 2011 e 2013 foi 51% e 53,91%, respectivamente. Quanto ao desvio padrão, 12,2 e 9,94; pode-se concluir que a quantidade de acertos, comparativa entre os candidatos, foi bem variada. Por área de conhecimento, observa-se maior índice de acertos e menor desvio padrão em Desenvolvimento Profissional, e os menores em Feridas em 2011. Nessas, o desvio padrão foi menor do que nas outras áreas, mostrando certa uniformidade entre os candidatos. 35 Tabela 3 – Valores das Médias de Acertos e Desvio Padrão: concursos 2014 e 2015. Sorocaba, 2017. Média de acertos e desvio padrão Áreas de conhecimentos 2014 5 candidatos 2015 A 6 candidatos 2015 B 3 candidatos Questões Média Desvio Média% Média Desvio Média% Média Desvio. Média% Desenvolvimento Profissional 10 8,40 1,36 84,00% 7,17 0,75 71,67% 7,00 2,00 70,00% Estomias 30 16,20 2,32 54,00% 19,83 2,86 66,11% 17,67 2,31 58,89% Feridas 30 17,40 3,61 58,00% 15,83 1,83 52,78% 18,00 2,00 60,00% Incontinências 30 13,40 1,62 44,67% 15,00 4,65 50,00% 12,33 3,79 11% Prova Total 100 55,40 6,06 55,40% 57,83 7,63 57,83% 55,00 9,85 55,00% * Em 2015 foram realizadas, excepcionalmente, duas provas de título, aqui denominadas 2015 A e 2015 B. A tabela 2 demonstra uma média de acertos nas 100 (cem) questões, semelhantes às provas realizadas em 2014, 2015 A e B. Em 2013, o índice de acertos foi um pouco maior (57,83%) e o desvio padrão nas 3 provas ficou entre 6,0 e 9,85. Por área de conhecimento, assim como nas provas dos dois anos anteriores (tabela 1), observa-se maior índice de acertos e menor desvio padrão em Desenvolvimento Profissional. Destaca-se, aqui, a redução, significativa do percentual de acertos em Incontinências, em 2015 B. 36 Gráfico 1 – Evolução das médias de acertos (percentual), de 2011 a 2015. Sorocaba,2017. Fonte: EDUDATA, 2017 No gráfico 1, observa-se discreta evolução das médias de acertos nas 100 (cem) questões das provas realizadas: a menor 51%, no teste realizado em 2011 e a maior, 57,83%, no primeiro concurso realizado em 2015. 4.2.2 Resultados da análise psicométrica dos itens repetidos em mais de um concurso A seleção dos itens repetidos em mais de um concurso, portanto, submetidos a um maior número de candidatos permitiu a análise dos índices de dificuldade e discriminação, o coeficiente de fidedignidade e ponto bisserial. Os valores dos parâmetros de dificuldade e de discriminação do item - tabelas 3 e 4 foram os considerados pela EDUDATA para a classificação do grau de dificuldade e de discriminação dos itens analisados. Tabela 4 – Escala de dificuldade do item. Sorocaba 2017 Valor do parâmetro de dificuldade do item Grau de dificuldade do item Acima de 0,90 Muito difícil 0,80 a 0,89 Difícil 0,40 a 0,79 Média 0,20 a 0,39 Fácil Abaixo de 0,19 Muito fácil Fonte: EDUDATA, 2017 51,00% 53,91% 55,40% 57,83% 55,00% 46,00% 48,00% 50,00% 52,00% 54,00% 56,00% 58,00% 60,00% 2011 2013 2014 2015 A 2015 B ano SOBEST Evolução das Médias de Acerto% conforme o Ano (Prova Total) 37 O índice de dificuldade do item relaciona-se ao percentual do grupo que errou a resposta. Índices maiores indicam itens com maior grau de dificuldade, isto é, itens muito difíceis ou difíceis19,20. O nível ideal de dificuldade dos itens de um teste, depende da finalidade do mesmo, caso o objetivo seja selecionar os melhores candidatos ou se o desejo for conhecer se um determinado patamar de conhecimento foi atingido. Todos os itens devem apresentar o grau de dificuldade que se deseja como seleção. Tabela 5 – Escala de discriminação do item. Sorocaba, 2017. Valor do parâmetro de discriminação do item Grau de discriminação do item 0,40 e acima Bom 0,30 a 0,39 Bom, mas sujeito a melhoria 0,20 a 0,29 Item deficiente, sujeito a realoboração 0,19 e abaixo Item deficiente, deve ser rejeitado Fonte: EDUDATA, 2017 O índice de discriminação em testes de múltipla escolha poderá apresentar valores entre -1 e mais +1 e representa a diferença entre as médias dos 27% dos candidatos que obtiveram maiores escores e 27% dos obtiveram os menores. Um bom item discrimina os examinandos de desempenho superior dos que foram deficientes na prova19. 38 4.2.2.1 Resultados da análise psicométrica dos itens de Desenvolvimento Profissional. Tabela 6 - Índices de Dificuldade, discriminação e correlação ponto-bisserial dos itens de Desenvolvimento Profissional. Sorocaba, 2017. Itens Ind Dif. G. Dificuldade % Itens Ind.Disc Grau % Itens P.Biss 8 0,94 Difícil 26,7% 6 1 Boa 66,7% 6 0,96 3 0,83 Difícil 7 1 Boa 12 0,96 5 0,83 Difícil 12 1 Boa 9 0,96 2 0,83 Difícil 9 1 Boa 15 0,96 11 0,78 Média 73,3% 10 1 Boa 7 0,92 14 0,78 Média 15 1 Boa 10 0,92 10 0,72 Média 11 0,80 Boa 13 0,89 13 0,72 Média 4 0,80 Boa 11 0,85 1 0,72 Média 13 0,80 Boa 14 0,68 7 0,72 Média 14 0,60 Boa 4 0,66 15 0,67 Média 3 0,20 Fraca 20% 8 0,43 6 0,67 Média 8 0,20 Fraca 3 0,27 9 0,67 Média 5 0,20 Fraca 5 0,27 12 0,67 Média 1 0,00 Def. 13,3% 1 0,00 4 0,56 Média 2 0,00 Def. 2 -0,23 Fonte: EDUDATA, 2017 Segundo a análise dos itens do teste de Desenvolvimento Profissional (tabela 6), 4 (quatro) deles foram considerados difíceis (26,7%) e 11(onze) apresentaram média dificuldade (73,3%). Quanto ao Índice de Discriminação, 10 (dez) itens apresentam boa discriminação (66,7%), 3 (três) fraca (20%) e 2 (dois) deficientes (13,3%), por obterem índice abaixo de 0,19. De acordo com a Escala de Discriminação do Item (tabela 5), os três itens com índice de discriminação 0,20 devem ser reelaborados e os dois com índice 0,00 (zero) devem ser descartados. Os itens apresentaram bom coeficiente de confiabilidade: 0,89. Observe-se que, quanto maior a fidedignidade, maior a precisão, que é variável entre 0 e 119. 39 4.2.2.2 Resultados da Análise psicométrica dos itens de Estomias Tabela 7 – Índice de Dificuldade, discriminação e correlação ponto-bisserial dos itens de Estomias. Sorocaba, 2017. Itens Ind Dif. G dificuldade % Itens Ind.Disc Grau % Itens P.Biss 20 0,93 Difícil 20% 3 1,00 Boa 65% 3 0,73 10 0,85 Difícil 8 1,00 Boa 18 0,70 15 0,81 Difícil 18 0,86 Boa 8 0,69 2 0,81 Difícil 19 0,86 Boa 6 0,65 14 0,78 Média 70% 11 0,71 Boa 19 0,64 12 0,74 Média 13 0,71 Boa 13 0,59 1 0,74 Média 6 0,71 Boa 11 0,56 18 0,70 Média 4 0,57 Boa 4 0,51 17 0,67 Média 14 0,57 Boa 12 0,49 4 0,67 Média 12 0,57 Boa 15 0,47 9 0,67 Média 9 0,57 Boa 9 0,44 19 0,67 Média 15 0,43 Boa 1 0,42 16 0,59 Média 1 0,43 Boa 10 0,40 8 0,59 Média 20 0,29 Fraca 10% 14 0,38 11 0,59 Média 10 0,29 Fraca 20 0,33 7 0,59 Média 17 0,14 Deficiente 25% 17 0,13 3 0,52 Média 16 0,14 Deficiente 16 0,09 13 0,41 Média 2 0,14 Deficiente 7 0,03 5 0,26 Fácil 10% 7 0,14 Deficiente 2 0,01 6 0,26 Fácil 5 -0,43 Deficiente 5 -0,33 Fonte: EDUDATA, 2017. Na análise dos Itens do teste de Estomias (tabela 7), obteve-se 4 itens difíceis (20,0%), 11 com dificuldade média (70,0%) e 2 fáceis (10%), 13 itens com boa discriminação (65,0%), 2 fracas (10%) e 5 deficientes (25%). Os itens apresentaram bom Coeficiente de Fidedignidade: 0,73 Conforme os Parâmetros de Discriminação do Item (tabela 5), os 2 itens com índice de discriminação 0,29 devem ser reelaborados e os 5 abaixo de 0,19 (zero) devem ser eliminados. 40 4.2.2.3 Resultados da análise psicométrica dos itens de Feridas Tabela 8 – Índice de Dificuldade, discriminação e correlação ponto-bisserial dos itens sobre Feridas. Sorocaba, 2017. Itens Ind. Dif. G. dificuldade % Itens Ind.Dif. % Itens P. Bis 3 1,00 Difícil 42,4 % 6 1,00 Boa 51,1% 6 0,86 12 0,96 Difícil 14 0,86 Boa 14 0,83 31 0,96 Difícil 13 0,71 Boa 13 0,70 9 0,96 Difícil 8 0,71 Boa 8 0,66 22 0,93 Difícil 18 0,71 Boa 28 0,60 2 0,93 Difícil 28 0,71 Boa 18 0,58 21 0,89 Difícil 10 0,57 Boa 33 0,58 7 0,89 Difícil 15 0,57 Boa 27 0,57 11 0,85 Difícil 27 O,57 Boa 30 0,53 33 0,85 Difícil 30 0,57 Boa 23 0,50 29 0,85 Difícil 17 0,43 Boa 15 0,48 23 0,81 Difícil 16 0,43 Boa 4 0,46 1 0,81 Difícil 33 0,43 Boa 1 0,42 4 0,81 Difícil 19 0,43 Boa 1 0,38 25 O,78 Média 54,5 % 26 0,43 Boa 11 0,38 30 0,78 Média 1 0,43 Boa 10 0,38 20 0,78 Média 11 0,43 Boa 21 0,36 10 0,78 Média 2 0,29 Fraca 12,1% 31 0,31 8 0,74 Média 4 0,29 Fraca 19 0,31 26 0,74 Média 7 0,29 Fraca 7 0,31 27 0,70 Média 23 0,29 Fraca 16 0,30 28 0,70 Média 25 0,14 Deficiente 22 0,30 16 0,70 Média 29 0,14 Deficiente 2 0,30 17 0,63 Média 31 0,14 Deficiente 17 0,30 13 0,63 Média 9 0,14 Deficiente 36,4% 26 0,25 19 0,63 Média 20 0,14 Deficiente 9 0,23 6 0,59 Média 24 0,14 Deficiente 29 0,22 14 0,59 Média 22 0,14 Deficiente 24 0,19 18 0,56 Média 21 0,14 Deficiente 12 0,10 5 0,52 Média 12 0,00 Deficiente 25 0,08 32 0,48 Média 3 0,00 Deficiente 3 0,00 15 0,44 Média 5 -0,29 Deficiente 32 -0,07 24 0,07 Muito fácil 3,1% 32 -0,29 Deficiente 5 -0,31 Fonte: EDUDATA, 2017 Na análise dos Itens do teste sobre Feridas (tabela 8), obteve-se 14 itens difíceis (42,4%), 18 de média dificuldade (54,5%) e 1 muito fácil (3,1%), 17 itens 41 apresentaram boa discriminação (51,5%), 4 fracas (12,1%) e 12 deficientes (36,4%) e coeficiente de fidedignidade: 0,78. De acordo com a Escala de Discriminação do Item (tabela 5), os 4 itens com índice de discriminação 0,29 devem ser reelaborados e os 12 abaixo de 0,19 (zero) devem ser eliminados. 4.2.2.4 Resultados da análise psicométrica dos itensde Incontinência Anal Tabela 9 – Índice de Dificuldade, discriminação e correlação ponto-bisserial dos itens sobre Incontinência Anal. Sorocaba, 2017. Itens Ind. Dif G. dificuldade % Itens Ind. Dis % Itens P. Bis 10 0,92 Difícil 21,4% 12 0,67 Boa 50% 12 0,58 11 0,88 Difícil 6 0,67 Boa 14 0,57 5 0,83 Difícil 13 0,67 Boa 13 0,50 7 0,75 Média 71,4% 14 0,50 Boa 9 0,46 8 0,75 Média 9 0,50 Boa 4 0,45 3 0,71 Média 11 0,50 Boa 11 0,45 13 0,67 Média 4 0,50 Boa 3 O,41 14 0,67 Média 2 0,43 Regular 35,7% 6 0,39 4 0,67 Média 5 0,33 Regular 5 0,32 2 0,63 Média 8 0,33 Regular 8 0,31 9 0,63 Média 7 0,33 Regular 7 0,28 6 0,63 Média 3 0,33 Regular 2 0,22 12 0,46 Média 1 0,17 Deficiente 14,3% 1 0,16 1 0,38 Fácil 7,1% 10 0,00 Deficiente 10 0,00 Fonte: EDUDATA, 2017 Na análise dos Itens do teste sobre Incontinência Anal (tabela 8), observa-se 3 itens difíceis (21,4%) e 10 com dificuldade média (71,4%) e 1 muito fácil (7,1%), 7 itens apresentaram boa discriminação (50%), 5 com índice regular (35,7%) e 2 deficientes (14,3%) e Coeficiente de fidedignidade 0,63. De acordo com a Escala de Discriminação do Item (tabela 5), os dois itens com Índice de Discriminação abaixo de 0,19 (zero), considerados deficientes, devem ser eliminados. 42 4.2.2.5 Resultados da análise psicométrica dos itens de Incontinência Urinária Tabela 10 – Índice de Dificuldade, discriminação e correlação ponto-bisserial dos testes de Incontinência Urinária. Sorocaba, 2017. Itens Ind.Dif G. dificuldade % Itens Ind.Disc G Disc % Itens P.Biss 14 0,97 Difícil 40% 17 0,75 Boa 26,7% 12 0,51 8 0,92 Difícil 5 0,63 Boa 15 0,49 13 0,93 Difícil 15 0,63 Boa 4 0,42 9 0,87 Difícil 11 0,50 Boa 14 0,39 11 0,83 Difícil 9 0,38 Regular 20% 6 0,38 10 0,80 Difícil 4 0,38 Regular 11 0,35 15 0,77 Média 53,3% 6 0,38 Regular 5 0,35 1 0,73 Média 10 0,25 Fraca 6,7% 10 0,34 6 0,73 Média 13 0,13 Deficiente 46,7% 9 0,32 7 0,70 Média 14 0,13 Deficiente 8 0,15 4 0,67 Média 1 0,13 Deficiente 13 0,13 2 0,67 Média 8 0,13 Deficiente 2 0,06 12 0,67 Média 3 0,00 Deficiente 1 0,04 5 0,53 Média 7 0,00 Deficiente 3 0,00 3 0,00 Muito fácil 5,7% 2 -0,13 Deficiente 7 -0,09 Fonte: EDUDATA, 2017 Na análise dos Itens do teste sobre Incontinência Urinária (tabela 10), obteve- se 6 itens difíceis (40%), 10 com dificuldade média (53,3%) e 1 muito fácil (6,7%); 4 itens apresentaram boa discriminação (26,7%), 3 com grau regular (20,0%), 1 item fraco e 7 deficientes (46,7%) Coeficiente de fidedignidade: 0,12. Como o valor ótimo é 1, com variação de 0 a 1, o coeficiente 0.12 é considerado baixo. De acordo com a Escala de Discriminação do Item (tabela 5), os 7 itens com índice de discriminação menor que 0,19, considerados deficientes, devem ser eliminados. 43 4.3 Acervo SOBEST de Itens Tabela 11 – Quantidade e características dos itens selecionados para formação do acervo de itens da SOBEST. Sorocaba, 2017. Acervo SOBEST Índice de Discriminação Índice de Dificuldade Coeficiente de Confiabilidade Área Sem análise Com análise Total Reelaborar Descartar Difícil Média Fácil Muito fácil DV 10 15 25 3 2 4 11 0 0 0,89 Est 19 20 39 2 5 4 14 2 0 0,73 Fe 18 33 51 4 7 14 18 0 1 0,78 IA 5 14 19 2 1 3 10 1 0 0,63 IU 5 15 20 0 7 6 8 0 1 0,12 Total 57 97 154 11 22 31 61 3 2 No acervo de itens da SOBEST constam, separados por área de conhecimento (tabela 11), 154 itens (cento e cinquenta: 57 (cinquenta e sete) não puderam ser analisados por não terem sido submetidos a um número suficiente de candidatos e 97 (noventa e sete) em que foram realizadas análises psicométricas. Dos novente e sete itens, 11 (onze), com índice de discriminação entre 0,20 e 0,29, considerada fraca, a recomendação é que sejam reelaborados e os 22 (vinte e dois) com índice abaixo de 0,19, considerados deficientes (tabela 5), a recomendação é que sejam descartados. Quanto ao índice de dificuldade, 31 (trinta e um) foram classificados como difíceis, 61 (sessenta e um) como dificuldade média, 3 (três) como fáceis e 2 (duas) como muito fáceis. 4.4 Proposta de redução do número de itens da prova A proposta de redução da quantidade itens das provas de cem para oitenta, com o objetivo de permitir um tempo de resposta de 3 (três) minutos para cada item15, foi aprovada pela diretoria, submetida e aprovada pela Assembleia Geral Ordinária, realizada no dia 15 de setembro de 2016. O formato atual, aplicado na segunda etapa dos dois exames realizados em 07 de julho e em 12 de novembro de 2017, consta de 80 (oitenta) questões de múltipla 44 escolha, valendo 0,5 (cinco décimos) ponto cada uma, sendo a pontuação máxima 40 (quarenta) pontos, abrangendo os seguintes temas: • Desenvolvimento Profissional: 8 questões. • Estomias: 24 questões. • Prevenção e Tratamento de feridas: 24 questões. • Incontinência Urinária: 12 questões. • Incontinência Anal: 12 questões. 4.5 Proposta de reformulação do Concurso para Obtenção e Renovação do Título de Enfermeiro Estomaterapeuta TiSOBEST Para reformulação do modelo do Concurso para Obtenção e Renovação do Título de Especialista, que avalie o saber, o saber como e o mostrar como faz, princípios da pirâmide de Miller, objetivo deste estudo, foi elaborada uma proposta e encaminhado em ofício à Presidente da SOBEST (APÊNDICE A). A proposta, discriminada abaixo, foi apreciada pelos membros da diretoria, em reunião ordinária, que decidiu nomear uma comissão, composta por quatro membros, para análise e viabilidade da implantação da mesma. Proposta de reformulação do Concurso para Obtenção e Renovação do Título de Enfermeiro Estomaterapeuta TiSOBEST. • manutenção do um acervo SOBEST de itens, a partir das questões já selecionadas e analisadas; • inclusão à análise de memorial e à prova escrita, do Exame Clinico Objetivo Estruturado - OSCE, constituído por uma série de “estações” onde serão representados por atores (paciente simulado) casos clínicos, referentes às três áreas de abrangência da Estomaterapia, que passará a constituir a terceira fase do concurso com pontuação máxima de 20 pontos. • constituição de uma comissão, subordinada ao Departamento de Desenvolvimento Profissional, que passará a ser responsável pela organização e 45 operacionalização do Concurso TiSOBEST, pela manutenção do acervo de itens para avaliação cognitiva e de casos clínicos para realização do OSCE. • Capacitação de um grupo de especialistas para elaboração de itens de múltipla escolha e das estações do Exame Clinico Estruturado (OSCE), a partir da Matriz de Referência estabelecida pelo Conselho Científico, assim como para construção de um instrumento de avaliação (cheklist) a ser preenchido pelos avaliadores. Para inclusão do OSCE, serão necessárias alterações no item 5 (cinco) do documento “Critérios para Obtenção ou Renovação do Título de Enfermeiro Estomaterapeuta TiSOBEST” (ANEXO B): 1ª fase – Análise do Memorial I – Análise de Memorial: a pontuação máxima da avaliação do Memorial é 60 pontos. § O candidato que obtiver 50 pontos, na análise Memorial será considerado APROVADO e estará dispensado da 2a e 3a fase, obtendo automaticamente o TiSOBEST. § O candidato que obtiver entre 21 e 49 pontos na análise do Memorial estará HABILITADO automaticamente para participar da 2ª fase – Avaliação das habilidades cognitivas (prova escrita) e da 3a fase – Avaliação das habilidades e competências clínicas (prova prática). § O candidato cuja pontuação obtida na análise do Memorial for inferior a 20 pontos estará DESABILITADO a participar da 2ª fase. II - Avaliação Escrita: a pontuação máxima desta prova é 40 pontos. III – Avaliação prática: a pontuaçãomáxima desta prova é 20 pontos O candidato que se submeter às três fases – Memorial e avaliação escrita e prática - a pontuação final será obtida por meio da soma aritmética, dos respectivos resultados, sendo considerado APROVADO aquele que obtiver um total de 70 pontos 2ª fase: Avaliação “saber” e “saber como” Prova escrita composta por 80 itens de múltipla escolha, selecionados no Acervo SOBEST de Itens, com pontuação máxima de 40 pontos. 46 3ª fase: Avaliação de habilidades e atitudes – “mostrar como faz”. Realização de Exame Clínico Objetivo Estruturado (OSCE), constituído por amostras de casos em diversos contextos, representadas por atores e percorridas pelos candidatos, observados por avaliadores munidos de um instrumento de avaliação. 47 5. DISCUSSÃO A elaboração de itens de qualidade é fundamental para que os propósitos das avaliações sejam alcançados; o que demanda conhecimentos de ordem técnica para construção e expertise na área a ser avaliada. A necessidade de publicação de guias tornou-se essencial para orientar professores para formulação de questões de testes de melhor qualidade para exames, concursos e vestibulares, tendo como objetivo avaliar o conhecimento, dos alunos/candidatos e não de induzi-los ao erro, por meio das conhecidas “pegadinhas” e de enunciados e comandos para respostas que os confundam, comuns no passado. No contexto atual da Educação nas Profissões da Saúde, a avaliação passou a ser uma ferramenta valorizada como estimuladora da aprendizagem, assim como fonte de informações quanto a eficácia do ensino e consequente segurança da sociedade10,13,14. Utiliando-se itens bem construídos, com o índice de dificuldade, discriminação e de confiabilidade estabelecidos, é possível a formação de bons testes de múltipla escolha15,18. O conhecimento do coeficiente de dificuldade de cada item permite que estes sejam distribuídos num teste de forma que, no mesmo, tenha itens de diferentes níveis19. Educadores têm buscado métodos que atendam à necessidade de avaliação de conhecimentos, habilidades, atitudes, comunicação, profissionalismo, entre outros requisitos importantes na formação de um bom profissional24,25,26,27,28,29,30. Os resultados de um estudo realizado com 103 alunos do 4o ano de Medicina, da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, utilizando quatro métodos de avaliação, abrangendo todos os níveis da Pirâmide de Miller, coincide com o consenso, existente entre pesquisadores, de que nenhum método, utilizado isoladamente, é suficiente para avaliar as competências requeridas pelo saber, saber como, mostrar como faz e o fazer da referida pirâmide29. As questões de múltipla escolha e as dissertativas são recursos para testarem a teoria e a aplicação do conhecimento por meio de itens que envolvam casos clínicos, mas, para avaliação do desempenho, habilidades, atitudes, empatia, relacionamento são insuficientes, havendo a necessidade de métodos que permitam a observação direta do aluno,14,16,28,30. 48 Zhou at al.31, em um estudo de coorte restrospectivo, levantaram os dados de anestesiologistas que realizaram treinamento para a especialidade de 1971 a 2011, num total de 49.278 médicos. O objetivo principal deste estudo foi testar a hipótese de que o risco de uma ação disciplinar é menor naqueles que passam nos exames, escrito e oral, para certificação pelo American Board of Anesthesiology - ABA, em comparação com aqueles que passam apenas o exame escrito. Os resultados comprovaram a hipótese de que o exame oral avalia domínios importantes para o desempenho profissional, que não são avaliados em um exame escrito e mostra evidências de que os médicos que são certificados, são menos propensos a desenvolver deficiências de desempenho em suas carreiras médicas. Em 2018, a ABA adicionará um componente da OSCE ao exame oral atual 30. Para prestar os exames de titulação, o enfermeiro ainda encontra barreiras relacionadas à disponibilidade de tempo, medo do fracasso e aos custos9,32,33,34. As associações de especialistas incentivam, buscam parcerias e alternativas que viabilizem o acesso de maior número de enfermeiros titulados31,32,35. Com esse objetivo, a Pediatric Nursing Certification Board (PNCB), a maior organização independente de certificação de enfermagem pediátrica nos Estados Unidos, criou um programa que denominou “No Pass No Pay”, em parceria com algumas instituições. Em 2012, 49% dos 2.299 enfermeiros que obtiveram a certificação CPN o fizeram através do NPNP32. A titulação exerce importante papel na validação dos especialistas, reconhecendo a competência em determinada área. Valoriza o profissional, a especialidade, a profissão, a instituição e beneficia a sociedade. A renovação periódica do título, prática comum a várias sociedades de especialistas, em diversos países, estimula a atualização constante e a educação continuada32, 33,34. 49 CONCLUSÕES O acervo de itens de múltipla escolha, após adequação das questões segundo os critérios para elaboração de itens, possui um total de cento e cinquenta e quatro itens. Destes, cinquenta e sete não foram enviados à EDUDATA para análise psicométrica, por não terem sido aplicados a um número suficiente de candidatos. A análise psicométrica dos índices de dificuldade e discriminação e o coeficiente de fidedignidade, realizada em noventa e sete dos cento e cinquenta e quatro itens, permitiu a seguinte classificação dos itens: 1) Onze itens devem ser realaborados e vinte e dois descartados por não possuirem índices de discriminação adequados. 2) Quanto ao Índice de Dificuldade: trinta e um foram considerados difíceis, sessenta e um com dificuldade média, três fáceis e dois muito fáceis. 3) Apenas os itens de incontinência urinária obtiveram coeficiente de confialbilidade baixo (0,12) o que significa que não medem com precisão, portanto, não são reprodutíveis, os demais temas obtiveram coeficiente entre 0,63-0,89; considerados como de boa confiabilidade. As provas realizadas pelos nove candidatos que se submeteram à 2a. fase das dos exames realizados em 2017, com tempo disponibilizado de quatro horas (média de três minutos para resolução de cada item), constaram de oitenta questões de múltipla escolha, valendo cinco décimos cada uma, com pontuação máxima de quarenta pontos, abrangendo temas das três áreas de abrangência da estomaterapia: vinte e quatro questões de múltipla escolha sobre Estomias, vinte e quatro sobre Feridas, doze itens sobre Incontinência Anal, doze sobre Incontinência Urinária e oito sobre o tema Desenvolvimento Profissional. A proposta da reformulação da prova de título foi apresentada e aceita pela diretoria, em 20 de outubro de 2017, sendo nomeados os membros de uma comissão, subordinada ao Departamento de Desenvolvimento Profissional, para organização e operacionalização do concurso, capacitação para elaboração de itens 50 e casos clínicos e avaliação de custos para inclusão do exame clínico objetivo estruturado (Objetive Structured Clinical Examination - OSCE). 51 CONSIDERAÇÕES FINAIS O desinteresse dos estomaterapeutas em submeterem-se ao Concurso para Obtenção do Título de Enfermeiro Estomaterapeuta TiSOBEST, evidenciado pelo histórico de reduzido número de titulados, setenta e seis, atualmente, tem sido objeto de questionamentos internos, sendo considerada a falta de valorização do título pelo mercado de trabalho e o estigma, desde as primeiras experiências escolares, de “prova” como algo que ameaça, como citado por Panúncio e Troncon9. Os benefícios da titulação serão sentidos pelos especialistas
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