Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 COLL, CÉSAR E OUTROS. O CONSTRUTIVISMONA SALA DE AULA. SÃO PAULO: ÁTICA, 2006. 1. OS PROFESSORES A E CONCEPÇÃOCONSTRUTIVISTA (ISABEL SOLÉ E CÉSAR COLL) O construtivismo não é uma teoria, e sim uma referência explicativa, composta por diversas contribuições teóricas, que auxilia os professores nas tomadas de decisões durante o planejamento, aplicação e a avaliação do ensino. Ou seja, o construtivismo não éuma receita, um manual que deve ser seguido à risca sem se levar em conta as necessidades de cada situação particular. Ao contrário, os profissionais da educação devem utilizá-lo como auxílio na reflexão sobre a prática pedagógica; sobre o como se aprendee se ensina, considerando-se o contexto em que os agentes educativos estão inseridos. Tendo em vista uma educação de qualidade, entendida como aquela que atende a diversidade, o processo educativo não é responsabilidade do professor somente. Desse modo, o trabalho coletivo dos professores, normas e finalidades compartilhadas, uma direção que tome decisões de forma colegiada, materiais didáticos preparados em conjunto, a formação continuada e a participação dos pais são pontos essenciais para a construção da escola de qualidade. A instituição escolar é identificada pelo seu caráter social e socializador. É por meio da escola que os seres humanos entram em contato com uma cultura determinada A concepção construtivista compreende um espaço importante à construção do conhecimento individual e interação social, não contrapondo aprendizagem e desenvolvimento. Aprender não é copiar ou reproduzir, mas elaborar uma representação pessoal da realidade a partir de experimentações e conhecimentos prévios. É preciso 2 aprender significativamente, ou seja, não apenas acumular conhecimentos, mas construir significados próprios a partir do relacionamento entre a experiência pessoal e a realidade. A pré-existência de conteúdos confere certa peculiaridade à construção do conhecimento, que deve ser entendida como a atribuição de significado pessoal aos conteúdos concretos, produzidos culturalmente. Pensando especificamente o trabalho do professor, o construtivismo é uma concepção útil à tomada de decisões compartilhadas, que pressupõe o trabalho em equipe na construção de projetos didáticos e rotinas de trabalho. Por fim, é importante ressaltar que o construtivismo não é um referencial acabado, fechado a novas contribuições; sua construção acontece no âmbito da situação de ensino/ aprendizagem e a ela deve servir. 2. Disponibilidade para a aprendizagem e sentido da aprendizagem (Isabel Solé) A aprendizagem é motivada por um interesse, uma necessidade de saber. Mas o que determina esse interesse, essa necessidade? Não é possível elaborar uma única resposta a essa questão. No entanto, um bom caminho a seguir é compreender que além dos aspectos cognitivos, a aprendizagem envolve aspectos afetivo-relacionais Ao construir os significados pessoais sobre a realidade, constrói-se também o conceito que se tem de você mesmo (autoconceito) e a estima que se professa (autoestima), características relacionadas ao equilíbrio pessoal. Em relação à motivação para conhecer, é necessário compreender a maneira como alunos encaram a tarefa de estudar, que pode ser dividida em dois enfoques: o enfoque profundo e o enfoque superficial. No enfoque profundo, o aluno se interessa por compreender o significado do que estuda e relaciona os conteúdos aos conhecimentos 3 prévios e experiências. Já no enfoque superficial, a intenção do aluno limita-se a realizar as tarefas de forma satisfatória, limitando-se ao que o professor considera como relevante, uma resposta desejável e não a real compreensão do conteúdo. Importante ressaltar que o enfoque com que o aluno aborda a tarefa pode variar; dessa forma, o enfoque profundo pode ser a abordagem de uma relação a uma tarefa e o enforque superficial em relação a outras pelo mesmo aluno. A inclinação dos alunos para um enfoque ou outro vai depender, dentre outros fatores, da situação de ensino da qual esse aluno participa. Entretanto, o enfoque profundo pode ser trabalhado com os alunos de maneira intencional. Para isso, é preciso conhecer as características da tarefa trabalhada, o que se pretende com determinado conteúdo e a sua necessidade. Tudo isso demanda tempo, esforço e envolvimento pessoal. O professor, ao entrar numa sala de aula, carrega consigo certa visão de mundo e imagem de si mesmo, que influenciam seu trabalho e sua relação com os alunos. Da mesma forma, os alunos constroem representações sobre seus professores. Reconhecer esses aspectos afetivos e relacionais é fundamental para motivação e interesse pela construção de conhecimento, tendo em vista que o autoconceito e a autoestima, ligados às representações e expectativas sobre o processo educativo, possuem um papel mediador na aprendizagem escolar. As interações, no processo de construção de conhecimento, devem ser caracterizadas pelo respeito mútuo e o sentimento de confiança. É a partir dessas interações, das relações que se estabelecem no contexto escolar, que as pessoas se educam. Levar isto em consideração é compreender o papel essencial dos aspectos afetivo-relacionais no processo de construção pessoal do conhecimento sobre a realidade Os conhecimentos prévios podem ser compreendidos como esquemas de conhecimento, ou seja, a representação que cada pessoa possui 4 sobre a realidade. É importante ressaltar que esses esquemas de conhecimento são sempre visões parciais e particulares da realidade, determinadas pelo contexto e experiências de cada pessoa. Os esquemas de conhecimento contêm, ainda, diferentes tipos de conhecimentos, que podem ser, por exemplo, de ordem conceitual (saber que o coletivo de lobos é alcateia), normativa (saber que não se deve roubar), procedimental (saber como se planta uma árvore). Esses conhecimentos são diferentes, porém não devem ser considerados melhores ou piores que outros. Para o ensino coerente, é preciso considerar o estado inicial dos alunos, seus conhecimentos prévios e esquemas de conhecimentos construídos. Esse deve ser o início do processo educativo: conhecer o que se tem para que se possa, sobre essa base, construir o novo. 4. O que faz com que o aluno e a aluna aprendam os conteúdos escolares? A natureza ativa e construtiva do conhecimento (Teresa Mauri) Entre as concepções de ensino e aprendizagem sustentadas pelos professores, destacam-se três, cada uma considerando que aprender é: 1) Conhecer as respostas corretas: Nessa concepção entende-se que aprender significa responder satisfatoriamente as perguntas formuladas pelos professores. Reforçam-se positivamente as respostas corretas, sancionando-as. Os alunos são considerados receptores passivos dos reforços dispensados pelos professores. 2) Adquirir os conhecimentos relevantes: Nessa concepção, entende- se que o aluno aprende quando apreende informações necessárias. A principal atividade do professor é possuir essas informações e oferecer múltiplas situações (explicações, leituras, vídeos, conferências, visitas a museus)nas quais os alunos possam processar essas informações. O 5 conhecimento é produto da cópia e não processo de significação pessoal. 3) Construir conhecimentos: Os conteúdos escolares são aprendidos a partir do processo de construção pessoal do mesmo. O centro do processo educativo é o aluno, considerado como ser ativo que aprende a aprender. Auxiliar a construção dessa competência é o papel do professor. É preciso organizar e planejar intencionalmente as atividades didáticas tendo em vista os conteúdos dasdiferentes dimensões do saber: procedimental (como a observação de plantas); conceitual (tipos e parte das plantas); e atitudinal (de curiosidade, rigor, formalidade,entre outras). O trabalho com esses conteúdos demonstra a atividade complexa que caracteriza o processo educativo, trabalho que demanda o envolvimento coletivo na escola. 5. Ensinar: criar zonas de desenvolvimento proximal e nelas intervir (Javier Onrubia) O ensino na concepção construtivista deve ser entendido como uma ajuda ao processo de ensino-aprendizagem, sem a qual o aluno não poderá compreender a realidade e atuar nela. Porém, deve ser apenas ajuda porque não pode substituir a atividade construtiva do conhecimento pelo aluno. A análise aprofundada do ensino enquanto ajuda leva ao conceito de .ajuda ajustada. e de zona de desenvolvimento proximal (ZDP). No conceito de .ajuda ajustada. observa-se que o ensino, enquanto ajuda o processo de construção do conhecimento, deve ajustar-se a esse processo de construção. Para tanto, conjuga duas grandes características: 1. a de levar em conta os esquemas de conhecimento dos alunos, seus conhecimentos prévios em relação aos conteúdo a serem trabalhados; 2. e, ao mesmo tempo, propor desafios que levem os alunos a 6 questionarem esses conhecimentos prévios. Ou seja, não se ignora aquilo que os alunos já sabem, porém aponta-se para aquilo que eles não conhecem, não realizam ou não dominam suficientemente, incrementando a capacidade de compreensão e atuação autônoma dos alunos. O conceito de zona de desenvolvimento proximal (ZDP) foi proposto pelo psicólogo soviético L. S. Vygotsky, partindo do entendimento de que as interações e relações com outras pessoas são a origem dos processos de aprendizagem e desenvolvimento humano. Nesse sentido, a ZDP pode ser identificada como o espaço no qual, com a ajuda dos outros, uma pessoa realiza tarefas que não seria capaz de realizar individualmente. A contribuição do conceito de ZDP está relacionada à possibilidade de se especificar as formas em aula, ajudando os alunos no processo de significação pessoal e social da realidade. 3. Inserir atividades significativas na aula; 4. Possibilitar a participação de todos os alunos nas diferentes atividades, mesmo que os níveis de competência, conhecimento e interesses forem diferenciados; 3) Trabalhar com as relações afetivas e emocionais; 4) Introduzir modificações e ajustes ao logo da realização das atividades; 5) Promover a utilização e o aprofundamento autônomo dos conhecimentos que os alunos estão aprendendo; 6) Estabelecer relações entre os novos conteúdos e os conhecimentos prévios dos alunos; 7) Utilizar linguagem clara e objetiva evitando mal-entendidos ou incompreensões; 8) Recontextualizar e reconceitualizar a experiência. 7 6. Os enfoques didáticos (Antoni Zabala) A concepção construtivista considera a complexidade e as distintas variáveis que intervêm nos processos de ensino na escola. Por isso, não receita formas determinada de ensino, mas oferece elementos para a análise e reflexão sobre a prática educativa, possibilitando a compreensão de seus processos, seu planejamento e avaliação. Um método educacional sustenta-se a partir da função social que atribui ao ensino e em determinadas ideias sobre como as aprendizagens se produzem. Nesse sentido, a análise das tarefas que propõem e conteúdos trabalhados, explícita ou implicitamente (currículo oculto), requer a compreensão do determinante ideológico que embasam as práticas dos professores. A discriminação tipológica dos conteúdos, ou seja, a análise dos conteúdos trabalhados segundo a natureza conceitual, procedimental ou atitudinal, mostra-se como importante instrumento de entendimento do que acontece na sala de aula. Outro instrumento importante para a compreensão do processo educativo é a concepção construtivista da aprendizagem, que estabelece a aprendizagem como uma construção pessoal que o aluno realiza com a ajuda de outras pessoas; processo que necessita da contribuição da pessoa que aprende, implicando o interesse, disponibilidade, conhecimentos prévios e experiência; implica também a figura do outro que auxilia na resolução do conflito entre os novos saberes e o que já se sabia, tendo em vista a realização autônoma da atividade de aprender a aprenderO problema metodológico para o fazer educativo não se encontra no âmbito do .como fazemos., mas antes na compreensão do .que fazemos. e .por quê.. Na elaboração das sequências didáticas que devem auxiliar a prática educativa deve-se levar em consideração os objetivos e os meios que se tem para facilitar o alcance desses objetivos. 8 7. A avaliação da aprendizagem no currículo escolar: uma perspectiva construtivista(César Coll e Elena Martín) A questão da avaliação do processo educativo tem sido muito discutida. Com o desenvolvimento de propostas teóricas, metodológicas e instrumentais, expressões e conceitos como o de avaliação inicial, formativa e somatória povoam o vocabulário educacional. Junto a isso, construiu-se o consenso de que não se deve avaliar somente o aluno, mas também a atuação do professor, o planejamento de atividades e também sua aplicação. No entanto, muitas questões ainda se encontram sem respostas e as configuram como desafios aos envolvidos com o tema. Uma primeira questão a ser levantada é a relação entre a avaliação e uma série de decisões relacionadas a ela, como promoção, atribuição de crédito e formatura de aluno. Essas decisões não fazem parte, em sentido estrito, do processo de avaliação, porém essas decisões devem ser coerentes com as avaliações realizadas. O desafio é alcançar a máxima coerência entre os processos avaliativos e as decisões a serem tomadas. Todo processo avaliativo deve levar em conta os elementos afetivos e relacionais da avaliação. Desse modo, o planejamento das atividades avaliativas parte do entendimento de que o aluno atribui certo sentido a essa atividade, sentido que depende da forma como a avaliação lhe é apresentada e também de suas experiências e significações pessoais e sociais da realidade. É preciso levar em conta também o caráter sempre parcial dos resultados obtidos por meio das avaliações, devido à complexidade e diversificação das situações de aprendizagem vivenciadas pelos alunos. Assim, as práticas avaliativas privilegiadas devem ser aquelas que consideram a dinâmica dos processos de construção de conhecimentos. 9 Ao contrário das concepções que buscam neutralizar as influências do contexto nos resultados das avaliações, a concepção construtivista ressalta a necessidade de considerar as variáveis proporcionadas pelos diversos contextos particulares. Para isso, recomenda-se a utilização de uma gama maior possível de atividades de avaliação ao longo do processo educativo. Partindo da consideração que é na prática que se utiliza o que se aprende, um dos critérios, que devem ser levantados nas atividades avaliativas, é o menor ou maior valor instrumental das aprendizagens realizadas, ou seja, em que grau pode-se utilizar o que se aprendeu, o que se construiu na significação dos saberes. Na medida em que aprender a aprender significa a capacidade para adquirir, de forma autônoma, novos conhecimentos, avaliar os aspectos instrumentais, é de suma importância a qualidade da educação. Por fim, ressalta-se a necessidade da abordagem da avaliação em estreita ligação com o planejamento didático e o currículo escolar. Dessa forma, .o quê., .como. e .quando . ensinar e avaliar se unem configurando umaprática educativa global, na qual as atividades avaliativas não estão separadas das demais atividades de construção de conhecimento pelos alunos. 10 VYGOTSKY, Lev. S . BREVE APRESENTAÇÃO DA OBRA O livro “Pensamento e Linguagem” apresenta um estudo detalhado sobre o desenvolvimento intelectual, orientado para a psicologia evolutiva, educação e psicopatologia O MEIO SOCIAL Há uma interação constante e interruptaentre o processo interno e influências do mundo social. A interação social e por uso de signos se dá as Funções Psicológicas Superiores, FPS, isto é, a consciência e o controle são constituídos pela cultura e símbolos, onde: a representação mental e a significação dos símbolos (cultura) internalizam no indivíduo e dá-se o comportamento neste processo; e a palavra, o signo, tem função de mediar interações sociais, permitindo a apropriação de diversos bens . PILARES DO PENSAMENTO VYGOTSKYANO • As funções psicológicas possuem uma base biológica, porque são produtos da atividade cerebral; • O funcionamento psicológico fundamenta-se nas relações sociais entre o indivíduo e o mundo exterior, sendo que estas se desenvolvem num processo histórico; 11 • Os sistemas simbólicos são os mediadores da relação homem mundo; MEDIAÇÃO Processo de intervenção de um elemento intermediário em uma relação, a qual deixa de ser direta e passa a ser mediada por tal elemento. A relação do homem com o mundo é uma relação fundamentalmente mediada MEDIADORES INSTRUMENTOS Definição - Algo que uso para mudar a realidade Exemplos: Quando aperto o parafuso transformo a realidade Quando dou aula transformo a realidade de meus alunos Quando sente fome, um animal procura comida na natureza, e seu comportamento nesse caso, é orientado exclusivamente pelas suas possibilidades e características biológicas ( um predador age diferente de um herbívoro... Já o homem cria instrumentos. Pode-se considerar instrumento tudo aquilo que se impõe entre o homem e o ambiente, ampliando e modificando as suas formas de ação. São instrumentos, por exemplo, a enxada, a serra, para cortas as árvores e transformá- la em madeira etc.) (FONTANA,1997) Alguns animais, sobretudo primatas, podem até utilizá-los eventualmente, mas é o homem que concebe um uso mais sofisticado: guarda instrumentos para o futuro, inventa novos e deixa instruções para que outros os fabriquem. . SIGNO O signo é comparado por Vygotsky ao instrumento e denominado por ele “instrumento psicológico”. Tudo o que é utilizado pelo homem para representar, evocar ou tornar presente o que está ausente constitui 12 um signo: a palavra, o desenho, os símbolos ( como bandeira ou o emblema de um tipo de futebol). Enquanto o instrumento está orientado externamente, ou seja, para a modificação do ambiente, o signo é internamente orientado, modificando o funcionamento psicológico do homem (Fontana, 1997) Signo indicando banheiro feminino masculino O USO DOS SIGNOS A utilização dos signos como auxiliares no tocante a solução de problemas psicológicos (lembrar, comparar coisas, relatar, escolher etc.) pode ser comparada a utilização de instrumentos, só que no plano psicológico. O signo age como um instrumento da atividade psicológica de maneira análoga ao papel de um instrumento no trabalho. MÓDULO Usos dos signos em nosso cotidiano • Anotar um compromisso na agenda; • Colocar rótulos em objetos; • Usar palitos para fazer contas; • Contar uma história; • Seguir uma partitura musical; • Fazer a planta de uma construção; A linguagem, por exemplo, é toda composta de signos: a palavra cadeira remete ao objeto concreto cadeira. Perceba que você certamente pode imaginar uma agora mesmo sem a necessidade de vê-la. Para o homem, a capacidade de construir representações mentais que substituam os objetos do mundo real é um traço evolutivo importante: "Ela possibilita libertar-se do espaço e do tempo presentes, fazer relações mentais na ausência das próprias coisas, fazer planos e ter intenções“. Uma das grandes diferenças entre eles, no entanto, decorre do fato de que os instrumentos são elementos externos ao indivíduo e sua é modificar e controlar os processos da natureza, enquanto os signos são 13 orientados para o próprio sujeito e tem por função o controle de ações psicológicas, seja do próprio indivíduo, seja de outras pessoas. Os objetos mediadores são relacionados diretamente com a capacidade de intelecto do homem. Quanto maior a informação, maior será a tecnologia mediadora Para Vygotsky, os significados apresentam dois componentes: o primeiro diz respeito à acepção propriamente dita, capaz de fornecer os conceitos e as formas de organização básicas. Por exemplo, a palavra cachorro: ela denomina um tipo específico de animal do mundo real. Mesmo que as experiências e a compreensão das pessoas sobre determinado elemento sejam distintas, de imediato o conceito de cachorro será adequadamente entendido por qualquer pessoa de um grupo que fale o mesmo idioma. O segundo componente é o sentido. Mais complexo, é o que a palavra representa para cada pessoa e é composto da vivência individual. Concluiu que uma pessoa traumatizada com algum episódio em que foi atacada por um cachorro, por exemplo, dará à palavra uma acepção diferente e absolutamente particular - agressão, medo, dor, raiva ou violência, por exemplo. OS SISTEMAS SIMBÓLICOS E O PROCESSO DE INTERNALIZAÇÃO A utilização das marcas externas vai se transformar em processos internos de mediação Uma criança, por exemplo, não precisa pôr a mão na chama de uma vela para saber que ela queima. Esse conhecimento pode ser adquirido, por exemplo, com o conselho da mãe. Quando o pequeno associa a representação mental da vela à possibilidade de queimadura, ocorre uma internalização do conhecimento - e ele já não precisa das advertências maternas para evitar acidentes. 14 PRESENÇA DE UM ADULTO MAIS EXPERIENTE Para Vygotsky, a presença de um adulto capaz de planejar as etapas do aprendizado é ponto central para a criança adquirir conhecimentos do grupo de que faz parte. ABORDAGEM HISTÓRICO-CULTURAL Considera que toda função psicológica se desenvolve em dois planos: O processo de desenvolvimento vai do social para o individual , ou seja, as nossas maneiras de pensar e agir são resultados da apropriação das formas culturais de ação e pensamento. A criança conhece o mundo por meio das suas relações com os outros. Segundo Vygotsky as origens e explicações do funcionamento psicológico do homem deve ser buscada nas interações sociais do homem. A interação dos indivíduos possibilita a interiorização das formas culturalmente estabelecidas de funcionamento psicológico do indivíduo. Para se entender a origem das funções psicológicas superiores, portanto, é necessário refletir sobre as relações sociais entre o indivíduo e os outros homens, considerando que fundamento do funcionamento psicológico tipicamente humano é social e, por isso histórico. No primeiro capítulo o autor inicia o tema alertando sobre a necessidade de um entendimento aprofundado das relações interfuncionais existentes sobre o pensamento e linguagem para se ter a possibilidade de levantar ou responder a questionamentos. O autor faz algumas críticas da maneira como a psicologia lidava com este tema, mostrando que nos estudos realizados, os processos psíquicos eram tratados de forma isolada e os métodos de investigação não revelavam a interdependência e a organização das funções na estrutura da consciência como um todo. Segundo ele, as teorias 15 existentes fizeram várias investigações sobre identificação, fusão entre o pensamento e discurso, mas de modo limitativo. O primeiro método baseia-se na análise dos conjuntos psicológicos intricados em elementos, o que torna os dados analisados separados, não revelando suas particularidades de todo e no todo. No segundo método, que é a análise em unidades, o produto da apreciação conserva todas as propriedades fundamentais do todo e não tem divisão para que elas não se percam. Considera que o problema está justamente na aplicação destes métodos, mesmo tendo requisitos necessários, não indicam solução para dúvidas. Escolhe como método mais apropriadopara este tipo de investigação a análise semântica, por combinar análise e síntese, permitindo adequar estudos dos todos complexos. Em relação à gênese do conhecimento e da comunicação nas crianças, concluiu que a comunicação exige um significado e as formas mais avançadas de intercâmbio humano só se realizam porque o pensamento humano reflete um contexto conceitualizado. Questões estas, que na análise por unidades podem ser solucionadas num sistema dinâmico de significados em que o afetivo e o intelectual se unem, demonstrando que todas as ideias contêm, transmutada, uma atitude afetuosa para com a amostra de fato a que cada uma se refere. Desenvolveu o método clínico de investigação revelando como uma ferramenta inestimável para o estudo dos todos estruturais complexos do pensamento infantil nas suas transformações genéticas. A partir do método desenvolvido conduziu novos olhares para a Psicologia. Na questão do inter-relacionamento objetivo de todos os traços característicos do pensamento infantil, ele partiu da ideia de que este pautado no egocentrismo ocupa uma posição intermediária, genética, estrutural e funcionalmente, entre o pensamento autístico e o 16 orientado. O que, segundo o autor “o pensamento orientado é consciente, isto é, prossegue objetivos presentes no espírito de quem pensa”. É social, porque vai desenvolvendo e sendo influenciado pelas leis da experiência e da coerência. Critica suas concepções sobre o discurso intelectualizado, objetificado e considera o método intelectualista sem fundamentação genética; é vazio, por não considerar os primeiros estágios do desenvolvimento da linguagem e ignorar todas as complicadas vias que conduzem ao amadurecimento da função do signo; a sua concepção do desenvolvimento linguístico é extremamente simplificada. No quarto capítulo evidencia o estudo genético do pensamento e linguagem, analisa o estudo realizado em animais (macacos e chipanzés) e constata que o pensamento e a linguagem têm várias raízes e desenvolve-se segundo diferentes trajetórias de desenvolvimento. No estudo de Koehler evidencia que a ausência de linguagem e a pobreza de imagens diferenciam os homens dos animais. Nas considerações ontogênicas, as relações entre pensamento e linguagem são mais obscuras e revelam duas linhas de evolução diferentes e resultantes de duas raízes genéticas diferentes. Quanto ao desenvolvimento linguístico da criança, estabelece uma fase pré- intelectual e no desenvolvimento intelectual estabelece uma fase pré- linguística. É no encontro destas duas trajetórias que o pensamento torna-se verbal e a linguagem racional. O desenvolvimento da linguagem segue o mesmo desenvolvimento das outras operações mentais envolvendo a utilização de signos e podem ser explicitadas em quatro estágios: primitivo ou natural corresponde ao discurso pré-intelectual e ao pensamento pré-verbal; na psicologia ingênua, acontece pela “experiência que a criança tem das 17 propriedades físicas do seu próprio corpo e dos objetos que a cercam e a aplicação desta experiência ao uso de instrumentos.” Ainda sobre as crianças, as raízes e curso seguido pelo desenvolvimento do intelecto diferem da linguagem. Inicialmente, o pensamento é não verbal e a linguagem é não-intelectual. A palavra é para a criança uma propriedade, mais do que o símbolo do objeto, que a criança aprende a estrutura-palavra-objeto mais cedo do que a estrutura simbólica interna O discurso interior se desenvolve por meio de uma lenta acumulação de mudança funcionais e estruturais, que se desliga do discurso externo da criança simultaneamente com a diferenciação da função social e egocêntrica do discurso, e finalmente que as estruturas do discurso dominadas pela criança se transformam nas estruturas básicas do seu pensamento; essa conduz ao desenvolvimento do pensamento, determinado pela linguagem. 18 PIAGET DESENVOLVIMENTO MENTAL SEGUNDO PIAGET Forma de adaptação ao meio ambiente, adaptação intelectual moldada nos conceitos de adaptação biológica. O desenvolvimento da inteligência é definido e conceituado como resultante da eficácia progressiva maior integração da criança com seu meio ambiente. A TEORIA DE PIAGET SE OPÕE A.... • INATISMO–desenvolvimento mental inato • AMBIENTALISMO –o “meio ambiente” por si só determina o desenvolvimento mental Piaget afirma que tanto os dotes genéticos quanto a ação da criança sobre o meio ambiente são necessários para o desenvolvimento, mas que sozinho nenhum deles é suficiente para assegurar o desenvolvimento. O importante é a interação da maturação, experiência ambiental , experiência social e equilíbrio. Segundo Piaget a chave do desenvolvimento da criança, no que diz respeito a prática educacional, é a atividade da criança: sua ação sobre os objetos, acontecimentos e outras pessoas DESENVOLVIMENTO COGNITIVO Processo contínuo que começa com o nascimento, cada desenvolvimento subsequente baseia-se no desenvolvimento anterior incorporando-o e transformando-o. 19 PERÍODOS DO DESENVOLVIMENTO • São irreversíveis uma vez que a criança quando desenvolve a capacidade para aquele determinado pensamento, ela perde a capacidade; • As crianças não pulam estágio; • Os ritmos pelos quais as crianças atravessam os estágios variam consideravelmente; Algumas características do estágio: sensório motor (0 a 2 anos) • Reflexos: sucção, deglutição, apreensão palmar...; • Permanência do objeto; • A exploração manual e visual do ambiente; • A experiência obtida com ações, a imitação; • A inteligência prática(através de ações);• Ações como agarrar, bater e chutar; • Ações ocorrem antes do pensamento; • A centralização no próprio corpo; • Afetivamente a criança também evolui, passa das emoções primárias para uma escolha mais afetiva por alguns objetos, pessoas e animais. • Nesta fase a criança ainda não adquiriu o domínio da linguagem, ela já fala , porém por imitação. 2° estágio: pré-operacional (2 a 7 anos) - Coincide com a fase pré-escolar Inteligência simbólica -o mundo do faz-de-conta A criança não precisa estar em contato, com o objeto para pensar nele Exemplo: Rolf faz de conta que uma fatia de maçã é um aspirador de pó, “limpando” a mesa da cozinha; 20 Egocentrismo As crianças pensam que todas as pessoas, pensam , percebem e sentem o mundo do mesmo jeito que elas Exemplo: Kara não percebe que precisa virar o livro ao contrário para que seu pai possa ver a figura que ela quer que lhe explique . Desta forma segura o livro na frente dele, mas somente ela pode ver o livro. A noção de irreversibilidade As crianças não entendem que algumas operações ou ações podem ser revertidas, restaurando a situação original. Jacob não consegue entender que o liquido contido em cada copo pode ser despejado novamente, nas respectivas caixas, contradizendo a afirmação que ele tem mais suco que a irmã. Capacidade de Classificar As crianças organizam objetos, pessoas e eventos em categorias significativas. Rosa classifica as pinhas que coletou em um passeio no parque em duas pilhas: “grandes” e “pequenas” Animismo As crianças atribuem vida a objetos inanimados. Amanda diz que a primavera está querendo chegar, mas o inverno está dizendo: “Eu não vou embora! Não vou embora!”. OPERAÇÕES Atos mentais, internalizadas, irreversíveis, conservadas, integradas a organizações superiores e outras operações; ESTRUTURAS Organizações mentais de ordem superior; 21 ESQUEMAS Estruturas mentais, ou cognitivas, pelas quais os indivíduos intelectualmente se adaptam e organizam o meio. Desta forma, esquemas não são objetos reais, mas conjuntos de processos dentro do sistema nervoso. A MEDIAÇÃO DO PROFESSOR (PIAGET) O contato com o objeto e a mediação do professor são fatores essenciaispara a construção de um ser pensante, motivador e conhecedor. As necessidades cotidianas fazem com que os alunos desenvolvam uma inteligência essencialmente prática, que permite reconhecer problemas, buscar e selecionar informações, tomar decisões e, com isso, desenvolver a capacidade para lidar com a atividade matemática. ALGUMAS DEFINIÇÕES (PIAGET) • Compreender -é construir estruturas de assimilação e, como estamos em contato com novas situações, estamos sempre em processos de assimilação e acomodação. • Assimilação –o organismo sem alterar suas estruturas desenvolve ações destinadas a atribuir significações, a partir de sua experiência anterior, aos elementos do ambiente aos quais interage; • Acomodação -É a modificação de um esquema ou de uma estrutura em função das particularidades do objeto a ser assimilado. A acomodação pode ser de duas formas, visto que se pode ter duas alternativas: criar um novo esquema no qual se possa encaixar o novo estímulo, ou modificar um já existente de modo que o estímulo possa ser incluído nele. A acomodação não é determinada pelo objeto e sim pela atividade do sujeito sobre este, para tentar assimilá-lo. Equilibração pode ser definido como um mecanismo de organização de estruturas cognitivas em um sistema coerente que visa a levar o 22 indivíduo a construção de uma forma de adaptação à realidade. Haja vista que o "objeto nunca se deixa compreender totalmente" (La Taille, op.cit.). A FUNÇÃO SEMIÓTICA OU SIMBÓLICA • Poder representar alguma coisa (um "significado" qualquer: objeto, acontecimento, esquema conceitual, etc.) por meio de um "significante" diferenciado e que só serve para essa representação: linguagem, imagem mental, gesto simbólico, etc. • Função semiótica: funcionamentos fundados no conjunto dos significantes diferenciados. Aparecimento da função semiótica: • Imitação diferida : criança imita uma cena nova, após esta ter ocorrido. É o início da representação e o gesto imitativo é o princípio de significante diferenciado. • Jogo simbólico : menina finge dormir, fechando os olhos e refazendo o ritual que observa ao adormecer; faz dormir seu urso de pelúcia; coloca uma concha numa caixa e diz miau (após ver um gato). Nítida representação e o significante diferenciado é um gesto imitativo, acompanhado de objetos que vão se tornando simbólicos • Desenho ou imagem gráfica : intermediário entre jogo e imagem mental. • Imagem mental : imitação interiorizada • Evocação verbal de acontecimentos não atuais : sinais da língua em vias de aprendizagem 23 • Imitação é uma prefiguração da representação, constitui no decurso do período sensório-motor uma espécie de representação em atos materiais e ainda não em pensamento. • A função semiótica engendra duas espécies de instrumentos: os símbolos, que apresentam, embora significantes diferenciados, alguma semelhança com os seus significados (individuais), e os sinais que são arbitrários ou convencionais (coletivo). • O jogo transforma o real por assimilação mais ou menos pura às necessidades do eu, ao passo que a imitação (quando constitui fim em si mesma) é acomodação mais ou menos pura aos modelos exteriores e a inteligência é o equilíbrio entre a assimilação e a acomodação. Tipos de jogos: • Jogo de exercício: repetir pelo prazer das atividades adquiridas, com uma finalidade de adaptação • Jogo simbólico: • Jogos de regras: que se transmitem socialmente de criança a criança • Jogos de construção: construções mecânicas, etc. Solução de problemas e criações inteligentes. Tipos de desenho: • Realismo fortuito: garatuja com significação descoberta em seu desenrolar • Realismo gorado: fase de incapacidade sintética, em que os elementos da cópia estão justapostos em vez de estarem coordenados num todo. • Realismo intelectual: apresenta os atributos conceituais do modelo, sem preocupação de perspectiva visual. 24 A B C D • Realismo visual: o desenho não representa o que é visível de um ponto de vista perspectivo particular. Imagens mentais • Reprodutivas: limitam-se a evocar espetáculos já conhecidos e percebidos anteriormente • Antecipadoras: imaginam movimentos ou transformações, assim como seus resultados, mas sem haver assistido anteriormente a sua realização 1- Nos estudos desenvolvidos por Vygotsky, e aprofundados por Leontiev, a aprendizagem é considerada uma ação essencialmente humana orientada para objetivos. Nessa concepção de aprendizagem destacam-se três elementos relevantes. São eles: Alternativas o caráter social, a atividade, e a mediação. a adaptação, a assimilação e a interação. Cooperação, autonomia e caráter social. a atividade, o simbolismo e a representação mental. 2- Desenvolvida por Lev Vygotsky, a teoria enfatiza o papel das interações no processo de aprendizagem. Nessa concepção, o professor utiliza a zona de desenvolvimento proximal para mediar a aprendizagem do estudante. A qual teoria educacional esse autor se refere? 25 A B C D A Alternativas Humanista. Sociocultural. Behaviorista. Cognitivista. 3- No campo da Psicologia do Desenvolvimento, em relação aos estudos de Vygotsky, analise as afirmativas a seguir: I. Como Piaget, Vygotsky é um psicólogo construtivista e acreditava que as crianças aprendem ativamente e por meio de experiências práticas. No entanto, ao contrário de Piaget, que explica que o conhecimento é construído individualmente, Vygotsky conclui que a aprendizagem é construída por meio de interações sociais, sem a necessidade de apoio de alguém mais experiente. II. De acordo com sua teoria do desenvolvimento psicológico, o contexto social faz parte do processo de desenvolvimento cognitivo, não podendo ser visto como algo externo que apenas “influencia”. III. O próprio uso da linguagem é ao mesmo tempo coletivo e individual, e permite o surgimento de grandes habilidades cognitivas superiores, a partir do desenvolvimento de conceitos muito abstratos. Assinale Alternativas 26 B C D se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas. se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. se todas as afirmativas estiverem corretas. 4- Levando em conta que os teóricos da educação mais festejados na atualidade Jean Piaget e Lev Vygotsky diferem em alguns pontos, como, por exemplo, tais a forma pela qual se dá a aprendizagem, o desenvolvimento, a linguagem e o pensamento (cf. César COLL et. al. Desenvolvimento psicológico e educação. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, 2007), julgue as afirmativas abaixo como Certas (C) ou Erradas (E): ( ) Piaget: Enfatiza mais o ambiente sociocultural do que a maturação biológica. ( ) Vygotsky: Entende que o desenvolvimento é precondição para a aprendizagem. ( ) Piaget: Postula que os estágios de desenvolvimento variam conforme o ambiente social. ( ) Vygotsky: Defende que a linguagem desempenha papel secundário na modelagem do pensamento. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta: 27 A B C D E Alternativas C-C-C-C. E-C-E-C. C-E-C-E. E-E-E-E. E-C-C-E. 5- Piaget (1896-1980) e Vygotsky (1896-1934) foram dois pesquisadores interessados pelo ensino. Ambos contribuíram em pesquisas sobre a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças, criando teorias que marcaram o mundo do ensino desde esses momentos até a atualidade. Piaget e Vygotsky nos chamam a atenção para a utilização de metodologista de estudo qualitativas na educação. Os dois refutam qualquer explicação de desenvolvimento como mero acúmulo quantitativo de aquisições. (Disponível em https://repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/39183/1/2013_ev e_sesgon%C3%A7alves.pdf.Adaptado.) Considerando o exposto, trata-se de uma implicação pedagógica segundo Piaget: 28 A B A Alternativas O conhecimento na sala de aula é um processo social e compartilhado. O aluno é o sujeito da aprendizagem, aquele que aprende junto ao outro. O professor serve como guia, como suporte do processo da aprendizagem. A aprendizagem depende do processo de desenvolvimento cognitivo e seus estágios. 6- Sobre as ideias de Piaget e Vygotsky, é correto afirmar que Alternativas Piaget, ao estudar os processos mentais e destacar a compreensão e a gênese do conhecimento, afirma que o desenvolvimento cognitivo ocorre por equilibrações sucessivas, apresentando funções constantes, denominadas de processos de assimilação, acomodação e equilibração. A assimilação caracteriza-se pela modificação de um esquema e a acomodação caracteriza-se pela incorporação de ideias, valores e costumes. os estágios do desenvolvimento cognitivo, para Piaget, são considerados estruturas variáveis, classificados em latência, simbólico, fálico, operatório e formal. o funcionamento intelectual (psiquismo), para Vygotsky, se desenvolve por meio da atividade social, e esta é mediada por signos e C B D C 29 A instrumentos. O conceito de mediação remete ao processo de representação mental e de cultura. Vygotsky afirma que o desenvolvimento é uma poderosa força que direciona o aprendizado escolar. Nessa direção, os conceitos científicos, mediados por outros conceitos, são caracterizados por um baixo grau de generalidade e por sua relação com objetos. 7- Leia o caso a seguir. Realizando uma atividade em grupo com adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas, uma pedagoga havia observado que alguns deles, por suas experiências anteriores, conseguiam cumprir excepcionalmente bem as tarefas propostas. Ela considerou essas experiências biográficas valiosas. Assim, ela preparou para o trabalho da semana seguinte uma série de pequenas atividades nas quais colocava os adolescentes mais experientes junto aos menos experientes, estimulando o trabalho cooperativo entre eles. A respeito desse caso, pode-se inferir que a teoria que fundamenta a ação da pedagoga compreende a Alternativas teoria de causas e efeitos (estímulo-resposta), proposta por B. F. Skinner na primeira metade do século XX. concepção sociocultural de L. Vigotski, notadamente explorando o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal. C B D 30 abordagem freudiana do processo pedagógico, orientando e sistematizando as interrelações entre id, ego e superego. D perspectiva piagetiana de desenvolvimento e a perspectiva walloniana, pois ambas enfatizam as dimensões inatas e naturais do desenvolvimento. 8- As teorias de aprendizagem buscam reconhecer a dinâmica envolvida nos atos de ensinar e aprender, partindo do reconhecimento da evolução cognitiva do homem e tentam explicar a relação entre o conhecimento pré-existente e o novo. A aprendizagem não seria apenas inteligência e construção de conhecimento, mas, basicamente, identificação pessoal e relação através da interação entre as pessoas. Relacione adequadamente as características de algumas das principais teorias de aprendizagem na contemporaneidade aos seus respectivos teóricos citados a seguir. 1. Epistemologia Genética de Piaget. 2. Teoria Construtivista de Bruner. 3. Teoria Sociocultural de Vygotsky. 4. Aprendizado Experimental de Rogers. 5. Inteligências múltiplas de Gardner. ( ) O aprendizado é um processo ativo, baseado em seus conhecimentos prévios e os que estão sendo estudados. O aprendiz filtra e transforma a nova informação, infere hipóteses e toma decisões. 31 A B C ( ) No processo de ensino, deve-se procurar identificar as inteligências mais marcantes em cada aprendiz e tentar explorá-las para atingir o objetivo final, que é o aprendizado de determinado conteúdo. ( ) Defende a necessidade da aprendizagem ser significativa, pois ela acontece mais facilmente quando as situações são percebidas como problemáticas. O interesse e a motivação são essenciais para o aprendizado bem-sucedido. Enfatiza a importância do aspecto interacional do aprendizado. O professor e o aluno aparecem como os corresponsáveis pela aprendizagem. ( ) Apresenta como ponto central a estrutura cognitiva do sujeito que muda através dos processos de adaptação: assimilação e acomodação. A assimilação envolve a interpretação de eventos em termos de estruturas cognitivas existentes, enquanto a acomodação se refere à mudança da estrutura cognitiva para compreender o meio. ( ) O desenvolvimento do pensamento e de processos mentais superiores é mediado pelas interações sociais. As interações sociais são cruciais para o desenvolvimento do pensamento e dos processos mentais superiores, pois proporcionam as experiências necessárias para o desenvolvimento destas habilidades. A imitação é importante porque permite que as crianças aprendam novas habilidades a partir de outras pessoas. A sequência está correta em Alternativas 2, 5, 4, 1, 3. 4, 3, 1, 2, 5. 32 D 5, 1, 4, 3, 2. 5, 1, 3, 2, 4.
Compartilhar