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LISTA DE EXERCÍCIOS – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 1. (Enem 1999) E considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d'água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas. Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade. Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! Minha amada; de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de glórias e me faz magnífico. (BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. 20a ed.) O poeta Carlos Drummond de Andrade escreveu assim sobre a obra de Rubem Braga: O que ele nos conta é o seu dia, o seu expediente de homem, apanhado no essencial, narrativa direta e econômica. (...) É o poeta do real, do palpável, que se vai diluindo em cisma. Dá o sentimento da realidade e o remédio para ela. Em seu texto, Rubem Braga afirma que "este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos". Afirmação semelhante pode ser encontrada no texto de Calos Drummond de Andrade, quando, ao analisar a obra de Braga, diz que ela é a) uma narrativa direta e econômica. b) real, palpável. c) sentimento de realidade. d) seu expediente de homem. e) seu remédio. 2. (Enem 1999) Observando as falas das personagens, analise o emprego do pronome se e o sentido que adquire no contexto. No contexto da narrativa, é correto afirmar que o pronome se, a) em I, indica reflexividade e equivale a "a si mesmas". b) em II, indica reciprocidade e equivale a "a si mesma". c) em III, indica reciprocidade e equivale a "uma às outras". d) em I e III, indica reciprocidade e equivale a "uma às outras". e) em II e III, indica reflexividade e equivale a "a si mesma" e "a si mesmas", respectivamente. 3. (Enem 2001) No trecho abaixo, o narrador, ao descrever a personagem, critica sutilmente um outro estilo de época: o romantismo. "Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça, e, com certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não é romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação." (ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Jackson, 1957.) A frase do texto em que se percebe a crítica do narrador ao romantismo está transcrita na alternativa: a) ... o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas... b) era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça... c) Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, ... d) Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos ... e) ... o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação. 4. (Enem 2002) Miguilim "De repente lá vinha um homem a cavalo. Eram dois. Um senhor de fora, o claro de roupa. Miguilim saudou, pedindo a bênção. O homem trouxe o cavalo cá bem junto. Ele era de óculos, corado, alto, com um chapéu diferente, mesmo. - Deus te abençoe, pequenino. Como é teu nome? - Miguilim. Eu sou irmão do Dito. - E o seu irmão Dito é o dono daqui? - Não, meu senhor. O Ditinho está em glória. O homem esbarrava o avanço do cavalo, que era zelado, manteúdo, formoso como nenhum outro. Redizia: - Ah, não sabia, não. Deus o tenha em sua guarda... Mas que é que há, Miguilim? Miguilim queria ver se o homem estava mesmo sorrindo para ele, por isso é que o encarava. - Por que você aperta os olhos assim? Você não é limpo de vista? Vamos até lá. Quem é que está em tua casa? - É Mãe, e os meninos... Estava Mãe, estava tio Terez, estavam todos. O senhor alto e claro se apeou. O outro, que vinha com ele, era um camarada. O senhor perguntava à Mãe muitas coisas do Miguilim. Depois perguntava a ele mesmo: - 'Miguilim, espia daí: quantos dedos da minha mão você está enxergando? E agora?" (ROSA, João Guimarães. Manuelzão e Miguilim. 9a ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.) Esta história, com narrador observador em terceira pessoa, apresenta os acontecimentos da perspectiva de Miguilim. O fato de o ponto de vista do narrador ter Miguilim como referência, inclusive espacial, fica explicitado em: a) "O homem trouxe o cavalo cá bem junto." b) "Ele era de óculos, corado, alto (...)" c) "O homem esbarrava o avanço do cavalo, (...)" d) "Miguilim queria ver se o homem estava mesmo sorrindo para ele, (...)" e) "Estava Mãe, estava tio Terez, estavam todos" 5. (Enem 2003) Observe as duas afirmações de Montesquieu (1689-1755), a respeito da escravidão: A escravidão não é boa por natureza; não é útil nem ao senhor, nem ao escravo: a este porque nada pode fazer por virtude; àquele, porque contrai com seus escravos toda sorte de maus hábitos e se acostuma insensivelmente a faltar contra todas as virtudes morais: torna-se orgulhoso, brusco, duro, colérico, voluptuoso, cruel. Se eu tivesse que defender o direito que tivemos de tornar escravos os negros, eis o que eu diria: tendo os povos da Europa exterminado os da América, tiveram que escravizar os da África para utilizá-los para abrir tantas terras. O açúcar seria muito caro se não fizéssemos que escravos cultivassem a planta que o produz. (Montesquieu, O espírito das leis.) Com base nos textos, podemos afirmar que, para Montesquieu, a) o preconceito racial foi contido pela moral religiosa. b) a política econômica e a moral justificaram a escravidão. c) a escravidão era indefensável de um ponto de vista econômico. d) o convívio com os europeus foi benéfico para os escravos africanos. e) o fundamento moral do direito pode submeter-se às razões econômicas. 6. (Enem 2004) Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo... Por isso minha aldeia é grande como outra qualquer Porque sou do tamanho do que vejo E não do tamanho da minha altura... (Alberto Caeiro) A tira "Hagar" e o poema de Alberto Caeiro (um dos heterônimos de Fernando Pessoa) expressam, com linguagens diferentes, uma mesma ideia: a de que a compreensão que temos do mundo é condicionada, essencialmente, a) pelo alcance de cada cultura. b) pela capacidade visual do observador. c) pelo senso de humor de cada um. d) pela idade do observador. e) pela altura do ponto de observação. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado fez esta foto num campo de refugiados instalados em equipamentos ferroviários na fronteira da Croácia com a Sérvia e a Bósnia, em 1994. Assim como textos, fotografias podem ser lidas: o menino que aparece no primeiro plano funciona como o tema da foto, enquanto o trem no segundo plano comenta este tema. 7. (Uerj 2001) O fotógrafo, ao enquadrar o trem parado ao fundo, onde os refugiados se encontravam instalados, ressalta o contraste entre: a) o metal e a terra b) o real e o imaginário c) o progresso e a guerra d) a infância e o mundo adulto 8. (Enem 1999) Leia o que disse João Cabral de Melo Neto, poeta pernambucano, sobre a função de seus textos: "FALO SOMENTE COMO O QUE FALO: a linguagem enxuta, contato denso; FALO SOMENTE DO QUE FALO: a vida seca, áspera e clara do sertão; FALO SOMENTE POR QUEMFALO: o homem sertanejo sobrevivendo na adversidade e na míngua. FALO SOMENTE PARA QUEM FALO: para os que precisam ser alertados para a situação da miséria no Nordeste." Para João Cabral de Melo Neto, no texto literário, a) a linguagem do texto deve refletir o tema, e a fala do autor deve denunciar o fato social para determinados leitores. b) a linguagem do texto não deve ter relação com o tema, e o autor deve ser imparcial para que seu texto seja lido. c) o escritor deve saber separar a linguagem do tema e a perspectiva pessoal da perspectiva do leitor. d) a linguagem pode ser separada do tema, e o escritor deve ser o delator do fato social para todos os leitores. e) a linguagem está além do tema, e o fato social deve ser a proposta do escritor para convencer o leitor. 9. (Enem 2000) Em muitos jornais, encontramos charges, quadrinhos, ilustrações, inspirados nos fatos noticiados. Veja o exemplo ao final da questão. O texto que se refere a uma situação semelhante à que inspirou a charge é: a) Descansam o meu leito solitário Na floresta dos homens esquecida, A sombra de uma cruz, e escrevam nela - Foi poeta - sonhou - e amou na vida. (AZEVEDO, Álvares de. Poesias escolhidas. Rio de Janeiro/Brasília: José Aguilar/M,1971) b) Essa cova em que estás Com palmos medida, é a conta menor que tiraste em vida. É de bom tamanho, Nem largo nem fundo, É a parte que te cabe deste latifúndio. (MELO NETO, João Cabral de. Morte e Vida Severina e outros poemas em voz alta. Rio de Janeiro: Sabiá, 1967) c) Medir é a medida mede A terra, medo do homem, a lavra; lavra duro campo, muito cerco, vária várzea. (CHAMIE, Mário. Sábado na hora da escutas. São Paulo; Summums, 1978) d) Vou contar para vocês um caso que sucedeu na Paraíba do Norte com um homem que se chamava Pedro João Boa-Morte, lavrador de Chapadinha: talvez tenha morte boa porque vida ele não tinha. (GULLAR, Ferreira. Toda poesia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1983) e) Trago-te flores, - restos arrancados Da terra que nos viu passar E ora mortos nos deixa e separados. (ASSIS, Machado de. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986) 10. (Enem 2003) Desiguais na fisionomia, na cor e na raça, o que lhes assegura identidade peculiar, são iguais enquanto frente de trabalho. Num dos cantos, as chaminés das indústrias se alçam verticalmente. No mais, em todo o quadro, rostos colados, um ao lado do outro, em pirâmide que tende a se prolongar infinitamente, como mercadoria que se acumula, pelo quadro afora. (Nádia Gotlib. "Tarsila do Amaral, a modernista") O texto aponta no quadro de Tarsila do Amaral um tema que também se encontra nos versos transcritos em: a) "Pensem nas meninas Cegas inexatas Pensem nas mulheres Rotas alteradas." (Vinícius de Moraes) b) "Somos muitos severinos iguais em tudo e na sina: a de abrandar estas pedras suando-se muito em cima." (João Cabral de Melo Neto) c) "O funcionário público não cabe no poema com seu salário de fome sua vida fechada em arquivos." (Ferreira Gullar) d) "Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo." (Fernando Pessoa) e) "Os inocentes do Leblon Não viram o navio entrar (...) Os inocentes, definitivamente inocentes tudo ignoravam, mas a areia é quente, e há um óleo suave que eles passam pelas costas, e aquecem." (Carlos Drummond de Andrade) 11. (Uel 2003) "Os rios que correm aqui têm a água vitalícia. Cacimbas por todo lado; Cavando o chão, água mina. Vejo agora que é verdade O que pensei ser mentira Quem sabe se nesta terra Não plantarei minha sina? Não tenho medo de terra (cavei pedra toda a vida), e para quem buscou a braço contra a piçarra da Caatinga será fácil amansar esta aqui, tão feminina" (MELO NETO, João Cabral de. Morte e vida Severina e outros poemas para vozes. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994. p. 41.) piçarra: material semidecomposto da mistura de fragmentos de rocha, areia e concreções ferruginosas. Em relação ao trecho acima, de Morte e Vida Severina, considere as afirmativas. I. Esses versos referem-se ao momento em que Severino chega à zona da mata e encontra a terra mais macia. Isso nos é revelado num estilo suave e melodioso, em que a sonoridade das palavras expressa o entusiasmo do retirante. II. "Rios", "cacimbas", "água vitalícia" e "água mina" são expressões que remetem a um pensamento positivo sobre a região por onde passa o retirante Severino. Isso mostra a sua alegria por ter encontrado um lugar onde ele viverá com toda a sua família até a morte. III. Nesse trecho Severino encontra o que procura: água e, consequentemente, vida. Isso está retratado nos versos "Não tenho medo de terra/ (cavei pedra toda a vida)". IV. A expressão "tão feminina" do último verso é uma metáfora de terra macia, fácil de trabalhar, e se opõe à expressão "piçarra da Caatinga", que significa terra dura, pedregosa. V. Os versos "Os rios que correm aqui/ têm a água vitalícia" significam que os rios nunca morrem. Essa constatação refere-se à região da Caatinga, onde Severino vive sua saga. Assinale a alternativa correta. a) Apenas as afirmativas I, III e V são corretas. b) Apenas as afirmativas I e IV são corretas. c) Apenas as afirmativas I, II e V são corretas. d) Apenas as afirmativas I, II e IV são corretas. e) Apenas as afirmativas IV e V são corretas. 12. (Enem 2007) Sobre a exposição de Anita Malfatti, em 1917, que muito influenciaria a Semana de Arte Moderna, Monteiro Lobato escreveu, em artigo intitulado Paranoia ou Mistificação: Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que veem as coisas e em consequência fazem arte pura, guardados os eternos ritmos da vida, e adotados, para a concretização das emoções estéticas, os processos clássicos dos grandes mestres. (...) A outra espécie é formada dos que veem anormalmente a natureza e a interpretam à luz das teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica das escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. (...). Estas considerações são provocadas pela exposição da sra. Malfatti, onde se notam acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso & cia. O Diário de São Paulo, dez./1917. Em qual das obras a seguir identifica-se o estilo de Anita Malfatti criticado por Monteiro Lobato no artigo? a) b) c) d) e) TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Ideologia Meu partido É um coração partido E as ilusões estão todas perdidas Os meus sonhos foram todos vendidos Tão barato que eu nem acredito Eu nem acredito Que aquele garoto que ia mudar o mundo (Mudar o mundo) Frequenta agora as festas do “Grand Monde” Meus heróis morreram de overdose Meus inimigos estão no poder Ideologia Eu quero uma pra viver Ideologia Eu quero uma pra viver O meu prazer Agora é risco de vida Meu sex and drugs não tem nenhum rock ‘n’ roll Eu vou pagar a conta do analista Pra nunca mais ter que saber quem eu sou Pois aquele garoto que ia mudar o mundo (Mudar o mundo) Agora assiste a tudo em cima do muro Meus heróis morreram de overdose Meus inimigos estão no poder Ideologia Eu quero uma pra viver Ideologia Eu quero uma pra viver CAZUZA e ROBERTO FREJAT - 1988 www.cazuza.com.br 13. (Uerj 2009) A palavra “ideologia” é dicionarizada ora como “conjunto de ideias, pensamentos, doutrinas e visões de mundo de um indivíduo ou de um grupo”, ora como “conjunto de ideias que visa à manipulação e à alienação das pessoas”. Os versos que melhor se relacionam à primeira e à segunda acepções, respectivamente, são: a) “Os meussonhos foram todos vendidos” / “Eu vou pagar a conta do analista” (v. 4 e 19) b) “Meus heróis morreram de overdose” / “É um coração partido” (v. 10 e 2) c) “Eu quero uma pra viver” / “Frequenta agora as festas do ‘Grand Monde’” (v. 13 e 9) d) “Meu sex and drugs não tem nenhum rock’n’roll” / “(Mudar o mundo)” (v. 18 e 22) 14. (Enem cancelado 2009) Ouvir estrelas “Ora, (direis) ouvir estrelas! Certo perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto, que, para ouvi-las, muita vez desperto e abro as janelas, pálido de espanto... E conversamos toda noite, enquanto a Via-Láctea, como um pálio aberto, cintila. E, ao vir o Sol, saudoso e em pranto, inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: “Tresloucado amigo! Que conversas com elas?” Que sentido tem o que dizem, quando estão contigo?” E eu vos direi: “Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas”. BILAC, Olavo. Ouvir estrelas. In: Tarde, 1919. Ouvir estrelas Ora, direis, ouvir estrelas! Vejo que estás beirando a maluquice extrema. No entanto o certo é que não perco o ensejo De ouvi-las nos programas de cinema. Não perco fita; e dir-vos-ei sem pejo que mais eu gozo se escabroso é o tema. Uma boca de estrela dando beijo é, meu amigo, assunto p’ra um poema. Direis agora: Mas, enfim, meu caro, As estrelas que dizem? Que sentido têm suas frases de sabor tão raro? Amigo, aprende inglês para entendê-las, Pois só sabendo inglês se tem ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas. TIGRE, Bastos. Ouvir estrelas. In: Becker, I. Humor e humorismo: Antologia. São Paulo: Brasiliense, 1961. A partir da comparação entre os poemas, verifica-se que, a) no texto de Bilac, a construção do eixo temático se deu em linguagem denotativa, enquanto no de Tigre, em linguagem conotativa. b) no texto de Bilac, as estrelas são inacessíveis, distantes, e no texto de Tigre, são próximas, acessíveis aos que as ouvem e as entendem. c) no texto de Tigre, a linguagem é mais formal, mais trabalhada, como se observa no uso de estruturas como “dir-vos-ei sem pejo” e “entendê-las”. d) no texto de Tigre, percebe-se o uso da linguagem metalinguística no trecho “Uma boca de estrela dando beijo/é, meu amigo, assunto p’ra um poema.” e) no texto de Tigre, a visão romântica apresentada para alcançar as estrelas é enfatizada na última estrofe de seu poema com a recomendação de compreensão de outras línguas. 15. (Enem 2004) A questão étnica no Brasil tem provocado diferentes atitudes: I. Instituiu-se o "Dia Nacional da Consciência Negra" em 20 de novembro, ao invés da tradicional celebração do 13 de maio. Essa nova data é o aniversário da morte de Zumbi, que hoje simboliza a crítica à segregação e à exclusão social. II. Um turista estrangeiro que veio ao Brasil, no carnaval, afirmou que nunca viu tanta convivência harmoniosa entre as diversas etnias. Também sobre essa questão, estudiosos fazem diferentes reflexões: Entre nós [brasileiros], (...) a separação imposta pelo sistema de produção foi a mais fluida possível. Permitiu constante mobilidade de classe para classe e até de uma raça para outra. Esse amor, acima de preconceitos de raça e de convenções de classe, do branco pela cabocla, pela cunhã, pela índia (...) agiu poderosamente na formação do Brasil, adoçando-o. " (Gilberto Freire. O mundo que o português criou.) [Porém] o fato é que ainda hoje a miscigenação não faz parte de um processo de integração das "raças" em condições de igualdade social. O resultado foi que (...) ainda são pouco numerosos os segmentos da "população de cor" que conseguiram se integrar, efetivamente, na sociedade competitiva. (Florestan Fernandes. O negro no mundo dos brancos.) Considerando as atitudes expostas acima e os pontos de vista dos estudiosos, é correto aproximar a) a posição de Gilberto Freire e a de Florestan Fernandes igualmente às duas atitudes. b) a posição de Gilberto Freire à atitude I e a de Florestan Fernandes à atitude II. c) a posição de Florestan Fernandes à atitude I e a de Gilberto Freire à atitude II. d) somente a posição de Gilberto Freire a ambas as atitudes. e) somente a posição de Florestan Fernandes a ambas as atitudes. 16. (Enem 1998) Texto 1 Mulher, Irmã, escuta-me: não ames, Quando a teus pés um homem terno e curvo jurar amor, chorar pranto de sangue, Não creias, não, mulher: ele te engana! As lágrimas são gotas da mentira E o juramento manto da perfídia. (Joaquim Manoel de Macedo) Texto 2 Teresa, se algum sujeito bancar o sentimental em cima de você E te jurar uma paixão do tamanho de um bonde Se ele chorar Se ele ajoelhar Se ele se rasgar todo Não acredite não Teresa É lágrima de cinema É tapeação Mentira CAI FORA (Manuel Bandeira) Os autores, ao fazerem alusão às imagens da lágrima sugerem que: a) há um tratamento idealizado da relação homem/mulher. b) há um tratamento realista da relação homem/mulher. c) a relação familiar é idealizada. d) a mulher é superior ao homem. e) a mulher é igual ao homem.
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