Buscar

Lista_Interpretação_Nível_elevado

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

LISTA DE EXERCÍCIOS – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 
 
1. (Enem 1999) E considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo 
imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão. Não há 
pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d'água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O 
pavão é um arco-íris de plumas. 
Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos. 
De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade. 
Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! Minha amada; de tudo que ele suscita e esplende e estremece e 
delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de glórias e me faz 
magnífico. 
 
 (BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. 20a ed.) 
 
O poeta Carlos Drummond de Andrade escreveu assim sobre a obra de Rubem Braga: 
 
O que ele nos conta é o seu dia, o seu expediente de homem, apanhado no essencial, narrativa direta e 
econômica. (...) É o poeta do real, do palpável, que se vai diluindo em cisma. Dá o sentimento da realidade e 
o remédio para ela. 
 
Em seu texto, Rubem Braga afirma que "este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o 
mínimo de elementos". Afirmação semelhante pode ser encontrada no texto de Calos Drummond de 
Andrade, quando, ao analisar a obra de Braga, diz que ela é 
a) uma narrativa direta e econômica. 
b) real, palpável. 
c) sentimento de realidade. 
d) seu expediente de homem. 
e) seu remédio. 
 
2. (Enem 1999) 
 
 
Observando as falas das personagens, analise o emprego do pronome se e o sentido que adquire no 
contexto. No contexto da narrativa, é correto afirmar que o pronome se, 
a) em I, indica reflexividade e equivale a "a si mesmas". 
b) em II, indica reciprocidade e equivale a "a si mesma". 
c) em III, indica reciprocidade e equivale a "uma às outras". 
d) em I e III, indica reciprocidade e equivale a "uma às outras". 
e) em II e III, indica reflexividade e equivale a "a si mesma" e "a si mesmas", respectivamente. 
 
 
 
 
 
 
3. (Enem 2001) No trecho abaixo, o narrador, ao descrever a personagem, critica sutilmente um outro estilo 
de época: o romantismo. 
 
"Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura da nossa 
raça, e, com certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as 
mocinhas do tempo, porque isto não é romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às 
sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era 
bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a 
outro indivíduo, para os fins secretos da criação." 
 
 (ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Jackson, 1957.) 
 
A frase do texto em que se percebe a crítica do narrador ao romantismo está transcrita na alternativa: 
a) ... o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas... 
b) era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça... 
c) Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, ... 
d) Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos ... 
e) ... o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação. 
 
4. (Enem 2002) 
 
Miguilim 
 
"De repente lá vinha um homem a cavalo. Eram dois. Um senhor de fora, o claro de roupa. Miguilim saudou, 
pedindo a bênção. O homem trouxe o cavalo cá bem junto. Ele era de óculos, corado, alto, com um chapéu 
diferente, mesmo. 
- Deus te abençoe, pequenino. Como é teu nome? 
- Miguilim. Eu sou irmão do Dito. 
- E o seu irmão Dito é o dono daqui? 
- Não, meu senhor. O Ditinho está em glória. 
O homem esbarrava o avanço do cavalo, que era zelado, manteúdo, formoso como nenhum outro. 
Redizia: 
- Ah, não sabia, não. Deus o tenha em sua guarda... Mas que é que há, Miguilim? 
Miguilim queria ver se o homem estava mesmo sorrindo para ele, por isso é que o encarava. 
- Por que você aperta os olhos assim? Você não é limpo de vista? Vamos até lá. Quem é que está em tua 
casa? 
- É Mãe, e os meninos... 
Estava Mãe, estava tio Terez, estavam todos. O senhor alto e claro se apeou. O outro, que vinha com ele, 
era um camarada. O senhor perguntava à Mãe muitas coisas do Miguilim. Depois perguntava a ele mesmo: - 
'Miguilim, espia daí: quantos dedos da minha mão você está enxergando? E agora?" 
 
 (ROSA, João Guimarães. Manuelzão e Miguilim. 9a ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.) 
 
Esta história, com narrador observador em terceira pessoa, apresenta os acontecimentos da perspectiva de 
Miguilim. O fato de o ponto de vista do narrador ter Miguilim como referência, inclusive espacial, fica 
explicitado em: 
a) "O homem trouxe o cavalo cá bem junto." 
b) "Ele era de óculos, corado, alto (...)" 
c) "O homem esbarrava o avanço do cavalo, (...)" 
d) "Miguilim queria ver se o homem estava mesmo sorrindo para ele, (...)" 
e) "Estava Mãe, estava tio Terez, estavam todos" 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. (Enem 2003) Observe as duas afirmações de Montesquieu (1689-1755), a respeito da escravidão: 
 
A escravidão não é boa por natureza; não é útil nem ao senhor, nem ao escravo: a este porque nada pode 
fazer por virtude; àquele, porque contrai com seus escravos toda sorte de maus hábitos e se acostuma 
insensivelmente a faltar contra todas as virtudes morais: torna-se orgulhoso, brusco, duro, colérico, 
voluptuoso, cruel. 
 
Se eu tivesse que defender o direito que tivemos de tornar escravos os negros, eis o que eu diria: tendo os 
povos da Europa exterminado os da América, tiveram que escravizar os da África para utilizá-los para abrir 
tantas terras. O açúcar seria muito caro se não fizéssemos que escravos cultivassem a planta que o produz. 
 
(Montesquieu, O espírito das leis.) 
 
Com base nos textos, podemos afirmar que, para Montesquieu, 
a) o preconceito racial foi contido pela moral religiosa. 
b) a política econômica e a moral justificaram a escravidão. 
c) a escravidão era indefensável de um ponto de vista econômico. 
d) o convívio com os europeus foi benéfico para os escravos africanos. 
e) o fundamento moral do direito pode submeter-se às razões econômicas. 
 
6. (Enem 2004) 
 
 
Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo... 
Por isso minha aldeia é grande como outra qualquer 
Porque sou do tamanho do que vejo 
E não do tamanho da minha altura... 
(Alberto Caeiro) 
 
A tira "Hagar" e o poema de Alberto Caeiro (um dos heterônimos de Fernando Pessoa) expressam, com 
linguagens diferentes, uma mesma ideia: a de que a compreensão que temos do mundo é condicionada, 
essencialmente, 
a) pelo alcance de cada cultura. 
b) pela capacidade visual do observador. 
c) pelo senso de humor de cada um. 
d) pela idade do observador. 
e) pela altura do ponto de observação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado fez esta 
foto num campo de refugiados instalados em 
equipamentos ferroviários na fronteira da Croácia 
com a Sérvia e a Bósnia, em 1994. 
Assim como textos, fotografias podem ser lidas: o 
menino que aparece no primeiro plano funciona 
como o tema da foto, enquanto o trem no segundo 
plano comenta este tema. 
 
 
7. (Uerj 2001) O fotógrafo, ao enquadrar o trem parado ao fundo, onde os refugiados se encontravam 
instalados, ressalta o contraste entre: 
a) o metal e a terra 
b) o real e o imaginário 
c) o progresso e a guerra 
d) a infância e o mundo adulto 
 
8. (Enem 1999) Leia o que disse João Cabral de Melo Neto, poeta pernambucano, sobre a função de seus 
textos: 
 
"FALO SOMENTE COMO O QUE FALO: a linguagem enxuta, contato denso; FALO SOMENTE DO QUE 
FALO: a vida seca, áspera e clara do sertão; FALO SOMENTE POR QUEMFALO: o homem sertanejo 
sobrevivendo na adversidade e na míngua. FALO SOMENTE PARA QUEM FALO: para os que precisam ser 
alertados para a situação da miséria no Nordeste." 
 
Para João Cabral de Melo Neto, no texto literário, 
a) a linguagem do texto deve refletir o tema, e a fala do autor deve denunciar o fato social para determinados 
leitores. 
b) a linguagem do texto não deve ter relação com o tema, e o autor deve ser imparcial para que seu texto 
seja lido. 
c) o escritor deve saber separar a linguagem do tema e a perspectiva pessoal da perspectiva do leitor. 
d) a linguagem pode ser separada do tema, e o escritor deve ser o delator do fato social para todos os 
leitores. 
e) a linguagem está além do tema, e o fato social deve ser a proposta do escritor para convencer o leitor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9. (Enem 2000) Em muitos jornais, encontramos charges, quadrinhos, ilustrações, inspirados nos fatos 
noticiados. Veja o exemplo ao final da questão. 
 
 
 
O texto que se refere a uma situação semelhante à que inspirou a charge é: 
a) Descansam o meu leito solitário 
Na floresta dos homens esquecida, 
A sombra de uma cruz, e escrevam nela 
- Foi poeta - sonhou - e amou na vida. 
 (AZEVEDO, Álvares de. Poesias escolhidas. Rio de Janeiro/Brasília: José Aguilar/M,1971) 
b) Essa cova em que estás 
Com palmos medida, 
é a conta menor 
que tiraste em vida. 
É de bom tamanho, 
Nem largo nem fundo, 
É a parte que te cabe 
deste latifúndio. 
 (MELO NETO, João Cabral de. Morte e Vida Severina e outros poemas em voz alta. Rio de Janeiro: Sabiá, 
1967) 
c) Medir é a medida 
mede 
A terra, medo do homem, a lavra; 
lavra 
duro campo, muito cerco, vária várzea. 
 (CHAMIE, Mário. Sábado na hora da escutas. São Paulo; Summums, 1978) 
d) Vou contar para vocês 
um caso que sucedeu 
na Paraíba do Norte 
com um homem que se chamava 
Pedro João Boa-Morte, 
lavrador de Chapadinha: 
talvez tenha morte boa 
porque vida ele não tinha. 
 (GULLAR, Ferreira. Toda poesia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1983) 
e) Trago-te flores, - restos arrancados 
Da terra que nos viu passar 
E ora mortos nos deixa e separados. 
 (ASSIS, Machado de. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986) 
 
 
 
 
 
 
 
 
10. (Enem 2003) 
 
 
Desiguais na fisionomia, na cor e na raça, o que 
lhes assegura identidade peculiar, são iguais 
enquanto frente de trabalho. Num dos cantos, as 
chaminés das indústrias se alçam verticalmente. 
No mais, em todo o quadro, rostos colados, um ao 
lado do outro, em pirâmide que tende a se 
prolongar infinitamente, como mercadoria que se 
acumula, pelo quadro afora. 
 
(Nádia Gotlib. "Tarsila do Amaral, a modernista") 
 
O texto aponta no quadro de Tarsila do Amaral um tema que também se encontra nos versos transcritos em: 
a) "Pensem nas meninas 
Cegas inexatas 
Pensem nas mulheres 
Rotas alteradas." (Vinícius de Moraes) 
b) "Somos muitos severinos 
iguais em tudo e na sina: 
a de abrandar estas pedras 
suando-se muito em cima." (João Cabral de Melo Neto) 
c) "O funcionário público 
não cabe no poema 
com seu salário de fome 
sua vida fechada em arquivos." (Ferreira Gullar) 
d) "Não sou nada. 
Nunca serei nada. 
Não posso querer ser nada. 
À parte isso, tenho em mim todos os 
sonhos do mundo." (Fernando Pessoa) 
e) "Os inocentes do Leblon 
Não viram o navio entrar (...) 
Os inocentes, definitivamente inocentes tudo 
ignoravam, 
mas a areia é quente, e há um óleo suave 
que eles passam pelas costas, e aquecem." (Carlos Drummond de Andrade) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11. (Uel 2003) 
 
"Os rios que correm aqui 
têm a água vitalícia. 
Cacimbas por todo lado; 
Cavando o chão, água mina. 
Vejo agora que é verdade 
O que pensei ser mentira 
Quem sabe se nesta terra 
 
Não plantarei minha sina? 
Não tenho medo de terra 
(cavei pedra toda a vida), 
e para quem buscou a braço 
contra a piçarra da Caatinga 
será fácil amansar 
esta aqui, tão feminina" 
 
(MELO NETO, João Cabral de. Morte e vida Severina e outros poemas para vozes. Rio de Janeiro: 
Nova Fronteira, 1994. p. 41.) 
 
piçarra: material semidecomposto da mistura de fragmentos de rocha, areia e concreções ferruginosas. 
 
Em relação ao trecho acima, de Morte e Vida Severina, considere as afirmativas. 
 
I. Esses versos referem-se ao momento em que Severino chega à zona da mata e encontra a terra mais 
macia. Isso nos é revelado num estilo suave e melodioso, em que a sonoridade das palavras expressa o 
entusiasmo do retirante. 
II. "Rios", "cacimbas", "água vitalícia" e "água mina" são expressões que remetem a um pensamento positivo 
sobre a região por onde passa o retirante Severino. Isso mostra a sua alegria por ter encontrado um lugar 
onde ele viverá com toda a sua família até a morte. 
III. Nesse trecho Severino encontra o que procura: água e, consequentemente, vida. Isso está retratado nos 
versos "Não tenho medo de terra/ (cavei pedra toda a vida)". 
IV. A expressão "tão feminina" do último verso é uma metáfora de terra macia, fácil de trabalhar, e se opõe à 
expressão "piçarra da Caatinga", que significa terra dura, pedregosa. 
V. Os versos "Os rios que correm aqui/ têm a água vitalícia" significam que os rios nunca morrem. Essa 
constatação refere-se à região da Caatinga, onde Severino vive sua saga. 
 
Assinale a alternativa correta. 
a) Apenas as afirmativas I, III e V são corretas. 
b) Apenas as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Apenas as afirmativas I, II e V são corretas. 
d) Apenas as afirmativas I, II e IV são corretas. 
e) Apenas as afirmativas IV e V são corretas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12. (Enem 2007) Sobre a exposição de Anita Malfatti, em 1917, que muito influenciaria a Semana de Arte 
Moderna, Monteiro Lobato escreveu, em artigo intitulado Paranoia ou Mistificação: 
 
 Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que veem as coisas e em consequência fazem arte 
pura, guardados os eternos ritmos da vida, e adotados, para a concretização das emoções estéticas, os 
processos clássicos dos grandes mestres. (...) A outra espécie é formada dos que veem anormalmente a 
natureza e a interpretam à luz das teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica das escolas rebeldes, surgidas 
cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. (...). Estas considerações são provocadas pela exposição da 
sra. Malfatti, onde se notam acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada no sentido das 
extravagâncias de Picasso & cia. 
 
O Diário de São Paulo, dez./1917. 
 
Em qual das obras a seguir identifica-se o estilo de Anita Malfatti criticado por Monteiro Lobato no artigo? 
a) 
b) 
c) 
d) 
e) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
 
Ideologia 
 
Meu partido 
É um coração partido 
E as ilusões estão todas perdidas 
Os meus sonhos foram todos vendidos 
Tão barato que eu nem acredito 
Eu nem acredito 
Que aquele garoto que ia mudar o mundo 
(Mudar o mundo) 
Frequenta agora as festas do “Grand Monde” 
 
Meus heróis morreram de overdose 
Meus inimigos estão no poder 
Ideologia 
Eu quero uma pra viver 
Ideologia 
Eu quero uma pra viver 
 
O meu prazer 
Agora é risco de vida 
Meu sex and drugs não tem nenhum rock ‘n’ roll 
Eu vou pagar a conta do analista 
Pra nunca mais ter que saber quem eu sou 
Pois aquele garoto que ia mudar o mundo 
(Mudar o mundo) 
Agora assiste a tudo em cima do muro 
 
Meus heróis morreram de overdose 
Meus inimigos estão no poder 
Ideologia 
Eu quero uma pra viver 
Ideologia 
Eu quero uma pra viver 
 
CAZUZA e ROBERTO FREJAT - 1988 
www.cazuza.com.br 
 
13. (Uerj 2009) A palavra “ideologia” é dicionarizada ora como “conjunto de ideias, pensamentos, doutrinas e 
visões de mundo de um indivíduo ou de um grupo”, ora como “conjunto de ideias que visa à manipulação e à 
alienação das pessoas”. 
Os versos que melhor se relacionam à primeira e à segunda acepções, respectivamente, são: 
a) “Os meussonhos foram todos vendidos” / “Eu vou pagar a conta do analista” (v. 4 e 19) 
b) “Meus heróis morreram de overdose” / “É um coração partido” (v. 10 e 2) 
c) “Eu quero uma pra viver” / “Frequenta agora as festas do ‘Grand Monde’” (v. 13 e 9) 
d) “Meu sex and drugs não tem nenhum rock’n’roll” / “(Mudar o mundo)” (v. 18 e 22) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14. (Enem cancelado 2009) 
 
Ouvir estrelas 
 
“Ora, (direis) ouvir estrelas! Certo 
perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto, 
que, para ouvi-las, muita vez desperto 
e abro as janelas, pálido de espanto... 
E conversamos toda noite, enquanto 
a Via-Láctea, como um pálio aberto, 
cintila. E, ao vir o Sol, saudoso e em pranto, 
inda as procuro pelo céu deserto. 
Direis agora: “Tresloucado amigo! 
Que conversas com elas?” Que sentido 
tem o que dizem, quando estão contigo?” 
E eu vos direi: “Amai para entendê-las! 
Pois só quem ama pode ter ouvido 
Capaz de ouvir e de entender estrelas”. 
 
BILAC, Olavo. Ouvir estrelas. In: Tarde, 1919. 
 
 
Ouvir estrelas 
 
Ora, direis, ouvir estrelas! Vejo 
que estás beirando a maluquice extrema. 
No entanto o certo é que não perco o ensejo 
De ouvi-las nos programas de cinema. 
Não perco fita; e dir-vos-ei sem pejo 
que mais eu gozo se escabroso é o tema. 
Uma boca de estrela dando beijo 
é, meu amigo, assunto p’ra um poema. 
Direis agora: Mas, enfim, meu caro, 
As estrelas que dizem? Que sentido 
têm suas frases de sabor tão raro? 
Amigo, aprende inglês para entendê-las, 
Pois só sabendo inglês se tem ouvido 
Capaz de ouvir e de entender estrelas. 
 
TIGRE, Bastos. Ouvir estrelas. In: Becker, I. Humor e humorismo: Antologia. São Paulo: 
Brasiliense, 1961. 
 
A partir da comparação entre os poemas, verifica-se que, 
a) no texto de Bilac, a construção do eixo temático se deu em linguagem denotativa, enquanto no de Tigre, 
em linguagem conotativa. 
b) no texto de Bilac, as estrelas são inacessíveis, distantes, e no texto de Tigre, são próximas, acessíveis aos 
que as ouvem e as entendem. 
c) no texto de Tigre, a linguagem é mais formal, mais trabalhada, como se observa no uso de estruturas 
como “dir-vos-ei sem pejo” e “entendê-las”. 
d) no texto de Tigre, percebe-se o uso da linguagem metalinguística no trecho “Uma boca de estrela dando 
beijo/é, meu amigo, assunto p’ra um poema.” 
e) no texto de Tigre, a visão romântica apresentada para alcançar as estrelas é enfatizada na última estrofe 
de seu poema com a recomendação de compreensão de outras línguas. 
 
 
 
 
 
 
 
15. (Enem 2004) A questão étnica no Brasil tem provocado diferentes atitudes: 
 
I. Instituiu-se o "Dia Nacional da Consciência Negra" em 20 de novembro, ao invés da tradicional celebração 
do 13 de maio. Essa nova data é o aniversário da morte de Zumbi, que hoje simboliza a crítica à 
segregação e à exclusão social. 
II. Um turista estrangeiro que veio ao Brasil, no carnaval, afirmou que nunca viu tanta convivência 
harmoniosa entre as diversas etnias. 
 
Também sobre essa questão, estudiosos fazem diferentes reflexões: 
 
Entre nós [brasileiros], (...) a separação imposta pelo sistema de produção foi a mais fluida possível. Permitiu 
constante mobilidade de classe para classe e até de uma raça para outra. Esse amor, acima de preconceitos 
de raça e de convenções de classe, do branco pela cabocla, pela cunhã, pela índia (...) agiu poderosamente 
na formação do Brasil, adoçando-o. " 
 
 (Gilberto Freire. O mundo que o português criou.) 
 
[Porém] o fato é que ainda hoje a miscigenação não faz parte de um processo de integração das "raças" em 
condições de igualdade social. O resultado foi que (...) ainda são pouco numerosos os segmentos da 
"população de cor" que conseguiram se integrar, efetivamente, na sociedade competitiva. 
 
 (Florestan Fernandes. O negro no mundo dos brancos.) 
 
Considerando as atitudes expostas acima e os pontos de vista dos estudiosos, é correto aproximar 
a) a posição de Gilberto Freire e a de Florestan Fernandes igualmente às duas atitudes. 
b) a posição de Gilberto Freire à atitude I e a de Florestan Fernandes à atitude II. 
c) a posição de Florestan Fernandes à atitude I e a de Gilberto Freire à atitude II. 
d) somente a posição de Gilberto Freire a ambas as atitudes. 
e) somente a posição de Florestan Fernandes a ambas as atitudes. 
 
16. (Enem 1998) 
 
Texto 1 
 
Mulher, Irmã, escuta-me: não ames, 
Quando a teus pés um homem terno e curvo 
jurar amor, chorar pranto de sangue, 
Não creias, não, mulher: ele te engana! 
As lágrimas são gotas da mentira 
E o juramento manto da perfídia. 
 (Joaquim Manoel de Macedo) 
 
 
 
 
 
 
Texto 2 
 
Teresa, se algum sujeito bancar o 
sentimental em cima de você 
E te jurar uma paixão do tamanho de um 
bonde 
Se ele chorar 
Se ele ajoelhar 
Se ele se rasgar todo 
Não acredite não Teresa 
É lágrima de cinema 
É tapeação 
Mentira 
CAI FORA 
 (Manuel Bandeira) 
 
Os autores, ao fazerem alusão às imagens da lágrima sugerem que: 
a) há um tratamento idealizado da relação homem/mulher. 
b) há um tratamento realista da relação homem/mulher. 
c) a relação familiar é idealizada. 
d) a mulher é superior ao homem. 
e) a mulher é igual ao homem.

Continue navegando