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Ética, Responsabilidade Social e Educação Ambiental A ética na construção pessoal, social, histórica e cultural Apresentação Normalmente, é frente a um dilema ético que são definidos valores e prioridades de uma sociedade. A forma como problemas são solucionados e tratados diz muito sobre o que é prioritário, no sentido humano, para uma sociedade. Dessa forma, a reflexão ética traz a dimensão da reflexão universal para um debate que, por muitas vezes, está fundamentada em questões subjetivas de seus participantes. Nesse sentido, é de suma importância o debate em torno de questões éticas que envolvem a sociedade em sua mais ampla pluralidade. É nesse contexto que podemos refletir sobre problemas que vão da bioética até um conflito de guerra, por exemplo. Nesta Unidade de Aprendizagem, você poderá refletir acerca da complexidade que envolve o pensamento ético. Verá também as concepções históricas relacionadas ao fundamento da ética moral religiosa ou racional, bem como o posicionamento ético sobre si nas relações de trabalho. Bons estudos. Desafio Atualmente, vivemos tempos que os conflitos armados ainda persistem no mundo. Tivemos exemplos como os conflitos na Síria, Palestina, Europa Oriental, África Subsariana, entre outras regiões do planeta, que ocorreram. Entretanto pelos interesses pessoais de governos existe a perspectiva de continuidade destas desordens, apesar do desejo dos habitantes destes locais que estes conflitos cessem. Acontece que, em uma situação de guerra, por mais que os objetivos estejam claros, que uma população procure paz, as populações sofrem. Muitas são as consequências, seja por escassez de alimentos, perda de suas residências ou mais comum, pela violência, que leva a perda de familiares, amigos e conhecidos. Pode-se dizer que a guerra gera situações em que a ética não prevalece em uma posição soberana. Nesse contexto, você é um debatedor e deve responder, em uma conferência sobre "Ética em tempos de guerra", à seguinte questão: é possível manter preceitos éticos em uma guerra? Redija um texto argumentativo sobre a possibilidade de uma ética de Estado, ou, ainda, a preservação de uma ética cultural mesmo em situação de guerra. Levando em consideração que trata-se de uma fala em um debate, apresente argumentos sobre a manutenção da ética mesmo na guerra. RESPOSTA ESPERADA: A resposta esperada gira em torno do seguinte argumento: A manutenção de um tratado ético, ou, ainda, de uma universalidade ética é extremamente comprometida em casos de guerra. Ou seja, é dificultoso manter uma ideia de paz, de respeito ao próximo, de máximas universais em uma situação que o mínimo de respeito encontra-se comprometido. Assim, em conflitos, vemos a transgressão aos direitos humanos, não somente a quem está na linha de frente, mas, sobretudo, aos da população que é afetada por violações fisícas e morais. Dessa forma, falar em ética em tempos de guerra causa um paradoxo: ainda que esteja almejando um bem maior a minha pátria, portanto aos meus, estou destruindo o mundo do outro que me é diferente. É correto afirmar que não existe ética na guerra. Por outra lado pode-se dizer que até existem alguns rituais de respeito entre os combatentes e os habitantes das áreas conflituosas. O mais conhecido é o jus in bello (Direito Internacional Humanitário – DIH), que trada das normas e códigos de conduta que devem ser respeitados durante um conflito armado. Esta norma é representado pelas convenções de guerra de Genebra e Haia. Esta atitude descreve como os combatentes devem agir durante os enfrentamentos. Entretanto o dia a dia da realidade crua da guerra não se apresenta favorável a qualquer sistema de cooperação (conceito essencial na teoria de regimes) entre os Estados inimigos, por conta que as decisões individuais dos combatentes levarão em conta, por exemplo a agressividade, postura egoísta e maximização dos ganhos. Desta forma, mesmo um código de guerra não garante respeito aos seus preceitos. Pois como pode-se falar em respeito quando o maior objetivo é prevalecer sobre o inimigo a qualquer custo? Portanto, não há ética em tempos de guerra. Infográfico Há várias situações que configuram a ausência ou a negação de nacionalidade a indivíduos, tornando-os apátridas. Os judeus alemães, na Segunda Guerra Mundial, por exemplo, foram considerados apátridas. Tal situação configura uma violação à Declaração Universal de Direitos Humanos, adotada pela ONU em 1948. O maior problema dessa situação é que sem uma nacionalidade reconhecida por um Estado, o indivíduo não tem garantia de direitos humanos fundamentais. Neste Infográfico, você verá a difícil condição dos apátridas e as circunstâncias que conferem a negação de nacionalidade a um indivíduo. Exercícios 1. Thomas Hobbes foi um dos filósofos contratualistas que fundamentaram a criação do Estado a partir da ausência de leis que configuravam o Estado de natureza. Ou seja, o Estado decorre de necessidades dos indivíduos que começaram a surgir a partir da convivência entre grupos e povos. Dessa forma, é correto afirmar que, para Hobbes, o Estado é fruto de quais motivos? A. Segundo a teoria hobbesiana, no Estado de natureza prevalecia a sobrevivência pacífica. O que levou à criação do Estado foi a necessidade de se formalizar a sociedade. B. Para Hobbes, o Estado de natureza configurava a primeira forma de contrato social. A passagem ao Estado se deu por dificuldade em dividir as tarefas, precisando, assim, de um líder. C. Segundo a teoria hobbesiana, o Estado surge da necessidade dos humanos em se proteger uns dos outros e ter leis que garantam direitos e deveres, vivendo, assim, de forma mais segura. D. Segundo Hobbes, o Estado não é necessário para a ordem social e se deu meramente pela evolução da época e, com isso, a necessidade hierárquica que se instaurou entre os humanos. E. Segundo Hobbes, o Estado não deve criar direitos paras os sujeitos, mas deveres, a fim de trazer o aumento econômico, uma vez que ele surge a partir da necessidades de organização monetária. Você acertou! C. Segundo a teoria hobbesiana, o Estado surge da necessidade dos humanos em se proteger uns dos outros e ter leis que garantam direitos e deveres, vivendo, assim, de forma mais segura. 2. A relação em um ambiente de trabalho envolve uma designação em torno do que deve ser realizado em cada função. Os filósofos Foucault e Byung-Chul Han concordam sobre a noção de ética em um ambiente de trabalho, a partir da noção de sujeito. Nesse sentido, assinale qual relação deve ser estabelecida entre empregado e empregador para que a empresa conquiste os resultados almejados: A. É necessária uma relação de oposição, de forma que o empregador esteja sempre atento às atividades do empregado. B. É necessária uma relação de criatividade, desempenho e confiança. Cada um deve exercer uma ética de si. C. Uma boa relação de trabalho não deve se fundamentar em diálogo, dado que cada um sabe o que deve ser feito. D. A ética de si só deve valer para o empregado, pois sendo o empregador o dententor da empresa, ele só demanda. E. A ética deve ser reservada à vida privada e em espaço públicos destinados a isso, não deve ser exercida no trabalho. Você acertou! B. É necessária uma relação de criatividade, desempenho e confiança. Cada um deve exercer uma ética de si. 3. A ética, ao longo da História, já teve distintas formas de fundamentação. Na Idade Média, o que prevaleceu foi o argumento do fundamento religioso cristão. Na Idade Moderna, o argumento central para a ação ética era a razão. Assinale a alternativa correta que representa a reflexão ética na atualidade: A. A discussão ética, na atualidade, é fundamentada no movimento religioso do protestantismo. B. Os dilemas éticos atuais são discutidos com base, apenas, nos direitos fundamentais. C. A reflexão ética fica restrita a discussão sobre o que é autônomo ou não, independente da universalidade. D. A ética fica restrita aos fundamentos científicos e, por conseguinte, analíticos dentro de uma situação. E. A atual discussão ética buscalevar em consideração o perspectivismo e a melhor solução comum. Você acertou! E. A atual discussão ética busca levar em consideração o perspectivismo e a melhor solução comum. 4. A modernidade é reconhecida eticamente como o período da autonomia e do esclarecimento. É correto afirmar que esse fundamento racionalista ético, mediante o discurso filosófico, se deu porque: A. a modernidade é considerada racionalista pela influência dramatúrgica dos escritores na Filosofia. B. o marco do pensamento moderno é a Revolução Tecnológica, que altera o modo de compreensão do mundo. C. o pensamento moderno é marcado pela autonomia, racionalidade e maioridade frente à ação ética do indivíduo. D. a modernidade não é reconhecida como racional, mas como extremamente subjetiva e mística. E. A modernidade é pensada a partir do misticismo cartesiano e kantiano sobre a existência de Deus. Você acertou! C. o pensamento moderno é marcado pela autonomia, racionalidade e maioridade frente à ação ética do indivíduo. 5. Sabe-se que ética e moral, por vezes, são confundidas. Qual é a principal distinção entre uma categoria e outra? Assinale a alternativa correta: A. A ética se ocupa dos males sociais e a moral dos bons costumes. B. A moral é mais benévola do que a ética, pois define o indivíduo. C. A ética é uma conjunção dos argumentos morais. D. A moral é a negação da ética, dado que o valor se encontra na tradição apenas. E. A ética se ocupa da ação universal e a moral da concepção privada. Você acertou! E. A ética se ocupa da ação universal e a moral da concepção privada. Tentativa: 1Acertos: 5 / 5Nota: 100 %Envio: 27/02/2024