Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula 4 – Esquadrias de Madeira UNIDADE 2 – INSTALAÇÕES 33 Unidade 2 – Instalações Aula 4: Esquadrias de Madeira A madeira é um dos materiais de construção mais utilizados pelo homem, possuindo características técnicas que favorecem sua utilização nas mais diversas etapas e elementos construtivos de uma obra. Boa resistência mecânica, bom nível de isolamento termo acústico e facilidade de afeiçoamento (podem ser trabalhadas com ferramentas simples) aliado com o valor estético que proporciona, faz da madeira uma excelente matéria-prima para execução de esquadrias, as quais se destacam pela nobreza e sofisticação nos acabamentos. 1. Características das Esquadrias Há uma grande gama de espécies de madeiras que podem ser utilizadas como matérias-primas para a fabricação de esquadrias, devendo ser analisado basicamente dois critérios: maleabilidade e resistência a umidade. Vale destacar que para que se possa executar uma esquadria com qualidade é necessário que a madeira esteja completamente seca, caso contrário, a madeira continuará com o processo de secagem mesmo depois da esquadria instalada, podendo ocorrer deformações irreversíveis. Dentre as espécies mais utilizadas, destacam-se: Cumaru, Ipê, freijó, cedro-mara, itaúba. Aula 4 – Esquadrias de Madeira ESQUADRIAS 34 A madeira é utilizada tanto em obras com características rusticas quanto obras sofisticadas, destacando-se pelo valor estético que proporcionam em seus acabamentos. A principal desvantagem que este material apresenta é a vulnerabilidade de grande parte das espécies, quando expostas a condições climáticas adversas. A umidade, radiação solar e agente biológico, interfere na estrutura da madeira acarretando primeiro a perda de seu valor estético e posteriormente sua degradação. Outra desvantagem é que este material pode apresentar variações de volume (retração ou inchamento), em função da variação da umidade, mesmo depois de trabalhadas. No entanto, existem maneiras de proteger a madeira e minimizar os efeitos causados por agente naturais. A aplicação de substâncias químicas é a melhor forma de protege-la e aumentar sua vida útil, sendo que existem uma vasta linha de produtos disponíveis no mercado com diferentes características. Porém é importante que a aplicação destes produtos seja rotineira, o que também acaba se tornando uma desvantagem. 2. Fabricação Os fabricantes de esquadrias de madeira buscam por espécies que apresentem boa maleabilidade, boa resistência à umidade e que se adaptem as diversas particularidades de projetos com custos viáveis. O processo de fabricação de portas e janelas de madeira segue as etapas descritas na sequência: 1º Passo: Preparação – Antes do início do processo de fabricação de esquadrias, a madeira deve se apresentar seca, a fim de se evitar possíveis deformações durante a produção. O processo de secagem natural é o mais recomendado, porém uma secagem completa ao natural pode levar até 2 anos; 2º Passo: Corte – Nessa primeira etapa do procedimento industrial propriamente dito, deve-se cortar a madeira que dará forma à estrutura futura. Ocorre o corte e também se tem o fresamento dos perfis de madeiras que formarão os caixilhos, por exemplo (essa etapa tem a função de formar o perfil de madeira que vai construir o caixilho); 3º Passo: Proteção - Após a transformação da madeira bruta em peça, deve-se tratar o produto contra agentes biológicos, com passagem de resinas e antissépticos. O processo de proteção é dado colocando a estrutura dentro de um recipiente com substâncias químicas que irão neutralizar a ação de insetos e microrganismos que possam prejudicar a longevidade do material ou a perda de resistência; 4º Passo: Acabamento e Colagem – Depois da proteção concedida pela ação de substâncias químicas, as peças são levadas até máquinas, como Aula 4 – Esquadrias de Madeira UNIDADE 2 – INSTALAÇÕES 35 desempenadeiras, plainas e lixadeiras, que possuem a função de retirar possíveis deformações, como curvaturas indesejadas e realizam lixamento superficial, proporcionando forma final à estrutura. Após esse acabamento, as partes da estrutura final são montadas (geralmente possuem encaixe do tipo espiga, porém ocorre variação de acordo com o fabricante, podendo ocorrer encaixe tipo cavilha) e coladas, finalizando o processo de montagem. A fabricação da esquadria é finalizada com a colocação das ferragens, como: dobradiças, fechaduras, rodízios, borboletas, trincos, visores, entre outras. A esquadria finalizada é protegida no seu esquadro, embalada e estocada até ser solicitada em obra. É recomendada a estocagem na posição vertical em piso nivelado e livre de possíveis agentes externos que possam prejudicar a estrutura, mas o assunto será retomado na 4ª Unidade. 3. Execução de Esquadrias de Madeira 3.1. Portas As portas, como já estudado, são as esquadrias com função de privacidade e transição de ambientes, sendo constituídas além da peça de madeira de materiais como: dobradiças, fechaduras, marcos, visores, entre outros. A execução de portas de madeira é um processo considerado simples, geralmente é utilizada uma espuma de poliuretano expansiva, que auxilia na correta adequação da esquadria junto ao vão. As portas são sistemas funcionais constituídos de batente ou marco (quando é mais estreito que a parede), guarnição (alisares ou vistas), folha ou folhas e ferragens (dobradiças, fechadura, travas e fixadores). O batente é o elemento fixo que guarnece o vão Aula 4 – Esquadrias de Madeira ESQUADRIAS 36 da parede onde se prende a folha de porta, e que tem um rebaixo (jabre) contra o qual a folha de porta se fecha. A folha é a parte móvel da porta, e quando é do tipo de articulação, o sentido de abertura é à direita ou à esquerda de quem olha a porta do lado em que não aparecem as dobradiças. O alisar (guarnição ou vista) é a peça fixada ao batente e destinada a emoldurá-lo (para arremate junto da parede). A instalação de uma porta de madeira ocorre da seguinte forma, considerando o método mais atual de execução, com utilização de espuma de poliuretano e Kit Porta pronta. 1º Passo: Preparação do Vão - O cuidado na preparação dos vãos na alvenaria é fundamental para a fim de se evitar problemas posteriores à aplicação da peça de Aula 4 – Esquadrias de Madeira UNIDADE 2 – INSTALAÇÕES 37 esquadria. É necessário prover uma folga entre a alvenaria e a esquadrias para que a mesma possa ser posicionada, aprumada e nivelada. Atentar que quando a fixação não for feita com espuma, deve-se proceder o trabalho com tacos ou grapas, conforme figura. 2º Passo: Colocação do marco - Deve-se colocar o batente, fixando e travando com cunhas, posicionando-as preferencialmente nos cantos dos caixilhos e sem excesso de força, pois este movimento exagerado pode ocasionar empenamento; também se deve averiguar o prumo, nível e cotas. A figura ilustra a fixação de batente; 3º Passo: Após o posicionamento da esquadria no vão, devidamente aprumada e nivelada, é feito a aplicação da espuma. A figura ilustra a posição correta de Aula 4 – Esquadrias de Madeira ESQUADRIAS 38 aplicação dos pontos de espuma. Após a aplicação da espuma é recomendada uma pausa a fim de que ocorra a correta ação desta. O tempo de pausa varia de fabricante, podendo ser de 2hs até um dia; 4º Passo: Após o intervalo de colocação da espuma deve ser cortado o excesso desta, por meio de estilete, por exemplo. Também devem ser retiradas cunhas, ripas e travamentos; 5º Passo: Por fim, deve-secolar os encaixes finais como guarnições, em meia esquadria para encaixe perfeito com a parte superior, fixando-as nos marcos reguláveis; 3.1.1. Colocação de Portas Montadas no Local Devem ser respeitados os seguintes pontos: • Encostar a porta no encaixe do batente para verificar as folgas e ajustes; • Manter 3 mm de folga entre a porta e batente (montantes e travessa); • Manter 8 mm de folga entre a porta e o piso; • Marcar e colocar as dobradiças, usando ferramentas adequadas (furadeira e brocas, plainas, formões e ponteiros); • Colocar a fechadura na porta e furos no batente para lingueta e trinco; • Colocar cavilhas nos furos dos parafusos e dar o último acabamento; • Testar o funcionamento, fazer ajustes; • Cortar, ajustar e pregar as guarnições (pode ficar para depois da pintura); • Manter as portas fechadas ou travadas com cunhas para evitar que batam com o vento. Aula 4 – Esquadrias de Madeira UNIDADE 2 – INSTALAÇÕES 39 3.2. Janelas A especificação da utilização de janelas de madeira tem ficado, cada vez mais, restrito às habitações de alto padrão e às edificações para fins comerciais (restaurantes e lojas), devido, principalmente, ao seu alto custo. Em geral, as janelas de madeira têm os seguintes componentes: • Batente: também de madeira na forma de marcos, pois não atingem a espessura total da parede, como mostram as figuras a seguir: • Vidraça: chamado claro da janela, é constituído de um quadro com baguetes onde são fixados os vidros com massa de vidraceiro ou filetes de madeira ou alumínio; • Venezianas: chamada também de escuro, é a vedação da janela contra a entrada de claridade e permitir alguma ventilação; • Guarnição: mesma função que nas portas, para dar acabamento entre a alvenaria e o batente; • Peitoril: dependendo do tipo de janela o peitoril pode ser externo, interno ou ambos com a mesma função da soleira, dar acabamento e impedir a infiltração de água; • Pingadeira: no caso de janelas mais trabalhadas deve utilizar pingadeiras para evitar a infiltração de água; 3.3. Quadros Resumos de Instalação As instalações de Esquadrias de Madeira podem ser resumidas nos seguintes passos e procedimentos: Aula 4 – Esquadrias de Madeira ESQUADRIAS 40 Aula 4 – Esquadrias de Madeira UNIDADE 2 – INSTALAÇÕES 41 Baseado e adaptado de CBIC, Jonas Vieira Rodrigues. Edições sem prejuízo de conteúdo.
Compartilhar