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Aula 4 – Esquadrias de Madeira 
 
UNIDADE 2 – INSTALAÇÕES 
 
 
 
 
 
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Unidade 2 – Instalações 
 
Aula 4: Esquadrias de Madeira 
 
A madeira é um dos materiais de construção mais utilizados pelo homem, possuindo 
características técnicas que favorecem sua utilização nas mais diversas etapas e elementos 
construtivos de uma obra. Boa resistência mecânica, bom nível de isolamento termo acústico 
e facilidade de afeiçoamento (podem ser trabalhadas com ferramentas simples) aliado com o 
valor estético que proporciona, faz da madeira uma excelente matéria-prima para execução 
de esquadrias, as quais se destacam pela nobreza e sofisticação nos acabamentos. 
 
1. Características das Esquadrias 
Há uma grande gama de espécies de madeiras que podem ser utilizadas como 
matérias-primas para a fabricação de esquadrias, devendo ser analisado basicamente dois 
critérios: maleabilidade e resistência a umidade. Vale destacar que para que se possa 
executar uma esquadria com qualidade é necessário que a madeira esteja completamente 
seca, caso contrário, a madeira continuará com o processo de secagem mesmo depois da 
esquadria instalada, podendo ocorrer deformações irreversíveis. 
Dentre as espécies mais utilizadas, destacam-se: Cumaru, Ipê, freijó, cedro-mara, 
itaúba. 
 
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A madeira é utilizada tanto em obras com características rusticas quanto obras 
sofisticadas, destacando-se pelo valor estético que proporcionam em seus acabamentos. 
A principal desvantagem que este material apresenta é a vulnerabilidade de grande 
parte das espécies, quando expostas a condições climáticas adversas. A umidade, radiação 
solar e agente biológico, interfere na estrutura da madeira acarretando primeiro a perda de 
seu valor estético e posteriormente sua degradação. Outra desvantagem é que este 
material pode apresentar variações de volume (retração ou inchamento), em função da 
variação da umidade, mesmo depois de trabalhadas. 
No entanto, existem maneiras de proteger a madeira e minimizar os efeitos causados 
por agente naturais. A aplicação de substâncias químicas é a melhor forma de protege-la e 
aumentar sua vida útil, sendo que existem uma vasta linha de produtos disponíveis no 
mercado com diferentes características. Porém é importante que a aplicação destes 
produtos seja rotineira, o que também acaba se tornando uma desvantagem. 
2. Fabricação 
Os fabricantes de esquadrias de madeira buscam por espécies que apresentem boa 
maleabilidade, boa resistência à umidade e que se adaptem as diversas particularidades de 
projetos com custos viáveis. O processo de fabricação de portas e janelas de madeira segue 
as etapas descritas na sequência: 
1º Passo: Preparação – Antes do início do processo de fabricação de esquadrias, a 
madeira deve se apresentar seca, a fim de se evitar possíveis deformações 
durante a produção. O processo de secagem natural é o mais recomendado, 
porém uma secagem completa ao natural pode levar até 2 anos; 
2º Passo: Corte – Nessa primeira etapa do procedimento industrial propriamente 
dito, deve-se cortar a madeira que dará forma à estrutura futura. Ocorre o corte 
e também se tem o fresamento dos perfis de madeiras que formarão os caixilhos, 
por exemplo (essa etapa tem a função de formar o perfil de madeira que vai 
construir o caixilho); 
3º Passo: Proteção - Após a transformação da madeira bruta em peça, deve-se 
tratar o produto contra agentes biológicos, com passagem de resinas e 
antissépticos. O processo de proteção é dado colocando a estrutura dentro de 
um recipiente com substâncias químicas que irão neutralizar a ação de insetos e 
microrganismos que possam prejudicar a longevidade do material ou a perda de 
resistência; 
4º Passo: Acabamento e Colagem – Depois da proteção concedida pela ação de 
substâncias químicas, as peças são levadas até máquinas, como 
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desempenadeiras, plainas e lixadeiras, que possuem a função de retirar possíveis 
deformações, como curvaturas indesejadas e realizam lixamento superficial, 
proporcionando forma final à estrutura. Após esse acabamento, as partes da 
estrutura final são montadas (geralmente possuem encaixe do tipo espiga, porém 
ocorre variação de acordo com o fabricante, podendo ocorrer encaixe tipo 
cavilha) e coladas, finalizando o processo de montagem. A fabricação da 
esquadria é finalizada com a colocação das ferragens, como: dobradiças, 
fechaduras, rodízios, borboletas, trincos, visores, entre outras. A esquadria 
finalizada é protegida no seu esquadro, embalada e estocada até ser solicitada 
em obra. É recomendada a estocagem na posição vertical em piso nivelado e livre 
de possíveis agentes externos que possam prejudicar a estrutura, mas o assunto 
será retomado na 4ª Unidade. 
3. Execução de Esquadrias de Madeira 
3.1. Portas 
As portas, como já estudado, são as esquadrias com função de privacidade e transição 
de ambientes, sendo constituídas além da peça de madeira de materiais como: dobradiças, 
fechaduras, marcos, visores, entre outros. A execução de portas de madeira é um processo 
considerado simples, geralmente é utilizada uma espuma de poliuretano expansiva, que 
auxilia na correta adequação da esquadria junto ao vão. 
 
As portas são sistemas funcionais constituídos de batente ou marco (quando é mais 
estreito que a parede), guarnição (alisares ou vistas), folha ou folhas e ferragens 
(dobradiças, fechadura, travas e fixadores). O batente é o elemento fixo que guarnece o vão 
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da parede onde se prende a folha de porta, e que tem um rebaixo (jabre) contra o qual a 
folha de porta se fecha. A folha é a parte móvel da porta, e quando é do tipo de articulação, 
o sentido de abertura é à direita ou à esquerda de quem olha a porta do lado em que não 
aparecem as dobradiças. O alisar (guarnição ou vista) é a peça fixada ao batente e destinada 
a emoldurá-lo (para arremate junto da parede). 
 
A instalação de uma porta de madeira ocorre da seguinte forma, considerando o 
método mais atual de execução, com utilização de espuma de poliuretano e Kit Porta 
pronta. 
1º Passo: Preparação do Vão - O cuidado na preparação dos vãos na alvenaria é 
fundamental para a fim de se evitar problemas posteriores à aplicação da peça de 
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esquadria. É necessário prover uma folga entre a alvenaria e a esquadrias para 
que a mesma possa ser posicionada, aprumada e nivelada. Atentar que quando a 
fixação não for feita com espuma, deve-se proceder o trabalho com tacos ou 
grapas, conforme figura. 
 
2º Passo: Colocação do marco - Deve-se colocar o batente, fixando e travando com 
cunhas, posicionando-as preferencialmente nos cantos dos caixilhos e sem 
excesso de força, pois este movimento exagerado pode ocasionar empenamento; 
também se deve averiguar o prumo, nível e cotas. A figura ilustra a fixação de 
batente; 
 
3º Passo: Após o posicionamento da esquadria no vão, devidamente aprumada e 
nivelada, é feito a aplicação da espuma. A figura ilustra a posição correta de 
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aplicação dos pontos de espuma. Após a aplicação da espuma é recomendada 
uma pausa a fim de que ocorra a correta ação desta. O tempo de pausa varia de 
fabricante, podendo ser de 2hs até um dia; 
 
4º Passo: Após o intervalo de colocação da espuma deve ser cortado o excesso 
desta, por meio de estilete, por exemplo. Também devem ser retiradas cunhas, 
ripas e travamentos; 
5º Passo: Por fim, deve-secolar os encaixes finais como guarnições, em meia 
esquadria para encaixe perfeito com a parte superior, fixando-as nos marcos 
reguláveis; 
3.1.1. Colocação de Portas Montadas no Local 
Devem ser respeitados os seguintes pontos: 
• Encostar a porta no encaixe do batente para verificar as folgas e ajustes; 
• Manter 3 mm de folga entre a porta e batente (montantes e travessa); 
• Manter 8 mm de folga entre a porta e o piso; 
• Marcar e colocar as dobradiças, usando ferramentas adequadas (furadeira e 
brocas, plainas, formões e ponteiros); 
• Colocar a fechadura na porta e furos no batente para lingueta e trinco; 
• Colocar cavilhas nos furos dos parafusos e dar o último acabamento; 
• Testar o funcionamento, fazer ajustes; 
• Cortar, ajustar e pregar as guarnições (pode ficar para depois da pintura); 
• Manter as portas fechadas ou travadas com cunhas para evitar que batam 
com o vento. 
 
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3.2. Janelas 
A especificação da utilização de janelas de madeira tem ficado, cada vez mais, restrito 
às habitações de alto padrão e às edificações para fins comerciais (restaurantes e lojas), 
devido, principalmente, ao seu alto custo. Em geral, as janelas de madeira têm os seguintes 
componentes: 
• Batente: também de madeira na forma de marcos, pois não atingem a 
espessura total da parede, como mostram as figuras a seguir: 
 
• Vidraça: chamado claro da janela, é constituído de um quadro com baguetes 
onde são fixados os vidros com massa de vidraceiro ou filetes de madeira ou 
alumínio; 
• Venezianas: chamada também de escuro, é a vedação da janela contra a 
entrada de claridade e permitir alguma ventilação; 
• Guarnição: mesma função que nas portas, para dar acabamento entre a 
alvenaria e o batente; 
• Peitoril: dependendo do tipo de janela o peitoril pode ser externo, interno ou 
ambos com a mesma função da soleira, dar acabamento e impedir a 
infiltração de água; 
• Pingadeira: no caso de janelas mais trabalhadas deve utilizar pingadeiras para 
evitar a infiltração de água; 
3.3. Quadros Resumos de Instalação 
As instalações de Esquadrias de Madeira podem ser resumidas nos seguintes passos e 
procedimentos: 
 
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Baseado e adaptado de CBIC, 
Jonas Vieira Rodrigues. 
Edições sem prejuízo de 
conteúdo.

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