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Lei do Ventre Livre

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Lei do Ventre Livre
Sendo alvo de críticas dos ingleses desde antes da Independência, o Império Brasileiro em 1826,
assinou um acordo com esse país europeu comprometendo-se a acabar com o comércio de escravos
até o ano de 1830. Esse seria, assim, o embrião da Lei Áurea, que se daria apenas em 13 de maio de
1888. Entretanto, a proibição não foi colocada em evidência. De forma ilegal, os africanos escravizados
continuaram a ser trazidos e atracavam junto aos navios negreiros em locais desertos do litoral, para
não gerar nenhum tipo de alarde.
A lei do ventre livre prometia liberdade
aos filhos das escravas a partir de sua
promulgação. | Imagem: Reprodução
Ao longo do século XIX, as nações que ainda mantinham uma estrutura escravocrata, assim como o
Brasil, sofreram intensas pressões ideológicas para que essa prática fosse extinta. Dessa maneira, a
consolidação de uma sociedade imperialista , voltada ao lucro imediato e com grandes visões a respeito
das perspectivas do consumo, via na escravidão um empecilho para atingir sua principal meta: a de
aumentar o consumo. Como ao trabalho escravo não cabia nenhum tipo de remuneração, essas
pessoas não se faziam consumidoras dos produtos gerados nas fábricas. Com o passar dos anos os
discursos humanitários e abolicionistas ganharam campo de força diante à opinião pública em todo o
mundo.
A assinatura da Lei do Ventre Livre
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Sob o clima de anseios de mudança surgiu a lei nº 2.040 de 28 de setembro de 1871. Instituída como
“Lei do Ventre Livre”, a iniciativa que visava conceder a liberdade aos filhos de mulheres escravas a
partir da data de sua promulgação, que fora assinada pela princesa regente Isabel de Bragança e
Bourbon, filha de Dom Pedro II.
A lei, que também era conhecida como Lei do Rio Branco, porque nesse período o membro do Partido
Conservador, Visconde do Rio Branco, era o chefe do gabinete do senado, trazia consigo uma série de
contradições. A mais evidente delas é a de que mesmo livres, as crianças libertas deveriam prestar
serviços aos seus respectivos senhores até completarem 21 anos de idade. Uma segunda alternativa e
menos rentável para os detentores dessa mão-de-obra “em estado de liberdade “, era entregar esses
garotos e garotas ao governo, que indenizaria os adeptos da iniciativa com algo em torno de 600 mil
réis.
A lei não foi tão boa na prática
E é bem verdade que quase todas as crianças permaneciam com os seus senhores depois de atingir a
maioridade. Só eram dispensados os filhos de escravos que fossem doentes, cegos ou deficientes
físicos. Os senhores também começaram a considerar todo o tempo até a maioridade das crianças
como geradores de encargos e quando os jovens escravos se viam libertos tinham que prestar serviços
gratuitos ao antigo senhor para poder quitar as dívidas, voltando a se ver então, numa situação de
escravidão.
Alguns estudiosos dizem que a lei de 1871 não trouxe avanços significativos para a causa dos negros
escravizados, foi apenas uma forma de deturpar a verdade e tentar enganar os membros do
abolicionismo, que andavam bastante exaltados na época.

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