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INTRODUÇÃO-À-PSICOPEDAGOGIA

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SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 3 
2 FUNDAMENTOS DA PSICOPEDAGOGIA ...................................................... 4 
3 CAMPOS DE ATUAÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA .......................................... 9 
4 A PSICOPEDAGOGIA NO BRASIL ............................................................... 13 
5 ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA E APRENDIZAGEM ESCOLAR .............. 19 
6 DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA ............................ 23 
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao 
da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno 
se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, 
para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno 
faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço 
virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser 
direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe 
convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida 
e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
4 
 
2 FUNDAMENTOS DA PSICOPEDAGOGIA 
 
Fonte: psicoinsight.net.br 
A psicopedagogia surgiu com o objetivo de auxiliar as pessoas com dificuldades 
de aprendizagem, e seus campos de atuação são prioritariamente ações preventivas em 
instituições e em ambulatórios de atendimento individualizado (BOSSA, 2011, p. 48). A 
psicopedagogia busca conflitos na aprendizagem com técnicas de trabalho que podem 
ser desenvolvidas individualmente ou em grupo com o objetivo de salvar a vontade de 
aprender, de observar quais fatores podem ou não contribuir para o processo ensino-
aprendizagem. 
A psicopedagogia tem uma abordagem interdisciplinar que inclui pedagogia, 
psicanálise, psicologia, epistemologia, linguística, neuropsicologia, dentre outras áreas 
(BOSSA, 2011, p. 40). As áreas supracitadas que norteiam a prática psicopedagógica 
não devem ser utilizados isoladamente. O indivíduo deve ser entendido como um ser 
social e complexo. 
 
5 
 
Nos anos 60 e 70 as correntes teóricas, principalmente, utilizadas na 
Psicopedagogia eram o Behaviorismo e o Humanismo. O Behaviorismo tinha o 
estímulo e resposta como parte essencial. Enquanto que, o Humanismo 
propunha fazer a vontade do ser que aprende. O ser humano como ser histórico 
e social não era valorizado (MARTINI, 1994, p.3). 
Atualmente, observa-se que a psicopedagogia se apoia em três fundamentos 
teóricos: psicanálise, associacionismo e construtivismo. Na psicanálise, a conexão é um 
fundamento importante, portanto, após a psicanálise é necessário estabelecer a conexão 
para que ela ocorra. No associacionismo, a avaliação centra-se na técnica, neste caso o 
elemento externo supera o elemento cognitivo. No construtivismo, as relações sociais 
são fundamentais para o desenvolvimento, pois orientam o sujeito na construção do 
conhecimento (MARTINI, 1994, p.4). 
O sujeito acaba se constituindo durante sua vida, aprende e reaprende. Através 
da aprendizagem, as pessoas começam a se desenvolver para estabelecer sua própria 
identidade a partir de suas vivências, segundo Martini, (1994, p. 1) '[...] processo de 
aprendizagem pode ser positivo, prazeroso e eficaz, mas, por outro lado, o inverso pode 
ocorrer, e o aprender torna-se uma dificuldade e um desprazer’. 
Sendo o processo de ensino e aprendizagem um processo complexo, é necessário 
lidar com as questões intrínsecas a esse processo. O papel do psicopedagogo baseia-se 
em grande parte nas dificuldades que podem surgir no processo, de forma que ele possa 
descobrir as barreiras que o impedem de aprender, oportunizando assim possíveis meios 
a serem adequados a intervir no problema. 
Portanto, é importante para o psicopedagogo compreender como ocorre a 
aprendizagem. E alguns teóricos, particularmente no campo da psicologia, podem ajudar 
a entender alguns desses problemas. O behaviorismo pode ser exemplificado no ensino 
tradicional, onde a criticidade do aluno não é incentivada e o professor é reconhecido 
como um mero instrutor dentro de uma relação vertical que prevalece e pode ser vista 
como um estilo de ensino arcaico para muitos, como retrata o autor a seguir: 
Muitos críticos designam esta tese por psicologia da mente vazia, tanto por se 
recusar a estudar a vida mental, quanto por defender que esta surge, não de 
potencialidades mentais inatas no organismo, mas sim da associação entre 
reflexos automáticos e determinados estímulos do meio. Segundo Watson, 
qualquer comportamento humano ou animal (desde uma simples emoção até à 
resolução de um complicado problema matemático) pode ser explicado pelo 
 
6 
 
encadeamento de associações simples entre estímulos e respostas. De acordo 
com esta posição, Watson opôs-se vigorosamente aos defensores de teorias 
inatistas (segundo as quais a aprendizagem depende do potencial de inteligência 
com que nascemos) e maturacionistas (segundo as quais a aprendizagem 
depende do processo de maturação fisiológica) (GONÇALVES, 2007, p. 27). 
Portanto, Watson ignorou fatores que agora sabemos serem importantes e apenas 
define a pessoa para analisar seus instintos. Watson teorizou que o condicionamento, 
por meio de estímulos, poderia resolver qualquer problema apresentado pelo sujeito. 
Segundo Gonçalves (2007, p. 27): "Watson garantiu que se pudéssemos monitorar e 
controlar constantemente os estímulos de um recém-nascido à medida que crescia, 
poderíamos fazer o que quiséssemos: advogado, médico, pedinte [...]" . Para o Watson, 
o meio foi o fator que influenciou o comportamento, se o controle fosse dado sobre o 
meio, o comportamento desejado seria obtido. 
No humanismo, a teoria se baseava em liberar a criatividade do aluno para 
intensificar o aprendizado. Carl Rogers um dos principais teóricos do humanismo e 
declara que: 
[...] a pessoa educada é aquela que aprendeu a aprender, que aprendeu a 
adaptar-se e mudar, que aprendeu que nenhum conhecimento é seguro e que só 
o processo de busca do conhecimento provê base para segurança. A abordagem 
rogeriana implica que o ensino seja centrado no aluno, que a atmosfera da sala 
de aula tenha o estudante como centro; implica confiar na potencialidade do 
aluno para aprender, em deixá-lo livre para aprender, escolher seus caminhos, 
seus problemas, suas aprendizagens. O importante não é aprender certos 
conteúdos, mas sim a autorrealização e o aprender a aprender (MOREIRA, 2009, 
p.56). 
Portanto, o professor dessa escola de pensamento deve esperar que o aluno 
assuma o controle das ações e gere seu conhecimento, pois a aprendizagem depende 
do aluno e de suas atitudes, o professor nessa teoria será o mediador (MOREIRA, 2009, 
p. 56). Para Carl Rogers, o indivíduo é responsável pela capacidade de mudança, como 
afirma Moreira (2009, p.56) Ele acredita que as pessoas têm a capacidade dentro de si 
mesmas de descobrir o que as torna infelizes e de fazer mudanças em suas vidas, mas 
essa capacidade pode estar latente e um fator importante foi esquecido nessa 
abordagem, o social. 
O materialismo-histórico surgiu nos anos 80, foi uma oposição ao behaviorismo e 
ao humanismo. No entanto, segundo Neves (1991 apud ANJOS; DIAS, 2015), os três 
 
7 
 
fundamentos teóricos eram inflexíveis em suas posições e ignoravam aspectos 
biológicos,psicológicos e sociais relevantes. O materialismo-histórico não legitima o 
presente sem considerar o passado em seus acontecimentos, políticos, econômicos e 
sociais segundo, conforme revela os autores ao apontarem que : 
[...] a educação nunca pode ser vista desatrelada do processo histórico. A História 
é a palavra chave de toda a nossa fundamentação, pois é por meio da História 
que se pode analisar o presente, ou seja, é somente conhecendo o passado que 
se compreende o momento vivido em que se estabelecem relações. Ressalta-se 
sempre em formar e não informar, formar pessoas capazes de refletirem, de 
pensarem, de fazerem indagações (BARROS; FRANCO 2008, p.4). 
Como caracteriza Anjos e Dias (2015), o materialismo histórico tem sua origem em 
Karl Marx, é uma crítica ao consumismo, ao capitalismo em detrimento do socialismo. 
O associacionismo enfatiza o conteúdo que é aplicado aos alunos, a aula deve ser 
realizada de acordo com essa linha de pensamento em uma ordem a ser seguida para 
que o aluno possa chegar a uma resposta correta apresentada pelo autor a seguir: 
Associacionismo é o termo usado para caracterizar, dentro da Psicologia, 
qualquer teoria que defenda, como base de explicação teórica dos fenômenos 
psíquicos, a determinação dos elementos básicos que o determinam, elementos 
esses que seriam irredutíveis, seguindo, assim, a influência da Física da época 
que via o átomo como elemento irredutível, indivisível (NEVES, 1997, p 1 apud 
ANJOS; DIAS, 2015). 
Porém, Sisto (1996 apud ANJOS; DIAS, 2015) cita essa metodologia como um 
modo de ensino técnico e que não prioriza a cognição. O condicionamento continua 
sendo uma parte central do ensino e o exterior persiste sobre o interno. Como alternativa 
a essa teoria, o autor apresentou uma opção teórica, a do construtivismo piagetiano. 
Para Sisto (1996 apud ANJOS; DIAS, 2015) a teoria do construtivismo não 
beneficia apenas o conteúdo, o foco está na construção do conhecimento com a 
valorização das interações que ocorrem no cotidiano. A psicopedagogia não seria apenas 
transferir ao aluno a obrigação de aprender, e seu intelecto seria uma compreensão de 
que o conhecimento não pode ser recebido sozinho, apenas com instruções ou 
reconstruções do ensino. A conjectura dessa aprendizagem se distinguiu por entender 
que o conhecimento deve exigir procedimentos que não privilegie apenas o cognitivo ou 
afetivo do aluno, segundo Moreira: 
 
8 
 
Outra consequência clara é a do conflito cognitivo. Segundo a teoria piagetiana, 
o sujeito, interagindo com o mundo, constrói esquemas de assimilação com os 
quais, então, assimila situações conhecidas. Quando a situação é nova é preciso 
acomodar, ou seja, reformular um esquema de assimilação, construir um novo 
esquema, ou abandonar a tarefa. O ensino, em consequência, deve provocar 
conflitos cognitivos, quer dizer, propor situações para as quais os esquemas dos 
alunos não funcionem, de modo a provocar a necessidade de construção de 
novos esquemas. Em termos técnicos, dir-se-ia que o ensino deve conduzir à 
equilibração majorante e, portanto, a aprendizagens (2009, p.17). 
Piaget postula que a criança deve assimilar e após pode acomodar a informação 
recebida ou não, ao modificar seus esquemas com essas construções cognitivas. Na 
interação com o mundo, o indivíduo avança para uma integração organizada, pois a cada 
novo conhecimento adquire mais possibilidades de se adaptar ao meio e aumenta seu 
grau de organização. Com qualquer conhecimento que leve à acomodação, o sujeito 
também alcançará adaptação e organização (MOREIRA, 2009, p.13). 
Para Piaget, as relações sociais são críticas para o desenvolvimento, pois o sujeito 
influencia e é, em última análise, influenciado pelo ambiente social. As crianças 
aprendem a se comportar por meio da interação com os adultos, novos comportamentos 
surgem a cada contato. A socialização tem forte influência na sua identidade, mas é 
importante ressaltar que os estágios de maturação afetam o nível de socialização. De 
acordo com Piaget, a socialização tem dois requisitos básicos, cooperação e coação. 
A relação de cooperação é dinâmica por gerar possibilidades; como afirma 
Piaget, os caminhos, para aquele que se compromete em ser cooperativo com o 
outro, são muitos. Quanto à criança, as primeiras relações que estabelece são 
as de coação – pai, mãe/filhos (as); adulto, professor/criança. Isso, pelo fato de 
que o infante é aquele que deverá ser educado e orientado pelo adulto. O próprio 
Piaget afirma ser esta fase obrigatória e necessária para se estabelecer o 
processo de socialização da criança (GOMEZ et al, 2010, p.1) 
Piaget denomina coação e cooperação como comportamentos nas relações 
sociais. A coação indicaria a relação de prestígio de uma pessoa com outra, como a de 
um aluno com seu professor, ou a disseminação de ideais, conceitos e princípios 
tradicionais do ambiente social. O sujeito é compelido, ele se restringe a acreditar sem 
questionar, revelar essas ideais leva à preservação de ideias, crenças, pensamentos e 
dogmas. Nesse tipo de comportamento, o sujeito produz uma relação desequilibrada e 
não consegue se desenvolver plenamente porque não é crítico e acredita em verdades 
prontas e acabadas. Esse tipo de relacionamento é considerado baixo porque não há 
 
9 
 
conversa, ela se perde na socialização, tanto o coagido quanto o que coagi. (GOMEZ et 
al, 2010, p.1) A cooperação seria uma forma crítica de socialização, mas para Piaget as 
crianças precisam de normas e, portanto, o relacionamento de coação é necessário. 
As teorias influenciaram as concepções psicopedagógicas, mas também as áreas 
do conhecimento que foram e são responsáveis pela formação da psicopedagogia. Como 
já relatado, a psicopedagogia surge da união de diferentes campos do conhecimento, 
como filosofia, neurologia, sociologia, linguística e psicanálise. Segundo Sisto (1996 apud 
ANJOS; DIAS, 2015), a psicopedagogia no Brasil tem sido sustentada em três pilares, 
psicanálise, associação e construtivismo. 
A psicanálise tem um viés emocional, o aprendizado para essa área do 
conhecimento só é feito se houver afeto para fazer a criação do vínculo, segundo Klein: 
Ao falarmos da importância do emocional e intelectual nas aprendizagens, 
percebemos que ambos não ocorrem completamente sozinhos. Há sempre um 
objeto, o objeto a ser conhecido ou aquele que impulsiona para o conhecimento. 
Pode ser a mãe, o pai ou o professor. É ele quem dá condições para que as 
aprendizagens aconteçam. Nesse momento, o vínculo recebe maior destaque, 
pois ele ocorre como uma ponte, que estabelece conexões, para que tanto o 
emocional, quanto o intelectual consigam se desenvolver de forma adequada. 
(2010, p.4). 
Para que a aprendizagem aconteça, é importante o estabelecimento de vínculos 
afetivos, pois eles possibilitam o desenvolvimento. Para Sisto (1996 apud ANJOS; DIAS, 
2015) esse aumento da afetividade, além de outros fatores intelectuais, pode levar as 
crianças normais, como crianças com transtornos mentais, a serem deficientes, pois 
podem ter problemas de aprendizagem em apenas uma área do conhecimento e isso é 
fácil de resolver. 
3 CAMPOS DE ATUAÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA 
A psicopedagogia é conhecida como um campo multidisciplinar que estuda 
diferentes disciplinas e estuda o comportamento, a mentalidade, o racionamento e o 
aprendizado humano. Portanto, está vinculado ao campo da saúde e da educação para 
estudar melhor o processo de aprendizagem de cada indivíduo e assim compreender sua 
situação levando em consideração seu estado de saúde, seus recursos econômicos, sua 
 
10 
 
convivência familiar, sua interação acadêmica e com a sociedade onde está inserido, 
todos esses elementos intervêm no desenvolvimento da aprendizagem (ALMEIDA, 
2020). 
O objetivo da psicopedagogia era inicialmente tratar alunos com dificuldades de 
aprendizagem, como raciocínio deficiente, hiperatividade, déficitde atenção e outros 
problemas, profissionais atentaram em reconhecer como fazer, como evitar, sendo 
alguns dos obstáculos que o campo psicopedagógico vem tentando superar desde 
meados do século XIX. 
Atualmente, a resolução das dificuldades que algumas pessoas têm em adquirir 
conhecimentos está a ser desenvolvida em vários campos, por exemplo a 
psicopedagogia clínica, que está a ser desenvolvida em hospitais e centros de saúde 
para tratar o paciente que se encontra em estado de não aprendizagem. Diante desse 
impasse, o psicopedagogo necessita de habilidades que vão além da pedagogia e da 
psicologia, pois a superação desses problemas de não aprendizagem requer 
conhecimentos teóricos de outras áreas, cuja compreensão é adquirida durante sua 
formação psicopedagógica. 
De acordo com Cipriano, (2011): 
Essas duas áreas não são suficientes para apreender o objeto de estudo da 
Psicopedagogia - o processo de aprendizagem e suas variáveis - e nortear a sua 
prática. Dessa forma, recorre-se a outras áreas como a Filosofia, a Neurologia, a 
Sociologia, a Linguística e a Psicanálise, no sentido de alcançar compreensão 
desse processo. Vimos que, devido à complexidade do seu objeto de estudo, são 
importantes à Psicopedagogia conhecimentos específicos de diversas outras 
teorias[...]. 
Segundo esses relatos, na psicopedagogia é usado o conhecimento teórico em 
áreas como a psicanálise, que é o aspecto psicológico do ser, a forma de pensar etc. É 
o conhecimento neuropsicológico que possibilita o funcionamento do cérebro, as 
atividades cerebrais desenvolvidas, as evoluções mentais que ocorreram, etc. A 
psicologia social, que se encarrega de estudar o crescimento interpessoal dos indivíduos, 
as relações sociais, familiares, econômicas e escolares precisas que intervêm em todo o 
processo de aprendizagem; a questão linguística aproxima a compreensão da linguagem 
da história deste meio de comunicação humana, da estrutura e evolução da linguagem, 
 
11 
 
entre outras coisas, todas essas áreas contribuem para a construção da aprendizagem 
humana (ALMEIDA, 2020). 
De acordo com Cipriano, (2011): 
A psicopedagogia no campo clínico emprega como recurso principal realização 
de entrevistas operativas dedicadas à expressão e a progressiva resolução da 
problemática individual e/ou grupal daqueles que a consultam. O psicopedagogo 
também é um profissional bastante solicitado para trabalhar em hospitais o que 
chamamos de psicopedagogia hospitalar. 
Primeiramente, a sessão de aconselhamento começa com um diálogo detalhado 
com a pessoa, que examina todos os possíveis problemas relacionados à aprendizagem, 
avalia suas relações familiares, financeiras e interpessoais, levando em consideração as 
interações com outros cidadãos. De acordo com o conteúdo do relato, é possível 
perceber seu próprio estado, bom ou mal, pois esses problemas afetam diretamente a 
atenção humana e o estilo de vida, de forma a se alcançar um processo de aprendizagem 
efetivo. Em seguida, com as informações obtidas por meio do questionário desenvolve 
um plano de ação para solucionar os problemas levantados (ALMEIDA, 2020). 
Segundo Gamba e Trento (2009, p.2, apud ANJOS e DIAS, 2015, p.08): 
Para que o trabalho em uma clínica de Psicopedagogia seja realizado com 
sucesso, o envolvimento dos profissionais que ali atuam é de extrema 
importância. O psicopedagogo precisa estar atento às inúmeras possibilidades 
de intervenção, levando em conta as dificuldades apresentadas pelos clientes 
que buscam sua ajuda, bem como a própria disponibilidade frente a novos 
aprendizados demonstrados por este (GAMBA; TRENTO 2009, p.02, apud 
ANJOS; DIAS, 2015, p.08). 
Para definir um tratamento adequado, é necessário que o psicopedagogo estude 
profundamente o indivíduo a ser tratado, saiba de onde se originou o problema relatado, 
compreende as dificuldades encontradas e compreende o raciocínio de cada indivíduo. 
Dessa forma, o profissional avalia aplicando teste de coordenação motora, testes de 
memória, entre outras coisas. Assim tenta adequar sempre o cuidado ao seu paciente 
diante da necessidade presente, para então poder decidir, de acordo com a análise 
realizada, se aplica tratamento terapêutico ou preventivo. 
Porém, além de levar em conta o trabalho do profissional para se chegar a um 
resultado no tratamento, o paciente também deve estar pronto para cooperar, ou seja, 
 
12 
 
para aderir aos exercícios sugeridos pelo psicopedagogo, ter o cuidado de realizar eles 
corretamente e, em seguida, ativamente participar do tratamento, pois é difícil prescindir 
do envolvimento do paciente e irá levar ao insucesso do processo proposto pelo 
psicopedagogo, portanto, é necessário estar atento a essa questão (ALMEIDA, 2020). 
Segundo Bossa (2000), o papel do psicopedagogo no ambiente hospitalar, o 
profissional clínico visa trabalhar as diversas dificuldades de aprendizagem de crianças, 
adolescentes e adultos para recuperar a autoestima perdida no caminho da educação 
escolar e de ajudar a perceber que eles têm a habilidade e são capazes de realizar os 
exercícios escolares que sugerem por conta própria. A profissão clínica é exercida em 
instituições de saúde públicas e privadas, sendo as atividades desenvolvidas de forma 
individual. 
A psicopedagogia clínica é a ciência que tenta resolver os bloqueios de 
aprendizagem por meio do diagnóstico. Atuar em ambiente clínico é diferente da 
tradicional escola-aluno, esse processo educacional alternativo vai além do cotidiano 
escolar, a atuação desse profissional é de suma importância para o desenvolvimento do 
indivíduo que possui essa deficiência intelectual no que se refere ao ensino e 
aprendizagem, a busca por novos métodos auxilia na formação do ser crítico, diante do 
diagnóstico encontrado, é necessário que o psicopedagogo abra novos caminhos e crie 
formas de transmitir informações ao sujeito (ALMEIDA, 2020). 
Desta forma, o psicopedagogo procura realizar o seu trabalho com eficácia no 
ambiente hospitalar, tornando-se o mediador do saber para o indivíduo e, a partir daí, 
buscando um "caminho" que o guie e lhe permita superar as dificuldades que encontrou 
no decorrer da sua experiência de vida, tomando consciência de que é capaz de aprender 
e fazer o que lhe é sugerido com o maior benefício possível, visto que está demonstrado 
que todos têm capacidade de aprender, basta adaptar esses ensinamentos a qualquer 
pessoa que tem dificuldade em processar o conteúdo de forma convencional, forma que 
ainda hoje é imposta nas instituições de ensino. 
 
13 
 
4 A PSICOPEDAGOGIA NO BRASIL 
Na educação brasileira existe uma especialização denominada Psicopedagogia 
que serve de alicerce para a construção do conhecimento e de grande suporte para a 
escola, com o envolvimento de pais e professores tendo o aluno como foco. 
Bossa (2007, p. 19) relata que “a psicopedagogia nasceu como produção de 
conhecimento científico a partir da necessidade de uma melhor compreensão do 
processo de aprendizagem; não basta como aplicação da psicologia à pedagogia”. A 
psicopedagogia engloba essas duas áreas do conhecimento, pois trata das dificuldades 
de aprendizagem no ambiente escolar. Um apoia o outro, mas não precisa ser este 
necessariamente apenas para resolver problemas de aprendizagem. Portanto, esta área 
busca outras formas de conhecimento na medicina para se basear em suas pesquisas e 
assim encontrar respostas para os supostos transtornos do indivíduo. Trataria de utilizar 
apenas essas duas disciplinas para resolver problemas de aprendizagem, mas não de 
aplicar uma à outra, mas de estabelecer uma nova área que, com seus saberes, pensa 
seu sujeito a partir de seu próprio corpo teoricamente, que busca modelar. 
Para Mota et al (2014), as preocupações com as dificuldades de aprendizagem 
surgiram na Europa no século XIX, uma época em que o capitalismo industrial estava se 
consolidando. As dificuldadesde aprendizagem despertaram o interesse de alguns 
acadêmicos e passaram a ser foco de atenção. A medicina iniciou o estudo aprofundado 
e o estudo das causas dos problemas e suas possíveis correções; a oftalmologia, a 
neurologia e a psiquiatria, entre outras, faziam parte desses estudos, pois era por meio 
deles que se fazia o diagnóstico definitivo. No final do século XIX, educadores, psiquiatras 
e neuropsiquiatras começaram a lidar com aspectos que dificultam a aprendizagem e 
métodos organizados para a educação infantil. 
Para Visca (1987, p. 33), 
A psicopedagogia nasceu como uma ocupação empírica pela necessidade de 
atender as crianças com dificuldades na aprendizagem, cujas causas eram 
estudadas pela medicina e psicologia. Com o decorrer do tempo, o que 
inicialmente foi uma ação subsidiária destas disciplinas, perfilou-se como um 
conhecimento independente e complementar, possuidor de um objeto de estudo 
(o processo de aprendizagem) e de recursos diagnósticos, corretores e 
preventivos próprios. 
 
14 
 
Como afirma Mota et al (2014), com o tempo, o campo da psicopedagogia se 
expandiu para incluir várias áreas do conhecimento e se baseia nessas diferentes 
ciências, como psicanálise, pedagogia, neurologia e psicologia. A psicopedagogia 
dedica-se às dificuldades humanas que impedem a aprendizagem, tenta diagnosticar e 
tratar as dificuldades escolares e está direcionada para as crianças; é um importante 
suporte para o seu desenvolvimento e essa prática no Brasil tem trazido resultados 
importantes, pois auxilia crianças, adolescentes e até adultos no desenvolvimento da 
aprendizagem. 
No Brasil, o problema de aprendizagem há muito é explicado como produto de 
fatores orgânicos (LEFÉVRE, 1968, 1975, 1981; GRÜNSPUN, 1990). Nesse caso, a 
forma de tratamento do sujeito determina tais dificuldades. Em 1970, ficou claro que as 
causas das dificuldades de aprendizagem eram causadas por disfunção cerebral mínima 
(DCM). 
A Psicopedagogia chegou ao Brasil na década de 70, em uma época cujas 
dificuldades de aprendizagem eram associadas a uma disfunção neurológica 
denominada de Disfunção Cerebral Mínima (DCM) que virou moda neste período, 
servindo para camuflar problemas sociopedagógicos (BOSSA, 2000, p. 48-49). 
Essa forma de caracterizar o comportamento da criança foi um caminho curto para 
um diagnóstico que explicasse os fatores de dificuldade nas aulas e repetência, 
efetivamente repassados aos familiares e considerados verdadeiros e aceitos. Problemas 
como a dislexia, termo que se usava para designar a criança, já que em muitos casos os 
problemas levantados pelos alunos não tinham um diagnóstico preciso. No momento em 
que surgia o interesse em estudar os fatores que impediam a produção dos alunos na 
escola, o sistema de ensino brasileiro passava por um conflituoso processo de 
democratização em relação à qualidade do ensino. Assim, os problemas patológicos do 
sistema educacional foram mascarados para esconder o sofrimento dos problemas 
educacionais que surgiram a partir daquele momento político (MOTA et al, 2014). 
Na década de 1970, o Brasil introduziu os primeiros cursos de especialização em 
psicopedagogia, que proporcionaram a psicólogos e educadores a oportunidade de 
buscar fundamentos e soluções para melhorar e compreender alguns problemas de 
aprendizagem (MOTA et al, 2014). 
 
15 
 
Para Vial (1979 apud BAETA, 1989, p. 19), 
[...] fazendo um retrospecto das argumentações adotadas para explicar o 
fracasso escolar, nos aponta que “... os primeiros trabalhos, dominados por 
teorias organicistas, centravam suas explicações nas noções de 
congenitabilidade e de hereditariedade, atribuindo todas as perturbações, que 
não fossem causadas por lesão nervosa, a disfunção neurológica e os retardos 
de maturação imputados a um equipamento genético defeituoso”. 
Os problemas de fracasso escolar apresentados pela criança na época de seu 
estudo eram direcionados e tratados pelos médicos assistentes. Os resultados dos testes 
realizados em laboratório revelaram os problemas causados pela herança hereditária ou 
relacionados com o sistema nervoso. Porém, tratava-se de uma declaração de médicos, 
ainda hoje no cotidiano escolar é uma ação de professores e familiares quando tais 
problemas são percebidos. 
Patto (apud COLLARES, 1997, p. 25) afirma que: 
[...] ‘processo social de produção do fracasso escolar’ se realiza no cotidiano da 
escola... O fracasso da escola pública elementar é o resultado de um inevitável 
sistema educacional congenitamente gerador de obstáculos à realização de seus 
objetivos. Reprodução ampliada das condições de produção dominantes na 
sociedade que as incluem, as relações hierárquicas de poder, a segmentação e 
a burocratização do trabalho pedagógico, marcas registradas do sistema público 
do ensino elementar, criam condições institucionais para a adesão dos 
educadores à simularidade, a uma prática motivada acima de tudo por interesses 
particulares, a um comportamento caracterizado pelo descompromisso social. 
De acordo com Mota et al (2014), no Brasil, uma das causas do fracasso escolar 
tem sido historicamente identificada como resultado da sociedade, principalmente 
quando se trata de escolas públicas que têm que seguir regras rígidas de quem domina 
a escola e acaba atrapalhando os objetivos da escola. No ambiente escolar centrado no 
aluno, surgem diversos problemas como lotação de alunos em sala de aula, excesso de 
trabalho dos professores, barreiras que os profissionais da área encontram para atingir 
seus objetivos, em termos de intenções, não conclusão e finalização do plano de aula. 
Todas essas barreiras pesam sobre a escola, pois ela é responsável pela construção de 
ideias, conceitos e ações, ou seja, caminhos que o indivíduo trilha, incluindo sua 
frequência e plena persistência em uma sociedade multicultural. 
Segundo Bossa (2000, p. 21): 
 
16 
 
O termo Psicopegagogia distingue-se em três conotações: como uma prática, 
como um campo de investigação do ato de aprender e como um saber científico. 
Portanto, é importante que se tente entender a Psicopedagogia como uma área 
que vem, ao longo de sua história, criando um corpo teórico próprio, 
sistematizando instrumentos capazes de dar conta de suas investigações, não 
se propondo a especializar um profissional dando a ele parte do que lhe falta. 
No Brasil, o termo psicopedagogia ainda é desconhecido por grande parte da 
população, não se sabe exatamente do que se trata a profissão e quais as contribuições 
que ela oferece, pois a profissão só é conhecida e interessada quando é necessário apoio 
para fornecer qualquer tipo de apoio de dificuldades na escola que afetam alguém da 
família ou conhecido, resultado da abordagem do psicopedagogo: quando o aluno é 
recebido na instituição, ele ou ela acaba desempenhando o papel de psicólogo, 
fonoaudiólogo ou até mesmo terapeuta. 
A regulamentação brasileira avançou no Projeto de Lei nº 128/2000 e na Lei nº 
10.891. No entanto, a regulamentação de qualquer nova profissão, como a psicanálise 
por exemplo, esbarra em forte obstáculo constitucional, pois o artigo 5º da Constituição 
brasileira prevê a “liberdade de exercício profissional”, o que deixa claro que o profissional 
da psicopedagogia pode exercer sua profissão se necessário e pela comunidade 
solicitada (MOTA et al, 2014). 
O regulamento dos cursos de pós-graduação em psicopedagogia, coordenado 
pelo MEC, confere a esses especialistas competência para a realização de seu trabalho 
em empresas, clínicas, hospitais e escolas. A lei vigente que dá a formação do 
psicopedagogo é a Resolução 12/83, de 06/10/83 que formam especialistas, no caso os 
chamados "especialistas em psicopedagogia". O estabelecimento educacional deve 
atender aos padrões educacionais para poder emitir certificados de pós-graduação 
(MOTA et al, 2014). 
De acordo com Visca (1987), a psicopedagogia foi inicialmente uma medidapromovida pela medicina e pela psicologia, que posteriormente foi delineada como um 
saber independente e complementar que possui um objeto de estudo, o chamado 
processo de aprendizagem, e seus próprios recursos diagnósticos, corretivos e 
preventivos. 
A partir da ação psicopedagógica e sua atuação em relação às dificuldades do 
processo de aprendizagem, ficou claro que se trata de um coadjuvante para outras áreas 
 
17 
 
da medicina, pois se trata da busca de fatores prejudiciais ao ser humano e do 
diagnóstico e tratamento dos problemas apresentados. 
Segundo Mota et al (2014), o professor e médico argentino Júlio Bernaldo de 
Quiros, que esteve envolvido nos grupos que tratam do problema de aprendizagem para 
organizar os núcleos, dedicou-se por muito tempo ao estudo da leitura e da escrita e o 
resultado dessa experiência foi a sua publicação nas décadas de 1950 e 1960, período 
em que se destacam suas experiências, seus trabalhos são diversos, tanto na Argentina 
quanto no Brasil. 
Conta também com profissionais de Porto Alegre que inauguraram o Centro de 
Estudos de Formação em Psicopedagogia. O professor Nilo Fichtner fundou o Centro de 
Estudos Médicos e Pedagógicos do Rio Grande do Sul, um curso de formação que 
oferece um referencial modelado no exercício do médico (MOTA et al, 2014). 
Segundo Kiguel (apud BOSSA, 2007, p. 55) “embora a psicopedagogia seja um 
campo interdisciplinar, ela se expandiu consideravelmente nos últimos anos, mas 
historicamente está mais associada à educação do que à medicina e à psicologia”. A 
psicopedagogia conta com outras áreas do conhecimento como neurologia, filosofia e 
psicologia para apoiar o seu trabalho, para melhor compreender as barreiras que 
dificultam a aprendizagem e os processos relacionados com a aprendizagem humana. 
Na década de 1990, várias instituições começaram a oferecer cursos com foco em 
psicopedagogia, antes da criação de cursos formais de especialização e 
aperfeiçoamento. A preocupação era cada vez maior para resolver as questões de 
aprendizagem, oferecendo uma área distinta com mais força e a demanda seguiu o 
mesmo ritmo, pois havia interesse em melhorar e uma base para obtê-la conhecimentos 
específicos para trabalhar com a criança em sala de aula (MOTA et al, 2014). 
Hoje pode-se ver a importância do curso e as contribuições da psicopedagogia 
para a educação. As diferenças no papel do psicopedagogo nas instituições e clínicas 
são claras, pois ele auxilia as partes que lidam diretamente com os problemas de saúde 
humana. 
O Psicopedagogo é o profissional que auxilia na identificação e resolução dos 
problemas no processo de aprender. O Psicopedagogo está capacitado a lidar 
com as dificuldades de aprendizagem, um dos fatores que leva à multirrepetência 
e à evasão escolar, conduzindo à marginalização social. Esse profissional detém 
 
18 
 
um corpo de conhecimentos científicos oriundos da articulação de várias áreas 
aliado a uma prática clínica e/ou institucional que considera a multiplicidade de 
fatores que interferem na aprendizagem. Poderão exercer a profissão do 
Psicopedagogo no Brasil os portadores de certificado de conclusão de curso de 
especialização em Psicopedagogia em nível de Pós-graduação, expedido por 
escolas ou instituições devidamente autorizadas ou credenciadas nos termos de 
legislação pertinente (SCOZ; COLL, 1998 apud BOSSA, 2000). 
No Brasil, a valorização dos psicopedagogos nas instituições de ensino é cada vez 
mais reconhecida e seu espaço tem sido conquistado e reconhecido. A escola precisa 
fornecer o suporte necessário para que não falhe; monitorar e apoiar o aluno e sua 
família. Toda instituição de ensino precisa ter um profissional da área para cuidar dos 
eventuais problemas, pois sua presença nesse ambiente tem pontos positivos em todos 
os sentidos, motivos que impedem o professor de se exaurir por ter reprovado por não 
ter atingido seus objetivos com determinados alunos. Orienta também os familiares no 
trato com a criança após terem sido orientados pelos diretores e professores; facilita a 
implantação do Projeto Político-Pedagógico (PPP) e assim aponta caminhos, pois busca 
objetivos dentro da escola e é um espaço no qual cidadãos críticos se formam e se 
integram em uma sociedade heterogênea (MOTA et al, 2014). 
Para Paín (1987, p. 15), 
[...] nesse lugar do processo de aprendizagem coincidem um momento histórico, 
um organismo, uma etapa genética da inteligência e um sujeito associado a 
tantas outras estruturas teóricas, de cuja engrenagem se ocupa e preocupa a 
Epistemologia; referimo-nos principalmente ao materialismo histórico, à teoria 
piagetiana da inteligência e à teoria psicanalítica de Freud, enquanto instauram 
a ideologia, a operatividade e o inconsciente. 
Mota et al (2014), afirma que a abordagem da profissão revela sua importância e 
a cooperação com a sociedade, que evita o fracasso escolar, se responsabiliza pela 
redução dos problemas de aprendizagem nas escolas e, assim, reduz as altas taxas de 
reprovação nas aulas. Como obrigação social de contribuir para a compreensão do 
processo de aprendizagem e para a identificação dos fatores facilitadores e 
comprometedores do processo, causas que impedem a criança de alcançar resultados 
positivos em seu desenvolvimento podem ser esclarecidas através de seu histórico 
familiar e suas raízes. Desta forma fica claro que o psicopedagogo é uma ferramenta 
 
19 
 
importante para solucionar as causas que desencadeiam o fracasso escolar e, assim, 
evitar um descompasso para a sociedade. 
5 ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA E APRENDIZAGEM ESCOLAR 
 
Fonte: institutoinclusaobrasil.com 
A aprendizagem é um processo profundo que envolve todo o sujeito, permitindo-
lhe compreender o movimento mental, as emoções e os processos cognitivos das 
pessoas. Todos esses conceitos fazem parte do processo educacional, para entender 
todas essas habilidades, principalmente as dificuldades de aprendizagem, é necessário 
reavaliar o comportamento do indivíduo na escola. Com essa necessidade, os 
psicopedagogos surgiram para ajudar a superar os contratempos na educação. 
Bossa (2000) ressalta que: 
A aprendizagem é um fruto da história de cada sujeito e das relações que ele 
consegue estabelecer com o conhecimento ao longo da vida (da infância a 
velhice). A aprendizagem, não é um processo individual, isto é, não depende 
exclusivamente do esforço de quem aprende, mas sim de um processo coletivo. 
(BOSSA, 2000, p.30) 
 
20 
 
Cada um tem sua forma particular de adquirir o principal fator de aprendizagem, 
aprender é o processo de transferência em que o professor é o tutor que entrega o 
conteúdo educacional, esse processo não é absorvido da mesma forma para todos, cada 
um entende algo completamente diferente do que os outros. Portanto, é eficaz para o 
intermediário dar os passos necessários na transferência de conhecimento, ou seja, a 
aprendizagem coletiva é muito importante para o professor, e a participação das turmas 
e dos professores devem acontecer com naturalidade, passando confiança para a turma 
e permitindo que discutam assuntos relacionados a educação (ALMEIDA, 2020). 
Para Almeida (2020), a psicopedagogia visa abranger o campo profissional da 
aprendizagem humana, o método tem como objeto principal de investigação o sujeito, 
este campo interdisciplinar proporciona atuação em diversas situações, e promove 
métodos múltiplos de acordo com cada particularidade no âmbito da aprendizagem. De 
acordo com as exigências, é cada vez maior a necessidade da presença desse 
profissional em qualquer ambiente de trabalho, cuja principal tarefa é observar as 
pessoas e determinar seu baixo grau de aprendizagem. 
Voltamos aos estudos de Fagali (1993) que estipula sobre: 
A assessoria junto a pedagogos, orientadores e professores, tem como objetivo 
trabalhar as questões pertinentes às vinculares professor-aluno e redefinir os 
procedimentos pedagógicos,integrando o afetivo o cognitivo, através da 
aprendizagem de conceitos, nas diferentes áreas do conhecimento (FAGALI, 
1993, p.10) 
No desenvolver deste trabalho, o psicopedagogo e toda a equipe técnica da escola 
devem trabalhar juntos, essa articulação entre as funções ajudará a identificar e resolver 
os fatores que contribuem para a não aprendizagem. Vários são os fatores que 
contribuem para que o indivíduo não se desenvolva intelectualmente, a aprendizagem 
não é apenas absorvida na escola, mas a aprendizagem se expande por meio da 
aquisição contínua, como no meio familiar e social. 
Em consonância com a modernidade da sociedade, os trabalhadores qualificados 
do setor da educação devem ser cada vez mais qualificados, flexíveis e adaptáveis, pois, 
para fazerem o seu trabalho com prazer, a formação é também um método que afeta o 
resultado educacional. O profissional da educação deve ter perfil para ensinar as pessoas 
 
21 
 
e, o mais importante, ter tempo para atender as pessoas que precisam dos seus serviços, 
trabalhar de forma produtiva, criativa e inovadora com o compromisso de aprender. 
A psicopedagogia oferece a todas as pessoas, independentemente de raça e 
gênero, auxílio na continuidade do tema na formação do aprendizado. Se o 
psicopedagogo reconhece problemas de aprendizagem por meio do diagnóstico, todas 
as etapas necessárias devem ser tomadas para iniciar o tratamento preventivo, seja 
patológico ou não. 
Fernandes (2001), afirma: 
O fracasso escolar afeta o aprender do sujeito em suas manifestações sem 
chegar a aprisionar a inteligência: muitas vezes surge do choque entre o 
aprendente e a instituição educativa que funciona de forma segregadora. Para 
entendê-lo e abordá-lo, devemos apelar para situação promotora do bloqueio 
(FERNANDES, 2001, p. 32, apud TOSTES, BELLAN, GURNHAK e SILVA, 2016, 
p.129). 
São várias as situações que ocorre com um sujeito em não aprende na idade 
adequada, os motivos são muitos. A autora destaca um dos fatores que ocorrem e 
dificultam a aprendizagem do sujeito. A forma como os professores orientam os alunos 
pode não ser a forma correta para adquirir conhecimento. Alguns fatores podem ser 
detectados pela família como superdotação, dislalia, déficit de atenção e entre outros, 
que podem afetar o processo de aprendizagem da criança, podendo ocorrer também 
quando alguns professores não conseguem inovar na forma de entrega dos conteúdos. 
Os alunos, mantendo assim a sua particularidade, o que acabará por interromper a 
aquisição de conhecimentos (ALMEIDA, 2020). 
Pollity (2002 p.27, apud, ARAÚJO, 2014, p. 27) diferencia o fracasso escola da 
dificuldade de aprendizagem: 
Quando falamos do fracasso escolar, é importante diferenciá-lo das dificuldades 
de aprendizagem que, embora frequentemente confundidos, não fazem parte da 
mesma classe. O fracasso escolar está relacionado ao sistema educativo, 
revelando as inadequações das instituições escolares que são, em última 
instância, representadas pelos professores, coordenadores, diretores, entre 
outros profissionais. As dificuldades de aprendizagem nem sempre geram 
fracasso escolar, como ficou evidenciado em minha pesquisa anterior (POLITY, 
2002, p.27, apud, ARAÚJO, 2014, p. 27). 
 
22 
 
Assim como caracteriza Almeida (2020), para evitar esse tipo de bloqueio, a 
instituição, em conjunto com o corpo técnico, deve estar preparada para a adoção de 
novos métodos. Essas inovações visam agregar conhecimento aos seus alunos e às 
suas diversas formas de aprender, como o processo de ensino e aprendizagem. Crianças 
com deficiência de aprendizagem podem apresentar baixa autoconfiança, falta de 
interesse em ir à escola, falta de vontade de buscar conhecimento, esses sintomas 
ocorrem em pessoas com bloqueios de aprendizagem. 
Segundo Piaget: 
A aprendizagem é, portanto, um processo de construção e reconstrução de 
conhecimento, apoiado na ação do sujeito sobre o objeto e dependente do 
desenvolvimento da inteligência, ou seja, para o indivíduo dadas estruturas 
cognitivas que propiciem esse aprendizado. (PIAGET apud ALENCAR et. al. 
2009, p. 128) 
O ato de aprender exige o contato direto com o aluno, essa abordagem mediadora 
e discente é essencial para o profissional conhecer o indivíduo. O psicopedagogo tem 
uma variedade de opções para avaliar a aprendizagem do aluno, em uma simples 
conversa com o educador ele faz suas ideias com tal aluno, para distinguir seus limites e 
o mais importante é traçar métodos para avançar o processo educacional. 
Por meio do trabalho contínuo, o psicopedagogo acumula experiência profissional 
e o aluno conquista novas formas de receber a educação, o que aumenta a alegria de 
sempre buscar novos horizontes educacionais. A avaliação para com o aluno deve ser 
de forma contínua, aprender porque a situação de aprendizagem varia de aluno para 
aluno, de modo que a avaliação deve não só privilegiar os serviços prestados, mas a 
prática docente acadêmica deve andar de mãos dadas (ALMEIDA, 2020). 
 
23 
 
6 DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA 
 
Fonte: educamaisbrasil.com 
A orientação do psicopedagogo deve ser constante e não apenas discutir a relação 
professor-aluno, como dificuldades de aprendizagem, desempenho do aluno na escola, 
formas de avaliação e relacionamento com os pais. O professor deve rever 
constantemente em sua prática a relação afetiva e as dificuldades que vivenciou no 
relacionamento com o aluno e saber esperar a reação de sua produção (SANTOS et al, 
2019). 
Portanto, a avaliação psicopedagógica deve fornecer informações claras a fim de 
orientar a gestão escolar sobre as mudanças que precisam ser feitas para o 
desenvolvimento adequado dos alunos, bem como para a melhoria das instalações 
escolares. É interessante ver as condições pessoais do aluno e as experiências que são 
facilitados em casa e na escola, com adultos e colegas do ambiente escolar, porque o 
trabalho diário e a cooperação de todos os profissionais envolvidos permite-lhes ir na 
direção certa. 
A análise do diagnóstico das dificuldades de aprendizagem é uma das questões 
mais importantes no trabalho do psicopedagogo, pois é preciso muita sensibilidade e 
 
24 
 
responsabilidade para descobrir os motivos que afetam a aprendizagem do aprendiz. 
Deste modo, o psicopedagogo deverá ter formação ampla nas questões relacionadas à 
educação, sociedade, síndromes, patologias, etc. A naturalidade e o bom senso exigem 
o auxílio de uma equipe multidisciplinar, pois o diagnóstico deve ser elaborado com a 
maior precisão possível para determinar as prioridades de tratamento. 
Bossa (2000, p.12) destaca: 
A figura do psicopedagogo dizendo que estes “são profissionais preparados para 
a prevenção, para o diagnóstico e o tratamento dos problemas de aprendizagem 
escolar”. Segundo a autora a psicopedagogia tem se dedicado a conhecer como 
ocorre o processo de aprendizagem, e os fatores que facilitam ou influenciam, 
com base em conhecimentos de outras áreas. 
Segundo Barbosa (2007) apud Souza et al (2015), todos os sintomas percebidos 
e registrados em uma queixa, a priori, originam-se das observações desencadeadas na 
própria instituição. 
Weiss (1997) descreve que: 
O diagnóstico psicopedagógico sempre é solicitado quando o sujeito dentro do 
contexto escolar apresenta uma aprendizagem não satisfatória, ou seja, dentro 
do processo de aprendizagem sempre tem baixo desempenho escolar. Sua 
solicitação sempre advém a partir de uma queixa de dificuldade de aprendizagem 
que em sua grande maioria se estende por anos. 
Todo diagnóstico psicopedagógico é, em si, uma investigação, é uma pesquisa 
do que não vai bem com o sujeito em relação a uma conduta esperada. Será, 
portanto, o esclarecimento de uma queixa, do próprio sujeito, da família e, na 
maioria das vezes, da escola. No caso, trata-se do não aprender, do aprender 
com dificuldade ou lentamente, do não revelar o que aprendeu, do fugirde 
situações de possível aprendizagem (WEISS, 1997, p.27). 
Diante disso, um bom diagnóstico surge não só dos instrumentos utilizados ao 
longo do processo de avaliação, mas do olhar preciso, atento e sensível do 
psicopedagogo na análise dos detalhes, das entrelinhas durante os atendimentos. 
A identificação e a observação precisam ser rotineiras na prática do professor para 
permitir uma compreensão ampla do desenvolvimento acadêmico e social do aluno. 
Paralelamente a essas percepções, é responsabilidade do professor criar oportunidades 
para a aquisição de conteúdos, planejar suas aulas de forma variada e significativa, pois 
muitos casos de fracasso escolar refletem o insucesso por parte pedagógico (SANTOS 
et al, 2019). 
 
25 
 
É muito importante que os professores saibam que não existe um método bom ou 
ruim. É verdade que alguns métodos são adequados para alguns alunos, mas não para 
outros. Não é porque o aluno não estuda de acordo com um determinado método, que 
chegamos à conclusão de que ele não aprenderá. Não podemos nos limitar a um único 
método, mas priorizar os diversos métodos de ensino, lembrando que cada um é único e 
individual, com estilo, ritmo e tempo de aprendizagem próprios. 
Como afirma Santos et al (2019), a escola tem que investir em uma grande medida, 
além do psicopedagogo, no contexto de seus especialistas, nas diversas áreas de 
atuação, como psicólogos, fonoaudiólogos, psicoterapeutas, médicos, entre outros, para 
dar atenção a seus professores consideravelmente para o ensino e a aprendizagem de 
forma eficiente e efetiva. 
Os educadores devem se preocupar em como conduzir as intervenções de ensino 
adequadas para que os alunos possam aprimorar seus conhecimentos. Esses são os 
problemas diários dos educadores práticos que desejam que seus alunos participem da 
realidade do sucesso escolar em vez do fracasso. 
Portanto, a compreensão e a reflexão do educador sobre sua prática são 
essenciais para que ele avalie seu próprio comportamento e formule estratégias que 
favoreçam a aprendizagem do aluno. Portanto, você precisa entender como os alunos 
respondem à sua intervenção de ensino. Outro aspecto relacionado que precisa ser 
ressaltado é que, na maioria das vezes, o educador não consegue refletir sobre sua 
prática porque não registrou seu comportamento docente e não compartilha o que fez, 
como o fez e como isso afeta os alunos. 
O professor precisa avivar em si mesmo o compromisso de uma constante busca 
do conhecimento como alimento para o seu crescimento pessoal e profissional. 
Isto poderá gerar-lhe segurança e confiabilidade na realização do seu trabalho 
docente. Esta busca poderá instrumentalizá-lo para assumir seus créditos, seus 
ideais, suas verdades, contribuindo para referendar um corpo teórico que dê 
sustentação para a realização de seu fazer (OLIVEIRA, 1995, p.64). 
De acordo com Santos et al (2019), para que a intervenção psicopedagógica atinja 
os objetivos propostos, é imprescindível que o psicopedagogo mantenha o vínculo com 
a família e a escola estabelecido durante o diagnóstico durante o processo de tratamento. 
 
26 
 
Com a participação da família, podem ser verificados alguns aspectos relevantes 
para o melhor desempenho escolar e promovida uma associação no processo de 
intervenção, uma vez que a família é responsável pelo desenvolvimento pessoal e dos 
valores éticos e morais. 
Nesse sentido, é importante pensar e escrever sobre as intervenções 
psicopedagógicas, pois isso requer uma reflexão sobre o processo de ensino e 
aprendizagem por que passam professores e alunos no cotidiano escolar. Podemos 
supor que as mediações pedagógicas são motores de aprendizagem, tanto para os 
professores quanto para os alunos. 
Na intervenção, embora as propostas de trabalho sejam utilizadas para veicular a 
relação terapêutica, a seleção dessas propostas e a forma como são apresentadas 
dependem da especificidade da situação particular, do tema a tratar, da formação e da 
dinâmica da seleção das propostas e a forma como são referidas pela dupla cliente-
terapeuta produzirão realmente as mudanças esperadas (SANTOS et al, 2019). 
É importante ressaltar, ainda, que o papel do professor é acompanhar o aluno em 
seu caminho e orientá-lo na superação de suas dificuldades, buscando sempre uma 
prática educativa que vise estimular ou desenvolver as habilidades das crianças. Pontes 
(2019) afirma que a grande questão para os profissionais da educação é saber como 
podemos melhorar a atuação de nossos professores e alunos no processo ensino-
aprendizagem da educação básica. Família e escola unidas no processo de melhorar 
drasticamente o processo de ensino e aprendizagem escolar. 
Desse modo, fica claro a importância da participação efetiva dos pais no 
aproveitamento escolar dos filhos, visto que essa associação facilita muito o processo de 
aprendizagem das crianças (SANTOS et al, 2019). 
Cruz (2013) afirma que, a partir dessas revelações, é possível ao psicopedagogo 
auxiliar as crianças em suas dificuldades escolares fazendo anotações, questionando-
as, tornando-as instigantes e possibilitando-lhes escolher novas estratégias para intervir 
nas dificuldades de aprendizagem. 
A intervenção psicopedagógica focaliza o sujeito na sua relação com a 
aprendizagem. A meta do psicopedagogo é ajudar aquele que, por diferentes 
razões, não consegue aprender formalmente, para que consiga não apenas 
 
27 
 
interessar-se por aprender, mas adquirir ou desenvolver habilidades necessárias 
para tanto (RUBINSTEIN et al, 1999, p. 25). 
A prática pedagógica do professor torna-se fundamental para que os alunos 
construam e desenvolvam suas habilidades e competências em situações didáticas 
projetadas com objetivos predeterminados, em atividades que colocam problemas, 
desafios e tomadas de decisão. Esses aspectos devem ser considerados social e 
historicamente relacionadas à cultura de cada criança, sua autonomia, incluindo seus 
ritmos específicos para a realização das atividades propostas pela professora. 
Diante das dificuldades encontradas, é necessário propor um projeto de 
intervenção com recursos e estratégias que ajudem o aprendiz a superar suas 
dificuldades. Os serviços são essenciais e eficientes para atingir o objetivo proposto. 
Elementos de intervenção que podem ser realizados de diferentes formas, 
individualmente ou em grupos de crianças, através de jogos, brincadeiras, produções 
artísticas, contação de histórias e outras atividades que facilitem a expressão da criança 
e proporcionem a oportunidade de desenvolver as habilidades e competências dessas 
crianças. 
O trabalho psicopedagógico exige uma verdadeira autoconsciência por parte do 
profissional para não se deixar levar pelos próprios valores durante a intervenção, uma 
vez que o reconhecimento de um problema de aprendizagem e a intervenção mais 
adequada para o resolver são os resultados da bagagem cultural que traz consigo que 
interfere na sua capacidade de observar e analisar cada caso. A ação psicopedagógica 
como protetora e mediadora das relações leva à participação na manutenção de um 
sistema familiar com saudável conhecimento, possibilita relações de poder entre os 
membros, clareza na definição de papéis e limites. 
Portanto, o educador precisa ensinar a pensar, a compreender a importância das 
atividades escolares, facilitando a compreensão dos alunos para o quê e para quê a 
tarefa e os critérios de avaliação também; antes de cada tarefa proposta, o aluno deve 
saber o que o professor espera dele, estimular a participação e autonomia dos alunos e 
dar-lhes a oportunidade de participarem da vida escolar.
 
28 
 
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