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Atividade nematicida de óleos essenciais de plantas do semiárido mineiro

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ATIVIDADE NEMATICIDA DE ÓLEOS 
ESSENCIAIS DE PLANTAS DO SEMIÁRIDO 
MINEIRO 
 
SINARA PATRICIA MENDES DA COSTA 
2019 
Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal no Semiárido 
 
 
 
SINARA PATRICIA MENDES DA COSTA 
 
 
 
 
ATIVIDADE NEMATICIDA DE ÓLEOS ESSENCIAIS DE PLANTAS 
DO SEMIÁRIDO MINEIRO 
 
 
Dissertação apresentada à Universidade 
Estadual de Montes Claros, como parte das 
exigências do Programa de Pós-graduação em 
Produção Vegetal no Semiárido, área de 
concentração Produção Vegetal, para obtenção 
do título de Mestre. 
 
 
 
 
 
 
Orientadora 
 Profª. Dra. Regina Cássia Ferreira Ribeiro 
 
 
 
 
 
 
Janaúba 
2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de 
Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001 
 
 
 
 
 
 
Ficha catalográfica 
 
 
 
Costa, Sinara Patrícia Mendes da 
C837a Atividade nematicida de óleos essenciais de plantas do semiárido mineiro 
[manuscrito] / Sinara Patrícia Mendes da Costa. – 2019. 
47 p. 
 
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal no 
Semiárido, Universidade Estadual de Montes Claros – Janaúba, 2019. 
Orientadora: Profª. D. Sc. Regina Cássia Ferreira Ribeiro. 
 
1. Capim-cidreira. 2. Essências e óleos essenciais. 3. Nematóide. I. Ribeiro, Regina 
Cássia Ferreira. II. Universidade Estadual de Montes Claros. III. Título. 
CDD.664.5 
 
Catalogação: Joyce Aparecida Rodrigues de Castro Bibliotecária CRB6/2445 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SINARA PATRICIA MENDES DA COSTA 
 
 
ATIVIDADE NEMATICIDA DE ÓLEOS ESSENCIAIS DE PLANTAS 
DO SEMIÁRIDO MINEIRO 
 
 
Dissertação apresentada à Universidade Estadual 
de Montes Claros, como parte das exigências do 
Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal 
no Semiárido, área de concentração Produção 
Vegetal, para obtenção do título de Mestre. 
 
 
APROVADA em 25 de março de 2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Janaúba 
2019 
 
Profa. Dra. Regina Cássia Ferreira 
 Ribeiro 
(Unimontes) Orientadora 
 
 
 
 
Profa. Dra. Viviane Aparecida Costa 
Campos 
(UEMG) Coorientadora 
 
Prof. Dr. Edson Hiydu Mizobutsi 
(Unimontes) Conselheiro 
 
Profa. Dra. Teresinha A.Giustolin 
(Unimontes) Conselheira 
 
Prof. Dr. Carlos Augusto Rodrigues Matrangolo 
 (Unimontes) Conselheiro 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
A Deus, pelas bênçãos concedidas e presença constante em minha vida, que me permitiu 
chegar até aqui, fortalecendo o meu espírito diante das dificuldades, enchendo o meu coração 
de fé e esperança em dias melhores; 
À Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES, pela oportunidade de 
realização do mestrado; 
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior–CAPES, pela concessão 
de bolsa de estudo; 
À minha orientadora, professora Dra. Regina Cássia Ferreira Ribeiro, pela orientação, 
paciência e confiança na condução do trabalho; 
À minha coorientadora, Dra. Viviane Aparecida Costa Campos pelos conhecimentos 
transmitidos na execução do trabalho; 
Ao professor Carlos Matrangolo por todo o auxílio prestado durante as coletas de plantas; 
À Universidade Federal de Lavras, em especial, ao professor Dr. Denilson Ferreira de 
Oliveira pelas valiosas contribuições e sugestões para a melhoria do trabalho e pela recepção 
no Laboratório de Produtos Naturais do Departamento de Química; 
Ao professor Geraldo da Universidade Federal de Viçosa - Campus Rio Paranaíba, pela 
parceria na identificação química dos óleos; 
A todos os amigos do Laboratório de Fitopatologia, em especial à Lorena que sempre 
esteve pronta a me ajudar; 
Às minhas amigas irmãs Maria Josiane, Josiane Cantuária, Débora Mendes que sempre 
estiveram comigo desde a graduação; 
Ao Guilherme pela paciência e compreensão nos momentos de estresse; 
Aos meus pais Antônio e Maria Elpídia, pelo amor, apoio, dedicação e orações. A 
vocês meu eterno amor, respeito e admiração! Ao meu irmão Deisson pelo apoio e incentivo; 
Enfim, a todos aqueles que de alguma forma contribuíram para a realização deste 
trabalho o meu profundo agradecimento. Muito OBRIGADA! 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
RESUMO GERAL.......................................................................................................................i 
GENERAL ABSTRACT............................................................................................................ii 
INTRODUÇÃO GERAL............................................................................................................9 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFRICAS...................................................................................12 
CAPITULO 1: CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DE ÓLEOS ESSENCIAS E ATIVIDADE 
NEMATICIDA CONTRA MELOIDOGYNE JAVANICA.......................................................14 
RESUMO..................................................................................................................................15 
ABSTRACT..............................................................................................................................16 
1.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................17 
1.2 MATERIAL E MÉTODOS................................................................................................18 
1.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................................22 
1.4 CONCLUSÕES..................................................................................................................29 
1.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................30 
CAPITULO 2: TIVIDADE NEMATICIDA DE ÓLEOS ESSENCIAIS DE CAPIM 
CIDREIRA E CITRAL SOBRE MELOIDOGYNE JAVANICA, EM ALFACE......................33 
RESUMO..................................................................................................................................34 
ABSTRACT..............................................................................................................................35 
2.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................36 
2.2 MATERIAL E MÉTODOS................................................................................................37 
2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................................38 
2.4 CONCLUSÕES..................................................................................................................44 
2.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................45 
CONCLUSÕES FINAIS...........................................................................................................47 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO GERAL 
 
Os nematoides das galhas causam grandes perdas a diversas culturas de importância 
econômica. Uma das técnicas mais utilizadas para o seu controle é o emprego de nematicidas. 
No entanto, devido à sua alta toxicidade e possibilidade de contaminação do ambiente, fontes 
alternativas empregando produtos de origem natural vêm sendo bastante estudadas. Um 
exemplo é a utilização dos óleos essenciais que constituem uma potencial alternativa aos 
nematicidas químicos sintéticos. Deste modo, com o intuito de contribuir para o 
desenvolvimento de novos produtos nematicidas que sejam eficientes e menos tóxicos para os 
seres humanos e o meio ambiente, estudaram-se os óleos essenciais produzidos por plantas 
localizadas no semiárido mineiro, bem como o potencial e atividadedos óleos e seus 
constituintes químicos frente à Meloidogyne javanica. No primeiro capítulo foram realizadas 
coletas das plantas e as extrações dos seus óleos essenciais por meio da técnica de 
hidrodestilação, seguida da análise por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de 
massas (CG-EM) para a caracterização dos constituintes químicos. Posteriormente, foram 
realizados testes in vitro contra juvenis de segundo estádio (J2) de M. javanica em presença 
dos óleos obtidos e das substâncias majoritárias (citral, 2-dodecanona e 2-decanona) presentes 
no óleo de Cymbopogon citratus que apresentaram maior atividade nematicida. Objetivando-
se determinar a concentração dos componentes químicos do óleo de C. citratus que causava 
morte de 50% (CL50) ou mais em nematoides, foram realizados testes preliminares em 
diferentes concentrações: 0, 500, 700, 900, 1100 µg/mL para o 2-decanona e 2-dodecanona. 0, 
500, 550, 600, 650, 700 µg/mL para o citral. Os produtos foram diluídos em Tween® ®80 a 
0.01 g mL-1. Empregaram-se como testemunhas água, Tween® (polisorbato) e carbofuran, 
nematicida comercial. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com seis 
repetições. Os dados dos óleos essenciais foram submetidos análise de variância e as médias 
foram agrupadas pelo teste de Scott-Knott a 5%. Nos demais ensaios, as concentrações foram 
submetidas ao ajuste de regressão e as médias comparadas às testemunhas por meio do teste 
Dunnett. Tais substâncias promoveram aumento linear na mortalidade e imobilidade de J2 
com aumento das concentrações e redução linear com aumento das concentrações sobre a 
eclosão de J2 de M. javanica. No segundo capítulo, testaram-se em casa de vegetação o óleo 
de C. citratus e o citral, (substância que apresentou melhor atividade nematicida, nos testes in 
vitro para o controle de M. javanica) na cultura de alface ‘babá de verão’ (manteiga). O 
delineamento foi em blocos ao acaso com seis repetições nas concentrações de 0, 260, 521, 
700 e 1000 µg/mL do óleo essencial de C. citratus e 0, 500, 550, 600, 650, 700 µg/mL para o 
citral. As testemunhas foram água, Tween® ® 80 a 0.01 g mL-1 e carbofuran. Após 35 dias de 
plantio das mudas, realizou- se a aplicação de suspensão contendo 4000 ovos mais eventuais 
J2 de M. javanica juntamente com emulsões, recém preparadas, do óleo de C. citratus e do 
citral. Tais emulsões foram distribuídas no solo em quatro orifícios equidistantes da planta. 
Os dados obtidos foram submetidos ao ajuste de regressão e as médias comparadas às 
testemunhas por meio pelo teste Dunnett. O óleo essencial e o citral afetam à reprodução de 
M. javanica em plantas de alface ‘babá de verão’ (manteiga). 
Palavras-chave: Nematoide das galhas, metabólitos secundários, Lactuca sativa, 
Cymbopogon citratus, Lippia sp. 
 
1 Comitê Orientador: Profa. Dra. Regina Cássia Ferreira Ribeiro – UNIMONTES (Orientadora); Profa.Dra 
Viviane Aparecida Costa Campos – UEMG(Coorientadora); Prof. Dr Edson Hiyudu Mizobutsi – UNIMONTES 
(conselheiro). Profa.Dra. Teresinha A.Giustolin-UNIMONTES (Conselheira); Prof. Dr Carlos Augusto 
Rodrigues Matrangolo-UNIMONTS (conselheiro). 
 
 
 
 
 
 
GENERAL ABSTRACT 
 
The gall nematodes cause great losses to several economically important crops. One of the 
most used techniques for its control is the use of nematicides. However, due to its high 
toxicity and the possibility of contamination of the environment, alternative sources using 
products of natural origin have been extensively studied. An example is the use of essential 
oils that constitute a potential alternative to synthetic chemical nematicides. Thus, in order to 
contribute to the development of new nematicidal products that are efficient and less toxic to 
humans and the environment, the essential oils produced by plants located in the semi-arid 
region of Minas Gerais were studied, as well as the potential and activity of oils and their 
chemical constituents against Meloidogyne javanica. In the first chapter, collections of plants 
and extractions of their essential oils were carried out using the hydrodistillation technique, 
followed by analysis by gas chromatography coupled with mass spectrometry (CG-EM) for 
the characterization of chemical constituents. Subsequently, in vitro tests were carried out 
against juveniles of the second stage (J2) of M. javanica in the presence of the obtained oils 
and the major substances (citral, 2-dodecanone and 2-decanone) present in the oil of 
Cymbopogon citratus which showed greater nematicidal activity. In order to determine the 
concentration of the chemical components of the oil of C. citratus that caused death of 50% 
(LC50) or more in nematodes, preliminary tests were carried out in different concentrations: 0, 
500, 700, 900, 1100 µg/mL for 2-decanone and 2-dodecanone. 0, 500, 550, 600, 650, 700 
µg/mL for citral. The products were diluted in Tween® 80 to 0.01 g mL-1. Water, Tween® 
(polysorbate) and carbofuran, a commercial nematicide, were used as controls. The 
experimental design was completely randomized with six replications. The essential oils data 
were submitted to analysis of variance and the averages were grouped by the Scott-Knott test 
at 5%. In the other tests, the concentrations were subjected to regression adjustment and 
averages compared to controls using the Dunnett test. Such substances promoted a linear 
increase in mortality and immobility of J2 with increased concentrations and a linear 
reduction with increased concentrations on the outbreak of J2 of M. javanica. In the second 
chapter, C. citratus oil and citral (a substance that showed better nematicidal activity in the in 
vitro tests for the control of M. javanica) were tested in the greenhouse in the ‘babá de verão’ 
lettuce culture (butter). The design was in randomized blocks with six repetitions in the 
concentrations of 0, 260, 521, 700 and 1000 µg/mL of the essential oil of C. citratus and 0, 
500, 550, 600, 650, 700 µg/mL for the citral. The controls were water, Tween® 80 at 0.01 g 
mL-1 and carbofuran. After 35 days of planting the seedlings, a suspension was applied 
containing 4000 eggs plus possible J2 of M. javanica along with emulsions, freshly prepared, 
of the oil of C. citratus and citral. Such emulsions were distributed in the soil in four holes 
equidistant from the plant. The data obtained were submitted to the regression adjustment and 
the means compared to the controls using the Dunnett test. The essential oil and citral affect 
the reproduction of M. javanica in ‘babá de verão’ (butter) lettuce plants. 
 
Keywords: Gall nematode, secondary metabolites, Lactuca sativa, Cymbopogon citratus, 
Lippia sp. 
 
 
 
2Guidance committee: Profa. Dra. Regina Cássia Ferreira Ribeiro – UNIMONTES (Orientadora); Profa.Dra 
Viviane Aparecida Costa Campos – UEMG(Coorientadora); Prof. Dr Edson Hiyudu Mizobutsi – UNIMONTES 
(conselheiro). Profa.Dra. Teresinha A.Giustolin-UNIMONTES (Conselheira); Prof. Dr Carlos Augusto 
Rodrigues Matrangolo-UNIMONTS (conselheiro). 
 
 
9 
 
 INTRODUÇÃO GERAL 
 
 Os nematoides são organismos multicelulares, vermiformes, com pouca variação 
morfológica, representam um dos grupos de animais mais numerosos da Terra. Os 
fitonematoides são dotados de estiletes com os quais sugam os nutrientes. Estes patógenos 
podem ser classificados em função de sua localização na planta e do movimento durante o 
parasitismo em ectoparasitas migradores, endoparasitas migradores e endoparasitas 
sedentários. Dentre os endoparasitas sedentários, destacam as espécies do gênero 
Meloidogyne (CAMPOS, 2014). 
Atualmente, há quase 100 espécies de Meloidogyne reconhecidas. De acordo com 
Moens et al. (2009), as espécies Meloidogyne arenaria, M. incognita e M. javanica ocorrem 
em regiões tropicais, enquanto M. hapla, ocorre em regiões temperadas. As quatro espécies 
citadas são consideradas as mais importantes,pois parasitam grande parte das plantas 
cultiváveis, causando uma perda mundial anual estimada de US$ 157 bilhões (OKENDI et al., 
2014). 
No Brasil, M. incognita e M. javanica atacam várias culturas de importância 
econômica, como por exemplo, soja, algodão, café, tomate, banana, entre outras, causando 
sérios prejuízos aos agricultores (SOUZA, 2008). De acordo com Campos (2000), dentre os 
97% dos hospedeiros parasitados por Meloidogyne, destacam-se as espécies M. incognita e M. 
javanica. 
Juvenis de segundo estádio (J2) das espécies de Meloidogyne penetram as raízes das 
plantas pela região posterior da coifa e se movimentam intracelularmente até se estabelecerem 
na região próxima ao cilindro central, onde induzem os sítios especializados de nutrição, 
denominados células gigantes. Tais sítios são em número de cinco a seis que servirão de 
alimento em todo o ciclo de vida do nematoide. Estes nematoides induzem, nas raízes, 
sintomas de engrossamentos denominados de galhas, em decorrência, a parte aérea apresenta 
sintomas de deficiência nutricional, murcha nas horas mais quentes do dia e redução do 
desenvolvimento das plantas (AGRIOS, 2005). 
Uma das técnicas empregadas para o controle de nematoides é a rotação com culturas 
não hospedeiras. No entanto, como Meloidogyne spp. ataca praticamente todas as plantas 
cultivadas, tal técnica torna-se ineficiente. Nos últimos anos, os nematicidas foram 
amplamente utilizados para suprimir as densidades populacionais de nematoides na produção 
vegetal. Entretanto, os nematicidas comerciais têm seu uso cada vez mais limitado, devido a 
sua alta toxicidade ao ambiente e ao homem, alto custo para o agricultor, pouca 
 
 
10 
 
disponibilidade e baixa eficiência de controle, depois de repetidas aplicações (DONG e 
ZHANG, 2006). 
Com a retirada do mercado de alguns dos principais nematicidas, faz-se necessário 
desenvolver métodos de controle menos tóxicos. Os óleos essenciais representam uma 
alternativa aos produtos químicos. A utilização dos óleos essenciais no controle de 
fitopatógenos visa garantir a segurança alimentar e a proteção das lavouras (MOREIRA et. al. 
2015). 
Os óleos essenciais são misturas complexas de compostos bioativos que apresentam 
substâncias voláteis, com baixo peso molecular, lipofílicas e geralmente odoríferas. São 
compostos por componentes em diferentes concentrações, contudo apenas dois ou três 
componentes principais se apresentam em concentrações elevadas e os outros em 
concentrações vestigiais. Geralmente são os componentes majoritários que determinam as 
suas propriedades biológicas (PAVELA, 2015). 
São produtos obtidos por meio de destilação por arraste de vapor d’água, pela prensa 
do pericarpo de frutos cítricos, extração com solventes orgânicos ou também com fluido 
supercrítico. É necessário, em alguns casos, realizar fragmentações do material vegetal, com o 
intuito de facilitar a remoção do óleo dos tricomas glandulares das plantas. Este procedimento 
varia de acordo com a estrutura da planta (BUSATO et al., 2014). 
Os óleos são compostos por dois grupos de substâncias de origem biosintética 
diferente. O grupo principal é composto pelos terpenos sendo que sua biossíntese ocorre a 
partir do ácido mevalônico e 3-fosfoglicerato, já o segundo grupo é constituído de compostos 
aromáticos e alifáticos que são sintetizados a partir do ácido chiquímico ou ácido mevalônico 
(PAVELA, 2015). 
Óleos essenciais de diversas plantas possuem ação nematicida a diferentes nematoides: 
schwengber et al. (2017) testaram o óleo obtido da folha e fruto de pimenta rosa no controle 
de Pratylenchus zeae, e os resultados demonstraram a redução populacional do nematoide, 
tanto em condições in vitro como em casa de vegetação, na cultura do milho. Eloh et al 
(2019) estudaram o efeito dos óleos essenciais das plantas:Xylopia aethiopica, Cymbopogon 
schoenanthus, Zingiber officinale, Ocimum sanctum, Chromolaena odorata ,Thymus vulgaris, 
Cinnamomum zeylanicum ,Ocimum basilicum sobre M. incognita, e verificaram o efeito 
nematicida destes óleos que causaram a mortalidade dos nematoides in vitro. 
Foi observado por Moreira et al. (2018) o efeito nematicida do óleo essencial de timbó 
de caiena (Tephrosia toxicaria) sobre os nematoides das galhas Meloidogyne enterolobii e M. 
javanica. Monteiro et al. (2014) também estudando o efeito de óleos essenciais em 
 
 
11 
 
nematoides concluiram que o óleo de mostarda a 1,0% reduziu a população de nematoides 
Aphelenchoides besseyi em sementes de B. brizantha cv. Marandu sem prejudicar 
significativamente sua germinação. 
Mostafa et al. (2017) constataram que os óleos essenciais extraídos de cânfora, 
semente preta, mamona, gergelim e jojoba reduziram o número de galhas, massas de ovos do 
sistema radicular, J2 presentes no solo e o fator de reprodução de M. javanica em plantas de 
pepino. 
A eficiência do óleo depende de fatores como pH da solução, temperatura de 
tratamento, concentrações e tipo de componentes ativos presentes. A composição química dos 
óleos voláteis varia entre as espécies e partes de um mesmo vegetal, sofrem também 
influência de fatores como: localidade, técnica de extração, fatores genéticos, época de coleta 
da espécie vegetal, ciclo vegetativo e fatores edafoclimáticos (MIRANDA et al., 2016). 
O semiárido mineiro possui uma pluviosidade média de aproximadamente 870 mm, 
temperatura média anual de 24 ºC, insolação de 2.700 h anuais, umidade relativa média de 
65% e clima Aw, (clima tropical com estação seca no inverno) (OLIVEIRA et al., 2016). 
Entretanto as espécies vegetais dessa região possuem contato com a elevada radiação UV, que 
faz com que aumente a produção de metabólitos secundários, fornecendo assim um elevado 
nível de proteção contra oxidantes prejudiciais, gerados pela alta temperatura ou incidência 
elevada de luz (LEMOS et al., 2017). 
Souza et al. (2017) avaliaram o óleo essencial de folhas de três espécies de Croton 
(Croton argyrophylloides, Croton jacobinensis, Croton sincorensis) do semiárido nordestino 
e observaram que o rendimento e a composição das espécies estudadas foram influenciadas 
pela pluviosidade, temperatura e incidência solar. 
Embasadas nas informações anteriores objetivou-se com este trabalho extrair óleos 
essenciais de plantas nativas e exóticas encontradas no semiárido mineiro, analisar e 
quantificar os componentes majoritários em análises cromatográficas, avaliar in vitro e in vivo 
os efeitos desses óleos e das substâncias majoritárias contra M. javanica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPITULO 1 
 
CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DE ÓLEOS ESSENCIAS E ATIVIDADE 
NEMATICIDA CONTRA Meloidogyne javanica 
 
(Artigo formatado de acordo com as normas de Revista Brasileira de Ciências agrárias) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
 
Resumo 
Os metabólitos secundários dos vegetais são potencialmente úteis para o desenvolvimento de 
novos produtos, para o controle de fitonematoides. Dentre eles estão os óleos essenciais, que 
são misturas complexas e voláteis que podem apresentar uma vasta gama de atividades 
biológicas o que os tornam biopesticidas desejáveis. O objetivo desse trabalho foi extrair 
óleos essenciais de espécies nativas e exóticas presentes no semiárido mineiro, avaliar a sua 
ação nematicida e também de alguns constituintes químicos sobre Meloidogyne javanica. 
Inicialmente, realizou-se a coleta de plantas. Tais plantas foram submetidas à extração dos 
óleos essenciais pela técnica da hidrodestilação seguida da análise cromatográfica para 
identificação dos seus constituintes químicos. Posteriormente, avaliou-se o efeito destes óleos 
sobre M. javanica (ensaio 1). O ensaio foi montado em placas de polipropileno em DIC com 
11 tratamentos (oito óleos essenciais e três testemunhas: água, Tween® 80 e nematicida 
comercial, (carbofuran) com seis repetições. As médias foram submetidas ao teste de Scott-
Knott a 5%. Em seguida avaliaram-se alguns dos constituintes presentes no óleo de 
Cymbopogon citratus (citral-mistura de isômero geranial e neral, 2-decanona e 2-
dodecanona). Para cada constituinte químico montou-se um ensaio no qual se avaliaram 
diferentes concentrações. Os ensaios foram montados em placas de polipropileno em DIC 
com seis repetições e três testemunhas (Tween®, água e carbofuran). As concentrações foram 
submetidas ao ajuste de regressão e as médias comparadas às testemunhas por meio do teste 
Dunnett. Das 28 espécies de plantas avaliadas, seis produziram óleos essenciais. A maior 
porcentagem de mortalidade (98%) e imobilidade (100%) de J2 foi causada pela aplicação do 
óleo essencial de C. citratus. Quanto maior as concentrações das emulsões, maior o efeito 
nematicida contra M. javanica. O citral foi o composto que apresentou a melhor performance 
no controle de M. javanica quando comparado ao ingrediente ativo carbofuran. 
 
Palavras-chave: Nematoides das galhas, produto de origem natural, metabólitos secundários. 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
 
Abstract 
The secondary metabolites of vegetables are potentially useful for the development of new 
products, for the control of phytomatomatoids. Among them are essential oils, which are 
complex and volatile mixtures that can present a wide range of biological activities which 
make them desirable biopesticides. The objective of this work was to extract essential oils 
from native and exotic species present in the semi-arid region of Minas Gerais, to evaluate 
their nematicidal action and also of some chemical constituents on Meloidogyne javanica. 
Initially, plants were collected. Such plants were subjected to the extraction of essential oils 
by the technique of hydrodistillation followed by chromatographic analysis to identify their 
chemical constituents. Subsequently, the effect of these oils on M. javanica was evaluated 
(trial 1). The test was mounted on DIC polypropylene plates with 11 treatments (eight 
essential oils and three controls: water, Tween® 80 and commercial nematicide, (carbofuran) 
with six replications. The averages were subjected to the Scott-Knott test at 5% Then, some of 
the constituents present in Cymbopogon citratus oil (citral-mixture of geranial and neral 
isomer, 2-decanone and 2-dodecanone) were evaluated. For each chemical constituent, a test 
was set up in which different concentrations were evaluated. The tests were mounted on DIC 
polypropylene plates with six replicates and three controls (Tween®, water and carbofuran). 
Concentrations were subjected to regression adjustment and averages compared to controls 
using the Dunnett test. Of the 28 plant species evaluated, six produced essential oils. The 
highest percentage of mortality (98%) and immobility (100%) of J2 was caused by the 
application of the essential oil of C. citratus. The higher the concentrations of the emulsions, 
the greater the nematicidal effect against M. javanica. Citral was the compound that showed 
the best performance in controlling M. javanica when compared to the active ingredient 
carbofuran. 
 
Keywords: Gall nematodes, product of natural origin, secondary metabolites. 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
 
1.1 INTRODUÇÃO 
Os fitonematoides são patógenos que afetam severamente as culturas em todo o mundo, o 
que causa enorme impacto sobre a agricultura e perdas significativas dos produtos agrícolas. 
Existem mais de 25.000 espécies de nematoides fitoparasitas descritas, além de estimativas de 
que esse número possa chegar à casa dos milhões (ZHANG, 2013). Dentre os fitonematoides, 
aqueles pertencentes ao gênero Meloidogyne merecem posição de destaque, pois são 
polífagos, altamente adaptados e com uma ampla distribuição geográfica (MOENS et al., 
2009). 
No Brasil as espécies desse gênero mais frequentemente encontradas são Meloidogyne 
incognita e M. javanica (FERRAZ e MONTEIRO, 2011). Tais espécies parasitam 
praticamente todas as espécies cultiváveis podendo causar grandes perdas e até mesmo limitar 
o cultivo de algumas delas. Estes fitonematoides ao parasitarem as raízes das plantas induzem 
a formação de células especializadas de nutrição denominadas células gigantes, que afetam o 
fluxo de seiva, a respiração, fotossíntese e o balanço hormonal das plantas, o que prejudica o 
seu desenvolvimento (JONES et al., 2011; SIDDIQUI et al., 2014). 
Diferentes métodos são utilizados para controle dos referidos nematoides, dentre eles se 
destacam, o uso de plantas resistentes, rotação de culturas com espécies não hospedeiras, 
adubos verdes com plantas de efeito antagônico ao nematoidee o controle químico 
(MOREIRA et al., 2015). Entretanto, nem sempre os métodos de controle são efetivos ou 
aplicáveis a todas as culturas ou regiões e muitas vezes, não são utilizadas pelos agricultores, 
por não possuírem efeito imediato ou por não darem o retorno econômico desejado (OKA, 
2014). 
Dentre os métodos de controle, vale destacar o controle químico. Porém, o controle 
químico possui ressalvas por ser altamente tóxico ao meio ambiente e aos seres humanos e 
muitas vezes não existem nematicidas registrados para as várias culturas. Estudos têm sido 
realizados, em busca de novas alternativas de controle dos fitonematoides, que sejam 
economicamente viáveis e de baixa toxicidade ao ambiente e ao homem. Uma alternativa 
para o controle dos fitonematoides são os compostos derivados de plantas. Dentre os 
metabólitos produzidos pelos vegetais, os óleos essenciais são os mais estudados, por 
possuírem uma vasta gama de propriedades biológicas, dentre as quais se destaca a 
nematicida (MATEUS et al., 2014). 
 
 
18 
 
Os óleos essenciais são compostos químicos voláteis, normalmente produzidos por células 
secretoras ou grupos de células, através do metabolismo secundário das plantas e apresentam 
diversas atividades antimicrobianas. Os óleos essenciais são compostos extraídos a partir de 
diferentes partes da planta como flores, cascas, caule, folhas, raízes e frutos. (BRITO e 
NASCIMENTO, 2015). De acordo com Gozel e Ozdemir (2017), os óleos essenciais têm se 
mostrado eficientes em sua atividade nematicida o que os torna possíveis de serem utilizados 
para o controle dos fitonematoides. 
A composição dos óleos essenciais depende de diferentes fatores como as condições do 
solo, o clima (temperatura, luminosidade, disponibilidade de água), a localização geográfica, 
a época do ano, o horário de coleta, a idade da planta e a nutrição mineral (MORAIS, 2009). 
Variações destes referidos fatores podem influenciar significativamente a produção e a 
qualidade dos óleos essenciais (SALES et al., 2009). Regiões com temperaturas elevadas, por 
exemplo, podem favorecer o aumento no teor de metabólitos secundários pela planta, a 
luminosidade pode afetar a concentração e a qualidade dos óleos essenciais. De acordo com a 
literatura, algumas plantas possuem maior rendimento na produção de óleos essenciais no 
verão, enquanto outras no inverno (DESCHAMPS et al., 2008). Estudos indicam que 
condições de baixa disponibilidade de água no solo podem resultar em plantas com maior 
quantidade de flavonoides (BORTOLO et al., 2009). 
O semiárido possui características hidrológicas e edafoclimáticas onde ocorrem longos 
períodos de seca. Tal condição pode influenciar na produção e na composição química dos 
óleos essenciais. Diante do exposto, objetivou-se com este trabalho extrair os óleos essenciais 
de diferentes partes vegetais de espécies de plantas nativas e exóticas presentes no semiárido 
mineiro, caracterizá-los quimicamente e avaliar os óleos essenciais e seus componentes, in 
vitro, quanto a mortalidade, imobilidade e eclosão de M. javanica. 
 
1.2 MATERIAL E MÉTODOS 
 
1.2.1 Obtenção dos óleos essenciais 
Plantas de diferentes espécies vegetais foram coletadas, no início da manhã (7:00 -10:00h), 
em Janaúba norte de Minas Gerais latitude 15° 48’ 09’’ S, longitude 43° 18’ 32’’ W e altitude 
de 536 (Tabela 1). As plantas foram acondicionadas em sacos plásticos, etiquetadas e levadas 
o laboratório de Fitopatologia da UNIMONTES. As partes foram separadas em folhas, flores, 
caule e sementes e em seguida colocadas em freezer. Os óleos essenciais foram extraídos 
empregando-se a técnica de hidrodestilação em aparelho de Clevenger. Para realizar a 
 
 
19 
 
extração dos óleos, os materiais vegetais coletados foram pesados (massa) e em seguida 
triturados em liquidificador com água destilada e transferidos para balões de fundo redondo 
onde permaneceram por aproximadamente 4 horas. 
Os óleos produzidos foram recolhidos com auxílio de uma pipeta Pasteur e transferidos 
para recipientes de vidro (5 mL). Colocou-se uma pequena quantidade de sulfato de sódio 
anidro dentro dos frascos contendo os óleos e agitando-os em agitador do tipo Vórtex, para a 
completa retirada de umidade. Tais óleos foram armazenados em freezer (-18ºC) para 
posterior caracterização de seus componentes químicos. 
 
Tabela 1. Partes de espécies vegetais coletadas em datas específicas e massas utilizadas na extração de óleos essenciais. 
Janaúba norte de Minas Gerais. 
 
Espécies coletadas Nome Popular Parte Coletada Data Massa (g) 
Astronium graveolens (fêmea) Gonçalves Alves 
femea 
Folha 29/abr/16 500 
Astronium graveolens (macho) Gonçalves alves 
macho 
Folha 29/abr/16 500 
Calotropis procera Algodão de seda Folha, flor 29/abr/16 500 
Cereus jamacaru Mandacaru Folha 29/abr/16 200 
Croton zehntneri Canelinha Folha, flor 06/jun/16 50 
Commiphora leptophloeos Umburana Folha e fruto 28/jun/16 500 
Cnidoscolus pubescens Cansação Folha 30/jun/17 500 
Cymbopogon citratus Capim cidreira Folha 18/jul/17 200 
Enterolobium maximum Tamboril Fruto 03/jul/17 200 
Hyptis suaveolens Betonca Folha, flor 13/fev/17 500 
Leucaena leucocephala Leucena Folha, semente 03/mar/17 500 
Lippia spp. Cidreirão Folha 28/mar/17 250 
Magonia pubescens Tingui Folha 03/jul/17 200 
Merremia aegyptia Corda de viola Folha, flor, caule 14/mar/17 200 
Momordica charantia São caetano Folha, caule 30/jun/17 500 
Morinda citrifolia None Folha, fruto 30/jun/17 500 
Moringa oleífera Moringa Folha, flor, semente 03/mar/17 500 
Myracrodruon urundeuva Aroeira do sertão Folha 24/nov/17 500 
Annona squamosa Pinha Folha, semente 30/mai/17 200 
Piptadenia viridiflora Surucaina Folha, flor 18/out/17 200 
Prosopis juliflora Algaroba Folha 30/jun/17 500 
Pterogyne nitens Carne de vaca Folha e fruto 30/jun/17 200 
Schinopsis brasiliensis Pau preto Folha 30/jun/17 200 
Senna spectabilis Malva verde Folha 08/fev/17 500 
Struthanthus flexicaulis Erva de passarinho Folha, caule 30/jun/17 500 
Tamarindus indica Tamarindo Folha, flor, semente 09/dez/17 200 
Triplaris brasiliana Pau formiga Folha 08/mai/17 200 
Zizyphus joazeiro Juá Folha, fruto 07/nov/17 200 
https://www.google.com/search?sxsrf=ACYBGNSgMVYFVJgpHwnhfuPsOF7lLUY-mQ:1581882984324&q=Cnidoscolus+pubescens&spell=1&sa=X&ved=2ahUKEwj3ie2q7dbnAhXUGbkGHdIhARcQkeECKAB6BAgQECo
 
 
20 
 
 
 
Óleos essenciais (Myracrodruon urundeuva, Hyptis suaveolenss, Croton zehntnerique 
Lippia spp., Astronium graveolens, Cymbopogon citratus) ativos contra M. javanica foram 
caracterizados quimicamente em um cromatógrafo gasoso acoplado a espectrômetro de 
massas (CG-EM). A Caracterização foi realizada no Instituto de Ciências Exatas e 
Tecnológicas da Universidade Federal de Viçosa (UFV/Campus Rio Paranaíba – MG), de 
acordo com a técnica descrita por Jardim et al. (2017). 
 
1.2.3 Produção do inóculo de Meloidogyne javanica 
Para a realização deste experimento, população pura de M. javanica foi multiplicada em 
tomateiro do grupo Santa Cruz, cultivar Kada. As plantas de tomate foram cultivadas, durante 
quatro meses, em vasos de 2,0 L contendo substrato Bioplant®. Após esse período realizou-se 
à extração dos ovos de M. javanica utilizando a metodologia descrita por Hussey e Barker, 
modificada por Bonetti e Ferraz (1981). Os ovos obtidos foram colocados em câmara de 
eclosão constituída por placas de Petri, visando a obtenção dos juvenis de segundo estádio 
(J2). As placas foram mantidas à temperatura de 25ºC. Os J2 eclodidos nas primeiras 24 h 
foram descartados e somente aqueles J2 que eclodiram após esse período foram utilizados no 
experimento. 
 
1.2.4 Atividade nematicida dos óleos essenciais a Meloidogyne javanica 
Para a realização do teste de mortalidade, uma suspensão aquosa de 20 μL contendo 
aproximadamente 20 J2 de M. javanica foi colocada em placa de polipropileno comcapacidade de 350 µL. Em seguida, foi adicionado sobre os nematoides 100 μL das emulsões 
dos óleos na concentração de 1000 µg/mL. A emulsão foi constituída pelo óleo essencial 
diluído em Tween® 80 0,01 g/mL mais agua. Foram utilizados como testemunhas o 
nematicida comercial, carbofuran (300 µg/mL), Tween® 80 e água. As placas contendo os 
nematoides mais emulsão tratamento foram vedadas com filme plástico e mantidas em câmera 
do tipo BOD a 25 ºC, em escuro contínuo por 48 horas. Após esse período, o número de J2 
móveis e imóveis foram contados em microscópio de objetiva invertida. Foi adicionada uma 
gota de solução hidróxido de sódio (NaOH) 1,0 mol L-1 a cada cavidade, conforme adaptação 
da metodologia proposta por Chen e Dickson (2000). Foram caracterizados como mortos os 
J2 que permaneceram com o corpo completamente distendido, imóveis e vivos aqueles com 
os corpos retorcidos e móveis. 
 
 
21 
 
Para o teste de eclosão, 60 μL de uma suspensão aquosa contendo aproximadamente 60 
ovos de M. javanica foi colocada em placa de polipropileno de 96 cavidades com capacidade 
de 350 µl. Em seguida, adicionaram-se 100 μL das emulsões de cada óleo na concentração de 
1000 µg/mL. As placas foram mantidas em B.O.D., nas mesmas condições que foram 
descritas anteriormente. Após 48 horas, em microscópio de objetiva invertida, realizou-se a 
contagem do número de J2 eclodidos para determinar a porcentagem de eclosão nematoides. 
 Para os ensaios de mortalidade e eclosão de J2 foram empregados os delineamentos 
inteiramente casualizado, com 11 tratamentos (8 óleos essenciais provenientes das plantas: 
e 3 testemunhas) e seis repetições. As testemunhas constaram de água, Tween® e carbofuran 
(300 µg/mL). Os resultados foram submetidos à análise de variância e as médias agrupadas 
pelo teste Scott-Knott a 5% (SCOTT e KNOTT, 1974),utilizando software “R” 2015 (R 
CORE TEAM, 2015) . 
 
1.2.5 Atividade nematicida dos constituintes químicos de capim cidreira a Meloidogyne 
javanica 
Foram avaliados os percentuais de mortalidade e eclosão de M. javanica, após a exposição 
aos constituintes químicos majoritários do capim cidreira, analisados conforme descrito no 
item 2.3. Os constituintes majoritários da espécie vegetal foram o 2-dodecanona, 2-decanona 
e citral. Para as substâncias 2-dodecanona e 2-decanona foram utilizadas as concentrações de 
0,500, 700, 900 e 1.100 µg/mL, utilizando a mesma metodologia descrita no item 2.3. O citral 
(mistura dos isômeros neral e geranial) foi avaliado nas concentrações de 0,500, 550, 600, 650 
e 700 µg/mL. Para a determinação de tais concentrações nos experimentos, foram realizados 
testes preliminares, nos quais foram determinados os intervalos de concentração que 
ocasionassem a mortalidade de 50% a 100% da população avaliada. 
Os experimentos foram realizados em delineamento experimental inteiramente 
casualizado, com seis repetições. Os resultados foram submetidos à análise de regressão e ao 
teste de Dunnett, a 5% de probabilidade. Para as análises estatísticas foi utilizado o software 
“R” (2015) (R CORE TEAM, 2015). 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
1.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Das 27 espécies vegetais avaliadas neste trabalho, somente seis delas foi possível extrair os 
óleos essenciais (Tabela 2). Os óleos que apresentaram maior rendimento foram capim 
cidreira, com 1,23% e canelinha, com 0,57%. Surucaina apresentou rendimento diferente na 
folha e flor (partes diferentes apresentam rendimentos diferentes). Estes rendimentos obtidos 
podem ter ocorrido devido a fatores genéticos, fertilidade do solo que essa planta estava 
inserida ou a época de coleta. Figueiredo et al. (2006) afirmaram por meio de estudos, que 
capim cidreira coletado em diferentes estações do ano apresentam rendimento final diferente 
do óleo. Estes autores observaram maior rendimento do óleo quando coletado no período do 
inverno, pois, provavelmente, a escassez de água que ocorre nesta estação do ano, favorece os 
maiores teores de óleos essenciais, uma vez que em condições de estresse é característico o 
aumento deste metabólito secundário. Portanto, este estudo corrobora com os dados obtidos 
neste presente trabalho já que a coleta do capim cidreira ocorreu durante o inverno. 
 Foi possível identificar nos óleos essenciais estudados neste trabalho a presença de 
monortepenos, sesquiterpenos, e grupos aromáticos como aldeídos, cetona, álcool e ácidos. 
Os sesquiterpenos são, em geral, menos voláteis que os monoterpenos podendo influenciar no 
odor dos óleos (LOAYZA et al., 1995). 
 
Tabela 2. Espécies vegetais e as partes que foram produtoras de óleo essencial, bem como, seu rendimento e 
caracterização química. 
 
Espécie Vegetal Parte vegetal Rendimento (%) Composição química 
Astronium graveolens 
(macho) 
Folha 0,20 Benzaldeído; mirceno; perileno; 
espatulenol; viridiflorol. 
 
Astronium graveolens 
(fêmea) 
 
 
 
 
Croton zehntneri 
 
 
 
Cymbopogon citratus 
 
 
 
 
 
Hyptis suaveolens 
 
 
 
 
Folha 
 
 
 
 
 
Folha 
 
 
 
Folha 
 
 
 
 
 
Flor 
 
 
 
 
0,22 
 
 
 
 
 
057 
 
 
 
 1,23 
 
 
 
 
 
 0,33 
 
 
 
 
Muuroleno;α- muuroleno; óxido 
de cariofileno; espatulenol; 
aromadendreno espatulenol 
óxido de humuleno II; 
epiglobulol 
 
Stragol; γ-muurolenoeugenol metil 
éter; cariofileno 
 
 
2-decanona;2-dodecanona;neral 
geranial; acido nerico; 
2-etilciclohexona; álcool yomogi 
3,7-dimetil-1,2,6-octadienal; 
2-tridecanona; 
 
 Eucaliptol; mircenol; γ-muuroleno; 
cariofileno; clohexano; espatulenol; 
germacrena B; 4-carvomentenol; β- 
pineno; sabineno; (R)-1 metil-5-
 
 
23 
 
 
 
Hyptis suaveolens 
 
 
 
 
Lippia spp. 
 
 
Myracrodruon urundeuva 
 
 
Folha 
 
 
 
 
Folha 
 
 
Folha 
 
 
0,23 
 
 
 
 
0,42 
 
 
0,45 
(metilvinil) ciclohexano. 
 
Sabineno; β-pineno; oct-1-en-3-ol; 
limoneno cânfora; terp-1-en-4-ol; α-
terpineol;óxido de cariofileno; 
époxido de humoleno II. 
 
Limoneno; β-cariofileno; óxido de 
cariofileno. 
 
3-careno; β-selineno 
 
 
Os melhores resultados de mortalidade e imobilidade de J2 de M. javanica foram obtidos 
com o óleo essencial extraído de capim cidreira (cymbopogon citratus) com índice de 98% e 
100% respectivamente, e uma porcentagem de eclosão de 14,0%. Como pode ser observado, 
os resultados obtidos são superiores aqueles obtidos pelo nematicida comercial carbofuran 
(tabela3). 
A alta toxidade do óleo extraído de capim cidreira sobre M. javanica observada neste 
trabalho pode ser consequência da presença de substâncias bioativas presentes como o neral, o 
geranial, o 2-decanona e o 2-dodecanona (Tabela 3). Estas substâncias são conhecidas como 
compostos com ação nematicida (NTALLI et al., 2011; ECHEVERRIGARAY et al., 2010). 
Patidar et al. (2016) também verificaram, que o óleo de capim cidreira apresentou se mais 
eficiente no controle de Meloidogyne spp. quando comparado aos óleos de outras espécies de 
plantas estudadas. O óleo de cidreirão apresentou um excelente resultado de mortalidade, 
igual a 61,83% sendo este superior ao obtido para o carbofuran. Vale destacar ainda, os 
ótimos resultados referentes, às variáveis imobilidade e eclosão, que apresentaram uma média 
de 65,0% 19,33% respectivamente, sendo estatisticamente iguais aqueles obtidos para o 
controle positivo (Tabela 3). 
Os óleos extraídos das folhas e flores de surucaina e aroeira do sertão foram menos tóxicos 
aos nematoides, quando comparados aos demais óleos essenciais avaliados neste trabalho e 
também ao nematicida (Tabela 3). Já os óleos provenientes das espécies Gonçalves Alves e 
canelinha não apresentaram atividade nematicida (Tabela 3). 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
Tabela 3. Mortalidade (%), imobilidade (%) e eclosão (%) de juvenis do segundo estádio (J2)de Meloidogyne 
javanica avaliado in vitro por exposição em emulsões de óleos essenciais de espécies vegetais 
coletadas na região de Janaúba, MG. 
 
Espécie vegetal Mortalidade Imobilidade Eclosão 
Cymbopogon citratus 98,00 a 100,00 a 14,00 a 
Lippia sp. 61,83 b 65,00 b 19,33 b 
Carbofuran 51,50 c 58,48 b 18,67 b 
Hyptis suaveolens (folha) 8,67 d 33,67 c 39,67 c 
Myracrodon urundeiuva 9,50 d 19,67 d 38,33 c 
Crotan zenhtneri 3,83 e 6,37 e 45,17 d 
Astronium graveolens(macho) 4,00 e 18,25 d 44,83 c 
Astronium graveolens(fêmea) 4,50 e 18,67 d 40,67 c 
Hyptis suaveolens (flor) 3,50 e 17,50 d 45,83 d 
Água 1,28 e 6,43 e 46,83 d 
Tween® 3,73 e 12,78 d 45,83 d 
CV (%) 22,05 23,40 5,80 
Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem significativamente entre si pelo teste de Scott e Knott, a 
5% de probabilidade. 
 
A atividade nematicida dos óleos essenciais observada neste trabalho pode estar 
relacionada a um dos componentes majoritários de forma isolada, as misturas binárias ou, até 
mesmo, ao sinergismo destes componentes. Portanto, a contribuição de cada componente para 
a atividade de um óleo essencial segue um padrão complexo de interações de substâncias que 
podem incluir a sinergia ou interações antagônicas que contribuem para a toxicidade geral do 
óleo (ANDRES et al., 2012). Por esse motivo, ainda não se conhece claramente o modo de 
ação dos óleos essenciais no controle de nematoides. Porém, Oka et al. (2000) sugerem que 
eles possam interferir no metabolismo do nematoide, desorganizando ou inibindo suas 
funções vitais desde as fases iniciais do desenvolvimento embrionário, além de afetarem os 
mecanismos de movimentação deste organismo, em razão de uma possível desestruturação do 
seu sistema nervoso. 
O citral é a união de dois isômeros (geranial e neral), componentes de substâncias bioativas 
do óleo de capim cidreira, observa-se que o mesmo apresentou atividade nematostática e 
nematicida a M. javanica (Figura 1). Houve efeito linear crescente para os índices de 
mortalidade e imobilidade de juvenis do segundo estádio (J2) de M. javanica nas diferentes 
concentrações da substância (Figura 1). A concentração de 700 µg/mL causou 90% da 
mortalidade e imobilidade desses nematoides. 
Para a porcentagem de eclosão dos nematoides, o citral causou um efeito linear 
decrescente, ou seja, com o aumento na concentração desta substância ocorreu redução nos 
valores dessa variável. Na presença de água, a eclosão foi de 47% e na maior concentração 
(700 µg/mL) a eclosão foi de 10%, comprovando assim mais uma vez a eficácia da substância 
 
 
25 
 
(Figura 1). Echeverrigaray et al. (2010), estudando concentrações do citral no controle de M. 
incognita, verificaram que a concentração de 250 mg/ L reduziu a eclosão de ovos em menos 
de 50%, já na concentração de 500 mg/L a eclosão foi de apenas 8%. 
 
 
Figura 1: Mortalidade (%) (A), imobilidade (%) (B) e eclosão (%) (C) de juvenis do segundo estádio (J2) de 
Meloidogyne javanica avaliados in vitro por exposição a diferentes concentrações da substância citral. 
 
Por meio do teste Dunnett a 5% verifica-se que as concentrações de 600, 650 e 700 µg/mL 
de citral proporcionaram porcentagem de mortalidade e imobilidade significativamente 
superior a testemunha positiva carbofuran (Tabela 4). Já as concentrações de 500 e 550 
µg/mL foram estatisticamente semelhantes ao nematicida comercial. 
Como pode ser observado, as diferentes concentrações do citral não diferiram 
significativamente do nematicida carbofuran na porcentagem de eclosão, o que sugere que tal 
substância apresenta excelente potencial para o controle de fitonematoides. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
Tabela 4. Mortalidade (%), mobilidade (%) e eclosão (%) de juvenis do segundo estádio (J2) de Meloidogyne 
javanica avaliados in vitro expostos a diferentes concentrações (µg/mL) do citral. 
Tratamento Mortalidade Imobilidade Eclosão 
 
500 46,67 yz 53,00 yz 21,00 yz 
550 57,00 yz 64,17 yz 17,00 yz 
600 71,00 xyz 79,67 xyz 15,00 yz 
650 80,67 xyz 87,17 xyz 12,33 yz 
700 89,67 xyz 89,67 xyz 10,33 yz 
Carbofuran 55,00 56,67 16,33 
Tween® 0,5 0,5 45,83 
Água 1,00 1,00 47,67 
CV (%) 16,13 13,83 18,42 
Médias seguidas da letra x, y e z na coluna diferem das testemunhas, carbofuran, Tween®, água, 
respectivamente, pelo teste de Dunnett a 5% de significância. 
 
Estes resultados obtidos podem ser explicados devido ao fato do citral ser um aldeído. 
Segundo OKA (2001), os aldeídos possuem uma alta atividade nematicida contra M. javanica 
quando comparados a outros grupos químicos como os fenóis, álcoois entre outros. De acordo 
com estudos os aldeídos agem contra o nematoide inibindo a sua enzima V-ATPase, da 
cutícula. Esta enzima está envolvida na alimentação dos nematoides, regulação osmótica e 
síntese da cutícula (CABONI et al., 2013). 
A substância 2-decanona também causou um efeito tóxico a M. javanica, que foi 
observado por meio de um comportamento linear crescente, pois aumentou em função do 
aumento das concentrações, o que provocou a morte e imobilidade neste organismo (Figura 
2). Assim, o aumento na concentração desta substância causou uma maior ação nematostática 
e nematicida A eclosão dos J2 também foi inibida com o aumento progressivo nas 
concentrações de 2-decanona. Cheng et al. (2017) verificaram que o 2-decanona na 
concentração de 126,00 mg/L foi efetivo e causou a morte de M. incognita. Os autores 
explicam que este composto degrada o intestino e a faringe dos nematoides, causando a morte 
dos mesmos. 
 
 
 
27 
 
 
FIGURA 2. Porcentagem de mortalidade (A), imobilidade (B) e eclosão (C), in vitro, de juvenis de segundo 
estádio de Meloidogyne javanica expostos a diferentes concentrações da substância 2-decanona. 
 
Por meio do teste de Dunnet a 5% verifica-se que a porcentagem de mortalidade de J2 nas 
diferentes concentrações da substância 2-decanona foram inferiores ao do nematicida 
carbofuran (Tabela 5). As concentrações de 900 e 1100 µg/mL promoveram maiores 
porcentagem de mortalidade do J2 quando comparados á testemunha Tween®, comprovando 
sua atividade nematicida. 
A variável imobilidade, mesmo na maior concentração, 1.100 µg/mL, não foi afetada pela 
substância 2-decanona, que resultou em valor semelhante à testemunha carbofuran (Tabela 5). 
A porcentagem de eclosão de M. javanica também não foi afetada mesmo após exposição 
deste as maiores concentrações de 2-decanona, já que foi verificada maior percentagem de J2 
eclodidos, em relação ao carbofuran. Quando se compara as concentrações de 2-decanona 
com as testemunhas negativas, verifica-se que, todas elas proporcionaram menor porcentagem 
de eclosão, em relação a esses tratamentos controle. 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
Tabela 5. Mortalidade (%) (A), imobilidade (%) (B) e eclosão (%) (C), de juvenis do segundo estádio (J2) de 
Meloidogyne javanica avaliados in vitro por exposição a 2-decanona. 
Tratamento Mortalidade Imobilidade Eclosão 
500 4,00 x 16,00 xyz 45,67 x 
700 4,50 x 18,00 xyz 42,17 xyz 
900 14,00 xyz 19,83 xyz 37,5 xyz 
1100 41,00 xyz 47,00 yz 32,17 xyz 
Carbofuran 53,33 56,67 14,83 
Tween 0,5 0,5 47,17 
Água 1,33 1,33 49,17 
CV (%) 26,29 28,38 8,39 
Médias seguidas da letra x y z na coluna diferem das testemunhas Carbofuran, Tween® e água respectivamente 
pelo teste de Dunnett a 5% de significância. 
 
Com relação à substância 2-dodecanona, observou-se comportamento linear crescente em 
função das concentrações testadas na mortalidade e mobilidade de J2, já para eclosão obteve 
se um efeito linear decrescente, demonstrando se assim que com o aumento das concentrações 
ocorre uma maior ação nematostática, provocando a morte ou imobilidade dos juvenis de 
segundo estádio eclodidos, além do impedimento de eclosão do J2 indicando haver uma ação 
tóxica do componente testado sobreos juvenis infestantes de M. javanica (Figura 3). 
 
Figura 3. Porcentagem de mortalidade (A), imobilidade (B) e eclosão (C), in vitro, de J2 de Meloidogyne 
javanica expostos a diferentes concentrações da substância 2-dodecanona. 
 
Por meio do teste Dunnett a 5% verifica-se na Tabela 6 que todas as concentrações de 2-
dodecanona estudadas diferiram estaticamente do carbofuran em todas as variáveis avaliadas, 
apresentando se uma média inferior a tal testemunha. 
 
 
29 
 
 
Tabela 6. Mortalidade (%), imobilidade (%) e eclosão (C) de juvenis do segundo estádio (J2) de Meloidogyne 
javanica avaliados in vitro por exposição à substância 2-dodecanona. 
 
 Tratamento Mortalidade Imobilidade Eclosão 
500 1,33 x 1,33 x 46,83 x 
700 1,83 x 3,67 x 43,83 x 
900 13,0 xyz 29,0 xyz 39,83 xyz 
1100 19,55 xyz 29,83 xyz 37,17xyz 
Carbofuran 54,5 56,17 17,00 
Tween® 1,00 1,00 46,83 
Água 1,00 1,00 47,5 
CV (%) 20,01 20,35 10,77 
Médias seguidas da letra xyz na coluna diferem das testemunhas agua, carbofuran e Tween®, respectivamente 
pelo teste de Dunnett a 5% de significância. 
 
Entretanto, ao analisar os resultados obtidos para as concentrações de 900 e 1100 µg/mL e 
compará-los à testemunha, Tween e água verifica-se que em tais concentrações, 2- 
dodecanona apresenta efeito tóxico ao nematoide. Tais resultados coincidem com aqueles 
obtidos por Pinho (2010), quando estudou 23 compostos comerciais e verificou resultados 
próximos para a substância 2- dodecanona, sendo que, a mesma apresentou uma taxa de 
mortalidade de 25,8% contra M. incognita. 
 
1.4 CONCLUSÕES 
 
Os óleos de Myracrodruon urundeuva, Hyptis suaveolens, Croton zehntnerique, Lippia 
ssp. Astronium graveolens (macho), Astronium graveolens (fêmea) e Cymbopogon citratus foi 
possível caracterizar dois a quatorze constituintes químicos. 
O óleo essencial de C. citratus é mais eficiente no controle de M. javanica que o 
carbofuran. Concentrações iguais ou acima de 600µg/mL de citral causam maior mortalidade 
e imobilidade de J2 de M. javanica quando comparadas ao carbofuran. 
Com o aumento das concentrações de citral ocorre maior mortalidade e imobilidade e 
menor eclosão de J2 de M. javanica. 
As substâncias 2-decanona e 2- dodecanona nas concentrações utilizadas apresentam 
menor ação nematicida que o carbofuran sobre M. javanica. 
 
 
 
 
30 
 
 
1.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 2 
 
ATIVIDADE NEMATICIDA DE ÓLEO ESSENCIAL DE CAPIM CIDREIRA E 
CITRAL SOBRE MELOIDOGYNE JAVANICA EM ALFACE 
(Artigo formatado de acordo com as normas da Revista Brasileira de ciências agrarias) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
 
 
Resumo 
Compostos bioativos presentes nos óleos essenciais, têm demonstrado propriedades que os 
tornam eficazes no controle de nematoides. O presente estudo foi realizado com o objetivo de 
avaliar o potencial nematicida do óleo essencial de capim cidreira e do citral no controle de 
M. javanica em alface. Foram realizados dois ensaios; em um deles se avaliou o óleo 
essencial de capim cidreira (Ensaio 1) e no outro o citral (Ensaio 2). Ambos ensaios foram 
montados em delineamento em blocos ao acaso com seis repetições. No ensaio 1 foram 
avaliadas cinco concentrações do óleo (0, 260, 521,7 00, 1000 µg/mL) e no ensaio 2, seis 
concentrações do citral (0, 500, 550, 600, 650, 700 µg/mL). Em ambos os casos se 
empregaram como testemunhas Tween® 80 e carbofuran. Plantas de alface com 35 dias de 
idade foram inoculadas com 4000 ovos de M. javanica juntamente com as emulsões 
previamente preparadas do óleo e do citral separadamente em Tween® 80. Os tratamentos 
foram aplicados em quatro orifícios equidistantes no solo ao redor da planta. Após 33 dias, as 
plantas foram retiradas e avaliadas a massa fresca e massa seca de parte aérea, número de 
galhas, de massas de ovos e ovos por grama de raiz, J2 no solo e fator de reprodução. Todas 
as concentrações do óleo de capim cidreira e do citral tiveram efeito positivo no controle do 
nematoide equiparando-se ao nematicida carbofuran. 
Palavras-chave: Produtos naturais, Cymbopogon citratus Lactuca sativa, nematoide das 
galhas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Abstract 
 
The bioactive compounds present in essential oils, have demonstrated properties that make 
them effective in controlling nematodes. The present study was carried out with the objective 
of evaluating the nematicidal potential of lemongrass and citral essential oil in the control of 
M. javanica on lettuce. Two tests were carried out, one of them evaluated the essential oil of 
lemongrass grass (Test 1) and in the other the citral (Test 2). Both trials were set up in a 
randomized block design with six replications. In test 1, five oil concentrations were 
evaluated (0, 260, 521, 700, 1000 µg/mL) and in trial 2, six concentrations of citral (0, 500, 
550, 600, 650, 700 µg/mL). In both cases, Tween® 80 and carbofuran were used as controls. 
Lettuce plants with 35 days of age were inoculated with 4000 eggs of M. javanica together 
with the previously prepared emulsions of oil and citral separately in Tween® 80. The 
treatments were applied in four equidistant holes in the soil around the plant. After 33 days, 
the plants were removed and evaluated for fresh weight and dry weight of aerial part, number 
of galls, egg and egg masses per gram of root, J2 in the soil and reproduction factor. All 
concentrations of lemongrass and citral oil had a positive effect on the nematode control 
compared to the carbofuran nematicide. 
Keywords: Natural products, Cymbopogon citratus, Lactuca sativa, root-knot nematode 
nematode. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2.1 INTRODUÇÃO 
 
A alface, Lactuca sativa L., é uma hortaliça rica em vitaminas A e C e minerais. Ela é 
consumida in natura na forma de salada e é considerada a hortaliça folhosa mais cultivada no 
Brasil (FONSECA et al., 2016). A alface é parasitada por nematoides do gênero Meloidogyne 
e as espécies mais prejudiciais ao cultivo são M. incognitae M. javanica. 
Cultivares de alface parasitadas por Meloidogyne spp. tornam-se sem vigor, uma vez que o 
sistema radicular é afetado pela formação de galhas que obstruem a absorção de água e 
nutrientes do solo. Consequentemente a planta se torna amarelada, com tamanho reduzido, 
pequeno volume foliar e sem valor comercial (MACHADO et al., 2010). 
O cultivo consecutivo de alface devido ao seu ciclo curto favorece o aumento populacional 
de Meloidogyne spp. nas regiões produtoras. Maiores perdas são causadas em regiões que 
apresentam temperaturas elevadas e em solos arenosos (PINHEIRO et al., 2013). 
Após a introdução de Meloidogyne em uma área, sua erradicação é praticamente 
impossível. O uso de cultivares resistentes é o método mais desejável para reduzir esses 
parasitas de plantas, pois não aumentam os custos de produção e não apresentam riscos ao 
meio ambiente. No entanto, as cultivares existentes não apresentam resistência completa a 
Meloidogyne spp. (DIAS-ARIEIRA et al., 2012). A rotação de culturas é difícil devido ao 
grande número de hospedeiros. O controle químico não tem sido recomendado, visto que não 
há nematicidas registrados para controle de nematoides na alface no Brasil. Em decorrência, 
faz-se necessário a busca por opções de controle de fitonematoides que sejam mais eficazes e 
menos tóxicas ao ambiente e ao homem. 
Vários estudos mostraram que Cymbopogon citratus, (capim cidreira) é utilizado 
mundialmente com objetivo de explorar suas diversas atividades biológicas, tais como 
antibacteriana, antifúngico, antiprotozoária, anticancerígena, anti-inflamatória e antioxidante 
(EKPENYONG et al., 2015). Na agricultura, existem relatos da eficiência do óleo essencial 
do capim cidreira no controle da germinação e crescimento de ervas daninhas, insetos e 
controle de nematoides, em diversas culturas de interesse econômico como hortaliças, 
legumes e frutas (LAWAL et al., 2017). 
O capim cidreira é uma planta herbácea pertencente à família Poaceae, sendo também 
conhecida popularmente pelos nomes: erva-cidreira, capim-limão, capim-cidreira, entre outros 
(SHAN et al, 2011). O principal constituinte químico ativo do capim cidreira é um aldeído 
alifático, o citral que é um excelente aromatizante de ambientes e possui atividade nematicida 
(ECHEVERRIGARAY et al., 2009; MUKHERGE e SINHABADU, 2014). 
 
 
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A maioria dos estudos com o óleo essencial de capim cidreira e do citral visa o controle de 
M. incognita em culturas (ECHEVERRIGARAY et al., 2009; MUKHERGE e SINHABADU, 
2014). Não há na literatura nenhum estudo do efeito do óleo essencial de C. citratus e do citral 
sobre M. javanica na cultura da alface. Diante do exposto, objetivou-se avaliar a atividade 
nematicida do óleo essencial do capim cidreira e do citral sobre M. javanica na cultura de 
alface ‘babá de verão’ tipo manteiga. 
 
2.2 MATERIAL E MÉTODOS 
 
Foram avaliados o óleo essencial de capim cidreira e o citral em diferentes ensaios. Estes 
foram montados em casa de vegetação localizada na UNIMONTES, no Campus de Janaúba-
MG, em delineamento em blocos ao acaso com 6 repetições. No ensaio do óleo essencial do 
capim cidreira foram avaliadas cinco concentrações: 0, 260, 521, 700 e 1000 µg/mL e no 
ensaio do citral foram avaliadas seis concentrações: 0, 500, 550, 600, 650 e 700 µg/mL. Em 
ambos ensaios foram avaliadas as testemunhas: carbofuran (415 g/mL) e Tween® 80 a 0,01 g 
mL-1. As concentrações do óleo essencial de C. citratus (capim cidreira) e do citral foram 
definidas por testes realizados anteriormente in vitro de modo a promover mortalidade maior 
ou igual a 50%. 
Sementes de alface ‘babá de verão’ tipo manteiga suscetíveis a M. javanica foram 
semeadas em bandejas de isopor com substrato comercial bioplant®. Após 25 dias, as mudas 
foram transplantadas para vasos plásticos de volume igual a 350 mL contendo substrato 
comercial bioplant®. Aos 35 dias realizou-se a aplicação de 2 mL de suspensão aquosa 
contendo cerca de 4000 ovos de M. javanica juntamente com 24 mL da emulsão do óleo 
essencial de capim cidreira ou 24 mL do citral em três orifícios no solo ao redor da planta. O 
óleo do capim cidreira e o citral foram diluídos em Tween® 80 previamente diluído em água 
(0,01 g mL-1) para o preparo das emulsões. Foram distribuídos quatro mL das emulsões no 
solo em quatro orifícios de 1,5 cm de profundidade equidistantes ao redor da planta. Os ovos 
de M. javanica foram extraídos de raízes de tomateiros cv. Kada com sintomas de galhas 
mantidos em casa de vegetação por 90 dias. Para extração dos ovos empregou-se a técnica 
descrita por Hussey e Barker modificada por Bonetti e Ferraz (1981). 
A irrigação foi realizada diariamente mantendo o solo constantemente úmido. Após 33 dias 
da aplicação dos nematoides foram avaliadas a massa fresca e a massa seca da parte aérea das 
plantas e as variáveis relacionadas à M. javanica: número de massas de ovos, de galhas e de 
ovos por grama de raiz, o fator de reprodução (FR), que é a relação entre a população final 
 
 
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aos 33 dias (ovos mais eventuais J2 nas raízes) e a população inicial (número de ovos e 
eventuais J2 inoculados) e número de J2 presentes em 200 cm3 de solo. Para a determinação 
da massa seca de parte aérea, as folhas foram colocadas em sacos de papel e estes foram 
acondicionados em estufa de secagem com ventilação forçada a temperatura de 65ºC por 72 
horas. 
As raízes das plantas foram lavadas em água parada, e submetidas à coloração com floxina 
B (15 mg de floxina B/L de água) para contagem visual das massas de ovos e de galhas. Em 
seguida, as raízes foram cortadas em pedaços de 1cm e submetidas à extração de ovos 
segundo a técnica de Hussey e Barker (1973) modificada por Bonetti e Ferraz (1981). Para 
determinação do número de J2 no solo, amostras de 200 cm3 foram processadas por meio da 
técnica de flotação e centrifugação em solução de sacarose (Jenkins, 1964). Os ovos e J2 de 
M. javanica obtidos foram quantificados em câmara de Peters em microscópio de objetiva 
invertida. Para a determinação das variáveis nematológicas por grama de raiz, o número de 
galhas, massas de ovos e ovos de M. javanica encontrados nas raízes foram divididos pelo 
peso de cada raiz. 
Os resultados foram submetidos à análise de variância. As concentrações foram submetidas 
à análise de regressão e a comparação das concentrações com os tratamentos adicionais 
realizada pelo teste de Dunnett a 5% de probabilidade (DUNNET, 1995). As análises 
estatísticas foram realizadas no software “R” (2015) (R CORE TEAM, 2015) 
 
2. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
A análise de regressão dos resultados obtidos para a massa fresca e a massa seca da parte 
aérea das plantas de alface tratadas com o óleo essencial de Cymbopogon citratus, capim 
cidreira, indicaram o modelo quadrático como o melhor ajuste para essas variáveis (Figura 1). 
Para esse trabalho, as plantas de alface tiveram a maior produção de massa fresca e seca, 
quando o ponto de máximo da equação foi de 13g e 2,6 g para as concentrações de 623 
µg/mL e 575 µg/mL do óleo essencial, respectivamente. 
 
 
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Figura 1. Massa fresca (A) e massa seca (B) de plantas de alface submetidas a inoculação conjunta de 
Meloidogyne javanica e óleo de capim cidreira. 
 
 
O óleo essencial de capim cidreira aplicado na cultura da alface infectada com M. javanica 
reduziu de forma significativa as variáveis número de galhas e massas de ovos. Ambas 
variáveis apresentaram comportamento linear com a elevação das concentrações do óleo 
essencial (Figura 2). Ao comparar o número de galhas na concentração de 1000 µg/mL com a 
água (concentração 0) verifica-se redução de 55%. No caso de massas de ovos, a redução foi 
de 84%. 
 
 
 
 
Figura 2. Número de galhas (A) e massas ovos (B) de plantas de alface submetidas à inoculação conjunta de 
Meloidogyne javanica e óleo de capim cidreira.

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