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UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA 
AFRO – BRASILEIRA 
INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO RURAL - IDR 
 CURSO DE BACHARELADO EM AGRONOMIA 
 
 
 
 
 
ÉRIKA DAYANE LOPES DOMINGOS 
 
 
 
 
 
POTENCIAL ALELOPÁTICO DE EXTRATOS AQUOSOS DE FOLHAS E CASCAS 
DE Punica granatum L. NA GERMINAÇÃO E NO DESENVOLVIMENTO INICIAL 
DE PLÂNTULAS DE Lactuca sativa L. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REDENÇÃO/CE 
2018
1 
 
 
 
ÉRIKA DAYANE LOPES DOMINGOS 
 
 
 
 
 
 
POTENCIAL ALELOPÁTICO DE EXTRATOS AQUOSOS DE FOLHAS E CASCAS 
DE Punica granatum L. NA GERMINAÇÃO E NO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE 
PLÂNTULAS DE Lactuca sativa L. 
 
 
 
 
 
Monografia submetida à Coordenação do Curso de Agronomia 
da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-
Brasileira - UNILAB, como parte das exigências para a 
obtenção do título de Bacharel em Agronomia. 
 
Orientadora: Maria Clarete Cardoso Ribeiro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REDENÇÃO/CE 
2018 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A minha mãe, irmãos, tias, avó e a meu pai de coração por 
não pouparem esforços para me ajudar nos momentos de 
maiores dificuldades, tudo para que pudesse realizar o 
sonho de ser a primeira filha, primeira irmã, primeira 
sobrinha e primeira neta a se formar na família. 
 
 
DEDICO 
5 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
Agradeço a Deus, Pai que me confortou espiritualmente nos momentos de 
grandes provações, permitindo que mesmo em meio às dificuldades eu pudesse 
continuar e chegar ao fim dessa etapa de minha vida. 
À minha mãe, grande guerreira, minha maior incentivadora e amor meu. 
Agradeço aos meus irmãos pelo carinho partilhado e pela satisfação de poder ser 
um exemplo para eles. 
À Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro - Brasileira – 
UNILAB e ao Instituto de Desenvolvimento Rural - IDR, pelo cumprimento do seu 
papel social na formação de profissionais atuantes e capacitados. 
À turma 2013.1, por ser minha família nesses cinco anos de luta, 
aprendizado, e companheirismo; à minhas amigas Joana, “marida” e irmã, por tudo o 
que vivenciamos e pelo aprendizado adquirido; à Aua, Beatriz, Medilanda, Horvanda 
e Ávila, pelos momentos e amizades a mim oferecidos e ao António pelos momentos 
vividos juntos, pelo grande apoio emocional e pela disposição em me ajudar. 
À minha querida Clécia, uma segunda mãe e amiga, grande incentivadora aos 
meus estudos e conhecedora das minhas adversidades, e ao seu marido Clóvis, ao 
qual tenho muita admiração e respeito. 
À professora Clébia Mardônia, coordenadora da Incubadora Tecnológica de 
Economia Solidária – INTESOL, pelo tempo que me acolheu como bolsista, e aos 
colegas do projeto pelo tempo de convivência e experiências compartilhadas. 
À minha orientadora, professora maravilhosa a qual tenho profunda 
admiração, Maria Clarete Cardoso Ribeiro, por ter acreditado em mim e por aceitar 
ser minha orientadora na etapa final da graduação. 
Á banca examinadora nas pessoas do professor Fred Denilson Barbosa da 
Silva e Aluísio Marques da Fonseca pelas contribuições ao meu trabalho e pela 
disponibilidade de me ajudar quando precisei. 
Á professora Francisca Robevania Medeiros Borges, pela ajuda a mim 
oferecidos com as analises estatísticas, etapa que não conseguiria concluir sozinha. 
Aos técnicos do laboratório, Camila, Lívia, Tatiana e Henrique, pela 
disponibilidade e orientações a mim oferecidas e à todos que direta ou indiretamente 
contribuíram com essa etapa que se conclui, meus sinceros agradecimentos. 
 
6 
 
 
 
RESUMO 
 
A alelopatia pode ser entendida como a interferência (positiva ou negativa) 
exercida por uma planta (viva ou morta), sobre a germinação ou 
desenvolvimento de outras. O objetivo do presente trabalho foi avaliar os efeitos 
das soluções aquosas das folhas e cascas do caule de romãzeira sobre a 
germinação das sementes e no desenvolvimento das plântulas de alface. No 
experimento foram utilizadas as concentrações de 0, 20, 40, 60 e 80%, dos 
extratos aquosos foliares e caulinares de romãzeira. Foram analisadas as 
variáveis: porcentagem de germinação (%G), comprimento da radícula (CR), 
comprimento da parte aérea (CPA), massa fresca total (MFT), massa seca total 
(MST) e índice de velocidade de germinação (IVG) de plântulas de alface 
(planta teste). A variável germinação não apresentou diferença significativa, 
contudo, houve significância no IVG, CPA, CR e MFT. O índice de velocidade de 
germinação foi influenciado significativamente pelas concentrações e pela interação 
entre os fatores. O comprimento da parte aérea, comprimento radicular e massa 
fresca total apresentaram significância referente ao material vegetal usado e as 
concentrações, mas não houve interação. O IVG decresceu à medida que as 
concentrações dos extratos foliares foram aumentadas. O mesmo foi observado 
no CR e no CPA, demonstrando assim, interferência das concentrações foliares 
sobre o desenvolvimento de plântulas de alface. A variável MFT, não foi 
influenciada por ambos os extratos. Concluiu-se que os extratos de folhas e 
cascas de romãzeira não interferiram na germinação das sementes de alface, 
contudo houve interferência no desenvolvimento das plântulas. 
 
Palavras-chave: Alelopatia. Romãzeira. Germinação. Desenvolvimento de 
plântulas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Allelopathy can be understood as the interference (positive or negative) exerted by a 
plant (living or dead), on the germination or development of others.The work’s aim is 
to evaluate the effects of the aqueous solutions of the leaves and bark, of the 
pomegranate stem, on the germination of the seeds and the development of the 
lettuce seedlings. Concentrations of 0, 20, 40, 60 and 80% of the aqueous extracts of 
pomegranate’s leaf and stem were utliized the experiment. The variables analyzed 
of lettuce seedlings (test plant) were: percentage of germination (% G), root length 
(CR), shoot length (CPA), weight of fresh mass (MFT), total dry weight (MST) and 
germination speed index (IVG). For the germination variable there was no significant 
difference, however, there was significance in the IVG, CPA, CR and MFT. The rate 
of germination was significantly influenced in relation to the concentrations and the 
interaction between the factors.The aerial part length, root length and fresh mass 
total presented significance regarding the plant material used and the concentrations 
but there was no interaction. The IVG decreased as the concentrations of leaf 
extracts were increased. The same was observed for CR and in the CPA, thus 
demonstrating interference of the base concentrations of the leaves on the 
development of lettuce seedlings. The MFT variable was not influenced by both 
extracts. In conclusion, the extracts of pomegranate’s leaves and bark did not 
interfere in the germination of lettuce seeds, however there was interference in the 
development of the seedlings. 
 
Keywords: Allelopathy. Pomegranate. Germination, Development of seedlings. 
8 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
FIGURA 01. Árvore Romãzeira (Punica granatum L.), Guaiúba/CE, 2018. ......... 13 
FIGURA 02. Folhas (A), flor hermafrodita (B); flor masculina (C) e frutos da 
romãzeira (D). .......................................................................................................... 14 
FIGURA 03. Vias de liberação de aleloquímicos das plantas para o ambiente ........ 20 
FIGURA 04. Planta de romãzeira (Punica granatum L.) (a); casca do caule (b); folhas 
de romãzeira ressecadas (c). Redenção/CE, 2018. .................................................. 28 
FIGURA 05. Índice de velocidade de germinação (IVG) em sementes de alface 
submetidasa diferentes concentrações de extratos aquosos de folhas e caule de 
Punica granatum L. Redenção/CE, 2018. ................................................................. 31 
FIGURA 06. Massa Fresca Total de plântulas de alface (g), submetidas à aplicação 
de diferentes concentrações dos extratos aquosos de folhas e cascas do caule de 
Punica granatum L. Redenção/CE, 2018. ................................................................. 33 
FIGURA 07. Comprimento de radícula de plântulas de alface (cm), submetidas à 
aplicação de concentrações de extratos aquosos de folhas e cascas do caule de 
Punica granatum L. Redenção/CE, 2018. ................................................................. 34 
FIGURA 08.Comprimento da parte aérea de plântulas de alface (cm), submetidas à 
aplicação de diferentes concentrações dos extratos aquosos de folhas e cascas do 
caule de Punica granatum L. Redenção/CE, 2018. .................................................. 35 
 
 
 
 
 
9 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
TABELA 1. Porcentagem das concentrações de folhas e cascas do caule Punica 
granatum L. s e seus respectivos volumes em mL. Redenção/CE, 2018. ................ 27 
TABELA 2. Resumo da análise de variância das características avaliadas em alface: 
porcentagem de germinação (%G), índice de velocidade de germinação (IVG), 
comprimento da parte aérea (CPA), comprimento radicular (CR) e massa fresca total 
(MFT), em função das concentrações dos extratos aquosos de folhas e caule da 
Punica granatum L. Redenção – CE, 2018. .............................................................. 31 
 
 
10 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10 
2 OBJETIVOS .......................................................................................................... 12 
2.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 12 
2.1 Objetivos Específicos ....................................................................................... 12 
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 13 
3.1 Romãzeira (Punica granatum L.) ...................................................................... 13 
3.2 Alface (Lactuca sativa L.) ................................................................................. 15 
3.3 Alelopatia ........................................................................................................... 16 
3.3.1 Biossíntese, natureza e função das substâncais alelopáticas ................... 17 
3.3.2 Efeitos alelopáticos e mecanismos de ação ................................................ 18 
3.3.3 Aleloquímicos: métodos de liberação .......................................................... 20 
3.3.4 Plantas medicinais: fonte de aleloquímicos ................................................ 21 
3.3.5 Alelopatia em prol da agricultura .................................................................. 24 
4 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 26 
4.1 Local e período de condução do experimento ............................................... 26 
4.2 Materiais vegetais ............................................................................................. 26 
4.3 Procedimentos para o preparo dos extratos e soluções ............................... 27 
4.3.1 Extratos e soluções aquosos ........................................................................ 27 
4.4 Tratamentos e delineamento experimental ..................................................... 28 
4.5 Variáveis analisadas ......................................................................................... 28 
4.6 Análise estatística ............................................................................................. 30 
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 31 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 38 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 39 
 
 
 
 
11 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
As plantas com potencial biológico são conhecidas e utilizadas 
mundialmente, seja no uso mais comum em chás ou no seu emprego mais 
elaborado, na fabricação de medicamentos industrializados. Estudos sobre os 
princípios ativos desses vegetais são bastante variados e abrangem 
majoritariamente as indústrias farmacêutica e estética, produzindo 
respectivamente remédios e produtos de beleza como shampoos, sabonetes, 
cremes, dentre outros. 
O efeito sinérgico dos princípios ativos que são encontrados nessas 
plantas podem causar efeitos indesejados em outras, inibindo a germinação, 
crescimento e desenvolvimento, podendo também facilitar a entrada de 
microrganismos patogênicos. Entretanto, essas mesmas substâncias, são úteis 
para a defesa da própria espécie vegetal, protegendo-as de outras plantas, de 
insetos, de predadores e de microrganismos, além de também serem utilizados em 
alimentos e agroquímicos. 
A alelopatia é o termo utilizado para designar a interação benéfica ou 
maléfica de um vegetal sobre o outro, e as substâncias que atuam nesse 
fenômeno são chamadas de aleloquímicos. Os compostos que provocam efeitos 
positivos ou negativos na vegetação são produzidas por metabólitos 
secundários e podem ser encontradas comumente em plantas medicinais, a 
exemplo da romãzeira (Punica granatum L.). 
A romãzeira é uma pequena árvore exótica trazida ao Brasil há muitos 
anos, e seu empregado é comum no combate de diversas doenças, que 
envolvem infecções de garganta, rouquidão, febre e diarreia. A romã, fruta da 
romãzeira, também é apreciada na culinária para preparos de sucos, geleias e 
até mesmo para o preparo do vinho conhecido por grenadine. 
As substâncias alelopáticas podem ser produzidas em diversas partes da 
planta, como em raízes, caules, flores, folhas e frutos. No entanto, estudos 
realizados por Moreira (1979) demonstram que as substâncias se concentram 
especialmente nas folhas, e são seguidas do caule e de outras partes. 
12 
 
 
 
A forma dos aleloquímicos serem liberados na natureza englobam quatro 
métodos, lixiviação, quando há a ação da chuva ou orvalho que levam os compostos 
para o solo; volatilização, quando os compostos são dissipados e absorvidos por 
outras plantas; decomposição, quando os microrganismos agem decompondo os 
resíduos vegetais e exsudação radicular, quando os compostos são liberados pelas 
raízes e interferem na ação de microrganismos e nas interações de planta-planta . 
Os aleloquímicos agem de forma direta, quando os compostos interferem no 
metabolismo das plantas receptoras e na forma indireta, quando as alterações 
ocorrem nas propriedades do solo, nas condições nutricionais e até mesmo nas 
interações entre populações e na atividade de microrganismos. Essas ações estão 
envolvidas com os efeitos positivos ou negativos provocados nas plantas 
(FERREIRA; ÁQUILA, 2000). 
A determinação do potencial alelopático de uma planta pode ser feito 
através de bioensaios com extratos aquosos. Essa é uma técnica simples, 
realizada em laboratório para melhor isolar o efeito alelopático de outras 
interferências e o extrato aquoso nos testes de verificação de efeitos alelopáticos 
objetivam simular o que ocorre na natureza (FERREIRA; ÁQUILA, 2000). 
Segundo Mano (2006), a germinação é considerado como uma das principais 
variáveis a serem analisadas na verificação de efeitos alelopáticos de uma planta e 
por isso se utilizam sementes sensíveis aos aleloquímicos. Nos bioensaios que 
visam verificar a possível ação alelopática de partes vegetais, a alface é muito usada 
por sua sensibilidadeaos metabólitos secundários. Outros fatores como o curto 
período para germinar e seu crescimento rápido favorecem a sua utilização nesses 
casos. 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
 
2 OBJETIVOS 
2.1 OBJETIVO GERAL 
Avaliar os efeitos das soluções aquosas das folhas e cascas do caule de 
romãzeira (Punica Granatum L.) sobre a germinação das sementes e no 
desenvolvimento das plântulas de alface (Lactuca sativa L.) 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 Verificar o potencial alelopático de extratos aquosos das folhas e do caule da 
romãzeira sobre a germinação e no desenvolvimento da alface; 
 Comparar o potencial alelopático do extrato aquoso da folha e do caule da 
romãzeira sobre a germinação das sementes e no desenvolvimento das 
plântulas da alface; 
 Identificar a concentração dos extratos que apresentam influência negativa ou 
positiva sobre a germinação e no desenvolvimento da alface. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
3.1 Romãzeira (Punica granatum L.) 
Punica granatum L. popularmente denominada de romãzeira, romeira, 
granada, ou romeira-de-granada é uma planta arbustiva de caule lenhoso e 
ramificado, pertencente à família Lytharaceae (antiga Punicaceae), oriunda da 
Ásia e espalhada pela região de Mediterrâneo, sendo cultivada em diversos 
lugares do mundo, inclusive o Brasil (LORENZI; SOUZA, 2001). 
 
FIGURA 1 - Árvore Romãzeira (Punica granatum L.), Guaiúba/CE, 2018. 
 
FONTE: Acervo pessoal, 2018. 
 
A romãzeira é uma pequena árvore de três a sete metros de altura, que 
possuem folhas simples, cartáceas de quatro a oito centímetros de 
comprimento, sendo dispostas em grupos de três a quatro folhas. Suas flores 
são solitárias e constituídas de uma corola vermelho - alaranjada e cálice 
esverdeado, duro e coriáceo (LORENZI; SOUZA, 2008). 
Os frutos conhecidos como romã, são do tipo baga em formato esférico 
contendo inúmeras sementes que são recobertas por um tegumento espesso, 
polposo, de sabor doce e pouco ácido. O tamanho dos frutos compara-se ao de 
15 
 
 
 
uma laranja, medindo até 12 cm. Sua casca possui cores amarelas ou 
avermelhadas manchadas com tons escurecidos (GOMES, 2007). 
 
FIGURA 2 - Folhas (A), flor hermafrodita (B); flor masculina (C) e frutos 
da romãzeira (D). 
 
FONTE: Suzuki, 2016; Sandmann, 2013. 
 
Esses frutos podem ser consumidos in natura, na forma de sementes 
frescas, ou em produtos processados, a exemplo de sucos, xaropes, geleias e 
vinho conhecido por grenadine (FERREIRA, 2017). Como planta fitoterápica, 
tem sido utilizada para diversos fins como adstringente, hemostática, 
antidiabética, e antidiarreica. O seu uso também é comum para tratar infecções 
de garganta, rouquidão, febre, além de ser usado como antisséptico e antiviral 
em processos inflamatórios da mucosa oral e contra herpes genital (LORENZI; 
SOUZA, 2008). 
No etnofarmacológico se utilizam várias partes da romãzeira, a exemplo, 
do pericarpo do fruto para o tratamento de inflamações na boca e garganta, 
cascas e raízes contra vermes achatados (solitária), diarreia crônica e 
disenteria, e o líquido do arilo que envolve as sementes para tratar a catarata 
(LORENZI; SOUZA, 2008). 
Além de ser uma planta muito usada como fitoterápica na medicina 
natural que envolve o saber empírico tradicional, a romãzeira também é 
conhecida por sua beleza, especialmente por suas flores atrativas e por esse 
motivo são bastante empregadas na ornamentação de parques e jardins 
(CORRÊA, 1978). 
B C D A 
16 
 
 
 
Em sua análise fitoquímica, a romãzeira, possui alcaloides, 28% de 
taninos gálicos na casca do caule e nos frutos, e também nas folhas, porém, em 
menor quantidade, em suas sementes se encontram 7% de um óleo essencial. 
Entre os ácidos graxos presentes na romãzeira encontra-se principalmente o ácido 
punícico. (LORENZI; SOUZA, 2008). Dentre os fitoconstituintes presentes em 
sementes, folhas, frutos e flores da espécie se encontram flavonoides, antocianinas, 
taninos, ácido ascórbico, ácidos graxos conjugados e ácido ursólico (LANSKY; 
NEWMANN, 2007). 
Apesar de sua eficácia no tratamento das enfermidades citadas 
anteriormente, ainda não se foi comprovado através de ensaios clínicos às 
propriedades químicas e farmacológicas dessa planta, demonstrando ainda a 
carência de estudos nesse âmbito (LORENZI; SOUZA, 2008). Também se 
constatou através de pesquisas que há poucos estudos voltados aos possíveis 
efeitos alelopáticos da romãzeira. 
 
3.2 Alface (Lactuca sativa L.) 
 A Lactuca sativa L., conhecida como alface é uma planta herbácea, 
pertencente à família Asteraceae, originária da região do Mediterrâneo e Ásia. Sua 
domesticação ocorreu a partir de espécies silvestres de clima temperado que ainda 
são encontradas no sul da Europa e Ásia Ocidental (FILGUEIRA, 2003; BARROS et 
al., 2014). É uma das folhagens mais cultivadas e consumidas no mundo, sendo 
uma boa fonte de vitamina A, e também vitaminas B1, B2, C, cálcio e ferro 
(FERNANDES et al., 2002). 
Trata-se de uma hortaliça folhosa, autógama, de ciclo anual, com raiz pouco 
desenvolvida e muito ramificada. Suas folhas podem ser lisas ou crespas, e 
possuem forma arredondada, lanceolada ou quase espatulada. As folhagens 
apresentam coloração que vão de verde claro até o verde escuro e há também 
cultivares com tons roxos devido à presença de antocianinas (FILGUEIRA, 2003). 
Essa hortaliça possui grande diversidade morfológica e fisiológica, e está 
agrupada em cinco tipos morfológicos principais, com base na formação de cabeça 
e tipo de folhas, sendo elas consideradas como repolhuda lisa, repolhuda crespa ou 
americana, solta crespa, solta crespa roxa e romana. Essas características são 
17 
 
 
 
importantes para determinar a conservação pós-colheita e, consequentemente o seu 
manuseio (EMBRAPA, 2009). 
A alface1 (Lactuca sativa L.) é constituída essencialmente por água (97,2%), 
fibras (1,0 g), cinzas (0,3 g), carboidratos (1,7 g), proteínas (0,6 g), lípidos (0,1 g), 
cálcio (14 mg), magnésio (6 mg), e seu valor nutritivo é bem reduzido com apenas 9 
kcal por 100 g de parte comestível (TACO, 2011). Devido essa composição e suas 
propriedades tranquilizantes e dietéticas, aliada a sua fácil preparação, essa 
hortaliça é bastante consumida em saladas (CAMARGO, 1992). 
Em alguns estudos voltados a verificação de plantas com efeitos alelopáticos, 
a alface é comumente utilizada em biotestes de laboratórios com estes fins, pois são 
espécies bastante sensíveis a metabólitos secundários que funcionam como 
aleloquímicos. O período curto requerido para a sua germinação que leva em média 
de 24 a 48 horas e seu crescimento rápido são fatores que impulsiona a sua 
utilização nesses casos (FERREIRA; ÁQUILA, 2000). 
 
3.3 Alelopatia 
Antes mesmo de se ter a expressão alelopatia, a capacidade que algumas 
plantas possuem de interferir no desenvolvimento de outras, já era observada na 
antiguidade. Demócritus, no século V, já observava esse fenômeno inibitório de uma 
planta sobre outra, e o mesmo foi notado por um dos discípulos de Aristóteles 
chamado Teofrasto (300 a.C.) que percebeu que o grão-de-bico (Cicer arietinum) 
suprimia o desenvolvimento de plantas daninhas (SILVA; SILVA, 2007). 
 Séculos mais tarde, Plínio (1 d.C.) observou que as partes residuais de 
plantas de feno-grego (Trigonella foenum-graecum) e cevada (Hordeum vulgare), 
que eram deixadas sobre o solo entre as colheitas, interferiam negativamente nas 
áreas de plantio (WILLIS, 2004). Diante das informações, nota-se que a alelopatia é 
uma ciência antiga e que desde cedo vem sendo observada, contudo, pesquisas 
sobre o assunto só começaram no século XIX e XX, quando a expressão alelopatia 
surgia (RODRIGUES, 2016). 
O termo alelopatia foi criada por Hans Molisch, sendo relatada pela primeira 
vez em uma publicação alemã de 1937 (RICE, 1984). É uma expressão de origem1
 Os dados nutricionais fornecidos pela TACO (2011), referem-se a alface do tipo americana. 
18 
 
 
 
grega e significa allelon = de um para outro e phatos = sofrer, e refere-se à interação 
bioquímica que ocorre entre plantas e microrganismos, que pode ser positiva ou 
negativa. 
A alelopatia na antiguidade estava associada apenas a efeitos negativos 
(RODRIGUES, 2016). Entretanto, de acordo a definição criada em 1996, pela 
Sociedade Internacional de Alelopatia (SIA), a alelopatia é a “ciência que estuda 
qualquer processo envolvendo, essencialmente, metabólitos secundários produzidos 
pelas plantas, algas, bactérias e fungos que influenciam o crescimento e o 
desenvolvimento de sistemas agrícolas e biológicos, incluindo efeitos positivos e 
negativos” (MACIAS et al., 2000). 
De acordo com Lorenzi (2014) a alelopatia “é a inibição química exercida 
por uma planta (viva ou morta), sobre a germinação ou desenvolvimento de 
outras”. O autor ainda ressalta que o causador desse efeito é o grupo de 
substâncias que são secretadas pela parte aérea ou subterrânea das plantas 
em desenvolvimento, podendo também serem liberadas por material vegetal já 
em decomposição, como a palha. 
Deve-se ressaltar que a alelopatia é um fenômeno que ocorre nas plantas 
e não deve ser confundida com a competição, pois, o primeiro termo implica na 
introdução de substâncias no ambiente, que provoca interferência positiva ou 
negativa no meio, e o segundo se aplica a remoção de fatores ambientais que 
propiciam o crescimento e desenvolvimento como luz, água, nutriente e gás 
carbônico (PIRES; OLIVEIRA, 2011). 
Também é importante ressalvar que os aleloquímicos são distintos em sua 
estrutura química e variam tanto em concentração quanto em sua localização nos 
tecidos vegetais entre as espécies e a ação desses compostos dependem das 
mudanças bióticas e abióticas do ambiente (MIGNONE, 2015) 
3.3.1 Biossíntese, natureza e função das substâncias alelopáticas 
Nos estudos sobre a alelopatia há grandes questionamentos sobre a origem 
dos agentes aleloquímicos, substâncias alelopáticas, aleloquímicos ou fitotoxinas 
(quando provocam apenas efeitos prejudiciais). Em pesquisas sobre o tema há 
19 
 
 
 
autores que defendem que os aleloquímicos são produtos do metabolismo celular, já 
outros entendem que essas substâncias são sintetizadas pela planta com função 
específica e sua síntese segue as leis da genética (SANTOS, 2017). 
De acordo com Neto (2010) essas substâncias são oriundas de compostos 
químicos produzidos a partir do metabolismo secundário das plantas. Moreira (1979) 
acrescenta que tais substâncias estão presentes em todos os tecidos das plantas, 
como folhas, flores, frutos, raízes, rizomas, caules e sementes, porém, tais 
compostos concentram-se principalmente nas folhas, seguido do caule, flores e 
raízes. 
Nos casos em que a biossíntese dessas substâncias são consideradas como 
produto final do metabolismo celular, ocorre o deposito das substâncias nos 
vacúolos, onde esses compostos se encontram em maior quantidade, além disso, 
acredita-se que isso acontece para evitar a autotoxicidade da planta (PIRES; 
OLIVEIRA, 2011; SANTOS, 2017). 
Todavia alguns autores consideram a hipótese de que os compostos são 
sintetizados e degradados constantemente pela planta, além de possuir função 
específica e seguir as leis da genética (PIRES; OLIVEIRA, 2011; SANTOS, 2017). 
Apesar de ainda não se chegar a uma conclusão sobre a origem exata 
desses compostos, sua função e efeitos são bastante conhecidos e estudados. 
Conforme Santore (2013) e Mano (2006) os aleloquímicos possuem função de 
defesa e/ou proteção e são produzidas para garantir certa vantagem contra a ação 
de microrganismos patogênicos ou predadores, inibindo o ataque destes ou 
estimulando um maior desenvolvimento da planta. E, portanto entende-se que tais 
compostos são inibidores ou estimuladores. 
 
3.3.2 Efeitos Alelopáticos e Mecanismos de Ação 
Para Almeida et al. (2008), os efeitos alelopáticos (inibitórios ou facilitadores) 
são aceitos, quando há a comprovação da existência de um inibidor químico que 
esteja sendo produzido pela planta e ocorra numa concentração potencialmente 
efetiva. Ressalta-se ainda que as substâncias químicas que causam tais efeitos não 
20 
 
 
 
devem ser causadas por competição, luz, água, nutrientes, e nem mesmo por uma 
atividade animal. 
Os efeitos alelopáticos podem ser classificados em autotoxicidade e 
heterotoxicidade, o primeiro refere-se a um mecanismo intraespecífico, quando há a 
liberação de substâncias químicas que interferem na germinação e crescimento de 
plantas da própria espécie, e o segundo refere-se à liberação de aleloquímicos que 
afetam germinação e crescimento de plantas de outras espécies (PIRES; OLIVEIRA, 
2011). 
Borella e Pastorini (2009), ainda acrescentam que os efeitos alelopáticos 
podem ser resultantes da interação entre fatores genéticos e ambientais, pois a 
capacidade das plantas de produzir os compostos aleloquímicos em seus órgãos e 
concentrá-los em seus tecidos depende de fatores considerados externos, como 
solo, temperatura e pluviosidade. 
De modo geral, os aleloquímicos atuam atraindo, repelindo, causando toxidez 
ou nutrindo os vegetais, e quando tais compostos são liberados e em quantidade 
suficiente promovem efeitos visíveis em diversos estádios da planta, afetando 
germinação de sementes, crescimento das plântulas e desenvolvimento de 
microrganismos e de plantas já estabelecidas (RODRIGUES, 2016). 
Outros processos como, assimilação de nutrientes, abertura de estômatos, 
fotossíntese, respiração, síntese de proteína, síntese de pigmentos, atividade 
enzimática, perda de nutrientes pelos efeitos na permeabilidade da membrana 
celular, regulação do crescimento (divisão celular, síntese orgânica, interação com 
hormônios), alterações no DNA e RNA e mudanças no metabolismo lipídico também 
são afetados por essas substâncias (MANO, 2006; RICE, 1984). 
De acordo com Ferreira e Aquila (2000), a ação dos aleloquímicos está 
dividida em direta e indireta. Quando ocorre a ação direta, os compostos são ligados 
ás membranas da planta receptora ou pode ocorrer à penetração de substâncias 
nas células causando interferência metabólica. No caso de ação indireta, se incluem 
alterações nas propriedades do solo, nas condições nutricionais e alterações de 
populações e/ou atividade dos microrganismos. 
21 
 
 
 
A interferência na produtividade das plantas, nos agroecossistemas e na 
biodiversidade local, causam alterações na sucessão vegetal, na estrutura e 
composição das comunidades vegetais e na dominância de certas espécies 
vegetais, sendo então também considerados como mecanismos de ação indireta 
(SANTORE, 2013). 
Dessa maneira observa-se que os aleloquímicos afetam diversas funções de 
uma mesma planta o que pode ocasionar efeitos secundários em esfera molecular e 
celular, difíceis de identificar (FERREIRA; ÁQUILA, 2000). Portanto, conhecer os 
efeitos alelopáticos e a ação dessas substâncias é importante para compreender as 
interações entre as plantas, em ecossistemas naturais ou agrícolas. 
 
3.3.3 Aleloquímicos: métodos de liberação 
Os aleloquímicos podem ser liberados ao meio ambiente a partir de métodos 
diferentes, a exemplo da lixiviação, volatilização, decomposição de resíduos 
vegetais e exsudação da radícula (RODRIGUES, 2016), como mostra a figura 
abaixo. 
 
FIGURA 3. Vias de liberação de aleloquímicos das plantas para o ambiente. 
 
FONTE: Adapatado de Mignoni, 2015. 
1 – Lixiviação 
2 – Volatilização 
Aleloquímicos
s 
3 – Decomposição 
4 – Exsudação Radicular 
22 
 
 
 
 Lixiviação – ocorre com as substâncias solúveis em água. Os compostos 
presentes na parte aérea das plantas podem ser lixiviadas por meio do 
orvalho ou pela chuva, e são carregados até o solo (RODRIGUES, 2016). 
 Volatilização – é considerada o mecanismomais difícil de detectar, identificar 
e quantificar, sendo que os casos mais frequentes de volatilização de 
aleloquímicos são relatados em regiões áridas e com temperaturas elevadas. 
Nesse caso, os compostos são dissipados por flores, folhas, caules e até 
raízes, e podem então ser absorvidos por outras plantas (PIRES; OLIVEIRA, 
2011). 
 Decomposição – ocorre à ação dos microrganismos de forma direta ou 
indireta sobre os resíduos vegetais que ao serem decompostos são lixiviados 
para o solo. Há casos em que os metabólitos produzidos a partir da 
decomposição são mais tóxicos do que o produto original. Um exemplo disso 
foi verificado com a parte aérea de leucena (Leucaena leucocephala), que ao 
ser incorporada ao solo, reduziu a população de plantas invasoras em uma 
plantação de milho. Esse efeito ocorreu devido à decomposição das folhas de 
leucena, o que liberou a mimosina, aleloquímico presente nessa leguminosa 
(PIRES; OLIVEIRA, 2011; ALMEIDA, 1990). 
 Exsudação radicular – os aleloquímicos são liberados pelas raízes e atuam 
nas interações entre planta-planta e na ação de microrganismos (SANTOS, 
2017). 
De modo geral e independente de como os compostos secundários são 
liderados, estes podem ser classificados em terpenos, compostos fenólicos e 
compostos nitrogenados, sendo os terpenos a maior classe de metabólitos 
secundários existentes nas plantas (SANTORE, 2013). 
 
3.3.4 Plantas medicinais como fonte de aleloquímicos 
Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 20.000 espécies 
vegetais são utilizadas para fins medicinais. Estudos farmacológicos sobre seus 
princípios ativos são bastante variados e engloba principalmente a indústria 
farmacêutica para a produção de medicamentos. A indústria de cosméticos 
também se utiliza muito dessas plantas para fins estéticos (PINTO, 2016). 
23 
 
 
 
 Nos últimos anos pesquisas referentes ao uso de plantas com potencial 
biológico na agricultura, tem se demonstrado promissor graças ao seu enorme 
potencial genético e a capacidade de acumular metabólitos secundários em 
seus diferentes órgãos. Dessa maneira, tais espécies podem ser consideradas 
como uma boa fonte de aleloquímicos, podendo ser empregadas no combate de 
pragas, doenças e também no controle de plantas daninhas (SANTOS, 2017). 
A tolerância aos metabólitos secundários ocorre de maneiras distintas entre 
as espécies vegetais, porém, algumas possuem maior sensibilidade que outras, 
como a alface (Lactuca sativa L.), o tomate (Lycopersicon esculentum Miller) e o 
pepino (Cucumis sativus L.). Sendo, portanto, consideradas plantas bioindicadoras 
de atividade alelopática (SANTOS, 2017). Nesses casos os aleloquímicos são 
empregados em biotestes laboratoriais com sementes para verificar possíveis 
interferências, seja positiva ou negativa, sobre a germinação ou em outros aspectos 
da plântula, como crescimento da parte aérea e da raiz (KLEINOWSKI, 2011). 
Plantas popularmente conhecidas como capim santo (Cymbopogon citratus), 
falso boldo (Coleus barbatus B.), eucalipto (Eucalyptus sp.), Cártamo (Carthamus 
tinctorius L.) e o Mamoeiro (Carica papaya), são espécies com propriedades 
alelopáticas citadas em diversos trabalhos científicos (CREMONEZ, et al., 2013). 
Nas pesquisas de Magalhães et al. (2012) o extrato de capim santo 
(Cymbopogon citratus) provocou efeito estimulante sobre a germinação de sementes 
de freijó (Cordia goeldiana), sendo que as sementes que receberam maiores 
concentrações do extrato tiveram maior taxa de germinação e maior vigor, em 
contrapartida, o efeito inibidor dessa mesma planta foi verificada por Dalmolin et al. 
(2012), onde a germinação e o desenvolvimento vegetativo de plantas como a 
alface, guanxuma, menstrato e o picão preto, foram inibidas. 
Em plantações de hortaliças, o eucalipto é considerado uma das espécies 
com maior potencial inibitório sobre esses vegetais, e atua na diminuição da 
velocidade de germinação, do desenvolvimento inicial de plantas e até na inibição da 
germinação das sementes de espécies como: mostarda (Brassica campestres), 
couve (Brassica oleracea), rúcula (Eruca sativa), alface (Lactuca sativa), tomate 
24 
 
 
 
(Lycopersicum esculentum), rabanete (Raphanus sativus), entre outras 
(YAMAGUSHI et al., 2011). 
Bach e Silva (2010), declaram que o uso de extratos de falso boldo não causa 
efeito sobre a germinação da alface, entretanto, quando se utiliza o extrato sobre as 
sementes já germinadas notou-se um estímulo no desenvolvimento da parte aérea, 
caracterizando-se assim como uma alelopatia positiva. O mesmo foi observado por 
Iganci et al., (2006), em cebolas (Allium cepa), contudo a resposta positiva ocorre já 
na germinação, onde esta é estimulada. 
O efeito negativo do uso do falso boldo pode ser observado em plantas de 
trigo (Triticum spp) e milho (Zea mays), onde o uso do extrato de folhas dessa planta 
inibiu a germinação, o comprimento da parte aérea e o coleóptilo das plântulas de 
trigo e reduziu o comprimento e a biomassa das raízes de milho (NEIS; CRUZ-
SILVA, 2013; ROGERIO et al., 2009). 
Já o mamoeiro pode causar efeitos alelopaticos negativos sobre a 
germinação de diversas plantas como a alface, o tomate, a cenoura e até mesmo o 
próprio mamão (REYES et al., 1980). A alelopatia nesse caso ocorre por meio de 
substâncias chamadas giberelinas e citocininas, presentes nas sementes do fruto, 
todavia, o maior inibidor de crescimento presente nas sementes chama-se 
caricacina. O efeito posisitivo das substâncias presentes no arilo do fruto do 
mamoeiro apresentou eficiência no auxilio ao desenvolvimento da raiz de milho 
(VIECELLI et al., 2012). 
Em conformidade com o trabalho de Bonamigo et al. (2013), o extrato aquoso 
de folhas de cártamo influenciou negativamente o tempo de germinação e 
comprimento médio de raiz na cultura da canola. Já o uso da palha do cártamo em 
plântulas de milho estimulou a altura e a massa seca da parte aérea dessa planta. 
No entanto ocorreu manifestação de efeito inibitório com relação ao crescimento 
radicular da espécie (SPIASSI et al., 2011). No cultivo da soja (Glycine max), a palha 
de cártamo proporcionou melhor desenvolvimento da cultura frente à palha de 
canola, braquiária, crambe, girassol e nabo forrageiro (VENTUROSO et al., 2013). 
Dessa maneira, percebe-se que os extratos dessas plantas são de grande 
interesse científico, visto que muitos dos aleloquímicos que se usam na medicina 
25 
 
 
 
popular para tratamento de doenças, pode ser fonte de descobertas de novos 
compostos fitotóxicos naturais que apresentem baixa toxicidade aos organismos que 
não são alvos de controle (KLEINOWSKI, 2011). 
 
3.3.5 Alelopatia em prol da agricultura 
 Com o passar dos anos o ser humano vem buscando cada vez mais melhorar 
sua produção agrícola. Para atingir o sucesso produtivo, insere constantemente 
produtos na lavoura que causam efeitos prejudiciais a saúde, não só a sua própria, 
mas da população em geral, dos animais e ao meio ambiente, o que torna esta 
realidade preocupante (PINTO, 2016; INOUE et al., 2009). 
Diante deste cenário, estudos sobre plantas que produzem diversos 
metabólitos secundários surgem constantemente e podem oferecer novas 
oportunidades para diversificar o controle de pragas, doenças e plantas invasoras, 
além de reduzir ou talvez eliminar a contaminação do ambiente, e 
consequentemente preservar os recursos naturais (PINTO, 2016; BORELLA; 
PASTORINI, 2009). 
Os aleloquímicos segundo Inoue et al.(2009) podem ser usados como 
alternativa ao uso de herbicidas, inseticidas e nematicidas, que geralmente são 
empregados de forma exagerada e intensiva nos cultivos, o que implica efeitos 
negativos a saúde e ao ambiente, além de representar maiores custos de produção 
e aumentar a seleção de biótipos tolerantes e resistentes. 
A alelopatia também pode ter outras aplicações na agricultura, como em 
coberturas mortas,uso de rotação de culturas ou mesmo usando da biotecnologia 
para incorporar genes de substâncias com potencial alelopático em diferentes 
plantas (ALLEM, 2010). 
Nota-se que o estudo sobre a alelopatia e a identificação das plantas que o 
possuem esses compostos, é um assunto de enorme relevância no contexto 
agrícola, tanto para o combate de plantas daninhas, doenças e pragas, podendo 
também ser empregado para determinar práticas culturais e de manejo mais 
adequados (NETO, 2010). Portanto, há a necessidade de investigar as interações 
26 
 
 
 
entre as plantas doadoras e receptoras e assim, determinar o modo de uso dos 
aleloquímicos na agricultura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
 
4 MATERIAIS E MÉTODOS 
4.1 Local e período de condução do experimento 
 O experimento foi conduzido no laboratório de Tecnologia de Sementes 
da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro – Brasileira 
(UNILAB), localizado no Campus Auroras, Redenção – CE (latitude 4º 13' 33" S 
e longitude 38º 43' 50"W (IPECE, 2017). O período de analise foi de julho a 
agosto de 2018. 
 
4.2 Materiais vegetais 
 Para a realização do experimento foram utilizadas folhas e casca do caule de 
romãzeira (Punica granatum L.), planta frutífera conhecida principalmente por suas 
propriedades biológicas. As sementes de alface (Lactuca sativa L.), semente teste, 
da variedade americana (grandes lagos americana), foram adquiridas em 
comércios do município de Pentecoste – CE. 
O material vegetal foi coletado na região do Maciço de Baturité, no munícipio 
de Guaiúba – CE (latitude 4º 02’ 23’’ S, longitude 38º 38’ 14’’ W), cujo clima é 
tropical quente sub-úmido, com pluviosidade de 904,5 mm e temperatura média de 
26°C a 28°C (IPECE, 2016). 
Os materiais vegetais usados para a montagem do experimento foram 
retirados de uma única planta, com aspecto saudável e em período de frutificação. 
As cascas foram coletadas por meio de raspagem do caule lenhoso da romãzeira. 
 
FIGURA 4 – Planta de romãzeira (Punica granatum L.) (A); casca do caule 
(B); folhas de romãzeira ressecadas (C). Redenção/CE, 2018. 
 
 
FONTE: A autora, 2018. 
A B C 
28 
 
 
 
Os galhos da romãzeira foram cortados com o auxílio de uma tesoura de 
poda e no caule, foi realizada apenas uma leve raspagem da camada superior 
(epiderme), de modo a reduzir os danos à planta e também para facilitar a posterior 
secagem do material. Ambas as coletas foram armazenados em sacos de papel. 
 
4.3 Procedimentos para o preparo dos extratos e soluções 
4.3.1 Extratos e Soluções Aquosos 
Para a preparação dos extratos aquosos, as folhas e as raspas do caule 
coletados foram colocados para secar em ambiente natural por 72 horas. 
Após a secagem (temperatura ambiente), os materiais vegetais foram 
triturados em liquidificador a fim de se obter fragmentos menores. A massa seca foi 
pesada em uma balança digital de precisão e obteve-se 45g tanto para as folhas 
como para o caule, posteriormente foram adicionadas 450 mL de água destilada 
para ambas as partes e deixadas em repouso por 12 horas em temperatura 
ambiente de 29º C. Passado o período de repouso foi realizada a filtragem de 350 
mL de cada extrato, com o auxílio de um funil e papel filtro e armazenado em uma 
proveta para facilitar a medição do volume do líquido. 
As soluções foram feitas a partir da diluição de 350 mL dos extratos brutos 
com água destilada, se obtendo as concentrações de 20%, 40%, 60% e 80% para 
cada um dos extratos (folhas e caule). Cada concentração continha 150 mL. 
 
TABELA 01- Porcentagem das concentrações de folhas e cascas do caule 
Punica granatum L. e seus respectivos volumes em mL. Redenção/CE, 2018. 
 
Concentrações (%) Volume das concentrações (água destilada + solução) 
0 150 mL de água destilada (testemunha) 
20 120 mL de água destilada + 30 mL da solução 
40 90 mL de água destilada + 60 mL da solução 
60 60 mL de água destilada + 90 mL da solução 
80 30 mL de água destilada + 120 mL da solução 
 
FONTE: A autora, 2018. 
 
29 
 
 
 
Os efeitos dos extratos sobre a germinação e desenvolvimento da alface 
(Lactuca sativa L.) foram comparados com a testemunha (água destilada) e dessa 
maneira totalizaram-se cinco tratamentos. 
 
4.4 Tratamentos e delineamento experimental 
O experimento foi realizado com quatro repetições de 25 sementes por placa 
de Petri, em um esquema fatorial de 5 x 2, contendo cinco concentrações de 
extratos aquosos, incluído o controle (0, 20%, 40%, 60% e 80%) e dois tipos de 
extratos (folhas e casca do caule de romãzeira), em um delineamento inteiramente 
casualizado (DIC). 
O experimento foi montado em placas de Petri de 11 cm de diâmetro, 
previamente esterilizadas em autoclave, equipamento que através de vapor d’água 
em temperaturas elevadas, garante a limpeza adequada dos materiais 
(ASSUMPÇÃO, 1973). Em cada placa de Petri foram colocadas duas folhas de 
papel toalha (germitest) também esterilizadas. 
As placas foram embaladas adequadamente em folhas de jornal, e em 
seguida colocadas na autoclave a uma temperatura de 120 ºC por 36 minutos para 
serem esterilizadas. A secagem foi realizada na estufa de ar circulante em 
temperatura de 60º C por um período de 72 horas. 
Após o procedimento de esterilização e secagem das placas de Petri, 25 
sementes de alface foram distribuídas com o auxílio de uma pinça sobre dois discos 
de papel germitest previamente umedecidos com três mL das concentrações de 
cada extrato, exceto no controle (água destilada). 
Feita a distribuição das sementes, as placas foram embaladas em sacos 
plásticos transparentes e etiquetadas adequadamente. Em seguida, foram 
colocadas sobre a bancada da sala técnica do laboratório de sementes. O ar 
condicionado foi ligado e regulado na temperatura de 20ºC e foi mantida a 
temperatura supracitada durante os sete dias de análises das sementes. 
 
4.5 Variáveis analisadas 
Foram analisadas as seguintes variáveis: porcentagem de germinação (%G), 
comprimento da radícula (CR), comprimento da parte aérea (CPA), peso da massa 
30 
 
 
 
fresca total (MFT), peso da massa seca total (MST) e índice de velocidade de 
germinação (IVG). 
A germinação foi avaliada de acordo com a Regra de Análise de Sementes – 
RAS, que propõe a análise da germinação das sementes da alface em duas 
contagens, onde a primeira deve ocorrer no quarto dia após a semeadura e a última 
no sétimo dia (BRASIL, 2009). 
No segundo dia após a implantação do experimento, se começou a registrar 
diariamente e no mesmo horário o número de sementes germinadas, se 
considerando como germinadas as sementes que emitiram 2 mm de protrusão de 
radícula. Com os dados obtidos através dos registros diários foi possível calcular o 
Índice de Velocidade de Germinação (IVG), que foi calculado conforme a 
metodologia de Maguire (1962), através da seguinte equação (1): 
 
𝑰𝑽𝑮 =
𝑮𝟏
𝑵𝟏
+
𝑮𝟐
𝑵𝟐
…
𝑮𝒏
𝑵𝒏
 
Onde: 
G1, G2, Gn = número de plântulas germinadas da primeira à última contagem; 
N1, N2, Nn = número de dias da semeadura da primeira à última contagem. 
A porcentagem de germinação (G%) foi calculada através da metodologia de 
(LABORIAU E VALADARES, 1976) utilizando-se a equação (2): 
 
𝑮 =
𝑵
𝑨
𝒙𝟏𝟎𝟎 
 
Onde: 
N= número total de sementes germinadas ao final do experimento; 
A= número total de sementes colocadas para germinar. 
No sétimo dia de contagem, foram selecionadas 10 plântulas normais de cada 
repetição, a fim de se verificar o comprimento tanto da parte aérea como da raiz 
(cm). As mesmas foram mensuradas com auxílio de uma régua graduada, e 
posteriormente armazenadas em embalagens de papel e colocadas em estufa de ar 
circulante a 60 ºC por um período de 72 horas. Após a secagem, foram então 
pesadas em balança digital de precisão e assim obteve-se o peso da massa seca. 
 
314.6 Análise estatística 
Os dados foram submetidos à análise de variância de 1 a 5% de 
probabilidade, pelo teste F (comparação de variâncias) por meio do Software 
SISVAR 5.6.lnk (ANJOS, 2005). Posteriormente os dados foram desdobrados e 
avaliados pela análise de regressão. Os gráficos deste trabalho foram construídos a 
partir do programa Excel 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
 
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Na Tabela 2, apresenta-se a análise de variância dos dados de germinação, 
índice de velocidade de germinação, comprimento da parte aérea, comprimento 
radicular e massa fresca total que foram submetidas aos extratos aquosos de folhas 
e cascas do caule de romãzeira (Punica granatum L). As plântulas de alface 
submetidas aos extratos de folhas e cascas do caule de romãzeira em todas as 
concentrações, incluindo o controle, não apresentaram material suficiente para 
análise da massa seca total (MST). 
 
TABELA 02 - Resumo da análise de variância das características avaliadas em 
alface: porcentagem de germinação (%G), índice de velocidade de germinação 
(IVG), comprimento da parte aérea (CPA), comprimento radicular (CR) e massa 
fresca total (MFT), em função das concentrações dos extratos aquosos de folhas e 
caule da Punica granatum L. Redenção – CE, 2018. 
 
Fonte de Variação 
 Quadrado médio 
GL %G IVG CPA CR MFT 
Material Vegetal (A) 1 2,025
ns 3,819ns 1,229** 1,126** 0,003* 
Concentração (B) 4 0,588
ns 6,536** 0,353** 1,141** 0,002** 
A x B 4 1,338
ns 4,386** 0,053ns 0,087ns 0,0007ns 
Resíduo 39 1,042 1,014 0,056 0,032 0,0003 
CV (%) 1,03 9,85 12,65 23,88 22,87 
** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0,01); * significativo ao nível de 5% de probabilidade 
(0,01 =< p < 0,05); 
ns
: não significativo (p > = 0,05). 
 
Observou-se que não houve diferença significativa para a análise da variável 
germinação, contudo, houve significância no IVG, CPA, CR e MFT. O índice de 
velocidade de germinação foi influenciado pelas concentrações e pela interação 
entre os fatores influenciaram de forma significativa. O comprimento da parte aérea, 
comprimento radicular e massa fresca total apresentaram significância referente ao 
material vegetal usado e as concentrações, mas não houve interação. 
A utilização dos extratos aquosos de folhas e cascas do caule da romãzeira 
não interferiu na germinação das sementes de alface. Por sua vez, Guarda (2017) 
ao testar o extrato aquoso da casca do fruto de Punica granatum L. constatou que 
33 
 
 
 
houve alterações significativas na germinação. Dessa maneira percebe-se que 
partes distintas de uma mesma planta podem produzir metabólitos secundários que 
atuam de formas diferentes, podendo interferir ou não na germinação das sementes 
de uma planta teste. 
Habermann et al. (2015), ainda ressalta que além das partes distintas de um 
mesmo vegetal produzirem substâncias alelopáticas, as espécies receptoras desses 
compostos também respondem diferentemente aos efeitos dos extratos, e isso 
indica que a sensibilidade das plantas aos aleloquímicos depende de condições 
fisiológicas e bioquímicas das mesmas. 
Como o efeito alelopático nem sempre se manifesta na germinação e pode 
incidir sobre o índice de velocidade de germinação, esta variável também foi 
analisada. Ressalta-se ainda que plantas que germinam mais lentamente podem 
apresentar tamanho reduzido e consequentemente encontram-se mais suscetíveis a 
estresses, além de apresentarem menor chance na competição por recursos em 
meio natural, dessa forma esta variável é bastante importante na avaliação dos 
efeitos alelopáticos (SILVEIRA, 2010). 
O efeito dos extratos de folhas e caule da romãzeira (Punica granatum L.) 
sobre o crescimento das plântulas de alface (Lactuca sativa L.) resultou na interação 
para a variável índice de velocidade de germinação (IVG), como mostra na Figura 3. 
 
FIGURA 05 - Índice de velocidade de germinação (IVG) em sementes de alface 
submetidas a diferentes concentrações de extratos aquosos de folhas e caule de 
Punica granatum L.. Redenção/CE, 2018. 
 
 
IVGfolha = -0,0322x + 11,208 R² = 0,9082 
IVGcaule = 10,54 
 
8
8,5
9
9,5
10
10,5
11
11,5
12
0 20 40 60 80
In
d
íc
e
 d
e
 V
e
lo
ci
d
ad
e
 d
e
 
G
e
rm
in
aç
ão
 (
%
) 
Concentrações dos extratos (%) 
Folhas Caule
34 
 
 
 
 
Com relação ao índice de velocidade de germinação, os valores das 
concentrações a base das cascas do caule não se adequaram a nenhuma curva, 
contudo as concentrações das folhas de romãzeira se adequaram ao modelo de 
regressão linear, sendo que para o extrato foliar houve decréscimo, demonstrado 
assim efeito prejudicial sobre o IVG. Efeito distinto ocorreu com o extrato caulinar em 
que não se observou interferência benéfica ou maléfica sobre a variável. 
O extrato de folhas da romãzeira promoveu maior redução da velocidade de 
germinação das sementes de alface (Figura 05). No caso do extrato caulinar da 
romãzeira, percebeu-se menor diminuição no índice de velocidade da germinação. 
Notou-se ainda que, no extrato foliar o menor índice de germinação das sementes 
de alface foi verificado na concentração de 80%. 
Na literatura encontram-se vários estudos sobre o efeito alelopático de 
plantas que promovem a redução do IVG de sementes de plantas teste. França 
(2008) constatou a redução do índice de velocidade de germinação em todos as 
concentrações (0, 2,5, 5 e 10%), do extrato aquoso de folhas de Nim (Azadirachta 
indica) sobre as sementes de alface (Lactuca sativa L.), sorgo (Sorghum bicolor) e 
picão preto (Bidens pilosa). 
Entretanto, há também pesquisas onde não se verificam a interferência 
alelopática sobre o IVG das plantas testes, como no trabalho de Santos (2017), que 
constatou que o extrato aquoso das folhas de chanana (Turnera subulata) não 
afetaram o índice de velocidade de germinação das plântulas de alface. 
Com relação a variável comprimento da parte aérea, constatou-se que não 
houve diferença significativa entre os tratamentos e o controle, para ambos os 
extratos de folhas e caule. Tal resultado pode ser observado na Figura 06. 
 
FIGURA 06 – Massa Fresca Total de plântulas de alface (g), submetidas à aplicação 
de diferentes concentrações dos extratos aquosos de folhas e cascas do caule de 
Punica granatum L.. Redenção – CE, 2018. 
35 
 
 
 
 
 
De Conti e Franco (2011) obteve resultado análogo quanto à massa fresca 
das plântulas de Lactuca sativa L., onde observou que apenas alguns valores, 
verificados para os extratos de folha e ramo de Casearia sylvestris Sw. não diferiram 
estatisticamente em relação à concentração 50% e ao grupo controle. 
Na pesquisa de Guarda et al. (2017) verificaram que a massa fresca das 
plântulas de alface foram afetadas pelo extrato aquoso da casca do fruto da 
romãzeira (Punica granatum L.). Borella et al. (2009), e Gusman et al. (2012) 
também observaram redução do comprimento da parte aérea de plântulas 
submetidas a extratos aquosos provenientes de plantas medicinais. 
Para a variável comprimento de radícula (CR), nota-se que houve diferença 
significativa entre os tratamentos. Observa-se que as plântulas de alface submetidas 
à solução dos extratos foliar e caulinar apresentaram redução no crescimento da 
radícula como mostra a Figura 05. 
 
FIGURA 07 - Comprimento da radícula de plântulas de alface (cm), submetidas à 
aplicação de concentrações de extratos aquosos de folhas e cascas do caule de 
Punica granatum L.. Redenção/CE, 2018. 
 
MFTfolha = 0,06 
 
 MFTcaule = 0,08 
 
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0 20 40 60 80
M
as
sa
 F
re
sc
a 
To
ta
l (
g)
 
Concentrações dos extratos (%) 
Folha Caule
36 
 
 
 
 
FONTE: A autora, 2018. 
 
Para o comprimento radicular das plântulas de alface submetidas aos extratos 
de folhas e caule, observou-se que o comportamento dasvariáveis se ajustou ao 
modelo de regressão quadrática para as concentrações de extrato de folha, onde o 
menor valor do CR (0,14cm) foi verificado com a concentração de 72,25 g/mL. Já as 
concentrações do caule se ajustaram ao modelo linear de regressão. Dessa forma, 
notou-se que a radícula é suscetível ao efeito tóxico dos aleloquímicos na 
concentração de 80 g/mL. 
Capobiango et al., (2009) e De Conti e Franco, (2011) também constataram a 
redução no comprimento da radícula das plântulas da alface ao estudar o potencial 
alelopático de extratos aquosos de folhas secas de Guaçatunga (Casearia 
sylvestris). Novais et al. (2017) também observaram que as sementes de alface 
submetidas ao extrato das folhas de Pau-mocó (Luetzelburgia auriculata) tiveram 
diminuição no comprimento médio das raízes. 
Na pesquisa de Periotto et al. (2003), os extratos aquosos de caules e folhas 
de angelim rasteiro (Andira humilis Mart. ex Benth), em todas as concentrações (4, 
8, 12 e 16%), reduziram o desenvolvimento de plântulas de alface, nesse caso o a 
proporção do extrato utilizado foi de 33,3g de material vegetal seco para 200 mL de 
água destilada. Observou-se ainda que as plântulas de alface afetadas 
apresentaram os hipocótilos de tamanho reduzido, coifas radiculares oxidadas, 
escurecidas, raízes primárias prejudicadas e coloração escurecida dos cotilédones e 
hipocótilos.. 
CRfolha = 0,0002x
2 - 0,0289x + 1,1891 R² = 0,985 
CRcaule= -0,0103x + 1,3245 R² = 0,6604 
0,0
0,3
0,6
0,9
1,2
1,5
0 20 40 60 80C
o
m
p
ri
m
en
to
 d
a 
R
ad
íc
u
la
 (
cm
) 
Concentrações dos extratos (%) 
Folha Caule
37 
 
 
 
A variável comprimento da parte aérea (CPA) das plântulas de alface 
submetidas aos extratos de folhas se ajustou ao modelo de regressão linear 
decrescente, enquanto as plântulas submetidas ao extrato do caule não 
apresentaram influência no crescimento da parte aérea da alface (Figura 08). 
 
FIGURA 08 - Comprimento da parte aérea de plântulas de alface (cm), 
submetidas à aplicação de diferentes concentrações dos extratos aquosos de folhas 
e cascas do caule de Punica granatum L.. Redenção/CE, 2018. 
 
 
 
Resultado semelhante foi observado por Anese et al. (2007), quando todas as 
concentrações (30, 20,10 e 5% mais a testemunha) do extrato das folhas de timbó 
(Ateleia glazioveana Baill) afetaram o comprimento da parte aérea 
significativamente, quando comparados ao controle. Anese et al. (2007), também 
perceberam que nas concentrações mais elevadas, 20 e 30%, apresentaram efeitos 
mais severos nas plântulas, como menor tamanho e escurecimento da parte aérea. 
De Conti e Franco (2011) constataram que o aumento da concentração do 
extrato (100%) de extratos de flor, folha e ramo de guaçatonga (Casearia sylvestris 
Sw.) diminuiu o comprimento e até mesmo influenciou a ausência da parte aérea 
das plântulas de alface. No entanto, quando utilizou os extratos de raiz e caule não 
houve diferença estatisticamente em relação ao controle. 
Estudos mais aprofundados para avaliar os efeitos alelopáticos dos extratos 
da romãzeira sobre a germinação de sementes testes e no desenvolvimento de 
plântulas através de bioensaios com diferentes concentrações e outros orgãos (flor, 
CPAfolha= -0,0064x + 1,955 R² = 0,9138 
CPAcaule= 2,05 
1
1,5
2
2,5
3
0 20 40 60 80
C
o
m
p
ri
m
en
to
 d
a 
P
ar
te
 A
ér
ea
 
(c
m
) 
Concentrações dos extratos (%) 
Folha Caule
38 
 
 
 
fruto e raízes), devem ser realizados. É importante ressaltar ainda importância de se 
utilizar diferentes partes da planta nos biotestes, visto que os compostos 
aleloquímicos podem ser produzidos em todos os tecidos vegetais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
39 
 
 
 
Concluiu-se que os extratos de folhas e cascas de romãzeira não 
interferiram na germinação das sementes de alface, contudo apresentaram 
influência negativa no desenvolvimento das plântulas. Os extratos aquosos das 
folhas da romãzeira interferiram negativamente no IVG, CR e no CPA, 
demonstrando assim potencial fitotóxico. Em comparação com o extrato foliar, 
que interferiu no desenvolvimento das plântulas de alface, os extratos 
caulinares não interferiram nas variáveis analisadas. A partir de 20% da 
concentração dos extratos foliares houve influência negativa no desenvolvimento 
das plântulas da alface, havendo decréscimo no IVG, CR e no CPA, à medida 
que as concentrações foram aumentadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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