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INTRODUÇÃO A GEOLOGIA Profa. Dra Eulene Francisco da Silva Geologia/UFERSA Parte II TECTÔNICA GLOBAL Terra: Planeta Dinâmico Atualmente, acredita-se que a litosfera terrestre é fragmentada em cerca de uma dúzia de placas, que se movem por razões ainda não muito conhecidas. O surgimento da Teoria da Deriva Continental Origem da Tectônica das placas: início do séc. XX, por meio do cientista meteorologista alemão Alfred Wegener. O mesmo passou grandes PERÍODOS DE SUA VIDA nas regiões geladas da Groenlândia fazendo observações meteorológicas e misturando frequentemente atividades de pesquisa com aventuras. O surgimento da Teoria da Deriva Continental Verdadeira paixão: comprovação da idéia de que as linhas da costa atlântica atuais da América do Sul e África se encaixariam como um quebra-cabeças gigante, de que todos os continentes poderiam se aglutinar formando um único megacontinente (Pangea). Pan = Todo, Gea = Terra O surgimento da Teoria da Deriva Continental Wegener considerou que a fragmentação do Pangea teria iniciado a cerca de 20 milhões de anos, quando o planeta ainda era habitado por dinossauros, e teria prosseguido até os dias atuais. O Pangea teria iniciado a sua fragmentação dividindo-se em dois continentes, sendo o setentrional (Norte) chamado de Laurásia e a austral (Sul) de Gondwana . O surgimento da Teoria da Deriva Continental Figura - Pangea e sua divisão em dois continentes, Laurásia a norte e Gondwana ao sul. O que fez Alfred Wegener pensar em sua teoria? O Razões morfológicas: Coincidência litorânea entre África e América do Sul O Razões geológicas: Segundo Wegener, existem “rochas antigas iguais” na África e América do Sul. O Razões Paleontológicas: Coincidência de fósseis de um e outro lado do Atlântico. O Razões Paleoclimáticas: indícios de mesma glaciação em lugares distantes O surgimento da Teoria da Deriva Continental As evidências mais impressionantes apresentadas pelo pesquisador foram: Presença de fósseis de Glossopteris (tipo de gimnosperma primitiva) em regiões da África e do Brasil, cujas ocorrências se correlacionavam perfeitamente, ao se juntarem os continentes. Evidências de glaciação, há milhões de anos, na região sudeste do Brasil, Sul da África, Índia, Oeste da Austrália e Antártica. Fóssil de Glossopteris O surgimento da Teoria da Deriva Continental Teoria da Deriva Continental Alfred Wegener (1915) O surgimento da Teoria da Deriva Continental Apesar das idéias brilhantes, Wegener não conseguiu responder a algumas questões: Que forças seriam capazes de mover os imensos blocos continentais? Como uma crosta rígida a continental deslizaria sobre uma outra crosta rígida como a oceânica, sem que fossem quebradas pelo atrito? “Infelizmente, naquela época as propriedades plásticas da astenosfera NÃO eram conhecidas!” Hipótese da expansão dos fundos oceânicos • Holmes – baseou-se no movimento de convecção do magma na astenosfera ( ou seja, haveria um empurrão nos continentes) • Morgan – os fundos oceânicos se movimentam e se expandem a partir das dorsais (meso-oceânicas) • Conclusão: a medida que as rochas se distanciam das dorsais vão ficando mais antigas. O Ressurgimento da Teoria da Deriva Continental 1940: Segunda Guerra Mundial. Necessidades militares de localização de submarinos. Desenvolvimento de equipamentos, como sonares, que permitiram traçar mapas detalhados do relevo do fundo oceânico. Surgiram cadeias de montanhas, fendas e fossas ou trincheiras muito profundas, mostrando um ambiente geologicamente muito mais ativo do que se pensava. 2.6 O que é o Sonar? O sonar (do inglês sound navigation and ranging) é um aparato capaz de emitir ondas ultra-sons a objetos, para captar os seus ecos, permitindo assim, verificar a posição deles, medindo o tempo entre a emissão do som e a recepção do seu eco. O Ressurgimento da Teoria da Deriva Continental No final dos anos 40 e na década seguinte, alguns trabalhos permitiram cartografar uma enorme cadeia de montanhas submarinas, denominadas Dorsal ou Cadeia Meso-Oceânica (Vídeo aos 38min 45 seg), que constituíam um sistema contínuo ao longo de toda a Terra, estendendo-se por 84.000 km e apresentando uma largura da ordem de 1 km. “No eixo destas montanhas, constatou-se a presença de vales de 1 a 3 km.” O Ressurgimento da Teoria da Deriva Continental Figura - Distribuição das idades geocronológicas do fundo oceânico do Atlântico Norte, onde se observam as idades (em Ma) mais jovens próximo à Dorsal Meso-Oceânica. O Ressurgimento da Teoria da Deriva Continental Com base em dados geológicos e geofísicos disponíveis, cientistas propuseram que estruturas do fundo oceânico estariam relacionadas a processos de convecção no interior da Terra. Tais processos seriam originados alto fluxo calorífico emanado na dorsal meso-oceânica, que provocaria a ascensão de material do manto, devido ao aumento de temperatura que o tornaria menos denso. O Ressurgimento da Teoria da Deriva Continental Figura - Esquema de correntes de convecção atuantes na Dorsal Meso Oceânica. O Ressurgimento da Teoria da Deriva Continental A Deriva Continental e a expansão do fundo dos oceanos seriam assim uma conseqüência das correntes de convecção. Assim, em função da expansão dos fundos oceânicos, os continentes viajariam como passageiros, fixos em uma placa, como se estivessem em uma esteira rolante. Placas Tectônicas “A litosfera tem espessuras variadas, com uma média próxima a 100 km. É compartimentada por falhas e fraturas profundas em PLACAS TECTÔNICAS” Placas Tectônicas FIGURA - Distribuição geográfica das placas tectônicas da terra. Os números representam as velocidades em cm/ano entre as placas, e as setas, os sentido do movimento. Ex. a velocidade de 10,1 para a placa sul-americana indica que um ponto situado nesta placa está se aproximando de algum ponto da placa de Nazca a uma razão de 10,1 cm por ano. Placas Tectônicas Os limites das placas tectônicas podem ser de três tipos distintos: 1. Limites Divergentes: marcados pelas dorsais meso- oceânicas, onde as placas tectônicas afastam-se uma da outra, com a formação de nova crosta oceânica. 2. Limites Convergentes: onde as placas tectônicas colidem, com a mais densa mergulhando sobre a outra, gerando uma zona de intenso magmatismo a partir de processos de fusão parcial da crosta que mergulhou. Placas Tectônicas Os limites das placas tectônicas podem ser de três tipos distintos: 3. Limites Conservativos: onde as placas tectônicas deslizam lateralmente uma em relação a outra, sem destruição ou geração de crostas, ao longo de fraturas denominadas Falhas Transformantes. “É em torno destes limites de placas que se concentra a mais intensa atividade geológica do planeta, como sismos e vulcanismo.” Disposição das Placas O •Placas divergentes – Africana com a Sul americana O •Placas Convergentes – Pacífica com a Euroasiática O •Placas Transcorrentes – Norte americana com a Pacífica Zonas convergentes – (fricção) Contatos : oceânica (+densa) MERGULHA sobre a continental (-densa + espessa) = (subducção) processo de fusão na astenosfera, gerando as fossas abissais. Dobra e Soerguimento ex: Andes Colisão continental: deformação e enrugamento ( Indo-Australiana; Euro-Ásia) 1- Placa Juan de Fuga - < das placas que se fundiu com a placa Norte Americana e criou a cordilheira das cascatas nos USA. 2- Placa do Pácifico – 70 milhões de Km2, e está em constante renovação na ilha do Havaí e vulcânicas. No encontro das placas da Filipinas se fundee forma a Fossa das Marianas (11.033m de profundidade). 6- Placa de Nacza – a cada ano essa, placa de 10 milhões de Km2, fica 10 cm < pelo atrito com a placa Sul-Americana , que é mais leve e desliza por cima criando vulcões e elevando as montanhas dos Andes. 7- Placa Sul-Americana– No centro do continente, a placa tem 200 km de espessura, mas na borda com a placa da África não passa de 15 km. 3- Placa de Cocos – Formada a partir dos desprendimento com a placa do Pacífico. Funde-se com a placa do Caribe e criando uma zona de turbulência). 4- Placa do Caribe – A Placa do Caribe desliza-se ao lado da Placa Norte Americana criando Falhas Transformantes. Esse atrito gerou terremotos e, 2010 no Haiti. 5- Placa da América do Norte – Seu deslocamento em relação a placa do Pacífico cria zona turbulenta: em um dos limites, na Califórnia, está a falha de Santo André (terremotos arrasadores) 8- Placa da África– No meio do Atlântico uma falha submersa abre caminho para o magna do manto inferior, fazendo com que esse bloco se afaste da placa Sul- Americana e cresça de tamanho. A tendência é passar os 65 milhões de km atuais. 10- Placa Arábica – A placa sustenta a península Arábica e foi responsável pela criação do mar vermelho. O choque com a placa Euroasiática e Indiana provoca forte terremotos. 12- Placa Iraniana– Localizada entre as placas Euroasiática e Arábica, o bloco sustenta a maior parte do território do Irã. Por causa disso, o país registra grande atividade sísmica (Ex. terremoto 2006 – mortes 31 mil pesssoas) 11- Placa Euroasiática– Sustenta a Europa, parte da Ásia, do Atlântico Norte e do Mar Mediterrâneo. Ela se choca contra a placa das Filipinas e com a placa do Pacífico onde fica o Japão. O encontro triplo é tumultuado e da origem a uma das áreas do globo com maior índice de terremotos e vulcões do planeta. 9 - Placa de Anatólia – Sobre a placa fica quase todo o território da Turquia, o choque do bloco com a placa Arábica e a Euroasiática torna o país sujeito a violentas atividades sísmicas. 16 - Placa da Antártica – E o bloco que dá suporte a Antártica e a parte do Atlântico Sul em um total de 25 milhões de Km2 . 15- Placa Australiana – Placa que sustenta a Austrália, Nova Zelândia e a maior parte do Oceano Índico ruma velozmente para o Norte. Além de se chocar com a placa Indiana, a borda nordeste bate na placa do Pacífico, criando ilhas na região turbulenta. 14- Placa Indiana– Comporta todo Sul do continente indiano, choque com a Euroasiática, nasceu o Himalaia s e montanhas no Sul da Ásia, com altitude superior a 7 mil metros. O himalaia se estende por 5 países asiáticos: Paquistão, Índia, Nepal, Butão e China. A placa indiana continua a mover-se fazendo com que o Himalaia se eleva a uma taxa de 5 mm/ano. 13- Placa das Filipinas – essa placa concentra em seus limites quase a metade dos vulcões ativos do planeta. Colisões com a placa Euroasiática causam terremotos e erupções destruidoras. Círculo de fogo do pacífico Forças que movem as placas tectônicas “Sabe-se que a astenosfera e a litosfera estão intrinsecamente relacionadas.” Se a astenosfera se mover, a litosfera será movida também. Sabe-se ainda que a litosfera possui energia cinética cuja fonte é o fluxo térmico interno da Terra, e que este calor chega à superfície através das correntes de convecção do manto superior. O que não se sabe com certeza é como as convecções do manto iniciam a movimentação das placas. Placas tectônicas e vulcões ativos Exemplo Mel e a Rolha O princípio básico de convecção pode ser observado esquentando uma grande panela com mel, no qual bóia duas rolhas de cortiça: Ao aquecer o centro da base da panela o mel esquenta mais rapidamente no centro do que nas bordas da panela, diminuindo ali a densidade do mel. > Conseqüentemente, o mel aquecido subirá enquanto o mel mais frio da borda descerá para ocupar o lugar do mel que subiu, instalando-se uma circulação de fluidos, que afastará as duas rolhas para a borda da panela, segundo o sentido das correntes de convecção geradas. Forças que movem as placas tectônicas De forma análoga, este movimento de convecção ocorre no manto. O movimento de convecção do manto, cuja viscosidade é 1018 vezes maior do que a água, ocorre a uma velocidade de alguns cm por ano. Forças que movem as placas tectônicas FIGURA - Modelos sugeridos para mecanismos de correntes de convecção. a) Correntes de convecção ocorrendo apenas na astenosfera. b) Correntes de convecção envolvendo todo o manto. Forças que movem as placas tectônicas O Processo de Subducção: tem início quando a parte mais fria e velha da placa (portanto mais distante da dorsal mesmo oceânica) se quebra e começa a afundar por debaixo de outra placa menos densa, e a partir daí os outros fatores ilustrados na figura abaixo começariam a atuar em conjunto com as correntes de convecção. Resumo das Forças que movem as placas tectônicas Processos que causam movimentação das placas tectônicas: a) Criação de nova litosfera oceânica na dorsal meso- oceânica; b) Mergulho da litosfera para dentro do manto, puxada pela crosta + densa c) Espessamento da litosfera a partir da dorsal meso oceanica, tornado o limite entre a placa e a astenosfera uma superficie inclinada. 2.7 O que é “HotSpot” ? Hotspot, pluma mântica ou ponto quente, são locais do manto terrestre onde existe uma anomalia térmica (o ponto quente ou hotspot), aparentemente associada a fenômenos de convecção térmica que traz magma mais quente das zonas profundas para as proximidades da superfície, que se traduzem na superfície terrestre pela existência de continuado vulcanismo, ou seja, chaminés pequenas de vulcões muitas vezes deixando um rastro que assinala o movimento da placa tectônica sobre a zona de ascensão do magma. A Dança dos Continentes As informações geológicas disponíveis demonstram que a aglutinação e a fragmentação de massas continentais ocorreram diversas vezes no passado e que o Pangea foi apenas a última importante aglutinação dos continentes. Entre 2,0 e 1,0 bilhão de anos atrás estes continentes se fragmentaram. Entre 1,3 e 1,0 bilhão de anos, os principais blocos da crosta continental se juntaram originando o primeiro supercontinente (Rodínia), rodeado pelo oceano Miróvia. A América do Sul faria parte dos blocos Amazônia, Rio da Prata e São Francisco. Dinâmica da movimentação dos continentes