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A dança macabra. Xilogravura italiana de 1486. (FRANCO JUNIOR, H. A idade Média, nascimento do Ocidente. SP: Brasiliense, 2006. p. 30.) Com base no texto, assinale a alternativa que apre- senta, corretamente, o agente etiológico e o modo de transmissão da Peste Negra. A Um protozoário, adquirido pelo contato com as fe- zes da pulga que defeca ao picar. B Uma bactéria, transmitida através da picada da pul- ga contaminada. C Um protozoário, transmitido pela saliva da pulga contaminada. D Uma bactéria, adquirida pelo contato com as fezes da pulga através do ferimento da picada. Um vírus, transmitido pela picada da pulga conta- minada. 33 PUC-Minas O botulismo é uma intoxicação resultante da ingestão de alimentos que contenham uma toxina produzida durante o crescimento das bactéria espo- rulada Clostridium botulinum. Os esporos resistem ao aquecimento a 100 °C por 3-5 horas, mas a toxina, que é uma proteína, é destruída em apenas 20 minutos nas mesmas condições. A toxina botulínica é um dos venenos mais letais co- nhecidos pelo homem, sendo que 1-2 microgramas são sucientes para provocar a morte. Ela age nas sinapses dos nervos motores e nas junções neuro- musculares (placa motora), impedindo a liberação de acetilcolina. Os sintomas aparecem 18-24 horas após a ingestão do alimento tóxico, na forma de visão dupla, diculda- des na deglutição e na fala, e progridem até levar o indivíduo à morte por asxia. Atualmente, essa toxina, em concentrações extremamente baixas, vem sendo comercializada com o nome de Botox, e usada em te- rapias para a eliminação de rugas e outras marcas de expressão facial. Com base no texto e em seus conhecimentos sobre o assunto, assinale a alternativa errada. A O aquecimento do alimento a 100 °C por tempo su- perior a 20 minutos, imediatamente antes do seu consumo, elimina o perigo de intoxicação pela to- xina botulínica. B O uso de antibiótico eficiente contra o Clostridium botulinum em pacientes que tenham ingerido ali mentos contaminados com esse microrganismo é estratégia eficiente para evitar o botulismo em adultos. C A asfixia, referida no texto, ocorre por paralisia dos músculos responsáveis pela expansão da cai- xa toráxica. D Os esporos bacterianos são formas de resistência que, se não destruídos, podem germinar após o aquecimento. O uso de antitoxina botulínica e a manutenção de ventilação pulmonar por respirador mecânico podem fazer parte do tratamento para salvar indiví- duos intoxicados. 34 UFSM As doenças bacterianas são um grave problema de saúde pública, especialmente nas áreas urbanas onde ocorre ocupação desordenada. O acúmulo de lixo, o armazenamento inadequado de grãos em armazéns ou silos, os restos de alimen- tos perecíveis sem acondicionamento adequado e o esgoto a céu aberto são fatores que favorecem o apa- recimento de: A sífilis. B difteria. C toxoplasmose. D leptospirose. malária. 35 Unesp A cidade de São Paulo, atravessada por dois grandes rios, Tietê e Pinheiros, e seus inúmeros afluentes, é frequentemente assolada por grandes enchentes nos períodos chuvosos. Após as enchen- tes, seguem-se casos de leptospirose. Um político, em sua campanha, propõe acabar com a doença, adotando as cinco medidas seguintes. I. Exterminar o maior número possível de ratos. II. Aplicar semanalmente inseticidas nas margens dos rios. III. Multar as famílias que acumulam água nos fundos dos quintais. IV. Evitar o acúmulo de lixo próximo a residências e margens dos rios. V. Desenvolver campanha para estimular o uso de calçados, principalmente em dias de chuva. As medidas que, de fato, podem contribuir para aca bar com a leptospirose são: A I e II. B II e III. C I e IV. D III e V. IV e V. F R E N T E 2 173 36 Unesp Na música “Vila do sossego”, composta e gra- vada por Zé Ramalho, encontramos os versos: Meu treponema não é pálido, nem viscoso. Os meus gametas se agrupam no meu som. Os versos aparentemente fazem referência a um mi crorganismo causador de uma doença sexualmente transmissível. a) A qual grupo (vírus, bactéria ou protozoário) e espécie pertence esse microrganismo? Qual a doença que causa? b) Se essa é uma doença sexualmente transmissível, como explicar o fato de algumas crianças, filhas de mães não tratadas, nascerem com lesões no sistema nervoso central? 37 UFSC 2014 No outono de 1347, a frota genovesa regres- sou à Itália levando nos porões não somente especiarias da Índia, mas também os ratos negros da Ásia, portadores da Peste Negra. Cerca de quatro quintos da população de Florença morreria durante os 12 meses seguintes, despo- voando a cidade de tal maneira que foi preciso importar escravos tártaros e circassianos para minorar a escassez de mão de obra [...]. KING, Ross. O domo de Brunelleschi. São Paulo: Record, 2013. p. 17. A Peste Negra, também conhecida como Peste Bubô- nica, é uma das muitas doenças causadas pela ação de bactérias, especicamente a bactéria Yersinia pestis. Analise as proposições a seguir e indique a soma da(s) CORRTA(S). 01 A Yersinia pestis também é o agente causador de doenças como a gonorreia e a sífilis. 02 A transmissão da Peste Negra aos humanos ocorre pela picada de pulgas infectadas com a bactéria Yersinia pestis. 04 O controle da Peste Negra na Idade Média só foi possível com o uso de antibióticos. 08 A Peste Negra, com certeza, foi uma pandemia que assolou a humanidade na Idade Média. 16 Nos tempos atuais, devido ao uso de antibióticos, não são mais registrados casos de Peste Negra. 32 O escorbuto, doença comum nos tempos das gran- des navegações, era causado por uma bactéria encontrada na água contaminada dos barcos que navegavam por meses em viagens transatlânticas. Soma: 38 Unesp Ao longo da história humana, uma das princi pais doenças sexualmente transmissíveis (IST) tem sido a sífilis. Atualmente, milhares de novos casos/ano são re- gistrados em muitos países. Sobre as IST, foram apresentadas as armações seguintes. I. A sífilis é uma doença causada por uma bactéria. II. Uma mãe portadora de sífilis pode transmitir a doença ao feto durante a gravidez. III. Além da sífilis e da Aids, gonorreia e úlcera de Bau- ru (ou leishmaniose) são IST que também ocorrem no Brasil. Estão corretas as armações: A I, apenas. B II, apenas. C I e II, apenas. D I e III, apenas. I, II e III. BIOLOGIA Capítulo 7 Procariontes: bactérias e arqueas174 8 CAPÍTULO Vírus Muitas vezes, os cientistas têm opiniões distintas em relação a um tema. No caso dos vírus, alguns cientistas defendem que se trata de seres vivos e outros negam essa condição. Mas, sejam ou não seres vivos, os vírus podem causar doenças com enor- me impacto na sociedade, como a covid-19. Por isso, entender as características e os mecanismos de ação dos diferentes tipos de vírus que surgem ao longo do tempo se mostra cada vez mais necessário. Na fotograa, cientistas estudam o Sars-CoV-2. FRENTE 2 j a n ie c b ro s /i S to c k p h o to .c o m Características gerais dos vírus Uma característica marcante dos vírus é que eles são acelulares, ou seja, não constituem uma célula. Sua organização é bem mais simples que qualquer célula existente, pois não possuem citosol, membrana plasmática ou organelas (como ribossomos, mitocôndrias, retículo endoplasmático etc.). Vírus são parasitas intracelulares obrigatórios; comportam-se como parasitas de bactérias (fagos ou bacteriófagos), de animais ou de vegetais. Há ainda vírus que parasitam fungos, algas ou arqueas. Os vírus não apresentam metabolismo próprio nem realizam funções vitais como nutrição, respiração e excreção. No en- tanto, compartilham algumas características dos outros organismos, como capacidade de reprodução (que ocorre no interior de células) e ocorrência de mutações. Devido a isso, alguns autores consideram os vírus seres vivos muito simples, enquanto outros não os consideram seres vivos, pois não possuem célula nem apresentam metabolismo próprio. Vírus não podem ser cultivados em meios de culturaque contenham apenas nutrientes. Seu cultivo só é possível em meios de cultura contendo células, pois são parasitas intracelulares obrigatórios. Muitos vírus são cultivados em células de embrião de galinha. Os vírus podem causar a ruptura das células que parasitam. Há vírus que induzem as células hospedeiras a se dividir; em alguns casos, isso pode estar associado ao câncer. O HPV (vírus do papiloma humano) apresenta transmissão sexual (IST) e provoca uma lesão conhecida popularmente como crista de galo (condiloma), que afeta o pênis e o colo do útero. O HPV tem sido relacionado a casos de câncer de colo do útero. Estrutura dos vírus Vírion é uma unidade viral completa; é o aspecto que o vírus apresenta quando, por exemplo, encontra-se fora da célula que ele parasita. Tem material genético consti- tuído por DNA ou RNA; raramente um vírus possui os dois tipos de ácido nucleico. Quanto ao ácido nucleico, um vírus pode ser classificado em retrovírus, que é aquele que contém a proteína transcriptase reversa, uma mo- lécula que sintetiza DNA a partir do RNA viral na célula hospedeira. Em muitos tipos de vírus, o ácido nucleico é envol- vido pelo capsídeo proteico. O conjunto constituído por capsídeo e material genético é denominado nucleocap- sídeo. Em vários tipos de bacteriófago, distinguem-se três partes: cabeça, cauda e fibras de cauda. A cabeça é a região mais volumosa e contém o material genético. A cauda é cilíndrica e alongada; em sua extremidade en- contram-se as fibras da cauda, que contribuem para a ligação do bacteriófago à parede da bactéria que o vírus vai parasitar (Fig. 1). Envelope proteico Ácido nucleico Cauda Nucleocapsídeo Fibras da cauda Fig. 1 Estrutura de um tipo de bacteriófago. Alguns vírus, como os que causam herpes, apresen- tam ainda um envoltório denominado envelope lipídico. O vírus Herpes simplex causa pequenas lesões na região dos lábios e de órgãos genitais, podendo ter transmissão sexual (IST). O envelope viral é obtido na célula onde o vírus foi gerado; em sua superfície há glicoproteínas (as sociação entre proteínas e carboidratos) que facilitam a interação com uma célula que o vírus vai parasitar Podemos identificar duas categorias de vírus: enve- lopados e não envelopados. Muitos vírus parasitas de animais são envelopados, como o da herpes, o HIV (da aids) e o da influenza (gripe). Os não envelopados são, geralmente, vírus que parasitam plantas e bactérias (bac- teriófagos). Alguns vírus de animais são dessa categoria, como o causador de poliomielite (paralisia infantil) e o HPV (Tab. 1). Vírus envelopados (envelope membranoso + + capsídeo proteico + ácido nucleico) Vírus não envelopados (capsídeo proteico + ácido nucleico) Em sua maioria, são vírus de animais. • Vírus da herpes • HIV • Influenza Vírus que infectam diferentes tipos de organismo. • Vírus de plantas • Bacteriófagos • HPV • Vírus da poliomielite Tab. 1 Características e exemplos de vírus envelopados e não envelopados. Penetração de vírus na célula hospedeira A entrada de vírus na célula hospedeira pode ocorrer de três modos principais: y injeção de ácido nucleico: apenas o ácido nucleico penetra na célula hospedeira; a carapaça fica do lado de fora da célula. Ex.: bacteriófagos. y fusão: o envelope viral funde-se com a membrana plasmática e ocorre a liberação do material genético. Ex.: HIV. y endocitose: a célula engloba o vírus; o material gené- tico é liberado. Ex.: influenza (Fig. 2). BIOLOGIA Capítulo 8 Vírus176