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F R E N T E 2 129 Vácuo aproximado h = 76 cm C A B Fig. 16 Ao virar o tubo cheio de mercúrio de boca para baixo e inseri-lo no recipiente, a coluna de mercúrio desce até uma altura de 76 cm acima da superfície livre do fluido. 1 2 3 No esquema da figura 16, no ponto A, região de vácuo aproximado, a pressão é pA → ≅ 0. O ponto B e o ponto C se encontram em uma superfície isobárica, portanto, pB = = pC. Assim: d gh p p h p d g Hg A atm atm Hg + = ⇒ ⇒ = Substituindo os valores da pressão atmosférica (patm), da densidade do mercúrio (dHg) e da aceleração da gravidade (g) na equação anterior, encontramos o valor aproximado da altura da coluna de mercúrio: h ≅ 76 cm. Assim, é possível medir a pressão atmosférica a partir dessa altura Sendo, inclusive, o milímetro de mercúrio (mmHg) uma unidade de medida de pressão muito comum: 760 mmHg = 76 cmHg = 1 atm = 1,01325 ⋅ 10 5 Pa Porém, como a densidade do mercúrio pode variar em função da temperatura e a intensidade do campo gravitacio- nal da Terra varia com o local, é mais comum utilizarmos o pascal (Pa) como unidade de medida de pressão. Exercício resolvido 5 UFSM 2012 Dentro de uma mina de carvão, existe acú mulo de água. Para retirar essa água, uma bomba de sucção é instalada na boca da mina, ao nível do solo. Assim, a quanto maior a profundidade da água, maior deve ser a potência do motor que aciona a bomba. b se a profundidade da água é maior do que 11 m, a bomba não retira água da mina. c se a profundidade da água é grande, duas ou mais bombas devem ser instaladas em série ao nível do solo. d a mesma bomba pode retirar a água em qualquer profundidade, mas, com profundidades maiores, di- minui a vazão nas tubulações. e a bomba de sucção não pode retirar água da mina, porque só funciona no vácuo. Rsolução: A bomba de sucção cria um vácuo na parte superior da tubulação. Assim, a coluna de água sobe na tubulação de tal forma que a pressão hidrostática criada pela co- luna se iguala à pressão atmosférica. Portanto, temos: = ⇒ = ⇒ = ⇒ ⇒ ≅ ⋅ = p p d gh p h p d g h 10 10 10 10 m água atm água atm atm água 5 3 Ou seja, a água consegue subir apenas cerca de 10 m, no máximo, nessa tubulação. Uma importante conclusão é que uma coluna de água de 10 m tem pressão equivalente à pressão atmosféri- ca (1 atm). Por exemplo, quando um mergulhador está a uma profundidade de 20 metros, ele está sujeito a uma pressão total aproximada de 3 atm (1 atm da pres- são atmosférica e 2 atm da pressão de uma coluna de água de 20 m). Alternativa: B. Manômetro de tubo aberto Uma forma de medir a pressão total de um gás é utilizan- do um manômetro de tubo aberto. Em um tubo em forma de U, é colocado um líquido de densidade conhecida. Uma das extremidades do tubo está aberta, sujeita à pressão atmosférica patm, enquanto a outra extremidade está conec- tada a um recipiente preenchido por um gás de pressão absoluta pgás, cujo valor queremos determinar (Fig. 17). Gás 1 2 h patm Fig. 17 Esquema de um manômetro de tubo aberto. Considerando a superfície isobárica que passa pelos pontos 1 e 2, temos: p1 = p2 ⇒ pgás = patm + dlíqgh Para calcular a pressão manométrica do gás, devemos descontar a pressão atmosférica. Assim: pmanométrica = pgás patm = dlíqgh Se o recipiente for preenchido por um gás em alta pressão, é mais conveniente utilizar um líquido de grande densidade, como o mercúrio. FÍSICA Capítulo 12 Hidrostática130 Esfigmomanômetro de coluna de mercúrio Utilizado para aferir a pressão exercida pelo sangue na superfície in- terna das artérias, chamada de pressão arterial, o esfigmomanômetro de coluna de mercúrio é um instrumento composto de um manômetro cheio de mercúrio. Quando, por exemplo, realizamos uma leitura de pressão 13/8, esses valores referem-se ao valor máximo e mínimo da pressão manométrica nas artérias durante o ciclo cardíaco O número 13 indica uma pressão arterial de 13 cmHg no auge da sístole, ou seja, no auge da fase de contração, quando o sangue é ejetado dos ventrí- culos. Essa pressão é chamada de pressão arterial sistólica. O número 8 indica uma pressão arterial de 8 cmHg no auge da diástole, a fase de relaxamento, que ocorre quando o coração relaxa e o sangue enche os ventrículos. Essa pressão é chamada de pressão arterial diastólica. Para a aferição correta da pressão arterial, é importante que o aparelho esteja na altura do coração. Fig. 18 Pressão arterial sendo aferida com um esfigmomanômetro de coluna de mercúrio. Saiba mais © K o o ls a b u y D re a m s ti m e .c o m Exercício resolvido 6 Unicamp Se você agora está tranquilo e em repouso, seu coração deve estar batendo cerca de 60 vezes por minuto. Sua pressão arterial deve ser de 12 por 8, ou seja, 120 mmHg acima da atmosférica no auge da contração e 80 mmHg no relaxamento do coração Seu coração tem o volume externo aproximado de uma mão fechada e em cada batida consegue bombear aproximadamente a metade de seu volume em san- gue. Considere a densidade do mercúrioρHg= 14 g/cm 3 e a densidade do sangue igual à da água, ou seja, ρsangue = 1,0 g/cm 3. Até que altura máxima na vertical o coração consegui- ria elevar uma coluna de sangue? Resolução: No auge da contração, temos a pressão máxima equi- valente a uma coluna de 120 mm de mercúrio. Assim: p p d gh d gh h d d h h h sangue máx s s Hg máx s Hg s máx s s = ⇒ = = ⇒ = ⋅ = ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ 14 1 120 1 6680 1 68mm h ms⇒ = , Teorema de Pascal Em um recipiente fechado, a pressão aplicada sobre um fluido em equilíbrio é transmitida integralmente para todos os pontos desse fluido e para as paredes do recipiente. Tal fato foi verificado experimentalmente pelo cientista francês Blaise Pascal (1623-1662) e é conhecido como teorema de Pascal. Podemos observar esse princípio físico quando aper- tamos um tubo de pasta de dentes. Quando pressionamos uma das extremidades, esse incremento de pressão é trans- mitido para todos os pontos da pasta, fazendo com que ela saia pela outra extremidade. Cadeiras odontológicas, elevadores automotivos e sis- temas de freios hidráulicos utilizam dispositivos hidráulicos, construídos com base no teorema de Pascal, para seu fun- cionamento. A imagem a seguir (Fig. 19) mostra o esquema de um dispositivo hidráulico utilizado para elevar automóveis. A 2 Pistão de área A 1 Pistão de área F 2 F 1 Fig. 19 Esquema de um elevador hidráulico de carros. Uma força externa de intensidade F1 é realizada no pistão 1, de área de seção transversal A1. Assim, esse pistão está sujeito a uma pressão p1 dada por: =p F A1 1 . Esse incremento de pressão é transmitido por todo o fluido, de acordo com o teorema de Pascal Logo, o pistão 2 está sujeito a uma pressão p2 dada por: p p F A F A2 1 2 2 1 1 = ⇒ = ⇒ A A 2 1 Logo, temos uma multiplicação da força aplicada, dada pela razão entre as áreas dos dois pistões. Esse tipo de dispositivo, em geral, é preenchido por líquidos homogêneos, que são praticamente incompressí- veis e, portanto, não têm densidade variável. Considerando um fluido incompressível, um movimento do pistão menor para baixo corresponde a um movimen- to do pistão maior para cima, porém o deslocamento dos pistões não é o mesmo. A 2 A 1 Deslocamento pistão 1 (d 1 ) Deslocamento pistão 2 (d 2 ) F 1 Fig. 20 Esquema de como ocorre o deslocamento dos pistões de um elevador hidráulico de carros. F R E N T E 2 131 Como o volume do fluido no recipiente é constante, temos: V1 = V2 ⇒ d1A1 = d2A2 Concluímos que, para elevar cargas pesadas aplican- do forças pequenas, precisamos realizar um deslocamento maior do pistão de área menor. Assim, teremos um pe- queno deslocamento do pistão de área maior. Isso é uma consequência da conservação da energia mecânica, já que o trabalho realizado pela força externa no pistão me- nor deve ser igual ao trabalho realizado pelo fluido no pistão maior. Exercício resolvido 7 UFMG Um sistema hidráulico temtrês êmbolos móveis L, M e N com áreas A, 2A e 3A, como mostra a figura. A 2A 3A L M N Quantidades diferentes de blocos são colocadas sobre cada êmbolo Todos os blocos têm o mesmo peso Para que, em equilíbrio, os êmbolos continuem na mesma altura, o número de blocos colocados sobre os êmbolos L, M e N podem ser, respectiva mente: A 1, 2 e 3 b 1, 4 e 9 C 3, 2 e 1 9, 4 e 1 E 8, 2 e 1 Resolução: A área de cada êmbolo e a força peso sobre eles são diretamente proporcionais. Com isso, temos: = = ⇒ = =p p p P A P 2A P 3AL M L L M N Assim: • 2PL = PM • 3PL = PN • 3PM = 2PN Alternativa: A. Teorema de Arquimedes Empuxo Arquimedes de Siracusa (c 287 a C 212 a C ) realizou contribuições importantes para a Física, Matemática e Astronomia Uma famosa lenda conta que o rei Hierão II requisitou a um ferreiro a fabricação de uma coroa de puro ouro Desconfiado de que a coroa produzida pode- ria ser de uma mistura de ouro e prata, o rei convocou Arquimedes para determinar a verdadeira composição da coroa, sem derretê la ou danificá-la Após ponderar sobre o problema por um tempo, a solução veio enquanto Arquimedes estava em uma banheira Depois de encon- trar a solução, Arquimedes teria saído correndo nu pelas ruas gritando: "Eureca! Eureca!", expressão que significa "Encontrei! Encontrei!" Arquimedes percebeu que, quando entrava na água, um volume de água igual ao volume do seu próprio cor po era deslocado. Portanto, submergindo a coroa na água poderia calcular o seu volume e, com o valor da massa da coroa obtida através de uma simples pesagem, conseguiria calcular a densidade da coroa Comparando essa densidade com a densidade do ouro puro, Arquimedes determinou que a coroa foi fabricada utilizando uma mistura de ouro e prata, já que a densidade do ouro e a densidade da coroa não coincidiam Assim, em seus estudos, Arquimedes demonstrou um fenômeno importante. Quando submergimos um objeto, ele aparenta estar mais leve, já que a água o empurra para cima, auxiliando-o a se sustentar de alguma forma Percebe- mos isso quando tentamos afundar uma prancha ou boia em uma piscina, por exemplo Essa força vertical, de baixo para cima, que o líquido exerce sobre o objeto é denominada empuxo e deve-se à diferença de pressão na parte superior e na parte inferior do objeto Essa diferença de pressão é uma consequência da ação da gravidade no fluido. Fig. 21 Objetos submersos na água tendem a ser empurrados para cima, devido à ação da força de empuxo. Considere um fluido em equilíbrio, de densidade dfluido, e um cubo maciço, também em equilíbrio, totalmente imerso nesse fluido. Cada face do cubo tem área A e aresta h. 1 F 2 F h h 1 h 2 Fig. 22 Esquema de cubo maciço imerso em fluido. FÍSICA Capítulo 12 Hidrostática132 A pressão na face inferior do cubo é a própria pressão hidrostática nessa profundidade, dada por: p2 = dgh2 Assim, a força para cima aplicada pelo fluido na face inferior do cubo é dada por: = ⇒ = ⇒ =p F A F p A F d gh A 2 2 2 2 2 2 fluido 2 Analogamente, a força para baixo aplicada pelo fluido na face superior do cubo é dada por: F1 = dfluidogh1A Portanto, a intensidade da força de empuxo (E), vertical e para cima, é dada por: E = F2 F1 ⇒ E = dfluidogA(h2 h1) Porém, h2 h1 é a altura do cubo e vale h, logo: E = dfluidogAh Como A ⋅h é o volume do cubo submerso (Vsub), temos: E = dfluidogVsub Como o fluido está em equilíbrio, a intensidade da força de empuxo é igual ao peso do volume do fluido deslocado pela parte submersa do corpo. E = Pfluido = dfluidogVsub Esse enunciado é conhecido como teorema de Arqui- medes. Exercício resolvido 8 Fuvest 2014 Um bloco de madeira impermeável, de massa M e dimensões 2 × 3 × 3 cm3 é inserido muito lentamente na água de um balde, até a condição de equilíbrio, com metade de seu volume submersa. A água que vaza do balde é coletada em um copo e tem massa m. M m A gura ilustra as situações inicial e nal; em ambos os casos, o balde encontra-se cheio de água até sua capacidade máxima. A relação entre as massas m e M é tal que: A m = M/3 b m = M/2 C m = M m = 2M E m = 3M Resolução: A força de empuxo equilibra o bloco, logo sua inten- sidade deve ser igual à intensidade da força peso do bloco, para que a resultante de forças seja nula. Pbloco = E Porém, a intensidade da força de empuxo também é igual ao peso do volume de água deslocada. Págua = E Logo, o peso do bloco é igual ao peso da água que vaza do balde Assim, as massas m e M são iguais Alternativa: C. Atenção A força de empuxo atua em todos os corpos imersos em fluidos, sejam eles líquidos ou gases. Um balão de hélio, por exemplo, quando solto, voa para cima, pois a força de empuxo é maior que sua força peso. E > P⇒ dargV > mg⇒ darVg > dbalãoVg dar > dbalão Como a densidade do ar, em condições normais de temperatura e pressão, é aproximadamente 1,2 kg/m3 e a densidade do gás hélio é aproximadamente 0,17 kg/m3, a tendência do balão é subir. Quando a densidade de um corpo for menor que a densidade do fluido, ele irá flutuar. Fig. 24 Balões de hélio tendem a subir, pois o gás hélio é menos denso que o ar B e s tP h o to P lu s /S h u tt e rs to c k
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