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Apresentação da unidade 1 - 
Fundamentos da administração 
financeira 
Marcos Valério Martins Soares 
Olá, caro estudante! 
Nesta primeira unidade temática você será capaz de entender o conceito de finanças corporativas, a evolução 
das finanças empresariais e o papel do administrador financeiro. 
Sabe aquele saldo da rubrica conta corrente do balanço patrimonial das organizações? Pois bem, esses valores, 
que representam disponibilidades, ou seja, os ativos disponíveis, quase sempre correspondem a sobras 
temporárias de capital, cabendo ao administrador financeiro, a decisão de melhor aplicar essas sobras a fim de 
que possa gerar ainda mais riquezas aos acionistas ou proprietários da organização. 
Essas decisões exigem do administrador financeiro conhecimentos e habilidades profissionais concernentes com 
contabilidade, estatística, direito, economia, matemática, etc. Em geral, tudo aquilo que for necessário para 
fundamentar, não somente de forma prática, mas, principalmente, de forma científica sua capacidade de análise 
e interpretação de dados e informações diárias do cotidiano econômico-financeiro das organizações. 
Assim, veremos que as finanças corporativas consistem no estudo dos processos e as tomadas de decisões nas 
organizações. 
Conceito de finanças corporativas 
Marcos Valério Martins Soares 
Introdução 
Caro estudante, neste tópico veremos como a dinâmica da evolução do mundo contemporâneo tem exigido do 
administrador financeiro maior comprometimento com a especialização e atualização dos métodos de avaliação 
e conteúdo conceitual das finanças corporativas. Além disso, compreenderemos como a globalização aproximou 
ainda mais os investidores, padronizando as demonstrações financeiras, fonte de informação do desempenho da 
empresa para os acionistas atuais e futuros, fornecedores, clientes e instituições financeiras. 
Finanças Corporativas 
Ao ingressarmos no estudo das Finanças Corporativas é importante compreendermos a interação dessa disciplina 
com outras áreas de estudo, como Ciências Contábeis, Administração, Economia, Marketing, Direito, Tecnologia 
da Informação, Matemática, Estatística e Econometria, o que configura a interdisciplinaridade da administração 
financeira. 
No sistema capitalista moderno, independente da classe social ou formalidade jurídica, praticamente todas as 
pessoas lidam com o dinheiro. Segundo Gitman (2010, p. 3) “[...] o termo finanças pode ser definido com a arte e 
a ciência de administrar o dinheiro”. Dessa forma, pode-se compreender finanças como tudo aquilo que esteja 
envolvido na transferência de dinheiro entre indivíduos, negócios e governos. As finanças podem ser divididas 
em três grandes segmentos, como pode ser observado na figura a seguir. 
- 2 - 
 
Figura 1 - Segmentos das finanças 
Fonte: ASSAF NETO; LIMA, 2014, p. 4. 
O segmento do mercado financeiro corresponde ao ambiente de negociação de títulos e valores mobiliários. Por 
finanças corporativas, entende-se o estudo dos processos e tomadas de decisões nas organizações. Já as 
finanças pessoais correspondem ao estudo negócios financeiros desenvolvidos pelas pessoas físicas, como 
investimentos e financiamentos relacionados com área de mercado financeiro. Essa relação traz ainda um novo 
campo de estudo, o das finanças comportamentais, atento ao comportamento do investidor nos mercados 
financeiros (ASSAF NETO; LIMA, 2014). 
Para Ross, Westerfield e Jordan (2000) os tópicos em finanças são agrupados em quatro áreas principais: 
• finanças corporativas; 
• investimentos; •instituições financeiras; 
• finanças internacionais. 
A necessidade de tomar decisões a partir de relatórios, demonstrações e indicadores, talvez, seja a principal 
razão de se conhecer finanças, especialmente se essas decisões afetam a vida pessoal daqueles que contribuem 
para a formação do capital corporativo das organizações (sócios, investidores, fornecedores, empregados etc.) 
ou mesmo das micro e pequenas empresas. 
Independente do tamanho da organização, existem questões de ordem financeira que devem ser resolvidas todos 
os dias. Decisões de compra e venda, de investimentos em máquinas, equipamentos e outros ativos imobilizados 
ou permanentes ou ainda das sobras temporárias de capital. 
Em nosso conteúdo adotaremos o termo organização de um modo geral para: empresa, entidade, pessoa jurídica 
ou pessoa física equiparada à jurídica, entidade do terceiro setor, associações, órgãos públicos, enfim, toda e 
qualquer empresa, independente do tamanho ou natureza jurídica como organização. 
A administração das atividades financeiras cotidianas requer uma gestão planejada da tesouraria e controladoria, 
coordenadas com as áreas de contabilidade fiscal e de custos, área de processamento de dados, setor de vendas, 
departamento jurídico e relações públicas. 
FIQUE ATENTO 
 
Os relatórios contábeis e financeiros das organizações representam de 
forma sintética as informações da evolução patrimonial das organizações 
exigindo, portanto, análise mais qualificada de seus dados pois são estes 
que irão fundamentar as decisões da administração tanto para as ações 
do dia a dia da organização quanto para suas pretensões futuras. 
A organização, independente de seu porte, deve preocupar-se com a comunicação eficiente de seus setores ou 
áreas de atuação a fim de que se possa garantir que as informações geradas pelos instrumentos de controle e 
análise subsidiem as decisões da administração financeira. 
- 3 - 
Administração financeira 
É no campo da administração financeira que se busca otimizar com eficiência o processo de gestão empresarial 
de captação e aplicação de recursos de capital buscando sempre a manutenção da saúde financeira da 
organização e a geração de valor aos seus investidores. 
De acordo com Gitman (2010, p. 4): 
A administração financeira diz respeito às atribuições dos administradores financeiros nas empresas. Os 
administradores financeiros são responsáveis pela gestão dos negócios financeiros de organizações de todos os 
tipos — financeiras ou não, abertas ou fechadas, grandes ou pequenas, com ou sem fins lucrativos. 
Com a evolução das finanças, houve uma necessidade maior do administrador abrir suas perspectivas de análise 
e estender sua visão a toda a empresa, realçando suas estratégias de competitividade, continuidade e 
crescimento futuro (ASSAF NETO; LIMA, 2014). Neste sentido, o administrador moderno deve comprometer-se 
com a gestão dos recursos financeiros de modo a assegurar aos acionistas e investidores a obtenção de ganhos 
nos investimentos realizados. Isso consiste na realização positiva da equação patrimonial conforme figura a 
seguir. 
 
FIGURA 3 - VALOR CORPORATIVO 
FONTE: ELABORADA PELO AUTOR, 2019. 
O gestor moderno, atento às contínuas e sistemáticas mudanças provocadas pela dinâmica da globalização, 
cuidará para que suas habilidades e competências correspondam à expectativa dos sócios/investidores em um 
mercado cada vez mais exigente daqueles capazes de interpretar cuidadosamente os modelos financeiros, bem 
como a construção de uma visão estratégica com relação ao futuro organizacional. 
FIQUE ATENTO 
 
Em um mercado cada vez mais dinâmico, o administrador financeiro precisa ficar 
atento à velocidade da informação e em relação às inovações tecnológicas que 
contribuem para o crescimento e permanência das organizações. O conhecimento tem 
se tornado o maior valor agregado de qualquer profissional. Neste sentido, é 
importante que esse profissional seja capaz de reunir conhecimentos de contabilidade, 
controladoria, economia, legislação fiscal, tributária, trabalhista e previdenciária, além 
das questões de relacionamento pessoal e com o meio ambiente. 
A relação econômico-financeira do mercado com a globalização das atividades empresariais, em que empresas 
estrangeiras investem em empresas locais e vice-versa, ampliaram a necessidade de contar com administradores 
financeiros capacitados à gestão de fluxos de caixa em diferentesmoedas e linguagens, livres dos riscos 
decorrentes das transações internacionais e capazes de consolidarem-se como investimentos a longo prazo ou 
prazo indeterminado. 
Demonstrações financeiras 
As demonstrações financeiras são capazes de retratar, de forma resumida, um determinado período da 
organização, bem como os efeitos operacionais dos eventos econômicos ocorridos durante esse período. 
Imaginemos a rotina de um atleta esportivo. Seu dia a dia é repleto de registros e marcações de desempenho 
que, uma vez organizados, permitirão demonstrar-lhe a evolução de seus treinos e o desenvolvimento de suas 
habilidades em relação a outros competidores e, até mesmo, de seus recordes. Assim, é a gestão financeira. 
- 4 - 
EXEMPLO 
 
Uma maneira bem interessante de compreender as demonstrações financeiras é 
correlaciona-la com uma fotografia pessoal. Lembra daquela fotografia de infância? 
Compare ela com alguma dos seus dias atuais. Assim também ocorre com as 
organizações. Devemos, de tempo em tempo, comparar sua situação estática e 
verificarmos sua evolução. 
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), em seu último pronunciamento técnico n. 26 (R1), documento 
emitido pelo Comitê de Pronunciamentos Técnicos (CPT), trata da apresentação das demonstrações contábeis 
em correlação às normas internacionais de contabilidade. Nesse documento, as demonstrações contábeis são 
definidas como sendo aquelas cujo propósito reside no atendimento das necessidades informacionais de usuários 
externos, que não se encontram em condições de requerer relatórios especificamente planejados para atender 
às suas necessidades peculiares com conhecimento razoável de negócios e de atividades econômicas e que 
revisem e analisem a informação diligentemente (CPC, 2012). 
As demonstrações financeiras são regidas pela Lei n. 6.404/76, já a Lei n. 11.638/2007 e a Lei n. 11.941/2009, 
embora aplicadas às empresas de grande porte, trouxeram significativas alterações nas formas de apresentação 
das demonstrações financeiras. Para explicar melhor: 
Demonstrações Contábeis (ou financeiras) equivalem a um conjunto de informações apuradas e divulgadas pelas 
empresas, revelando os vários resultados de seu desempenho em um exercício social. Através das 
demonstrações, é possível obter conclusões sobre a efetiva situação da empresa. (ASSAF NETO; LIMA, 2014, 
p. 204). 
Vale ressaltar que o Conselho Federal de Contabilidade editou, em 2009, as normas brasileiras de contabilidade 
aplicadas ao setor público, cuja norma NBC T 16.6, trata de demonstrações contábeis e, mesmo sendo de caráter 
específico, sob regência da Lei n. 4.430/64 e Lei Complementar n. 101/2000, os instrumentos que evidenciam a 
evolução da situação patrimonial da organização pública são as demonstrações contábeis e financeiras. 
Neste sentido, podemos então, compreender as demonstrações financeiras como o instrumento de comunicação 
da contabilidade com seus usuários. Essa comunicação ocorre por meio de quatro demonstrações consideradas 
mais importantes que são: Balanço Patrimonial (BP), Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), 
Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) e a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL). 
SAIBA MAIS 
 
Para se aprofundar sobre o tema, indicamos a leitura do livro Finanças corporativas: 
teoria e prática do autor Eduardo Luzio. Editora Cengage Learning. Ano: 2014. 
Disponível em: 
 
Em finanças corporativas, a partir da análise e interpretação do balanço patrimonial, por exemplo, os usuários da 
contabilidade terão condições de identificar não somente a evolução, mas também a estrutura patrimonial da 
organização, sua rentabilidade, capacidade de pagamento etc. Com a DRE, será possível determinar desde o 
posicionamento estratégico no mercado até o planejamento fiscal e tributário necessário à maximização da 
riqueza dos acionistas e a preservação do bem estar dos stakeholders. 
Fechamento 
Neste tópico, estudamos sobre as finanças corporativas e o segmento das finanças, que é divido em: mercado 
financeiro, finanças corporativas e finanças pessoais. Compreendemos que é essencial a elaboração do balanço 
de abertura, para que se identifique a situação patrimonial da organização e a sua real situação financeira, já a 
partir do início de suas atividades. Por fim, vimos como as demonstrações financeiras são determinadas 
legalmente por meio de quatro demonstrações. 
Evolução das finanças das empresas 
Marcos Valério Martins Soares 
https://biblioteca.sophia.com.br/9198/index.asp?codigo_sophia=571506
- 5 - 
Introdução 
Caro estudante, desde o início do século XIX, as questões financeiras permeiam nossas relações, ocupando 
grande parte das preocupações dos administradores. Sob o efeito da nova ordem econômica mundial, várias 
teorias sobre finanças se desenvolveram em meio às incertezas e às dificuldades financeiras até então 
desconhecidas, especialmente, no que se refere à integração promovida pela globalização e internacionalização 
dos negócios. 
Questões como risco e retorno das oportunidades declaradas de investimentos assumiram as preocupações dos 
teóricos e pesquisadores da administração, que desenvolveram entre outros fundamentos, teorias como a da 
eficiência, formação de portfólio associadas, inclusive, ao desenvolvimento de novas técnicas de custeio. Neste 
sentido, pretende-se apresentar neste tópico a evolução das finanças corporativas e a influência do fenômeno da 
globalização econômica para a administração financeira. 
Entendendo as finanças corporativas e sua 
evolução 
O início do século XIX foi marcado pela evolução das finanças que segundo Debei, Lima e Moritz (2013), com a 
conclusão das redes ferroviárias americanas surgiu um conglomerado industrial com mais de 300 indústrias, das 
quais mais de 25% delas eram responsáveis por cerca de 50% da produção industrial. 
Os profissionais das áreas de Administração, Contabilidade e Economia, buscam estudar e evoluir as técnicas 
de administração financeira, baseando-se nos acontecimentos históricos das últimas duas décadas, como o 
crescimento das indústrias químicas e de automóveis, a Crise de 1929, a Segunda Guerra Mundial, a 
segmentação dos mercados a partir dos anos 1960, as práticas de diversificação dos investimentos, a eficiência 
dos mercados, as flutuações cambiais, o advento da globalização e as mais recentes crises de 1990 e 2008. 
Este estudo é realizado com o intuito de garantir a saúde financeira das organizações frente as crises que possam 
surgir, cada vez mais fortes e mais frequentes. 
Para Assaf Neto e Lima (2014, p. 4): 
O estudo de finanças vem se ajustando aos diversos momentos da economia, e encontra seu maior desafio 
atualmente, diante das evidências de fim da era industrial e surgimento de uma era de informação e, mais adiante, 
de conhecimento. 
Para os autores, a base das finanças modernas consiste na teoria das finanças corporativas, inaugurada por 
Modigliani e Miller (1958), e pelos estudos sobre a diversificação de portfólio de Harry Max Markowitz (economista 
norte-americano considerado o pai das finanças modernas), apresentado no The Journal of Finance (1952), que 
difundia a noção de que um investidor deve formar uma carteira com base em seu retorno esperado e na variância 
dos retornos, de maneira que sejam maximizados os retornos e minimizados os riscos (ASSAF NETO; LIMA, 
2014). 
Para o economista, as decisões da gestão devem seguir o equilíbrio da relação risco-retorno e não apenas a ideia 
de formação do portfólio na base do maior retorno esperado (ASSAF NETO; LIMA, 2014). 
O esgotamento do modelo de crescimento Pós-guerra, associado à crise do petróleo e da bolsa de Nova York, 
na década de 1970, resgatou os modelos quantitativos criados anteriormente por Markowitz, Tobin e Sharpe e 
ainda favoreceu o desenvolvimento da Teoria de Eficiência, considerada uma das mais importantes contribuições 
à Teoria das Finanças, desenvolvida nesse período (ASSAF NETO; LIMA, 2014). Essa teoria, desenvolvidapelo 
economista Eugene Fama, consiste em presumir um comportamento eficiente dos mercados a partir da 
racionalidade de seus agentes. 
Nos anos 1980, aumentou ainda mais a utilização de modelos matemáticos, aproximando definitivamente as 
finanças da Matemática, da Estatística e da Econometria, estabelecendo a chamada criação de valor, ou seja, as 
medidas quantitativas, explicativas e preditivas do objeto das finanças. O acordo de Basiléia tornou-se referência 
para a supervisão bancária estabelecendo uma estrutura de capital regulamentar mínimo para as instituições 
financeiras (ASSAF NETO; LIMA, 2014). 
Este acordo, firmado em 1988 na cidade de Basileia (Suíça), por iniciativa do Comitê de Basileia e ratificado por 
mais de 100 países, teve como objetivo criar exigências mínimas de capital, que devem ser respeitadas por 
bancos comerciais, como precaução contra o risco de crédito. 
- 6 - 
Outra contribuição para o estudo das finanças foi o desenvolvimento da técnica Balanced Score Card (BSC), 
elaborada por Kaplan e Norton, em 1990. Essa técnica consiste no alinhamento das estratégias das organizações 
com medidas de desempenho sob a perspectiva financeira do cliente, dos processos internos, de aprendizagem 
e de crescimento, de modo que atenda à demanda dos acionistas e dos stakeholders (ASSAF NETO; LIMA, 
2014). Esses últimos, também conhecidos como qualquer parte envolvida no ambiente da empresa. 
Dos anos 1990 até o início do século XXI, o advento da globalização aproximou os mercados permitindo o 
incremento do fluxo internacional de capitais, produtos e serviços entre as organizações. O estabelecendo das 
práticas de finanças corporativas internacionais diversificou os investidores, cujas decisões de investimento 
passaram a influenciar fortemente as economias dos países, principalmente, daqueles em desenvolvimento, 
como é o caso do Brasil (ASSAF NETO; LIMA, 2014). 
SAIBA MAIS 
 
Para se aprofundar sobre o tema, indicamos a leitura do livro Curso de Administração 
financeira dos autores Alexandre Assaf Neto e Fabiano G. Lima. Editora Atlas. Ano: 
2014. Disponível em: 
 
Com a unificação dos mercados financeiros e de capital, nossa vida financeira está fortemente influenciada pelo 
comportamento dos títulos públicos no mercado, que determinando o grau da saúde financeira das organizações, 
inclusive, daquela em que trabalhamos, independente de seu porte, natureza ou personalidade jurídica. 
Administração financeira e o fenômeno da 
globalização econômica 
O fenômeno da globalização da economia determinou o incremento do fluxo internacional de capitais, levando as 
economias dos países a uma interdependência maior, com a implicação de que um eventual colapso econômico 
de uma dessas econômicas possa contagiar as demais. 
EXEMPLO 
 
Um exemplo de eventual colapso econômico foi a crise dos subprime de 2008, crise 
hipotecária dos Estados Unidos na qual títulos de baixa ou nenhuma liquidez, 
derivados de hipotecas, de empréstimos com taxas variáveis, das famílias 
americanas de baixa renda que levou um dos bancos de investimentos mais 
tradicionais dos Estados Unidos à falência, além de fazer com que muitas bolsas de 
valores do mundo despencassem e os governos de diversos países anunciassem 
planos de socorro emergenciais para suas economias. 
Os efeitos dessa crise foram sentidos no mundo inteiro, deixando sequelas como o endividamento e o sofrimento 
de muitos poupadores e investidores com a perda de suas economias. Ocorrências desta natureza têm 
contribuído para o desenvolvimento de novas práticas de gestão financeira em todo o mundo, considerando, 
essencialmente, o efeito interdependente destas economias. 
Para Assaf Neto e Lima (2014, p. 9) “[...] outra contribuição importante foi o desenvolvimento de novas técnicas 
de custeio importantes para o momento de reestruturação pela qual passaram as empresas”. 
Segundo os autores, escândalos contábeis envolvendo organizações de relevante influência no mercado de 
capitais, exigiram a ampliação dos mecanismos de controle e estabelecimento de práticas de maior transparência 
entre gestores e investidores, com destaque para a aprovação pelo congresso norte-americano, em 2002, pela 
lei Sarbanes Oxley (SOX), com a finalidade de oferecer maior proteção aos investidores. 
https://biblioteca.sophia.com.br/9198/index.asp?codigo_sophia=571222
- 7 - 
FIQUE ATENTO 
 
Ao considerar que o preço da ação representa a riqueza do investidor na organização, 
maximizar o preço da ação aumenta essa riqueza, ampliando, assim, a função do 
administrador financeiro de maneira que se possa atender aos interesses não só dos 
investidores, mas de todas as pessoas ligadas a ele. 
Isso implica responsabilidade social de modo que se preserve a integridade da organização e dos mercados, 
garantindo proteção aos seus investidores. 
O objetivo da administração financeira de maximizar a riqueza dos acionistas determina que o preço das ações 
tenha como base o tempo de retorno dos resultados, sua magnitude e seu risco. 
Para administração financeira contemporânea, o administrador financeiro deve gerenciar os recursos de 
investimento e financiamento das organizações de maneira que se preserve sua saúde financeira, não permitindo 
a existência de crises internas, que possam afastar os investidores ou desacreditar os stakeholders. 
FIQUE ATENTO 
 
Uma organização, por menor que seja, está sob os olhares de muitos interessados e 
intervenientes como fornecedores, empregados, credores, clientes, a comunidade em 
que está inserida, o governo e, principalmente seus acionistas e investidores. Nesse 
sentido, é preciso compreender que a organização, como um organismo vivo, pode 
influenciar ou ser influenciado, de alguma forma, pelas decisões tomadas pelos seus 
gestores. 
As atividades do administrador financeiro tornaram-se mais importantes, exigindo maiores níveis de 
responsabilidade e a previsão de grandes desafios para o futuro. 
Fechamento 
Vimos nesse tópico que desde o início do século XIX, as questões financeiras ocupam a maior parte das 
preocupações dos gestores das organizações, tendo como principal desafio, assegurar ao investidor melhor 
gestão dos recursos aplicados nas organizações, de maneira que haja equilíbrio entre risco e retorno, ou seja, 
resultados que apresentem cada vez menor risco e maior retorno dos investimentos. Percebemos a importância 
de se manter uma postura menos ambiciosa e mais questionadora e reveladora, em relação ao processo de 
tomadas de decisão gerencial, proporcionando-lhe decisões de investimento e financiamento mais consistentes 
com as expectativas de maximização da riqueza de seus investidores. Nos próximos tópicos veremos como as 
funções do administrador financeiro e o ambiente da gestão financeira devem estar alinhadas com os objetivos 
da organização. 
Ambiente da gestão financeira 
Marcos Valério Martins Soares 
Introdução 
Caro estudante, o objetivo fundamental das organizações corresponde à maximização da riqueza de seus 
acionistas e à equação investimento versus financiamento, que diz respeito às aplicações e às origens dos 
diversos recursos a serem utilizados em seu dia a dia. Desse modo, são demandados dos administradores 
financeiros diversas tarefas e ações, que estão distribuídas nos muitos setores organizacionais. 
Neste tópico, pretendemos apresentar o ambiente da gestão financeira, destacando as funções do administrador 
financeiro e as habilidades necessárias para o desempenho destas. Independente do porte da organização 
haverá sempre a preocupação com a boa gestão dos recursos financeiros e a falta de controle e planejamento 
podem comprometer significativamente os resultados operacionais da organização, exigindo, assim, a 
qualificação especifica dos agentes de cada área, setor ou departamento. 
- 8 - 
Funções do administrador financeiro 
A maximização da riqueza dos investidores requer do gestor administrativo a capacidade analítica de 
interpretação dos dados extraídosdos relatórios gerenciais e demonstrações financeiras, de maneira que as 
decisões tomadas sejam ambientais e socialmente responsáveis, além de estarem à altura da expectativa dos 
investidores e das exigências legais e mercadológicas. 
Sabe-se que, independente do porte, forma ou finalidade jurídica, uma vez constituído um empreendimento, este 
ajuda a compor um cenário socioeconômico em que estão envolvidos muitos atores como funcionários, 
fornecedores, clientes, governos, instituições financeiras e agências de fomento, agências de regulação e de meio 
ambiente etc. E, de um modo geral, todos dependem das decisões do administrador financeiro. 
Para Gitman (2010, p. 8) “[...] profissionais de todas as áreas de responsabilidade em cada empresa precisam 
interagir com o pessoal e os procedimentos de finanças para desempenhar suas tarefas”. 
O porte e a importância da função de administração financeira dependem do tamanho da empresa. Observamos 
que nas pequenas, essa função costuma ser realizada, ainda que involuntariamente, pelo departamento de 
contabilidade e, na sua ausência, concentrada nas muitas funções do empresário (proprietário). Naturalmente, a 
medida que a empresa cresce, essa função passa a ser dedicação de um departamento em separado que se 
reporta ao presidente executivo por meio de seu principal executivo financeiro. 
FIQUE ATENTO 
 
No ambiente empresarial, a administração financeira está voltada para as funções de 
planejamento financeiro, controle financeiro, administração de ativos e administração 
de passivos. Ou seja, as decisões de investimento e financiamento, obrigatoriamente 
passarão pelo crivo deste profissional. 
A avaliação de uma organização perpassa a tomada de pelo menos três decisões financeiras significativas: a 
decisão de investimento (aplicação), o financiamento (origem) e a remuneração do capital próprio (dividendos). 
Em relação à remuneração do capital próprio, corresponde à decisão de retribuir financeiramente os acionistas 
proprietários pelo financiamento das atividades com recursos próprios. No quadro a seguir é possível observar 
as funções típicas da administração financeira. 
 
QUADRO 1 - FUNÇÕES TÍPICAS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA FONTE: ELABORADO PELO AUTOR, 2019. 
- 9 - 
É importante esclarecer que as funções da administração financeira dependerão especificamente das dimensões 
e forma de organização da entidade. 
EXEMPLO 
 
Em pequenas ou médias empresas é comum que o funcionamento, controle e análise 
das finanças, quando demandados, sejam realizados pelo departamento contábil, de 
modo que se possa reduzir custos e evitar exageros de departamentos. No entanto, 
na maioria das vezes, essas funções são concentradas na pessoa do sócio-
administrador, titular ou empresário. 
Já em outras organizações, como é o caso das sociedades anônimas ou grandes corporações, o administrador 
financeiro poderá exercer essas funções típicas ao atuar em cargos específicos como os relacionados na figura 
a seguir. 
 
QUADRO 2 - CARGOS ESPECÍFICOS DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO FONTE: ELABORADO PELO AUTOR, 2018. 
- 10 - 
A segregação dessas funções dependerá, essencialmente, do tamanho e porte da organização que podem 
oferecer uma descentralização ainda mais analítica. O que é o caso das grandes corporações, sob as quais são 
dedicados esses estudos, por conta da complexidade das relações econômicas tratadas no mercado financeiro 
e de capitais. 
FIQUE ATENTO 
 
A função do administrador financeiro dependerá dos objetivos e metas da 
organização a partir das intenções propostas por seus acionistas e investidores de 
maneira, que possa assegurar desenvolvimento e prosperidade, não só da 
organização, mas também, do bem-estar de sócios, acionistas e stakeholders. 
Para Silva (2009) as funções financeiras podem ser de curto e longo prazos e podem surgir, expandir e 
desaparecer de acordo com a natureza, porte e estágio de desenvolvimento da organização e podem ser 
classificadas em atividades de tesouraria e de controladoria conforme relacionadas no quadro. 
 
QUADRO 3 - FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 
FONTE: ELABORADO PELO AUTOR, BASEADO EM LEMES JÚNIOR, RIGO E CHEROBIM, 2009. 
- 11 - 
Ainda segundo o mesmo autor, em geral, no Brasil, as funções de tesouraria são exercidas pelo gerente financeiro 
ou tesoureiro, e as funções de controladoria pelo controller. Essas funções são bem especificas da formação de 
contadores e administradores (SILVA, 2009). 
SAIBA MAIS 
 
Para se aprofundar sobre o tema, indicamos a leitura do capítulo 1 da obra 
Administração financeira: uma abordagem global, do autor Clóvis Luís Padoveze. 
Editora Saraiva. Ano: 2016. Disponível em: 
 
São funções para as quais se exige dos profissionais níveis elevados de conhecimento e vivência com a 
elaboração e análise de indicadores, bem como significativa habilidade para decidir sob efeito de pressões tanto 
do ambiente interno quanto externo da organização. 
Fechamento 
Vimos neste tópico que as funções do administrador financeiro estão fortemente alinhadas às expectativas de 
geração de riqueza dos acionistas das organizações, pertencentes ao mundo corporativo. Um profissional com 
evoluída capacidade de leitura dos cenários econômicos e financeiros vividos pelas organizações. 
Neste universo, as decisões de investimento e financiamento, que contribuirão para a geração de resultados 
líquidos para os investidores das organizações, requerem do profissional à frente das decisões financeiras, 
qualificada capacitação para a produção e analise de indicadores e de ferramentas de gestão capazes de 
assegurar o controle e gestão dos recursos disponíveis. 
Universo de atuação da gestão 
financeira 
Marcos Valério Martins Soares 
Introdução 
Caro estudante, neste tópico apresentaremos o ambiente da gestão financeira e o objetivo das organizações. 
Internamente, podemos dizer que o ambiente da gestão financeira é a controladoria e a tesouraria e estas por 
sua vez, relacionam-se com os setores de marketing, planejamento estratégico, publicidade e propaganda, 
tecnologia da informação, departamento jurídico. 
Por outro lado, o ambiente macro corresponde aquele reservado ao mercado financeiro, em que os recursos 
excedentes da economia, como as sobras temporárias de capital, são direcionados para o financiamento de novos 
investimentos, do qual fazem parte os mercados: monetário, de crédito, cambial e de capitais. É sobre isto que 
discutiremos, aqui. Vamos lá? 
Ambiente da gestão financeira e o objetivo das 
organizações 
Nossas experiências profissionais dão conta de identificar como parte do ambiente financeiro das organizações: 
os bancos, as companhias de crédito, taxas de juros e de câmbio, títulos de dívida pública, títulos de crédito, o 
crédito e o crediário e, outras operações correspondentes ao mercado financeiro. 
Segundo Ross, Westerfield e Jaffe (2002), o mercado de capitais é reconhecido como o lugar em que as 
organizações, que precisam de recursos, conseguem financiamentos por meio da emissão de títulos vendidos 
aos investidores, sem intermediação bancária, ou seja, sem a participação dos bancos, pois diz respeito à 
negociação de títulos e documentos correspondentes às ações e, ou, quotas das organizações, que são ou de 
longo prazo ou prazo indeterminado. 
https://biblioteca.sophia.com.br/9198/index.asp?codigo_sophia=562410
https://biblioteca.sophia.com.br/9198/index.asp?codigo_sophia=562410
https://biblioteca.sophia.com.br/9198/index.asp?codigo_sophia=562410
https://www.youtube.com/embed/MP7LjbD8SvU
- 12 - 
 
FIGURA 1 - SEGMENTAÇÃO DO MERCADO FINANCEIRO FONTE: ELABORADA PELO AUTOR, 2019. 
Já o mercado monetário, corresponde ao mercado de títulos de dívida que vencem a curto prazo e aplica-se a 
um grupo de mercados interligados de maneira pouco definida. 
De acordo como Assaf Neto (2010, p. 64) “[...] o desenvolvimento econômico do mundo moderno exige a formação 
de uma poupança (definida como a parcela de renda que não foi consumida)voltada a financiar os investimentos 
necessários e setores produtivos da economia”. Mesmo bem-sucedidas, a maioria das organizações tem 
necessidades permanentes de fundos (GITMAN, 2007) e sua obtenção se dá por meio das instituições 
financeiras, do mercado financeiro e por transações fechadas. 
EXEMPLO 
 
Como instituição financeira os bancos comerciais que captam recursos através de 
depósitos de seus correntistas poupadores e emprestam aos que tem necessidade 
de financiar suas operações, como é o caso do financiamento da casa própria pela 
Caixa Econômica Federal com recursos do FGTS. Recursos captados dos 
trabalhadores à taxa anual de 3% e emprestados aos tomadores à aproximadamente 
9% ao ano. 
Para Gitman (2007) os mercados financeiros são fóruns nos quais os fornecedores e os demandadores de fundos 
podem transacionar diretamente, conhecendo o destino do empréstimo ou da aplicação, enquanto que os 
empréstimos e as aplicações pelas instituições financeiras ocorrem sem o conhecimento direto dos poupadores. 
Diante desse processo de intermediação e distribuição e recursos no mercado que se destaca a importância 
social e econômica do Sistema Financeiro Nacional (ASSAF NETO, 2010). 
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) 
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) pode ser conceituado como o conjunto de instituições financeiras e 
instrumentos financeiros que visa transferir recursos dos agentes econômicos (pessoas, empresas, governo) 
superavitários para os deficitários, permitindo que todos se encontrem na situação desejável uma vez que os 
investidores (poupadores) têm seus capitais remunerados com o pagamento dos juros decorrentes dos 
empréstimos junto aos tomadores, que conseguem realizar seus projetos. 
- 13 - 
 
QUADRO 1 - ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL FONTE: ELABORADO PELO AUTOR, 2019. 
O quadro demonstra que o Sistema Financeiro Nacional está estruturado em subsistema normativo ou de 
supervisão, responsável pela regulação e fiscalização do SFN e pelo funcionamento do mercado e de suas 
instituições e subsistema de intermediação ou operativo que compreende as instituições financeiras e auxiliares, 
o sistema de pagamentos e de distribuição de títulos e valores mobiliários. 
O Banco Central do Brasil (Bacen) 
Sediado em Brasília, o Bacen, órgão máximo do SFN, foi regulamentado como autarquia federal pelo Decreto-
Lei n. 7.293, de 2 de fevereiro de 1945, controla a oferta da moeda e do crédito desempenhando a função de 
executor das políticas monetária e cambial do País. 
O Bacen conta com representação regional nas seguintes capitais: Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, 
Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. 
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) 
A CVM foi criada pela Lei n. 6.385, em 7 de dezembro de 1976, com a finalidade de fiscalização, normatização, 
disciplina e desenvolvimento do mercado de valores mobiliários no Brasil. 
Por valores mobiliários entende-se a menor fração do capital das organizações e, portanto, negociáveis no 
mercado de capitais pelas organizações quer seja para fins de investimento ou de captação, cabendo à CVM 
incentivar a poupança no mercado acionário, que é representado por um conjunto de produtos de investimento 
oferecidos ao público como as ações das organizações negociadas em bolsa de valores, fundos de investimentos 
etc. 
FIQUE ATENTO 
 
No Sistema Financeiro Nacional, as instituições financeiras bancárias são 
representadas pelas caixas econômicas, os bancos comerciais, bancos comerciais 
cooperativos, as cooperativas de crédito e os bancos múltiplos com carteira 
comercial. Essas instituições são reconhecidas pela sua capacidade de criar moeda 
escritural, ou seja, uso de depósitos bancários como meio de pagamento, 
representada pelos depósitos à vista realizados pelos depositantes. Como podemos 
perceber, este é o canal mais acessível desse sistema, estando ao alcance de todos, 
independente se pessoa física ou jurídica, correntista, poupador ou simples usuário. 
Também são atribuições da CVM o estímulo ao funcionamento das bolsas de valores e de instituições operadoras 
do mercado acionário, assegurar a lisura nas operações de compra e venda de valores mobiliários, promover a 
expansão dos negócios do mercado acionário garantindo proteção aos seus investidores. 
- 14 - 
Superintendência de Seguros Privados (Susep) 
É uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, criada pelo Decreto-lei nº 73, de 21 de novembro de 1966, 
que controla e fiscaliza os mercados de seguro, previdência complementar, capitalização e resseguro e, tem como 
missão desenvolver os mercados supervisionados, assegurando sua estabilidade e os direitos do consumidor. 
Secretaria de Previdência Complementar (SPC) 
É importante saber que no Brasil, a previdência complementar fechada integra o sistema de previdência social 
constituindo importante instrumento de proteção adicional ao trabalhador e uma oportunidade para a formação 
de uma poupança interna de longo prazo, o que amplia a capacidade de investimento do País diversificando as 
fontes de financiamento do crescimento econômico. 
A previdência complementar também se apresenta como uma oportunidade de investimento do mercado 
financeiro e, graças a sua característica de fundo de investimento, tem atraído cada vez mais investidores que 
buscam maior segurança e confiabilidade. 
Objetivos das organizações 
No ambiente empresarial, normalmente, os empresários que fazem parte do quadro societário é quem administra 
a organização, que pode ser em conjunto, individualmente, ou nomear um dos sócios ou um administrador para 
o exercício dessa função. No mundo corporativo, das sociedades por ações, os diretores administrativos são 
eleitos pela assembleia de acionistas com direito a voto. 
FIQUE ATENTO 
 
Em qualquer dos casos, as funções do administrador financeiro deverão alinhar-se 
com os objetivos da organização e, consequentemente, dos sócios ou acionistas 
(investidores) independente se com ou sem finalidade de lucro. 
E quais são os objetivos das organizações? 
Nos tópicos anteriores vimos que o objetivo a ser perseguido pelos administradores financeiros é a maximização 
da riqueza dos acionistas. O alcance desses objetivos depende dos resultados líquidos auferidos pela 
organização, bem como da política de distribuição destes resultados. 
No caso das sociedades por ações, os lucros são medidos por ações, ou seja, o resultado do período para cada 
ação ordinária. Para determinação do Lucro por Ação (LPA), deve-se dividir o lucro total do período, disponível 
aos acionistas ordinários da organização, pelo número de ações ordinárias (GITMAN, 2004, p. 12). 
O lucro é, portanto, o retorno ao acionista pelo investimento realizado na organização. Dessa forma, resta 
destacar que o objetivo geral da organização (diretores, administradores, funcionários etc.) é maximizar a riqueza 
dos proprietários e isso somente será possível, estando o administrador atento às ações que promovam aumento 
do preço da ação. 
Fechamento 
Vimos neste tópico que o mercado financeiro está segmentado em quatro grandes áreas, as quais destacamos o 
mercado de capitais por representar o lugar onde as organizações negociam suas intenções de investimento e 
financiamento de ativos tendo como intermediários destas operações, as instituições financeiras, que 
representam o subsistema de intermediação do Sistema Financeiro Nacional (SFN). 
Pode-se dizer que a maximização do lucro é um objetivo razoável da administração, pois ainda há que se 
considerar a distribuição dos resultados no tempo, os fluxos de caixa disponíveis aos acionistas e o risco. 
- 15 - 
Atividades empresariais de 
operação, investimento e 
financiamento 
Marcos Valério Martins Soares 
Introdução 
Caro estudante, a tomada de decisão é a parte mais delicada do processo administrativo, pois reside a 
responsabilidade de viabilizar todo o processo operacional da organização, como: a reposição de estoque, a 
aplicaçãodas sobras temporárias de capital, a capitalização ou a integralização, a contratação ou a demissão de 
mão de obra. Além das decisões diárias que exigem planejamento e controle. 
Neste tópico, abordaremos sobre a relação entre a dinâmica das decisões financeiras e as atividades 
empresariais que envolvem os setores operacionais, de investimento e financiamento. Estudaremos sobre o 
exercício da administração financeira, que exige do administrador várias habilidades e conhecimento 
interdisciplinares. Acompanhe! 
Atividades empresariais e a dinâmica das decisões 
financeiras 
Como já sabemos o objetivo da administração financeira é a maximização da riqueza dos sócios da organização 
e não diz respeito apenas ao aumento do rendimento. O lucro corresponde à expectativa de retorno dos sócios 
em relação ao investimento realizado, ou seja, a remuneração do capital. 
No universo das grandes organizações, isto é, no mundo corporativo, os investidores: sócios, acionistas, agentes 
de fomento e financiamento, realizam, por meio das empresas, essa expectativa de retorno, dependendo dos 
prazos e das condições correspondentes ao plano de investimento. 
Em qualquer ramo de atividade, ao menos três grandes decisões compõem o plano operacional das 
organizações: a decisão de investimento, a decisão de financiamento e a decisão de alocação de seus resultados 
líquidos. Graficamente, podemos verificar a representação dessas decisões no balanço patrimonial da 
organização. Vejamos no quadro uma síntese dessa demonstração financeira elaborada pela contabilidade do 
qual podemos extrair os principais indicadores de análise fundamentais para a tomada de decisões. 
 
FIGURA 1 - DECISÕES DE INVESTIMENTO E FINANCIAMENTO FONTE: ELABORADA PELO AUTOR, 2018. 
- 16 - 
Duas dessas grandes áreas decisórias da empresa apresentam-se de forma integrada, como se pode observar 
no quadro 1 e sua ocorrência acontece de forma contínua e inevitável. 
• Decisões de investimento: correspondem ao processo de identificação, avaliação e seleção das 
alternativas de aplicações de recursos, e podem ser identificadas nos ativos da organização. 
• Decisões de financiamento: Estas, por sua vez, envolvem a estrutura das fontes de capital demandadas 
pelas decisões de investimento, ou seja, as origens dos recursos. Normalmente, advindas de recursos próprios 
(capital) e de terceiros (fornecedores, bancos, financeiras, agências de fomento etc.). 
 
FIGURA 2 - DECISÕES DE INVESTIMENTO, FINANCIAMENTO E DIVIDENDOS 
FONTE: ELABORADA PELO AUTOR, BASEADO EM ASSAF NETO E LIMA, 2014. 
A rotina do gestor de uma organização é um continuo exercício de tomada de decisões. Destas decisões, 
dependem o futuro e a continuidade das organizações e, portanto, devem ser feitas com base em dados e 
informações a serem fornecidas pela contabilidade e outros setores da empresa, ou ainda pela observação e 
interpretação do ambiente micro e macro em que esta organização se insere. Fatores que requerem da 
administração financeira o planejamento e controle financeiro e a administração dos ativos (aplicações) e dos 
passivos (origens). 
Planejamento financeiro 
É no planejamento financeiro que se propõe as ações correspondentes à necessidade de expansão da 
organização, correções para desajustes futuros como contingências e também aquelas voltadas para a 
rentabilidade dos investimentos. 
Considerando que quase todas as decisões envolvem períodos longos de implantação (ROSS; WESTERFIELD; 
JAFFE, 2002), o processo de planejamento financeiro começa com a elaboração de planos financeiros de longo 
prazo (GITMAN, 2004). Esses projetos também são compreendidos como estratégicos e derivam os planos 
operacionais, ou seja, os planos e orçamentos de curto prazo. 
• Planos financeiros de longo prazo: estabelecem as medidas financeiras da entidade e o impacto delas 
para os períodos determinados, que podem ser de dois a dez anos. 
• Planos financeiros de curto prazo: correspondentes ao ciclo operacional da organização, normalmente 
abrangem um período de um a dois anos. São determinadas as providências financeiras como a previsão de 
vendas, os planos de produção, o orçamento de caixa, o plano de gastos com ativo permanente, as 
demonstrações financeiras projetadas e os planos financeiros de longo prazo em que deve estar inserido. 
Para Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2005) as empresas precisam estabelecer critérios que lhes permitam fazer 
uma alocação de recursos capaz de assegurar a maximização da riqueza do acionista. 
- 17 - 
FIQUE ATENTO 
 
O planejamento financeiro vai auxiliar o administrador a alcançar esse 
objetivo. Estabelecido estrategicamente (longo prazo) é imprescindível ao 
seu sucesso, a existência de planos operacionais (de curto prazo). Isso 
que dizer que sua operacionalização corresponde às fases necessárias 
para se alcançar o objetivo maior do plano estratégico e, 
consequentemente, maximizar a riqueza da organização. 
Com o planejamento financeiro, a organização será capaz de projetar seu resultado operacional, a alocação de 
recursos e as atividades envolvidas com seus respectivos custos e despesas, além de orientar para a aplicação 
das sobras em investimentos que contribuam para o alcance da maximização da riqueza da organização. 
Controle financeiro 
Uma vez estabelecido um plano de ação, estratégico ou operacional, será necessário analisar periodicamente os 
resultados alcançados com esse plano para que seja possível realizar a correção dos desvios entre o previsto e 
o realizado. O controle financeiro é a parte responsável por mensurar as operações da organização com eficiente 
aplicação dos recursos disponibilizados, quer seja a curto ou longo prazo. O controle financeiro corresponde a 
uma das fases do processo de tomada de decisão. 
 
FIGURA 4 - PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO FONTE: ELABORADA PELO AUTOR, 2019. 
Caberá ao setor de controladoria da organização, avaliar os resultados das ações implementadas a partir dos 
relatórios de desempenho operacional, que traduzidos em indicadores, darão à administração subsídios para a 
revisão e, caso necessário, realinhamento dos processos. 
EXEMPLO 
 
Digamos que uma organização decida reduzir em 20% sua produção 
industrial eliminando os produtos com pouca rotatividade que, segundo 
os dados apresentados pelo controle interno, têm comprometido o 
resultado operacional da organização. Essa medida tem como base, 
por exemplo, a combinação da análise horizontal com a análise vertical 
dos resultados individuais e geral. 
A partir do controle financeiro é que a organização terá condições de determinar suas disponibilidades e elaborar 
seu planejamento para realização das transações econômico-financeiras de modo eficiente. Basicamente, os 
controles financeiros de uma organização correspondem ao controle de: 
• caixa; 
• bancário; 
• venda; 
• recebimentos ou contas a receber; 
• pagamentos ou contas a pagar; 
• despesas; 
• estoques. 
A administração do capital de giro de maneira eficiente pode manter a organização livre da maioria dos problemas 
de natureza financeira, principalmente, no que se refere a sua capacidade de liquidez, controle de seus ativos e 
passivos, especialmente os de curto prazo. 
SAIBA MAIS 
 
Para se aprofundar sobre o tema, indicamos a leitura do livro Controladoria 
estratégica e operacional, do autor Luís Clóveis Padoveze. Editora 
Cengage Learning. Ano: 2012. Disponível 
em: 
https://biblioteca.sophia.com.br/9198/index.asp?codigo_sophia=571183
- 18 - 
Afinal, as atividades de curto prazo correspondem às operações que compõem o ativo circulante da organização 
que se consolidam como capital de giro ou capital de giro bruto e que, devido sua importância na composição do 
ativo da organização, vai merecer do administrador financeiro uma gestão muito particular para cada uma dessas 
atividades (compras, vendas, cobranças, recebimento, aplicações, produção etc.). 
Administração de ativos e passivos 
A administração de ativos e passivos correspondeà identificação da melhor estrutura dos investimentos em termo 
de risco e retorno (ativos) e gerenciamento de composição do financiamento (passivo), isto diz respeito às 
decisões de Investimento, Financiamento e Dividendos. 
FIQUE ATENTO 
 
Dos componentes do balanço patrimonial, o ativo representa os 
investimentos da organização para a consecução de seus objetivos e, 
portanto, uma das decisões mais difíceis para a administração financeira 
é a determinação da estrutura do ativo, ou seja, a decisão de investimento, 
uma vez que sua justificativa deve corresponder ao negócio proposto. 
As decisões de investimento e financiamento consistem no exercício contínuo e interdependente, que encontra 
na maximização da riqueza da organização a sua essencial finalidade. 
Se por um lado, as decisões de investimento envolvem o processo de análise, avaliação, identificação e seleção 
das alternativas de aplicação dos recursos. As decisões de financiamento permeiam a definição da natureza dos 
fundos captados, ou seja, “[...] a estrutura das fontes de capital [...]” (GITMAN, 2004, p. 482). 
Fechamento 
Neste tópico estudamos as atividades operacionais, de investimento e financiamento, que correspondem ao ciclo 
operacional e à composição do ativo e da formação do passivo da organização. Compreendemos como o 
administrador financeiro pode promover o equilíbrio entre o custo do capital necessário ao desenvolvimento do 
planejamento estratégico da organização e a garantia de rentabilidades mais atraentes de seus ativos com 
minimização dos riscos e otimização dos retornos. 
Dinâmica das decisões financeiras 
Marcos Valério Martins Soares 
Introdução 
Caro estudante, as decisões de investimento e financiamento exigem do administrador financeiro conhecimento 
das diversas áreas da organização, para que seja possível avaliar e selecionar as propostas de aplicação de 
capital tanto de curto como de longo prazo. Essas operações, normalmente, envolvem riscos, por isso, merecem 
criteriosa avaliação quanto aos seus efeitos futuros, sob pena de comprometer a continuidade da organização. 
Neste tópico, estudaremos sobre como administrador financeiro deve gerir as fontes de financiamento de curto e 
longo prazo, conhecendo as taxas de juros, os encargos contratuais, o valor do capital no tempo, a vida útil do 
ativo financiado, o valor residual, o valor presente líquido, dentre outros. Vamos começar? 
Integração das decisões de investimento e de 
financiamento 
As decisões de investimento e de financiamento correspondem, essencialmente, à manutenção de um dos 
fundamentos básicos da contabilidade, que é o método das partidas dobradas. Para que haja aplicação deverá 
haver uma origem, ou seja, para que se tenha um investimento, é preciso que haja um financiamento. 
Para Assaf Neto (2010, p. 313) “[...] as decisões de investimento podem promover alterações no volume de capital 
voltado para a produção de bens e serviços”. Segundo Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2005, p.122), as decisões 
- 19 - 
de investimento “[...] são realizadas porque se tem a expectativa de obter retornos, podendo ser em ativos fixos 
ou títulos de mercado, interessando às finanças corporativas os investimentos em ativos fixos”. 
Assim, as decisões exigirão do administrador financeiro habilidades para medir o grau de risco e a capacidade 
de retorno dos investimentos. Podemos listar essas decisões como: a aquisição de ativos imobilizados (máquinas 
e equipamentos, imóveis etc.); a ampliação da participação no mercado; o desenvolvimento de pesquisas para 
novos produtos; os investimentos em outras companhias, inclusive, as ações de combinação de negócios e a 
informatização e a automação. 
Propostas de investimentos 
As diversas propostas de investimentos em uma organização dependem, essencialmente, de seus objetivos e 
podem ser de ampliação de sua capacidade produtiva, atualização de seus ativos fixos, aquisição ou locação de 
bens fixos e outras origens como assessoria, pesquisa e desenvolvimento (P&D), publicidade etc. 
No momento da tomada de decisão, a organização pode deparar-se com diversas situações que ocorrem sempre 
que se apresentar um número maior de propostas do que a sua capacidade ou disponibilidade física ou 
orçamentária para realizá-las. 
FIQUE ATENTO 
 
O administrador financeiro, quanto às suas decisões de investimento, deve ficar 
atento ao custo e aos prazos de pagamento do financiamento dos recursos 
necessários para que não comprometa a liquidez da organização. Assim, ao decidir 
financiar investimentos permanentes ou mesmo aqueles indispensáveis ao ciclo 
operacional, é conveniente que sejam financiados a médio ou longo prazo. 
Portanto, a implantação de uma determinada proposta de investimento dependerá da análise da qualidade e 
origem do financiamento, especialmente, no que diz respeito às condições de subvenção, encargos contratuais, 
relacionamento etc. Por maior que seja a demanda da organização por investimentos, somente com adequado 
planejamento será possível atender sem comprometer sua estrutura patrimonial. 
Risco e retorno 
O administrador financeiro, como bom curador da saúde financeira da organização, deve zelar para que ela esteja 
mais afastada possível das ameaças ou perigos que possam comprometer seu desenvolvimento segundo as 
expectativas dos investidores. 
Em finanças, os investimentos são realizados porque se tem a expectativa de obter retorno e o risco é uma medida 
de incerteza que está associada aos retornos esperados de uma decisão de investimento, cujos principais fatores 
são: volatilidade e maturidade. 
Segundo Assaf Neto e Lima (2014, p. 424), “[...] na prática, as decisões financeiras não são tomadas em ambiente 
de total certeza com relação a seus resultados”. Já para Gitman (2004, p. 203) “[...] em sua acepção mais simples, 
risco é a chance de perda financeira”. 
O retorno esperado dos investimentos é o principal balizador das decisões. É por conta dos retornos que os riscos 
de realizar este ou aquele investimento são assumidos. Todo investimento está sujeito à influência do ambiente 
interno e externo. Para Gitman (2004, p. 204) “[...] retorno é o ganho ou prejuízo total que se tem com um 
investimento ao longo de um determinado período de tempo”. 
EXEMPLO 
 
Em um caso hipotético, Paulo Quintana trabalhou durante 35 anos como funcionário 
em uma multinacional, entretanto, sempre quis ser dono de padaria. Ao aposentar-
se, resolveu empregar suas disponibilidades em seu próprio negócio. Diante das 
dificuldades previstas em operacionalizar uma atividade comercial, pensou em outras 
oportunidades de investimento, como o mercado de capitais. Para fundamentar sua 
- 20 - 
decisão, será necessário avaliar os riscos e expectativa de retorno de cada uma 
dessas opções. 
Para Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2005, p. 125) “[...] o quanto de risco se vai assumir depende do retorno 
esperado. É natural esperar que quanto maior o risco assumido, maior seja o retorno”. 
 
FIGURA 3 - RISCO E RETORNO 
FONTE: ELABORADA PELO AUTOR, 2019. 
A figura mostra que para que haja um retorno de 20% sobre o investimento, o risco será de nível 2, portanto, 
exigindo mais disposição do investidor em assumir os efeitos positivos ou negativos de sua decisão. 
As principais formas de mensuração do risco ocorre por meios estatísticos e, portanto, deve-se considerar os 
registros históricos das ocorrências correspondentes ao investimento. Os meios mais comuns utilizados são: 
• média: que corresponde a soma de todos os valores encontrados, dividida pelo número de 
observações; 
• variância: que procura observar quanto os valores efetivamente praticados distanciam-se da 
média; 
• desvio padrão: que em finanças corresponde ao valor o risco quando as decisões são tomadas a 
partir das médias; 
• distribuição: que é a forma como os valores se distribuem entre as observações; 
• volatilidade: representa as flutuações dos eventos em torno de um denominador comum que, 
estatisticamente,é a média; 
• probabilidade: expressão de forma percentual da possibilidade de ocorrência de um evento; 
• covariância: que consiste na medida do grau de relação entre duas variáveis; 
• coeficiente de correlação: é uma outra medida do grau de relação entre duas variáveis e 
corresponde à tendência de duas variáveis se moverem juntas. 
Para reduzir os riscos de aplicações ou projetos de investimento, o administrador financeiro, poderá, por exemplo, 
lançar mão da teoria do portfólio de Markowitz. Com essa teoria, pode-se selecionar uma carteira de investimentos 
de maneira que os riscos sejam diluídos nos diversos ativos da organização. Segundo Harry Markowitz, a 
diversificação de investimentos (teoria do portfólio) sempre foi o procedimento recomendado para a adequada 
gestão das variáveis risco e retorno em carteiras de ativos. 
Fontes de financiamento 
As principais fontes de financiamento de uma organização são: aporte de capital de sócios ou acionistas, geração 
e reinvestimentos de lucros e empréstimos captados com instituições financeiras que compõem o Sistema 
Financeiro Nacional. 
Em geral, as melhores condições financeiras para viabilização de seus projetos de investimentos ocorrem por 
meio da participação dos sócios e acionistas, pois representam um tipo de captação permanente e baixo 
comprometimento do caixa. 
- 21 - 
Financiamento de curto prazo 
O cenário ideal para a administração financeira seria financiar suas necessidades sazonais com as fontes de 
financiamento de curto prazo, no entanto, o que geralmente acontece é a utilização de recursos de curto prazo 
para financiamento de ativos circulantes permanentes e temporários, enquanto que os ativos permanentes e 
temporários são financiados com capital próprio, por exemplo. 
De acordo com Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2005), as fontes de financiamento de curto prazo correspondem 
ao capital próprio, capitais de terceiros (crédito comercial e crédito bancário). 
Os capitais próprios são os recursos aportados na organização correspondentes à subscrição e integralização de 
capital, por meio dos sócios e acionistas ou reinvestimento de lucros acumulados e, ou, do exercício. 
Os capitais de terceiros relacionados ao endividamento da empresa, são utilizados por períodos de tempo 
definidos gerando, inclusive, encargos financeiros e, servem para financiar o capital de giro das organizações. 
Dividem-se em: 
• crédito comercial: decorrente das condições negociadas entre a organização e seus fornecedores 
de bens, materiais e serviços. 
• crédito bancário: consiste em uma operação de empréstimo realizada junto aos bancos 
comerciais, instituições financeiras, empresas de factoring e os bancos de investimento. 
Segundo Ross, Westerfield e Jaffe (2002) existem várias outras fontes de fundos a curto prazo utilizadas pelas 
empresas, como é o caso da emissão de comercial paper e o financiamento por meio de aceites bancários. 
Financiamento de longo prazo 
As fontes básicas de financiamento de longo prazo, reconhecidas na literatura da administração financeira, 
correspondem às ações ordinárias, ações preferenciais e endividamento a longo prazo. 
FIQUE ATENTO 
 
Ao optar pelo capital de terceiros como fonte de financiamento, o administrador 
financeiro deve ficar atento ao custo desse capital, normalmente disponibilizado pelos 
bancos comerciais, implicam despesas financeiras a serem absorvidas pelas 
atividades operacionais da organização. 
Com fontes de financiamento a longo prazo, as organizações podem contar com os recursos disponibilizados 
pelos bancos comerciais, ou ainda, pela capitalização por meio da emissão de títulos de crédito ou valores 
mobiliários (ações) no mercado financeiro e de capitais. No caso dos bancos, os custos desses recursos 
correspondem às taxas de juros, como o pagamento de um aluguel ao poupador pela oportunidade de uso do 
dinheiro pelo tomador. Portanto, quanto maiores forem as taxas de juros, maior será o custo financeiro da decisão 
operacional da organização. No Brasil, o Sistema Financeiro Nacional é quem garante a intermediação no 
mercado financeiro e de capitais entre as organizações e seus investidores. 
Fechamento 
Neste último tópico da unidade, estudamos o papel do administrador financeiro e como ele deve agir frente às 
opções de financiamento para investimento dos ativos operacionais e, ou, permanentes da organização, tanto de 
curto quanto de longo prazo, especialmente no que se refere aos custos operacionais envolvidos na captação de 
recursos de terceiros. 
Estudamos, ainda, que o financiamento de ativos circulantes com capital próprio não é uma prática muito comum, 
ocorrendo apenas em circunstâncias especiais como é o caso de implantação de projetos com alto índice de 
capital de giro. Além disso, falamos sobre as fontes de financiamento de longo prazo do mercado externo, que 
além dos termos ajustados diretamente com as organizações, estão vulneráveis ao comportamento do mercado, 
políticas cambiais e níveis de transparência nas demonstrações.

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