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Introdução à Administração Financeira Apresentação As empresas precisam o tempo todo de recursos, seja para aquisição de uma máquina ou um equipamento, para a contratação de pessoas, seja para estruturar suas operações ou para sua expansão. Tomar decisões é o papel do administrador financeiro nas organizações. É dele a responsabilidade de buscar oportunidades para manter a empresa saudável em um mundo de negócios competitivo. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai ver o conceito de administração financeira, suas principais funções em uma organização e os dilemas enfrentados na tomada de decisões. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Apresentar a administração financeira e suas áreas de atuação.• Identificar as atribuições do administrador financeiro.• Reconhecer as principais funções dos administradores financeiros de uma empresa ou organização. • Desafio Os diretores de uma determinada empresa organizaram uma equipe para tratar da área de fusões e aquisições. Fazem parte dessa equipe três administradores e dois engenheiros que têm o propósito de adquirir empresas em estágio de falência. Você é um dos administradores e precisa buscar as fontes adequadas de pesquisa. Falando com alguns corretores imobiliários de empresas, você recebeu informações de duas empresas que teriam possibilidades para compra. Você recebeu alguns indicadores de desempenho e precisa analisá-los: Considere P = Período ou Intervalo de tempo. Diante dessas informações, você, como participante da equipe, vai ter que elaborar um parecer sobre os resultados apresentados. Isso vai definir se as empresas têm potencial ou não para aquisição. Então, mãos à obra! Infográfico A administração financeira envolve uma série de decisões, entre elas as que dizem respeito acerca do que fazer com os recursos financeiros, como utilizá-los e como obter recursos adicionais em caso de insuficiência desses recursos. O papel do administrador financeiro é proporcionar à empresa os recursos financeiros necessários às suas operações, aplicando as sobras e captando as faltas. Conteúdo do livro Para você conhecer um pouco mais sobre a tomada de decisões, leia o capítulo Introdução à administração financeira, pertencente à obra Gestão financeira. Nele conheça os principais conceitos e características das tomadas de decisões, aspecto de grande influência na sustentabilidade financeira da organização e sua competitividade no mercado em que atua. Boa leitura. GESTÃO FINANCEIRA Fernanda Rocha de Aguiar Introdução à administração financeira Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Apresentar a administração financeira e suas áreas de atuação. Identificar as atribuições do administrador financeiro. Reconhecer as principais funções dos administradores financeiros de uma empresa ou organização. Introdução A administração financeira é uma das áreas mais relevantes das orga- nizações, pois detém a tomada de decisão que conduz a empresa aos objetivos de sustentabilidade financeira e competitividade no mercado em que atua. Essa administração ocorre em empresas de todos os portes, ainda que o enfoque varie de acordo com o segmento estabelecido, sempre buscando a otimização de recursos para maximizar o lucro ao dono do negócio ou ao acionista. Especialmente o contexto em que as organizações estão inseridas influencia diretamente essa área, pois variáveis como inflação, economia, mudanças de governo, taxas cambiais, globalização, aumento de riscos empresariais afetam diretamente a gestão financeira (LEMES JÚNIOR; RIGO; CHEROBIM, 2016). Tal situação exige que a área de finanças se adapte às transformações dos últimos tempos. Portanto, neste capítulo, você vai aprender sobre a administração financeira e suas áreas de atuação, conhecendo as atribuições e funções do profissional dessa área. A administração financeira e suas áreas de atuação Segundo Assaf Neto e Silva (2002), a administração fi nanceira traduz um campo de estudo teórico e prático que almeja um processo empresarial mais efi ciente para a captação e a alocação de recursos de capital. Também é im- portante mencionar que a administração fi nanceira se apresenta como uma ferramenta destinada a controlar a viabilidade de meios que resultem em obtenção de receitas capazes de prover a realização de operações e atividades da empresa. Destaca-se, além disso, que há relação direta entre a administração finan- ceira e a visão sistêmica, que representa a capacidade de deliberar considerando o contexto, a conjuntura e a análise das partes em relação ao todo. Para que sejam tomadas as melhores decisões, os gestores financeiros necessitam obter informações dos ambientes interno e externo, além de analisar todas as áreas da empresa em relação à necessidade de recursos e ao retorno esperado. Ross (2015) menciona que a administração financeira existe porque trabalha para a sobrevivência das empresas, pode evitar falência, bem como superar a concorrência, além de maximizar as vendas ou a participação do mercado e minimizar os custos e maximizar os ganhos para garantir o crescimento dos lucros. Na Figura 1, a seguir, é possível observar que as informações internas da empresa quanto ao seu planejamento bem como sobre o mercado em que atua são entradas que processam as decisões da administração financeira quanto aos recursos a serem utilizados, às decisões de investimentos e aplicações e aos fluxos financeiros, de modo que haja a maximização do retorno. Figura 1. A função financeira e a visão sistêmica. Fonte: Kwasnicka (2004, apud JACOBSEN, 2011, p. 21). Introdução à administração financeira2 As áreas de atuação A administração fi nanceira de uma empresa lida com a aplicação das es- tratégias estabelecidas para incrementar a receita da organização e defi nir orçamentos para as diferentes áreas da organização. Devido à sua importância, a administração fi nanceira pode ser dividida em áreas de atuação, conforme podemos observar a seguir. Análise financeira Para que a empresa possa ter equilíbrio entre as suas despesas e receitas, espe- cialmente visando reservas para a sua sustentabilidade fi nanceira, é necessário que haja planejamento para avaliar a condição fi nanceira da empresa. Essa análise ocorre por meio de relatórios fi nanceiros cujas informações contábeis demonstrem os resultados. As informações devem munir os tomadores de decisão para a análise estratégica sobre a sua capacidade de produção, o rumo a ser seguido, sempre no intuito de buscar alavancar suas operações. Os relatórios demonstrarão não apenas as contas de resultado do regime de competência, mas a situação do fl uxo de caixa. Diante desses dados, é possível desenvolver e implementar ações com objetivo de crescimento para o retorno fi nanceiro necessário. Todas as informações financeiras de uma empresa precisam ser registradas, eviden- ciando suas movimentações. Essas informações geram lançamentos contábeis (regis- trados na contabilidade) e financeiros (entradas e saída no caixa da empresa) que são chamados, respectivamente, de regime de competência e regime de caixa. No regime de competência, o registro do evento se dá na data que o evento aconteceu. A contabilidade define o regime de competência como o registro do documento na data do fato gerador (ou seja, na data do documento, não importando quando vai ser pago ou recebido). O regime de caixa considera o registro dos documentos na data de pagamento ou recebimento, como se fosse uma conta bancária. Para análises financeiras, utiliza-se os regime de caixa que contabiliza receitas, custos, despesas e investimentos dentro do mês (REIS, 2006). 3Introdução à administração financeira Finanças corporativas É a área responsável por tomar decisões fi nanceiras a respeito do negócio, utilizando ferramentas e índices para as análises fi nanceiras. O objetivoé maximizar a valorização da empresa e evitar que ela adentre em riscos fi nan- ceiros para garantir competitividade. Essa área é crucial para a sobrevivência e o posicionamento da organização. Os principais indicadores que compõem as fi nanças corporativas são: a lucratividade, os custos fi xos, o faturamento, o índice de endividamento e, principalmente, o retorno sobre investimento, costumeiramente chamado de ROI (Return On Investment). Diante das in- formações corporativas, é possível tomar decisões fi nanceiras acertadas. Tal situação não é exatamente fácil, pois trata-se de escolhas que defi nem o futuro de uma empresa. Para tanto, muitas variáveis devem ser consideradas, como taxas de juros, carga tributária, volume de crédito de longo prazo e regras de mercado que podem ser alteradas constantemente. Tomada de decisão de investimentos Conforme Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2016), investimento é toda aplicação de capital em algum ativo tangível ou não cuja fi nalidade seja obter retorno futuro. Nessa abordagem, as decisões de investimento envolvem a elaboração, a avaliação e a seleção de propostas de aplicações de capital efetuadas com objetivo, normalmente, de médio e de longo prazo (ASSAF NETO; SILVA, 2002). Investir o capital de uma empresa requer que a devida avaliação no retorno do investimento. Essa decisão está diretamente relacionada ao rumo e à saúde fi nanceira da empresa, especialmente porque a viabilidade dos investimentos deve ser bem criteriosa, uma vez que o seu resultado pode ser fatal ao futuro da organização. Matias (2007) menciona que o nível estratégico da empresa deve tomar a decisão do investimento a partir de técnicas quantitativas para amparar os executivos na análise dos projetos. Dentre as técnicas existentes para avaliação de investimentos, as mais utilizadas são o tempo de retorno do investimento (payback), o valor presente líquido (VPL) e a taxa interna de retorno (TIR). O payback é uma das ferramentas mais utilizadas, pois define a expecta- tiva de tempo de retorno de um investimento. Ou seja, após a realização do investimento, em quanto tempo ele já estaria pago e passaria a dar retorno à empresa, dando a ideia do grau de risco do projeto. Se o prazo for muito grande, há variáveis que podem afetar o processo e não garantir que haverá as entradas de caixa que estão previstas, evidenciando alo risco. Introdução à administração financeira4 Financiamentos A administração fi nanceira da empresa também poderá ser dedicada às deci- sões de fi nanciamento de curto e de longo prazo e dependerá da necessidade de recursos. Quando são empréstimos de curto prazo, para pagamento em até um ano, existe a fi nalidade de atender temporariamente as necessidades apresentadas. Essa captação de recursos ocorre por meio de intermediários fi nanceiros. Para avalizar um financiamento, a administração financeira leva em con- sideração a combinação dos financiamentos a curto e longo prazos com a estrutura de capital, ou seja, a empresa não deve ter mais capital emprestado do que próprio, para que não haja dificuldades na capacidade de pagamento. É preciso avaliar se há equilíbrio entre juros e formas de pagamento, bem como se a instituição que concede os recursos é confiável. Instituições financeiras As instituições fi nanceiras são responsáveis por captar recursos fi nanceiros, conceder crédito e intermediar a compra e a venda de ações. Sua função é analisar os negócios do mercado de capitais que se referem aos investimentos, aplicações e empréstimos, determinando as melhores posições fi nanceiras e indicando as opções para as partes interessadas. Conseguir rendimentos a partir de uma quantia aplicada é o desejo de todas as pessoas que possuem algum investimento. Boa parte dos investidores conseguem bons resultados, mas sabemos, também, que há muita gente que não investe, pois tem dificuldade de encontrar aplicações financeiras mais rentáveis. A internet facilitou a forma como as pessoas têm acesso ao mercado de ações e títulos, mas exige que você entenda onde está investindo e todas as características das aplicações financeiras. Saiba mais no link a seguir. https://qrgo.page.link/vWswV 5Introdução à administração financeira Atribuições do administrador financeiro Os administradores fi nanceiros podem exercer suas atribuições nas empresas, instituições fi nanceiras, corretoras de valores, agências que operam com mercado de capitais ou até mesmo prestar consultoria externa às organizações. A área fi nanceira é vital em todas as empresas e o administrador fi nanceiro tem como principal atribuição analisar as movimentações econômicas do mercado para apontar as melhores decisões a serem tomadas pelas empresas, infl uenciando seu crescimento econômico. O administrador financeiro precisa ter preparo para administrar os recursos da empresa de tal forma que o retorno aos acionistas seja sufi- ciente para mantê-los como investidor. Além disso, precisam preocupar-se com a satisfação de seus clientes, consumidores e fornecedores internos e externos, assim como conhecer os espaços de debates no ambiente de produção e possuir visão sistêmica da atividade, de modo a garantir que ela esteja sendo operada da forma mais eficiente possível. É necessidade primordial, nesta função, o conhecimento do mercado financeiro a fim de analisar, avaliar entre diversas propostas, o melhor investimento a se fazer e quando fazer. Ser capaz de captar novos recursos também é essencial, além de saber analisar, planejar e prever os riscos envolvidos nas tomadas de decisão. O principal foco do gestor financeiro é fazer o patrimônio líquido de uma empresa aumentar, gerando lucro líquido. Para que se possa entender como anda o desempenho da empresa dentro de um cenário tão competitivo e turbulento, é necessário acompanhar o seu fluxo e sua lucratividade líquida. Conforme Gitman (2004), o fluxo de caixa é essencial para a empresa e deve ser a primeira preocupação do administrador financeiro, tanto na gestão das finanças do dia a dia quanto no planejamento e na tomada de decisões estratégicas (XAVIER, 2016, p. 11). O administrador financeiro tem como principal objetivo aumentar o valor do patrimônio líquido de uma companhia ao gerar lucro líquido por meio das atividades operacionais da organização. Para isso, esse profissional deve contar com um conjunto de informações gerenciais que possibilitem a devida análise da situação financeira da empresa a fim de maximizar os resultados financeiros. Introdução à administração financeira6 Os cenários de incerteza e alta competitividade que permeiam as organiza- ções exigem que haja um melhor entendimento sobre sua performance. Para tanto, o gestor financeiro deve acompanhar esse andamento de custos, despesas e receitas, prevendo diferentes possibilidades aos resultados da empresa. Frezatti (2009) ressalta que a sobrevivência das empresas depende de controle financeiro e constante acompanhamento do fluxo de caixa. A partir dessa forma de atuação é que os administradores financeiros podem acompa- nhar os resultados e especialmente planejar e orientar o emprego de recursos. A ausência desse trabalho resulta na morte das empresas já em seus primeiros anos, exatamente devido à falta de acompanhamento do fluxo de caixa. Dessa forma, falta-lhes a estratégia de aproveitar as oportunidades para se prepararem para os diferentes cenários. O fluxo de caixa é uma ferramenta que busca o resultado entre as entradas e saídas de recurso em um determinado período. Por isso, o administrador financeiro recebe essa valiosa incumbência que assegura o acompanhamento constante das finanças da empresa. Mas não se trata de apenas atualizar diariamente o fluxo de caixa, e, sim, de garantir sua análise. Deve-se, então, emitir pareceres com base em alguns aspectos como consistência, comparação e otimização (FREZATTI, 2009). Análise de consistência: trata de garantir que as projeções estão con-siderando as informações adequadas. Análise comparativa: aborda a direção que o fluxo de caixa está seguindo, se os resultados melhoram ou pioram em comparação aos diferentes períodos, como mês anterior ou ano anterior. Análise de otimização: versa sobre a análise do fluxo operacional utilizado, apresentando algumas simulações que avaliam os resultados em detrimento dos riscos estudados. Outras análises devem ser praticadas pelo administrador financeiro, como, por exemplo, os indicadores que revelam o giro de caixa. Essa informação é obtida pelo tempo que o ciclo financeiro de uma empresa se repete, ou seja, quanto tempo é necessário para que tudo o que a empresa vendeu realmente seja convertido em dinheiro em caixa. Se o ciclo financeiro é pequeno, o giro de caixa é considerado grande, pois essas duas informações são inversamente proporcionais. O resultado desejável é que o giro de caixa seja alto, de modo que não haja necessidade de dinheiro entre o pagamento do fornecedor e a entrada de receita advinda dos clientes. 7Introdução à administração financeira Como o administrador financeiro pode saber se o giro de caixa está adequado? Para conseguir encontrar o giro de caixa de uma empresa, o administrador financeiro deverá realizar um cálculo. A primeira informação relevante é o ciclo financeiro da organização, que é o prazo em dias que as receitas levam para se transformarem em dinheiro. A fórmula para encontrar o ciclo financeiro da firma é a seguinte: CCC = DIO + DSO – DPO Onde: DIO é o prazo médio de estoque; DSO é o prazo médio para receber as vendas; DPO é o prazo médio para pagar os fornecedores. Tendo em mãos o ciclo financeiro da empresa, o administrador financeiro saberá em quanto tempo o dinheiro investido na compra do estoque volta para o caixa por meio das vendas. Por exemplo: uma empresa possui um prazo médio para o estoque de 60 dias; o prazo para receber os valores das vendas é de 30 dias; o tempo médio para pagar fornecedores é de 45 dias. Sendo assim, o cálculo do ciclo financeiro será: CCC = 60 + 30 – 45 CCC = 45 Se o ciclo financeiro da empresa é de 45 dias, podemos entender quantas vezes o capital gira na empresa dividindo os dias do ano pelos dias do ciclo financeiro: 365/45 = 8,11 Ou seja, o giro de caixa dessa empresa é de 8 vezes no ano. Esse é um bom giro, pois até mesmo ao considerar o ciclo financeiro vemos que a empresa pode depender pouco do capital de terceiros, já que, entre os investimentos do estoque, as vendas e o recebimento de tais recursos, a empresa fica pouco tempo sem ver o dinheiro oriundo das vendas. O administrador financeiro sabe dessa informação e deve projetar as contas da empresa com base nesse ciclo. Fonte: Giro... ([20--?]). Os balanços praticados pela empresa também são analisados pelos adminis- tradores financeiros e a famosa DRE (demonstração do resultado do exercício) é um dos elementos-chave para a explanação das conclusões apresentadas. A DRE indica os custos, receitas e despesas de um determinado período em formato simplificado, como se observa na Figura 2, a seguir. Introdução à administração financeira8 Figura 2. Estrutura da demonstração do resultado do exercício (DRE). Fonte: Soares e Scarpin (2010, p. 37). A receita bruta de vendas corresponde a todas as vendas realizadas pela empresa, a tudo o que foi faturado naquele período. No entanto, o adminis- trador financeiro sabe que o faturamento não é a mesma coisa que lucro, pois trata-se de um valor bruto que ainda não teve o abatimento dos descontos cabíveis, como as devoluções, os descontos concedidos, impostos e o custo dos produtos vendidos. Somente após essas deduções é que a DRE indica os resultados do lucro antes das provisões do imposto de renda e da contribuição social. Depois de todas essas informações é que há a indicação do valor que poderá ser lucro ou prejuízo da empresa. Portanto, o administrador financeiro necessita ter o domínio dessas informações para indicar o melhor caminho a ser seguido e a tomada de decisão que deve ser realizada. 9Introdução à administração financeira Planejar-se financeiramente significa gerenciar bem os seus gastos, quitar quaisquer dívidas que possam existir, saber quanto é possível economizar e investir bem os recursos poupados. A questão é: como chegar a esse patamar? Veja no link a seguir. https://qrgo.page.link/CKWKX Funções do administrador financeiro nas empresas O profi ssional ligado à administração fi nanceira é chamado de administrador fi nanceiro, diretor fi nanceiro ou supervisor fi nanceiro. Esse profi ssional é responsável pelo gerenciamento e pela aplicabilidade das técnicas da ad- ministração, adaptando os conceitos teóricos à realidade da organização. Os administradores fi nanceiros apresentam diferentes funções no âmbito das empresas, como o gerenciamento das contas da empresa, decisões de investi- mento, elaboração de orçamentos, encaminhamento de relatórios, planejamento de metas fi nanceiras, como apresentado a seguir. Decisões de investimento: o administrador financeiro deve oferecer suporte de decisão ao investimento para que os valores que forem obtidos pela empresa se encaixem como excedente de caixa. Para tanto, ele precisa de informações adequadas e devidamente atua- lizadas para o desenvolvimento de uma carteira de investimentos, sempre de acordo com as políticas da empresa. Normalmente o modelo de investimentos da gestão que o administrador realiza baseia-se no conhecido CAPM (Capital Asset Pricing Model), que demonstra o retorno que um investidor aceitaria por investir em uma empresa. Trata-se de uma “[...] maneira de encontrar uma taxa de retorno exigido que leve em conta o risco sistemático” (PRATES. 2016, documento on-line). Introdução à administração financeira10 Carteira de investimentos é o conjunto de aplicações do investidor, seja pessoa física ou jurídica, que apresenta o portfólio de investimentos, reunindo todos os ativos financeiros que podem fazer o dinheiro crescer, tanto em renda fixa quanto variável. É importante mencionar que o administrador financeiro sabe que não existe o melhor investimento, mas consegue identificar o que se apresenta como mais adequado a um objetivo e perfil de risco. Veja mais no artigo a seguir. https://qrgo.page.link/zD1hr Administração das contas: o administrador financeiro gerencia “[...] os recursos financeiros da organização para oferecer contribuições valiosas sobre a liquidez, as dívidas e as projeções financeiras, que auxiliam na tomada de decisões sobre investimentos” (ENTENDA..., [20--?], documento on-line). Dessa forma, também é sua função ga- rantir a entrada do dinheiro nas contas da empresa e assegurar o pagamento das dívidas. Para tanto, antes de a dívida ser contraída pela organização, o administrador financeiro é quem aprova ou não uma solicitação de gastos realizado por qualquer outra área da em- presa, como as decisões de compras. A forma de acompanhar essas transações é a demonstração de fluxos para acompanhar o caminho do dinheiro na empresa. Nesse caso, os administradores consideram os efeitos de alterações na demanda, além de ofertas e preços sobre o desempenho da empresa. O entendimento da natureza desses fatores ajuda os administradores a tomarem as decisões operacionais mais vantajosas. Igualmente, os administradores podem determinar o mo- mento propício de emitir ações, obrigações ou outros instrumentos financeiros (LIMA; OLIVEIRA, 2016). Declarações financeiras: é responsabilidade do administrador finan- ceiro construir os relatórios financeiros mensais com detalhamento de entradas e saídas do dinheiro da empresa. Essas práticas asseguram a lisura das informações, bem como deixam os documentos devidamente organizados para o caso de auditorias e conferências necessárias pelos acionistas ou órgãos de governo. 11Introdução à administração financeira Elaboração de orçamento: “[...] uma das principais funções doad- ministrador financeiro é elaborar o orçamento mensal da organização com base nos requisitos do negócio” (ENTENDA..., [20--?], documento on-line). Como ele gerencia o caixa da empresa, acaba por ter condi- ções ideias para projetar o orçamento e, ao desempenhar essa função, mantém contato com os gestores de todas as áreas da organização para constantemente receber informações que demonstrem a necessidade de caixa. Após preparar o orçamento, o administrador financeiro aloca o dinheiro necessário a cada área (ENTENDA..., [20--?]). O papel da gestão financeira envolve principalmente a análise, o planejamento, o controle e as tomadas de decisões. O gestor analisa resultados de diversos relatórios que demonstram a situação atual das finanças. Com base nessas informações, o gestor financeiro irá tomar decisões importantes para a saúde da empresa, como investimentos ou empréstimos. No vídeo do link a seguir, entenda as principais responsabilidades do gestor financeiro e a importância que ele terá para garantir o crescimento da empresa. https://qrgo.page.link/JLdMh ASSAF NETO, A.; SILVA, C. A. T. Administração do capital de giro. São Paulo: Editora Atlas, 2002. ENTENDA o papel do administrador financeiro nas empresas. Mercado em Foco, [20--?]. Disponível em: https://mercadoemfoco.unisul.br/entenda-o-papel-do-administrador- -financeiro-nas-empresas/. Acesso em: 30 ago. 2019. FREZATTI, F. Gestão do fluxo de caixa diário: como dispor de um instrumento fundamental para o gerenciamento do negócio. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2009. GIRO de caixa. Blog Mais Retorno, [20--?]. Disponível em: https://maisretorno.com/blog/ termos/g/giro-de-caixa. Acesso em: 30 ago. 2019. GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 10. ed. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2004. Introdução à administração financeira12 JACOBSEN, Alessandra de Linhares. Introdução à administração 2. ed. Florianópolis : Departamento de Ciências da Administração/UFSC, 2011. KWASNICKA, E. L. Introdução à administração. São Paulo: Atlas, 2004. LEMES JÚNIOR, A. B.; RIGO, C. M.; CHEROBIM, A. P. M. S. Administração financeira: princí- pios, fundamentos e práticas brasileiras. 4. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2016. LIMA, J. R.; OLIVEIRA, R. F. O administrador financeiro: seu papel e suas habilidades dentro das organizações sob a percepção dos gestores. Organizações e Sociedade, v. 5, n. 3, p. 5-16, 2016. Disponível em: http://revista.facfama.edu.br/index.php/ROS/article/ view/191/147. Acesso em: 30 ago. 2019. PRATES, W. R. O que é CAPM (Capital Asset Pricing Model)? Blog WR Prates, 2016. Dis- ponível em: https://www.wrprates.com/o-que-e-capm-capital-asset-pricing-model/. Acesso em: 30 ago. 2019. REIS, H. C. Regime de caixa ou de competência: eis a questão. Revista de Administração Municipal, v. 52, n. 260, p. 37-48, 2006. Disponível em: http://www.oim.tmunicipal.org.br/ abre_documento.cfm?arquivo=_repositorio/_oim/_documentos/4529D07C-0F29-3F8B- -9850EEADDC99B4D217122008103654.pdf&i=268. Acesso em: 30 ago. 2019. ROSS, S. A. et al. Administração financeira. Porto Alegre: AMGH, 2015. SOARES, M.; SCARPIN, J. E. A convergência da contabilidade pública nacional às normas internacionais e os impactos na aplicação da DRE na administração direta. Revista Catarinense da Ciência Contábil – CRCSC – Florianópolis, v. 9, n. 27, p. 25-42, ago./nov. 2010. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/4775/477549000003.pdf. Acesso em 2 set. 2019. Leituras recomendadas MARTINS, T. S.; CRUZ, J. A. W.; CORSO, J. M. D. O impacto da implementação do balan- ced scorecard no desempenho financeiro. Revista Gestão & Planejamento, v. 12, n. 1, p. 61-73, 2011. Disponível em: http://www.spell.org.br/documentos/ver/897/o-impacto- -da-implementacao-do-balanced-scorecard-no-desempenho-financeiro. Acesso em: 30 ago. 2019. MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à administração. 5. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2000. VIEIRA, M. V. Administração estratégica do capital de giro. 2. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2008. 13Introdução à administração financeira Dica do professor Veja na Dica do professor as atribuições da administração financeira e o perfil de um gestor financeiro. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/09ec505211a9d8bd8bd11abce777e63d Exercícios 1) O que é administração financeira? A) É o conjunto de relatórios que identificam as operações de uma empresa. B) É o conjunto de métodos e técnicas que devem ser utilizados para gerenciar os recursos financeiros de uma empresa. C) Trata-se de um conjunto de indicadores elaborados pelos diretores da empresa, auxiliados pelos gerentes de bancos, que levam à obtenção de resultados financeiros das empresas. D) São regras determinadas pela empresa para o controle das suas informações. E) Trata-se do controle do fluxo de caixa. 2) A tomada de decisões é o processo pelo qual os gerentes reagem às oportunidades e ameaças que os confrontam ao analisar as opções e fazer determinações, ou tomar decisões, sobre objetivos organizacionais e modos de ação específicos. Identifica-se neste processo o processo reativo dos gestores à oportunidades e ameaças. Descreva como isto ocorre no processo operacional da organização: I) A tomada de decisões em resposta às oportunidades ocorre quando os gerentes buscam maneiras de aprimorar o desempenho organizacional para beneficiar clientes, funcionários e outros stakeholders (pessoas interessadas). II) A tomada de decisões em resposta a ameaças ocorre quando eventos dentro ou fora da organização estão afetando adversamente o desempenho organizacional e os gerentes estão buscando maneiras de aumentar o desempenho. III) A tomada de decisões em resposta às oportunidades ocorre quando os gerentes estão sempre tentando tomar boas decisões para aprimorar o desempenho comercial. Assinale a alternativa correta que demonstra o processo de tomada de decisão baseado em oportunidades e ameaças. A) Alternativa I e II. B) Alternativa I. C) Alternativa III. D) Alternativa II. E) Alternativa I, II e III. 3) Qualquer tomada de decisões efetuada pelos gestores de uma organização requer um planejamento, não importando se a ação a ser executada seja de curto, médio ou longo prazo. É fundamental para a sobrevivência das empresas que todo o projeto seja apresentado de forma lógica e estruturada para que, com esse domínio, reduzam-se riscos e contingências. Dentro da concepção acerca da tomada de decisões, e considerando as alternativas a seguir, qual delas você destacaria como aquela que melhor identifica seu propósito? A) Trata-se do processo ao qual os gerentes reagem aos novos entrantes e aos seus preços. B) Trata-se do processo de análise do mercado e dos diferentes segmentos. C) Trata-se do processo pelo qual os gerentes reagem a oportunidades e ameaças ao analisar opções e fazer determinações sobre objetivos organizacionais e modos de ação específicos. D) Trata-se de uma análise simples do negócio. E) Tomar decisões apresenta-se de uma forma rotineira. Todo gestor toma decisões independentemente de variáveis, sejam para determinar ações sobre possibilidades positivas de negócios ou reduzir os obstáculos. 4) A partir da leitura indicada para esta unidade, foi possível perceber a diferença entre a tomada de decisões programadas e a tomada de decisões não programadas. Das alternativas a seguir, assinale a CORRETA: A) As decisões não programadas não ocorrem nas organizações. B) A primeira, refere-se a ações de rotina e padronizadas; a segunda, refere-se a ações sistêmicas. C) A primeira, refere-se a uma ação que é definida somente pelo know-how do gestor e sua visão de mercado, não requerendo nenhum planejamento. A segunda, refere-se a uma reação rápida a algum problema que ocorreu na empresa ou em seu entorno. D) As decisões programadas e não programadas são determinadas pelo tempoque o gestor tem à disposição para a sua elaboração. E) A primeira, trata-se de uma decisão de rotina, praticamente automática, que segue padrões predeterminados, levando em consideração ações de planejamento, organização, direção e controle, atreladas aos objetivos organizacionais e sua visão. A segunda, refere-se à tomada de decisões não esperadas, contingenciais, que exigem respostas rápidas a oportunidades ou ameaças existentes no mercado. No entanto, tomar decisões sem uma análise prévia das alternativas e seus impactos geram riscos que, na maioria das vezes, resultam em altos custos organizacionais. 5) A administração financeira, através de seu gestor, condiciona esse profissional a tomar uma série de decisões, entre elas o que diz respeito aos recursos financeiros. As principais questões que se configuram nestes casos são, por exemplo, diante de recursos disponíveis, como utilizá-los e, ao contrário, quando escassos, como obtê-los. O propósito do gestor é proporcionar à empresa os recursos necessários e que possam suprir todas as suas operações, ou pelo menos parte significativa delas, sabendo que precisará tomar novas decisões dependendo da disponibilidade ou não desses recursos. Diante da importância das ações que o ocupante desse cargo precisa reconhecer, destaque entre as alternativas a seguir, quais são os principais passos definidos pelos autores citados para esta unidade e que devem ser considerados em um processo de tomada de decisões. A) São seis os passos definidos pelos autores: reconhecer a necessidade de uma decisão; gerar alternativas; analisar as alternativas; escolher entre as alternativas; implementar a alternativa escolhida; aprender com o feedback. B) São cinco os passos definidos pelos autores: reconhecer a necessidade de uma decisão; gerar alternativas; analisar as alternativas; descartar alternativas; implementar a alternativa escolhida; aprender com o feedback. C) Os autores consideram cinco os passos definidos pelos autores: reconhecer a necessidade de uma decisão; gerar alternativas; analisar as alternativas; escolher entre as alternativas; implementar a alternativa escolhida. D) São seis os passos definidos pelos autores: mapear as ações passadas da empresa; reconhecer a necessidade de uma decisão; gerar alternativas; analisar as alternativas; escolher entre as alternativas; implementar a alternativa escolhida. E) São sete os passos definidos pelos autores: reconhecer a necessidade de uma decisão; gerar alternativas; analisar as alternativas; escolher entre as alternativas; implementar a alternativa escolhida; aprender com o feedback; gerar relatórios. Na prática O papel do administrador financeiro é avaliar os resultados dos investimentos que realiza. Ao tomar essa decisão, ele deve verificar as taxas de retorno de acordo com os prazos. A partir disso, busca no mercado diferentes possibilidades para que possam manter sempre que possível a maior rentabilidade e liquidez. Isso nem sempre é possível, pois a rentabilidade máxima pode comprometer a liquidez. Essa é uma das decisões que o administrador deve tomar. Veja o caso ocorrido na empresa TecnoCity, uma startup focada em tecnologia. Mediante os resultados positivos obtidos nos últimos períodos, o administrador financeiro da empresa decidiu fazer investimentos. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: TOP 5 Melhores Investimentos para Curto Prazo. Veja como investir o seu dinheiro de maneira segura e confiável e ter lucro a curto prazo. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Administradores em conflito de interesses junto às Sociedades Anônimas Clique a seguir e leia sobre esse conflito de interesses. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. O que é Gestão Financeira e Administrativa? Entenda Se você tem interesse em trabalhar com gestão de empresas e está ligado nas profissões do futuro, precisa conhecer as funções do administrador financeiro. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.youtube.com/embed/8FsbkumuHEM https://karinec.jusbrasil.com.br/artigos/493760069/administradores-em-conflito-de-interesses-junto-as-sociedades-anonimas https://www.t4consultoria.com.br/o-que-e-gestao-financeira-e-administrativa Introdução às Demonstrações Financeiras Apresentação Você sabe como uma empresa precisa fazer a sua prestação de contas? Toda empresa precisa divulgar suas demonstrações financeiras, e estas demonstrações são uma forma de prestação de contas aos sócios e acionistas. Tais demonstração são regidas por uma legislação específica e trazem informações sobre a posição patrimonial e financeira da empresa, o resultado e o fluxo financeiro, para a tomada de decisão e avaliação do resultado da administração. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender sobre a estrutura das demonstrações contábeis e terá uma visão geral da utilização de cada uma das demonstrações. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar a estrutura conceitual das demonstrações financeiras.• Reconhecer as principais demonstrações financeiras.• Analisar os dados disponíveis em cada demonstração financeira.• Desafio Você e um amigo farão uma parceria para, juntos, abrirem um negócio próprio. Ao invés de começar uma empresa do "zero", vocês optam por adquirir uma empresa que já esteja em operação, pois acreditam que vocês têm conhecimento para alavancar os resultados da empresa. Seu colega é especialista em operações e você o especialista contábil-financeiro, logo, cabe a você a análise técnica de qual empresa pode ser comprada. Selecione três demonstrações contábeis para analisar a situação da empresa. Justifique sua escolha dizendo quais informações devem ser analisadas nos demonstrativos selecionados. Infográfico As demonstrações contábeis obrigatórias que uma empresa deve divulgar dependem do tipo de empresa. Veja, no Infográfico, um resumo destas informações. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Conteúdo do livro Você sabe como avaliar se uma empresa está em uma boa situação financeira? Saiba que o desempenho de uma empresa é medido por relatórios, chamados de demonstrações financeiras ou demonstrações contábeis. Estas demonstrações são informações, na sua maioria, obrigatórias e divulgadas pelas organizações como uma forma de prestação de contas aos sócios e acionistas. Os dados apresentados têm origem em relatórios contábeis de um período de exercício. As demonstrações financeiras são o produto da contabilidade, pois os relatórios apresentados são evidências das modificações no patrimônio da empresa baseadas em fatos associados ou não à tomada de decisão da gestão. O objetivo das demonstrações financeiras é fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira da empresa, o resultado e o fluxo financeiro, para tomada de decisão e avaliação do resultado da administração. Para entrar neste assunto, leia o capítulo Introdução às demonstrações financeiras do livro Gestão de custos industriais. GESTÃO DE CUSTOS INDUSTRIAIS Gustavo Antoni Introdução às demonstrações financeiras Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Descrever a estrutura conceitual das demonstrações financeiras. � Reconhecer as principais demonstrações financeiras. � Visualizar os dados disponíveis em cada demonstração financeira. Introdução Você sabe como uma empresa precisa fazer a sua prestação de con- tas? Toda empresa precisa divulgar suas demonstrações financeiras, as quais são uma forma de prestação de contas aos sócios e acionistas. Tais demonstrações são regidas por uma legislação específica e trazem informaçõessobre a posição patrimonial e financeira da empresa, o resultado e o fluxo financeiro, para tomada de decisão e avaliação do resultado da administração. Neste texto, você vai aprender sobre a estrutura das demonstra- ções contábeis e ter uma visão geral da utilização de cada uma das demonstrações. Estrutura conceitual para apresentação das demonstrações contábeis A estrutura conceitual para a elaboração das demonstrações contábeis foi definida pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) através do pro- nunciamento CPC 00 emitido em janeiro de 2008 e atualizado em dezembro de 2011, isto é, o CPC 00 (R1) (LIMEIRA et al., 2012). Segundo Limeira et al. (2012, p. 40): A finalidade dessa estrutura conceitual é: a) dar suporte a desenvolvimento de novos pronunciamentos técnicos e à revisão de pronunciamentos existentes quando necessário; b) dar suporte aos responsáveis pela elaboração das demonstrações con- tábeis na aplicação dos pronunciamentos técnicos e no tratamento de assuntos que ainda não tiveram sido objeto de pronunciamentos técnicos; c) auxiliar os auditores independentes a formar sua opinião sobre a confor- midade das demonstrações contábeis com os pronunciamentos técnicos; d) apoiar os usuários das demonstrações contábeis na interpretação de informações nelas contidas, preparadas em conformidade com os pronunciamentos técnicos; e e) proporcionar, àqueles interessados, informações sobre enfoque ado- tado na formulação dos pronunciamentos técnicos. Os princípios contábeis são classificados tecnicamente pelo CPC em duas categorias: 1. Pressupostos básicos 2. Características qualitativas das demonstrações contábeis Pressupostos básicos Conforme Perez Junior e Begalli (2009), os pressupostos básicos e suas ca- racterísticas são: � Regime de competência – os efeitos das transações são reconhecidos quando ocorrem, e não quando recursos financeiros são recebidos ou pagos. Além disso, são realizados os registros contábeis no período a que essas transações se referem. Gestão de custos industriais 72 Imagine que sua empresa é uma fabricante de máquinas e equipamentos e realizou uma venda no valor de R$ 600.000,00. Para facilitar a compra e fechar o pedido, sua empresa ofereceu uma condição de pagamento diferenciada: 50% do valor à vista e 50% a prazo (30 dias). Conforme o regime de competência, todo valor deve ser registrado apurando-se o valor total da venda, independentemente se o valor desta venda foi recebido ou não. Assim, o registro ficará desta maneira: D – Contas a receber R$ 300.000,00 D – Caixa R$ 300.000,00 C – Vendas brutas R$ 600.000,00 Fonte: Adaptado de Limeira et al. (2012). � Continuidade – as demonstrações contábeis devem ser elaboradas pressupondo-se que a empresa continuará operando nos próximos períodos, logo, não haverá necessidade de entrar em liquidação ou reduzir significativamente o volume de suas operações. Imagine que você trabalha na empresa que adquiriu o equipamento vendido no quadro anterior (“Fique Atento”). Sua empresa deve registrar o equipamento pelo valor da compra (R$ 600.000,00), já que irá utilizá-lo nas suas operações durante muitos anos. Fonte: Adaptado de Limeira et al. (2012). Características qualitativas das demonstrações contábeis As características qualitativas tornam as demonstrações contábeis úteis aos seus usuários, de maneira que as informações ali contidas possam auxiliar nos processos decisórios da empresa (LIMEIRA et al., 2012). 73Introdução às demonstrações financeiras As características qualitativas são subdivididas em duas categorias, de acordo com o CPC 00 (R1) de dezembro de 2011: 1. Reputadas como mais úteis e fundamentais 2. Características auxiliares para o processo decisório quando as ca- racterísticas de relevância e representação fidedigna resultarem em equivalência. Confira essas duas categorias descritas de forma sucinta nos Quadros 1 e 2. Fonte: Adaptado de Limeira et al (2012). Reputadas como mais úteis e fundamentais Característica Descrição Relevância Informações relevantes são aquelas capazes de influenciar um processo decisório, auxiliando os tomadores de decisão a avaliarem impactos de eventos do passado ou preverem impactos futuros das decisões do presente. Representação fidedigna Uma representação fidedigna se refere a informações completas, neutras e livres de erro, ou seja, deve conter as informações necessárias aos usuários, representar a realidade – qualquer que seja esta realidade. Os dados devem ser obtidos por métodos e processos adequados. Quadro 1. Características qualitativas: categoria 1. Gestão de custos industriais 74 Fonte: Adaptado de Limeira et al (2012). Características auxiliares para o processo decisório quando as características de relevância e representação fidedigna resultarem em equivalência Característica Descrição Comparabilidade Permite identificar similaridades e diferenças entre itens. Verticabilidade Os usuários da informação podem chegar a um consenso sobre uma situação financeira. Tempestividade A informação está disponível antes da tomada de decisão, podendo influenciá-la. Compreensibilidade As informações são apresentadas de forma clara e concisa. Quadro 2. Características qualitativas: categoria 2. Principais demonstrações contábeis A Lei das Sociedades por Ações estabelece que, a cada período de 12 meses (período social), a empresa deve elaborar e publicar as seguintes demonstrações financeiras (MARION, 2015): � Balanço patrimonial � Demonstração dos resultados do exercício (DRE) � Demonstração do resultado abrangente (DRA) � Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados (DLPAc) � Demonstração dos fluxos de caixa � Demonstração do valor adicionado (se for companhia aberta) 75Introdução às demonstrações financeiras Além das demonstrações aqui mencionadas, há também as notas explica- tivas, que são complementares às demonstrações e trazem informações que são difíceis de serem indicadas nas demonstrações, como mudança de critério contábil, garantias oferecidas aos bancos que concederam empréstimos, taxas de juros, entre outras (MARION, 2015). Na Lei das Sociedades por Ações, existem exigências específicas para companhias abertas quanto às demonstrações contábeis, de forma que estas companhias devem apresentar, obrigatoriamente: 1. Demonstração do valor adicionado 2. Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL) A DMPL substituirá a demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados (DLPAc). Além disso, mesmo empresas que não são sociedades anônimas podem ser sujeitas a essas demonstrações obrigatórias pela Lei das Sociedades de Ações, desde que tenham atingido no ano anterior saldos de ativo total su- perior a R$ 240 milhões, ou o total de vendas anual superior a R$ 300 milhões. Para saber mais sobre os tipos de sociedades e relatórios contábeis obrigatórios, leia o Capítulo 1 do livro Contabilidade empresarial, de José Carlos Marion. Balanço patrimonial O balanço patrimonial é uma demonstração financeira que descreve a situação financeira e patrimonial de uma empresa ao final de um período ou exercício (LIMEIRA et al., 2012). Gestão de custos industriais 76 Exercício é o período em que fatos contábeis são verificados. Geralmente, coincide com o ano astronômico; é tempo de duração de um ciclo da administração patrimonial (SÁ, 2005). O balanço patrimonial, segundo Marion (2015), é a principal demonstração contábil, e, segundo Barroso (2013), é uma demonstração estática, ou seja, em uma data específica, detalha os bens da empresa, valores a receber e valores a pagar. O balanço patrimonial é formado por duas colunas, sendo que a coluna da esquerda é a do ativo e a coluna da direita são o passivo e o patrimônio líquido, como mostrado no Quadro 3. Fonte: Adaptado de Marion (2015). Balanço patrimonial Ativo Passivo e patrimônio líquido Quadro 3. Balanço Patrimonial. � Ativo – recursos controlados pela empresa. Podem ser bens (tudo queatende uma necessidade e que pode ter valor econômico atribuído) e direitos (créditos que a empresa tem a receber). ■ Bens: máquinas, estoques, instalações, entre outros (algo que pode trazer benefício para a empresa). ■ Direitos: contas a receber, duplicatas a receber, ações, títulos de crédito, entre outros. � Passivo – todas as obrigações ou os débitos que a empresa tem com terceiros. Exemplos: impostos a pagar, financiamentos e empréstimos. � Patrimônio líquido – capital social aplicado no empreendimento. Os recursos financeiros investidos na empresa são chamados de capital, e a remuneração do capital resultante da atividade empresarial é cha- mada de lucro, e ambos são patrimônio dos sócios. Sendo assim, são demonstrados como patrimônio líquido da instituição. 77Introdução às demonstrações financeiras O patrimônio líquido pode ser calculado subtraindo o passivo do ativo, desta forma: Patrimônio líquido = ativo – passivo No Quadro 4, é mostrada a representação do balanço patrimonial. Fonte: Adaptado de Limeira et al. (2012). Balanço patrimonial Ativo Passivo Bens e direitos Obrigações Patrimônio líquido Capital Lucros acumulados Quadro 4. Formação básica e representação da estrutura patrimonial. Demonstração dos resultados do exercício A demonstração dos resultados do exercício (DRE) é a representação dos resultados operacionais de uma organização em termos financeiros e econô- micos. É um demonstrativo divulgado pelas empresas todos os anos, conforme previsto em lei, mas o mais comum é ser apresentado mensalmente na gestão de negócios e a cada trimestre, para fins fiscais. De acordo com Marion (2015), a DRE apresenta o retorno do investimento realizado pelos sócios, seja lucro ou prejuízo, evidenciando um indicador de eficiência do investimento. A DRE apura receitas, custos e despesas para evidenciar o resultado líquido do exercício, conforme regime de competências. O Quadro 5 exemplifica de forma simples a estrutura de uma DRE. Gestão de custos industriais 78 Fonte: Adaptado de Marion. (2015). DRE Receita - - - - - - (-) Custo - - - - - - Lucro bruto - - - - - - (-) Despesa - - - - - - Lucro líquido - - - - - - Quadro 5. Estrutura simplificada da DRE. A DRE representa informações referentes a um período de tempo, pois é uma demonstração dinâmica. Já o balanço patrimonial demonstra informações de uma data específica, assim, podemos concluir que uma DRE apresenta dados dos eventos que ocorreram entre dois balanços (LIMEIRA et al., 2012). A DRE é a demonstração contábil destinada a comprovar como foi construído o resultado das atividades de uma organização em um determinado período. Assim, fica demonstrado como foi realizado o lucro ou o prejuízo e ficam identificadas as variações do patrimônio líquido demonstradas no balanço patrimonial. Demonstração do resultado abrangente O resultado abrangente é definido como [...] uma alteração no patrimônio líquido de uma sociedade durante um período, decorrente de transações e outros eventos e circunstâncias não originadas dos sócios. Isso inclui todas as mudanças no patrimônio durante o período, exceto aquelas resultantes de investimento dos sócios. (PORTAL DA CON- TABILIDADE, [201-?]). 79Introdução às demonstrações financeiras A demonstração do resultado abrangente (DRA) é uma ferramenta de análise, pois permite avaliar a atualização do capital dos sócios, através do registro no patrimônio líquido das receitas e despesas incorridas devido a investimentos de longo prazo. Na prática, a DRA tem por objetivo mostrar as modificações no patrimônio líquido como um lucro da empresa (PORTAL DA CONTABILIDADE, [201-?]). Ainda segundo o Portal da Contabilidade ([201-?]), a DRA deve ser feita separadamente da DRE, mas, como no Brasil a demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL) é obrigatória para as empresas abertas, a DRA pode ser apresentada como uma parte da DMPL. Demonstração das mutações do patrimônio líquido Conforme Marion (2015), a demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL) mostra a movimentação de todas as contas do patrimônio líquido ocorrida durante o exercício. Nesta demonstração, todo acréscimo ou dimi- nuição do patrimônio é mostrado, como também a formação ou utilização de reservas. A DMLP é a subdividida em dois blocos: transações de capitais com os sócios e resultados abrangentes. Demonstração dos fluxos de caixa A demonstração dos fluxos de caixa (DFC) permite identificar as variações no fluxo de disponibilidades da empresa, tanto para a conta caixa quanto para os equivalentes de caixa: numerários em mão, depósitos bancários disponíveis, aplicações de custo prazo e aplicações de alta liquidez (LIMEIRA et al., 2012). Conforme os autores (2012, p. 69): Gestão de custos industriais 80 A demonstração do fluxo de caixa tem por objetivo apresentar os fatos que acarretam modificação no nível de disponibilidade, que é a base para avaliação financeira da entidade e sua capacidade de arcar com os pagamentos das suas obrigações. Teremos condições de identificar as fontes de obtenção de dinheiro, as origens das disponibilidades e a respectiva alocação do dinheiro, a aplicação das disponibilidades, assim como os objetivos das aplicações. Demonstração do valor adicionado O valor adicionado é a soma da riqueza gerada por cada patrimônio individu- almente, e a demonstração do valor adicionado indica quanto do valor gerado cabe a cada uma das partes que contribuíram para sua formação (LIMEIRA et al., 2012). 81Introdução às demonstrações financeiras BRAGA, Z. J. B. Curso de Gestão Contábil Financeira. Porto Alegre: [s. n.], 2013. COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento Técnico CPC 00 (R1): estrutura conceitual para elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro. Brasília, DF, 2011. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/ Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=80>. Acesso em: 22 mar. 2017. LIMEIRA, A. L. F. et al. Gestão contábil financeira. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2012. (Série FGV Management). MARION, J. C. Contabilidade empresarial. 17. ed. São Paulo: Atlas, 2015. PEREZ JUNIOR, J. H.; BEGALLI, G. A. Elaboração das demonstrações contábeis. São Paulo: Atlas, 2009. PORTAL DA CONTABILIDADE. Demonstração do resultado abrangente. [201-?]. Disponível em: <https://goo.gl/oh6gZe>. Acesso em: 22 mar. 2017. REGO, R. T. Análise de demonstrações financeiras estudo de caso da Perdigão S/A. Revista da Faculdade de Ciências Administrativas de Curvelo, Curvelo, v. 3, p. 71-87, 2004. Disponível em: <https://goo.gl/oNJanI>. Acesso em: 22 mar. 2017. SÁ, A. L. de. Dicionário de contabilidade. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2005. Leitura recomendadas PORTAL DA CONTABILIDADE. IBRACON – NPC 27. Demonstrações Contábeis. [201-?]. Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/ibracon/npc27.htm/>. Acesso em: 22 mar. 2017. 82Introdução às demonstrações financeiras Dica do professor Veja a Dica do Professor sobre quais demonstrações contábeis devem ser elaboradas ou publicadas de acordo com o tipo de empresa. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/96da5811dece40570f313813182a5937 Exercícios 1) "Os efeitos das transações são reconhecidos quando ocorrem, e não quando recursos financeiros são recebidos ou pagos e os registros contábeis são realizados no período a que estas transações se referem". A que princípio contábil esta afirmação se refere? A) Continuidade. B) Comparabilidade. C) Regime de competência. D) Representação fidedigna. E) Tempestividade. 2) "Informações capazes de influenciar um processo decisório, auxiliando os tomadores de decisão a avaliar impactos de eventos do passado ou, ainda, prever impactos futuros das decisões presentes”. A que princípio contábil esta afirmação se refere? A) Relevância. B)Representação fidedigna. C) Compreensibilidade. D) Tempestividade. E) Verticabilidade. "Demonstração financeira que descreve a situação financeira e patrimonial de uma empresa ao final de um período ou exercício". 3) A qual demonstração contábil esta afirmação se refere? A) Demonstração do resultado do exercício. B) Demonstração do resultado abrangente. C) Demonstração das mutações do patrimônio líquido. D) Demonstração do fluxo de caixa. E) Balanço patrimonial. 4) "Demonstração que apresenta o retorno do investimento realizado pelos sócios, seja lucro ou prejuízo, evidenciando um indicador de eficiência do investimento”. A qual demonstração contábil esta afirmação se refere? A) Balanço patrimonial. B) Demonstração das mutações do patrimônio líquido. C) Demonstração do valor adicionado. D) Demonstração do resultado do exercício. E) Notas explicativas. 5) “Demonstração que permite identificar as variações no fluxo de disponibilidade de recursos da empresa”. A qual demonstração contábil esta afirmação se refere? A) Demonstração do valor adicionado. B) Demonstração do fluxo de caixa. C) Demonstração do resultado do exercício. D) Demonstração das mutações do patrimônio líquido. E) Demonstração do resultado abrangente. Na prática Veja como as demonstrações financeiras são divulgadas por uma grande empresa brasileira. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Demonstrações contábeis. As demonstrações contábeis são documentos imprescindíveis para qualquer empresa. Elas oferecem aos usuários um balanço da situação financeira, permitindo a estimativa de resultados futuros. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Análise de demonstrações financeiras: Estudo de caso da Perdigão S/A. O presente artigo apresenta conceitos, importância e aplicação das principais técnicas utilizadas na análise de demonstrativos contábeis,especialmente o Balanço Patrimonial e o Demonstrativo do Resultado do Exercício. Clique no link e leia o artigo completo. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Demonstrações contábeis - Referentes às demonstrações contábeis. Em dezembro de 2007, foi sancionada a Lei nº 11.638, que trouxe novas regras para a elaboração e divulgação das demonstrações contábeis. Clique aqui continuar lendo o artigo. https://www.youtube.com/embed/botYiNArYVI https://www.academia.edu/24209228/AN%C3%81LISE_DE_DEMONSTRA%C3%87%C3%95ES_FINANCEIRAS_ESTUDO_DE_CASO_DA_PERDIG%C3%83O_S_A_AN%C3%81LISE_DE_DEMONSTRA%C3%87%C3%95ES_FINANCEIRAS_ESTUDO_DE_CASO_DA_PERDIG%C3%83O_S_A Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. http://www.crcrs.org.br/demonstracoes-contabeis/ Sistema Financeiro Nacional Apresentação O Sistema Financeiro Nacional é extremamente importante para o cenário econômico-financeiro do Brasil, sendo fundamental o conhecimento mais detalhado sobre seu papel para melhor compreender a maioria das intermediações financeiras entre pessoas, fisicas ou jurídicas, e os órgãos e instituições. Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá analisar os objetivos, o funcionamento e a composição do Sistema Financeiro Nacional, bem como a forma como ele se manifesta e é trabalhado nas relações cotidianas. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Explicar os objetivos do Sistema Financeiro Nacional.• Descrever o funcionamento do Sistema Financeiro Nacional.• Apresentar a composição do Sistema Financeiro Nacional.• Desafio Quando tratamos sobre o Sistema Financeiro Nacional, diversos mercados podem ser considerados. Dentre eles, um é bastante explorado por diversos tipos de entidades para uma infinidade de fins, sejam eles de investimentos ou especulativos. De modo geral, as principais operações desse mercado são desenvolvidas entre duas partes, que normalmente são, de um lado, os credores e, do outro lado, o tomador. Identifique, por meio das características trazidas no texto acima, de qual mercado se trata. Explique seus principais objetivos, a sua atuação no cotidiano da vida em sociedade e qual o órgão responsável por sua fiscalização. Infográfico O infográfico a seguir apresenta uma interessante linha do tempo na qual você irá acompanhar a evolução das normas que ajudaram a construir o Sistema Financeiro Nacional da forma que ele está constituído hoje em dia. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Conteúdo do livro O mercado financeiro brasileiro vem se desenvolvendo de forma muito ampla, sendo indispensável uma organização mais formal e dinâmica para a regulamentação das normas atinentes ao tema. No capítulo O Sistema Financeiro Nacional, da obra Constituição e Tribitação, você verá os objetivos, o funcionamento e a estrutura do Sistema Financeiro Nacional. Boa leitura. CONSTITUIÇÃO E TRIBUTAÇÃO Mariana Portella Revisão técnica: Gustavo da Silva Santanna Bacharel em Direito Especialista em Direito Ambiental Nacional e Internacional e em Direito Público Mestre em Direito Professor em cursos de graduação e pós-graduação em Direito Cata logação na publicação: Karin Lorien Menoncin – CRB 10/2147 C756 Constituição e tributação / Magnum Koury de Figueiredo Eltz... [et a l.] ; [revisão técnica: Gustavo da Silva Santanna]. – Porto Alegre: SAGAH, 2018. 346 p. : il. ; 22,5 cm ISBN 978-85-9502-404-5 1. Direito constituciona l. 2. Direito tributário. I. Eltz, Magnum Loury de Figueiredo. II.Título. CDU 34(091) LIVRO_Constituicao e Tributacao.indb 2 30/04/2018 16:23:12 Sistema Financeiro Nacional Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Explicar os objetivos do Sistema Financeiro Nacional. Descrever o funcionamento do Sistema Financeiro Nacional. Apresentar a composição do Sistema Financeiro Nacional. Introdução O mercado financeiro brasileiro começou a ser desenvolvido quando a primeira agência do Banco do Brasil foi criada no País, ainda na época em que a Família Real Portuguesa veio para o Brasil, em 1808. Desde então, esse mercado se desenvolveu notoriamente, o que exigiu uma organização mais formal e dinâmica para que a sua evolução continuasse. Dessa forma, surgiu o Sistema Financeiro Nacional (SFN), que possibilita a organização do mer- cado financeiro com o propósito de atender as necessidades da sociedade. Neste capítulo, estudaremos os objetivos, o funcionamento e a es- trutura do SFN com o objetivo de compreender como ele se manifesta nas ações financeiras. Objetivos do Sistema Financeiro Nacional O texto constitucional apresenta a existência de dois grandes sistemas fi nan- ceiros no nosso ordenamento jurídico: o público, que se funda nos problemas das finanças e dos orçamentos públicos, com regulamentação nos arts. 163 a 169 da Constituição Federal; outro inerente ao setor privado e previsto no art. 192, caput, do mesmo diploma legal. LIVRO_Constituicao e Tributacao.indb 205 30/04/2018 16:24:17 Nesse artigo, está previsto como o segundo modelo de sistema financeiro deve se estruturar, bem como a exigência de que ele atenda os interesses coletivos e seja regulado por leis complementares. A Lei nº. 4.595, de 31 de dezembro de 1964, disciplina o SFN ao dispor sobre a política e as instituições monetárias, bancárias e creditícias, criando o Conselho Monetário Nacional (CMN) e outras providências. Essa lei foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988 como lei complementar, motivo pelo qual vale ressaltarmos que somente poderá ser alterada por meio de ato legislativo específico. Da mesma maneira, diversos outros diplomas legais abordam a atividade financeira, cada qual merecedor do seu destaque no desenvolvimento do SFN. O legislador constituinteexpôs o SFN no texto da Constituição, concedendo à norma um caráter formalmente constitucional ao estabelecer objetivos a serem observados por todas as entidades que o integram. O SFN é constituído por diversos órgãos e instituições que buscam propiciar situações adequadas ao bom funcionamento do mercado de capitais e ao fomento dos recursos financeiros entre empresas e investidores. O seu principal objetivo é a intermediação entre investimento e poupança para garantir eficiência nas operações que os envolvem, ou seja, é a criação de um vínculo entre eles para operações mais efetivas entre si. O objetivo do SFN é intermediar o dinheiro entre quem pode investir e quem necessita dele para consumir, promovendo mais eficiência nessa relação. Eis a essência do processo apresentada de forma simples e realista. Esse sistema se baseia na lógica dos conceitos de investimento e poupança. Assim, de um lado temos o cidadão com renda destinada ao consumo ou à reserva e, do outro, o indivíduo que precisa de recursos porque consome para além da própria renda. Se imaginarmos essa intermediação sendo feita direta- mente pelos poupadores em favor dos investidores, logo nos depararíamos com situações de risco que provocariam desequilíbrio nesse tipo de relação. Isso pois a possibilidade de os tomadores de crédito se tornarem inadimplentes é bastante razoável, especialmente se considerarmos as frequentes instabilidades sofridas pelo País. Por esse viés, o SFN assume um importante papel como ente responsável pelo desenvolvimento socioeconômico da Nação. Sistema Financeiro Nacional206 LIVRO_Constituicao e Tributacao.indb 206 30/04/2018 16:24:17 Segundo os autores Armando Castelar Pinheiro e Jairo Saddi (2006, p. 449): Não há um país desenvolvido sem um bom sistema financeiro, o que implica também que não há país nessa situação sem um bom sistema legal e judicial, pois a intermediação financeira não pode se desenvolver sem uma base ju- rídica adequada. As transações realizadas no mercado financeiro são estru- turadas contratualmente e têm, nas suas duas pontas, agentes que raramente se conhecem. Ao contrário da maioria das atividades comerciais, em que as duas partes cumprem suas obrigações (quase) simultaneamente, no mercado financeiro o descompasso temporal está na essência da transação: toma-se recursos hoje para serem pagos de volta no futuro. A fidúcia é fundamental. E na presença de oportunismo, muitas operações financeiras seriam inviáveis sem a sustentação de um bom aparato jurídico. A regulação de instituições financeiras se justifica tanto por objetivos macro como microeconômico. Os primeiros estão relacionados à capacidade de os bancos criarem moeda (escritural) e ao papel de desempenharem como canais de transmissão da política monetária. Todos os processos regulados e fiscalizados pelo SFN estão sob estrito controle do Poder Público em consonância com o que determina o texto cons- titucional. Assim, o legislador constituinte se responsabilizou por delinear as funções sociais das entidades que integram esse sistema. Funcionamento do Sistema Financeiro Nacional O SFN reúne diversas instituições que viabilizam a transferência de recur- sos entre quem possui e quem necessita delas, sendo composto por órgãos reguladores, entidades supervisoras e operadoras. Essa organização objetiva tornar possíveis e seguras as intermediações fi nanceiras de transferência dos recursos dos agentes superavitários para os defi citários. Para isso, o SFN é segmentado em quatro grandes espécies de mercados (Figura 1), que são: Mercado de crédito — atuam instituições fi nanceiras e não fi nanceiras que oferecem serviço de intermediação de crédito. Por exemplo, no caso dos agentes defi citários que necessitam de recursos para consumo próprio ou para capital de giro, o principal órgão fiscalizador é o Banco central do Brasil. Mercado monetário — negociam-se ativos fi nanceiros com objetivo de ga- rantir a liquidez da economia. 207Sistema Financeiro Nacional LIVRO_Constituicao e Tributacao.indb 207 30/04/2018 16:24:17 Mercado de capitais — visa direcionar recursos fi nanceiros ao comércio, à indústria, dentre outras atividades econômicas, contribuindo assim para o desenvolvimento econômico. Mercado de câmbio — negociam-se trocas de moedas estrangeiras por reais. O Banco Central do Brasil (BC, BACEN ou BCB) é o responsável pela admi- nistração, fi scalização e pelo controle das operações de câmbio. Figura 1. Segmentação do mercado financeiro. Fonte: Furlani (2013, documento on-line). Os bancos, partes integrantes do SFN, atuam como gestores do risco de boa parte das transações financeiras, intermediando a situação entre quem possui valores para investir e quem está sem recursos e necessita tomar emprestado. Aqueles que possuem valores disponíveis para investimento são chamados de agentes superavitários, enquanto aqueles que consomem além do que recebem são conhecidos como agentes deficitários. Os agentes superavitários, quando colocam o seu dinheiro no SFN, por meio de alguma das instituições que o com- põem, seja depositando alguma quantia na poupança ou comprando algum título, estão colocando o seu dinheiro à disposição dos bancos e instituições financeiras para que eles emprestem aos agentes deficitários, na forma de empréstimo, financiamento e etc. Essa equação inclui a cobrança de juros aos devedores para remunerar os poupadores e as instituições financeiras responsáveis pelo processo. Assim, podemos definir como função do SNF agrupar e alocar os re- cursos econômicos de forma eficiente, possibilitando uma fluência entre os recursos dos agentes superavitários e dos deficitários, permitindo que Sistema Financeiro Nacional208 LIVRO_Constituicao e Tributacao.indb 208 30/04/2018 16:24:18 todos tenham suas necessidades atendidas através da atuação de instituições especializadas para esses fins. Composição do Sistema Financeiro Nacional No seu art. 1º, a Lei nº. 4.595, de 31 de dezembro de 1964, prevê que o SFN deve ser constituído pelos seguintes órgãos e entidades: CMN, BCB, Banco do Brasil S/A, Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), bem como demais instituições fi nanceiras públicas e privadas (BRASIL, 1964). Ademais, podemos dividir o SFN a partir da sua composição em órgãos normativos, entidades supervisoras e operadoras. Os órgãos normativos têm competência para disciplinar, regulamentar e estabelecer políticas públicas para o seu setor. As entidades supervisoras, por sua vez, fiscalizam as entidades operadoras, que realizam as operações de fato. A seguir, conferiremos as definições de cada um dos órgãos normativos e entidades supervisoras. Órgãos normativos CMN: órgão máximo do SFN, possui a responsabilidade de formular a política da moeda e do crédito, objetivando a estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico e social do País. Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP): órgão normativo das atividades de seguros no Brasil. Conselho Nacional da Previdência Complementar (CNPC): detém a função de regular o regime de previdência complementar operado pelas entidades fechadas de previdência complementar. Entidades supervisoras Banco Central do Brasil (BC, BACEN ou BCB): responsável pelo controle da infl ação no País. Ele atua com o intuito de regular a quantidade de moeda na economia para a estabilidade dos preços, além de ser responsável pela autorização do funcionamento das instituições fi nanceiras. As suas atividades também incluem a preocupação com a estabilidade fi nanceira, motivo pelo qual o BCB regula e supervisiona as instituições fi nanceiras. 209Sistema Financeiro Nacional LIVRO_Constituicao e Tributacao.indb 209 30/04/2018 16:24:18 Comissão de Valores Mobiliários (CVM): responsável por fi scalizar, nor- matizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil. Superintendência de Seguros Privados (SUSEP): órgão responsável pelo controle epela fi scalização dos mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro. Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC): órgão de supervisão e fi scalização que tem como objeto os fundos de pensão. As entidades operadoras devem ser definidas como entidades públicas ou privadas que atuam no SFN e se encontram sob o domínio da regulação e da fiscalização exercida pelos órgãos normativos e pelas entidades supervisoras. Trata-se das instituições que estão na linha de frente desempenhando o papel de intermediadoras. São exemplos de entidades operadoras a bolsa de valores, os bancos, as seguradoras, as corretoras, etc. Todos os órgãos do SFN contam com atribuições específicas e níveis de importância dentro do sistema. Essa estruturação é resultado da evolução histórica do SFN, que se desenvolveu com o passar dos anos de acordo com as demandas da sociedade e do Poder Público. 1. São entidades supervisoras do SFN: a) o BCB e a CVM. b) a CVM e a Associação Nacional dos Bancos de Investimento (ANBID). c) o BCB e o Comitê de Política Monetária (COPOM). d) o CMN e o BCB. e) o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. 2. Entre os objetivos do SFN, está: I. intermediar o dinheiro de quem pode investir e de quem precisa dele para consumir, garantindo mais eficiência na relação entre eles. II. fomentar, com exclusividade, as entidades financeiras ligadas ao Poder Público. III. intermediar processos sob o estrito controle do Poder Público. a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. b) Apenas as afirmativas II e III estão corretas. c) As afirmativas I, II e III estão corretas. d) Apenas a afirmativa III está correta. e) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. Sistema Financeiro Nacional210 LIVRO_Constituicao e Tributacao.indb 210 30/04/2018 16:24:19 BANCO CENTRAL DO BRASIL. Composição e segmentos do Sistema Financeiro Nacional. Brasília, [2004]. Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/pre/composicao/composicao. asp>. Acesso em: 23 abr. 2018. BANCO CENTRAL DO BRASIL. Entenda o CMN. c2018. Disponível em: <http://www. bcb.gov.br/Pre/CMN/Entenda%20o%20CMN.asp>. Acesso em: 23 abr. 2018. BRASIL. Lei nº. 4.595, de 31 de dezembro de 1964. Dispõe sobre a Política e as Instituições Monetárias, Bancárias e Creditícias, Cria o Conselho Monetário Nacional e dá outras providências. 1964. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4595. htm>. Acesso em: 22 abr. 2018. FURLANI, J. R. A. Como funciona o Sistema Financeiro. Cada centavo conta, Brasília: Banco Central do Brasil, 2013. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/Pre/bcUni- versidade/Palestras/Palestra_SFN_04062013_Furlani.pdf>. Acesso em: 23 abr. 2018. PINHEIRO, A. C.; SADDI, J. Direito, economia e mercados. Rio de Janeiro: Campus, 2005. 3. O SFN é segmentado em quatro grandes espécies de mercados. Qual dos mercados abaixo não integra esse sistema? a) Mercado referencial. b) Mercado de crédito. c) Mercado monetário. d) Mercado de capitais. e) Mercado de câmbio. 4. São entidades operadoras na composição do SFN, EXCETO: a) bancos. b) bolsa de valores. c) corretoras. d) seguradoras. e) BCB. 5. A _____________ disciplina o SFN ao dispor sobre a política e as instituições monetárias, bancárias e creditícias, criando o CMN e outras providências. Essa lei foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988 como lei complementar. a) Lei nº. 4.595, de 31 de dezembro de 1964. b) Lei nº. 4.380, de 21 de agosto de 1964. c) Lei nº. 6.385, de 7 de dezembro de 1976. d) Lei nº. 4.357, de 16 de julho de 1964. e) Lei nº. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. 211Sistema Financeiro Nacional LIVRO_Constituicao e Tributacao.indb 211 30/04/2018 16:24:20 Dica do professor Assista na Dica do Professor algumas características que se destacam do Banco Central do Brasil, importante entidade que compõe o Sistema Financeiro Nacional. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/f28a0024a35d60c5072d3ebcfdbf9478 Exercícios 1) São entidades supervisoras do Sistema Financeiro Nacional: A) Banco Central do Brasil e Comissão de Valores Mobiliários B) Comissão de Valores Mobiliários e ANBID C) Banco Central do Brasil e Comitê de Política Monetária D) Conselho Monetário Nacional e Banco Central do Brasil E) Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal 2) Os objetivos do Sistema Financeiro Nacional são: I - intermediar, possibilitando maior eficiência, o dinheiro de quem possui para investir e de quem precisa para consumir; II – fomentar, com exclusividade, as entidades financeiras ligadas ao Poder Público; III – intermediar processos sob o estrito controle do Poder Público. Estão corretas: A) I e II. B) II e III. C) I, II e III. D) Somente III. E) I e III. 3) O SFN é segmentado em quatro grandes “mercados”. Qual dos abaixo não faz parte do sistema? A) Mercado referencial. B) Mercado de crédito. C) Mercado monetário. D) Mercado de capitais. E) Mercado de câmbio. 4) Qual das alternativas abaixo não é uma das entidades operadoras na composição do Sistema Financeiro Nacional? A) Bancos. B) Bolsa de valores. C) Corretoras. D) Seguradoras. E) Banco Central do Brasil. 5) A lei __________ disciplina o sistema financeiro, dispondo sobre a política e as instituições monetárias, bancárias e creditícias, criando o conselho monetário nacional, entre outras providências. A referida lei foi recepcionada pela Constituição de 1988 como lei complementar. O texto acima se refere a qual lei? A) Lei no 4.595/64. B) Lei no 4.380/64. C) Lei no 6.385/76. D) Lei no 4.357/64. E) Lei no 6.404/76. Na prática Como o SFN se apresenta no nosso dia a dia? Para que possamos atender nossas necessidades diárias, devemos equacionar da melhor forma possível o que recebemos a título de salário e as contas que devemos pagar. Essa parece uma movimentação simples e privada, em que cada indivíduo cuida de suas peculiaridade econômicas. Mas para que toda essa equação funcione da forma mais adequada e para que a economia do país esteja o mais equilibrada possível, existem várias instituições, órgãos, entidades e empresas que trabalham de forma integrada. O Sistema Financeiro Nacional, por exemplo, fiscaliza o montante de dinheiro que está em circulação no país, com o objetivo de fazer a economia continuar girando de forma coordenada. Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Sistema Financeiro Nacional – SFN O artigo sugerido faz uma compilação dos normativos que tratam sobre o Sistema Financeiro Nacional – SFN, com a divulgação das Leis 11.638/2007 e 11.941/2009 que foram publicadas com o objetivo de harmonizar as normas brasileiras às normas internacionais, considerado um grande avanço para o Brasil. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Agenda do setor financeiro 2019 O periódico a seguir traz uma reflexão acerca da estreita relação entre o setor financeiro e os demais setores da economia, abordando de forma aprofundada todos os institutos pertinentes. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Decisão do Tribunal Regional Federal da 1.a Região (TRF1) O link abaixo traz uma decisão do Tribunal Regional Federal da 1.a Região (TRF1) que deu provimento ao recurso em sentido estrito do Ministério Público Federal (MPF) para aceitar denúncia em desfavor de três acusados de atentar contra o Sistema Financeiro Nacional (SFN). O acórdão tem teorias muito interessantes acerca do assunto objeto do nosso estudo. https://www.unitins.br/BibliotecaMidia/Files/Documento/AVA_634336331659392500cap_sfn.pdf https://cnf.org.br/agenda-do-setor-financeiro-2019/ Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique
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