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1/6 Diabetes tipo 1: causas, sintomas e tratamento O que é o diabetes tipo 1? A diabetes mellitus tipo 1 (DM1), também chamada de diabetes juvenil, é uma doença crônica que surge quando o pâncreas se encontra doente e produz pouca ou nenhuma insulina. A insulina é um hormônio que age permitindo a entrada de glicose (açúcar) para dentro das células, onde elas são utilizadas como combustível para gerar energia para o corpo. Sem insulina, a glicose não consegue entrar nas células e acaba ficando acumulada no sangue, levando a um quadro que é chamado de hiperglicemia. A hiperglicemia é extremamente maléfica ao organismo, provocando, a longo prazo, lesão de vários tecidos e órgãos. Apesar de ser mais comum em crianças e adolescentes, a diabetes tipo 1 também pode surgir em adultos. Causas Na maioria dos casos, a diabetes tipo 1 é uma doença de origem autoimune, na qual os anticorpos do próprio paciente atacam e destroem parte do pâncreas, especificamente as células produtoras de insulina, conhecidas como células beta das ilhotas de Langerhans. 2/6 Para entender o que é uma doença autoimune, leia: Doenças autoimunes. O processo autoimune de destruição das células beta do pâncreas ocorre em indivíduos geneticamente suscetíveis e é provavelmente desencadeado por um ou mais agentes ambientais, como alguns tipos de vírus. O processo de destruição é lento e demora de vários meses a alguns anos até que ocorra dano celular suficiente para que a produção de insulina se torne escassa. Existem dois picos na incidência do diabetes, o primeiro ocorre entre os 4 e 7 anos e o segundo entre os 10 e 14 anos. Em resumo, o paciente já nasce com as alterações genéticas que favorecem o surgimento da diabetes tipo 1, desenvolve os autoanticorpos nos primeiros anos de vida e só vai apresentar a doença mesmo no meio para o final da infância. O diabetes tipo 1 de origem autoimune é chamado tipo 1A. Existe ainda o diabetes tipo 1B, que é mais raro, também ocorre por destruição das células beta do pâncreas, mas a origem é desconhecida, não havendo autoanticorpos envolvidos na gênese da doença. Diabetes mellitus tipo 1 é hereditário? A história familiar é relevante, mas não é estritamente necessária. O risco de uma criança desenvolver diabetes tipo 1 é de: 0,4%, se não houver história familiar. 1 a 4%, se a mãe for diabética tipo 1. 3 a 8%, se o pai for diabético tipo 1. 2 a 6%, se um dos irmãos tiver DM1. 30%, se ambos os pais tiverem a doença. 30% se um irmão gêmeo univitelino (idêntico) tiver a doença. Nos casos de diabetes mellitus tipo 2 (DM2), hereditariedade é um fator de risco muito mais forte, com mais de 75% dos pacientes apresentando história familiar positiva. Qual é a diferença entre o diabetes tipo 1 e o diabetes tipo 2? Ao contrário do que ocorre na maioria dos casos de diabetes tipo 1, a diabetes mellitus tipo 2 não tem origem autoimune e ocorre principalmente em adultos que são obesos, sedentários e com histórico familiar positivo. A DM2 é um tipo de diabetes que ocorre por uma insuficiente ação da insulina na circulação sanguínea. O pâncreas produz insulina, mas os tecidos não reconhecem sua presença, impedindo que a glicose possa entrar para dentro das células, um processo conhecido como resistência à insulina. Para mais informações sobre o diabetes tipo 2, leia: Quais são as causas do diabetes tipo 2? https://www.mdsaude.com/doencas-autoimunes/doenca-autoimune/ https://www.mdsaude.com/endocrinologia/diabetes-tipo-2-causas/ 3/6 O que é diabetes mellitus? Sintomas Os sintomas do diabetes tipo 1 costumam ser provocados pela hiperglicemia. São eles: Sede excessiva. Cansaço. Micção frequente. Perda do controle da bexiga durante o sono (voltar a fazer xixi na cama). Perda de peso. Visão turva. Fome frequente. Irritação. Infecções frequentes Lenta cicatrização de feridas. Mau hálito. Cetoacidose diabética Em algumas crianças, o primeiro sinal da diabetes pode ser uma complicação conhecida como cetoacidose diabética. Sem insulina, as células não recebem a quantidade adequada de glicose e precisam utilizar os estoques de gordura do corpo como fonte de energia. A quebra das gorduras gera substâncias ácidas, chamadas corpos cetônicos, como o β-hidroxibutirato e o acetoacetato. O excesso de cetoácidos provoca queda do pH do sanguíneo, podendo acidificar o sangue até níveis fatais, motivo pelo qual a cetoacidose é considerada uma emergência médica. Cerca de 80% das mortes de crianças e adolescentes diabéticos são provocadas por quadros de cetoacidose. A cetoacidose costuma surgir quando a glicemia se encontra muito descontrolada, geralmente com valores acima de 500 mg/dl. Seus sinais e sintomas mais comuns são Náuseas. Vômitos. Dor abdominal. Confusão mental. Prostração. Dificuldade respiratória. Coma. Para mais informações sobre os sintomas da diabetes, leia: 10 primeiros sintomas da diabetes. Complicações https://www.mdsaude.com/endocrinologia/diabetes/ https://www.mdsaude.com/endocrinologia/sintomas-diabetes/ 4/6 Com o passar dos anos, a hiperglicemia crônica pode provocar lesões em vários tecidos do corpo. Entre os órgãos mais afetados estão o coração, vasos sanguíneos, nervos, olhos e rins. A taxa e a gravidade das complicações estão diretamente relacionadas com os níveis de açúcar no sangue (glicemia). A longo prazo, quanto mais descontrolada for a glicemia e quanto mais antiga for a diabetes, maior é o risco de surgirem múltiplas doenças. São várias as complicações do diabetes tipo 1, algumas diretamente ligadas à hiperglicemia crônica, outras relacionadas às restrições que a doença provoca. Entre as mais comuns, podemos citar: Doença arterial coronariana (angina). Infarto agudo do miocárdio. AVC. Hipertensão arterial. Lesão das artérias dos membros inferiores: pode causar obstrução grave dos vasos sanguíneos das pernas e necessidade amputação do membro. Neuropatia diabética: lesão dos nervos periféricos, habitualmente dos pés e pernas, provocando formigamento, dormência, queimação ou dor. Danos aos nervos do trato gastrointestinal, levando a problemas como náuseas, vômitos, diarreia ou constipação. Disfunção erétil. Nefropatia diabética: lesão dos rins, provocando insuficiência renal crônica e perda de grandes quantidades de proteínas na urina. Retinopatia diabética: lesão dos vasos sanguíneos da retina, podendo causar cegueira. Complicações na gravidez: pré-eclâmpsia, aborto espontâneo, morte fetal e defeitos congênitos. Depressão. Transtornos alimentares, como bulimia e anorexia nervosa. Infecções de repetição, como candidíase vaginal e infecção urnária. Atraso no crescimento. Surgimento de outras doenças autoimunes: tireoidite autoimune e doença celíaca são as mais comuns. Diagnóstico O diagnóstico do DM1 é realizado através da dosagem sanguínea da glicemia ou da hemoglobina glicosilada. São necessários dois exames de sangue, colhidos em dias diferentes, com pelo menos um dos três critérios listados abaixo: Glicemia em jejum acima de 126 mg/dl. Glicemia em qualquer momento do dia acima de 200 mg/dl. Hemoglobina glicosilada (HbA1c) maior que 6,5%. Uma vez diagnosticada a diabetes, o endocrinologista pode também pesquisar a presença de autoanticorpos no sangue. https://www.mdsaude.com/cardiologia/angina/ https://www.mdsaude.com/cardiologia/infarto-miocardio-causas-prevencao/ https://www.mdsaude.com/neurologia/avc/ https://www.mdsaude.com/hipertensao/sintomas-da-hipertensao/ https://www.mdsaude.com/urologia/impotencia-sexual/ https://www.mdsaude.com/psiquiatria/sintomas-da-depressao/ https://www.mdsaude.com/psiquiatria/bulimia-nervosa/ https://www.mdsaude.com/psiquiatria/anorexia-nervosa/ https://www.mdsaude.com/ginecologia/infeccao-ginecologica/candidiase-vaginal/ https://www.mdsaude.com/nefrologia/infeccao-urinaria/infeccao-urinaria-de-repeticao/ https://www.mdsaude.com/gastroenterologia/doenca-celiaca-gluten/ 5/6 Explicamos o diagnóstico da diabetes com mais detalhes nos artigos: Tratamento Não existe cura para a diabetes tipo 1. O tratamento visa o controleda glicemia a longo prazo, de forma a reduzir a incidência das complicações. O controle da glicemia é feito através de várias abordagens, sendo as mais importantes: Administração regular de insulina (até 6 vezes por dia). Controle da dieta. Monitoramento frequente da glicemia por parte do paciente. Prática de exercícios físicos. O objetivo do tratamento é manter o valor da hemoglobina glicosilada abaixo de 7%. Para tanto, o paciente deve procurar manter a glicemia antes das refeições entre 80 e 130 mg/dl e após as refeições abaixo de 180 mg/dl. Se os valores estiverem descontrolados, a dieta e a dose da insulina devem ser reavaliadas. Tratamento com insulina Como na diabetes tipo 1 o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina, os pacientes precisam substituir a insulina natural por insulina artificial, que pode ser administrada por meio de injeções regulares ao longo do dia ou através de uma bomba de insulina. O nível de insulina administrado deve ser cuidadosamente definido de acordo com a dieta e os hábitos de exercício do paciente. Quantidades insuficientes podem não controlar a glicemia e aumentar o risco de complicações, enquanto quantidades excessivas podem provocar hipoglicemia. Os tipos de insulina mais utilizados são: Insulina de ação rápida: tem início de ação com cerca de 15 minutos, atinge o pico em 1 hora e continua a funcionar por 2 a 4 horas. Tipos: Insulina glulisina (Apidra), insulina lispro (Humalog) e insulina aspártico (NovoLog). Insulina regular ou de ação curta: tem início de ação com cerca 30 minutos após a injeção, atinge um pico em torno de 2 a 3 horas e é eficaz por aproximadamente 3 a 6 horas. Tipos: Humulin R, Novolin R. Insulina de ação intermediária: tem início de ação com cerca de 2 a 4 horas, atinge o pico com 4 a 12 horas e é eficaz por cerca de 12 a 18 horas. Tipos: NPH (Humulin N, Novolin N). Insulina de ação prolongada: atinge a corrente sanguínea várias horas após a injeção e tende a diminuir os níveis de glicose de forma bastante uniforme ao longo de um período de 24 horas. Tipos: insulina detemir (Levemir) e insulina glargina (Lantus). https://www.mdsaude.com/endocrinologia/hipoglicemia/ 6/6
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