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F R E N T E 2 229 y sentido: determinado pela regra da mão direita en- volvente. Para se aplicar essa regra, envolve-se o fio com a mão direita e com o polegar apontando no sen- tido convencional da corrente, os demais dedos irão apontar o sentido das linhas de indução, conforme pode ser visto na figura 6. i i Mão direita Linhas de indução B Fig. 6 Aplicação da regra da mão direita envolvente. Atenção y módulo: o módulo do vetor indução magnética B no ponto P depende da intensidade da corrente elétrica i que percorre o fio, da distância R até o ponto em ques- tão e de uma grandeza física que caracteriza o meio em termos magnéticos, que é a sua permeabilidade magnética (m), semelhante à permissividade elétrica (ε) na eletricidade. Dessa forma, podemos escrever: No caso do vácuo, indicamos a permeabilidade mag- nética por m0, que, em unidades SI, vale: m0 = 4p ⋅ 10 -7 T ⋅ m ⋅ A-1 i · R P i B p = 0 P Atenção Corrente circular (em uma espira) como fonte de campo magnético Consideremos agora uma espira circular de raio R, per- corrida por uma corrente de intensidade i. O i i Eixo de espira Fig. 9 Espira circular. Pela regra da mão direita envolvente, podemos deter- minar o sentido e a direção do vetor indução magnética, conforme verifica-se na figura 10. Mão direita Mão direita N ii S B Fig. 10 Regra da mão direita para magnetismo. Assim, da mesma forma que na corrente retilínea, po- demos caracterizar o vetor indução magnética B no centro da espira da seguinte forma: y direção: perpendicular ao plano da espira. y sentido: determinado pela regra da mão direita en- volvente. y módulo: o módulo do campo magnético gerado no centro da espira depende da intensidade da corrente i que percorre a espira, do raio R da espira e da per- meabilidade magnética m do meio, tal que: Para o caso de um trecho circular de ângulo θ (em radianos), conforme mostrado na figura 11, percorrido por uma corrente i, tem-se que o módulo do vetor indução magnética por ela gerado é dado por: µ i 2Rθ R · Fig. 11 Campo magnético gerado por trecho circular percorrido por corrente. FÍSICA Capítulo 8 Fontes de campo magnético230 Exercício resolvido 1 Considere um fio infinito e disposto no plano do pa- pel, segundo a figura a seguir. 1 A R = 1 m 60o Nessas condições, assinale a alternativa que corres- ponde ao módulo de B no centro da espira. A 10 6 3 10 T 7π − ⋅ − B 10 12 3 10 T 7π − ⋅ − C 5 3 3 10 T 7π − ⋅ − D (2p - 2) ⋅ 10-7 T E impossível calcular. Resolução: Deseja-se determinar o campo magnético no centro do arco de circunferência. Para tal, pode-se dividir o o innito em três trechos, conforme a gura a seguir. 1 A I II III A B O R ∞ ∞ Trecho I – Fio retilíneo cujo prolongamento coincide com o centro da circunferência. Pela observação, item 2, o campo gerado por esse trecho é nulo. BI = 0 Trecho II – Pela regra da mão direita, o campo gerado por esse trecho é perpendicular ao plano do papel e apontando para dentro. Como o ângulo compreen- dido pelo arco é de 300°, ou p5 3 rad, tem-se que o campo devido a esse trecho é dado por: = π π ⋅ µ = ⋅ µ ⋅ ⇒ = ⋅ π ⋅ ⋅ ⋅ = π ⋅ − − B 5 3 2 i 2R 5 6 i 2 R B 5 6 4 10 1 2 1 5 3 10 T, II II 7 7 apontando para dentro do plano do papel. Trecho III – corresponde a um o semi-innito. O ponto O encontra-se sobre a extremidade do o. De acordo com a observação, item 1, feita para os retilí- neos innitos, e utilizando-se a regra da mão direita tem-se que: = ⋅ µ π ⋅ ⇒ = ⋅ π ⋅ ⋅ π ⋅ = − − B 1 2 i 2 R B 1 2 4 10 1 2 1 10 T, III III 7 7 apontando para fora do plano do papel. O módulo do campo resultante no ponto O é dado então por: = − = π − ⇒ = π−− −B B B 10 5 3 1 B 10 5 3 3 T O II III 7 O 7 Portanto: alternativa C Atenção A expressão acima é válida quando o comprimento da bobina é muito menor que o seu diâmetro. Até agora, falamos de polos magnéticos somente quan- do falamos de barras imantadas, todavia podemos associar a uma espira circular polos magnéticos que são definidos conforme o sentido da corrente. Polos magnéticos associados à espira percorrida por corrente elétrica Na figura 12, podemos observar as linhas de indução de um campo magnético criado por uma corrente i que percorre uma espira. SN S i N Norte Sul O A O B Fig. 12 Linhas de indução magnética. O observador colocado à direita da espira (OA) obser- va a corrente no sentido horário e as linhas de indução “vão” em sentido contrário ao seu, ou seja, entram no F R E N T E 2 231 plano da espira. Já o observador colocado à esquerda da espira (OB) observa a corrente no sentido anti-horário e as linhas de indução “vão” na sua direção, ou seja, saem do plano da espira. Isso pode ser melhor visto na figura 13. i i Face vista por OA i i Face vista por OB Fig. 13 Visão das linhas de indução magnética. Observação: – Representa as linhas que estão entrando no plano do papel. – Representa as linhas que estão saindo do plano do papel. Recordando que, em uma barra imantada, as linhas de indução vão do polo norte para o polo sul, podemos atribuir à cada face da espira um polo magnético: y polo sul magnético: face da espira por onde as linhas de indução entram. No caso, o observador OA olha para um polo sul, pois para ele as linhas de indução penetram no plano da espira. y polo norte magnético: face da espira por onde as li- nhas de indução saem. No caso, o observador OB olha para um polo norte, pois para ele as linhas de indução saem do plano da espira. Uma alternativa de se verificar o polo é por meio do sentido da corrente elétrica. Se estamos do lado da espira em que o sentido da corrente é horário, estamos observan- do um polo sul ( ), se o sentido da corrente é anti-horário, estamos observando um polo norte ( ). Podemos comprovar a existência de polos em uma espira por meio de uma experiência bem simples. Se aproximamos um ímã em forma de barra de uma espira, observamos que um dos polos do ímã atrai uma das faces e o outro polo repele a mesma face, isso pode ser obser- vado na figura 14. O polo norte do ímã atrai a face sul da espira. i i SN O polo sul do ímã repele a face sul da espira. NS i i Fig. 14 Ação de um ímã em uma espira. Campo magnético gerado por um solenoide percorrido por corrente elétrica Podemos definir um solenoide como um fio condutor enrolado em forma de hélice cilíndrica. Na figura 15, pode- mos ver a configuração das linhas de indução magnética do solenoide percorrido por uma corrente i. A corrente entra pelo lado esquerdo e sai pelo direito. Fig. 15 Solenoide. A primeira observação que podemos fazer é que, no interior do solenoide, para pontos não muito próximos aos fios condutores, as linhas de indução são praticamente pa- ralelas, caracterizando assim um campo magnético uniforme. Essa uniformidade é tão mais acentuada quanto maior for o comprimento do solenoide e mais juntas as suas espiras. Na região externa, o solenoide comporta-se pratica- mente como uma barra imantada, orientando-se do polo norte para o polo sul. Para o nosso estudo, consideraremos o solenoide como sendo ideal, ou seja, o campo externo é nulo e o interno é uniforme. O solenoide real se aproxima tanto mais do ideal quanto maior o seu comprimento e mais justapos- tas as suas espiras. Dessa forma, o vetor indução magnética B fica assim caracterizado: y direção: o vetor indução magnética B no interior do solenoide tem a mesma direção do eixo do solenoide. y sentido: determinado pela regra da mão direita en- volvente. y módulo: o módulo do campo magnético no interior de um solenoide ideal é proporcional à intensidade da cor- rente i que percorre o solenoide, ao número de espiras (n) por unidade de comprimento (l) e à permeabilidade magnética do meio m. Tal que podemos escrever: B n i l = m ⋅ ⋅ Da mesma forma que em espiras podemosassociar polos magnéticos, podemos aplicar o mesmo procedimento para os solenoides. Polos magnéticos associados a um solenoide percorrido por corrente elétrica Podemos ver os mesmos observadores OA e OB, res- pectivamente, à direita e à esquerda de um solenoide percorrido por uma corrente i que entra no solenoide pelo lado direito. FÍSICA Capítulo 8 Fontes de campo magnético232 Revisando ii i i O B O A Fig. 16 Linhas de indução magnéticas em um solenoide. Assim, pela regra da mão direita envolvente, verifi- camos que, para o observador OA, as linhas de indução entram no plano da face do solenoide voltada para ele, sendo um polo sul magnético. Para o observador OB, as linhas de indução saem no plano da face do solenoide voltada para ele, sendo um polo norte magnético. Pode- ríamos concluir o mesmo se verificássemos que, para o observador OA, o sentido da corrente é horário (polo sul magnético) e para o observador OB o sentido da corrente é anti-horário (polo norte magnético). Atenção 1 Uerj 2019 Nas linhas de metrô, o dispositivo conheci- do como terceiro trilho fornece energia elétrica para alimentar os motores das composições, produzindo um campo magnético em seu entorno, cuja intensi- dade varia em função da distância. Observe, abaixo, a imagem da plataforma de uma estação. Nela, uma passageira está de pé, a 5,0 m de distância do terceiro trilho. Admita que uma corrente contínua de 5 000 ampères atravesse o terceiro trilho da linha metroviária. Deter- mine, em teslas, a intensidade do campo magnético produzido sobre a passageira na plataforma. Dado: permeabilidade magnética no vácuo é igual a 4π ⋅ 10-7 T ⋅ m/A 2 Unisa (Adapt.) Uma espira circular de 4π cm de diâ- metro é percorrida por uma corrente de 8,0 amperes (veja figura). Dado: m0 = 4π ⋅ 10 −7 T · m ⋅ A −1 . Dena a orientação e a intensidade do vetor campo magnético no centro da espira. 3 ITA 2018 A figura mostra um fio por onde passa uma corrente I conectado a uma espira circular de raio a. A semicircunferência superior tem resistência igual a 2R e a inferior, igual a R. Encontre a expressão para o campo magnético no centro da espira em termos da corrente I.
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