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Geografia - Livro 4-073-075

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CAPÍTULO Regionalização do Brasil
Uma região é uma parte de determinado espaço com características peculiares
que a diferenciam de outras. Trata se, portanto, de um recorte espacial estabelecido
por meio de critérios que caracterizam e dão certa unidade a uma área Esses critérios
podem ser resultado de dinâmicas naturais e sociais Mas para que serve regionalizar
o espaço?
Jardim Botânico de Curitiba, estado do Paraná Foto de 2020
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Pelourinho, em Salvador, estado da Bahia Foto de 2020.
FRENTE 1
Trecho da Floresta Amazônica em Autazes, estado do Amazonas.
Foto de 2020.
Museu de Arte de São Paulo (Masp), localizado na cidade de São Paulo, estado
de São Paulo. Foto de 2020.
Plantação de soja em Chapadão do Sul, estado de Mato
Grosso do Sul. Foto de 2020.
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GEOGRAFIA Capítulo 12 Regionalização do Brasil74
Organização política do
território brasileiro
Para compreender a organização política do Brasil, é
importante que se entenda a origem do federalismo, o
sistema político aqui adotado.
A organização territorial de uma nação em estados
federados, com legislação específica a cada uma dessas
unidades, atende à diversidade de características ge
ralmente presentes em vastos territórios, como se deu
originalmente nos Estados Unidos. No caso estadunidense,
além da grandeza do seu território, o federalismo mostrou-
-se eficiente para a concretização dos ideais republicanos
advindos da Revolução de 1776
No processo de independência, as antigas colônias
conquistaram soberania sobre seus territórios. Dessa forma,
foi assinado um tratado de direito internacional, o qual insti-
tuía uma confederação que garantia a diversidade política
e relativa independência entre os diversos territórios.
Contudo, como cada estado mantinha sua soberania,
deliberações do Congresso Nacional que envolviam os
Estados Unidos em sua totalidade não eram amplamente
executadas, enfraquecendo, assim, a realização de projetos
em comum e a efetiva construção da nação. Por conse-
quência, a confederação não cumpria seu principal objetivo:
respeitar a autonomia de cada unidade do território e, ao
mesmo tempo, implementar medidas de alcance geral
Foi então que, na Convenção da Filadélfia de 1787, a
fórmula do federalismo foi desenvolvida: as antigas colônias
britânicas deixaram de ser soberanas, embora sua autono-
mia fosse mantida, e caberia a uma nova entidade, a União,
desenvolver políticas e ações necessárias ao bem comum
da população
Confederação e Federação
Para melhor compreender a diferença entre Federação e Confederação
é importante, antes, distinguir os conceitos de autonomia e soberania
Segundo o dicionário Michaelis, autonomia é o “direito de se admi-
nistrar livremente, dentro de uma organização mais vasta, liderada
por um poder central”, e soberania, por sua vez, é o “poder político
independente do Estado em relação a outros países e supremo den-
tro do seu território; autoridade, imperiosidade” Portanto, autonomia
consiste na autodeterminação dentro dos limites traçados por um
poder principal, enquanto soberania é o não condicionamento a
nenhum outro poder, seja ele interno ou externo, garantindo pleno
poder de autodeterminação.
Em uma Federação, as diferentes unidades que compõem o terri-
tório possuem autonomia, ou seja, possuem certas liberdades de
autodeterminação administrativa, política, econômica, mas sempre
vinculadas às regras de um poder central. O Brasil é um exemplo de
país que adota a Federação como organização política.
Em uma Confederação, por sua vez, as unidades que a compõem
possuem soberania e se reúnem em um sistema político com objeti-
vos comuns, mas sem responder a um poder central.
Atenção
Outros países como Alemanha, Argentina, Austrália,
Bélgica, Canadá, Emirados Árabes Unidos, Índia, Malásia,
México, Nigéria, Paquistão, Rússia e Sudão também ado-
taram o sistema federalista, mas sempre adaptando o às
suas particularidades Não há, portanto, um único sistema
de Estado Federal que sirva como modelo a ser segui-
do Essa versatilidade se observa nas diferenças entre a
federação brasileira e a estadunidense. Em razão de sua
formação histórica, os estados que compõem os Estados
Unidos possuem maior autonomia quando comparados
aos que compõem o Brasil. É por essa razão, por exemplo,
que cada estado estadunidense possui legislação especí-
fica com relação à pena de morte aplicada dentro do seu
território, enquanto no Brasil todos devem respeitar o que
determina o Código Penal, de vigência nacional.
No caso brasileiro, que é um Estado Federativo, a
República Federativa divide-se em União, estados e mu-
nicípios. Cada um desses níveis hierárquicos de unidades
administrativas territoriais possui autonomia perante a esfe-
ra federal. Assim, a cada unidade é concedida autonomia,
enquanto ao Estado Nacional se confere soberania.
No Estado unitário, por sua vez, o poder está centra-
lizado, o que significa que não é conferida autonomia a
outros entes e que não há uma divisão em unidades autô-
nomas, há apenas um governo central Em alguns casos,
pode ocorrer uma descentralização administrativa, como na
França, em que há a divisão do território em regiões e de
partamentos, embora estes não possuam autonomia Essa
descentralização tem apenas finalidades organizacionais,
e os entes devem se subordinar ao poder central do país.
Federação Brasileira
O Brasil é dividido em 26 estados e um Distrito Federal.
Essa divisão foi estabelecida em 1988, com a promulgação
da Constituição da República, que criou três novos estados:
Amapá, Roraima (ambos eram territórios criados em 1943
e 1962, respectivamente) e Tocantins (desmembrado do
estado de Goiás).
Diferentemente dos outros estados brasileiros, o Dis-
trito Federal não possui municípios, sendo, portanto, um
território autônomo composto de 31 regiões administrativas
Essas regiões não possuem prefeitos, mas, sim, adminis
tradores escolhidos pelo governador do Distrito Federal
Divisão dos três poderes
A tripartição do poder em Executivo, Legislativo e Judi-
ciário teve origem na Grécia Antiga com base em estudos
da obra Política, do filósofo Aristóteles Ele descreveu a
existência de três funções distintas exercidas por um poder
soberano: a de criar normas que devem ser obedecidas
por todos, a de aplicar tais normas gerais no cotidiano e,
por fim, a de julgar e solucionar conflitos ocasionados em
virtude da transgressão dessas normas gerais vigentes.
Essa reflexão foi aprofundada por Montesquieu em seu
livro O espírito das leis, publicado em 1748. Para o pensador
francês, tais funções, muito embora conectadas entre si, de
veriam ser desenvolvidas por órgãos distintos, autônomos
e independentes entre si. Com isso, a ideia, defendida pelo
absolutismo, de um soberano exercendo todas as funções,
caía por terra, dando lugar à separação dos poderes.
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Mas qual seria a função da separação de poderes?
Com essa divisão, evita-se a concentração de poder e as
tendências absolutistas dela decorrentes Assim, os riscos
de abuso de poder são minimizados Além disso, a se
paração dos poderes exige que diferentes autoridades
estatais participem das tomadas de decisões; dessa for
ma, os poderes se fiscalizam entre si e se responsabilizam
pelas decisões, sempre respeitando a autonomia de cada
um deles
No Brasil, a tripartição de poderes é garantida pela
Constituição Federal de 1988. Veremos a seguir mais de
talhadamente cada um desses poderes.
Poder Executivo
No Brasil, o Poder Executivo se estrutura em três níveis
hierárquicos, segundo a divisão administrativa espacial do
território nacional: federal, estadual e municipal. Cada um
desses entes possui autonomia e, dentro de sua esfera
de poder, cabe a eles a administração, a proposiçãoe a
aplicação de leis.
O Poder Executivo federal é constituído pelo presidente
da República, sendo este o chefe de Estado, pelo vice-pre-
sidente e pelos ministros. O Poder Executivo estadual é
composto de governador, vice-governador e secretários.
Por fim, o Poder Executivo municipal é desempenhado pelo
prefeito, vice-prefeito e secretários. Desde 1988, os cargos
de presidente, governador, prefeito e seus respectivos vi-
ces são de caráter eletivo, ou seja, são escolhidos por meio
do voto universal.
Poder Legislativo
O Poder Legislativo também se estrutura em três níveis
 federal, estadual e municipal. Dentro de suas competên-
cias, cabe a cada um desses entes elaborar leis e fiscalizar
as ações desempenhadas pelo Poder Executivo.
Na esfera federal, esse poder é desempenhado pelo
Congresso Nacional, nome dado ao conjunto das duas
câmaras que o compõe: o Senado Federal e a Câmara
Federal. O Senado Federal é formado por 81 senado-
res, que representam as unidades da federação. Para
a escolha dos senadores, vigora o princípio majoritário:
aquele que obtiver mais votos, ganha. A Câmara Federal,
por sua vez, é constituída pelos deputados federais, que
representam a população do país. Os representantes
do Poder Legislativo na esfera estadual são os depu
tados estaduais, e, na municipal, os vereadores, ambos
os cargos eleitos por meio do sistema proporcional, no
qual são computados os votos de cada coligação ou
partido. Os deputados federais, que atuam na Câmara
Federal, em Brasília, representando os interesses das
unidades da federação e de seus habitantes, são eleitos
da mesma forma.
Fig. 1 Congresso Nacional, em Brasília. À esquerda, cúpula do Senado;
à direita, cúpula da Câmara dos Deputados. Foto de 2018.
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