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Língua portuguesa - Livro 2-0012

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LÍNGUA PORTUGUESA Capítulo 7 A palavra “se”34
O apego aos outros está obsoleto. Nada nem ninguém é
insubstituível. Aceite a decepção que outros lhe causaram
para que você também seja aceito. Sim, porque todos,
inclusive nós, já decepcionamos alguém.
Antes de reagir por impulso, pare, respire fundo.
E, só então, aja, com equilíbrio. Ame profundamente,
 risadas gostosas, abrace, proteja pessoas
queridas, faça amigos. Pule de felicidade e não tenha
medo de quebrar a cara – se isso acontecer, encare com
leveza. Se perder alguém nesta vida, sofra comedidamente
– e vá em frente, pois tudo passa.
Mas, sobretudo, não seja alguém que simplesmente
passa pela vida. Viva intensamente. Abrace o mundo com a
devida paixão que ele merece. Se perder, faça-o com classe,
se vencer, que delícia! O mundo pertence a quem se
atreve a ser feliz. Aproveite cada instante dessa gran-
de aventura.
Agora mesmo, neste , sente-se confor-
tavelmente na poltrona, com a coluna ereta e de olhos
fechados. Faça vários ciclos de respiração profunda e
sinta o ar entrando e saindo. Quando sentir seu corpo re-
laxado e sua mente mais calma, pense em sua nova vida,
mais leve. Desta maneira você viverá mais facilmente.
Fonte: Revista Gol – Linhas áreas inteligentes
Em que trecho a palavra sublinhada NÃO é um pro-
nome?
A Aceite a decepção que outros lhe causaram.
 Se perder alguém nesta vida, sofra comedidamente.
C O mundo pertence a quem se atreve a ser feliz.
D Se perder, faça-o com classe.
5 Fuvest
a) “Se eu não tivesse atento e olhado o rótulo, o pacien-
te teria morrido”, declarou o médico.
Reescreva a frase citada, corrigindo a impropriedade
gramatical que nela ocorre.
b) A econologia, combinação de princípios da eco-
nomia, sociologia e ecologia, é defendida por
ambientalistas como maneira de se viabilizarem for-
mas alternativas de desenvolvimento.
Reescreva a frase anterior, transpondo-a para a voz
ativa.
6 Fatec 2012 Em 2009, a Escola Estadual D. Pedro I, na
aldeia Betânia, onde vivem cinco mil ticunas (estima-se
que haja 32 mil ticunas vivendo no Alto Solimões, entre
a Amazônia brasileira, a colombiana e a peruana), ficou
na rabeira do Enem, o Exame Nacional do Ensino Médio.
O colégio, frequentado por 600 jovens representantes da
etnia, ostentou o último lugar.
“Há dois ou três anos, todos os professores eram de
fora da aldeia. A Organização Geral dos Professores Ticuna
Bilíngues foi formando professores indígenas, e o quadro
mudou. Nossa escola é muito boa. Tem um ponto de in-
ternet. Há dois anos, temos eletricidade. Nosso problema
é a língua. Das regiões de Tefé a Tabatinga, predomina a
etnia ticuna. Eu acho que justifica lutar por uma universi-
dade ticuna”, diz Saturnino, um dos poucos fluentes em
português na aldeia Betânia.
São índios. Mas não adoram o Sol, a Lua, as estre-
las, os animais, as árvores. Praticam, sim, com afinco, a
religião batista, imposta por um missionário americano,
o pastor Eduardo – provavelmente, Edward – que passou
por ali, pelo Alto Solimões, a região mais isolada da
Amazônia, no amanhecer dos anos 60. São brasileiros,
amazonenses, porém não assistem à novela das oito nem
ouvem sertanejo universitário. Eles se ligam na TV co-
lombiana e escutam música importada do país vizinho,
que ecoa estrondosa dos casebres de madeira. O único
sinal de que devem passear de vez em quando pela
Globo é o penteado do Neymar enfeitando as cabeleiras
escorridas e negras. Não falam português fluentemente.
As crianças nem sequer entendem. A língua dos bate-pa-
pos animados é o ticuna. No entanto, são obrigados a
aprender matemática, química, física, história, geografia,
etc. na língua-pátria. Uma situação insólita: na língua
que não dominam, o português, os jovens precisam ler e
escrever – e prestar exames. E, na língua que dominam,
o ticuna, também encontram limitações na leitura e na
escrita, por tratar-se de uma língua de tradição oral. As-
sim caminha a juventude ticuna: soterrada numa salada
de identidades.
(MONTEIRO, Karla. A pior escola do Brasil? Revista Samuel,
número 1, 2012, p.36-39. Adaptado)
No trecho do primeiro parágrafo – ... estima-se que haja
32 mil ticunas vivendo no Alto Solimões... –, a partícula
SE é classicada como partícula apassivadora.
Assinale a alternativa em que essa partícula é empre-
gada com a mesma função.
A Os antigos professores dos ticunas consideravam-
-se estrangeiros durante suas aulas na escola.
 Os ticunas queixam-se de que precisam de um
espaço universitário para dar continuidade aos es-
tudos.
C Se não fosse o ensino em língua ticuna, os alunos
apresentariam muito mais dificuldades do que hoje.
D Os habitantes da aldeia esperam que se transmita
o conhecimento escolar na língua ticuna.
E A Organização Geral de Professores Ticuna Bilín-
gues considera que ainda se precisa de mais
escolas na região.
7 FGV-SP Explique a ambiguidade da frase em destaque.
Nessa região, a densidade demográca é muito baixa:
há apenas uma pessoa por quilômetro quadrado. É gente
que nunca se vê.
8 Fuvest Responda ao que se pede.
a) Noticiando o lançamento de um dicionário de filmes
brasileiros, um jornal fez o seguinte comentário a
propósito do filme Aluga-se moças, de 1981:
O título traz um dos maiores erros ortográcos já vis-
tos no cinema brasileiro. O título correto do longa
seria Alugam-se moças.
O comentário e a correção feitos pelo jornal são justi-
cáveis do ponto de vista gramatical? Por quê?
F
R
E
N
T
E
 1
35
b) Ao lado de um caixa eletrônico de um grande
banco, pode ser lido o seguinte aviso:
Em caso de dúvida, somente aceite ajuda de fun-
cionário do banco.
Reescreva a frase, posicionando adequadamente o
termo destacado, de modo que elimine a ambiguida-
de nela existente.
9 AFA As afirmações a seguir baseiam-se na seguinte es-
trofe.
Via-se todo o monte revestido
de emaranhados troncos,
guedelha excelsa dos penedos broncos,
que tecendo entre [si] frondosos laços
eram das nuvens verdes embaraços.
Eusébio de Matos.
I. O se é pronome reflexivo. O sujeito é “todo o
monte revestido”. “Monte” é substantivo e signifi-
ca serra; é, também, o núcleo do sujeito.
II. Em “de emaranhados troncos”, a preposição in-
troduz um complemento nominal. O substantivo
“emaranhados” quer dizer espaçados.
III. No verso “guedelha excelsa dos penedos bron-
cos,” “excelsa” é adjetivo que significa grandiosa,
elevada; “broncos” também é um adjetivo e signi-
fica tosco, áspero.
IV. O adjetivo “emaranhados” e o verbo “tecendo”
não se relacionam pelo sentido, pois “tecendo”
lembra urdidura e “emaranhados” significa libertos.
Estão incorretas as armações:
A II e III.
 I e III.
C I, II e IV.
D III e IV.
Texto para as questões de 10 a 13.
Do Poeta para Affonso Sant’Anna
O que não declamei, sufocou-me.
O que não reclamei, feriu-me.
O que não bebi, vomitou-se.
O que não gritei de prazer, sangrou-se.
O que deixei para depois, até logo-se.
R. Onada.
10 O autor quebra o paralelismo gramatical em um dos
versos. Justifique.
11 Que contribuição estilística dá ao poema o uso da pa-
lavra “se” nos três últimos versos?
12 Explique o efeito expressivo em “O que não bebi, vo-
mitou-se”.
13 Dada a sua função expressiva no verso, como pode-
ríamos classificar o “se” em “até logo-se”?
14 Urca 2012 (Adapt.)
JUDAS
Difícil ver povo mais bairrista que aquele de Ma-
tozinho. A cidade era um ovo perdido no meio de um
carrasco. Ali só brota chique-chique para o deleite dos
mocós e das cascavéis. Isolada do mundo, os poucos ha-
bitantes sobreviviam da caça, exatamente como os índios
que os antecederam, e de pequenos comércios de víveres
indispensáveis. A vila, na época, tinha apenas duas pe-
quenas ruas quase paralelas e as casas se entreolhavam
num vis-a-vis monótono, enquanto o tempo se arrastava
sem pressa. Os dias pareciam até clonados, de tão iguais.
O povo, no entanto, era extremamente orgulhoso do seu
rincão. Carregava consigo uma empáfia, um indisfarçado
ar de superioridade que ao ver um matozense na rua,
concluir-se-ia rapidamente que devia tratar-se de alguém
vindo de Parisou New York. Vangloriavam-se do rio que
cortava Matozinho.
(...)
Sabia-se, é certo, que anos atrás o prefeito transferira a
Semana Santa para junho, porque faltara peixe na cidade.
Este, no entanto, era assunto proibitivo, até mesmo porque
a Semana Santa era o período mais festivo de Matozinho,
mais até que a Festa da Imaculada Santa Genoveva, a pa-
droeira da cidade. Havia, em meio a todos os achincalhes
possíveis, um que certamente perfazia na maior injúria que
se poderia lançar sobre um filho dali. Dito na presença
de qualquer matozense, era motivo para intriga de morte
e briga de sangue:
— “Matozinho é a terra onde Judas morreu fuzilado”!
Um desavisado e raro viajante que chegasse à vila
imediatamente se avisava do risco que passaria se aquele
delicado assunto viesse à baila. Não se podia falar de
corda na terra em que Judas não foi enforcado. Mas como
diabo surgiu essa infuca? Que história transladou no espa-
ço para que em torno dela gravitasse tamanho asteroide,
prestes ao mais profundo e destrutivo impacto?
(....)
Aproximando-se o ponto culminante da solenidade,
Jojó puxando fogo, forçando uns ares esnobes, começa
a ler o testamento para uma plateia irrequieta e pouco
atenta. Os versos tinham rimas tão pobres quanto o povo
que as escutava. Havia, no entanto, uma bem dosada pi-
cardia nas estrofes recitadas, tão ao gosto do populacho.
No meio da turba estava Zé Patife, um bodegueiro ascen-
dente naquelas bandas e que apesar de ter uma mulher
muito falada, andava metido a besta e contando vantagem,
depois que o pequeno negócio começou a prosperar. Pois
bem, houve já um princípio de tumulto quando Fubuia
leu no testamento:
“E deixo pra Zé Patife,
Que anda cagando goma,
Uma bainha pros chifre
E as cueca de Zé Maromba”
Zé Maromba era um “drome-sujo” da cidade, cujo es-
tado higiênico das roupas íntimas não podia condizer com
a ascensão financeira de Patife. A turma do deixa-disso
conseguiu controlar nosso comerciante, com grande difi-
culdade, até que soasse a estrofe seguinte do testamento.
Mergulhado na multidão, encontrava-se Chico Magarefe
LÍNGUA PORTUGUESA Capítulo 7 A palavra “se”36
que, recentemente, estivera à beira da separação, quando
a esposa descobriu tinha uma sócia. Chico passou por
maus bocados, andou gastando mais de cinco litros de
saliva para reconquistar a mulher. Aquela era exatamente
a primeira aparição pública do casal, após terem fuma-
do juntos o cachimbo da paz. Tanto esforço de sedução
foi desfeito, quando recebeu a herança de Escariotes, na
locução de Jojó:
“E pra Chico Magarefe
Casado com mulher bruta,
Pra do cabaré ser o chefe
Deixo dois centos de puta”
Chico, revoltado, vendo todo esforço desfeito, sacou
do revólver, no que foi seguido por Zé Patife. Pensaram
até que seria Fubuia o destinatário das balas. Mas que
nada! Enquanto o povo fazia bunda de ema, eles criva-
vam o boneco ingrato de balas. Um dos projéteis foi de
encontro à bomba adormecida nas entranhas do apóstolo
e a aguardada explosão se deu. Antes que as crianças
voltassem e, já sem qualquer temor, esfolassem o pouco
que restara de Escariotes, alguém gritou para a posteridade:
— Menino! Nesta terra até Judas foi fuzilado!
(VIERA, J. Flávio. Matozinho vai à guerra. Fortaleza:
Expressão Gráfica e Editora, 2007, p. 54.)
Observe o fragmento abaixo:
“...concluir-se-ia rapidamente que devia tratar-se de
alguém vindo de Paris ou New York. Vangloriavam-se,
do rio que cortava Matozinho.” (primeiro parágrafo).
O uso do pronome se encontra justicativa nas regras
gramaticais do português padrão. Dadas as alternati-
vas, a que não se justica por essas regras é:
A “Firmou-se no ramo de sacoleiro”.
 “De repente, deu-se a tragédia”.
C “Constatou-se o primeiro caso de dopping”.
D “Se acheguem à I Olimpíada de Matozinho!”
E “Dir-se-ia que os caminhos do humano estão difíceis”.

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