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y discurso direto
João ordenou-lhe: “Venha logo.”
As regras de transformação do estilo direto para o in-
direto são as seguintes:
a. a primeira ou a segunda pessoa (direto) transforma-se
em terceira (indireto);
b. o presente do indicativo (direto) transforma-se em pre-
térito imperfeito do indicativo (indireto);
c. o futuro do presente (direto) transforma-se em futuro
do pretérito (indireto);
d. o pretérito perfeito (direto) transforma-se em pretérito
mais-que-perfeito;
e. o imperativo ou indicativo (direto) transforma-se em
subjuntivo (indireto);
f. o pronome este ou esse (direto) transforma-se em
aquele (indireto);
g. o advérbio aqui ou aí transforma-se em ali, lá;
h. expressões adverbiais como já, imediatamente, trans-
formam-se em naquele instante, naquele momento.
Os verbos que costumam introduzir o discurso direto e
o indireto são chamados verbos dicendi. Eis alguns deles:
dizer, afirmar, ordenar, ponderar, indagar, responder, per-
guntar. Veja os exemplos a seguir.
1
Discurso direto: O aluno afirmou: “Aqui não há o que a se-
nhora quer.”
Discurso indireto: O aluno afirmou que ali não havia o que
a senhora queria.
As transformações
Discurso direto: ausência de conectivo (... afirmou: Aqui...),
advérbio que indica proximidade da primeira pessoa (aqui),
verbos no presente (há/ quer).
Discurso indireto: presença de conectivo (afirmou que ali...),
advérbio que indica proximidade da terceira pessoa (ali),
verbos no pretérito imperfeito (havia/queria).
2
Discurso direto: O filósofo perguntou: “é verdade que a
razão matou o coração?”.
Discurso indireto: O filósofo perguntou se era verdade que
a razão tinha matado o coração.
As transformações
Discurso direto: ausência de conectivo, verbos no presente
(é) e no pretérito perfeito (matou), interrogativa direta (?).
Discurso indireto: presença de conectivo, verbos no pre-
térito imperfeito (era) e no pretérito mais-que-perfeito
composto (tinha matado), interrogativa indireta.
3
Discurso direto: O general ordenou: arranque isto!
Discurso indireto: O general ordenou que arrancasse aquilo.
As transformações
Discurso direto: ausência de conectivo, verbo no imperativo
(arranque), pronome demonstrativo na primeira pessoa (isto).
Discurso indireto: presença de conectivo, verbo no pretérito
imperfeito do subjuntivo (arrancasse), pronome demonstra-
tivo na terceira pessoa (aquilo).
or. princ. or. sub. subst. obj. direta justaposta
4
Discurso direto: O cientista afirmou: “O efeito estufa é cau-
sado pelo homem.”.
Discurso indireto: O cientista afirmou que o efeito estufa é
causado pelo homem.
As transformações
Discurso direto: ausência de conectivo, verbo no presente.
Discurso indireto: presença de conectivo, verbo continua no
presente, pois trata-se de um presente gnômico (verdade
científica, o passado seria incoerente).
Há ainda o discurso indireto livre. Nesse tipo de
discurso, a voz do narrador confunde-se com a voz da
personagem; em terceira pessoa, o narrador revela os
pensamentos da personagem ou algo que esta tenha dito
para si mesma. São frequentes os pontos de exclamação
e os pontos de interrogação. Observe o pensamento
de José destacado no parágrafo e, a seguir, ilustrado
na figura.
O médico não se conformava, Leila não queria mais a
sua companhia, a enfermeira cedeu ao charme do diretor,
um homem rico e bonito. José estava desesperado, per-
dendo o controle da situação, faria uma besteira, pegaria o
diretor na sala da UTI, à noite! Leila havia saído do hospital,
mas o diretor estava na UTI, sozinho; o médico resolveu ir
ao seu encontro, antes, porém, pegou o revólver.
Fig. 1 Tipos de discurso.
Orações subordinadas adjetivas
As orações adjetivas funcionam sintaticamente como
adjunto adnominal e, quando desenvolvidas, são introduzi-
das pelos relativos que, o qual (e suas flexões), quem, cujo
(e suas flexões), quanto, onde e como. Os relativos têm a
função de retomar um termo pertencente à oração principal.
Veja o texto a seguir.
Tolerância zero
Nos Estados Unidos, menores infratores, como o garoto
Andrew Golden, que atirou contra os colegas de sua escola,
são levados a julgamento como se fossem adultos.
Veja, 7 fev. 2001.
No texto citado, a oração que atirou contra seus cole-
gas de escola caracteriza o antecedente o garoto Andrew
Golden, retomado pelo relativo que. Trata-se de uma oração
subordinada adjetiva. Para o seu reconhecimento, pode-se
permutar o relativo que por o qual (e flexões).
[...] como garoto Andrew Golden, o qual atirou contra seus
colegas [...]
F
R
E
N
T
E
 1
79
Compare, agora, as duas frases:
Período simples: 1 oração
O professor conheceu o aluno falante.
Período composto: 2 orações
O professor conheceu o aluno que falava.
É evidente que o adjetivo dá maior concisão ao pe-
ríodo, usa-se uma palavra em vez de duas, três, mas nem
sempre a oração adjetiva pode ser substituída por um úni-
co adjetivo; nessas circunstâncias, ela se faz necessária.
Classificação das adjetivas
As orações subordinadas adjetivas podem ser de dois
tipos: restritiva e explicativa.
Restritiva
Delimita o antecedente, funcionando como um sub-
conjunto deste. Não recebe vírgula ou qualquer outra
pontuação que a isole.
As mulheres que trabalham gozam de maior independência.
A oração que trabalham delimita o antecedente mu-
lheres. Ou seja, gozam de maior independência apenas
as que trabalham, as demais (fica implícito) são mais de-
pendentes. Utilizando a metalinguagem da matemática,
teríamos:
A = Mulheres B = Mulheres que trabalham
B é subconjunto de A
Mulheres que trabalham mulheres
As orações adjetivas, diferentemente das substantivas,
podem sofrer redução nas três formas nominais: infinitivo,
gerúndio e particípio. Na oração abaixo, por exemplo, a
oração adjetiva restritiva está no gerúndio.
“... é fácil encontrar defunto apodrecendo pelos caminhos...”
 Aníbal Machado. Histórias reunidas.
nome
Adjetivo
(função sintática: adjunto adnominal)
nome
or. sub. adjetiva
(função sintática: adjunto adnominal)
or. princ.
A B
or. sub. adj. restritiva or. princ.
or. adjetiva antecedente
or. princ.
1 2
or. sub. subst.
subjetiva reduzida
de infinitivo
or. sub. adj. restritiva reduzida de
gerúndio (= que apodrece)
3
A oração reduzida apodrecendo pelos caminhos res-
tringe o tipo de defunto.
O gerúndio sempre dá mais dinamicidade ao texto, presentificando a
ação. Sua escolha, portanto, obedece a uma intenção do enunciador.
Atenção
Explicativa
Encerra uma explicação sobre o antecedente, compar-
tilha um saber sobre o ser. Aparece sempre com vírgula ou
outro tipo de pausa e não é indispensável para o enten-
dimento da mensagem. Quando o antecedente for mais
de um, generaliza-se a característica para todos os seres.
Compare:
or. princ. or. sub. adj. explicativa
Os filhos da vizinha, que frequentam a escola,
são muito simpáticos.
or. princ. or. sub. adj. restritiva
Os filhos da vizinha que frequentam a escola
são muito simpáticos.
No primeiro exemplo, a oração que frequentam a es-
cola é apenas uma informação que o enunciador quer
passar para o seu leitor. Por ser uma adjetiva explicativa, a
característica, que frequentam a escola, serve para todos
os seres, há uma generalização; isto é, todos os filhos da
vizinha são simpáticos e todos frequentam a escola. No
segundo exemplo, a oração restritiva delimita o antece-
dente filhos da vizinha; isto é, são simpáticos apenas os
que frequentam a escola, os demais (fica implícito) não
são simpáticos.
Emprego dos relativos
y que: emprega-se com referência a pessoa ou coisa;
precedido de o, pode referir-se a uma oração inteira.
Os trabalhadores estavam dormindo, o que facilitou
a busca.
que = Os trabalhadores estavam dormindo
Emprega-se preferencialmente esse relativo depois das
preposições monossilábicas a, com, de, em (vide, a seguir,
o emprego de o qual e flexões).
y quem: emprega-se com referência a pessoas ou se-
res personificados.
Eis a mulher a quem amei. quem = mulher
Esse relativo pode aparecer sem antecedente ex-
plícito.Em Investigo a quem investigas fica implícita a
expressão aquele a quem (aquele como antecedente
implícito).
or. princ.
or. princ.
LÍNGUA PORTUGUESA Capítulo 10 Período composto por subordinação80
y o qual (e flexões): substitui o relativo que com o pro-
pósito de dar mais eufonia à frase, ou de evitar uma
interpretação ambígua (clareza). Compare as frases a
seguir.
Eis a jogada de José, que todos devemos aplaudir.
Eis a jogada de José, a qual todos devemos aplaudir.
A primeira oração é ambígua, o relativo que pode re-
cuperar jogada ou José. Já na segunda, o relativo a qual
só pode recuperar jogada.
Emprega-se esse tipo de relativo com as demais pre-
posições essenciais ou acidentais (Eis o filme sobre o qual
falávamos).
y cujo (e flexões): emprega-se como pronome adjetivo,
isto é, sempre acompanhado de um substantivo, com
o qual concorda em gênero e número; esse pronome
equivale pelo sentido a do qual, de quem, de que (tem
valor possessivo).
Eis o poeta de cuja obra falávamos.
cuja = do poeta (obra do poeta)
A moça a cuja filha fiz referência é muito honesta.
cuja = da moça (filha da moça)
y quanto: emprega-se com o antecedente tudo, todos,
todas, que podem estar elípticos.
Em tudo quanto olhei, fiquei em parte.
Fernando Pessoa. Odes de Ricardo Reis.
y onde, aonde, donde (ou de onde): são empregados
quando o antecedente for lugar.
A cidade onde moro é linda.
O litoral aonde foste não é poluído.
Eis o país donde vim.
O uso desses relativos obedece ao seguinte critério:
onde: remete a algo parado, o verbo pede a preposição em (morar
em);
aonde: remete a algo em movimento, o verbo pede a preposição
a (foste a);
donde: traz a ideia de origem, o verbo pede a preposição de (vim de).
Atenção
É comum esse tipo de pronome estar empregado ina-
dequadamente. Em Eu tive um diálogo ontem à noite, onde
eu pude constatar a ignorância do meu vizinho, o conectivo
adequado é quando (quando eu pude...), visto que não há
antecedente com ideia de lugar.
Função sintática dos relativos
Ao contrário das conjunções, os relativos desempe-
nham função sintática nas orações subordinadas.
Para obter a função sintática do relativo, basta subs-
tituí-lo pelo antecedente na própria oração subordinada
adjetiva e, a seguir, analisá-lo sintaticamente.
O dia em que Van Gogh cortou a orelha
V
ic
e
n
t 
V
a
n
 G
o
g
h
/w
ik
ip
e
d
ia
Van Gogh cortou a orelha nesse dia.
em que = adjunto adverbial
A eterna musa que Leonardo da Vinci pintou.
L
e
o
n
a
rd
o
 d
a
 V
in
c
i/
W
ik
ip
e
d
ia
Leonardo da Vinci pintou a eterna musa.
que = objeto direto
Não se sabe a força de que era capaz.
Era capaz da força.
de que = complemento nominal
Os relativos podem exercer as seguintes funções sin-
táticas: sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo do
sujeito, adjunto adnominal, complemento nominal, adjunto
adverbial e agente da passiva.
Os relativos e a regência
É preciso ficar atento em relação ao uso das preposi-
ções nas orações subordinadas adjetivas. É comum a sua
omissão na linguagem coloquial. Compare:
coloquial
O Brasil que gosto é pura natureza.
culto
O Brasil de que gosto é pura natureza.
Se à direita do relativo houver alguma palavra que peça
preposição, esta deverá aparecer antes do conectivo. Na
primeira oração, o enunciador omitiu a preposição de, o que
caracteriza o uso coloquial. Veja esses outros exemplos.
suj. VTD OD adv.
suj. VTD OD
VL pred. suj. complemento nominal
F
R
E
N
T
E
 1
81

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