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Sociologia - Livro Único-067-069

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Alguns sociólogos vão argumentar que esse tipo de 
prática ainda funciona como um eficiente mecanismo 
de controle social. As classes mais pobres, ainda que mui-
to mais numerosas, são mantidas sob controle do Estado 
devido à dificuldade de enfrentar os mecanismos estatais 
punitivos, o que não aconteceria com classes mais altas, 
capazes de pagar bons advogados e de ter acesso aos 
seus direitos.
Alguns teóricos da pobreza
Podemos dividir as teorias sociológicas que tratam das 
causas da pobreza em dois grandes pontos de vista: 
 y as que culpabilizam os indivíduos pobres por sua pró-
pria condição;
 y e aquelas que culpabilizam o sistema e sua estrutura 
desigual de distribuição da produção, do poder e das 
recompensas.
A seguir, analisaremos cada um desses pontos de vista.
Sociólogos, como os estadunidenses Kingley Davis 
e Wilbert E. Moore, que responsabilizam os indivíduos, 
procuram a explicação para a pobreza em hábitos e com-
portamentos. São muitas as vertentes e argumentações. 
Uma das mais comuns pondera que a pobreza seria resul-
tado da falta de talentos e habilidades ou de esforços de 
indivíduos. Posições mais altas e melhores rendas, prestígio 
ou poder seriam recompensas aos indivíduos que muito 
se esforçam ou que possuem talentos raros e especiais, 
como ocorre com atletas e músicos que alcançam enorme 
mobilidade social vertical ascendente. 
A linha de raciocínio, muito presente em concepções 
liberais, articula a distribuição de recompensas a esforço e 
talento individuais. Assim, pessoas mais pobres se mante-
riam na pobreza por falta de dedicação e esforço. Mesmo 
quando as oportunidades são escassas, esses intelectuais 
argumentam que o esforço individual e a dedicação são 
capazes de proporcionar mobilidade social.
Outras teorias que culpam os indivíduos, como as do 
antropólogo Oscar Lewis, defendem que haveria uma “cul-
tura da pobreza” entre os pobres, que socializariam suas 
crianças a não terem ambição e aceitarem com resigna-
ção sua condição de pobreza. O sociólogo estadunidense 
Charles Murray aprofunda essa teoria, argumentando que 
pessoas pobres que dependem de serviços e políticas 
públicas de segurança social, como auxílios financeiros, 
cestas básicas e outras provisões, se acomodam em uma 
relação de dependência de recursos públicos, o que os 
deixaria acomodados e os desencorajaria a lutar por me-
lhores condições de vida.
Outra linha de sociólogos argumenta que há, na es-
trutura do sistema capitalista, diversos mecanismos que 
dificultam fortemente a ascensão de classes sociais mais 
Liberal: refere-se, nesse caso, ao liberalismo, doutrina econômica e 
filosófica que defende a liberdade individual em vários campos, como 
comércio e economia em geral, opondo-se às intervenções do Estado.
baixas. Pode até haver casos individuais, mas, para esses 
sociólogos, o sistema cria um mecanismo vicioso, que cres-
ce com a pobreza e com a desigualdade social.
Fig. 7 O contraste social no espaço urbano é reflexo das desigualdades de renda 
e oportunidades na sociedade brasileira. Na imagem, a maior favela de São Paulo 
faz fronteira com bairros de classe média alta, como o Morumbi. 
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O mais famoso representante dessa concepção é Karl 
Marx. Como vimos, o sociólogo alemão argumenta que a 
exploração do trabalhador é a base do sistema e que 
a tendência estrutural é a concentração de riquezas por 
parte dos que possuem os meios de produção, os burgue-
ses, às custas da maioria da população, que é obrigada a 
vender sua força de trabalho por salários pautados pelo 
mínimo necessário para sua sobrevivência. 
A culpabilização dos indivíduos pelo discurso de falta 
de esforço ou talento seria parte da ideologia burguesa, 
que procuraria convencer os trabalhadores de que, se 
demonstrassem maior esforço e aceitassem ainda mais a 
exploração a que estão submetidos, poderiam ascender 
e alcançar uma posição que, na prática, poucos de fato 
atingem. Assim, a desigualdade social é entendida como 
base inerente do sistema e vai existir enquanto houver essa 
configuração de classes sociais baseada em exploração e 
dominação.
O sociólogo alemão Herbert Gans tece suas críticas 
ao sistema por outra linha de raciocínio. Seu argumento, 
analisando os Estados Unidos, é de que a pobreza ocupa 
funções na sociedade, isto é, setores sociais influentes e 
poderosos beneficiam-se da situação de pobreza e, por-
tanto, lutam por mantê-la. Por exemplo, a pobreza é útil 
para as classes mais ricas, que usufruem do trabalho dos 
pobres para tarefas que não querem ou não sabem fazer. 
A cobrança de impostos sobre os salários e o consumo de 
mercadorias pelos pobres também é útil ao Estado, pois 
gera receita. Os pobres consomem os produtos não con-
sumidos pelos ricos, fato que amplia a receita do comércio. 
Por fim, a pobreza, segundo Gans, contribui para alimentar 
a distinção de status social entre as classes sociais.
PV_2021_SOC_FU_CAP5.INDD / 16-09-2020 (12:23) / VIVIAN.SANTOS / PROVA FINAL PV_2021_SOC_FU_CAP5.INDD / 16-09-2020 (12:23) / VIVIAN.SANTOS / PROVA FINAL
SOCIOLOGIA Capítulo 5 Desigualdade, pobreza e conflito social 68
1 UEM 2013 Considerando o fenômeno da estratificação 
social, assinale o que for correto.
01 Toda forma de estratificação social promove equi-
dade social e, dessa forma, elimina mecanismos 
de hierarquização entre os indivíduos.
02 As castas e os estamentos são formas de estratifi-
cação social. O primeiro tem sua expressão mais 
acabada na Índia; o segundo, na sociedade feudal.
04 Uma forma de estratificação típica das sociedades ca-
pitalistas é a divisão dos indivíduos em classes sociais.
08 Nas castas e nos estamentos, os fatores que garan-
tem a imobilidade dos indivíduos de um grupo para 
outro têm relação com o lugar que eles ocupam na 
produção e no consumo de mercadorias.
16 Nas sociedades divididas em classes, o acesso à 
educação e aos bens culturais pode definir o lugar 
que os indivíduos ocupam na estratificação social.
Soma: 
2 Unicentro Em relação ao sistema de castas de uma so-
ciedade, assinale a alternativa correta.
A Existe mobilidade social dentro de uma sociedade 
de castas.
b A exogamia faz parte dos casamentos realizados 
em sociedades de castas.
C Não existe mobilidade social dentro de uma socie-
dade de casta.
d Dentro de um sistema de castas não é importante 
a hereditariedade.
e Em um sistema de casta não existe a divisão entre 
castas superiores e inferiores.
3 UEM Assinale o que for correto a respeito do conceito 
de estratificação social.
01 O filósofo Jean Jacques Rousseau afirmou, no 
século XVIII, que as desigualdades sociais são o 
resultado da desigualdade natural entre os ho-
mens, princípio que sustenta até hoje o conceito 
de estrutura social.
02 A estrutura estamental, dividida principalmente 
entre nobreza, clero e plebeus, predominou na 
Europa do Antigo Regime e esteve associada ao 
sistema feudal.
04 As classes sociais são estruturas típicas do sistema 
de castas e caracterizam-se pela imobilidade.
08 A sociedade capitalista é uma forma histórico-social 
que aboliu os processos de diferenciação econô-
mica; porém, manteve a hierarquia social baseada 
em princípios de prestígio político e profissional.
16 O sistema escravista, adotado no Brasil entre os sé-
culos XVI e XIX, pode ser considerado uma forma 
de estratificação social que estabelece distinções 
sociais entre duas categoriais de pessoas: senho-
res e escravos.
Soma: 
Revisando
4 UEG Enquadrar as pessoas em determinada classe social 
é sempre um processo arbitrário, no Brasil e em qualquer 
país. Alguns pesquisadores usam como critério apenas a 
renda. Outros levam em conta fatores como patrimônio, 
ocupação ou nível de escolaridade. Em sua pesquisa, a 
FGV definiu como classe média as famílias com renda 
mensal entre R$ 1.065 e R$ 4.591.
Esse universo de 100 milhões de brasileiros é formado 
sobretudo pelos ex-pobres que acabam depôr o pé na 
classe média. Alguns estudiosos chamam esse segmento 
de classe média baixa, outros falam em classe C. Para 
muitos, é difícil classificá-los. O certo é que melhoraram 
de vida. Anos atrás, não tinham conta em banco, consu-
miam apenas o essencial e seu principal objetivo na vida 
era chegar ao fim do mês com as contas pagas. Hoje, estão 
comprando o primeiro carro zero, construindo um cômo-
do a mais na casa, se vestem melhor. “Nossa maneira de 
olhar a classe média é meio americana”, diz o economista 
Marcelo Neri, coordenador da pesquisa e diretor do Centro 
de Políticas Sociais da FGV. “A classe média tradicional 
brasileira sempre comparou seu poder aquisitivo ao dos 
países desenvolvidos”.
ÉPOCA, São Paulo, 11 ago. 2008. p. 94-95.
De acordo com as teorias sociológicas de Max Weber 
e Karl Marx, a análise apresentada no texto acima re-
laciona a posição social com qual conceito?
A O conceito marxista de classes sociais.
b O conceito marxista de grupos de status.
C O conceito weberiano de castas e estamentos.
d O conceito weberiano de grupos de status.
5 UEL De acordo com Octavio Ianni:
Para melhor compreender o processo de estratifi-
cação social, enquanto processo estrutural, convém 
partirmos do princípio. Isto é, precisamos compreender 
que a maneira pela qual se estratifica uma sociedade 
depende da maneira pela qual os homens se reproduzem 
socialmente. 
Fonte: IANNI, O. Estrutura e História. In IANNI, Octavio (org.). 
Teorias da Estratificação Social: leitura de sociologia. 
São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1978, p. 11.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre estra-
tificação social, considere as afirmativas a seguir:
I. Os estamentos são formas de estratificação basea-
das em categorias socioculturais como tradição, 
linhagem, vassalagem, honra e cavalheirismo.
II. As classses sociais são formas de estratificação ba-
seadas em renda, religião, raça e hereditariedade.
III. As mudanças sociais estruturais ocorrem quan-
do há mudanças significativas na organização da 
produção e na divisão social do trabalho.
IV. As castas são formas de estratificação social ba-
seadas na propriedade dos meios de produção e 
da força de trabalho.
A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é:
A I e II
b I e III
C II e III
d I, II e IV
e II, III e IV.
PV_2021_SOC_FU_CAP5.INDD / 16-09-2020 (12:23) / VIVIAN.SANTOS / PROVA FINAL PV_2021_SOC_FU_CAP5.INDD / 16-09-2020 (12:23) / VIVIAN.SANTOS / PROVA FINAL
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6 UEM 2013 Considerando seus conhecimentos sobre os processos de desigualdade social, assinale o que for correto.
01 Martin Luther King é um dos principais nomes associados aos movimentos de luta por direitos civis nos Estados 
Unidos no século XX, representando as ações contra o racismo e contra a segregação naquele país.
02 O apartheid foi um sistema de leis que vigorou na África do Sul durante o século XX, estabelecendo os domínios 
político, social e econômico da população branca sobre a maioria negra naquele país. Nelson Mandela, um dos 
líderes do movimento contra o apartheid, foi condenado à prisão pelo governo africano nos anos de 1960 e liber-
tado na década de 1990, após a destituição legal do regime de segregação racial.
04 Os casos de estupro coletivo ocorridos na Índia, os quais vêm sendo constantemente anunciados pela mídia, não 
podem ser considerados fatos de violação aos direitos humanos, uma vez que obedecem a uma lógica cultural 
e religiosa característica do sistema de castas indiano.
08 No Brasil, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias, criada em 1995, é uma comissão permanente da Câmara 
de Deputados e tem como uma de suas atribuições garantir a aplicação do princípio de que toda pessoa tem 
direitos básicos e inalienáveis que devem ser protegidos pelo Estado.
16 No Brasil, a Lei 11.340, de 7 de agosto de 2006, mais conhecida como Lei Maria da Penha, cria mecanismos para 
coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher e representa um importante avanço no combate à discrimi-
nação de gênero no Brasil.
Soma: 
7 Uece 2019 Leia atentamente o seguinte enunciado:
A Exclusão Social designa um processo de afastamento e privação de determinados indivíduos ou de grupos sociais em 
diversos âmbitos da estrutura da sociedade. Assim, as pessoas que possuem essa condição social sofrem diversos preconceitos. 
Elas são marginalizadas pela sociedade e impedidas de exercer livremente seus direitos de cidadãos.
Juliana Silveira. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/exclusao-social/
No que concerne à exclusão social, assinale a afirmação verdadeira.
A A exclusão social atinge, em geral, as minorias étnicas, culturais e religiosas, afetando sobretudo populações indí-
genas, negros, idosos, pobres, população LGBT+, dentre outros.
b O fenômeno da exclusão social não tem relação com o da desigualdade social, porque são duas situações total-
mente independentes, diferenciadas e não relacionadas à geração de pobreza.
C A desigualdade social no Brasil diminuiu radicalmente nos últimos anos, não havendo mais necessidade de o Es-
tado manter políticas afirmativas de inclusão das populações socialmente vulneráveis no País.
d A história humana sempre atestou a existência da pobreza e, consequentemente, revela que as desigualdades so-
ciais são um processo natural e universal, independentemente de políticas públicas.
Leia o texto a seguir e responda à questão 8:
O desenvolvimento da civilização e de seus modos de produção fez aumentar o poder bélico entre os homens, gene-
ralizando no planeta a atitude de permanente violência. No mundo contemporâneo, a formação dos Estados nacionais fez 
dos exércitos instituições de defesa de fronteiras e fator estratégico de permanente disputa entre nações. Nos armamentos 
militares se concentra o grande potencial de destruição da humanidade. Cada Estado, em nome da autodefesa e dos interesses 
do cidadão comum, desenvolve mecanismos de controle cada vez mais potentes e ostensivos. O uso da força pelo Estado 
transforma-se em recurso cotidianamente utilizado no combate à violência e à criminalidade.
(Adaptado de: COSTA, C. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. São Paulo: Moderna, 1997. p. 283-285.)
8 UEL 2015 Sobre violência e criminalidade no Brasil, assinale a alternativa correta.
A As políticas repressivas contra o crime organizado são suficientes para erradicar a violência e a insegurança nas 
cidades.
b As altas taxas de violência e de homicídios contra jovens em situação de pobreza têm sido revertidas com a efi-
cácia do sistema prisional.
C As desigualdades e assimetrias nas relações sociais, a discriminação e o racismo são fatores que acentuam a 
violência no Brasil.
d A violência urbana contemporânea é resultado dos choques entre diferentes civilizações que se manifestam nas 
metrópoles brasileiras.
e O rigor punitivo das agências oficiais no combate à criminalidade impede o surgimento de justiceiros e milícias.
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