Buscar

Estratificação social, castas e classe social 3 ano

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Introdução
Estratificação social é um conceito sociológico utilizado para classificar os indivíduos ou grupos a partir da análise das condições socioeconômicas. A estratificação social serve também como base para entender a configuração da sociedade em hierarquias e na formação das desigualdades sociais.
Os sociólogos usam as informações sobre a estratificação social, analisam o status social de membros dessa sociedade ou grupo social, as condições econômicas e as práticas culturais. Diante desses dados, o sociólogo tenta compreender porque, dentro de uma mesma sociedade, existem indivíduos muito ricos e aqueles muito pobres.
Nas primeiras sociedades primitivas, ainda não podia ser aplicado os conceitos de estratificação social e desigualdades. Somente a partir da divisão social do trabalho é que as desigualdades e a acentuação das diferenças sociais se iniciaram.
Características
A estratificação teve algumas de suas características definidas, principalmente, no decorrer dos séculos XIX e XX, por uma série de sociólogos.
Dentre as principais características, merecem destaque:
· A estratificação é geral e variável;
· Está presente em todas as sociedades;
· Há divisão de recursos materiais e culturais de maneira desigual;
· Ultrapassa as gerações;
· Deve ser encarada como uma particularidade das sociedades;
· Não deve ser encarada como reflexo das diferenças individuais existentes na sociedade.
Desigualdade Social
A desigualdade social é uma condição que afeta os indivíduos de uma sociedade e acontece, principalmente, por conta da má distribuição de renda e falta de investimentos em áreas sociais, especialmente em saúde e educação. A desigualdade é, portanto, marcada pela diferença econômica existente entre membros de uma mesma sociedade.
No Brasil, a questão da distribuição desigual dos recursos econômicos acontece desde o período das capitanias hereditárias, quando os lucros não eram igualmente divididos entre os habitantes.
Dados do IBGE de 2017 apontam que, no Brasil, os 10% mais ricos da população concentram 43,3% da renda do país, enquanto os 10% mais pobres detinham apenas 0,7% da renda total.
Mobilidade Social
Define-se mobilidade social como o deslocamento de indivíduos entre classes sociais com posições socioeconômicas diferentes.
Em sociedades onde existe o regime de estamentos ou castas, a mobilidade de indivíduos entre as diferentes classes sociais é, praticamente, inexistente. 
Estratificação Social em Karl Marx
Para o sociólogo Karl Marx, a estratificação social está diretamente relacionada ao modelo de produção e divisão social do trabalho da sociedade. A burguesia, dona dos meios de produção, emprega a classe proletária, que tem apenas sua força de trabalho para vender ao mercado, no caso.
A exploração das classes proletárias pela burguesia marca a desigualdade social e acentua a estratificação. Marx também aponta que a estratificação e as desigualdades produzidas pelo modelo capitalista de produção e influenciam diretamente na luta de classes.
A desigualdade nos meios de produção industrial se estabelece com o surgimento da mais-valia, que na visão de Marx atua de maneira intensa na construção e manutenção de um sistema pautado pela exploração.
Estratificação Social em Max Weber
Para Max Weber, o processo de estratificação acontece a partir das relações de produção, do status social, dos poderes político e econômico e das oportunidades que os indivíduos ou grupos sociais têm para adquirirem bens. Para ele, as oportunidades de ascensão social estão diretamente ligadas às variações econômicas do mercado.
Na teoria weberiana, o uso do termo “status” torna-se mais importante que o conceito de classes sociais, utilizado por Marx. O reconhecimento dos grupos que ocupam o topo das pirâmides sociais se dá através do reconhecimento do status, do padrão de vida, das oportunidades e dos fatores econômicos. A renda, portanto, torna-se importante, mas não é essencial.
O status, na explicação weberiana da estratificação social, das distinções e da mobilidade social, também sofre influência do gênero, condições de saúde, cor e idade.
Uma forma simples de entender o que é a estratificação social é enxergá-la como um conjunto de desigualdades que atingem diferentes sujeitos de uma sociedade, separando-os de alguma forma dos demais. Um grupo de pessoas que pertence a uma camada mais pobre de uma sociedade, por exemplo, acaba não tendo acesso aos mesmos serviços disponibilizados a uma pessoa de melhor condição econômica. Isso também é visto de forma ainda mais clara na composição e na organização da maior parte das grandes cidades. Os bairros periféricos, ou as “periferias”, onde se encontra a maior parte da população mais pobre, estão localizados, comumente, mais afastados dos centros das cidades.
A pirâmide social exemplifica a hierarquia constituída em uma sociedade
Nesse sentido, as sociedades podem ser vistas como construídas em uma pirâmide hierárquica: uma minoria favorecida encontra-se no topo e os menos favorecidos encontram-se mais próximos da base. A estratificação, no entanto, não é característica exclusiva de nossa era contemporânea. A desigualdade foi vista em diferentes épocas da história humana e segue padrões de organização diferentes a depender do período e das convenções sociais. 
Sistemas de estratificação estão divididos em quatro tipos diferentes: a escravidão, a casta, o estamento e a classe.
· A escravidão é uma forma extrema de desigualdade. Nesse sistema, alguns indivíduos tornam-se propriedade de outros, sendo tratados como objetos, sem força de ação ou vontade que não seja a de seu senhor. Embora tenha sido formalmente erradicada, a escravidão ainda existe em certas partes do mundo, inclusive no Brasil.
· O sistema de castas está associado principalmente às culturas indianas que partilham da crença hindu referente à reencarnação. Esse sistema parte da crença de que os indivíduos estão separados em diferentes níveis hierárquicos determinados desde o nascimento. Cada casta possui um papel fixo a ser cumprido, e aqueles que não forem fiéis aos rituais e aos deveres de sua casta renascerão em uma posição inferior na próxima encarnação. Não existe, portanto, mobilidade entre as hierarquias de uma casta, que determina até o tipo de contato que cada indivíduo pode ter com membros de outras castas.
No topo do sistema de castas indiano há três castas: 
os brâmanes (religiosos e mestres), 
os xátrias (governantes, reis e guerreiros) 
os vaixás (comerciantes). 
os shudras trabalhadores braçais 
Abaixo destes estavam os “intocáveis”, que são chamados dalits, grupo bastante oprimido pelas castas superiores e que ainda sofre diversos tipos de discriminação e perseguição, principalmente na Índia rural.
· Os estamentos foram a forma de organização social de um grande número de civilizações no mundo antigo. O mais famoso deles foi visto na era feudal europeia. Os estamentos feudais constituíam estratos com diferentes obrigações e direitos, isto é, eram divididos em aristocratas e nobres, que ocupavam o posto mais alto da hierarquia, o clero ou as autoridades religiosas, que formavam outro estamento voltado exclusivamente para atividades religiosas, e os servos, mercadores e artesãos, que compunham a plebe. Nesse sistema, cada estamento possuía obrigações específicas: os nobres guerreavam; o clero cuidava dos costumes religiosos, e os servos eram responsáveis pela produção dos bens consumíveis necessários.
· O sistema de classes possui maior complexidade e é muito diferente dos outros tipos de estratificação. Embora não haja consenso entre os estudiosos do assunto, podemos definir, resumidamente, uma classe social como um grande agrupamento de pessoas que dividem condições materiais parecidas, condições essas que influenciam imensamente os demais aspectos de suas vidas. Isso quer dizer que a condição econômica tem profunda influência sobre as formas de diferenciação das classes. Diferentemente de outros tipos de estratificação, as classes não são estabelecidas por intermédio de posiçãoreligiosa ou por posição herdada. Os indivíduos possuem certa mobilidade na organização social, podendo ascender ou descender na estrutura hierárquica. A esse movimento damos o nome de mobilidade social, uma importante parte da dinâmica de uma sociedade.
1. (UEL – 2006) Contardo Calligaris publicou um artigo em que aborda a prática social brasileira de denominar como doutores os indivíduos pertencentes a algumas profissões, dentre eles médicos, engenheiros e advogados, mesmo na ausência da titulação acadêmica. Segundo o autor, estes mesmos profissionais não se apresentam como doutores no encontro com seus pares, mas apenas diante de indivíduos de segmentos sociais considerados subalternos, o que indica uma tentativa de intimidação social, servindo para estabelecer uma distância social, lembrando a sociedade de castas. A questão levantada por Contardo Calligaris aborda aspectos relacionados à estratificação social, estudada, entre outros, pelo sociólogo alemão Max Weber.
De acordo com as ideias weberianas sobre o tema, é correto afirmar:
a) As sociedades ocidentais modernas produzem uma estratificação social multidimensional, articulando critérios de renda, status e poder.
b) Médicos, engenheiros e advogados são designados de doutores porque suas profissões beneficiam mais a sociedade que as demais.
c) A titulação acadêmica objetiva a intimidação social e a demarcação de hierarquias que culminem em uma sociedade de castas.
d) A intimidação social perante os subalternos expressa a materialização das castas nas sociedades modernas ocidentais.
e) Nas sociedades modernas ocidentais, a diversidade das origens, das funções sociais e das condições econômicas são critérios anacrônicos de estratificação.
2. (UEL – 2004) Leia a letra da canção.
“Tinha eu 14 anos de idade quando meu pai me chamou
Perguntou-me se eu queria estudar filosofia
Medicina ou engenharia
Tinha eu que ser doutor
Mas a minha aspiração era ter um violão
Para me tornar sambista
Ele então me aconselhou:
‘Sambista não tem valor nesta terra de doutor’
E seu doutor, o meu pai tinha razão
Vejo um samba ser vendido, o sambista esquecido
O seu verdadeiro autor
Eu estou necessitado, mas meu samba encabulado
Eu não vendo não senhor!”
(Canção “14 anos” de Paulinho da Viola, do álbum Na Madrugada, 1966).
De acordo com a letra da canção, assinale a alternativa correta.
a) O sambista vê na comercialização do samba, ou seja, na sua mutação em mercadoria, um processo que valoriza mais o criador que a coisa produzida.
b) Os termos ‘sambista’ e ‘doutor’ servem para qualificar e/ou desqualificar os indivíduos na rigorosa hierarquia social vigente no Brasil.
c) A filosofia, enquanto conhecimento humanístico voltado à crítica social é desqualificada em relação aos conhecimentos direcionados às profissões liberais.
d) Para o sambista, o valor objetivo da música como mercadoria, medido pelo reconhecimento econômico, é mais relevante do que sua condição de criação artística subjetiva.
e) A expressão ‘terra de doutor’ está relacionada à disseminação generalizada dos cursos superiores no Brasil, responsáveis por uma elevação do nível cultural dos setores populares.
3. (UEL 2004) Em 1840, o francês Aléxis de Tocqueville (1805-1859), autor de A democracia na América, impressionado com o que viu em viagem aos Estados Unidos, escreveu que nos EUA, “a qualquer momento, um serviçal pode se tornar um senhor”. Por sua vez, o escritor brasileiro Luiz Fernando Veríssimo, autor de O analista de Bagé, disse, em 1999, ao se referir à situação social no Brasil: “tem gente se agarrando a poste para não cair na escala social e sequestrando elevador para subir na vida”.
As citações anteriores se referem diretamente a qual fenômeno social?
a) Ao da estratificação, que diz respeito a uma forma de organização que se estrutura por meio da divisão da sociedade em estratos ou camadas sociais distintas, conforme algum tipo de critério estabelecido.
b) Ao de status social, que diz respeito a um conjunto de direitos e deveres que marcam e diferenciam a posição de uma pessoa em suas relações com as outras.
c) Ao dos papéis sociais, que se refere ao conjunto de comportamentos que os grupos e a sociedade em geral esperam que os indivíduos cumpram de acordo com o status que possuem.
d) Ao da mobilidade social, que se refere ao movimento, à mudança de lugar de indivíduos ou grupos num determinado sistema de estratificação.
e) Ao da massificação, que remete à homogeneização das condutas, das reações, desejos e necessidades dos indivíduos, sujeitando-os às idéias e objetos veiculados pelos sistemas midiáticos.
4. (UEM 2009)
Leia o texto a seguir:
“Cada vez mais evidente, a pobreza é estigmatizada, quer pelo caráter de denúncia da falência da sociedade e do Estado em relação às suas funções junto à população, quer pelo contraste com a abundância de produtos, quer pelo perigo iminente de convulsão social que para ela aponta. A violência e a agressividade aumentam, criando um clima de guerra civil nas grandes cidades, onde os índices de criminalidade são alarmantes. Ao medo e à insegurança, gerados na população, associa-se o preconceito e uma atitude de discriminação contra as camadas pobres da população, as favelas e os centros das cidades.”
(COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. São Paulo: Moderna, 2005, p.256-257.)
Considerando o texto acima e os processos de exclusão social no Brasil, é correto afirmar que:
01) a estigmatização estabelece distinções sociais entre grupos considerados dignos e outros associados com noções de vergonha, desvio e criminalidade.
02) a população pobre é a principal responsável pelo crescimento da criminalidade nos centros urbanos, aliando-se a organizações ilegais e exaltando a “cultura da pobreza” em produções culturais como o rap ou o hip hop.
04) o apelo ao consumo, feito pelas campanhas publicitárias veiculadas nos meios de comunicação de massa, evidencia o contraste entre uma sociedade construída nas propagandas e a situação de carência e de exclusão de grande parte da população.
08) a principal causa da pobreza, sobretudo nos centros urbanos, é a carência psicológica, ou seja, o sentimento de autodesvalorização das populações pobres em relação às ricas.
16) é possível identificar, no perfil biológico da população de uma determinada cidade, as justificativas para as condições precárias de sobrevivência de certos grupos sociais.
5. (Unimontes 2011) “Quando os recursos importantes para uma sociedade são distribuídos desigualmente e quando, como consequência, as pessoas ou grupos de pessoas podem ser classificadas(os) em razão de suas parcelas de recursos, que definem suas diferenças, dizemos que existe um sistema de estratificação social. Existem diversos sistemas de estratificação social em diferentes sociedades.”
(TURNER, J.H. Sociologia – Conceitos e aplicações)
As estruturas sociais, nas sociedades modernas, apresentam como características, exceto
a)Cada indivíduo está encaixado num grupo ou organização social, tendo os seus pensamentos, sentimentos e ações extremamente ilimitados em relação à cultura do grupo ou organização.
b)Existem grupos compostos de cadeias relativamente pequenas de pessoas em contato face a face, ou ainda de grande número de indivíduos com acesso diferenciado a algum recurso.
c)Há organizações sociais e estruturas institucionais combinadas, com complexos princípios voltados para o atendimento das necessidades básicas da existência humana como, por exemplo, a riqueza, o poder e o prestígio.
d)A vida social é um constante movimento nas estruturas sociais, uma teia de partições e engrenagens que definem as relações sociais entre pessoas e grupos na sociedade.

Outros materiais

Outros materiais