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DESIGUALDADE SOCIAL - UM MAL PRESENTE

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA UNIDERP EDUCACIONAL
TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA
IDENTIFICAÇÃO 
Denise Maria Matos – RA 3050796179
Girlene Alves da Silva Costa –RA 3050796226
Maria do Rosário da Silva – RA 3050796245
DESIGUALDADE SOCIAL - UM MAL PRESENTE
FEIRA DE SANTANA - BA
2018
IDENTIFICAÇÃO
Denise Maria Matos – RA 3050796179
Girlene Alves da Silva Costa –RA 3050796226
Maria do Rosário da Silva – RA 3050796245
DESIGUALDADE SOCIAL - UM MAL PRESENTE
Produção textual apresentado às disciplinas de Seminário Interdisciplinar II; Sociologia; Filosofia; Psicologia Social; Ética, Política e Cidadania. parte integrante do conjunto de tarefas avaliativas.
Tutor (a) EaD -Wilson Sanches, Márcia Bastos, Mayra C. Frâncica dos Santos, Maria Luzia Mariano, Juliana Lima Arruda e Patrícia Campos.
Feira de Santana
2018
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .........................................................................................................04
A CONTRADIÇÃO EM PROCESSO.....................................................................05
A ORIGEM DAS DESIGUALDADES, SEGUNDO J.J. ROUSSEAU................07
A DIMENSÃO SUBJETIVA DA DESIGUALDADE SOCIAL ..........................09
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................16
INTRODUÇÃO
No mundo em que vivemos percebemos que os indivíduos são diferentes e estas diferenças se baseiam nos seguintes aspectos: coisas materiais, raça, sexo, cultura e outros.
Os aspectos mais simples para constatarmos que os homens são diferentes são: físicos ou sociais. Constatamos isso em nossa sociedade pois nela existem indivíduos que vivem em absoluta miséria e outros que vivem em mansões rodeados de artigos luxuosos enquanto muitos são privados diariamente de uma alimentação. Essas desigualdades assumem feições distintas porque são constituídas de um conjunto de elementos econômicos, políticos e culturais próprios de cada sociedade.
O presente texto tem como objetivo a análise da desigualdade social na sociedade capitalista contemporânea, evidenciando as contradições imanentes a lógica de reprodução do capital, que tem conduzido o processo de desenvolvimento da humanidade a escala nunca vista, do ponto de vista da tecnologia e ciência, e que em contrapartida, tem levado a humanidade cada vez mais ao afastamento do horizonte emancipatório que ela tanto almeja.
Marx (1996) funda o ser social - o trabalho. O referido autor, evidencia que o trabalho é a condição de existência dos homens, posto que a mediação entre homem e natureza é eliminável, e portanto, pressuposto para a existência humana. Esta atividade primária decorre da relação que os homens estabelecem com a natureza - intercâmbio este determinante para gênese e desenvolvimento do ser social na medida em que é a partir desta mediação que os homens desenvolvem historicamente as condições de produção e reprodução social com a objetivação2 de suas necessidades. Nesse contexto, avaliamos que a dimensão social do trabalho e a relação que os homens estabelecem entre si para reprodução de determinado modo de produção são fundamentais para compreender a gênese e a reprodução da desigualdade social entre estes, posto que é a partir do trabalho que se produz a riqueza social que impulsiona a humanidade a patamares superiores de sociabilidade.
A CONTRADIÇÃO EM PROCESSO
No Brasil, a globalização tem aprofundado as dimensões da desigualdade social, criando processos que podemos denominar de exclusão social. Esses processos estão acompanhados de uma urbanização, cuja importância na compreensão das transformações recentes, bem como na elaboração de alternativas aos problemas contemporâneos, é decisiva. A recente urbanização brasileira tem evidenciado duas dimensões desses processos mais gerais: um processo global, impondo padrões de consumo, e um outro processo local, reproduzindo a desigualdade social, com novos conteúdos. A expansão das cidades médias tem revelado muito mais do que a simples expansão das desigualdades ou da exclusão social, evidencia uma descontinuidade na experiência social da vida cotidiana. Portanto, para analisar, desde o ato básico de morar ao mais amplo do conviver na cidade sugere a fundação de novos paradigmas.
Destacamos que o trabalho resulta em consequências não apenas para sua finalidade primeira - produção material dos bens necessários à subsistência dos homens, mas também nas relações sociais entre os homens. Nesse sentido, o trabalho permite um enriquecimento no processo de reprodução social, que tem no desenvolvimento das forças produtivas sua alavanca para a complexidade da sociedade permitindo também o surgimento das sociedades de classes que se fundam na exploração do homem pelo homem. Isto significa segundo Lessa (1999), que reafirmar a centralidade do trabalho no desenvolvimento das sociedades não implica negar historicidade dos outros complexos sociais, mas sim perceber a determinação deste e de sua relação com o complexo da reprodução social (1999 p.31-32). O surgimento do excedente na produção no final das comunidades primitivas determinou novas relações entre os homens que passaram a assentar-se na exploração do homem pelo homem, ou seja, o trabalho humano passou a ser “lucrativo” para um determinado grupo social em detrimento da exploração do outro. Nesta nova relação social pautada na divisão social do trabalho e na sociedade de classes, fundada na apropriação privada do excedente de produção por parte da classe dominante, são necessários complexos sociais para manter e legitimar a ordem social. Surge então todo um aparato coercitivo para obrigar aos homens a entregarem o excedente produzido socialmente a esta classe. Sobre isto, nos diz Lessa:
[…] sem deixar de ser o complexo através do qual a sociedade se reproduz materialmente, o ato de trabalho passa a ser também (mas não apenas) uma relação de poder entre os homens. E, quando isso ocorre, é imprescindível uma série de complexos sociais que serão portadores práticos desse poder de alguns indivíduos sobre outros. É por isso que surgem se desenvolvem e se tornam cada vez mais importantes para reprodução social, complexos como o Estado, a política, O Direito etc. (1999, p.25).
Com efeito, o que predomina é uma substancial desigualdade social, posto que a condição de vendedores da força de trabalho e não proprietários dos meios de produção e subsistência, os deixa à mercê da livre vontade de explorar sua força de trabalho pelos capitalistas que é crescente e infinita, posto que é condição da reprodução do capital a valorização e ampliação do montante investido pelos capitalistas em suas mercadorias. É assim, que, segundo Lessa, o capital se reproduz:
[...] o capital é uma forma de propriedade privada que não pode deixar de se expandir. Diferente da propriedade feudal, ou da propriedade de escravos, que poderia permanecer por séculos sem alterações significativas, o capital é uma forma de riqueza que apenas pode existir se servir para fazer negócios cada vez mais lucrativos (1999, p.30)
Assim, considerando a reprodução do capital, a desigualdade social torna-se eliminável, posto que esta reprodução é assentada na acumulação, ou seja, a necessidade de acumular e concentrar capital determina a exploração da força de trabalho. Nesse sentido, a problemática da desigualdade advém do processo de produção e não da má distribuição da riqueza, posto que a separação entre proprietários e não proprietário é estabelecida no momento da produção. Assim Tavares explicita:
[...]Poder-se-ia argumentar que a realidade atual é diferente daquela vivenciada por Marx e Engels, o que nos permitiria recorrer à História e à práxis para demonstrar que as diferenças são apenas fenomênicas que o progressivo aumento da riqueza, ocorrido durante o século XX e começo do XXI, constitui, também, ampliação da pobreza e que as modalidades de exploração do capital sobre o trabalho, apesar doenorme avanço tecnológico, são intensificadas pela articulação da mais-valia relativa a diversas formas de trabalho precário, na esfera da mais-valia absoluta: Sobre tais bases, acumulação e desigualdade são indissociáveis do desenvolvimento capitalista (2009, p.4).
A ORIGEM DAS DESIGUALDADES
O assistente social deve ter clareza teórico metodológica dos limites e possibilidades de sua prática, entendendo que as respostas apontadas pelo capital e pela ideologia neoliberal na esfera estatal são mecanismos de controle administrativo da contradição entre capital e trabalho, sendo, portanto, funcionais à reprodução do capital.
 Assim, a defesa de direitos deve ser empreendida considerando estas determinações, porquanto a construção de uma sociedade justa e igualitária como aponta nosso código de ética perpassa a superação da exploração e da desigualdade social presente na ordem vigente. Portanto, as contradições de um desenvolvimento social exponencial em relação às forças produtivas na contemporaneidade, mas que permanecem as condições materiais da pobreza e desigualdade social entre os homens necessita ser desvelado em suas raízes materiais, situando sua historicidade com a proposição de criar uma alternativa para o desenvolvimento humano, centrado nas necessidades humanas e não nas necessidades de reprodução do capital que dentro da sua lógica de acumulação limita à humanidade a emancipação política, ou seja, à direitos e liberdades formais que nada mais são que a justificativa da sua real desigualdade social.
Em seu discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, Rousseau tenta explicar a origem e a evolução das desigualdades. Antes, faz uma análise hipotética do homem no estado de natureza. Isso é importante para o filósofo poder fundamentar sua teoria da ingenuidade natural e relacioná-la ao processo de corrupção do homem.
Rousseau supõe o estado de natureza como aquele momento mais propício à liberdade, à igualdade e à realização do homem, pois, neste estado, o homem primitivo vivia isolado, solitário e independente. A liberdade natural pode ser pensada a partir de duas óticas: a independência e a capacidade de escolha. A primeira é a liberdade que o homem tem de tudo fazer em um estado anárquico. A segunda se manifesta no caráter metafísico do homem na hora de escolher realizar uma determinada ação. A liberdade natural é um grande presente dado pela própria natureza.
Segundo Rousseau, os primitivos deviam viver em bandos mais ou menos organizados, que se ajudavam esporadicamente, apenas enquanto a necessidade emergente exigisse, para fins de alimentação, proteção e procriação. Findada tal necessidade, os primitivos seguiam suas vidas de forma isolada, até que nova necessidade aparecesse.
Essa noção de propriedade criou nos primitivos a ideia de acumulação de bens e, consequentemente, superioridade frente aos demais. Essa suposta superioridade foi o estopim para o início dos conflitos entre os homens de uma mesma tribo e, posteriormente, entre cidades e nações.
Outra novidade nesse progresso mental foi a noção de família, que com o tempo, levou homens e mulheres a deixarem de lado o comportamento selvagem que tinham. Essa moderação no comportamento, fez emergir a fragilidade perante a natureza e os animais, mas trouxe como compensação e noção de grupo, que transmitia maior poder de resistência do que o indivíduo isoladamente. O amor conjugal e o fraternal surgem nesse momento, segundo Rousseau.
Entretanto, a facilidade da vida em grupo trouxe outro problema: a ociosidade e a busca por algo que desse sentido a vida, além do trabalho. Assim, o lazer se instituiu, porém, com o passar do tempo, o que era comodidade passou a ser visto como necessidade e novos conflitos surgiram, fazendo com que o homem ficasse mais infeliz pela privação das comodidades, do que feliz de possuí-las.
 Outra novidade nesse progresso mental foi a noção de família, que com o tempo, levou homens e mulheres a deixarem de lado o comportamento selvagem que tinham. Essa moderação no comportamento, fez emergir a fragilidade perante a natureza e os animais, mas trouxe como compensação e noção de grupo, que transmitia maior poder de resistência do que o indivíduo isoladamente. O amor conjugal e o fraternal surgem nesse momento, segundo Rousseau.
Assim, segundo Rousseau, as desigualdades entre os homens têm como base a noção de propriedade privada e a necessidade de um superar o outro, numa busca constante de poder e riquezas, para subjugar os seus semelhantes.
A DIMENSÃO SUBJETIVA DA DESIGUALDADE SOCIAL
A desigualdade social é uma das marcas mais fortes da sociedade brasileira, tendo se constituído historicamente desde o tempo da colonização (CAMPOS et al. 2004; MEDEIROS, 2005). Apesar de, desde 2004, assistirmos a uma redução da extrema pobreza e da desigualdade de renda no país, o Brasil ainda é um dos países com maiores índices de desigualdade social no mundo e ainda permanece grande a disparidade entre a renda concentrada nas mãos das camadas com os rendimentos mais altos e mais baixos do país (IBGE, 2010; BARROS et al. 2011; POCHMANN, 2011; SOARES, 2011; IBGE, 2012). Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2012 atestam isso.
[…] no Brasil, os 10% da população ocupada com os rendimentos mais elevados concentrou 41,5% do total de rendimentos de trabalho, enquanto os 10% com os rendimentos mais baixos detiveram 1,4% do total das remunerações (IBGE, 2012, p. 71).
A distribuição da renda no Brasil é uma das mais desiguais no mundo. Segundo Medeiros (2005) uma grande massa homogênea de famílias brasileiras possui baixos rendimentos, enquanto que uma reduzida elite rica, que abrange apenas 10% da população, detém 45% da renda. Por conta disso, a história recente do Brasil é marcada pela persistência de elevados níveis de desigualdade social. Muitos aspectos podem ser apresentados para configurar esta desigualdade. Medeiros (2005) apresenta dados pouco usuais que a caracterizam de forma interessante, dando visibilidade a aspectos pouco conhecidos da desigualdade social. Diz-nos Medeiros:
(...) muito da riqueza no Brasil pode ser explicado quando a existência de desigualdades nos rendimentos do trabalho e na distribuição de aposentadorias e pensões é considerada (...) As demais fontes de renda são mais importantes para diferenciar os muito ricos do que para posicionar 12 Revista Transformações em Psicologia uma família no estrato dos ricos
(...) Aposentadorias e Pensões, são de extrema importância porque permitem inferências sobre o papel que o Estado brasileiro tem na reprodução das desigualdades sociais, já que o sistema previdenciário responde pela maior parte dos gastos sociais no país e é regulamentado por uma legislação de caráter igualitarista. (p.25).
Um desses aspectos, pouco estudado, é a dimensão dos sujeitos que colaboram na construção do fenômeno com significações, ou seja, com registros simbólicos que compõem a subjetividade. Esses aspectos não são vistos como consequência da desigualdade, mas são tomados aqui como constitutivos dela. As diferenças de acesso à riqueza, de acesso aos bens culturais e materiais da sociedade, as chamadas diferenças sociais, todas elas são significadas pelos sujeitos que estão na cena social. Essas significações constituem e são constituídas nesse processo; são de cada um e de todos; são subjetividades singulares e sociais. São a dimensão subjetiva da desigualdade social. (BOCK; GONÇALVES, 2005; GONÇALVES; BOCK, 2009). São poucos os estudos que têm investigado a desigualdade social a partir da dimensão subjetiva.
As condições socioeconômicas em que vivem os 34,1 milhões de jovens brasileiros entre 15 e 24 anos (IBGE, 2011), à semelhança do quadro geral da população brasileira, também são muito desiguais. Isso implica desigualdades no acesso desses sujeitos ao estudo e ao trabalho. Quando falamos em juventude no Brasil, então, faz-se necessário flexionar tal substantivo em número: há juventudes brasileiras,plurais. Os jovens mais pobres ingressam mais cedo no mercado de trabalho, em condições geralmente precarizadas, e também abandonam os estudos mais cedo quando comparados aos jovens das camadas mais ricas. Esses dedicam-se exclusivamente ao estudo durante um período maior de anos, frequentemente acessando o ensino superior, e ocupam cargos de maior prestígio e maior qualificação no mercado de trabalho. (CORROCHANO et al. 2008; CORBUCCI et al. 2009).
Há muitos elementos subjetivos que caracterizam a desigualdade social. No entanto, é preciso ir para além do que aparece no que se fala; há que se buscar a desigualdade também nos não-ditos, nos silêncios, no que se tenta ocultar e que a torna um fenômeno invisível, naturalizado e aceito socialmente.
Cidadania são as alternativas de um(a) indivíduo (pessoa) em um Estado. Os direitos e deveres de um cidadão devem andar sempre juntos, uma vez que o direito de um cidadão implica necessariamente numa obrigação de outro cidadão. A cidadania também pode ser definida como a condição do cidadão, indivíduo que vive de acordo com um conjunto de estatutos pertencentes a uma comunidade politicamente e socialmente articulada.
Partindo dessa afirmação, A educação é um elemento fundamental para a realização dessa vocação humana. Não apenas a educação escolar, mas a educação no seu sentido amplo, a educação pensada num sentido amplo, que implica na educação escolar, mas que não se basta nela, porque o processo educativo começa com o nascimento e termina apenas no momento da morte do ser humano. Esta educação está presente no âmbito familiar, na comunidade, no trabalho, junto com os amigos, nas igrejas, no movimento social, etc. Os processos educativos permeiam a vida das pessoas. Tais processos podem ser formais, como são as escolas, ou informais, como é a aprendizagem no âmbito da família, ou numa comunidade. Os jovens e adultos analfabetos, ou com pouca escolaridade, são pessoas que tiveram no seu passado um direito violado por não poder frequentar a escola. Ao serem privados desse direito, perderam uma importante ferramenta: o acesso ao saber sistematizado que é produzido pela humanidade. Ao mesmo tempo, sabemos que as pessoas que passam por processos educativos, em particular pelo sistema escolar, exercem melhor sua cidadania, pois têm melhores condições de realizar e defender os outros direitos humanos (saúde, habitação, meio ambiente, participação política etc.). 
A educação escolar é base constitutiva na formação do ser humano, assim como na defesa e promoção de outros direitos econômicos, sociais e culturais. Como diz Boaventura Santos (2003),
 [...] Das diferentes versões de uma dada cultura deve ser escolhida aquela que representa o círculo mais amplo de reciprocidade dentro dessa cultura, a versão que vai mais longe no reconhecimento do outro. As pessoas e os grupos sociais têm o direito a ser iguais quando a diferença os inferioriza, e o direito a ser deferentes quando a igualdade os descaracteriza.”
Educar para que o respeito aos direitos – todos eles –e o combate as desigualdades seja um valor compartilhado por todos os seres humanos, além de em estimular os indivíduos a buscar alternativas para a superação das situações de desigualdade apresentadas pela realidade. Assim é preciso informar-se sobre seus direitos e os direitos dos outros, apresentando os mecanismos de exigibilidade existentes. Consiste em atuar coletivamente na exigência deste respeito da promoção da cidadania requer, necessariamente, que todos os habitantes do planeta conheçam e valorizem direitos – individuais e coletivos. 
A educação é fator essencial de inserção social e cidadania. Ela assumiu no decorrer da evolução da sociedade o papel de veículo de promoção dos direitos, acesso e assim, as diversas relações entre a humanidade puderam ser realizadas, registradas e difundidas. Desta forma, analisar a importância da educação para a promoção da cidadania se torna um tema de interesse para todos, principalmente o Assistente Social, no sentido de proporcionar a reflexão sobre a construção da cidadania e o papel do indivíduo nesse processo. 
Esta análise pode e deve ser feita em espaços de democratização do saber e promoção das políticas públicas a fim de ampliar o conhecimento e apropriação dos direitos.
[...] A educação pode existir livre e, entre todos, pode ser uma das maneiras que as pessoas criam para tornar comum, aquilo que é comunitário como bem, como trabalho ou como vida. A educação é, como outras, uma fração do modo de vida dos grupos sociais que a criam e recriam, entre tantas outras invenções de sua cultura, em sua sociedade.”(Brandão, 2005, p.10)
Podemos então afirmar ter o estado grande responsabilidade sobre os índices de desemprego e pobreza, pois é direito de todo cidadão, conforme a Constituição Brasileira de 1988, possuir condições dignas de moradia, dignidade e trabalho. Portanto, deve-se eleger representantes com propostas sólidas, para implementação de políticas públicas que procurem reduzir estes índices, a fim de atender, principalmente, as classes menos favorecidas.
É então de competência do estado tem de identificar as causas e consequências da pobreza, assim como as maneiras de erradica-la reduzindo as desigualdades sociais, pois embora modeladas por diferentes concepções do papel do Estado na sociedade contemporânea, e suas nuances há a concordância de que é preciso mudar o modo de intervenção desse Estado – formas e meios – em um cenário conformado pela globalização e pelas mudanças econômicas e sociais.
Assim é, disponibilizando mais chances para que todos possam gozar de igualdade, através do investimento em educação de qualidade gratuita e investimento em projetos sociais que realmente ajudem-na capacitação dos indivíduos é que o estado pode tentar reverter as desigualdades sociais.
CONSIDERAÇÃOES FINAIS
Desigualdade social é um conceito que afeta principalmente os países não desenvolvidos e subdesenvolvidos, onde não há um equilíbrio no padrão de vida dos seus habitantes, seja no âmbito econômico, escolar, profissional, de gênero, entre outros. O fenômeno da desigualdade social é marcado principalmente pela desigualdade econômica, ou seja, quando a renda é distribuída heterogeneamente na sociedade; sendo uns detentores de muitos bens, enquanto outros vivem na extrema miséria entre os fatores que proporcionam a desigualdade social está a má distribuição de renda e a falta de investimentos em políticas sociais.
A desigualdade social se configura pela falta de educação básica de qualidade; poucas oportunidades de emprego; ausência de estímulos para o consumo de bens culturais, como ir ao cinema, teatro e museus; entre outras características. A sociedade capitalista é a mais desigual se comparada a outros tipos. Uma minoria de pessoas se apropria de quase toda a riqueza produzida, expressa na renda, nas propriedades e também nos bens simbólicos expressos no acesso a educação e aos bens culturais como museus, livros, teatro, etc. a desigualdade pode ser observada na miséria de uns e riqueza de outros. O discurso que se prega na sociedade capitalista é que todos têm as mesmas oportunidades, e basta se esforçar para prosperar e enriquecer. A desigualdade social, seja ela intelectual, econômica ou sob qualquer outra forma, materializa-se no espaço social, ou seja, torna-se visível na composição estrutural das sociedades, sejam elas rurais ou urbanas. As cidades e os lugares expressam a diferenciação econômica entre as pessoas, que é resultante, muitas vezes, de questões históricas que submetem cidadãos e até grupos étnicos a contextos de subalternidade. Um exemplo foi o processo de escravidão que até hoje deixa suas marcas no sentido de manter a maior parte da população negra com baixos níveis de renda e educação.
A sociedade brasileira deve perceber que sem um efetivo Estado democrático, não há como combater ou mesmo reduzir significativamente a desigualdade social no Brasil. Os impactos econômicos, aumento das desigualdades sociais, avançostecnológicos, ausência de um plano político social e profissional eficaz, sindicatos mais atuantes e menos oportunistas e exigência de mão de obra qualificada para preencher postos de trabalho são alguns fatores para o aumento dos índices de desemprego observados no mundo.
Em função da rapidez com que as transformações, socioeconômicas ocorrem na atividade é notável à necessidade de pessoas capacitadas especificamente do desafio de vencer a desigualdade social. Desta forma o Assistente Social se apresenta como profissional que atua na viabilização de soluções para as situações de vulnerabilidade em que se encontra hoje grande parte da nossa sociedade. 
 Enquanto estudantes do curso de Serviço Social, identificamos através desta produção textual a relevância de pesquisar e refletir a respeito do tema proposto. Estamos cientes da necessidade de construir um conceito crítico sobre as desigualdades sociais bem como o entendimento de todo seu processo histórico além da devida operacionalização das políticas públicas.
Nesse contexto destaca-se o papel fundamental só Assistente Social e da necessidade da pratica deste profissional para o entendimento da problemática social e o pensar, juntamente com outros profissionais, novas estratégias de política pública. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROS, Ricardo Paes de et al. Sobre a evolução recente da pobreza e da desigualdade no Brasil. In: BARROS, Ricardo Paes de; CASTRO, Jorge Abraham; VAZ, Fábio Monteiro (Org.). Situação social brasileira: monitoramento das condições de vida. Brasília, DF: IPEA, 2011. p. 24-39.
BOCK, Ana Mercês Bahia. A adolescência como construção social: estudo sobre livros destinados a pais educadores. Psicologia Escolar e Educacional, Campinas, v. 11, n. 1, p. 63-76, jan./jun. 2007.
BOCK, Ana Mercês Bahia. A perspectiva sócio-histórica de Leontiev e a crítica à naturalização da formação do ser humano: a adolescência em questão. Caderno Cedes, Campinas, v. 24, n. 62, p. 26-43, abr. 2004.
BOCK, Ana Mercês Bahia. Aventuras do barão de Münchhausen na psicologia. São Paulo: Cortez, 1999. 207 p.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação. Brasiliense. São Paulo: 2005.
CAMPOS, André et al.(Org.). Atlas da exclusão social no Brasil: os ricos no Brasil. v. 3. São Paulo: Cortez, 2004. 208 p.
CORROCHANO, Maria Carla et al. Jovens e trabalho no Brasil: desigualdades e desafios para as políticas públicas. São Paulo: Ação Educativa: Instituto Ibi, 2008. 91 p.
GIDDENS, Anthony. Sociologia.  Ed. Artmed. Porto Alegre, 2004.
GONÇALVES, Maria da Graça Marquina. Concepções de adolescência veiculadas pela mídia televisiva: um estudo das produções dirigidas aos jovens. In: GONÇALVES, Maria da Graça Marquina; OZELLA, Sérgio (Org.). Adolescências construídas: a visão da psicologia sócio-histórica. São Paulo: Cortez, 2003. p. 41-62.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Pesquisa nacional por amostra de domicílios: síntese dos indicadores 2011. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. 272 p.
LESSA, Sérgio. In: Capacitação em Serviço Social e Política Social: Módulo 2: Reprodução social, trabalho e serviço social. Brasília: CEAD, 1999.
MARX, Karl. Glosas críticas marginais ao artigo “O rei da Prússia e a reforma social: de um prussiano. 1.ed. – São Paulo: Expressão Popular, 2010.
MARX, Karl. In: O Capital – Crítica da Economia Política. Livro Primeiro, Tomo II. São Paulo, Nova Cultural Ltda., 1996.
MEDEIROS, Marcelo O que faz os ricos. São Paulo: Hucitec: Anpocs, 2005. 299 p. Pochmann, M. e Amorim, R. (2003). Atlas da Exclusão social no Brasil. São Paulo: Cortez.
POCHMANN, Márcio. Mobilidade social no capitalismo e redivisão internacional da classe média. In: BARTELT, Dawid Danilo (Org.). A nova classe média no Brasil como conceito e projeto político. Rio de Janeiro: Fundação Heinrich Boll, 2013. p.156-170
ROUSSEAU, Jean Jacques – Discurso sobre a origem e os fundamentos das desigualdades entre os homens / Jean Jacques Rousseau; [introdução de João Carlos Brum Torres]; tradução de Paulo Neves. – Porto Alegre, RS : L&PM, 2008.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Reconhecer para Libertar: Os caminhos do cosmopolitismo multicultural, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
SOARES, Sergei. Desigualdade de renda. In: CASTRO, Jorge Abraham; VAZ, Fábrio Monteiro (Org.). Situação social brasileira: monitoramento das condições de vida. Brasília, DF: IPEA, 2011. p. 40-48.
TAVARES, Maria Augusta. Acumulação, trabalho e desigualdades sociais. In: Curso: Serviço social: Direitos Sociais e Competências Profissionais, Brasília: CFESS / ABEPSS / CEAD-UNB, 2009.
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