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História - Livro 1-022-024

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HISTÓRIa Capítulo 1 As origens da presença europeia no Brasil22
diversidade cultural, imbuídos de forte preconceito para
com o outro, o indivíduo de outras culturas, espanhóis,
portugueses, franceses e anglo-saxões terminaram por de-
nominar da mesma forma povos tão díspares quanto os
tupinambás e os astecas
SILVA, K. V.; SILVA, M. H. Dicionário de conceitos históricos.
São Paulo: Contexto, 2005.
Ao comparar os textos, as formas de designação dos
grupos nativos pelos europeus, durante o período
analisado, são reveladoras da
a concepção idealizada do território, entendido
como geograficamente indiferenciado.
b percepção corrente de uma ancestralidade comum
às populações ameríndias
c compreensão etnocêntrica acerca das populações
dos territórios conquistados
d transposição direta das categorias originadas no
imaginário medieval.
e visão utópica configurada a partir de fantasias de
riqueza.
53 Unesp 2016 Esta terra, Senhor, me parece que da ponta
que mais contra o sul vimos até a outra ponta que con
tra o norte vem, de que nós deste porto houvemos vista,
será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco
léguas por costa. Traz, ao longo do mar, nalgumas partes,
grandes barreiras, delas vermelhas e delas brancas; e a ter-
ra por cima toda chã e muito cheia de grandes arvoredos.
De ponta a ponta, é toda praia parma, muito chã e muito
formosa. [...]
Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro,
nem prata, nem coisa alguma de metal nem de ferro; nem
lho vimos
Porém a terra em si é de muito bons ares [ ]
Águas são muitas; infindas Em tal maneira é graciosa
que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem
das águas que tem.
Porém o melhor fruto, que nela se pode fazer, me pa-
rece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal
semente que vossa alteza em ela deve lançar.
Carta de Pero Vaz de Caminha, 1500
Disponível em: <http://objdigital.bn.br>.
Identique duas das motivações da colonização
portuguesa do Brasil citadas na Carta, indicando os
trechos do documento que as mencionam.
A charge anterior representa os primeiros anos logo
após a chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil.
É correto armar que entre as principais característi-
cas desse período temos a
a extração do Pau-Brasil por meio do estanco (troca),
onde os indígenas realizavam o corte da madeira
e recebiam em troca objetos vistosos, mas de esti-
mado valor, como espelhos, armamentos e tecidos
diversos
b extração das drogas do sertão por meio de trabalho
escravo, pelo qual os exploradores aproveitaram
para iniciar o processo de ocupação territorial do
Brasil a partir da construção de feitorias
c construção das primeiras feitorias com a finalidade de
estimular a vinda de colonos para a produção de ri-
quezas, como a cana-de-açúcar, e consequentemente
efetivar a ocupação do território brasileiro garantindo a
presença portuguesa.
d extração do Pau Brasil por meio do escambo
(troca), onde os indígenas realizavam o corte e o
transporte da madeira recebendo em troca objetos
de pouco valor, como espelhos, miçangas e instru-
mentos de ferro
e distribuição das primeiras sesmarias, por meio de
Estanco, aos donatários que estavam se instalando
no Brasil, destacando-se, nesse processo, o arren-
datário Fernando de Noronha, que se notabilizou
na extração do Pau-Brasil
52 Enem 2016
Txto I
Documentos do século XVI algumas vezes se referem
aos habitantes indígenas como “os brasis”, ou “gente brasí-
lia” e, ocasionalmente no século XVII, o termo “brasileiro”
era a eles aplicado, mas as referências ao status econômico
e jurídico desses eram muito mais populares Assim, os
termos “negro da terra” e “índios” eram utilizados com
mais frequência do que qualquer outro
SCHWARTZ, S. B. “Gente da terra braziliense da
nação. Pensando o Brasil: a construção de um povo”.
In: MOTA, C G (Org ) Viagem incompleta:
a experiência brasileira (1500-2000). São Paulo:
Senac, 2000. (Adapt.).
Txto II
Índio é um conceito construído no processo de con-
quista da América pelos europeus. Desinteressados pela
C
A
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ÍT
U
L
O
 
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R
E
N
T
E
 1
23
Sagração de D. João I pelas Cortes de Coimbra
Neste texto pode-se perceber como o povo português compreendeu
a necessidade de salvaguardar sua autonomia por meio da vitória
sobre as forças de Castela, durante a Revolução de Avis (1383-1385).
Note-se a edificação dos princípios do sentimento nacional português.
[...] em Coimbra, prelados e fidalgos e alguns procura-
dores de certas vilas e cidades do reino, começaram a falar
uns com os outros do governo da terra e de quem a devia
governar. Os que eram afeiçoados ao infante D. João, que
estava preso em Castela, davam lhe o reino por direita linha
de herança [...] O maior número de outros fidalgos e o povo
miúdo eram contra este propósito dando muitas razões: que
um dos infantes estava preso e nunca o soltariam, além de
que fizera guerra ao reino e o outro também o fizera [...] Falou
então nas Cortes o Dr. João das Regras, homem muito letrado
em leis: [ ] Senhores fidalgos e ilustres pessoas, bem sabeis
como nestas Cortes foram por mim expostas algumas razões
a mostrar que estes reinos estão de todo vagos e ninguém há
que possa herdá-los por linhagem, nem a quem pertençam de
direito [...] Mas como sempre estes reinos foram defendidos e
mantidos por rei [ ] convém-nos eleger rei que faça tudo [ ]
para não cairmos na sujeição de nossos inimigos [...] E pois
é de considerar a pessoa que deve ser eleita [...] vejamos que
condições se requerem nela [ ] [ ] deve ser de boa linhagem
e de grande coragem para defender a terra; depois ter amor
aos súditos, e com isto perfeição e devoção. Ora que todas
estas condições se acham no Mestre [ ] que tanto trabalhou
e trabalha por honra e defesa destes reinos [...] e merece esta
honra e estado de rei. [...] por acordo unânime de todos os
grandes e do povo comum, responderam que elevassem o
Mestre à alta dignidade e estado de rei, e que não se consen-
tisse que ninguém mais falasse contra isto.
1385 – Cortes de Coimbra. Disponível em: <http://cctic.ese.ipsantarem.pt/
red/hist/ficha_documento.php?cod=63>. Acesso em: 14 jul. 2020.
O Tratado de Tordesilhas
[...] E logo os ditos procuradores dos ditos senhores
rei e rainha de Castela, de Leão, de Aragão, de Sicília, de
Granada etc , e do dito senhor rei de Portugal e dos Algar-
ves etc., disseram: que visto como entre os ditos senhores
seus constituintes há certa divergência sobre o que a cada
uma das ditas partes pertence do que até hoje, dia da con
clusão deste tratado, está por descobrir no mar Oceano;
que eles, portanto, para o bem da paz e da concórdia e
pela conservação da afinidade e amor que o dito se
nhor rei de Portugal tem pelos ditos senhores rei e rainha
de Castela, de Aragão etc., praz a suas altezas, e os seus
ditos procuradores em seu nome, e em virtude dos ditos
seus poderes, outorgaram e consentiram que se trace e assi-
nale pelo dito mar Oceano uma raia ou linha direta de polo a
polo; convém a saber, do polo Ártico ao polo Antártico, que é
de norte a sul, a qual raia ou linha e sinal se tenha de dar e dê
direita, como dito é, a trezentas e setenta léguas das ilhas
de Cabo Verde em direção à parte do poente, por graus ou
por outra maneira, que melhor e mais rapidamente se possa
efetuar contanto que não seja dado mais. E que tudo o que
até aqui tenha achado e descoberto, e daqui em diante se
achar e descobrir pelo dito senhor rei de Portugal e por seus
navios, tanto ilhas como terra firme desde a dita raia e linha
dada na forma supracitada indo pela dita parte do levante
dentro da dita raia para a parte do levante ou do norte ou do
sul dele, contanto que não seja atravessando a dita raia, que
tudo seja, e fique e pertença ao dito senhor rei de Portugal e
aos seus sucessores, para sempre. E que todo o mais, assim
ilhas como terra firme, conhecidas e por conhecer, descobertas
e por descobrir, que estão ou forem encontrados pelos ditos
senhores rei e rainha de Castela, de Aragão etc., e por seus
navios, desde a dita raia dadana forma supra indicada indo
pela dita parte de poente, depois de passada a dita raia em
direção ao poente ou ao norte-sul dela, que tudo seja e fique,
e pertença, aos ditos senhores rei e rainha de Castela, de Leão
etc. e aos seus sucessores, para sempre.
R
e
p
ro
d
u
ç
ã
o
Fig 1 Batalha de Aljubarrota. A infantaria portuguesa venceu a cavalaria caste-
lhana e deu início a uma nova era em Portugal que, a partir de então, caminhou
rapidamente para o absolutismo.
Item: os ditos procuradores prometem e asseguram, em
virtude dos ditos poderes, que de hoje em diante não enviarão
navios alguns, convém a saber, os ditos senhores rei e rainha de
Castela, e de Leão, e de Aragão etc , por esta parte da raia para
as partes de levante, aquém da dita raia, que fica para o dito
senhor rei de Portugal e dos Algarves etc., nem o dito senhor
rei de Portugal à outra parte da dita raia, que fica para os ditos
senhores rei e rainha de Castela, de Leão etc., a descobrir e
achar terra nem ilhas algumas, nem a contratar, nem resgatar,
nem conquistar de maneira alguma; porém que se acontecesse
que caminhando assim aquém da dita raia os ditos navios dos
ditos senhores rei e rainha de Castela, de Leão etc., achassem
quaisquer ilhas ou terras dentro do que assim fica para o dito
senhor rei de Portugal e dos Algarves, que assim seja e fique
para o dito senhor rei de Portugal e para seus herdeiros para
todo o sempre, que suas altezas o hajam de mandar logo dar
e entregar. E se os navios do dito senhor de Portugal acharem
quaisquer ilhas e terras na parte dos ditos senhores rei e rainha
de Castela, e de Leão, e de Aragão etc , que tudo tal seja e
fique para os ditos senhores rei e rainha de Castela, e de Leão
etc , e para seus herdeiros para todo o sempre, e que o dito
senhor rei de Portugal o haja logo de mandar, dar e entregar.
Item: para que a dita linha ou raia da dita partilha se
haja de traçar e trace direita e a mais certa que possa ser
eTextos complementares
HISTÓRIA Capítulo 1 As origens da presença europeia no Brasil24
pelas ditas trezentas e setenta léguas das ditas ilhas de Cabo
Verde em direção à parte do poente, como dito é, fica as
sentado e concordado pelos ditos procuradores de ambas
as ditas partes, que dentro dos dez primeiros meses seguin-
tes, a contar do dia da conclusão deste tratado, hajam os
ditos senhores seus constituintes de enviar duas ou quatro
caravelas, isto é, uma ou duas de cada parte, mais ou me-
nos, segundo acordarem as ditas partes serem necessárias,
as quais para o dito tempo se achem juntas na ilha da grande
Canária; e enviem nelas, cada uma das ditas partes, pessoas,
tanto pilotos como astrólogos, e marinheiros e quaisquer
outras pessoas que convenham, mas que sejam tantas de
uma parte como de outra e que algumas pessoas dos ditos
pilotos, e astrólogos, e marinheiros, e pessoas que sejam
dos que enviarem os ditos senhores rei e rainha de Castela,
e de Aragão etc , vão no navio ou navios que enviar o dito
senhor rei de Portugal e dos Algarves etc., e da mesma forma
algumas das ditas pessoas que enviar o referido senhor rei
de Portugal vão no navio ou navios que mandarem os ditos
senhores rei e rainha de Castela, e de Aragão, tanto de uma
parte como de outra, para que juntamente possam melhor
ver e reconhecer o mar e os rumos e ventos e graus de sul e
norte, e assinalar as léguas supraditas; tanto que para fazer a
demarcação e limites concorrerão todos juntos os que forem
nos ditos navios, que enviarem ambas as ditas partes, e leva-
rem os seus poderes, que os ditos navios, todos juntamente,
constituem seu caminho para as ditas ilhas de Cabo Verde e
daí tomarão sua rota direita ao poente até às ditas trezentas e
setenta léguas, medidas pelas ditas pessoas que assim forem,
acordarem que devem ser medidas sem prejuízo das ditas
partes e ali onde se acabarem se marque o ponto, e sinal que
convenha por graus de sul e de norte, ou por singradura de
léguas, ou como melhor puderem concordar: a qual dita raia
assinalem desde o dito polo Ártico ao dito polo Antártico, isto
é, de norte a sul, como fica dito: e aquilo que demarcarem
o escrevam e firmem como os próprios as ditas pessoas que
assim forem enviadas por ambas as ditas partes, as quais hão
de levar faculdades e poderes das respectivas partes, cada
um da sua, para fazer o referido sinal e delimitação feita
por eles, estando todos conformes, que seja tida por sinal e
limitação perpetuamente para todo o sempre para que nem
as ditas partes, nem algumas delas, nem seus sucessores
jamais a possam contradizer, nem tirá-la, nem removê-la
em tempo algum, por qualquer maneira que seja possível
ou que possível possa ser E se por acaso acontecer que a
dita raia e limite de polo a polo, como está declarado, topar
em alguma ilha ou terra firme, que no começo de tal ilha
ou terra que assim for encontrada onde tocar a dita linha se
faça alguma marca ou torre: e que a direito do dito sinal ou
torre se sigam daí para diante outros sinais pela tal ilha ou
terra na direção da citada raia os quais partam o que a cada
umas das partes pertencer dela e que os súditos das ditas
partes não ousem passar uns à porção dos outros, nem estes
à daqueles, passando o dito sinal ou limite na tal ilha e terra.
Item: porquanto para irem os ditos navios dos ditos senho-
res rei e rainha de Castela, de Leão, de Aragão etc., dos reinos
e senhorios até sua dita porção além da dita raia, na maneira
que ficou dito, é forçoso que tenham de passar pelos mares
desta banda da raia que fica para o dito senhor rei de Portugal,
fica por isso concordado e assentado que os ditos navios dos
ditos senhores rei e rainha de Castela, de Leão, de Aragão etc.,
possam ir e vir e vão e venham livre, segura e pacificamente
sem contratempo algum pelos ditos mares que ficam para
o dito senhor rei de Portugal, dentro da dita raia em todo o
tempo e cada vez e quando suas altezas e seus sucessores
quiserem, e por bem tiverem, os quais vão por seus caminhos
direitos e rotas, desde seus reinos para qualquer parte do que
esteja dentro da raia e limite, onde quiserem enviar para des-
cobrir, e conquistar e contratar, e que sigam seus caminhos
direito por onde eles acordarem de ir para qualquer ponto da
sua dita parte, e daqueles não se possam apartar, salvo se o
tempo adverso os fizer afastar, contanto que não tomem nem
ocupem, antes de passar a dita raia, coisa alguma do que for
achado pelo dito senhor rei de Portugal [...].
José Carlos de Macedo Soares. Fronteiras do Brasil no regime colonial.
Rio de Janeiro: José Olympio, 1939 p 65 77
y As origens do processo de Expansão Marítima europeia
y Como o processo de Expansão Marítima se articulou ao contexto mais amplo das transformações que a Europa conheceu a partir da Baixa Idade Média.
y Razões que levaram Portugal a se tornar o pioneiro no processo de Grandes Navegações.
y Principais características que nortearam o processo de Grandes Navegações, tanto por parte de Portugal quanto da Espanha e de demais países europeus
Resumindo
Quer saber mais?
Filme
y 1492: A conquista do paraíso. Direção: Ridley Scott, 1992. Classi-
ficação indicativa: 14 anos
A narrativa gira em torno da expedição comandada por Cristóvão
Colombo, que chegou à América em 1492, e dos primeiros momentos
da ocupação da América espanhola pelos europeus.
Site
y Base de Dados de História de Portugal. Centro de Competência TIC
da Escola Superior de Educação de Santarém. Disponível em: <http://
cctic.ese.ipsantarem.pt/red/base-de-dados-de-historia-de-portugal/>.