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Quer saber mais? Site y Revista Língua Portuguesa. Disponível em: <http://revistalingua.uol.com.br>. Livro y BARTHES, Roland O prazer do texto. 3 ed São Paulo: Perspectiva, 2002. Presente do indicativo e tempos derivados Para conjugar os verbos no presente do indicativo, isole o radical e acres- cente as seguintes terminações: 1a conjugação (AR): -o; -as; -a; -amos; -ais; -am 2a conjugação (ER): -o; -es; -e; -emos; -eis; -em 3a conjugação (IR): -o; -es; -e; -imos; -is; -em a) Presente do subjuntivo (que eu ): terminação AR: e, -es, -e, emos, eis, -em; terminação ER/IR: a, -as, a, -amos, ais, -am b) Imperativo afirmativo: 2as pessoas: – conjugar as segundas do presente do indicativo e tirar a letra “s”; demais: = presente do subjuntivo; c) Imperativo negativo: = presente do subjuntivo, com o advérbio “não” antecedendo. Terminação do pretérito perfeito -i, -ste, -u, -mos, -stes, -ram Obs.: cuidado com a primeira e a terceira pessoa em verbos irregulares. Diferenças entre o perfeito e o imperfeito João matava aula. João matou aula. Imperfeito: passado durativo Perfeito: passado pontual Derivados do pretérito perfeito Para obter os três tempos derivados do pretérito perfeito, tira-se o “-ste” da forma verbal da segunda pessoa do singular do pretérito perfeito e agregam-se as desinências de cada tempo. Veja os três tempos e as res- pectivas desinências 1. Pretérito mais que-perfeito do indicativo: -ra, -ras, ra, ramos, -reis-ram (passado anterior a outro passado). João já sentara quando Leo chegou. (Forma simples) João já tinha sentado quando Leo chegou. (Forma composta) 2. Pretérito imperfeito do subjuntivo: -sse, -sses, sse, -ssemos, -sseis, ssem (uma probabilidade no presente, no passado ou no futuro; aces- so ao mundo da fantasia). Observe a combinação desse tempo com o futuro do pretérito. Se ele viesse, eu faria a sua vontade. (Imp. do subj ) (Fut do pretér ) 3. Futuro do subjuntivo: -r, -res, -r -rmos, -rdes, -rem (uma possibilidade no futuro). Observe a combinação desse tempo com o futuro do presente Se ele vier, eu farei sua vontade (Fut. subj.) (Fut. do pres.) Embreagens verbais O emprego metafórico dos tempos (ou embreagens verbais) é a substituição de um tempo por outro e seus efeitos de sentido. Esse procedimento não se restringe a textos literários; no cotidiano, é comum a troca de tempos. Veja a diferença entre o emprego literal e o emprego metafórico no pe- ríodo a seguir. Em 2006, o Brasil perdeu a copa e o “status” de melhor equipe do mundo Pretérito perfeito (emprego literal) Em 2006, o Brasil perde a copa e o “status” de melhor equipe do mundo Presente do indicativo no lugar do pretérito perfeito (emprego metafórico) No segundo período, o presente destaca o passado, já que este possui ressonância até os dias de hoje Veja outros exemplos 1. O imperfeito no lugar do presente do indicativo (efeito: polidez, educação) O senhor podia tirar o seu revólver de meu pescoço? (podia em vez de pode) 2. O imperfeito no lugar do futuro do pretérito (efeito: certeza) Este jantar até meu marido fazia! (fazia no lugar de faria) 3. O perfeito no lugar do futuro do presente (efeito: certeza) USP? O ano que vem? Já passei! (passei no lugar de passarei) Resumindo LÍNGUa PORTUGUeSa Capítulo 16 Verbo112 Exercícios complementares 1 Numere a 2a coluna de acordo com a 1a e, a seguir, assi- nale a alternativa que corresponde à sequência correta. Cada número pode ser usado mais de uma vez 1. Tu ( ) Mantêm-no 2 Ele ( ) Restituí lo 3. Vós ( ) Contém-lo 4. Eles ( ) Expõe-no ( ) Restitui lo ( ) Obtém-no A 4 1 1 2 3 2 4 3 1 2 1 2 C 2 – 4 – 3 – 1 – 2 – 1 D 3 2 2 4 1 3 Leia o poema de Bocage para responder à questão de número 2 Olha, Marília, as flautas dos pastores Que bem que soam, como estão cadentes! Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes Os Zéfiros brincar por entre flores? Vê como ali, beijando-se, os Amores Incitam nossos ósculos ardentes! Ei-las de planta em planta as inocentes, As vagas borboletas de mil cores. Naquele arbusto o rouxinol suspira, Ora nas folhas a abelhinha para, Ora nos ares, sussurrando, gira: Que alegre campo! Que manhã tão clara! Mas ah! Tudo o que vês, se eu te não vira, Mais tristeza que a morte me causara. 2 Analise as considerações sobre as formas verbais ne- las destacadas. I Olha, Marília, as flautas dos pastores Como o eu lírico faz um convite à audição das flautas dos pastores, poderia ser empregada a forma Ouça, no lugar de Olha II. Vê como ali, beijando-se, os Amores... – A forma verbal, no imperativo, expressa um convite do eu lírico para que a amada se delicie, junto a ele, com o belo cenário. III Mas ah! Tudo o que vês A forma verbal, tam bém no imperativo, sugere que, neste ponto do poema, a amada já viu tudo o que o seu amado lhe mostrou Está correto o que se arma apenas em: A I II. C III. D I e II. E I e III. 3 Os aliados não querem romper o namoro com FHC – querem é namorar mais Veja, 18 ago. 1999. A comparação entre as palavras em destaque de- monstra que o signicado geral de “expressar ação” não é suciente para identicar o verbo como classe gramatical, já que namoro consta no dicionário como “ato de namorar” Para diferenciar o verbo no substan- tivo, por exemplo, seria necessário considerar, além do sentido de ação, a seguinte característica que só os verbos possuem: A terminação em r. flexão de tempo, modo e pessoa. C presença indispensável à frase. D anteposição de um substantivo. 4 Assinale a alternativa em que a correlação de tempos e modos verbais não é adequada ao contexto A Ainda aparecerá no Congresso alguém disposto a apresentar um projeto que fixe consequências para aqueles que enganem a sociedade. Tudo leva a crer que, nesses cruzamentos de cul- turas, a situação das áreas coloniais apresente um convívio de extremos C Não há dúvida de que, nos traumas sociais, os su- jeitos da cultura popular sofrem abalos graves. D More alguém nos bairros pobres da periferia de uma cidade grande e verá no que resultou essa condição do migrante E A sua conduta será de inconformismo e violência, até que um dia certas condições poderiam recons- tituir sua vida familiar. Texto para a questão 5. Educai o coração da mulher, esclarecei seu intelecto com o estudo de coisas úteis e com a prática dos deveres, inspirando nela o deleite que se experimenta ao cum- pri los; purgai a sua alma de tantas nocivas frivolidades pueris de que se acha rodeada mal abre os olhos à luz. Cessai aqueles tolos discursos com os quais atordoais sua razão, fazendo a crer que é rainha, quando nada mais é que a escrava dos vossos caprichos. Não façais dela a mulher da Bíblia; a mulher de hoje em dia pode sair-se melhor do que aquela; nem muito menos a mulher da Idade Média: da qual estamos todas tão distantes que não poder-nos-ia servir de modelo; mas a mulher que deve progredir com o século dezenove, ao lado do homem, rumo à regeneração dos povos Guarde-se bem o homem de ter a mulher para seu joguete, ou sua escrava; trate-a como uma companhei- ra da sua vida, devendo ela participar de suas alegres e tristes aventuras; considere-a desde o berço até seu leito de morte, como aquela que exerce uma influência real sobre o destino dele, e por conseguinte sobre o destino das nações; dedique-lhe, por último, uma educação como exige a grande tarefa que ela deve cumprir na sociedade F R E N T E 1 113 como o benéfico ascendente do coração; e a mulher será como deve ser, filha e irmã dedicadíssima, terna e pudica esposa, boa e providente mãe. Nísia Floresta. Cintilações de uma alma brasileira. Florianópolis/Santa Cruz: Ed Mulheres/Ed. da Unisc, 1997, p. 115 7 5 No texto, o uso dos verbos no imperativo justifica-se pela necessidade de: A mostrar que a escritora Nísia Floresta (1810-1855) escreveu sobre os direitos das mulheres, dos ín dios, dos escravos. expressar uma ordem absoluta, isto é, uma ordem que deve ser cumprida sem condição,como se fos- se um mandamento. C exprimir uma orientação da autora para que se façam ações que, na opinião dela, têm o fim de me- lhorar a condição da mulher D fazer da mulher de hoje a mulher da Bíblia, porque pode, como a da Idade Média, servir-nos de modelo. E educar o coração da mulher, dando ordens ao seu intelecto para a prática dos deveres que lhe trazem alegria. 6 Leia. Até hoje permanece certa confusão em torno da morte de Quincas Berro D’água. Dúvidas por explicar, detalhes absurdos, contradições no depoimento das testemunhas, lacunas diversas. Não há clareza sobre hora, local e frase derradeira. A família, apoiada por vizinhos e conhecidos, mantém se intransigente na versão da tranquila morte ma tinal, sem testemunhas, sem aparato, sem frase, acontecida quase vinte horas antes daquela outra propalada e comen- tada morte na agonia da noite, quando a lua se desfez sobre o mar e aconteceram mistérios na orla do cais da Bahia Presenciada, no entanto, por testemunhas idôneas, largamente falada nas ladeiras e becos escusos, a frase final repetida de boca em boca representou, na opinião daquela gente, mais que uma simples despedida do mundo, um testemunho profético, mensagem de profundo conteúdo (como escreveria um jovem autor de nosso tempo) [ ] Jorge Amado. A morte e a morte de Quincas Berro d’Água. (Adapt.). Assinale a única alternativa que explica adequa damente o emprego do presente do indicativo no primeiro parágrafo do texto. A Expressa um acontecimento a ser realizado em um futuro próximo. Narra fatos ocorridos no passado com vivacidade. C Indica que os fatos ocorrem no momento em que estão sendo narrados. D Indica fatos habituais. E Enuncia uma verdade geral 7 ESPM RJ 2019 A um passarinho Para que vieste Na minha janela Meter o nariz? Se foi por um verso Não sou mais poeta Ando tão feliz! Se é para uma prosa Não sou Anchieta Nem venho de Assis. Deixa-te de histórias Some-te daqui! (Vinicius de Moraes) Disponível em: http://humbertodealmeida com.br/ uma-borboleta e-a-poesia em-movimento/ Os dois últimos versos trazem a forma verbal no Im- perativo Armativo, na segunda pessoa do singular (tu). Se estivessem na segunda pessoa do plural (vós), teríamos: A Deixai-vos de histórias/Sumi vos daqui! Deixe-vos de histórias/Suma-vos daqui! C Deixeis-vos de histórias/Sumais-vos daqui! D Deixemo-nos de histórias/Sumamo-nos daqui! E Deixais-vos de histórias/Sumis-vos daqui! 8 “Ficam desde já excluídos os sonhadores, os que amem o mistério e procurem justamente esta ocasião de comprar um bilhete na loteria da vida.” Se a primeira frase fosse volitiva, e o segundo e o ter- ceiro verbos em destaque conotassem ação no plano da realidade, teríamos, respectivamente, as seguintes formas verbais: A fique, amassem, procurassem. ficavam, tenham amado, tenham procurado. C ficariam, amariam, procurariam. D fiquem, amam, procuram. E ficariam, tivessem amado, tivessem procurado. 9 UFU (Adapt.) Observe os tempos verbais, em desta- que, utilizados pelo autor nos trechos transcritos a seguir [...] No final da linha, um desgraçado terá encontrado auxílio, remédio e agasalho, e o mundo terá ficado um pouco menos selvagem, ainda que momentaneamente. [...] Você vai se sentir maior e melhor [ ] [...] [...] em fazer parecer esmola o que deveria ser um direito Veja, 7 jan. 1998. LÍNGUA PORTUGUESA Capítulo 16 Verbo114