Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
LÍNGUA PORTUGUESA Capítulo 20 Estudo de determinadas partículas82 Mas é só um menino. Não deveria nos dar esta sen sação de naufrágio da humanidade. Há dias, não adianta acusar governos, etnias, religiões, porque a falta de ar não cessa. É lágrima que não pinga, não seca nem escorre. É mais que um cadáver, é um assombro, uma dor insepulta de que tentamos nos livrar. E ainda suspeitamos de nós mesmos. Em nome dos deuses fazemos coisas que até o diabo duvida. Duvida e se defende, dizendo que não chegaria a tanto, embora comemore o resultado. Queríamos não ter visto nem sabido maldito fo tógrafo, maldita web e maldita imagem que, mesmo escorraçada da memória, dorme no tapete da sala e à noite repousa no nosso travesseiro, naquela pose mesmo que o mar beijava Fica-nos a sensação de que Alá deu de ombros, Jeová lavou as mãos e, embriagados na bacanal do Olimpo, os outros também ignoraram o presente de grego numa praia do Mediterrâneo Enquanto isso, no Hades, dançando e atualizando Castro Alves com outras infâmias no mar, ri-se Satanás. http://www.cronicadodia.com.br/2015/09/ acorda-menino-albir-jose-inacio-da-silva.html Assinale a alternativa cujo “que” em destaque funcione como conjunção integrante, ou seja, tem a função de introduzir oração subordinada substantiva. A “É lágrima que não pinga.” “É mais que um cadáver.” “Duvida e se defende, dizendo que não chegaria a tanto.” “... maldita imagem que, mesmo escorraçada da memória, dorme no tapete da sala.” E “... naquela pose mesmo que o mar beijava.” 13 UFVJM 2017 Dependência Digital Por Gabriela Cabral A dependência digital é a busca incessante pela utilização da internet que age de forma semelhante à de- pendência química, pois ocorre como consequência do uso prolongado da internet que, por sua vez, proporciona prazer físico à pessoa Tal prazer está relacionado a fatos e reações simples como downloads, interatividades, e-mails, que em contato direto com o organismo originam des cargas elétricas entre os neurônios através da dopamina. A dopamina é um neurotransmissor que antecede na- turalmente a adrenalina e a noradrenalina que atuam no organismo como estimulantes do sistema nervoso central A dependência digital estimula a produção da dopamina e provoca uma grande sensação de prazer resultando na busca por tais momentos. Em pesquisa realizada no ano de 1997, pela pesquisa- dora Diane Wieland, dos Estados Unidos, foi afirmado que o uso prolongado desta ferramenta facilitadora de buscas e pesquisas promove além do estado vicioso de depen- dência, relacionamentos interpessoais baseados em fatores supérfluos e sem envolvimentos Na pesquisa, foi com provado que pessoas que utilizam a internet em grande escala se tornam virtuais, pois aderem a relacionamentos íntimos, de amizade e de competições virtuais transfor- mando o próprio organismo num organismo virtual. A dependência digital provoca compulsão, depressão, TOC (transtorno obsessivo-compulsivo), agitação, irritabi- lidade, perda de sentimentos e perturbação A perturbação está ligada às preocupações com a rede, com o tempo em que está on-line, com a percepção de sua necessidade de permanecer na internet, o distanciamento de amigos e fa- miliares e ainda com o refúgio que a rede lhe proporciona diante de problemas. Do ponto de vista psicológico, a dependência digital é uma patologia e ocorre em alguns casos, não acometendo todos os usuários. Quando se transforma em patologia, deve ser percebida e encaminhada para um profissional competente para que esse auxilie o indivíduo na busca do autocontrole Fonte: DANTAS, Gabriela Cabral da Silva. "Dependência Digital"; Brasil Escola. Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/psicologia/ dependencia-digital.htm>. Acesso em 28 de julho de 2018. Assinale a alternativa em que o referente da palavra que, em destaque, está corretamente indicado A “A dependência digital é a busca incessante pela utilização da internet que age de forma semelhante à dependência química” (que = internet). “A dopamina é um neurotransmissor que antece- de naturalmente a adrenalina e a noradrenalina que atuam no organismo como estimulantes do sistema nervoso central” (que = a adrenalina e a noradrenalina). “Tal prazer está relacionado a fatos e reações simples como downloads, interatividades, e-mails, que em contato direto com o organismo originam descargas elétricas entre os neurônios através da dopamina” (que = e mails) “Em pesquisa realizada no ano de 1997, pela pes- quisadora Diane Wieland, dos Estados Unidos, foi afirmado que o uso prolongado desta ferramenta facilitadora de buscas e pesquisas promove além do estado vicioso de dependência, relacionamen- tos interpessoais baseados em fatores supérfluos e sem envolvimentos” (que = o uso). 14 IFPR 2017 Deuses e Demônios A possessão constituía um fenômeno familiar no mun- do grego. Gente de todas as camadas sociais consultava o oráculo de Apolo, em Delfos, onde a pitonisa, em transe, oferecia respostas – por vezes enigmáticas e ambíguas – às questões apresentadas O domínio dos corpos pela divin- dade era habitual nos rituais sagrados, como o de Dionísio, (a) que deu origem ao teatro Por sua vez, Platão chegou a afirmar (b) que muitos poetas criavam sob o domínio das Musas e de outras deidades, sem controle sobre as palavras proferidas. Milênios depois, os principais estudiosos do psi- quismo empreenderam o exame da possessão. Jung, por exemplo, abordou o fenômeno já na sua tese de douto- ramento, focalizando o caso de uma adolescente (c) que F R E N T E 1 83 dizia “receber” o espírito do avô já falecido. Mais tarde, o criador da psicologia analítica desenvolveria o concei- to de arquétipos – representações inatas e específicas da humanidade (d) que são o correspondente psíquico dos instintos –, que se revelaria de enorme valor no estudo das mais diversas manifestações culturais O culto a Dionísio, por exemplo, foi considerado um arquétipo da fertilidade humana O pensador suíço também escreveu sobre o orá- culo de Delfos, relacionando a obscuridade das respostas com as mensagens ambíguas do inconsciente. O cenário da possessão esteve igualmente presente no desenvolvimento de outro conceito junguiano funda- mental: os complexos, “ilhas de fantasia” psíquicas (e) que atuam sobre o eu e chegam a dominá-lo. Tornam-se nocivos quando ganham autonomia, sem se integrar à es- trutura do psiquismo; Jung chegou a comparar o controle do eu pelos complexos autônomos com a noção medieval de possessão demoníaca (Mente, Cérebro e Filosofia, nº1, Duetto) Entre as orações abaixo, assinaladas de (a) a (d) no texto, identique a única em que a palavra “que” tem função diferente das demais: A que deu origem ao teatro. que dizia “receber” o espírito do avô já falecido. que são o correspondente psíquico dos instintos. que muitos poetas criavam sob o domínio das Musas. 15 Unimontes 2017 QUANDO IRÁ A MÁQUINA SUPERAR OS HUMANOS? [ ] Atualmente, as máquinas só conseguem fazer aquilo para o que foram programadas. Para que viessem a se tornar uma ameaça ou tão somente rebeldes, seria necessário que adquirissem autoconsciência. Na prática, elas precisariam ser capazes de reescrever seu próprio código a essência de seu “ser” Para alguns estudiosos, como o filósofo americano John Searle, da Universidade da Califórnia, o risco não existe: se de fato houver tamanha inteligência, ela estará automaticamente domada e limitada pela própria arquite- tura computacional Para outros estudiosos, como Bostrom, é apenas questão de tempo para que as máquinas se livrem de suas amarras O professor, que também tem formação em compu- tação e física, está entusiasmado com o fato de que o assunto tornou-se alvo de atenção, em especial dos últimos dois anos, desde que seu livro foi lançado, em 2014. Na opinião de Bostrom, se as pessoas estiverem de vidamente alertadas para os riscos, resta um “desafio”: investir as energias numa solução construtiva para o “pro- blema do controle”, como diz à Folha. Ele afirmaque seu objetivo é lançar as bases para que a colaboração entre indústria e academia se efetive e possa guiar as pesquisas para o futuro, atentando para princípios morais humanos. Para ele, a superinteligência nos conduziria rapida- mente a um estado de maturidade tecnológica no qual “muitas coisas que hoje parecem ficção científica seriam possíveis”. Por exemplo: “Uma extrema extensão do tempo de vida, a colonização do espaço, o upload de mentes em computadores e muitas outras aplicações que não depen dam de violar as leis da física e as limitações da matéria” Para que a superinteligência seja realmente usada para finalidades como as que elenca, é crucial resolver a questão do controle. “Uma vez resolvida, dependerá de escolhermos ou não direcionar a mira para esses objeti- vos”, diz [ ] Disponível em: <www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2016/04/1761289 quando-ira-a-maquina-superar-os humanos.shtml>. Acesso em: 14 set. 2017 Adaptado. Nas quatro orações a seguir, encontra-se em destaque a partícula “que”. Em seu uso, essa partícula desem- penha funções sintáticas distintas – de um enunciado para outro , a depender do contexto e das ocorrên- cias linguísticas presentes. Assinale, abaixo, apenas a alternativa em que a par- tícula em destaque apresenta uma função sintática diferente da ocorrida nas demais alternativas dessa questão. A “O professor, que também tem formação em com- putação e física, [ ]” “Ele afirma que seu objetivo é lançar as bases para que a colaboração entre indústria e academia se efetive [ ]” “[...] ‘muitas coisas que hoje parecem ficção científi- ca seriam possíveis’”. “[ ] o upload de mentes em computadores e mui- tas outras aplicações que não dependam de violar as leis da física [...].” Texto para as questões de 16 a 18. 16 Como você analisa, do ponto de vista semântico, a sequência “Sóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóó”? 17 O termo só, na sua última ocorrência, é considerado gíria. Ele é compatível com a publicidade? © M A R T E S IA B E Z U D E N H O U T D R E A M S T IM E .C O M LÍNGUA PORTUGUESA Capítulo 20 Estudo de determinadas partículas84 18 Interprete as duas outras ocorrências da palavra só Texto para as questões 19 e 20. Oh que saudade que eu tenho da vida boa Jogando botão Chutando pedra Soltando bombinha Na casa da minha tia. Oh que saudade que eu tenho de não ser adulto! R. Onada. 19 Qual a função morfológica e semântica do que em “que saudade”? 20 Qual é o efeito de sentido da palavra que em “que eu tenho”? 21 UFRJ “... comprimem-se um milhão e meio de brasileiros, provenientes de quase todas as unidades da Federação.” Transforme o adjetivo provenientes em oração adjetiva, utilizando-se de verbo do mesmo radical e do relativo que.
Compartilhar