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DESCRIÇÃO Análise do processo de importação, desde o acesso aos diversos sistemas de comércio exterior e os conceitos básicos do controle aduaneiro até a norma administrativa vigente nas importações. PROPÓSITO Compreender a importância das rotinas preliminares do processo de importação e do controle administrativo das importações brasileiras como elementos fundamentais no acesso ao comércio exterior. PREPARAÇÃO Antes de estudar o conteúdo deste tema, é necessário ter acesso à internet para a consulta do portal de aduana e comércio exterior da Receita Federal. OBJETIVOS MÓDULO 1 Identificar os pré-requisitos às importações MÓDULO 2 Esquematizar o controle administrativo das importações brasileiras INTRODUÇÃO Neste tema, estudaremos os pré-requisitos, os conceitos e os cuidados necessários para o desenvolvimento da atividade de importação segundo as determinações da legislação brasileira. MÓDULO 1 Identificar os pré-requisitos às importações ROTINAS PRELIMINARES À IMPORTAÇÃO Primeiramente, precisamos definir a identidade do importador. Perante o governo brasileiro, ele será o responsável pelo cumprimento das seguintes obrigações: ADMINISTRATIVAS TRIBUTÁRIAS FINANCEIRAS COMERCIAIS ADUANEIRAS A norma brasileira determina que podem atuar no comércio exterior nacional pessoas físicas e jurídicas previamente habilitadas. Antes de passarmos para a habilitação, contudo, precisamos esclarecer que: 1 Pessoa física é aquela plena de direitos e portadora de CPF ativo e regular; 2 Pessoa jurídica é aquela legalmente constituída com inscrição regular no CNPJ e demais controles internos. As importações realizadas por pessoa física deverão respeitar as seguintes condições: Kristina Ismulyani/shutterstock Bens destinados à realização de suas atividades profissionais, inclusive na condição de produtor rural, artesão, artista ou assemelhado; Halfpoint/shutterstock Importações para seu uso e consumo próprio; fizkes/shutterstock Importações para suas coleções pessoais. É importante observar que existe a necessidade de uma empresa (pessoa jurídica) estar legalmente constituída e em dia com todas as suas obrigações para poder atuar no comércio exterior brasileiro. PROGRAMA PORTAL ÚNICO DE COMÉRCIO EXTERIOR – SISCOMEX A criação do Programa Portal Único de Comércio Exterior – Siscomex foi um importante passo para o comércio exterior do país. Lançado em 2014, ele é uma iniciativa do governo federal com vistas a reduzir a burocracia, o tempo e os custos nas exportações e importações brasileiras. Seu objetivo é atender com mais eficiência às demandas do comércio exterior brasileiro atual e dos próximos anos, permanecendo, assim, uma ferramenta efetiva. Para isso, esse programa busca reformular os processos de exportações e importações, tornando-os mais eficientes e harmonizados, além de criar um guichê único para centralizar a interação entre o governo e os operadores privados atuantes no comércio exterior. Desenvolvido com base na metodologia ágil de software, o portal tem sido implantado por meios de entregas graduais e progressivas. Com ele, todas as exigências, licenças ou autorizações diretamente incidentes sobre as operações de comércio deverão ser demandadas por meio do Siscomex. Assim, ao acessar o portal, os intervenientes privados nas atividades de comércio exterior terão conhecimento de todos os requisitos a serem cumpridos para a conclusão de suas operações. Com a disponibilização de toda informação necessária em um único local, diminuem-se os custos para a sua obtenção. Além disso, com a segurança de que todas as exigências são cumpridas por intermédio do Siscomex, as operações se tornam mais previsíveis e seguras. A organização das informações possibilita ainda a criação de novos índices e indicadores de desempenho dos intervenientes de comércio exterior, permitindo aos usuários avaliar a eficiência da atuação de cada ator nos processos. A existência de gargalos, desse modo, será evidenciada, permitindo ações corretivas tempestivas. A disponibilidade da legislação atualizada possibilita ainda a compreensão do sistema administrativo das importações brasileiras e o cumprimento das regras que apresentam as diversas características de um licenciamento de importação. HABILITAÇÃO JUNTO À RECEITA FEDERAL Desde a implantação do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), é necessário o cumprimento de formalidades para acesso. As operações de importação são conduzidas dentro do Siscomex. O governo brasileiro disciplina os procedimentos para a habilitação de importadores e exportadores que pretendem operar no sistema por meio de atos normativos emitidos pela Receita Federal do Brasil (RFB). COMENTÁRIO O procedimento atual está disposto na Instrução Normativa RFB nº 1603/2015. De acordo com a Instrução Normativa RFB nº 1603, de 2015, a habilitação da pessoa física e do responsável por pessoa jurídica para a prática de atos no Siscomex é realizada em uma das seguintes modalidades: PESSOA JURÍDICA (PJ) I − Pessoa jurídica (PJ) nas seguintes submodalidades: a) Expressa, no caso de: Pessoa jurídica constituída sob a forma de sociedade anônima de capital aberto, com ações negociadas em Bolsa de Valores ou no mercado de balcão, bem como suas subsidiárias integrais; Pessoa jurídica certificada como operador econômico autorizado; Empresa pública ou sociedade de economia mista; Órgãos da administração pública direta, autarquia e fundação pública, órgão público autônomo, organismo internacional e outras instituições extraterritoriais; Pessoa jurídica que pretenda realizar operações de exportação sem limite de valores e de importação, cujo somatório dos valores, em cada período consecutivo de 6 (seis) meses, seja inferior ou igual a US$50.000 (cinquenta mil dólares dos Estados Unidos da América). b) Limitada, no caso de pessoa jurídica cuja capacidade financeira comporte realizar operações de importação cuja soma dos valores, em cada período consecutivo de 6 (seis) meses, seja superior a US$50.000 (cinquenta mil dólares dos Estados Unidos da América) e igual ou inferior a US$150.000 (cento e cinquenta mil dólares dos Estados Unidos da América); c) Ilimitada, no caso de pessoa jurídica com capacidade financeira que permita realizar operações de importação cuja soma dos valores seja superior a US$150.000 (cento e cinquenta mil dólares dos Estados Unidos da América); PESSOA FÍSICA (PF) II − Pessoa física (PF), no caso de habilitação do próprio interessado, inclusive quando qualificado como produtor rural, artesão, artista ou assemelhado. Considera-se produtor rural a pessoa física que explore uma atividade rural individualmente ou sob a forma de parceria, arrendamento ou condomínio comprovada documentalmente. A pessoa jurídica deverá providenciar a habilitação de seu responsável legal no Siscomex para uma das seguintes submodalidades citadas anteriormente: expressa, limitada ou ilimitada. A rotina de habilitação deve ser requerida atualmente por meio do Portal Habilita, que fica no Portal Único Siscomex. Fonte: autor/shutterstock O sistema exige o certificado digital da pessoa física (@-CPF) responsável pela jurídica. Isso mesmo: @-CPF. Somente o responsável legal pode requerer a habilitação da empresa. Acesso: Habilitar empresa/ Cadastro de intervenientes/ Habilitação/ Requerer habilitação. Seleciona-se a empresa entre os CNPJs que constam o usuário como integrante do quadro de sócios e administradores (QSA). Podem ser indicadas como responsáveis legais da pessoa jurídica perante o Siscomex as pessoas físicas qualificadas segundo a tabela de natureza jurídica x qualificação do representante da entidade (anexo V da Instrução Normativa RFB nº 1.863/2018). A escolha da submodalidade de habilitação expressa US$50.000 é limitada ou ilimitada. Ao solicitar essa submodalidade, a habilitação será concedida sem um cálculo da capacidade financeira de forma automática. Ao selecionara opção de limitada ou ilimitada, o sistema efetuará o cálculo da capacidade financeira para definir a submodalidade correspondente. A seleção da RFB poderá direcionar o requerimento para análise por um servidor. HABILITAÇÃO PARA IMPORTAR Observaremos neste vídeo o funcionamento das rotinas preliminares às importações. SISTEMAS LEGADOS E OUTROS SISTEMAS ATIVOS UTILIZADOS Conheceremos agora alguns sistemas legados e outros sistemas ativos de comércio exterior que podem ser acessados por meio do portal Siscomex (2019): SISCOMEX IMPORTAÇÃO Fonte: (SISCOMEX, 2019) Licença de importação (LI) e declaração de importação (DI) Sistema que permite ao usuário executar atividades restritas ao perfil em que esteja habilitado que sejam relativas ao tratamento administrativo e ao despacho aduaneiro de importação como, por exemplo, solicitação da LI e registro da DI. Anuente web – Siscomex importação − Secex Sistema pelo qual os órgãos anuentes analisam os licenciamentos de importação que requeiram sua anuência e registram o resultado de tal análise para que ela seja visível ao importador no módulo de licenciamento. Certificados de origem digitais (COD) − Receita Federal O módulo aduaneiro de recepção dos certificados de origem digitais (COD), comumente chamado de SiscoImagem, permite ao importador apresentar COD às unidades locais da RFB responsáveis pela conferência aduaneira dos despachos de importação de suas mercadorias, reduzindo, entre outras vantagens, a necessidade do uso do papel e de protocolização presencial. Sistema para importação de mercúrio metálico – Ibama A Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/1981) determina ao Ibama a responsabilidade de autorizar a importação e de controlar a produção, a comercialização e o uso de mercúrio metálico no Brasil. Licença para importação ou exportação de flora e fauna – Ibama A Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (CITES) regula o comércio de espécies da fauna e flora, prevenindo-as do perigo de extinção quando a ameaça for o comércio internacional. O Ibama incorporou os procedimentos exigidos para avaliação e emissão de licenças de exportação e importação em um software online (serviço CITES) pelo qual os exportadores e importadores deverão solicitar suas licenças. Orquestra – Inmetro Processo de análise de licença de importação para anuência automatizado, utilizando, para isso, a ferramenta de BPMS Orquestra. Pedido de licenciamento de importação – Suframa O pedido de licenciamento de importação (PLI) é o programa desenvolvido pela Suframa para disponibilizar às empresas do polo industrial de Manaus uma ferramenta para a elaboração de documentos de PLI. Por meio desse pedido, você pode, de forma automatizada, confeccionar, validar e enviar documentos à Suframa. SLI – matérias-primas e minerais – CNEN Solicitação de licença de importação para matérias-primas e minerais. SLI – radioisótopos e/ou equipamentos geradores de radiação ionizante – CNEN Para importar radioisótopos e/ou equipamentos geradores de radiação ionizante, é necessário preencher corretamente os dados no Siscomex, bem como o formulário eletrônico denominado solicitação para licença de importação para material radioativo e/ou equipamento gerador de radiação ionizante (SLI). Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Pakorn Khantiyaporn/shutterstock CARGAS E LOGÍSTICA Siscomex carga, Mantra, Porto sem Papel e Siscomex Trânsito. chainarong06/shutterstock CADASTROS E HABILITAÇÕES Habilitação no Siscomex, CNCD (comércio de diamantes – CPK), Credenciamento de Pesquisadores (CNPQ), Programa Cadastro (Polícia Federal), Sistema de Cadastro de Empresas (Suframa) e Cadastro de empresa exportadora/renovação (CNEN). CADASTRO DE REPRESENTANTES As operações de importação no Siscomex poderão ser efetuadas pelo próprio importador mediante habilitação prévia ou por intermédio de representantes credenciados nos termos e nas condições estabelecidos pela Receita Federal na Instrução Normativa RFB nº 1603/2015. Após habilitar a empresa, o responsável legal também deverá cadastrar pelo Portal Habilita os representantes para atuarem no exercício das atividades com o despacho aduaneiro. O acesso ao sistema é pessoal, sendo exercido por pessoa física por meio de certificado digital @-CPF. Fonte: (BRASIL, 2020h) Somente poderão ser credenciados para exercer atividades relacionadas com o despacho aduaneiro no Siscomex: Despachante aduaneiro; Dirigente ou empregado da pessoa jurídica representada; O próprio interessado nos casos de operações efetuadas por pessoas físicas. Confira o passo a passo apresentado na seção “Cadastramento de representantes” do site da Receita Federal: 1 “Acesso: Importador exportador/ Importador/ Exportador/ Despachante/ Cadastro de intervenientes/ Representação/ Representação por dirigente funcionário/ Incluir.” Fonte: SISCOMEX Fonte: SISCOMEX 2 “Informar CNPJ do representado, Tipo de atuação: importador/exportador, CPF do dirigente/funcionário, Tipo de atuação: sócio/dirigente/outorgado ou funcionário CLT, conforme o caso, Data final, se for o caso, e Adicionar.” 3 “Ou, sendo o caso, Representação por despachante/ Incluir. Informar CNPJ/CPF do representado, Tipo de atuação: importador/exportador, CPF do despachante, Data final e Adicionar.” Fonte: (BRASIL, 2020a) Após o cadastramento do representante, o importador está apto ao acesso a todas as funcionalidades do perfil importador. Fonte: SISCOMEX REGISTRO DE EXPORTADORES E IMPORTADORES (REI) A inscrição no REI da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) é automática, sendo realizada no ato da primeira operação de importação ou de exportação em qualquer ponto conectado ao Siscomex. IMPORTANTE As empresas importadoras e exportadoras já inscritas no REI terão sua inscrição mantida, não sendo necessária qualquer providência adicional. Essa inscrição não gera qualquer número. O Departamento de Operações de Comércio Exterior (atual SUEXT) não expedirá uma declaração de que a empresa está registrada no REI por conta da qualidade automática prevista anteriormente. O objetivo do REI é garantir aos parceiros internacionais a idoneidade das empresas que atuam no comércio exterior brasileiro. ASPECTOS CONCEITUAIS TERRITÓRIO ADUANEIRO O território aduaneiro compreende todo o território nacional e se divide em duas zonas: ZONA PRIMÁRIA ZONA SECUNDÁRIA ZONA PRIMÁRIA É o ponto de passagem obrigatória por onde todas as mercadorias e veículos devem entrar no país e sair dele. São pontos exclusivos de entrada e saída de veículos e de mercadorias, tendo um controle aduaneiro permanente e ostensivo. A zona primária compreende: área terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, compreendida pelos portos alfandegados; área terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados; e, por fim, áreas adjacentes aos pontos de fronteira alfandegados. ZONA SECUNDÁRIA Compreende a parte restante do território aduaneiro, inclusive as águas territoriais e o espaço aéreo. Tem um controle continuado, ou seja, pode ser exercido em qualquer dia ou hora em que haja manuseio ou movimentação de mercadorias. Recintos alfandegados São os locais declarados pela RFB sob controle aduaneiro onde toda movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias, veículos e pessoas deve ser subordinada às normas aduaneiras. Existem recintos alfandegados na zona primária e na secundária. EXEMPLO Recintos alfandegados de zona primária: pátios, armazéns, terminais, dependências de lojas francas e zonas de processamento de exportação. Recintos alfandegados de zona secundária: entrepostos, depósitos, terminais e centros de distribuição alfandegados de remessas postais internacionais. Portos secos São os terminais de uso público instalados em região onde houver uma expressiva concentração de carga de importação ou de exportação, cuja permissãode funcionamento dependa de processo licitatório a ser realizado pela RFB/MF. Destinam-se a operações de movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias e bagagem procedentes do exterior ou a ele destinadas sob controle fiscal, podendo ser executados neles todos os serviços aduaneiros, incluindo os de processamento de despacho. Na importação, a permissionária assumirá a condição de fiel depositária da mercadoria a partir do momento em que atestar o seu recebimento. Além disso, ela deve manter controles de entrada, de permanência e de saída de mercadorias que poderão ser exigidos a qualquer tempo pela fiscalização aduaneira. Fonte: Corepics VOF/Shutterstock Nos portos secos, pode haver a realização de operações com mercadorias sujeitas aos regimes de importação definitiva ou não definitiva. Cabe ao importador a tomada da decisão estratégica sobre o local mais adequado para movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro. Para isso, ele precisará analisar, além desses conceitos, outros quesitos, como, por exemplo, os aspectos logísticos de distribuição e os custos de armazenagem. IMPORTAÇÃO DEFINITIVA E NÃO DEFINITIVA Importação definitiva Aquisição da propriedade/despacho para consumo. Ela ocorre quando o produto estrangeiro importado é nacionalizado independentemente da existência de um ônus cambial (pagamento ao exterior), o que significa integrá-la à massa de riquezas do país com a transferência de propriedade do bem para a empresa brasileira. Trata-se, portanto, das importações comuns que entram no país definitivamente para consumo ou revenda. Importação não definitiva Aquisição da posse/regimes aduaneiros especiais. Este tipo de importação acontece quando não ocorre a nacionalização, como, por exemplo, nos casos das mercadorias importadas sob o regime aduaneiro especial de admissão temporária, as quais, após a permanência no país, são devolvidas ao exterior (reexportadas). Cabe acrescentar que essas importações poderão – caso o importador assim queira – tornar-se definitivas desde que sejam cumpridas todas as formalidades legais previstas na legislação brasileira. Fonte: CC7/shutterstock Nas importações definitivas, o conhecimento de embarque e a fatura comercial são os documentos que concretizam a transferência da posse e a propriedade... Fonte: 0829kt/shutterstock Já nas não definitivas, inicialmente ocorre apenas a transferência da posse. NACIONALIZAÇÃO Pode ser definida como uma sucessão de etapas que resulta na transferência do produto de uma economia estrangeira para a nacional, sendo aplicado nesse processo todo o tratamento administrativo e tributário equivalente ao do produto nacional. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. A HABILITAÇÃO DA PESSOA FÍSICA RESPONSÁVEL PELA PESSOA JURÍDICA IMPORTADORA PARA A PRÁTICA DE ATOS NO SISTEMA INTEGRADO DE COMÉRCIO EXTERIOR (SISCOMEX) PODE SER REQUERIDA PELO INTERESSADO PARA A PESSOA JURÍDICA NAS SEGUINTES SUBMODALIDADES: A) Ilimitada, no caso de pessoa jurídica com capacidade financeira que permita realizar operações de exportação cuja soma dos valores seja superior a US$50.000 (cinquenta mil dólares dos Estados Unidos da América). B) Limitada, no caso de pessoa jurídica cuja capacidade financeira comporte a realização de operações de importação cuja soma dos valores, em cada período consecutivo de seis meses, seja superior a US$150.000 (cento e cinquenta mil dólares dos Estados Unidos da América). C) Expressa, no caso de pessoa jurídica que pretenda realizar operações de exportação, sem limite de valores, e de importação, cujo somatório dos valores, em cada período consecutivo de seis meses, seja inferior ou igual a US$50.000 (cinquenta mil dólares dos Estados Unidos da América). D) Expressa, no caso de pessoa jurídica com capacidade financeira que permita realizar operações de importação cuja soma dos valores seja superior a US$150.000 (cento e cinquenta mil dólares dos Estados Unidos da América). 2. OS RECINTOS ALFANDEGADOS SERÃO ASSIM DECLARADOS PELA AUTORIDADE ADUANEIRA COMPETENTE NA ZONA PRIMÁRIA OU NA SECUNDÁRIA A FIM DE QUE NELES POSSA HAVER, SOB UM CONTROLE ADUANEIRO, MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM E DESPACHO ADUANEIRO DE: A) Apenas mercadorias procedentes do exterior sob o regime de importação definitiva. B) Mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas. C) Bagagem de viajantes procedentes do exterior ou a ele destinados e daqueles em voos domésticos. D) Remessas postais internacionais e nacionais. GABARITO 1. A habilitação da pessoa física responsável pela pessoa jurídica importadora para a prática de atos no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) pode ser requerida pelo interessado para a pessoa jurídica nas seguintes submodalidades: A alternativa "C " está correta. De forma automática, a habilitação expressa é concedida sem análise da capacidade financeira no Portal Habilita. 2. Os recintos alfandegados serão assim declarados pela autoridade aduaneira competente na zona primária ou na secundária a fim de que neles possa haver, sob um controle aduaneiro, movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de: A alternativa "B " está correta. Remessas nacionais ou mercadorias/bagagens de voos domésticos não devem passar nos recintos alfandegários. Esse espaço físico é destinado a toda movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias importadas ou que serão exportadas. MÓDULO 2 Esquematizar o controle administrativo das importações brasileiras TRATAMENTO ADMINISTRATIVO NAS IMPORTAÇÕES O tratamento administrativo representa os controles brasileiros disciplinados por meio da Secex. Periodicamente, essa secretaria edita sua legislação disciplinando os controles a serem adotados pelos importadores. Quanto às aplicações das normas regulamentares e da tramitação administrativa, as importações brasileiras, em termos de classificação, estão agrupadas da seguinte forma: Rebekah Zemansky/shutterstock IMPORTAÇÕES NÃO PERMITIDAS - Por país - Por mercadoria Rebekah Zemansky/shutterstock IMPORTAÇÕES PERMITIDAS - Dispensadas de licenciamento - Licenciamento de importação automático - Licenciamento de importação não automático IMPORTAÇÕES NÃO PERMITIDAS Fonte: Chintung Lee/Shutterstock POR PAÍS Para alguns países, por razões de ordem econômica, política ou social, assim como em função de recomendações de organismos internacionais, restringe-se o desenvolvimento de operações comerciais, o que resulta no impedimento das importações. Fonte: Belish/Shutterstock POR MERCADORIA Com o objetivo de preservar o meio ambiente e a saúde pública ou por diversos outros fatores, vários produtos são identificados − pela classificação fiscal no tratamento administrativo do Siscomex − como impedidas. Isso, na prática, representa uma proibição de importação. IMPORTAÇÕES PERMITIDAS Atualmente, o tratamento administrativo é disciplinado pela Portaria nº 23, de 14 de julho de 2011, que, aliás, está atualizada e consolidada no Portal Siscomex. A legislação administrativa categoriza as importações permitidas em: Importações dispensadas de licenciamento; Importações sujeitas a licenciamento automático; Importações sujeitas a licenciamento não automático. Em 1º de outubro de 2018, entrou no ar o projeto-piloto do novo processo de importação. Na primeira entrega da declaração única de importação (Duimp), ficou estipulado que as importações envolvendo produtos ou operações sujeitos a algum tipo de controle administrativo estão impedidas de registro via Duimp, devendo o importador utilizar o sistema licenciamento de importação. Fonte: Avigator Fortuner/Shutterstock LICENCIAMENTO DE IMPORTAÇÃO Segundo o Acordo sobre Procedimentos para o Licenciamento das Importações (APLI) da Organização Mundial do Comércio (OMC), será considerado um licenciamento de importação todo procedimento administrativo que envolva, como condição prévia para a autorização de importações para o território aduaneiro, a apresentaçãode um pedido ou de outra documentação diferente da que for necessária para fins aduaneiros ao órgão anuente competente. Na sistemática brasileira, essa apresentação se concretiza por meio de um registro eletrônico com informações comerciais específicas, cambiais e tributárias da mercadoria e/ou do tipo da importação. Fonte: Pakorn Khantiyaporn/Shutterstock Nesse momento, o contato com o exportador torna-se fundamental, pois o fato de as compras acontecerem em outros países, havendo vários atores envolvidos (transportadoras locais e internacionais, além de aduanas e despachantes) no processo, exige um critério minucioso. Tendo em vista essa complexidade, cabe ao importador analisar cuidadosamente a viabilidade da operação antes de contratá-la. Essa análise usualmente é feita a partir do recebimento da pro forma invoice (fatura pro forma), mas, dependendo da empresa, isso pode ser feito por intermédio de ordem de compra (purchase order), cotação (quotation) e oferta (offer), além de outros particulares de cada negociação. A fatura pro forma formaliza a cotação do produto, podendo ser ajustada de acordo com os interesses das partes. O conteúdo dessa fatura deve indicar todas as informações necessárias para a análise da viabilidade da importação, destacando-se principalmente as partes, o preço e o produto. AS PARTES Exportador – Nome e endereço completos. Com o endereço, define-se o país de aquisição (no qual a mercadoria é adquirida para ser exportada para o Brasil). Importador – Nome e endereço completos. Pode-se confirmar a correção das informações e solicitar a inclusão do CNPJ. O PREÇO O valor unitário na condição de venda e o total na mesma condição serão indicados em função da unidade de comercialização correspondente. A condição de venda deve ser expressa em função do Incoterms. O Incoterms é negociado conforme o texto da Resolução Camex nº 21/2011, na qual é estabelecido que, nas exportações e importações brasileiras, serão aceitas quaisquer condições de venda praticadas no comércio internacional desde que elas sejam compatíveis com o ordenamento jurídico nacional. Prestemos atenção agora na proibição da condição de venda delivery duty paid (DDP): “[...] em virtude de o vendedor estrangeiro não dispor de condições legais para providenciar o desembaraço para entrada de bens do país, este termo não pode ser utilizado na importação brasileira, devendo ser escolhido o DAT ou DAP no caso de preferência por condição disciplinada pela ICC”. Fonte: (BRASIL, 2020g, grifos nossos) O PRODUTO A especificação da mercadoria precisa conter as denominações próprias e comerciais com todas as informações necessárias à sua perfeita identificação. A descrição detalhada é de extrema importância para que o importador possa, além de identificar o produto a ser adquirido, definir a classificação fiscal da mercadoria na Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). Essa classificação é o processo de determinação do código numérico representativo da mercadoria, tendo de obedecer aos critérios estabelecidos na nomenclatura. A NCM é fundamental para determinar o tratamento administrativo, a necessidade e o tipo de licença de importação, além dos tributos envolvidos nas operações de comércio exterior e de saída de produtos industrializados. Ela é a base para o estabelecimento de direitos de defesa comercial, sendo também utilizada no âmbito do ICMS, na valoração aduaneira e nos dados estatísticos de importação e exportação, assim como na identificação de mercadorias para efeitos de regimes aduaneiros especiais. As mercadorias são sistematicamente ordenadas na NCM de forma progressiva e de acordo com o seu grau de elaboração, começando pelos animais vivos e terminando com as obras de arte, além de passar pelas matérias-primas e pelos produtos semiacabados. Os seis primeiros dígitos da NCM seguem, por uma convenção internacional, o harmonized system (SH). Isso representa que o importador pode – e deve – solicitar ao exportador a indicação desse código internacional e complementar os dois últimos dígitos (definidos pelo Mercosul). Atualmente, o governo disponibiliza essa consulta por intermédio da NCM online do sistema de classificação do Portal Único do Comércio Exterior (Pucomex). Fonte: Siscomex Após a definição da classificação NCM, o importador precisa verificar se o bem a ser importado necessita de uma licença de importação. Atualmente, essa consulta pode ser feita graças à função "Consultar tratamento administrativo geral" do portal Siscomex. Fonte: Siscomex IMPORTAÇÕES DISPENSADAS DE LICENCIAMENTO Como regra geral, as importações brasileiras estão dispensadas de licenciamento, porém é importante fazer uma consulta antes de se embarcar o material. É comum um produto até então isento de LI passar a sê-lo, tendo em vista que é o interesse nacional quem regula a necessidade desse controle. O artigo 13 da Portaria Secex nº 23/2011 relaciona as operações abaixo como dispensadas de licenciamento: I Sob os regimes de entrepostos aduaneiro e industrial, inclusive sob controle aduaneiro informatizado; Sob o regime de admissão temporária, inclusive de bens amparados pelo Regime Aduaneiro Especial de Exportação e Importação de Bens Destinados às Atividades de Pesquisa e de Lavra das Jazidas de Petróleo e de Gás Natural (REPETRO); II III Sob os regimes aduaneiros especiais nas modalidades de loja franca, depósito afiançado, depósito franco e depósito especial; Com redução da alíquota de imposto de importação decorrente da aplicação de “ex-tarifário”; IV V Mercadorias industrializadas, destinadas a consumo no recinto de congressos, feiras e exposições internacionais e eventos assemelhados, observado o contido no art. 70 da Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991; Peças e acessórios abrangidos por contrato de garantia; VI VII Doações, exceto de bens usados; Retorno de material remetido ao exterior para fins de testes, exames e/ou pesquisas, com finalidade industrial ou científica; VIII IX Arrendamento mercantil financeiro (leasing), arrendamento mercantil operacional, arrendamento simples, aluguel ou afretamento; Sob o regime de admissão temporária ou reimportação, quando usados, reutilizáveis e não destinados à comercialização, de recipientes, embalagens, envoltórios, carretéis, separadores, racks, clip locks, termógrafos e outros bens retornáveis com finalidade semelhante destes, destinados ao transporte, acondicionamento, preservação, manuseio ou registro de variações de temperatura de mercadoria importada, exportada, a importar ou a exportar; X XI Nacionalização de máquinas e equipamentos que tenham ingressado no país ao amparo do regime aduaneiro especial de admissão temporária para utilização econômica, aprovado pela RFB, na condição de novas.” Fonte: (BRASIL, 2011) IMPORTAÇÕES SUJEITAS A LICENCIAMENTO AUTOMÁTICO Existem alguns produtos que necessitam de LI, porém o seu deferimento é automático pelo Siscomex ou passa a ser efetivado no prazo máximo de 10 dias úteis, que são contados a partir da data de registro nesse sistema, caso os pedidos de licença sejam apresentados de forma adequada e completa, não havendo a necessidade de análise por parte de nenhum órgão regulador. De acordo com o artigo 14 da Portaria Secex nº 23/2011, os produtos sujeitos a licenciamento automático podem ser consultados no tratamento administrativo do Siscomex, estando disponíveis no endereço eletrônico do portal para uma simples consulta pelo fato de sua informação poder estar desatualizada, prevalecendo então o constante no tratamento administrativo. As importações amparadas no regime aduaneiro especial de drawback também se sujeitam ao licenciamento de importação. O drawback consiste na isenção de tributos incidentes nos insumos (importados ou nacionais) vinculados a uma mercadoria que será exportada. IMPORTAÇÕES SUJEITAS A LICENCIAMENTO NÃO AUTOMÁTICO O artigo 15 da Portaria Secex nº 23/2011 dispõe que estão sujeitasa licenciamento não automático as importações dos produtos relacionados no tratamento administrativo do Siscomex. Eles ficam disponíveis no endereço eletrônico do portal Siscomex para simples consulta, prevalecendo o constante do aludido tratamento administrativo, no qual estão indicados, por produto, os órgãos responsáveis pelo exame prévio do licenciamento não automático. Também estão sujeitas a licenciamento não automático as importações efetuadas nas situações abaixo relacionadas: A Sujeitas à obtenção de cotas tarifária e não tarifária; Ao amparo dos benefícios da Zona Franca de Manaus e das áreas de livre comércio; B C Sujeitas à anuência do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); Sujeitas ao exame de similaridade; D E De material usado; Originárias de países com restrições constantes de resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU); F G Substituição de mercadoria nos termos da portaria do Ministério da Fazenda nº 150, de 26 de julho de 1982; Operações que contenham indícios de fraude; e H I Sujeitas a monitoramento acerca da origem declarada de bens idênticos aos sujeitos a medidas de defesa comercial. Fonte: (BRASIL, 2011) PROCESSAMENTO, TRAMITAÇÃO E PRAZOS No licenciamento não automático, os pedidos têm uma tramitação de, no máximo, 60 dias corridos. Esse prazo poderá ser prorrogado quando for impossível o seu cumprimento por razões que escapem ao controle do órgão anuente do governo brasileiro. Eis a lista de alguns órgãos responsáveis pelo exame prévio da LI: Anvisa, Subsecretaria de Operações de Comércio Exterior (SUEXT), Ibama, Mapa, CNEN, CNPQ, DPF e Exército. O licenciamento automático e o não automático deverão ser efetuados previamente ao embarque da mercadoria no exterior. O licenciamento não automático amparando a entrega de mercadoria sujeita à anuência do Mapa e da Anvisa poderá ser efetuado após o embarque dela e anteriormente ao despacho aduaneiro, quando estiver previsto na legislação específica, desde que o produto não esteja sujeito a licenciamento prévio ao embarque por força de anuência de outro órgão. No amparo ao transporte de brinquedos, esse licenciamento será efetuado de forma posterior ao embarque da mercadoria no exterior, mas anteriormente ao despacho aduaneiro, ainda que o produto contenha tratamento administrativo no Siscomex. A descrição da mercadoria precisará conter todas as características do produto e estar de acordo com a NCM. O pedido de licença deverá ser registrado no Siscomex pelo importador ou por seu representante legal, recebendo uma numeração específica e ficando disponível para fins de análise pelo(s) órgão(s) anuente(s). Mediante uma consulta ao Siscomex, o importador poderá obter, a qualquer tempo, informações sobre seu pedido de licenciamento. O órgão controlador poderá solicitar aos importadores os documentos e as informações considerados necessários para a efetivação do licenciamento. Quando forem verificados erros e/ou omissões no preenchimento do pedido de licença ou mesmo a inobservância dos procedimentos administrativos previstos para a operação ou para o produto, será informada, no próprio pedido, uma advertência ao importador, solicitando a correção de dados. Os dois licenciamentos terão um prazo de validade de 90 dias para fins de embarque da mercadoria no exterior, exceto nos casos que possuam tratamento distinto no tocante ao embarque prévio em outro país. Pedidos de prorrogação de prazo deverão ser apresentados antes do vencimento com justificativa diretamente ao(s) órgão(s) anuente(s) por meio de substituição do licenciamento inicial. Como regra geral, será objeto de análise e decisão somente uma única prorrogação, com prazo máximo idêntico ao do original. Quando não forem vinculadas à DI, o Siscomex cancelará automaticamente as licenças deferidas após os 90 dias da data de validade (em LI deferida com restrição à data de embarque) ou da de deferimento (no caso daquela deferida sem restrição à data de embarque). Em qualquer modalidade, a empresa poderá solicitar a alteração do licenciamento até o desembaraço da mercadoria mediante a substituição, no Siscomex, da licença anteriormente deferida. A substituição estará sujeita a novo exame pelo(s) órgão(s) anuente(s), sendo mantida, no entanto, a validade do licenciamento original. Não serão autorizadas substituições que descaracterizem a operação originalmente licenciada. Quando o licenciamento não automático for concedido por força de decisão judicial, o sistema indicará essa circunstância. ASPECTOS COMERCIAIS A SUEXT efetuará o acompanhamento dos preços praticados nas importações, utilizando diferentes meios com o propósito de aferir o nível praticado. Alguns deles incluem: Cotações de bolsas internacionais de mercadorias Publicações especializadas Listas de preços de fabricantes estrangeiros Contratos de bens de capital fabricados sob encomenda Estatísticas oficiais nacionais e estrangeiras Quaisquer outras informações porventura necessárias, com as respectivas traduções. Em qualquer época, a SUEXT poderá solicitar ao importador informações ou documentação pertinentes a qualquer aspecto comercial da operação. Os documentos utilizados na aferição poderão ser anexados eletronicamente. Esse acompanhamento está associado ao monitoramento sobre a origem declarada de bens idênticos aos sujeitos e às medidas de defesa comercial (medidas antidumping, compensatórias e salvaguardas). Fonte: MarkoV87/Shutterstock Práticas desleais de comércio Medidas de defesa comercial Dumping Direitos antidumping Subsídios Direitos compensatórios O dumping e o subsídio são considerados práticas desleais no comércio internacional. ATENÇÃO O dumping ocorre quando uma empresa exporta para o Brasil um produto com um preço (de exportação) inferior àquele praticado para outro similar nas vendas feitas para o seu mercado interno (valor normal). Essa diferenciação de preços é considerada uma prática desleal de comércio. Se a indústria doméstica de um país sofrer danos em decorrência de importações de produtos similares realizadas a preço de dumping, os direitos antidumping poderão ser aplicados. Fonte: (BRASIL, 2020b, 2020d) Fonte: YDUQS, 2020 Há prática governamental de subsídio quando o produtor ou exportador se beneficia de uma ajuda financeira ou econômica do Estado, seja ela feita diretamente ou por meio de uma empresa privada que lhe permita a colocação de seus produtos no mercado externo a um preço inferior. Esse subsídio deve ser dirigido à indústria ou ao setor do qual provêm esses produtos. Segundo o site do Ministério da Economia (BRASIL, 2020j), "entende-se como subsídio a concessão de benefício em função das seguintes hipóteses: Fonte: Travel mania/Shutterstock Caso haja, no país exportador, qualquer forma de sustentação de renda ou de preços que, direta ou indiretamente, contribua para aumentar exportações ou reduzir importações de qualquer produto; ou Fonte: AePatt Journey/Shutterstock Caso haja contribuição financeira por um governo ou órgão público no interior do território do país exportador”. Isso acontece “desde que, com isso, se configure uma vantagem ao exportador". Fonte: (BRASIL, 2020j) As medidas compensatórias têm como objetivo compensar um subsídio concedido direta ou indiretamente no país exportador para a fabricação, a produção, a exportação ou o transporte de qualquer produto cuja exportação ao Brasil cause danos à sua indústria doméstica. Fonte: YDUQS, 2020 Não se deve confundir o dumping e o subsídio com outras práticas que ocorrem no comércio exterior, como, por exemplo: Subfaturamento: quando o valor declarado na alfândega é menor que aquele pago pelo importador. Ingresso com posições tarifárias incorretas: quando, com a finalidade de tributar taxas menores ou evitar algum tipo de regulamentação do comércio, a mercadoria é declarada em outra classificação, acarretando menos carga tributária.Origem incorreta: quando, a fim de tributar menos ou evitar algum tipo de regulamentação comercial, a mercadoria é declarada como sendo originária de um país distinto daquele que a produziu. (BRASIL, 2020j) As medidas de salvaguarda não são uma defesa contra a prática desleal de comércio. Na verdade, elas objetivam aumentar temporariamente a proteção à indústria doméstica que esteja sofrendo prejuízo grave ou ameaça disso decorrente do aumento das importações – seja ele em termos absolutos ou em relação à produção nacional − para que, durante o período de vigência de tais medidas, a indústria doméstica se ajuste, aumentando a sua competitividade. Fonte: (BRASIL, 2020d) INDÚSTRIA DOMÉSTICA "Considera-se como indústria doméstica o conjunto de produtores de bens similares ou diretamente concorrentes ao produto importado estabelecido no território brasileiro ou os produtores cuja produção total de bens similares ou diretamente concorrentes ao importado constitua uma proporção substancial da produção nacional de tais bens. O termo ‘indústria’ inclui ainda as atividades ligadas à agricultura." Fonte: (BRASIL, 2020b) COMPROMISSO DE AJUSTE Para a restruturação da indústria, ela deve apresentar um programa de ajuste a ser implementado durante a vigência dessa medida. Tal programa será analisado e, uma vez considerado adequado para os fins a que se propõe, assumirá a forma de um compromisso da indústria. Ao longo da vigência dessa medida, será feito um acompanhamento da implementação desse programa. Caso ele não esteja sendo cumprido, a medida será revogada. PREJUÍZO GRAVE OU AMEAÇA DE PREJUÍZO GRAVE "Entende-se por prejuízo grave a deterioração geral e significativa da situação de uma determinada indústria doméstica e por ameaça de prejuízo grave a clara iminência de prejuízo grave com base em fatos, e não apenas em alegações ou possibilidades remotas." Fonte: (BRASIL, 2020b) INDICADORES ANALISADOS "Para fins de determinação de prejuízo grave ou ameaça de prejuízo grave causado pelo aumento das importações, serão levados em conta todos os fatores objetivos e quantificáveis relacionados à situação da indústria afetada, em particular, os seguintes: o volume e a taxa de crescimento das importações do produto em termos absolutos e relativos; a parcela do mercado interno absorvida por importações crescentes; o impacto sobre a indústria doméstica evidenciado pelas alterações de fatores econômicos, tais como: produção, capacidade utilizada, estoques, vendas, participação no mercado, preços (queda ou sua não elevação, que poderia ter ocorrido na ausência de importações), lucros e perdas, rendimento de capital investido, fluxo de caixa e emprego; e outros fatores que, embora não relacionados com a evolução das importações, possam estar afetando a situação da indústria doméstica em causa. No caso de ser alegado ameaça de prejuízo grave, se examinará adicionalmente se é claramente previsível que tal ameaça venha a se concretizar, transformando-se em prejuízo grave. Para tanto, se levará em conta fatores como a taxa de aumento das exportações para o Brasil, a capacidade de exportação, existente ou potencial, dos países fornecedores e a probabilidade de as exportações resultantes dessa capacidade se destinarem ao mercado brasileiro. Existindo outros fatores distintos do aumento das importações que concomitantemente estejam causando prejuízo grave ou ameaça de prejuízo grave à indústria doméstica, esse prejuízo ou ameaça não será atribuído ao aumento das importações." (BRASIL, 2020g) Fonte: YDUQS, 2020 EXAME DE SIMILARIDADE Estão sujeitas ao prévio exame de similaridade as importações amparadas por benefícios fiscais, isenção ou redução do imposto de importação, inclusive as realizadas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal, pelos municípios e pelas respectivas autarquias. Os órgãos da administração indireta que não pleitearem benefícios fiscais estão dispensados desse exame. O exame de similaridade consiste em duas etapas. Na primeira, é realizada a apuração para saber se há produção nacional do bem em questão. Na segunda etapa, é feita a análise da capacidade de o bem nacional substituir o estrangeiro, sendo observados os seguintes parâmetros: Qualidade equivalente e especificações adequadas ao fim a que se destine; Preço não superior ao custo de importação, em moeda nacional, da mercadoria estrangeira, calculado o custo com base no preço CIF (sigla para as expressões em inglês cost, insurance e freight), acrescido dos tributos que incidem sobre a importação e outros encargos de efeito equivalente; Prazo de entrega normal ou corrente para o mesmo tipo de mercadoria. IMPORTANTE Se a importação for sujeita a exame de similaridade e for constatada a existência de similar nacional para o produto a ser importado, ele não poderá ser importado com o benefício fiscal pleiteado. No entanto, a importação poderá ser realizada com o recolhimento integral dos tributos devidos. As importações sujeitas a exame de similaridade são objeto de licenciamento não automático pela SUEXT previamente ao embarque da mercadoria no exterior. Ela inicia o exame de similaridade verificando se há produção nacional do produto a ser importado com benefício fiscal. A apuração da existência dessa produção é feita por meio de publicações periódicas dos produtos que se pretende importar (sem o número de série ou qualquer outra informação específica do pedido), com seu respectivo catálogo técnico ou memorial descritivo, na página eletrônica do Portal Único Siscomex. IMPORTANTE Se não for constatada a existência de produção nacional, o pedido de LI que ampara o pedido de importação com benefício fiscal será deferido. Caso contrário, será realizada a segunda etapa do exame de similaridade mediante a comprovação de que o produto nacional não pode ser considerado similar ao estrangeiro. A resposta à exigência deverá ser formulada em um pedido de LI substitutivo, precisando estar acompanhada de uma comprovação de que: O bem nacional não possui qualidade equivalente e especificações adequadas ao fim a que se destine; Esse bem possui preço superior ao custo de importação, em moeda nacional, da mercadoria estrangeira, calculado o custo com base no preço CIF acrescido dos tributos que incidem sobre a importação e outros encargos de efeito equivalente; Ele não possui prazo de entrega normal ou corrente para o mesmo tipo de mercadoria. O importador deverá buscar propostas de fornecimento do produto em questão com os produtores nacionais indicados na mensagem de diagnóstico do pedido de LI ou na lista consolidada com os resultados das apurações de produção nacional. MATERIAL USADO Conforme orientação do Portal Único Siscomex, a importação de material usado está sujeita a licenciamento não automático pela SUEXT previamente ao embarque da mercadoria no exterior. Para realizar uma importação de bens usados, primeiramente o interessado deve elaborar um pedido de LI no Siscomex. [...] Para tal, deve-se selecionar “Material usado” no campo “Tipo da condição da mercadoria” da ficha “Mercadoria”. O importador deverá então selecionar o “Enquadramento material usado”, que pode ser “Admissão temporária” ou “Nacionalização”. No caso de “Nacionalização”, o importador deverá selecionar o “Tipo de operação” com as seguintes opções: “Ex-tarifário”, “Linha de produção”, “Máquinas para reconstrução”, “Moldes e ferramentas”, “Veículos com mais de 30 anos”, “Doação”, “Contêiner”, “Retorno de mercadoria”, “Partes e peças recondicionadas”, “Máquinas e equipamentos” e “Outros”. Adicionalmente, deve-se indicar, no campo “Informações complementares”, a base legal para a importação pleiteada, observadas as regras gerais para licenciamento de importação previstas em norma, bem como as regras específicas para cada tipo de produto/operação. (SISCOMEX, 2020) Em caso de nacionalização de máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos usados, primeiramente o importadordeve estar ciente de que somente serão autorizadas tais importações desde que elas não sejam produzidos no país ou não possam ser substituídos por outros atualmente fabricados no território nacional que sejam capazes de atender aos fins a que se destina o material a ser importado. A análise de produção nacional, por sua vez, é realizada pela SUEXT. [...] A descrição do produto no pedido de LI deve ser a mais detalhada possível, contendo todas as características técnicas que permitam a correta caracterização do bem. Caso o bem já tenha sido submetido à análise de produção nacional e já tenha sido constatado não haver produção nacional, o resultado da análise anterior poderá ser utilizado na análise do novo pedido de LI. (...) Caso o bem nunca tenha sido objeto de análise de produção nacional, o pedido de LI deverá estar acompanhado de catálogo técnico ou memorial descritivo que detalhe todas as características técnicas, preferencialmente incluindo foto ou layout do bem. Não serão aceitos catálogos que contenham dados do importador, do exportador, do responsável pela elaboração do documento, dados específicos do produto (nº de série, por exemplo), dados técnicos insuficientes ou descrição discrepante daquela declarada no pedido de LI. O catálogo técnico ou memorial descritivo deve estar em língua portuguesa. Não há necessidade de tradução juramentada. (SISCOMEX, 2020) LICENCIAMENTO DE IMPORTAÇÃO Apresentaremos neste vídeo quais são as importações emitidas. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. AO ANALISAR OS ELEMENTOS DA FATURA PROFORMA, ASSINALE A ALTERNATIVA QUE DETERMINA A NECESSIDADE DE OBTENÇÃO DO LICENCIAMENTO DE IMPORTAÇÃO ANTES DO EMBARQUE DA MERCADORIA: A) As partes, pois o exportador pode não estar inscrito no registro de exportadores e importadores (REI). B) O preço, pois pode estar apresentando superfaturamento e, consequentemente, a evasão de divisas. C) O país de origem, procedência e aquisição devido à prática desleal de comércio da salvaguarda. D) A descrição detalhada da mercadoria com as informações essenciais à classificação fiscal na NCM. 2. SOBRE “PRAZO PARA DEFERIMENTO” E “VALIDADE DO LICENCIAMENTO DE IMPORTAÇÃO NÃO AUTOMÁTICO” É CORRETO, NESTA ORDEM, AFIRMAR O SEGUINTE: A) Permissão, até 60 dias corridos para análise, e validade de 90 dias para embarque. B) Permissão, até 10 dias úteis para análise, e validade de 60 dias para embarque. C) Permissão, até 15 dias corridos para análise, e validade de 30 dias para embarque. D) Permissão, 90 dias corridos para análise, podendo ser prorrogada caso o órgão anuente não disponha de informações para a análise, e validade de 90 dias para embarque. GABARITO 1. Ao analisar os elementos da fatura proforma, assinale a alternativa que determina a necessidade de obtenção do licenciamento de importação antes do embarque da mercadoria: A alternativa "D " está correta. No elemento “Descrição detalhada da mercadoria”, é necessário o preenchimento das informações essenciais à classificação fiscal na Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). Essa classificação fiscal determina se há a obrigação de se obter o licenciamento de importação antes do embarque da mercadoria. A NCM é fundamental para determinar o tratamento administrativo, a necessidade e o tipo de licença de importação. 2. Sobre “prazo para deferimento” e “validade do licenciamento de importação não automático” é correto, nesta ordem, afirmar o seguinte: A alternativa "A " está correta. O conceito de licenciamento de importação é permissão. O prazo para a análise do LI não automático é de até 60 dias, podendo ser prorrogado caso o órgão anuente não disponha de informações para deferimento, tendo uma validade de 90 dias para o embarque. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste tema, verificamos a importância do cumprimento das rotinas de habilitação para o acesso ao Siscomex como pré-requisitos à atividade de importação. Percebemos ainda a relevância da classificação fiscal para a determinação da sistemática administrativa. Em seguida, compreendemos a importância do licenciamento prévio à importação. Por fim, além de analisarmos os procedimentos administrativos na importação de produtos restritos, verificamos as diferenças entre o licenciamento automático e o não automático. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS BRASIL. Cadastramento de representantes. In: Receita Federal. Publicado em: 17 ago. 2020a. BRASIL. Comércio exterior - introdução. In: Ministério da Economia. Consultado em meio eletrônico em: 22 out. 2020b. BRASIL. Defesa comercial e interesse público. In: Ministério da Economia. Consultado em meio eletrônico em: 22 out. 2020c. BRASIL. Estatísticas de comércio exterior. In: Ministério da Economia. Consultado em meio eletrônico em: 22 out. 2020d. BRASIL. Habilitação no Siscomex: cadastramento de representantes. In: Receita Federal. Consultado em meio eletrônico em: 22 out. 2020e. BRASIL. Incoterms 2020 - tabela resumo. In: Aprendendo a exportar. Consultado em meio eletrônico em: 22 out. 2020f. BRASIL. Indicadores da indústria doméstica analisados. In: Ministério da Economia. Consultado em meio eletrônico em: 22 out. 2020g. BRASIL. Instrução Normativa RFB nº 1603/2015. In: Receita Federal. Consultado em meio eletrônico em: 22 out. 2020h. BRASIL. Manuais aduaneiros. In: Receita Federal. Consultado em meio eletrônico em: 22 out. 2020i. BRASIL. Perguntas mais frequentes. In: Ministério da Economia. Consultado em meio eletrônico em: 22 out. 2020j. BRASIL. Portaria nº 23, de 14 de julho de 2011. Dispõe sobre operações de comércio exterior. FARO, R.; FARO, F. Curso de comércio exterior: visão e experiência brasileira. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2010. LIMA, M. Manual de comércio exterior e negócios internacionais. São Paulo: Saraiva, 2017. SISCOMEX. Importação. Publicado em: 12 jun. 2019. SISCOMEX. Importação - material usado. Consultado em meio eletrônico em: 22 out. 2020. EXPLORE+ Aprofunde seu conhecimento sobre a sistemática administrativa com a leitura dos manuais aduaneiros de importação disponíveis no site do Siscomex. CONTEUDISTA Naila Meyre de Céia Freire Sanderson CURRÍCULO LATTES javascript:void(0); javascript:void(0);
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