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QUÍMICA Capítulo 4 Cinética Química292 = ⋅ ⋅ × × α β v k A B 4 2 Com isso, deduzimos que α = 2. Da primeira para a terceira linha, enquanto a concentração de A ([A]) triplicou, a velocidade foi multiplicada por 9, com a concentração de B ([B]) constante. Dessa forma, temos: = ⋅ ⋅ × × α β v k A B 9 3 Com isso, deduzimos que α = 2, o que apenas conrma o resultado que já havíamos encontrado anteriormente. Analisando os valores de B, temos: [A] (mol/L) [B] (mol/L) V (mol/L · s) 1 1 0,2 2 1 0,8 3 1 1,8 1 2 1,6 1 3 5,4 Comparando a primeira com a quarta linha, per- cebemos que a concentração de B ([B]) dobrou, enquanto a velocidade foi multiplicada por 8, com a concentração de A ([A]) constante. Portanto, temos: = ⋅ ⋅ α × β v k A B ´8 2 Com isso, deduzimos que β = 3. Da primeira para a quinta e última linha, enquanto a concentração de B ([B]) triplicou, a velocidade foi multiplicada por 27, com a concentração de A ([A]) constante. Dessa forma, temos: v k [A] B ´27 a ´3 b = ⋅ ⋅ Com isso, deduzimos novamente que β = 3, o que apenas conrma o resultado que já havíamos en- contrado anteriormente. Portanto, as ordens da reação medem o tamanho da inuência de determinado reagente na velocidade de uma reação. Assim, quanto maior for a ordem de um reagente, mais a sua concentração tem capaci- dade de alterar a velocidade de uma reação. b) A ordem global de uma reação é a soma de to- das as suas ordens. Nesse caso, a ordem global é dada pela soma α + β = 5. Logo, essa é uma reação de ordem global 5, ou de quinta ordem. Na prática, a maioria das reações é de ordem global 0, 1 ou 2. Raramente, as reações podem ser de ordem global 3. A partir de 4 ou mais, o resultado é meramente matemático. Isso ocor- re porque uma reação de ordem 2, por exemplo, resulta de um choque bimolecular, que já tem a exigência de ser ao mesmo tempo frontal e ener- gético. A reação de ordem global 3 depende de um choque trimolecular, que é muito mais difícil de ocor- rer. Entretanto, um choque entre 4 ou mais moléculas e que seja frontal e energético simultaneamente é quase impossível de acontecer. Caso ocorra, não resultaria em uma reação de ocorrência signicativa. Quando todas as ordens da reação estão bem determinadas, podemos escrever a sua lei de ve- locidade, que nada mais é do que a lei da ação das massas escrita com as ordens de cada rea- gente. Nesse caso, a lei de velocidade é: = ⋅ ⋅ v k A B 2 3 c) Para determinar a constante de velocidade da reação, devemos substituir, na sua lei de velo- cidade, qualquer um dos resultados numéricos dos experimentos cujos dados foram fornecidos na tabela. Por conveniência matemática, vamos substituir os dados da primeira linha: ⋅ = ⋅ ⋅ ∴ = ⋅ 0,2 mol L s k 1 mol L 1 mol L k 0,2 L /mol s 2 3 4 4 É importante salientar que a unidade da constante de velocidade de uma reação varia com a sua or- dem global e deve ser determinada pela análise dimensional da lei da ação das massas. d) Com todos os dados já obtidos, podemos calcular a velocidade da reação quando [A] = [B] = 4 mol/L. De fato: ( ) ( )= ⋅ ⋅ ∴ = ⋅ ⋅ ∴ = ⋅ v k A B v 0,2 4 4 v 204,8mol/L s 2 3 2 3 e) Antes de responder a esse item, vamos analisar a diferença entre etapa rápida e etapa lenta de um processo. Para tanto, suponha um móvel que tenha de percorrer duas metades de um trajeto. A primeira metade o móvel percorre com velocida- de de 1 000 km/h, e a segunda metade, a 2 km/h. Qual seria a velocidade média no percurso total? A velocidade média é dada por v S t = ∆ ∆ . Como cada metade do percurso será designada por x, te- mos ∆S = 2x. O tempo total é a soma do tempo para se percorrer a primeira metade com o tempo para se percorrer a segunda metade. Como, t S v ∆ = ∆ , então: ∆ = + ∴ ∆ = + ∴ ∆ = ⋅t t t t x 1 000 x 2 t 501 x 1 000 1 2 Assim: v S t v 2 x 501 x 1 000 v 2000 501 v /= = =∆ ∆ ∴ ⋅ ⋅ ∴ ∴ ≅ 4 km h Esse resultado pode parecer estranho, mas é verdadeiro. Ao dobrarmos a velocidade da etapa rápida para 2 000 km/h, observe o que ocorre com F R E N T E 3 293 a velocidade média: t t t t x 2000 x 2 t 1001 x 2000 1 2 ∆ = + ∴ ∆ = + ∴∆ = ⋅ Assim, como: v S t v 2 x 1001 x 2000 v 4000 1001 v 4 km/h= ∆ ∆ ∴ = ⋅ ⋅ ∴ = ∴ ≅ Perceba que, ao se dobrar a velocidade de uma etapa, praticamente não se altera a velocida- de média do móvel. Para entender como isso ocorre, suponha que tenhamos duas tarefas a cumprir: uma dura 2 s e a outra dura 4 horas. Ao dobrarmos a velocidade da tarefa mais rápida, ela passa a durar 1 s, o que praticamente não altera o tempo total de realização das tarefas. Mas, se no caso do móvel, dobrarmos a velo- cidade da etapa mais lenta, de 2 para 4 km/h, qual será a velocidade média do móvel? t = t t t x 1000 x 4 t 251 x 1000 1 2 ∆ + ∴∆ = + ∴∆ = ⋅ Assim, como: v S t v 2 x 251 x 1000 v 2000 251 v /= = =∆ ∆ ∴ ⋅ ⋅ ∴ ∴ ≅ 8 km h Ao dobrarmos a velocidade da etapa lenta do processo, mesmo sem alterar a velocidade da etapa rápida, a velocidade média também dobrou de valor. Assim, ca bastante evidente que a eta- pa que determina a velocidade de um processo é a lenta. O que ocorre para automóveis em um problema de mecânica também ocorre para eta- pas de uma reação química. Portanto: É a etapa lenta que determina a velocidade de uma reação. Voltando à resolução do item e, pela lei de velocidade da reação, que é v = k · [A]2 · [B]3, percebemos que o choque que determina a velocidade dessa reação ocorreu entre 2 molé- culas de A e 3 moléculas de B. Portanto, a etapa lenta dessa reação tem como reagentes 2 A + + 3 B. Logo, um possível mecanismo para essa reação pode ser com a primeira etapa lenta, e a segunda etapa rápida. De fato: + → + + → + → Etapa lenta : 2A 3 B D Etapa rápida : A B D 2 C Reação global: 3 A 4 B 2 C Nesse mecanismo proposto, há duas importantes considerações: 1. O composto D representa o intermediário des- sa reação. 2. Se a reação global é de 3 A + 4 B → 2 C, a alteração de [A] interfere em apenas 2 das 3 moléculas que reagem. Isso ocorre porque, dos 3A que reagem, 2A participam da etapa lenta, que é a etapa que determina a veloci- dade da reação, e 1A é reagente da etapa rápida. Isso signica que, mesmo alterando a sua concentração, não há alteração de manei- ra signicativa na velocidade da reação para a molécula que participa da etapa rápida. Da mesma forma, a alteração de [B] interfere em apenas 3 das 4 moléculas que reagem. Isso ocorre porque, dos 4B que reagem, 3B par- ticipam da etapa lenta, que é a etapa que determina a velocidade da reação, e 1B é reagente da etapa rápida. Isso signica que, mesmo alterando a sua concentração, essa mudança no reagente da etapa rápida não al- tera de maneira signicativa a velocidade da reação. Portanto, podemos discutir com mais clareza o seguinte questionamento: as ordens da reação são coecientes estequiométricos? A resposta é não. As ordens da reação não são os coecien- tes estequiométricos da reação global, mas são os coecientes estequiométricos da reação que efetivamente determina a velocidade da reação, que é a etapa lenta. f) Uma reação é chamada de elementar quando ocorre em uma única etapa. Como essa reação ocorreu pelo menos em duas etapas (uma lenta e uma rápida), então essa reação é não elementar. Quando uma reação é elementar (e, portan- to, tem uma única etapa), então essa etapa é necessariamente a lenta. Isso porque uma etapa lenta não é necessariamente vaga- rosa, mas sim aquela que toma todo ou praticamente todo o tempo da reação. Por exemplo, uma etapa de 1 s pode ser lenta ou rápida. Se ela ocorrer em uma reação de 1 s, será uma etapa lenta, já que tomou todo o tem- po da reação. Mas, se essa mesma etapa de 1 s ocorrer em uma reação de 4 horas, então será uma etapa rápida, uma vez que tomará um tempo desprezível da reação. Assim, toda reação elementar é composta de uma única etapa lenta. Sabendo que as ordens da reaçãosão os coecientes estequiométricos da etapa lenta e que, nesse caso, a etapa len- ta é a própria reação global, então, para uma reação elementar, as ordens da reação são os coeficientes estequiométricos da reação global. Nesse caso, não há necessidade de o enunciado fornecer a tabela de velocidades e concentra- ções, porque a equação da reação já contém os dados para determinação das ordens. Contudo, para reações não elementares, a eta- pa lenta não é a reação global. Nesse caso, as ordens da reação (que são os coecientes estequiométricos da etapa lenta) não são os coecientes estequiométricos da reação glo- bal. Assim, para reações não elementares, as ordens da reação são determinadas pela tabela de velocidade da reação em diferentes concen- trações dos reagentes. QUÍMICA Capítulo 4 Cinética Química294 4 Seja uma reação dada pelas etapas a seguir: 1) A(g) + 2 B(g) → C(s) + D(g) (rápida) 2) A(g) + C(s) → E(g) + D(g) (lenta) 3) G(g) + E(g) → 2 B(g) + F(g) (rápida) Sobre esse mecanismo, responda: a) Quem são os intermediários? b) Quem é o catalisador? c) Qual é a reação global? d) Qual é a lei de velocidade dessa reação? e) Qual é a molecularidade de cada uma das etapas? f) De que depende a constante de velocidade des- sa reação? g) Qual é a ordem global dessa reação? Resolução: a) São chamados de intermediários as espécies que são produzidas e consumidas durante a reação. Portanto, não existem antes de a reação começar nem quando a reação termina. Nesse caso, per- cebe-se, através do mecanismo fornecido, que C(s) é produzido na primeira etapa e consumido na segunda, e que E(g) é produzido na segunda etapa e consumido na terceira. Assim, os interme- diários são C(s) e E(g). b) O catalisador é uma substância que não participa da reação global, mas diminui a sua energia de ativa- ção. Ele deve ser reagente de uma etapa para ser integralmente restituído em uma etapa posterior. A única substância que se encaixa nesse caso é B(g). c) A reação global vem da soma das etapas: A B C D A C E D (g) (g) (s) (g) rápida (g) (s) (g) (g) + → + ( ) + → + 2 lenta G(g) E(g) 2 B(g) F (g) rápida ( ) →+ + (( ) → ( )2A(g) G(g) F(g) 2 D(g) global+ + d) A lei de velocidade deve ser escrita a partir dos reagentes da etapa lenta. Assim, deveria ser: v = k · [A] · [C]. Mas atenção! A concentração de um sólido não varia com o decorrer de uma reação, já que a per- da do número de mols é proporcional à perda de volume. Assim, quando se consome metade do sólido, perde-se, por exemplo, metade do núme- ro inicial de mols e metade do volume. No início, teríamos: ( ) = ( ) ( ) C s n V0 C s C s Consumindo a metade do sólido, passaríamos a ter: ( ) ( ) = = = ( ) ( ) ( ) ( ) C s n 2 V 2 n V C s f C s C s C s C s 0 Como a concentração de um sólido não varia com o decorrer da reação, ele não tem a capa- cidade de provocar alteração na velocidade da reação. Assim, sólidos ou qualquer espécie cuja concentração não varia não devem entrar na lei da ação das massas. Logo, a lei de velocidade para essa reação é dada por: v = k · [A] e) Define-se como molecularidade de cada etapa o número de moléculas que devem se chocar para que a etapa ocorra. Para entendimento mais sim- ples, é o número de moléculas de reagente em cada uma das etapas. Assim, a molecularidade da primeira etapa é 3 e a das etapas 2 e 3 vale 2. f) Sabemos que a velocidade de uma reação depende de quatro fatores: temperatura, superfície de con- tato, catalisador e concentração dos reagentes. Sabemos também que é a etapa lenta que deter- mina a velocidade de uma reação. Como v = k · [A], então k depende da temperatura, da superfície de contato de C(s) e da presença do catalisador, já que a influência da concentração do reagente em solução está no fator [A] que multiplica o k. g) Pela lei de velocidade dessa reação, a reação é de primeira ordem. Revisando 1 Uerj 2011 A irradiação de micro-ondas vem sendo utilizada como fonte de energia para determinadas reações quími- cas, em substituição à chama de gás convencional. Em um laboratório, foram realizados dois experimentos envolvendo a reação de oxi- dação do metilbenzeno com KMnO4 em excesso. A fonte de energia de cada um, no entanto, era distinta: irradiação de micro-on- das e chama de gás convencional. Observe, no gráco a seguir, a variação da concentração de metilbenzeno ao longo do tempo para os experimentos: C o n c e n tr a ç ã o ( m o · L – 1 ) 0 4 8 12 16 20 24 Tempo (min) 0,4 0,8 1,2 1,6 2 Micro-ondas Convencional
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