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F R E N T E 3 261 O que é o pêndulo de Foucault? Considere um pêndulo oscilando no polo Norte da Terra. Como o seu pla- no de oscilação é fixo em relação às estrelas, um observador terrestre verá esse plano girar no sentindo horário (contrário à rotação da Terra), dando uma volta a cada 24 h. Essa velocidade de rotação é propor- cional ao seno da latitude do local da experiência: é, portanto, máxima no polo e nula no Equador (no hemisfério Sul, a rotação ocorre no sentido oposto). Em Paris, por exemplo, o período de rotação é 32 h. Foi nessa cidade que Jean Bernard Léon Foucault (1819-1868), em 1851, deu início à primeira experiência desse tipo, ao usar uma esfera de ferro de 28 kg suspensa em um arame de 67 m de comprimento sob a cúpula do Pantheon. Foi verificado que, à medida que o tempo passava, o plano de oscilação do pêndulo girava em relação às paredes do edifício, cons- tituindo a primeira prova da rotação da Terra obtida em laboratório. Naturalmente, nessa época a rotação do nosso planeta já tinha sido comprovada por meio de cálculos e observações astronômicas. Saiba mais Associação de molas Deduzimos anteriormente que a equação que deter mina o período de oscilação do sistema massa-mola é T 2 m k ,= p onde m é a massa da partícula oscilante e k é a constante elástica da mola. Assim como existe associação de capacitores e resis tores, existe também associação de molas, ou seja, existe, em um sistema com n molas, uma mola equivalente com uma constante elástica equivalente. É essa constante elás tica equivalente que deve ser substituída na equação que nos dá o período. I Molas em série Dizemos que duas molas estão em série quando elas são associadas de modo que sofram a atuação da mesma força. k 1 m k 2 F Fig. 20 Associação de molas em série. Na mola k1: F = k1 · x1 Na mola k2: F = k2 · x2 Na associação keq: F = keq · xeq Na associação em série: xeq = x1 + x2, logo: F k F k F k 1 k 1 k 1 k eq 1 2 eq 1 2 = + ⇒ = + Assim, para uma associação de n molas em série, temos: ∑= = 1 k 1 k eq ii 1 n II. Molas em paralelo Duas molas estão associadas em paralelo quando es- tão sujeitas à mesma deformação. k 1 0 m k 2 Fig. 21 Associação de molas em paralelo. Na mola k1: F1 = k1 · x Na mola k2: F2 = k2 · x Na associação keq: Feq = keq · x Na associação em paralelo: Feq = F1 + F2, logo: keq · x = k1 · x + k2 · x⇒ keq = k1 + k2 Assim, para uma associação de n molas em paralelo, temos: k k eq i i 1 n ∑= = Exercício resolvido 10 Na figura (a), o bloco de massa m oscila com período Ta. Na figura (b), o seu período de oscilação é Tb, e na figura (c) é Tc. m k m (a) k k (c) k k m (b) Determine as relações T T e T T ,a b a c sabendo que as mo- las são leves e iguais. Resolução: O bloco da gura (a) oscila com período = pT 2 m k a FÍSICA Capítulo 11 Movimentos periódicos oscilatórios262 Na gura (b), temos duas molas iguais e em série. A constante elástica da mola equivalente keq é dada por: = + = 1 k 1 k 1 k k k 2 eq eq Assim, o período Tb é dado por: = π = π T 2 m k T 2 2m k b eq b Logo: = T T 2 2 a b Na gura (c), temos duas molas iguais associadas em paralelo. A constante elástica da mola equivalente nesse caso é dada por: keq = k + k = 2k Assim, o período Tc é dado por: = π = π T 2 m k T 2 m 2k c eq c Logo: = T T 2 a c Análise da energia no MHS Vimos que o MHS está sujeito a uma força do tipo elás- tica, como a força em uma mola. Sabemos que um sistema elástico ideal pode armazenar energia, denominada energia potencial elástica. E k x 2p 2 = ⋅ onde x é a distância à posição de equilíbrio. k · x 2 Ep = 2 A A Epmáx EpmáxEp = 0 x O (equilíbrio) Fig. 22 Energia potencial elástica. Veja que a energia potencial é máxima quando x é máximo, ou seja, x = ± A e E k A 2p 2 máx = ⋅ . Sendo E k x 2p 2 = ⋅ o gráfico é uma parábola, como mos- trado na figura a seguir. k·A 2 2 −A +A0 x Ep Fig. 23 Gráfico da energia potencial. Até o momento falamos apenas de energia potencial no MHS. No entanto, como sabemos, o corpo realizador de MHS possui em muitos pontos do seu eixo de oscilação uma deter minada velocidade. Se o corpo tem massa m e velocidade v em determinado instante, então podemos associar a ele uma energia cinética, devido ao movimento. O valor dessa energia é dado por E mv 2 c 2 = . Analise- mos o sistema massa-mola do ponto de vista cinético. m ⋅v 2 Ec = 2 Ec = 0 Ec = 0 A A Ecmáx x O (equilíbrio) Fig. 24 Energia cinética. Observe que nos pontos extremos (± A) Ec = 0 e que a energia cinética é máxima quando a velocidade é máxima (vmáx = wA). E m v 2 m A 2 c máx 2 2 2 máx ∴ = ⋅ = ⋅ω ⋅ Como k m ,ω = temos: E k A 2 c 2 máx = ⋅ O gráfico da energia cinética versus elongação está mostrado na figura a seguir. 0−A +A x E c k · A 2 2 Fig. 25 Gráfico da energia cinética. F R E N T E 3 263 Deve-se notar que um corpo realizando um MHS tem energias cinética e potencial ao mesmo tempo: y se Ec = 0⇒ E k A 2p 2 máx = ⋅ y se Ep = 0⇒ E k A 2 c 2 máx = ⋅ Portanto, a maior energia contida no MHS é k A 2 . 2⋅ Como os sistemas estudados por nós são ideais, sem nenhum tipo de atrito, temos, então, energia mecânica constante. Sabemos que Emec = Ep + Ec Se E 0 E k A 2p c 2 = ⇒ = ⋅ E 0 k A 2 mec 2 \ = + ⋅ E k A 2 mec 2⋅ ⋅k A 2 2 Atenção k · A 2 2 −A +A0 E x Emec = Ep Ec Fig 26 Energia em um sistema massa-mola. Observe que a soma dos gráficos resulta sempre na reta constante em que E k A 2 . mec 2 = ⋅ Exercício resolvido 11 Dê como resposta a soma dos números correspon dentes às proposições corretas. A figura mostra um sistema ideal massa-mola, apoiado sobre uma superfície horizontal sem atrito. O corpo de massa m é deslocado desde a posição de equilíbrio (posição 0) até a posição –A e abandonado em seguida. −A 0 m −1 +A k 2A +1 2A Julgue os itens abaixo. 01 A energia mecânica do corpo no ponto +A é maior que a energia no ponto -A. 02 A energia mecânica do corpo no ponto 1 2 + A é 50% potencial e 50% cinética. 04 A energia mecânica do corpo, ao passar pela posi- ção de equilíbrio, é menor que a energia no ponto +A ou -A. 08 A energia cinética do corpo no ponto 1 2 - A é me- nor que a energia cinética no ponto 1 2 + A. 16 A energia mecânica do corpo nos pontos +A e A é exclusivamente potencial 32 A energia mecânica do corpo, ao passar pela po sição de equilíbrio, é exclusivamente cinética Soma: Resolução: 01 (F). Considerando o sistema conservativo, Emec é constante Ver gráco. (Fig 26) 02 (F). Para =x A 2 , temos: = = = E 1 2 kx 1 2 k A 4 1 4 1 2 kA p 2 2 2 \ Ep = 25% Emec 04 (F). Idem item 1. 08 (F). =E 1 2 mv , c 2 sendo sempre positiva e simétrica em relação à origem do movimento. 16 (V). Ver gráco. (Fig.26) 32 (V). Ver gráco. (Fig.26) Soma = 48 1 Complete os espaços em branco. Seja a equação que nos dá a posição de um móvel realizador de MHS: x 40 cos 3 2 t 2 (SI)= ⋅ p + p ⋅ ⋅ a) A fase inicial do MHS é . b) A pulsação do MHS é . c) A amplitude do movimento é d) O período é . e) A frequência é . f) A equação da velocidade é . g) A equação da aceleração é h) A equação de Torricelli é . Revisando FÍSICA Capítulo 11 Movimentos periódicos oscilatórios264 2 Uma partícula executa um movimento harmônico sim- ples de amplitude 25 cm e frequência 4,0 Hz. Determine: a) a pulsação do movimento. b) a velocidade escalar da partícula, ao passar em mo- vimento retrógrado pelo ponto de elongação 12 cm. 3 PUC A amplitude de um movimento harmônico simples é de 6 cm e a sua velocidade máxima é de 3p cm/s. Qual o período desse movimento? 4 PUC-SP Na figura a seguir, está representada a situa- ção de equilíbrio de uma mola ideal quando livre e depois de ser presa a um corpo de massa 400 g. cm cm Sendo a aceleração da gravidade local 10 m/s 2 , de- termine:a) a constante elástica da mola. b) o tipo e o período do movimento que o corpo descreveria, caso fosse suspenso 1,0 cm de sua posição de equilíbrio. Despreze a ação do ar so- bre o movimento. 5 Fuvest Dois corpos, A e B, ligados por um fio, encon- tram-se presos à extremidade de uma mola, em re- pouso. Parte-se o fio que liga os corpos, e o corpo A passa a executar um movimento oscilatório, descrito pelo gráfico a seguir. Dado: g = 10 m/s 2 . A y (m) 0,1 0,1 0,3 0,2 t (s) −0,1 0 B Sendo de 200 g a massa do corpo B, pede-se: a) a constante elástica da mola. b) a frequência de oscilação do corpo A. 6 Fuvest A frequência de um pêndulo simples, de comprimento L e massa M, é de 10 oscilações por se- gundo. Qual é o período de um pêndulo simples de comprimento igual a 4 L e massa igual a 2M? A 0,1 s B 0,2 s C 0,3 s D 0,4 s E 0,5 s 7 Sabe-se que as molas da figura têm constantes elás ticas k1 = 50 N/m e k2 = 30 N/m, respectivamente. O corpo tem massa 5 kg. k 1 k 2 m Determine: a) a constante elástica da mola equivalente ao sistema. b) o período de oscilação realizada pelo sistema. c) a força necessária para deslocar o corpo de 10 cm para a direita.
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