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MATEMÁTICA Capítulo 3 Função do 2o grau52 Gráfico da função do 2o grau A função do 2o grau tem como gráfico a curva chamada parábola. Nos capítulos de geometria analítica, vamos de- monstrar e explicar melhor essa curva. Para uma ideia inicial, leia mais tarde o texto complementar. Propriedades da parábola P1 A parábola corta o eixo y no ponto (0; c); pois: f(x) = ax2 + bx + c e f(0) = a · 02 + b · 0 + c ∴ f(0) = c y x (0; c) Fig 3 Termo independente (c) P2 A parábola pode “cortar” o eixo das abscissas em 2 pontos, tangenciá lo em 1 ponto ou não cortar o eixo. Lembramos que raiz de uma função é o valor de x que anula o y; logo, todas as raízes reais de qualquer função estão nos pontos de cruzamento do gráfico com o eixo x. De acordo com a natureza das raízes, podemos concluir: y x1 x2 x ∆ > 0 x1 ≠ x2 Fig. 4 Parábola cortando o eixo. ∆ = 0 x1 = x2 y xx1 = x2 Fig. 5 Parábola tangenciando o eixo. Fatoração do trinômio do 2o grau Vamos transformar o trinômio do 2o grau em um pro- duto de dois fatores do 1o grau Observe: ax2 + bx + c = 0; a ≠ 0 a x x x 2 + b a + c a = 0 a x b a + c a = 0 2 ∴ Como - b a = x + x 1 2 e c a = x x ,1 2⋅ assim: a[x2 (x1 + x2)x + x1x2] = 0 ∴ ∴ a[x2 x1x x2x + x1x2] = 0 ∴ ∴ a[x(x x1) x2(x x1)] = 0 ∴ ∴ a (x x1)(x x2) = 0 ∴ ∴ ax2 + bx + c = a (x x1) (x x2) Exercício resolvido 7 Fatore a expressão 2x2 5x + 2 = 0 em um produto de dois fatores do 1o grau Resolução: 2x2 5x + 2 = 0 ∴ x = ± ⋅ ⋅ ⋅ 5 5 4 2 2 2 2 2 ( ) x = 5 9 4 x = 5 + 3 4 = 2 1 ± ∴ ou x2 5 3 4 1 2 = = Substituindo na expressão, temos: 2 5 2 2 2 1 2 2 x x x x- + = - ⋅ - ( ) Forma canônica do 2o grau A forma canônica do 2o grau é uma outra expressão de representação da função do 2o grau que é muito conve- niente para a demonstração de certas propriedades. Observe a sequência das passagens até a forma canônica. ax bx c a x b a x c a 2 2+ + = + + = = a x + b a x + b 4a b 4a + c a 2 2 2 quadrado perfeito 2 2 � = = a x + b 2a b 4ac 4a = 2 2 2 - = a x + b 2a b 4ac 4a = 2 2 2 - = a x + b 2a 4a a x + b 2a 4a 2 2 2 = D D Assim: ax + bx + c = a x + b 2a 4a 2 2 - D F R E N T E 1 53 ∆ < 0 x1 e x2 ∈R∃/ y x Fig. 6 Parábola com raízes imaginárias. P3 A parábola é uma curva simétrica; observe o eixo de simetria e sua localização: y x y = f(x) x1 v1 x2 Fig 7 Eixo de simetria paralelo ao eixo y. y x = g(y) x y1 y2 v2 Fig. 8 Eixo de simetria paralelo ao eixo x. Os pontos v1 e v2 são os únicos do gráfico que perten- cem ao eixo de simetria Esses pontos são denominados vértices da parábola. P4 Determinação das coordenadas do vértice da parábola (xv; yv). Para o cálculo do vértice da parábola, vamos utilizar a propriedade da simetria da parábola. y x1 x2 xv v x Fig. 9 xv é o ponto médio do segmento x1x2. A abscissa do vértice é o ponto médio do segmento que une as raízes. O segmento xvx1 = x2xv ∴ xv x1 = x2 xv ∴ 2xv = x + x1 2�∴ = b a x = b 2a v∴ ∴2xv Para obter o yv, substitua o xv na função: f xv( ) = y = a b 2a + b b 2av - - 2 = = ab a 2 2 4 - -b 2a + c = b 4a b 2a + c = 2 2 2 = b 2b + 4ac 4a b + 4ac 4a = (b 4ac) 4a = 2 2 2 2- = - D 4a As coordenadas do vértice de uma função f(x) = ax2 + bx + c; a ≠ 0 são v b a a = - - 2 4 ; D Atenção P5 O coeficiente a determina a orientação da concavidade da parábola. A demonstração da propriedade requer o uso da forma canônica do 2o grau. 1o caso: a > 0 Para ∀ x ∈R, podemos escrever, sem perda de generali dade, que x b a + ≥2 0 2 ; assim, a x + ≥ b a2 0 2 , subtraindo os dois membros D 4a , temos: a x b a a a + D ≥ D 2 4 4 2 Observe que o lado esquerdo é a forma canônica do 2o grau, portanto y ≥ D 4a . Como x é um real qualquer, sempre teremos o seu y maior ou igual à ordenada do vértice. Isso implica que a concavidade está para cima 2o caso: a < 0 Vamos seguir exatamente o procedimento do 1o caso; observe: ∀ x ∈ R, e temos: x a x + b 2a 0 + b 2a 0 ≥ ∴ ≤ 2 2 (pois a é negativo), subtraindo dos dois membros D 4a , construí mos a forma canônica do 2o grau, que é o próprio y; observe: a x y + b 2a 4a 4a 4a ≤ ∴ ≤ 2 D D D Isso prova que todas as ordenadas são menores ou iguais a D 4a . Isso implica que a concavidade está para baixo. a > 0 Concavidade para cima Vértice ponto de mínimo. Concavidade para baixo. Vértice ponto de máximo. a < 0 Fig. 10 Concavidade da parábola. soma das raízes MATEMÁTICA Capítulo 3 Função do 2o grau54 Esses resultados mostram que a ordenada do ponto de máximo ou de mínimo é - D 4a . Assim, a abscissa do vértice pode ser determinada algebricamente. Pela forma canônica, temos: a x b a a a a x b a x+ - = - ∴ + = ∴ = - 2 4 4 2 0 2 2D D b 2a Confirmamos assim as coordenadas do vértice da parábola: v b a a = 2 4 ; D Exercícios resolvidos 8 Considere a função f, de variável real, dada por f(x) = x2 + 12x 20. Determine o conjunto-imagem e seu valor máximo ou mínimo. Resolução: Vamos fazer uma solução completa. Raízes da função: x2 + 12x 20 = 0 ∴ x2 12x + 20 = 0 { s = 12p = 20 raízes 10 e 2 a = 1, concavidade para baixo, vértice: ponto de má- ximo, observe: y 16 20 2 6 10 x x v = b 2a = 6; yv = –(6) 2 + 12(6) – 20 = 16 Conjunto-imagem: y 16 –20 2 6 10 x I m a g e m Ponto de máximo v(6; 16) Imf = ]–∞;16] 9 Um sitiante dispõe de 400 m de cerca de arame e gostaria de montar o maior galinheiro possível, de for- ma retangular. Como ele deve proceder? Resolução: O perímetro do galinheiro retangular é de 400 m Chamando de x a largura, o comprimento deve ser de 200 x Observe: Galinheiro 200 – x x Vamos analisar a função da área do galinheiro Área = (base) (altura) ∴ A(x) = (200 x) x ∴ A(x) = x2 + 200x A(x) Ponto de máximo Amáx. x0 100 200 A função admite ponto de máximo quando x = 100 m. O retângulo se transformará em um quadrado de área (100 m)2 = 10 000 m2. 10 Considere um triângulo acutângulo de base 12 m e al tura 10 m e um retângulo inscrito conforme a figura a seguir Determine o retângulo de área máxima y x 12 10 Resolução: A expressão da área do retângulo é A = xy (temos uma função de duas variáveis) Vamos encontrar uma relação entre x e y para que possamos criar uma função da área com uma única variável ~ 12 10y 10 – x
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