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MaTeMÁTIca Capítulo 3 Teoria das proporções geométricas298 Teoremas decorrentes da semelhança e de Tales Muitos são os teoremas da Geometria Euclidiana que podem ser deduzidos a partir do teorema de Tales e do conceito de semelhança de triângulos Esses teoremas também dependem de algumas definições geométricas que veremos a seguir Bissetriz interna Chamamos de bissetriz interna o segmento de reta que une o vértice de um triângulo a um ponto do lado oposto a esse vértice, de modo que o ângulo interno do vértice fique dividido ao meio. Torm: as bissetrizes internas de um triângulo dividem os lados opostos aos ângulos de origem em seg mentos proporcionais aos lados adjacentes. B P bissetriz CA Na figura, se BAP CAP = , então PB AB PC AC = . dmonstrção: Considere a reta r que passa pelo ponto B e é paralela à bissetriz AP. Considere também o ponto Q de interseção da reta r com o prolongamento do lado AC do triângulo. B x P bissetriz C AQ y r 2 α 2 α Sejam )(α =med BAC , x med ABQ Q= ( ) ( )� e y = med B C . Como BQ // AP, os ângulos alternos internos ABQ e BAP , determinados pelo lado AB do triângulo, têm a mesma me dida. Assim, x = α 2 . Pelo mesmo motivo, os ângulos correspondentes BQC e PAC , determinados pelo lado AC e seu prolongamento AQ, têm a mesma medida, ou seja, y = α 2 . Como x= y, o triângulo ABQ é isósceles de base BQ; logo, QA = AB. Pelo teorema de Tales, temos que PB QA PC AC = Assim, substituindo QA por AB, temos PB AB PC AC = . Bissetriz externa Chamamos de bissetriz externa o segmento de reta que une o vértice de um triângulo a um ponto do prolon gamento do lado oposto a esse vértice, de modo que o ângulo externo do vértice fique dividido ao meio. Torm: as bissetrizes externas de um triângulo deter minam, no prolongamento do lado oposto, dois segmentos proporcionais aos lados adjacentes. A B C P bissetriz do ângulo externo Na figura, se AP é bissetriz externa do triângulo ABC, então PB AB PC AC = dmonstrção: Considere a reta r que passa pelo ponto B e é paralela à bissetriz AP. Considere também o ponto Q de interseção da reta r com o lado AC do triângulo, e um ponto D do pro longamento do lado AC no sentido de C para A A D Q y x r B C P bissetriz do ângulo externo 2 α 2 α Sejamα = ( )med BAD , x med ABQ Q= ( ) ( )� e y = med B A . Como BQ AP // , os ângulos alternos internos ABQ e BÂP, determinados pelo lado AB do triângulo, têm a mesma me dida. Assim, x = α 2 . Pelo mesmo motivo, os ângulos correspondentes BQA e PAD, determinados pelo lado AC e seu prolongamento AD, têm a mesma medida, ou seja: y = α 2 Como x = y, o triângulo ABQ é isósceles de base BQ, logo, QA = AB. Pelo teorema de Tales, temos que PB QA PC AC = . Assim, substituindo QA por AB, temos PB AB PC AC = . F R E N T E 3 299 Os pontos onde as bissetrizes interna e externa que partem do mesmo vértice C de um triângulo ABC interceptam a reta AB � são os conjuga- dos harmônicos do segmento AB para uma mesma razão k ≠ 1 bissetriz externa bissetriz interna A C SS’ B α + β 2 α β γ 2 α + β 2 γ 2 AS BS A B k= = ≠ S' S' 1 Também é importante observar que essas bissetrizes são perpen diculares entre si. Saiba maisSaiba maisSaiba mais Exercícios resolvidos 15 A bissetriz do menor ângulo interno de um triângulo, cujos lados medem 5 cm, 12 cm e 13 cm, divide o lado oposto a esse ângulo em segmentos de reta que dife- rem um do outro em: A 0,0 mm. b 0,2 mm. C 1,2 mm. d 2,0 mm E 2,2 mm. Resolução: Sendo x e y as medidas dos segmentos mencio- nados, o enunciado pode ser representado pela seguinte gura: 13 cm x y 12 cm 5 c m Pelo teorema da bissetriz interna do triângulo: x y cm cm = 13 12 . Então, como x + y = 5 cm ⇔ y = (5 – x) cm: )(= ⇒ = ⋅ ⇒ ⇒ = ⇒ = ⇒ = x 5 x 13 12 12x 13 5 x 12x 65 13x 25x 65 x 2,6 cm Portanto, y = 5 – 2,6 = 2,4 cm. Logo, a diferença será x y = 2,6 2,4 = 0,2 cm = 2 mm. Alternativa: D. 16 Na figura a seguir, ABC é um triângulo retângulo em A. O ponto D da hipotenusa BC e o ponto E do cateto AC determinam um segmento paralelo ao lado AB. Determine a medida AE sabendo que DE = 9, CD = 15 e os ângulos ADB e ADE são congruentes B D EA C Resolução: Como DE AB // , o triângulo CDE também é retângulo. Assim, pelo teorema de Pitágoras: CD EC DE EC EC 2 2 2 2 2 2 2 15 9 225 81 144 = + ⇔ = + ⇒ ⇒ = = Portanto, EC = 12. Como DA é bissetriz do ângulo externo de vértice D do triângulo DEC, pelo teorema da bissetriz externa, temos que AE AC DE DC = . Então, sendo x = AE: )( + = ⇔ + = ⇒ ⇒ = + ⇒ = + ⇒ ⇒ = ⇒ = x x 12 9 15 x x 12 3 5 5x 3 x 12 5x 3x 36 2x 36 x 18 Portanto, AE = 18. Base média do triângulo Qualquer segmento de reta com extremidades nos pontos médios de dois lados de um triângulo é uma base média do triân gulo Desse modo, como qualquer lado de um triângulo pode ser considerado sua base, todo triângulo tem três bases médias C N P B M A Na figura, como M é ponto médio de AB e N é ponto médio de AC, então MN é a base média relativa ao lado BC do triângulo. Porém, como P também é ponto médio de BC , então MP e NP também são bases médias relativas aos lados AC e AB do triângulo, respectivamente MATEMÁTICA Capítulo 3 Teoria das proporções geométricas300 Teorema: cada base média de um triângulo é paralela e tem a metade do comprimento da base correspondente no triângulo. C N b B M A b 2 AM MB e AN NC MN BC e MN BC= = ⇔ = // 2 demonstração: Como AM = MB e AN = NC, então AB = 2 ⋅ AM e AC = 2 ⋅ AN, ou seja: AB AM AC AN = = 2 Assim, pelo teorema de Tales, temos: AB AC AM AN MN BC= ⇒ // Então, como esse paralelismo garante a semelhança dos triângulos AMN e ABC: BC MN AB AM AC AN BC MN MN BC= = = ⇒ = ⋅ ⇔ =2 2 2 Base média do trapézio O segmento que une os pontos médios dos lados oblí- quos de um trapézio é chamado de base média do trapézio. Teorema: a base média de um trapézio é paralela às bases dele e mede a média aritmética dos comprimentos dessas bases. = +Base média base maior base menor 2 base menor base média base maior N DA M B C AD BC AM MB e DN NC MN AD AD BC , BC e MN = = ⇔ = + // // 2 demonstração: Considere que a diagonal BD do trapézio ABCD inter cepte sua base média no ponto P. N DA M B C P Como as igualdades AM = MB e DN = NC implicam AM MB DN NC = , pelo teorema de Tales, MN AD BC // // . Como AM = MB e MP AD // , de acordo com o mesmo teorema, concluímos que BP = PD Portanto, MP é base média do triângulo ABD, logo, MP AD= 2 . Analogamente, PN é base média do triângulo BCD, logo, PN BC= 2 . Então, como MN = MP + PN: MN AD BC MN AD BC= + ⇔ = + 2 2 2 Mediana de Euler O segmento com extremidades nos pontos deter- minados pela base média de um trapézio em suas duas diagonais é chamado de mediana de Euler N DA M P mediana de Euler Q B C Teorema: a mediana de Euler equivale à metade da diferença absoluta entre as bases de um trapézio. Mediana de Euler base maior ase menor= b 2 demonstração: Pelo teorema da base média do trapézio, temos que AD MN BC // // . Assim, pelo teorema de Tales: AM MB AQ QC DP PB DN NC = = =
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