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Antecipação e Reconhecimento de Riscos Introdução O gerenciamento dos riscos no ambiente de trabalho é fundamentado em dois pilares: a Gestão de Riscos Ocupacionais (GRO) que é utilizado para a prevenção e gerenciamento dos riscos ocupacionais e o Plano de Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (PGR) que visa utilizar as técnicas eficazes para evitar a possibilidade de acidentes. Compreender as funções desses dois documentos é fundamental para estabelecer as práticas seguras para o trabalhador. Objetivos da Aula Nesta aula serão abordados os vários aspectos ligados com a avaliação dos riscos ocupacionais com foco no estabelecimento de práticas visando a redução de afastamentos por doenças do trabalho, redução do absenteísmo, redução de acidentes de trabalho, redução de processos trabalhistas e melhoria do ambiente de trabalho. Assim o foco é na compreensão dos vários aspectos abordados na NR01 - - Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais. Resumo A higiene ocupacional é importante no ambiente do trabalho porque auxilia na prevenção de acidentes, além de atuar na promoção do bem-estar do trabalhador, sua qualidade de vida e evitar-se as doenças ocupacionais causadas pela por agentes de riscos existentes na jornada de trabalho. Um bom controle da higiene ocupacional permite: a) redução de afastamentos por doenças do trabalho; b) redução do absenteísmo; c) redução de acidentes de trabalho; d) redução de processos trabalhistas e; e) melhoria do ambiente de trabalho. Um aspecto importante na higiene do trabalho é o gerenciamento de riscos ocupacionais que tem dois pilares: a Gestão de Riscos Ocupacionais (GRO) que é utilizado para a prevenção e gerenciamento dos riscos ocupacionais e o Plano de Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (PGR) que visa utilizar as técnicas eficazes para evitar a possibilidade de acidentes. O GRO está focado no levantamento preliminar de riscos, na identificação de perigos e na avaliação e controle dos riscos ocupacionais, enquanto o PGR está focado no inventário de riscos e no plano de ações necessárias. O inventário de riscos é uma parte fundamental no programa de gerenciamento de riscos porque consolida a identificação de perigos bem como na avaliação dos riscos ocupacionais, permitindo a caracterização dos processos, ambientes, atividades e a descrição dos perigos envolvidos com as possíveis lesões e problemas na saúde dos trabalhadores. O inventário de riscos é materializado na matriz de riscos que relaciona a probabilidade de ocorrência do evento com a severidade dos dados que podem ser acarretados pelo evento. Na figura 1 temos o modelo de uma matriz de riscos nesses moldes. Figura 1: Matriz de Riscos – Probabilidade x Impacto. Fonte: Heitor Barbosa, 2021 A montagem da matriz de riscos passa pela definição dos critérios (gradação) de probabilidade e de severidade. Essa gradação define o grau de cada um desses parâmetros que deve ser utilizado na matriz. Na figura 2 temos um exemplo da gradação de probabilidade e na figura 3 um exemplo de gradação da severidade Figura 2: Exemplo de Gradação da Probabilidade. Fonte: Heitor Barbosa, 2021 Figura 3: Exemplo de Gradação da Severidade. Fonte: Heitor Barbosa, 2021 O Plano de Gerenciamento de Riscos Ocupacionais deve ser construído com base na NR01 (disponível em https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/nr-1), que define a necessidade de termos: responsabilidades; levantamento preliminar de perigos; avaliação dos riscos ocupacionais; controle dos riscos com as medidas de prevenção; análise de acidentes e doenças ocupacionais; preparação para emergências, documentação e registros; capacitação e treinamento do pessoal responsável pelas atividades de saúde e segurança do trabalho. Há dois conceitos igualmente importantes na constituição do PGR: a análise dos aspectos ambientais, que são todos os elementos que podem causar alguma modificação ao meio ambiente ou seja, são as interações entre as operações da empresa e o meio ambiente, sejam elas maléficas ou benéficas e; a compreensão dos impactos ambientes que é qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante de atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetem: a saúde, segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias e o meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais. Para o levantamento de aspectos e impactos ambientais tipicamente é utilizado a metodologia FMEA (Failure Mode and Effect Analysis ou, em português, Análise de Modos de Falhas e Efeitos). Essa metodologia tem etapas bem definidas: a) definição do processo que será analisado; b) definição da equipe, priorizando os aspectos multidisciplinares; c) definição das não conformidades (modos de falha); d) identificação dos efeitos; e) identificação das causas principais e causas adicionais; f) priorização das falhas ao nível do risco; g) ações preventivas a serem adotadas; h) definição dos prazos e responsáveis pela ação corretiva. A forma de priorização das ações corretivas é dada, na metodologia FMEA, na definição do índice de risco, que é uma composição da gradação de ocorrência, severidade e possibilidade de detecção da falha. Na figura 4 temos um exemplo de ponderação dessas gradações e da montagem do Índice de Riscos. Figura 4: Definição do Índice de Riscos na Análise FMEA. Figura 4: Definição do Índice de Riscos na Análise FMEA Um aspecto importante para a gestão dos riscos ocupacionais é a definição dos Grupos Homogêneos de Exposição – GHE.O GRE é o agrupamento das várias funções existentes nas equipes de trabalho, de acordo com o perfil de exposição aos riscos. Assim são considerados para sua construção: a) o tipo do processo ou operação; b) as atividades e tarefas dos trabalhadores; c) os agentes ambientais, fontes, trajetórias, meios de propagação; d) a intensidade e concentração dos agentes; e) os agravos à saúde dos trabalhadores; f) as variações de clima e de horários das exposições; g) a frequência das ocorrências; h) a interferência de tarefas vizinhas; i) os dados das prováveis exposições e; j) as metas e prioridades de avaliação adequadas à realidade da empresa; Por fim, a necessidade da verificação da eficácia das ações de controle que passa pelo conhecimento atualizado da situação, engajamento da direção, planejamento correto das ações, suporte à todas as áreas operacionais, acompanhamento da implementação dessas ações com as verificações constantes e periódicas, e o estabelecimento de um programa de melhoria contínua. Como aplicar na prática o que aprendeu A construção de um Plano Gerenciamento de Riscos Ocupacionais envolve o conhecimento dos processos e das normas e recomendações aplicáveis. Baseado na especificação constante na NR01, construa um plano de riscos aplicável à uma atividade executada na sua empresa.. Conteúdo Bônus – Tópicos Avançados Ver o vídeo sobre FMEA na Segurança do Trabalho disponível em https://www.youtube.com/watch?v=6vDvVaadx1s. Ler a NR01 (disponível em https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/nr-1). Dica quente para você não esquecer A gestão de riscos é fundamentada em dois pilares: a análise dos aspectos ambientais, que são todos os elementos que podem causar alguma modificação ao meio ambiente e a compreensão dos impactos ambientais que é qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante de atividades humanas que, direta ou indiretamente possam afetar o trabalhador. Referência Bibliográfica MATTOS, Ubirajara. Higiene e Segurança do Trabalho. GEN LTC; 1ª edição. ISBN-13: 978-8535235203, 2011. MATTOS, Ubirajara; MÁSCULO, Francisco. Higiene e Segurança do Trabalho.GEN LTC; 2ª edição, ISBN-13: 9788535291766, 2019. BREVIGLIERO, Ezio; POSSEBON, José; SPINELLI, Robson. Higiene Ocupacional: Agentes Biológicos, Químicos e Físicos. Senac São Paulo; 10ª edição. ISBN-13 : 978-8539629459, 2019. BARSANO, Roberto; BARBOSA, Rildo. Higiene e Segurança do Trabalho. Érica; 2ª edição. ISBN-13 : 978-8536526850, 2018. ROCHA, Rosemberg; BASTOS, M. Higiene Ocupacional ao Alcance de Todos. Autografia; 1° edição. ISBN-13: 978-855268540, 2016. HINRICHSEN, Sylvia. Biossegurança e Controle de Infecções – Risco Sanitário Hospitalar. Guanabara Koogan; 3ª edição. ISBN-13 : 978-8527734059, 2018.
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